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Liderança em gestão educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

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Liderança em gestão educacional:buscando caminhos para a escola efetiva

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAReitorDr. Naomar Monteiro de Almeida Filho

Vice-ReitorDr. Francisco José Gomes Mesquita

Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-GraduaçãoDra. Maria de Fátima Dias Costa

Pró-Reitora de Planejamento e AdministraçãoDra. Dora Leal Rosa

Pró-Reitora de Desenvolvimento de PessoasDra. Neusa Dias Andrade de Azevedo

CENTRO DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARESPARA O SETOR PÚBLICO - ISPDiretorDr. Robert E. Verhine

FACULDADE DE EDUCAÇÃODiretorDr. Nelson De Luca Pretto

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃOCoordenador do Colegiado da Pós-GraduaçãoDra. Theresinha Guimarães Miranda

Vice-Coordenador do Colegiado da Pós-GraduaçãoDr. Roberto Sidnei Alves Macedo

LINHA DE PESQUISA POLÍTICAS E GESTÃO EM EDUCAÇÃOCoordenadorDr. José Albertino Carvalho Lordelo

PROGRAMA GESTÃO PARTICIPATIVA COM LIDERANÇAEM EDUCAÇÃO (PGP/LIDERE)Diretor InternacionalDr. Robert Girling

CoordenadoraDra. Katia Siqueira de Freitas.

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Dra. Katia Siqueira de Freitas(Coordenadora)

Salvador - Bahia2005

Liderança em gestão educacional:buscando caminhos para a escola efetiva

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Coordenação:Dra. Katia Siqueira de Freitas

Capa:Edson Machado Filho

Fotografia:Equipe PGP/LIDEREAlunos da Escola Comunitária Batista Emanuel

Desenhos/ilustrações:Alunos das Escolas Municipais Agripiniano de Barros,Mirantes de Periperi e Santa Terezinha

ProduçãoEquipe PGP/LIDEREBolsistas e Estagiários do Projeto Liderança em GestãoEducacional: buscando caminhos para a escola efetiva

RevisãoDra. Katia Siqueira de FreitasRegina Maria de Sousa Fernandes

ImpressãoGrafica e Editora Esperança

Este livro é resultado de dois anos de execução (2003-2005)do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva, realizado e em parceria com tres escolas públicasmunicipais da cidade do Salvador , Bahia. Projeto 1834/02 - Edital Verde Amarelo TIB:FINEP/CNPq 01/2002 - 2° Pedíodo/373 Número do Processo Institucional CNPq610059/2003-3. É publicado com o apoio financeiro da Fundação Ford e da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP). Qualquer parte destapublicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

Editora:

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIACentro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público- ISPAv. Adhemar de Barros, Campus Universitário de Ondina, Pavilão IV,Salvador - Bahia - Brasil CEP.: 40170-110 tel./fax: (71) 3235-8290 e 3263-6474 / 6491E-mail: [email protected] Website: http://www.liderisp.ufba.br ou http://www.isp.ufba.br

Autores:

Gilka Santana do Espirito SantoDra. Katia Siqueira de FreitasCarmem Luciana Cardoso Martins SantosFernanda Santos BastosEstela Márcia Veloso BarretoMarli Raquel Dias SouzaRegiane Lima NascimentoMara SchwingelMaria Áurea Santos RibeiroSolange Nascimento de LimaAntonia Vilma SalesMaria Benedita da Silva

Suélia QueirósPatrícia Santos da PaixãoMaria Cleide de Sousa MiraJosé Raimundo Paim de AlmeidaFabio Kalil de SouzaMarilene Moreira Vital da SilvaAdriana dos Santos RosaAntônio Gualberto PereiraSara Almeida de Araújo BastosDaelcio Ferreira Campos MendonçaHelane Monteiro de Castro LimaValdinei Costa Souza

Liderança em gestão educacional: buscando caminhos para a escola efetiva/coordenadora, Katia Siqueira de Freitas; autores Gilka Santana do Espirito Santo...[et al.]. - Salvador: ISP/FACED/UFBA, 2005.126p. : il.; 29x21cm

Inclui relatos de experiênciasApoio FINEP e FUNDAÇÃO FORD

ISBN 85-99674-01-3

I. Freitas, Katia Siqueira de. II. Título. III: Título Buscando caminhos para aescola efetiva.

CDD 370CDU 371.20

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SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

Agradecimentos [09][Gilka Santana do Espirito Santo]

Prefácio [11][Katia Siqueira de Freitas]

Cenário educacional e justificativa do Projeto [19][Carmem Luciana Cardoso Martins Santos]

Educação pública com qualidade social: uma prática do PGP/LIDERE [21][Fernanda Santos Bastos]

Um trabalho educacional integrado com qualidade social [29][Estela Márcia Veloso Barreto]

[Marli Raquel Dias Souza]

Metodologia do Projeto “Liderança em gestão educacional:buscando caminhos para a escola efetiva” [37][Regiane Lima Nascimento]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Participação: a parceria de sucesso [41][Mara Schwingel]

Gestores escolares consolidam parcerias [49][Maria Áurea Santos Ribeiro]

[Solange Nascimento de Lima]

Depoimentos dos gestores escolares [53][Antonia Vilma Sales]

[Maria Benedita da Silva]

[Suélia Queiroz]

Experiência de um trabalho integrado com qualidade social [55][Patrícia Santos da Paixão]

Comunidades ativas, integração e desenvolvimento social [59][Maria Cleide de Sousa Mira]

Escolas acompanhadas [63][José Raimundo Paim de Almeida]

Valorização dos profissionais da educação [67][Fábio Kalil de Souza]

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PGP/LIDERE: 10 anos de educação com qualidade social [71][Marilene Moreira Vital da Silva]

Aprimoramento da equipe [75][Adriana dos Santos Rosa][Antônio Gualberto Pereira]

[Sara Almeida de Araújo Bastos]

O sujeito/aluno e a sua relação com o saber/aprender [79][Daelcio Ferreira Campos Mendonça]

Administração vista como gestão de afinidades [87][Gilka Santana do Espirito Santo]

Publicações: um elo entre as teorias e a prática [97][Helane Monteiro de Castro Lima]

A origem Projeto Liderança em gestão educacional:buscando caminhos para a escola efetiva [109][Katia Siqueira de Freitas]

[Valdinei Costa Souza]

[Mara Schwingel]

[Marilene Moreira Vital da Silva]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluno: Neidson Santana de JesusEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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AgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentosAgradecimentos

Desejamos agradecer sinceramente a todos que contribuíram de maneira significativa para o desenvolvimento das inúmeras ativida-des realizadas pelo Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva_ Financiadora de Estudos eProjetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP), Fundação Ford,Universidade Federal da Bahia (UFBA), Centro de Estu-dos Interdisciplinares para o Setor Público (ISP), Faculdade de Educação (FACED), Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (FAPEX),Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), Pró- Reitoria de Extensão da UFBA, Conselho Nacional de DesenvolvimentoCientifico e Tecnológico (CNPq), Escola Municipal Mirantes de Periperi , Escola Municipal Santa Terezinha, Escola Municipal Agripinianode Barros, Programa de Formação Continuada de Gestores de Educação Básica (PROGED), Programa Abrindo Espaços (UNESCO),Sociedade Recreativa e Cultural (ARA KETU), Escolas de Gestores (INEP/MEC), Associação Nacional de Política e Administração daEducação (ANPAE); às escolas públicas municipais e estaduais, comunidades escolar e local, aos palestrantes2, cursistas, professores eestudantes.

Finalmente, agradecemos àqueles que direta ou indiretamente apoiaram o desenvolvimento das atividades: o pessoal da limpeza, cozi-nheiros, o artista da máscara (Euro Pires) exposta no XVII Seminário de Integração do PGP/LIDERE e VII Seminário de Integração doPEEF. Além de outros colaboradores que acompanharam o percurso e deram sugestões úteis para o implementação do Projeto.

Gilka Santana do Espirito Santo1

1Estudante de Administração de Empresa, Fundação Visconde de Cairú.Bolsista Finep. E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Tabela agradecimentos2

PALESTRA e OFICINA PALESTRANTES Origami Profª Estela Márcia Veloso Barreto Licenciada em Construção Civil - UNEB, Especialista em Administração Universitária – UEC,Professora da Rede Particular.

A satisfação no trabalho de diretores de escolas públicas na região de Jacobina/Ba

Profº Jerônimo Jorge Cavalcante Silva Graduado em Economia/UFBA, Doutor em Calidad y Procesos de Innovación Educativa/Universidade Autonôma de Barcelona,UAB, Espanha, Professor da UNEB

Professora Lia Scholze, Coordenadora Nacional de Escolas de Gestores – MEC.

Professora Débora Correia,Coordenadora de Programas e Projetos do FUNDESCOLA – MEC.

Inteligenciologia Profª Carmem de Britto Bahia Bel. em Direito (UFBA); Licenciada em Pedagogia (FEBA), MBA em Administração Acadêmica e Universitária (Fundação Pedro Leopoldo-MG), Mestre em Educação (UFBA) e Doutoranda em Educação (UFBA).

Comenius: as raízes das novas tendências na educação para o terceiro milênio

Profª Bohumila Sampaio Araújo Coordenadora do Núcleo de Avaliação do (ISP/UFBA); Vice-Presidente Regional Nordeste da Sociedade Brasileira de EducaçãoComparada (SBEC), Mestre em Filologia (Fac. de Filosofia, Universidade de Carlos- Rep.Tcheca), Mestre em Educação (FACED/UFBA) e Especialista em Crítica de Arte(EBA/UFBA).

Instrumentos de Avaliação da Aprendizagem Profª Antonia Elisa Caló Oliveira Lopes Mestre em História e Filosofia da Educação Pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

A escola organizada por ciclos de formação Profª Anemari Menhard Diretora da Escola Municipal Vida Nova, Lajeado/RS; bióloga pela UNISC/RS; bacharel em Direito pela UNISC/RS e especialista em Ciências da Terra pela UFRG/RS

Profª Ana Maria Fortenelle Catrib

Drª em Educação/UFBA, Professora Titular do Mestrado em Educação em Saúde e do Curso de Pedagogia UNIFOR/CE.

Um estrangeiro em Londres Drª Beatriz Fernandes Morgan Bel. em Direito

Relações Interpessoais Profº Josué Félix Araujo Professor da Rede Pública

Educação e Saúde Domiciliar Drº Alexandre Chaves Mira - Médico residente do Hospital das Clínicas SalvadorVivenciando a Paz na Escola Profª Gerusa Santana Psicopedagoga

Profª Jacqueline da Silva Harres Professora da UNIVATES.Pedagoga UNISC/RS; Mestre em Educação/PUC-RS.

A reforma educacional e as políticas: o caso de estudantes brasileiros em Boston/USA

Profª Mirna Lascano Ph.D em Sociologia e Professora da Northeastern University de Boston-USA

A Paz na Escola e na Família Profª Rosa Marusa Badilla Avalos - Coordenadora da Brahma KumarisIndisciplina e ato infracional: compreendendo as diferenças Drª Isabel Sampaio - Juíza da Infância e da Juventude

Gestão de Projetos Educacionais Profª Maria das Graças Galvão de Souza Pedagoga, Especialista em Planejamento e Administração de Recursos Humanos – UnB e Mestre em Educação – UFBA

A importância de uma Gestão Compartilhada Profª Norma Einloft Von Muller - Professora da UNIVATESLei nº 10.639/2003 Profº Juvenal Carvalho Mestre em História e Professor da Faculdade Jorge Amado

Diversidade; alicerce para a inclusão social. Iracema Vilaronga Licenciada em Pedagogia(UNEB) ,Especialista em educação Especial (IBPEX),graduanda de Psicologia (UNIFACS),alfabetizadora do Centro de Educação Complementar do Instituto de Cegos da Bahia (CEC/ICB)

Organizações de espaços lúdicos – o papel da equipe gestora

Avaliação Institucional como instrumento de aperfeiçoamento na educação básica

Os programas de Formações de Gestores e Fundo de Fortalecimento da Escola(FUNDESCOLA)

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PPPPPrefáciorefáciorefáciorefáciorefácio

A educação é um direito amplo e irrestrito do ser humano conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos que data de 1948.É “direito de todos e dever do Estado e da família” de acordo com a Constituição Federal do Brasil de 1988, art. 205. Por sua vez, aLDB/9394 de 1996, art. 2º, confirma o instituído pela CF/88 e re-afirma ser a “ Educação, dever da família e do Estado, inspirada nosprincípios de liberdade e solidariedade humanas...”

O conjunto das legislações e recomendações, nacionais e internacionais, que versam sobre o direito e o dever de educar, é bastanteamplo. As leis voltam-se para a inclusão via o desenvolvimento integral da pessoa cidadã e, dentre outras coisas, a preparação para otrabalho. Contudo, até a presente data há um grande contingente de pessoas que não usufruem plenamente desse direito e, por vezes,nem sabem que têm esse direito e que podem demandá-lo do Estado.

Ao longo das décadas, têm sido inúmeros os movimentos sociais e os projetos desenvolvidos em prol da consolidação desse direito.Especialmente nos últimos anos do século XX e início do século XXI, toda a sociedade brasileira tem, insistentemente, proclamadoeducação como um valor de alta relevância para o bem-estar individual das pessoas e para o coletivo das nações.

As universidades têm respondido às demandas, abrindo suas portas, pesquisando, divulgando o conhecimento produzido e ajudando àscomunidades a desenvolverem as competências necessárias para resolverem vários dos seus problemas. Mais do que isto, elas estão demãos dadas com a sociedade e buscam entender e contribuir para as mudanças e melhorias necessárias à escola do século XXI e àsociedade considerada pós-moderna. Além de oportunizarem a difusãoda ciência e da cultural já construídas ao longo dos tempos, ensinam afazer, as universidades pesquisam e re-constroem o conhecimento

1Ph.D. em Administração Educacional. Coordenadora do Projeto GestãoEducacional: buscando caminhos para a escola efetiva. E-mail: [email protected]

Katia Siqueira de Freitas1

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produzido. Com base em referencial teórico e com base na prática,equipes de educadores pesquisadores têm-se voltado para o contextocotidiano das escolas públicas com o objetivo de melhorar oentendimento da prática e construir novos e valiosos conhecimentosteórico-práticos em conjunção com os próprios atores.

Novo século, novas necessidades, novo entendimento sobre o papele a importância da educação para o desenvolvimento de pessoas, dacomunidade, da sociedade em geral e das nações; nova concepçãode escola e de aprendizagem. Instalaram-se comunidades deaprendizagem, aprendizagem em rede e redes de aprendizagem. Essassão expressões cada vez mais comuns no âmbito das comunicaçõesde massa. Mudanças rápidas e contínuas têm modificado o coloridodo mundo da aprendizagem, da ciência e da tecnologia. Educaçãopresencial e educação a distância estão convivendo numa simbioseprofícua e promissora. O que tudo isto tem a ver com o aqui, oagora e futuro? As políticas públicas voltadas para a eqüidade, ainclusão e a eficácia social da educação estão em vigor e possibilitamampliar cada vez mais o sentido e a operacionalização da expressãogestão democrática participativa no âmbito da escola públicabrasileira.

Esta obra surge em decorrência do trabalho coletivo realizado emprol da consolidação do direito constitucional à educação dequalidade para todos e da luta pela eqüidade. Acreditamos que auniversidade e seus pesquisadores podem e devem contribuir para amelhoria da educação básica através da transferência e re-construção

do conhecimento socialmente produzido. Desse modo, pesquisadores,professores e estudantes da Universidade Federal da Bahia e de outrasinstituições de ensino superior se congregaram para apoiar a mudançadesejada. Constituíram uma equipe coesa, dinâmica e pró-ativa que,já em 1995, antes mesmo da promulgação da LDB 9394/96, seorganizava em prol de um Programa intitulado Gestão Participativa.O objetivo principal era o de preparar as comunidades escolar e localpara a implantação da referida Lei, na época em tramitação noCongresso Nacional. Esse Programa, com apoio financeiro daFundação Ford, cresceu em qualidade e em número de escolaspúblicas atendidas, de modo que toda a experiência construída e atecnologia de ensino aprendizagem desenvolvidas foram postas aserviço de outras escolas e comunidades.

As lições aprendidas foram sistematizadas de modo que em 2003,elaboramos um novo projeto intitulado “Liderança em gestão

educacional: buscando caminhos para a escola efetiva”.Estanova iniciativa foi apresentada à Financiadora de Estudos e

Projetos- FINEP- e o projeto após ser submetido a uma avaliaçãoe concorrência nacional no âmbito do Edital Verde-Amarelo/TIB:FINEP/CNPq 01/2002 – 2º período/373.Convênio FNDCT/ (VerdeAmarelo) nº 01.03.0341.00- foi um dos seis projetos contempladoscom financiamento. Vale a pena ressaltar que com esse apoio houveo reconhecimento nacional do Instituto de Estudos

Interdisciplinares para o Setor Público- ISP- da Universidade

Federal da Bahia, como Centro de Excelência em Gestão.

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A profícua implementação desse novo projeto ocorreu, durante doisanos, pela conjunção de inúmeras forças criativas e colaboradoras,assim como pelas parcerias e fomentos concedidos. Ele estevevoltado tanto para a inclusão e o desenvolvimento sócio-educacionalde crianças e jovens escolarizados da região metropolitana deSalvador e seus familiares, quanto para a educação continuada emserviço de profissionais da educação. No papel de coordenadora,identificamos valores humanos e profissionais competentes ecomprometidos que valorizaram o trabalho de implementação desseProjeto que deu lugar a esta obra composta por textos de alguns dosnossos colaboradores e companheiros de trabalho.

Toda obra é demarcada pela linguagem, os problemas, as crises, osconhecimentos científicos e tecnológicos e a política dominante desua época. Assim é esta, completamente demarcada pelos problemase referenciais teóricos que visualizam a gestão educacional com opotencial de melhorar a educação brasileira que, a despeito de todosos esforços empreendidos, revela ainda alto índice de repetência noensino básico, elevando para cerca de 55 milhões o quantitativo deestudantes que participam dessa experiência educacional. Essesdados do INEP foram divulgados por seu presidente atual, o professorElieser Pacheco, em 29/09/05. Ele também afirma que, de acordocom as pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística—IBGE-aproximadamente 64% dos estudantes concluintes do ensinofundamental constituem uma coorte daqueles que estão atrasadoscom relação ao fluxo escolar.

Está evidente a permanência da vexatória distorção idade/série noensino formal brasileiro que continua criando dificuldades sociais,familiares e individuais. Como sabemos, a repetência e a distorçãoidade/série afetam a auto-estima das pessoas que passam a sesentirem como incompetentes e incapazes.

A existência dos programas de aceleração, ou seja, programaseducacionais com o objetivo de corrigir esta distorção idade/série,ainda, não cumpriu na integra, a função de possibilitar melhoria daaprendizagem e dos conhecimentos científicos e técnicos dessesmilhões de jovens para que possam seguir novos caminhos,empoderados com a aquisição das ferramentas básicas para seengajarem socialmente como cidadãos competentes, úteis, produtivose felizes com o desenvolvimento de seu potencial.

Internacionalmente, a educação, especialmente a infantil, vem sendoconsiderada como de importância capital na formação integral dapessoa, no desenvolvimento da capacidade de aprender a aprender,a ser, a fazer e a conviver e, especialmente, na elevação do nível deinteligência, que é entendida como passível de ser potencializadapela interação social. Há outros fatores relevantes como: a) oreconhecimento de que a taxa de retorno econômico com oinvestimento em educação é um fator importante para odesenvolvimento das nações; b) o entendimento de que a taxa deretorno dos investimentos em educação infantil é bem maior aindase comparada com o investimento em outros níveis. Esta

Prefácio

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

compreensão canaliza as políticas para outras mudanças essenciaisna organização da educação pública.

Durante anos, a expectativa dos nossos planejadores tem sido a deque a educação infantil seja freqüentada por crianças na faixa dezero a seis anos de idade, o ensino fundamental por crianças de 7 a14 anos e o ensino médio por jovens de 15 a 17 anos, o que aindanão acontece plenamente. Atualmente, há forte probabilidade deque estas faixas sejam oficialmente alteradas com a aprovação doProjeto de Lei nº 5.452, de 16 de junho de 2005, que tramita naComissão de Educação da Câmara dos Deputados, e que prevê oingresso dos estudantes no ensino fundamental aos seis anos de idade.

Antecipando-se e atendendo à recomendação do Plano Nacional deEducação (PNE) aprovado pela Lei nº 10.172/2001, algunsmunicípios recentemente implantaram o ensino fundamental comnove anos. Isto significa o ingresso do aluno de seis anos de idadeno ensino fundamental em consonância com uma das metas jáestabelecidas no PNE. Com essa iniciativa, acreditamos que, nofuturo próximo, a aprendizagem dos estudantes poderá fluir commais propriedade e, provavelmente, a defasagem idade/série tenderáa ser eliminada, permitindo um fluxo mais humanizado e capaz depromover a inclusão socio-educacional e maior número de brasileiroscom aprendizagem de melhor qualidade do que os atuais índicesregistram. Todavia, é essencial que a alfabetização e as demaispotencialidades dos educandos ocorram com propriedade, o quêcertamente facilitará o fluxo normal dos estudantes no sistema de

ensino, ou seja, a el iminação da distorção idade /série eaprendizagem com a mais alta qualidade possível.

Voltando ao PNE, também está prevista a redução para 50% dasatuais taxas de repetência e evasão. Essas atualmente são apontadascomo sendo responsável pelo fato de os alunos levarem em médiacerca de 10,4 anos para completar o ensino fundamental de 8 anos.Para acelerar esta redução, o PNE apresenta várias proposiçõesinclusive relacionadas ao aperfeiçoamento do regime de colaboraçãoentre os sistemas de ensino, visando ação coordenada entre os entesfederados, o compartilhamento de responsabilidades, considerandoas funções constitucionais próprias e supletivas e as demais metasdo próprio. Além dessas e outras proposições, há a definição denormas de gestão democrática do ensino público com a participaçãoda comunidade.

Tendo em vista que educação é uma problemática nacional einternacional, a elaboração do PNE considerou, além dos contextosnacional e internacional, várias recomendações, para melhoria geralda educação, realizadas por vários Organismos Internacionais. Dentreesses estão: a Declaração de Jomtien, a Conferência Internacionalsobre População e Desenvolvimento (Cairo, 1994), a Cúpula Mundialpara o Desenvolvimento Social, a Declaração de Hamburgo sobreEducação de Adultos (1997), as Declarações de Nova Deli (1993) eAmann sobre educação para todos (1996), as recomendações dasConferências Gerais da UNESCO.

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Nas referidas recomendações, a problemática da alfabetização estáentre as prioritárias a serem resolvidas internacionalmente. Aestimativa vigente é que ainda existem 771 milhões de adultosanalfabetos no mundo globalizado. Nesse sentido, a UNESCO acabade lançar um programa intitulado Literacy Init iat ive forEmpower ment -LIFE – ou seja Alfabetização para oempoderamento- cujas metas devem ser atendidas entre 2005-2015.Trata-se de uma estratégia global para erradicar o analfabetismo decrianças, jovens e adultos, especialmente de famílias pobres e dazona rural de pelo menos 34 países que abrigam cerca de 84% dosanalfabetos do mundo. Para conhecer mais sobre este projeto épossível consultar o site da UNESCO.

No Brasil, em 1996, havia, aproximadamente, 14,7 % de analfabetoscom mais de 15 anos de idade e desses, cerca de 30% estavamlocalizados no Nordeste.

Foi nesse cenário que o Programa Original, intitulado “Programa

Gestão Participativa com Liderança em Educação”, abriu espaçopara o Projeto, já referido, “Liderança em gestão educacional:

buscando caminhos para a escola efetiva”. Ambos são fruto dasdiscussões que têm ocorrido sobre a educação desde o final do séculopassado e das políticas públicas voltadas para elevar qualitativa equantitativamente o contingente de estudantes nas escolas públicas.Dentre as principais discussões desse período, destaca-se também arelevância da consolidação da gestão democrática participativa comouma forte contribuição para a melhoria da educação pública em

todos os níveis de ensino e, mais recentemente, para a qualidadesocial da educação, enfatizando ainda a inclusão de portadores denecessidades especiais e de afro-descendentes.

Sem fugir dessa ótica, intrépidos educadores se organizaram, desde1995, para apoiar escolas públicas de ensino fundamental na regiãometropolitana de Salvador. Enfrentando toda sorte de obstáculos eadversidade, como difícil acesso, greves, violência e outras questõesmais, esses educadores, instados a darem o melhor de si e adesenvolverem educação continuada em serviço da mais altaqualidade para as comunidades escolar e local da periferia deSalvador, congregaram-se em torno deste valor educacional e juntosiniciaram a luta cotidiana pela educação que tem o potencial delibertar o indivíduo e a sociedade: Libertar da escuridão do não saber,da mesmice, da falta de incentivo, da falta de oportunidades, dafalta de estima de si mesmo, da falta de se ver como alguém potentee com garras para superar as dificuldades. Como diz Miguel deCervantes Saavedra, em sua obra imortal Dom Quixote de laMancha” a liberdade te dá o que sem ela fica” . Acreditamos quesem educação não há liberdade ou solução possível para o individuoou para a sociedade.

Richard F. Elmore afirma, em seu texto O imperativo dodesenvolvimento profissional na educação, “as escolas , como outrasorganizações públicas e privadas da sociedade, devem ser capazesde demonstrar com o quê contribuem para o aprendizado dos alunose que elas devem se empenhar em uma melhoria continuada da prática

Prefácio

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

e do desempenho a cada ano”. Essa afirmativa é substancialmentepertinente, pois acreditamos que a responsabilização da escola vaialém da questão meramente de conteúdo e é, acima de tudo, umaimportante vertente de desenvolvimento e acatamento da cidadaniaplural e inclusiva.

A capacidade do ser humano de aprender é infinita, em condiçõesnormais ela dura durante toda a sua vida e precisa ser estimulada.Entendemos que todo humano aprende melhor se usar, no processode aprendizagem, todos os sentidos inerentes a sua espécie. E,mesmo em situação de aprendizagem organizada, precisamosoportunizar a aprendizagem para além do cognitivo, valorizando aaprendizagem pelos sistemas Visuais, Auditivos e dos demaissentidos. Acreditamos também na pluralidade de inteligências,conforme estudadas por Howard Gardener, Daniel Coleman e NilboR. Nogueira, como por exemplo a inteligência corporal-cinestésica.Assim, o Projeto referido contemplou palestras com material visual,projeções, vivências e oficinas pedagógicas, durante as quais osparticipantes eram estimulados com o desenvolvimento de atividadesanalíticas, dialógicas, criativas e integradoras Essas oportunidadesde aprendizagem foram oferecidas aos leitores porque a participaçãoativa em diferentes ambientes de aprendizagem, como por exemplooficinas pedagógicas, possibilita a interação, a troca de experiências,o amadurecimento do referencial teórico e sua aplicação prática.Além do mais, ocorre a possibi l idade de adaptação dosconhecimentos à realidade e à pratica educacional cotidiana dasescolas de origem de cada um dos participantes. Em verdade, é no

contexto de trabalho que aprendemos, inovamos, estabelecemosobjetivos e metas reais e vencemos os desafios, porque é fazendoque aprendemos a fazer, a aprender e a renovar, acompanhando opulsar da vida e o processo de desenvolvimento humano. Precisamoslembrar a cada instante que só educando democraticamente crianças,jovens, adultos e idosos, durante toda a vida e durante todo o tempo,podemos organizar e construir um mundo melhor com equidadesocial, respeito à natureza e contínua elevação do padrão dequalidade desejável.

A equipe do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscandocaminhos para a escola efetiva., realizou suas atividades nas escolasentre agosto/2003 e outubro/2005. Este período foi antecedido decerca de dois meses de planejamento e de aproximação com asescolas beneficiárias do Projeto e seguido de trabalho de preparaçãopara o último Seminário de Integração, ocorrido na sede do ARAKETU – um dos nossos colaboradores - em 10.11.05, e da elaboraçãodos relatórios para serem apresentados aos órgãos financiadores.

O trabalho bem sucedido foi possível pelos esforços conjuntos devários organismos como:

• a Financiamento de Estudos e Projetos- Ministério da Ciênciae Tecnologia pelo apoio f inanceiro e confiança nacoordenação e na equipe do PGP/LIDERE;

• a Fundação Ford;• as comunidades escolar e local das escolas públicas que

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aceitaram e valorizaram nossa atuação;• a Faculdade de Educação- FACED- UFBA• o Centro de Estudos Interdisciplinares para o Setor Público-

ISP- UFBA• o ARA KETU;• a Secretaria Municipal de Educação de Salvador;

• a Secretaria de Educação de Estado da Bahia;• Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão;• a equipe constituída por professores e estudantes;• muitos outros colaboradores que, direta ou indiretamente,

contribuem para tornar o planejado e sonhado uma realidadebem sucedida.

Agradecemos a todos pelo sucesso do projeto e convidamos o leitor a examinar os textos apresentados a seguir.

Katia Siqueira de Freitas,coordenadora

Prefácio

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluna: Rosana de Souza SantosEscola Municipal Santa Terezinha, Salvador, Bahia

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Cenário educacional e justificativa do PCenário educacional e justificativa do PCenário educacional e justificativa do PCenário educacional e justificativa do PCenário educacional e justificativa do Projetorojetorojetorojetorojeto

Este texto poderá contemplar um breve relato do cenário educacional baiano

fundamentado na justificativa do Projeto FINEP como no seu objetivo.

A abertura política consolidada com a constituição de 1988 estabeleceu princípios para a educação nacional: gestão democrática doensino, igualdade de condições, de permanecia e garantia do padrão de qualidade.

Desde de 1996 a educação, com a aprovação da Lei 9394/96 de diretrizes e bases, passou por mudanças marcantes na perspectiva deadequar-se ao dispositivo legal e à melhoria do processo de ensino aprendizagem. De acordo com as políticas públicas estaduais emunicipais, a gestão democrática é o meio eficaz para garantir o cumprimento de aspectos essênciais, estabelecidos pela lei comoprincípios da educação nacional. Tornam-se então a gestão democrática um desafio ou meta a ser perseguido por aqueles que sãocomprometidos com a educação de qualidade.

O Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE) busca fortalecer as lideranças educacionais por meio dodesenvolvimento de competências que levem uma gestão administrativa, financeira e pedagógica mais efetivas nas escolas públicas e,por conseqüência, à melhoria da qualidade do ensino e o desenvolvimento social das comunidades sob influência escolar. Pois funçãosocial da educação requer uma gestão de qualidade que promova uma articulação entre os recursos financeiros, materiais e humanosdisponíveis aplicados muitas vezes em contextos sociais desfavoráveis e complexos.

Na região nordeste um dos desafios marcantes no processo de adequação legal foi adescentralização do ensino por meio do processo de municipalização, gestão colegiadae impacto social nas comunidades. Tal processo trouxe inúmeros desafios para a escola

Carmem Luciana Cardoso Martins Santos1

1Estudante de Enfermagem, UCSAL. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

além da exigência de universalização, e o desafio de manter osalunos com níveis satisfatórios de aprendizagem muitas vezes emcontextos sociais adversos. Desta forma, houve assinaturas deconvênios entre Estado e Municípios Baianos buscando parceiras,no sentido de auxiliar o desenvolvimento de competências emUnidades Escolares, com inúmeras entidades da sociedade civil,ongs e centros de referência. Neste contexto, o Projeto Liderançaem Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva,f inanciado pela FINEP e Fundação FORD, vislumbrou apossibilidade de dar suporte técnico administrativo por meio deassessórias pedagógicas nas escolas.

Foi prioridade do Projeto desenvolver os mecanismos departicipação colegiada dos atores escolares nas comunidades daregião suburbana de Salvador. A capital da Bahia tem um territóriode 325 km2, onde estão concentrados 2.443.107 habitantes, tendouma taxa de crescimento médio anual de 1,28% e densidadedemográfica de 7.449 hab./km2. Salvador configura-se comomunicípio com predominância da classe de renda baixa e com altograu de concentração de renda, onde apenas 2% dos chefes dedomicílio situam-se com rendimento entre 15 e 20 salários mínimose 7%, recebendo até 1/2 salário mínimo. De acordo com dados doIBGE, Salvador ocupa o 8º lugar na classificação Índice deDesenvolvimento Humano (IDH) e também está na 8º posição noque refere ao Índice de Condições de Vida (ICV). O Projeto foidesenvolvido em 03 escolas do subúrbio ferroviário. Esta área abrigacerca de 600 mil pessoas o que corresponde em habitantes 24,55%

da população soteropolitana, grande parte das pessoas são de baixarenda, trabalhadores, pequenos comerciantes, a maioria doshabitantes é composta por origem afro-descendente. As escolas sãode difícil acesso sendo que na maioria com a estrutura físicainadequada.Também podem ser destacados no entorno dessasescolas situações de violência, carência econômica edesestruturação social.

Nesse cenário, há necessidade crescente de uma intervençãoplanejada para a mudança da realidade local, aprimoramento edisseminação da metodologia. O Projeto Liderança em Gestão

Educacional: buscando caminhos para escola efetiva possibilitaeqüidade de condições a 03 diferentes escolas promovendo aapropriação de ferramentas para as suas comunidades escolar e local.Pois, desta maneira, essas comunidades poderão construir e planejarcoletivamente estratégias na resolução de problemas, permitindo aconquista de uma educação de qualidade com desenvolvimentosocial.

Referências:

http://www.ibge.gov.brhttp://www.inep.gov.brhttp://www.mec.gov.brhttp://www.prolei.inep.gov.br/proleihttp://www.pms.ba.gov.br/smechttp://www.sec.gov.br

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Educação pública com qualidade social: uma prática doEducação pública com qualidade social: uma prática doEducação pública com qualidade social: uma prática doEducação pública com qualidade social: uma prática doEducação pública com qualidade social: uma prática doPGP/LIDEREPGP/LIDEREPGP/LIDEREPGP/LIDEREPGP/LIDERE

O cenário educacional brasileiro vem assumindo uma nova feição em decorrência da mudança de paradigma da administração para agestão caracterizado pela dinâmica, mobilização do talento humano e sinergia coletiva voltados para a melhoria da qualidade do ensinoe da aprendizagem. Nesse contexto, enfatiza-se a gestão no âmbito educacional em detrimento da administração, haja vista as limitaçõesdesta, de modo a expressar a riqueza da nova significação. Em linhas gerais, caracteriza-se pela liderança e participação consciente ecoletiva no planejamento, na tomada de decisão e na execução das ações das unidades escolares.

Sob a idéia de participação, a gestão é concebida como a mobilização de talentos e ação construtiva conjunta de seus componentes, pelotrabalho associado, orientado por uma vontade coletiva (LÜCK, 2005). Propõe-se a superar as limitações de enfoque dicotomizado,simplificado e reduzido preconizado pela administração, e a redimensioná-la no contexto de uma concepção de mundo e de realidadecaracterizado pelo entendimento de sua complexidade e dinâmica. A gestão supera a administração à medida que agrega às práticas ovalor social.

Desse modo, o Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva destaca-se pelo empreendimento de umtrabalho diferenciado à medida que consubstancia conceitos e práticas referendados numa concepção de gestão com qualidade social.

Novas concepções...

Mudanças sociais, políticas, econômicas, culturais refletem-se na organização das ins-tituições de ensino. A mudança de paradigma da administração para a gestão educaci-onal é resultado dos movimentos sociais e da democratização das relações sociais. Háuma ressignificação da concepção de escola a qual passa a ser responsável pela forma-

Fernanda Santos Bastos1

1Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

ção de um homem omnilateral, politécnico, capaz de exercer a cida-dania e adequar-se às transformações do mundo atual que está emconstante devir. Nessa perspectiva, introduz-se aqui o conceito deeducação permanente, ou seja, o constante processo de aprendiza-gem, de desenvolvimento de competências e habilidades requeridaspelo contexto sociohistórico.

Desse modo, Lück (1997) afirma que problemas globais demandamação conjunta. Considerando que o problema da qualidade social daeducação é global, demanda uma visão global de estabelecimentode ensino como instituição social capaz de promover a sinergia pe-dagógica e atender às demandas da sociedade modernizada e emmutação.

A gestão objetiva garantir a qualidade da educação promovendo asinergia pedagógica. Favorece o fortalecimento da idéia de demo-cratização do processo pedagógico, cultivando princípios e valoresnecessários à sua efetivação (LÜCK, 1997). Perpassa todas as di-mensões do processo educativo, responsabilizando-se por assegurarque a educação se faça com a melhor qualidade para todos e que aescola cumpra sua função social e seu papel político institucional.Nesta perspectiva, a gestão destina-se à promoção da formação hu-mana.

Cada vez mais, a sociedade exige da escola o cumprimento de suafunção social a qual compreende a inclusão com o desenvolvimentosocial de cidadãos críticos e participativos, inseridos no contexto

histórico do qual fazem parte. Articulada à dimensão política está apedagógica a qual se refere à possibilidade de efetivação daintencionalidade da escola, definindo-se ações educativas necessá-rias para que a escola cumpra seus propósitos. Neste sentido, a ges-tão abrange ambas as dimensões.

Portanto, não se trata apenas de uma substituição terminológica,mas de uma nova concepção de organização do trabalho educacio-nal caracterizado pelos princípios da democracia, autonomia, parti-cipação, responsabilidade, elaboração do projeto político-pedagógi-co e autocontrole, sendo conveniente destacar que tais princípiosencontram-se presentes na legislação brasileira (Constituição Fede-ral/1988, Art. 206 e 207, e Lei de Diretrizes e Bases da EducaçãoNacional nº 9.394/96, Art. 3º, 12, 13, 14, 15).

A promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDB nº 9.394/96) criou bases legais que ampliam a autonomia daescola para propor e modificar ações pedagógicas relacionadas à quali-dade do ensino. Ela expressa a flexibilidade e a busca da qualidade dosprocessos que se desenvolvem no interior da escola – gestor, pedagógi-co, administrativo, financeiro. A expressão desta autonomia perpassa,também, pela criação conselho/colegiado escolar, que pode ser um ele-mento catalisador de ações pedagógicas inovadoras.

O conselho/colegiado escolar é formado por representantes das co-munidades escolar e local com o objetivo de promover a qualidadeda educação escolar através da participação de todos no processo

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de tomada de decisão, e democratizar as relações de poder no inte-rior da instituição. O funcionamento desse órgão legitima a partici-pação e expressa a autonomia escolar, resguardando os aspectos le-gais (Gerir, 2002). A grande questão é a preparação adequada paraque os representantes das diversas categorias efetivamente repre-sentem seus representados no processo de tomada de decisão e de-fesa de seus interesses.

Nesse contexto, onde as políticas públicas exigem a participaçãodas comunidades escolar e local no processo decisório, a atuação delíderes participativos torna-se imprescindível para as transforma-ções desejadas. Senge (2000) afirma que líderes conduzem a mu-danças e criam novas realidades, pois implementam energia criati-va. Em educação, o líder lidera líderes e líderes em potencial (Gerir,2003). Ele é responsável por mobilizar pessoas para que elas apren-dam constantemente, desenvolvam habilidades na equipe e se man-tenham motivadas, isto é, oportunizar o desenvolvimento pessoal ecoletivo. O verdadeiro líder empreende energia coletiva para supe-rar desafios, desenvolver processos e estratégias, prever necessida-des, antecipar e provocar mudanças necessárias.

A promoção de uma gestão educacional democrática e participativaimplica no compartilhamento de responsabilidades no processo detomada de decisão entre os diversos níveis e segmentos de autorida-de do sistema educacional. Nesse sentido, torna-se indispensávelque líderes formem novos líderes para que processos e resultadossejam racionalizados e positivos.

Desta forma, a educação deve priorizar fundamentalmente a formaçãopara a cidadania participativa. A cidadania ativa pressupõe a formaçãode sujeitos atuantes a partir do aprendizado e da convivência.

A cidadania plena é evidenciada quando se estabelecem canais per-manentes de participação, iniciativa à organização social e políticade uma sociedade, e promove a inclusão social. Indivíduos devemser capazes de implementar ações e propiciar parcerias quepotencializem eqüidade de oportunidades de crescimento humano.

Nessa perspectiva, a escola precisa estimular nos educandos oexercício da participação democrática para que esses atuem comoprotagonistas sociais, ou seja, agentes transformadores e conscientesda sua responsabilidade no processo de construção de uma sociedademais justa e humana. O grêmio estudantil é uma entidaderepresentativa de estudantes que implementa participação edemocratização da gestão da escola e fomenta a mobilização econstrução coletiva. Através dele pode-se elevar a auto-estima dosestudantes evidenciando seu valor como seres humanos capazes depromover mudanças significativas em sua escola, comunidade e,quiçá, na sociedade.

Crianças e jovens que participam nas decisões da escola e, ao mes-mo tempo, estão conscientes inteirados dos problemas sociais, de-senvolvem características de lideranças contribuindo para constru-ção de uma sociedade democrática. Essa situação traz conseqüênci-as diretas na realidade local, pois a participação implica na

Educação pública com qualidade social: uma prática do PGP/LIDERE

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

autopromoção e realização da cidadania. É uma ação que desenvol-ve responsabilidades individual e coletiva.

... novas práticas

É nesse contexto que situamos o Projeto Liderança em Gestão Edu-cacional: buscando caminhos para a escola efetiva, financiado pelaFinanciadora de Estudos e Projetos (FINEP) e Fundação Ford cujoprincipal objetivo é o fortalecimento das lideranças educacionais(pais, estudantes, professores, coordenadores pedagógicos, gestorese secretários de educação) por meio do desenvolvimento de compe-tências que levem à gestão administrativa, financeira e pedagógicamais efetiva nas escolas públicas e, por conseqüência, à melhoria daqualidade do ensino e da qualidade de vida das comunidades sobinfluência escolar. O Projeto desenvolveu-se nas Escolas Munici-pais Agripiniano de Barros, Santa Terezinha e Mirantes de Periperi,localizadas no subúrbio ferroviário de Salvador, tendo iniciado suasatividades em agosto de 2003. Foi desenvolvido, no período de 2003a 2005, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos(FINEP) do Ministério da Ciência e Tecnologia, a Fundação deApoio à Pesquisa e Extensão (FAPEX), a Fundação Ford (FF), aUniversidade Federal da Bahia (UFBA), o Centro de EstudosInterdisciplinares para o Setor Público (ISP), a Secretaria Municipalde Educação e Cultura de Salvador (SMEC) e com a execução da

equipe do Programa Gestão Participativa com Liderança em Edu-cação (PGP/LIDERE).

A metodologia implementada baseada na pesquisa ação-intervenção-extensão envolveu Vivências Pedagógicas, Palestras, Cursos, Even-tos, Seminários e Assessorias, desenvolvendo competências didáti-co-pedagógico e relacional, que tornaram a gestão escolar mais efeti-va nas unidades escolares participantes e melhoraram a qualidadesocial da educação, trabalhando temas de interesse das comunidadesescolar e local.

Dentre os temas trabalhados, destacam-se: Gestão Participativa,Relações Interpessoais, Viagem pelo mundo da Higiene, AbordagemLúdica de Leitura, Gestão Humana, Orientação Sexual, Pedagogia deProjetos, Ludicidade e Aprendizagem, Educação Ambiental,Reciclagem e Reutilização de Materiais Descartáveis, ProjetoPedagógico (PP), Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE),Conselho Escolar, Planos Gestores e Regimento Escolar, GrêmioEstudantil e Conselho de Representantes de Turmas, Educação eSaúde, Saúde Sexual, Formação de Equipes, Vivenciando a Paz naEscola, Educação Especial, Meio Ambiente, além de temasespecíficos que atenderam às necessidades das comunidades escolare local. A tabela a seguir demonstra algumas das ações desenvolvidaspelo Projeto.

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Educação pública com qualidade social: uma prática do PGP/LIDERE

Data Atividade Categoria da

atividade Mediador (es) Local Participantes

Reunião PGP/LIDERE Aprimoramento.

Lindnoslen Guelnete Costa Pinna e Regina Maria de

Souza Fernandes.

ISP/UFBA

Salvador-Ba. Equipe PGP/LIDERE.

23/10/03

Palestra: Avaliação Institucional e de desempenho.

Aprimoramento.

Lys Vinhaes. ISP/UFBA Salvador-Ba.

Equipe PGP/LIDERE/FINEP.

04/12 e 05/12/03

Participação no 1º Seminário Nacional Gestão Educacional em tempos contemporâneos.

Eventos.

Katia Siqueira de Freitas e Mara Schwingel.

Centro Universitário UNIVATS.

Profissionais e estudantes da área de educação.

Laboratório da Vivência Pedagógica: “A Paz na Escola”. Aprimoramento. Fernanda Bastos e Roberta

Adorno Lima.

ISP/PGP/LIDERE.

Equipe PGP/LIDERE.

08/07/04 Curso Gestão de Projetos. Aprimoramento. Maria das Graças Galvão. ISP/PGP/LIDERE. Equipe PGP/LIDERE.

08/09 a 10/09/04

Visitas às Escolas PGP/LIDERE/FINEP.

Assessorias.

Equipe Técnica PGP/LIDERE/FINEP.

Escola Municipal Mirantes de Periperi (Rua do Curió, s/n, Mirantes de Periperi)

Escola Municipal Agripiniano de Barros (Rua

Pedro Lopes, 34, Praia Grande)

Escola Municipal Santa Terezinha

(Rua Direta, s/n, Santa Terezinha).

José Raimundo Paim de Almeida

Maria Cleide de Souza Mira Marli Raquel dias Souza Patrícia Santos da Paixão

Estela Márcia Veloso Maria Áurea Ribeiro.

14/03/05 Vivência Pedagógica: como

transformar um grupo em uma equipe de sucesso.

Vivência Pedagógica.

Estela Márcia Veloso Barreto e Eudes Rodrigues da Silva.

Escola Municipal Santa

Terezinha Rua: Direta s/n – Escada –

Santa Terezinha.

Equipe PGP/LIDERE; comunidades escolar e local

das Escolas Municipais Santa Terezinha,

Agripiniano de Barros e Mirantes de Periperi.

O trabalho com esses temas proporcionou a atualização permanentedas equipes executoras e participantes do Projeto.

Um dos aspectos mais desafiantes do Projeto foi o trabalho integradoentre as três escolas parceiras. Apesar da interface entre elas, otrabalho foi desenvolvido considerando a identidade de cada unidadeescolar, suas necessidades e especificidades. Ao mesmo tempo, juntas,

as diferentes comunidades escolar e local puderem trocar experiênciase descobrir caminhos alternativos à superação de seus desafiosestabelecendo relações solidárias e cooperativas.

Entretanto, como não poderia deixar de destacar, o Projetoultrapassou os limites do âmbito formal e institucional à medidaque valorizou a formação humana dos profissionais envolvidos no

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

processo educativo. Não basta constituir Conselhos Escolares,Grêmios Estudantis, apoiar a elaboração de Propostas Pedagógicase Planos de Desenvolvimento da Escola se as pessoas não sesentirem motivadas e envolvidas na proposta de trabalho. Essamotivação passa necessariamente pela valorização das qualidadese reconhecimento das potencialidades de cada pessoa que constituia coletividade da escola, est imulando-as a desenvolvercompetências e habilidades e aprender permanentemente. Sob estaótica, os aprimoramentos realizados pelo Projeto por meio dasvivências, cursos, palestras, seminários de integração possibilitarama valorização dos profissionais das escolas parceiras.

Em maio de 2005, por exemplo, as gestoras Antonia Vilma Sales,Maria Benedita da Silva e Suelia Queiroz participaram do “IWorkshop de Centros de Referências em Tecnologias de Gestão”promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), noRio de Janeiro em maio de 2005, compartilhando os desafios en-frentados por escolas públicas baianas, do subúrbio ferroviário deSalvador, e o impacto do trabalho realizado em parceria com o Pro-jeto na busca de uma educação pública com qualidade social.

A gestora Maria Benedita da Silva (Escola Municipal SantaTerezinha) destacou que dentre as atividades promovidas pelo Pro-jeto, o trabalho voltado para as relações interpessoais na unidadeescolar, o qual envolveu todos os segmentos da escola promoveu

uma significativa mudança do clima escolar. Atualmente, há maior

interação e participação entre os professores e a equipe gestora. Na

Escola Municipal Agripiniano de Barros, o impacto mais positivo,

segundo a gestora Suelia Queiroz, refere-se às atividades realizadas

com os pais no intuito de envolvê-los no processo educativo. Além

disso, a escola conseguiu superar alguns de seus desafios, como a

limitação do espaço da escola, por meio das vivências, palestras e

publicações que promoveram o resgate da auto-estima dos profes-

sores motivando-os a desenvolver um trabalho diferenciado elabo-

rando projetos que articulam as dimensões teórica e prática, promo-

vendo uma aprendizagem mais significativa. A gestora Antonia

Vilma Sales da Escola Municipal Mirantes de Periperi afirmou que

o apoio à aprendizagem dos alunos do Ciclo Básico de Ensino II

(CEB), as palestras realizadas com a comunidade local e o Projeto

Aluno Monitor que objetiva desenvolver lideranças entre os alu-

nos foi imprescindível para a melhoria dos processos gestor e pe-

dagógico.

O fruto das ações desenvolvidas em parceria entre o Projeto e as

unidade escolares é o fortalecimento da gestão participativa e de-

mocrática sendo esse um lugar comum no discurso das gestoras.

Pode parecer simples, mas esta oportunidade favoreceu a elevação

da auto-estima das gestoras à medida que as mesmas se relaciona-

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ram com outras realidades, outras pessoas, expondo-se diante de-

les. Essa exposição diante o outro requer a confiança em nós mes-

mos e naquilo que fazemos; nos sentimos valorizados como ser

humano pelo trabalho que realizamos. Desse modo, percebe-se que

a valorização humana é capaz promover mudanças internas signifi-

cativas suscitando uma nova postura diante do mundo e, conse-

qüentemente, novas práticas.

Com efeito, o Projeto foi desenvolvido com ênfase na qualidade

social da educação a qual implica no aprimoramento da pessoa em

sua integralidade e complexidade desenvolvendo a autonomia, co-

municação, participação; promovendo a inclusão do indivíduo no

meio social, político, cultural, no mercado de trabalho, no processo

de tomada de decisões.

Enfim, o principal compromisso foi apoiar a educação do Ensino

Fundamental, considerando a multireferencialidade dos processos

gestor e pedagógico, a gestão democrática e participativa da escola

pública e a busca pela autonomia da escola, desenvolvendo lide-

ranças para atuar nas linhas estabelecidas e nas ações propostas,

viabilizando o desenvolvimento de estratégias e novas soluções para

os desafios educacionais especialmente a educação com qualidade

social.

Conclusão

A gestão escolar assumiu uma nova concepção à medida que incor-porou a complexidade, dinâmica e flexibilidade características domundo contemporâneo. Ela agrega às práticas que se desenvolvemno interior da escola, o valor social e objetiva garantir a qualidadesocial da educação promovendo a sinergia pedagógica, o fortaleci-mento da idéia de democratização do processo pedagógico e culti-vando princípios e valores necessários à sua efetivação.

Desse modo, promove a ressignificação da educação e do papel daescola de modo a atender às demandas da sociedade globalizada eem mutação, preparando os indivíduos para o pleno exercício dacidadania.

Nesse contexto, o Projeto Liderança em Gestão Educacional: bus-cando caminhos para a escola efetiva realizou um trabalho não sódando ênfase ao desenvolvimento de competências técnicas, mastambém preocupado com a valorização do ser humano. Assim,oportunizou a formação continuada em serviço para educadores edirigentes dos sistemas de ensino; motivou e desenvolveu a auto-estima de educadores e educandos de escolas públicas municipaisno intuito de melhorar a qualidade social da educação; implementoua participação e parceria da comunidade escolar e local nas açõesdesenvolvidas pela Unidade Escolar; enfim, viabilizou o fortaleci-

Educação pública com qualidade social: uma prática do PGP/LIDERE

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

mento dos processos gestor e pedagógico das escolas parceiras e,por conseqüência, a melhoria da qualidade da educação pública.

.Referências

[www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/.] Acesso em 12/04/05.

[www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.html.]Acesso em 12/04/05.

GERIR: Informativo do Programa Gestão Participativa com Liderança emEducação, Linha Temática Política e Gestão em Educação [do] PPGE [da]FACED [da] UFBA, Salvador, v.9, n.33, set./out., 2003.

GERIR: Informativo do Programa Gestão Participativa com Liderança emEducação, Linha Temática Política e Gestão em Educação [do] PPGE [da]

FACED [da] UFBA, Salvador, v.8, n.24, mar./abr 2002.

GERIR: Informativo do Programa Gestão Participativa com Liderança em

Educação, Linha Temática Política e Gestão em Educação [do] PPGE [da]

FACED [da] UFBA, Salvador, v.8, n.25, mai./jun, 2002.

LUCK, H; FREITAS, K. S. de; GIRLING, R.; KEITH, S. H. A escola

participativa: o trabalho do gestor escolar. 6.ed. Rio de Janeiro: Vozes,

2005.

_______. Gestão educacional – estratégia para a ação global e coletiva no

ensino. Gestão em Rede, Curitiba, n.03, p. 13-18, nov. 1997.

SENGE, Peter M. A dança das mudanças. Rio de Janeiro: Campus,

2000.

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Um trabalho educacional integrado com qualidade socialUm trabalho educacional integrado com qualidade socialUm trabalho educacional integrado com qualidade socialUm trabalho educacional integrado com qualidade socialUm trabalho educacional integrado com qualidade social

Resumo: o presente texto relata a experiência de dois anos (2003-2005) do Projeto Liderança emGestão Educacional: buscando caminhos para escola efetiva em três escolas públicas municipaisdo Subúrbio Ferroviário de Salvador-Ba. Enfatizamos, entre outras questões, a importância dotrabalho integrado para fortalecer a gestão pedagógica e administrativa visando a melhoria daqualidade social da educação.

Palavras-chave: Gestão Participativa; Trabalho Integrado; Auto-estima; Qualidade Social daEducação.

Nos dias atuais, inúmeras são as discussões que remetem à gestão educacional como um fator propulsor da qualidade social daeducação. Nessa perspectiva, o compromisso do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para escola efetiva foifortalecer a educação do Ensino Fundamental, buscando superar os desafios dos processos gestor e pedagógico. A metodologia foidesenvolvida nas Escolas Municipais Agripiniano de Barros, Mirantes de Periperi e Santa Terezinha por meio de assessorias, seminários,palestras, cursos e vivências pedagógicas.

As assessorias às escolas foram quinzenais, conforme previsto no cronograma do Pro-jeto, e realizadas sempre por dois representantes do Programa. A comunicação clara eeficaz entre as escolas parceiras e a equipe do projeto facilitou a elaboração e a organi-zação de materiais didáticos destinados às Vivências Pedagógicas, às palestras, comotambém à divulgação das atividades a serem realizadas.

Estela Márcia Veloso Barreto1

Marli Raquel Dias Souza2

1Especialista em Administração Universitária, UECE.Bolsista Finep. E-mail: [email protected]

2Pedagoga, UFBA. Estudante de Especialização, UFBABolsista Finep. E-mail : marl [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Segundo Abreu (2001):

Na gestão escolar, a comunicação é um aspectodos mais relevantes e complexos, visto que acomunidade escolar é composta por pessoas depersonalidades distintas e, portanto, comcapacidades de percepção diferenciadas, o quepode oferecer barreiras à comunicação, fazendocom que pessoas entendam de forma diferenteuma mesma mensagem ou idéia. (ABREU, 2001,p.114).

Chang (1996) argumenta que a comunicação “é a essência dotrabalho em equipe”, diz ainda que o trabalho coletivo requer acomunicação efetiva, a escuta ativa, a resolução eficaz de conflitose a motivação constante.

Na realização do projeto a comunicação límpida e transparente foium fator determinante para envolver todos os atores institucionaisno trabalho desenvolvido.

Visando colaborar com a prática pedagógica dos educadores eeducandos, a equipe participou das reuniões de AtividadeComplementar (AC)1, planejando em parceria com os educadoresações que fortaleceram a atuação pedagógica dos docentesenvolvidos no processo educacional. Esta estratégia permitiuestreitar as relações entre a equipe do Projeto e educadores da escola,estimulando o desenvolvimento de novas competências didático-pedagógicas e relacionais, como também a socialização dos

conhecimentos aplicados nas Palestras e Vivências Pedagógicasrealizadas sempre de acordo as necessidades das escolas parceiras.

Essas vivências aconteceram nas unidades escolares, possibilitandoa troca de experiências e o contato com os desafios que envolvem arealidade das três escolas parceiras do projeto. É importante ressaltarque durante a realização das atividades a equipe do projeto atuounas salas de aula, da escola que estava sediando a vivência, paraque os educadores participassem sem dispensar os educandos.

A parceria, confiança, solidariedade, cooperação e interação entreas pessoas que desenvolveram o trabalho foram fundamentais paraalcançar o sucesso desejado. É impossível trabalhar em equipe se osmembros não trocarem experiências e não cooperarem uns com osoutros no desenvolvimento de suas atividades.

Para Chiavenato (2000) nas interações humanas, ambas as partes seenvolvem “mutuamente”, uma influenciando a atitude que a outrairá tomar e vice-versa. Nessa perspectiva, percebe-se que quandonos importamos com os outros e os ajudamos, descobrimos que aresposta acontecerá de modo recíproco.

Essa cooperação é indispensável para o sucesso da escola econseqüentemente do êxito dos educandos. Logo é de fundamentalimportância que os gestores, educadores, educandos, pais ecolaboradores estejam articulados e cooperando uns com os outros,pois todos têm o mesmo objetivo: fazer acontecer uma educaçãoreferenciada no social e na efetivação da cidadania plena.

1 Reuniões semanais destinadas ao estudo e planejamento das atividades a serem desenvolvidas na Unidade Escolar.

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nidades sociais da vida em sociedade, pois a organização da escola esua gestão revelam seu caráter excludente ou includente.

Souza (2004), em uma pesquisa realizada na Escola MunicipalAgripiniano de Barros demonstra que gestão participativa na unida-de escolar envolve os educadores, educandos, pais, colaboradores egestores no compartilhamento de metas, prioridades e objetivos paraalcançar a qualidade social da educação. Utilizando as seguintes ques-tões para a categoria gestão participativa:

1. A equipe gestora compartilha metas, prioridades e objetivoscomuns?

2. A equipe gestora planeja em parceria com os demaismembros da escola a realização de atividades?

9. A gestora manifesta confiança e expectativas nas habilidadesdos professores e funcionários?

10. A gestora é disponível e flexível?

11. A gestora e os professores interagem e se comunicamcom alunos e pais individualmente ou em reuniões?

A análise do instrumento de pesquisa revelou um percentual de 90%de respostas afirmando que a equipe gestora sempre compartilhametas, prioridades e objetivos comuns, planejando em parceria comos demais membros da escola a realização de atividades, contribuindopara que todos se sintam envolvidos no processo de gestão escolar.Um dos fatores essenciais para o sucesso da Gestão Participativa é

Segundo a educadora Norma Souza Santos da Escola MunicipalAgripiniano de Barros, as vivências pedagógicas foram momentosriquíssimos de aprendizagem, pois possibilitou a troca de experiênciaentre os educadores das três escolas parceiras. Foram oportunidadespara conhecer novas práticas pedagógicas que estão dando certo, epodem ser aplicadas no nosso contexto escolar.

Superando desafios

Após dois anos de atividades do Projeto Liderança em GestãoEducacional: buscando caminhos para a escola efetiva, foi possível perceberque as Escolas Municipais Agripiniano de Barros, Santa Terezinha eMirantes de Periperi são instituições sempre presentes e atuantesnas atividades desenvolvidas pelo Projeto. As comunidades escolare local ajudaram a desenvolver ações que melhoraram os processospedagógicos e administrativos formando uma forte parceria com oprojeto.

Sempre que possível, a equipe de assessoria realizou atividades, quepossibilitaram o envolvimento e a participação das comunidadesescolar e local. As palestras e Vivências Pedagógicas desenvolvidasforam instrumentos de aprimoramento pessoal e profissional dascomunidades escolar e local, contribuindo para a qualidade do ensinoe fortalecimento da gestão participativa.

Segundo Ferreira (2000), uma boa ou má gestão educacional exerce-rá influência relevante quanto à possibilidade de acesso às oportu-

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

a confiança que o líder deposita nos seus membros. Nesse aspecto100% das pessoas responderam que o gestor sempre confia nashabilidades individuais e coletivas. Segundo Chalita (2003, p.114):

Independentemente da área de atuação, as pessoasquerem aprender, crescer, desenvolver suasaptidões e habilidades, obter reconhecimento erecompensas à altura de suas qualificações, de seusesforços. Entre superiores e subordinados deveexistir uma relação de mestre e aprendiz. Umarelação de educador e de educando. O verdadeirolíder precisa transmitir confiança, compartilharconhecimentos e agregar forças em torno deobjetivos comuns.

A presença do gestor na Unidade Escolar para viabilizar os proces-sos administrativo e pedagógico é de fundamental importância parao sucesso da Gestão Participativa. Por meio da análise do gráfico Aconstatou-se que um percentual de 80% dos entrevistados conside-ra a gestora sempre disponível e flexível.

Constata-se pela análise do gráfico A que na instituição pesquisada,segundo 80% dos entrevistados a comunicação e a interação comos pais e educandos sempre ocorrem, tanto em reuniões comoindividualmente, o que favorece uma maior participação no ambienteescolar.

É importante destacar que, durante o desenvolvimento do projetoos pais e educandos das três escolas parceiras sempre participaramdas atividades realizadas, o que possibilitou o fortalecimento de vín-culos afetivos, a cumplicidade na realização das ações educativas,elevando a qualidade do processo ensino-aprendizagem.

A equipe de assessoria buscou estratégias eficazes, elaboradas emparceria com a comunidade escolar, quando a troca de experiênciasentre elas foi vital para a superação dos desafios que comprometema qualidade do ensino.

Como exemplo, podemos citar a Escola Municipal Agripiniano deBarros que em uma das assessorias pedagógicas, a gestora SueliaRibeiro Queiroz nos relatou seu interesse em implementar um Projetode Leitura que contemplasse todos os educandos da escola, mas afalta de espaço físico para implementar uma sala de leitura significavaobstáculo.

Diante desse desejo, nós aproveitamos a Jornada Pedagógica 2004 eapresentamos a seguinte proposta:

0 %

10 %

20 %

30 %

40 %

50 %

60 %

70 %

80 %

90 %

100 %

1 2 9 10 11

G ráfico A: C ateg oria G estão Partic ipativa

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Fonte: Escola Municipal Agripiniano de Barros

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AÇÃO

RESPONSÁVEIS PRAZO LOCAL FINANÇAS / RECURSOS JUSTIFICATIVA PROCEDIMENTO

1 – Projeto de Leitura 1.1 Realizar uma reunião com a equipe pedagógica da Escola para discutir a implementação de um Projeto de Leitura. 1.2 Elaborar um cronograma com as ações do projeto. 1.3 Mobilizar a comunidade escolar e local para arrecadar materiais (livros, revistas, gibis, jornais, etc) para o Projeto de Leitura. 1.4 Definir junto aos professores qual e como o material arrecadado será utilizado no Projeto de Leitura. 1 5 A i

Assessoria do PGP/LIDERE: Lindnoslen Guelnete Costa Pinna e Marli Raquel Dias Souza. Equipe Pedagógica da Escola: Diretora: Suelia Ribeiro Queiroz Vice-diretora: Alaide de Jesus Andrade Professores: Maria Inez Maria Alves Maria Auxiliadora Norma Souza Santos Mário José Santana Vieira 1.3 – Equipe de assessoria PGP/LIERE, equipe pedagógica da escola e alunos. 1.4 Equipe de Assessoria

PGP/LIDERE e equipe pedagógica da escola.

1 5 E i d A i

1 - Início : Fev. 2004 Término: Nov. 2004 1.1 Fevereiro 1.2 Fevereiro 1.3 Março 1.4 Abril 1 5 M

1- Sede da escola 1.1 Sala de aula Data: a combinar Horário 1.2 Sala de aula na reunião do AC Data : a combinar Horário: 1.3 Sala de aula Data : a combinar Horário: 1.4 Sala de aula na reunião do AC Data : a combinar Horário: 1 5 S l d l

1.1 Transporte da Equipe de Assessoria, textos de sensibilização, flip-chart e pincel atômico. 1.2 Transporte da Equipe

de Assessoria 1.3 Transporte da Equipe de Assessoria. 1.4 Transporte da Equipe

de Assessoria. 1 5 T d E i

Visa incentivar a leitura dos diversos tipos de literatura, a produção de textos pelos alunos e envolvimento da comunidade escolar e local no processo de ensino-aprendizagem.

1.1 Elaborar o Projeto de Leitura e inseri-lo no PDE da escola; 1.2 Construir um calendário com as possíveis datas para as ações previstas. 1.3 Os alunos elaborarão panfletos convidando a comunidade local a participar do projeto e por meio da doação de livros, revistas, gibis, jornais, etc. 1.4 Selecionar os materiais arrecadados definindo o que é mais adequado para cada série. 1 5 A l (

Proposta do Projeto de Leitura

Elaborado pela equipe de Assessoria: Lindnoslen Guelnete Costa Pinna e Marli Raquel Dias Souza. Salvador, 09/02/2004.

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Felizmente, o Projeto de Leitura hoje na escola MunicipalAgripiniano de Barros é uma realidade e um sucesso, graças àiniciativa e ao comprometimento dos seus profissionais que sãoengajados na realização de um trabalho educativo de qualidade social,contribuindo na preparação de cidadãos capazes de participaremativamente do mundo letrado do qual fazem parte.

Depois dessa iniciativa, a educadora Maria Auxiliadora da EscolaMunicipal Agripiniano de Barros afirmou que os educandos queapresentavam dificuldades na leitura e produção de textosconseguiram avançar, pois o projeto de leitura valorizou suasproduções aumentando a auto-estima e a confiança no seu potencial.

Outra preocupação da equipe gestora da Escola MunicipalAgripiniano de Barros era mobilizar os pais para refletirem sobre oslimites e disciplina na educação dos seus filhos. Conseguir um espaçofísico para reunir todos os pais era um desafio, diante disso foirealizada uma parceria com o Instituto Educacional Ara ketu quedisponibilizou o espaço para desenvolver a atividade.

A parceria entre o projeto, Instituto Educacional Ara Ketu, EscolaMunicipal Mirantes de Periperi e Escola Agripiniano de Barrosoportunizou a realização, no dia 09/11/2004, da Vivência Pedagó-gica Limites e Disciplina: uma construção diária, com o objetivo derefletir sobre a construção cotidiana dos limites e disciplina das cri-

anças. A educadora Alicia F. Santos de Souza da Escola MunicipalMirantes de Periperi foi uma das mediadoras da atividade que con-tou com a participação das comunidades escolar e local da EscolaMunicipal Agripiniano de Barros fortalecendo, assim, a parceria en-tre escola e pais na educação das crianças.

Segundo a gestora Suelia a palestra limites e disciplina foi maravi-lhosa, e até hoje tem alguns pais que falam: “Pró vamos fazer nova-mente aquele trabalho sobre limites, falar como o pessoal do proje-to para repetir”. Esta solicitação mostra como a palestra teve efeito.Outro indicativo do sucesso desse trabalho é que o comportamentodos educandos melhorou. Os pais estão acompanhando a vida esco-lar das crianças, cientes da importância de seu papel como educado-res, e que a parceria casa e escola é muito importante na educaçãodos seus filhos. Eles começaram a respeitar melhor os educadores eo papel da escola. Hoje é difícil termos queixa de agressividade dospais e dos educandos.

A equipe de assessoria que acompanhou a Escola Municipal Miran-tes de Periperi com a equipe gestora constatou que precisava daparticipação dos pais na educação de seus filhos. Nessa perspectiva,a escola poderia realizar atividades com a comunidade local, traba-lhando temas como: educação e saúde, planejamento familiar, higi-ene, limites e disciplina entre outros relevantes para o seu desenvol-vimento social e ao mesmo tempo formar uma sólida parceria comos pais. Pois, a comunidade é formada por pequenos comerciantes e

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moradores que sobrevivem no subemprego e com uma predominân-cia de afro-descendentes, que enfrentam questões sociais muito gra-ves.

Esse trabalho só foi possível graças ao empenho da equipe de asses-soria e equipe escolar que se dispuseram a realizar as atividades nofinal da tarde, horário em que os pais não estão trabalhando. Essaestratégia foi enriquecida com a participação dos pais no planejamen-to das atividades. Eles escolhiam os temas a serem trabalhados deacordo as suas necessidades e sugeriam como poderiam ser desenvol-vidos por meio de palestras ou vivências pedagógicas.

Outro desafio encontrado no desenvolvimento de uma gestãoparticipativa foram as relações interpessoais que vêm se tornandouma grande dificuldade do mundo atual, globalizado e marcado pelainfluência, a competitividade, e o individualismo da era da tecnologiae do controle remoto.

Nesse contexto, as instituições vêm reconhecendo nas relaçõesinterpessoais uma grande aliada para o trabalho em equipe. Quandonessas relações existem demonstrações de solicitude, apreço,confiança, respeito, capacidade de ouvir e empatia, instala-se umclima favorável para promover as ações propostas pela organização,o que propicia o progresso do trabalho a ser realizado.

Na Escola Municipal Santa Terezinha, a equipe de assessoria perce-beu que um dos entraves para realizar um trabalho educacional de

qualidade era a dificuldade das relações interpessoais no ambienteescolar. Diante dessa situação, a equipe de assessoria realizou umtrabalho contínuo nas atividades complementar (AC) e nas vivênciaspedagógicas enfocando, sempre que possível, que na gestãoparticipativa todos os atores institucionais possuem um papel fun-damental e importante. Pois, as suas ações vão refletir no trabalhocoletivo. Nessa perspectiva, o sucesso da Unidade Escolar dependedo esforço e comprometimento de cada um no desenvolvimento desuas funções.

A gestora Maria Benedita Palmeira Silva relatou que após esse tra-balho, as relações interpessoais na escola melhoraram e hoje repre-sentam uma fortaleza. Pois, todos estão unidos em prol de um tra-balho educativo de qualidade.

Considerações finais

O trabalho desenvolvido pelo projeto nas escolas proporcionou aformação continuada, e em serviço dos educadores, possibilitandoa socialização e troca de experiências exitosas entre as escolasparceiras.

Os temas trabalhados ressignificaram as práticas gestora e pedagógica,despertando para a ação-reflexão-ação no desenvolvimento doprocesso educacional, contribuindo para a qualidade social daeducação.

Um trabalho educacional integrado com qualidade social

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Segundo as gestoras das escolas parceiras o Projeto foi excelente,com uma convivência harmoniosa nestes dois anos, contribuiu deforma significativa para o desenvolvimento da escola porque au-mentou a auto-estima dos educadores e educandos, ajudando e co-laborando com busca de soluções, estando de mãos dadas com aunidade escolar na superação dos desafios cotidianos que o proces-so gestor enfrenta.

A integração entre as comunidades escolar e local das EscolasMunicipais Agripiniano de Barros, Mirantes de Periperi e SantaTerezinha, fortaleceu a liderança e a participação dos atoresinstitucionais (educadores, educandos, gestores, pais e colaboradores)nas ações desenvolvidas pela unidade escolar.

Cabe ressaltar que o êxito alcançado nas atividades realizadas foidevido à dedicação e vontade de cada ator envolvido, à busca daautonomia, à adequação das temáticas propostas, à realidade de cadaunidade de ensino. A produção de relatos de experiências bem suce-didas foram conseqüências salutares da implementação do projeto.

Mesmo com o sucesso do desenvolvimento do projeto, acreditamosque muito ainda é preciso ser feito. Pelos depoimentos de algunsrepresentantes das escolas parceiras, constatamos que eles estão mo-tivados a dar continuidade às ações implementadas e ajudar outrasescolas a superar os desafios que surgem, tendo a certeza que umtrabalho integrado representa uma fortaleza para as comunidadesescolar e local.

Referências:

ABREU, Mariza Vasques de. Progestão: como desenvolver a gestãodos servidores na escola? Módulo VIII/Mariza Vasques de Abreu,Esmeralda Moura; coordenação geral Maria Aglaê de MedeirosMachado. Brasília: CONSED – Conselho Nacional de secretários deEducação, 2001.

CHALITA, Grabiel. Pedagogia do amor: a contribuição de históriasuniversais para a formação de valores das novas gerações. São Paulo:Editora Gente, 2003.

CHANG, Richard Y. Construindo uma equipe de sucesso. São Paulo:Futura, 1999.

CHANG, Richard Y. O sucesso através das equipes. São Paulo: Futura,2000.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral daadministração. 6. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão democrática da educação:ressignificando conceitos e possibilidades. In: Gestão da Educação:possibilidades e perspectivas. 2000, p. 295-315.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. FINANCIADORA DE ESTU-DOS E PROJETOS (FINEP) MINISTÉRIO DA CIÊNCIA ETECNOLOGIA. EDITAL PROJETO VERDE AMARELO. Pro-jeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos paraa escola efetiva. 2003.

SOUZA, Marli Raquel Dias. O Impacto das relações interpessoaisna gestão democrática e participativa da escola: estudo de caso emuma escola pública de Salvador. 2004, p. 40-42.

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A metodologia do Projeto "Liderança em gestão educacional: buscando caminhos para a escola efetiva" se estruturou na pesquisa-ação-documentação e pressupôs as seguintes etapas: identificação da realidade por meio da coleta de dados “in loco” e análise documen-tal, definição, planejamento e execução da atividade planejada, documentação/avaliação da ação e re-planejamento - “feedback” àsescolas e à equipe de executores que foram assessoradas por pesquisadores seniores. Esse procedimento implicou num tratamentoindividual às Unidades de Ensino participantes.

As ações educativas eram definidas com a comunidade escolar; essas uma vez deliberadas, passou a comunidade a contar com assessoriapedagógica para subsidiar suas ações nos campos identificados. Essas ações foram desenvolvidas a partir de vivências pedagógicas,assessorias, desenvolvimento de lideranças e de pessoal docente, técnico e administrativo da área educacional. Concomitantemente, taisações possibilitaram a inclusão social, haja vista o alcance do projeto às minorias.

As vivências pedagógicas eram realizadas mensalmente e congregavam as unidades escolares participantes acerca de temas de interessecomum e que resultassem em ações concretas no seu cotidiano.

As assessorias pedagógicas aconteceram quinzenalmente e consistiram em reuniões entre a equipe do projeto e os líderes responsáveispelas Unidades de Ensino. Nessas assessorias ocorreram o delineamento e o compartir das ações educativas.

Os Seminários de Integração aconteceram semestralmente e tiveram por objetivo a socialização de experiências, avaliação do Projeto eplanejamento de atividades. Devido à abrangência do Projeto, as temáticas dos semi-nários foram sugeridas por seus participantes, representantes dos segmentos escolares:pais, alunos, funcionários, professores e comunidade local.

Metodologia do PMetodologia do PMetodologia do PMetodologia do PMetodologia do Projeto "Liderança em gestão educacional:rojeto "Liderança em gestão educacional:rojeto "Liderança em gestão educacional:rojeto "Liderança em gestão educacional:rojeto "Liderança em gestão educacional:buscando caminhos para a escola efetiva"buscando caminhos para a escola efetiva"buscando caminhos para a escola efetiva"buscando caminhos para a escola efetiva"buscando caminhos para a escola efetiva"

1Estudante de Filosofia, FBB. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

Regiane Lima Nascimento1

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

O desencadeamento das ações teve como núcleo gerador, mas nãoexclusivo, o trabalho nas escolas participantes,ações complemen-

tares e integradoras, cujos objetivos excederam o cotidiano escolare convergiram em qualidade social da educação.

Os parceiros

A efetivação de parcerias foi imprescindível para êxito do Projeto"Liderança em gestão educacional: buscando caminhos para a esco-la efetiva". Os parceiros participaram intensamente das atividades,ratificando a excelência das ações educativas realizadas. Nessatarefa podemos destacar como principais colaboradores:

Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR)

África (países) - Secretários de EducaçãoAssociação Nacional de Políticas e Administração da

Educação (ANPAE)Balas Florestal - Lajeado/RSBanco do Brasil - Agência OndinaBanco Real/ABN AMRO BANK - Agência Ondina

PREVISTO EXECUTADO ATÉ SETEMBRO/05

6 17

18 362 5

12 114MÓDULOS 13 13

PUBLICAÇÕES

REVISTAS 5 16

LIVRO 1 18

AVALIAÇÃO _ 12

SEMINÁRIO DE INTEGRAÇÃO

APRIMORAMENTO

EVENTOS _

ATIVIDADE

VIVÊNCIAS PEDAGÓGICAS

ASSESSORIA

Ações do Finep (agosto/03 a setembro/05)

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Barravento - Samba de raízesBrhama KumarisCaixa Econômica Federal - Agência OndinaCNPqElma ChipsEscola Municipal Vida Nova/ Prof. Anemari Menhard,

Lajeado/RSFAC - Conceição CabralFaculdade de Educação (FACED)/UFBAFundação de Apoio a Pesquisa ...FAPESBFE/UnB - Rogério de Andrade CórdovaFSBAFTD EditoraFundação FordGrupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ)Instituto Anísio Teixeira (IAT)Instituto Internacional de Pesquisa (IIPE), Felicitas

Acosta/Liliana Jabif,, Argentina/ParaguaiInstituto ARA KETUInstituto de Olhos FreitasInstituto Social da Bahia (ISBA)Jornal "A Tarde"LIGUE TAXI - CooperativaNortheastern University de Boston-USA - Mirna

LascanoPetrobrás

Programa de Formação Continuada de Gestores de Edu-cação Básica (Proged)

Programa Abrindo Espaços - UNESCORádio 104 FMRenageste/ConsedSECSérgio Oliveira da Silva - TransportesSMECSonoma State University - Robert GirlingTV - EUFMSUFMTUFRN - Antônio Cabral NetoUNIFOR - Ana CatribUNIME - Carmem BahiaUNIVATES/RS - Norma von Muller e pós-graduandosUniversidad Nacional de Colômbia - Colômbia - José

Gregório Rodriguez, entre outros.Universidad Tres de Febrero, Prof. Charlie Palomo,

Argentina.Programa Abrindo Espaços - UNESCORádio 104 FMRenageste/ConsedSECSérgio Oliveira da Silva - TransportesSonoma State University - Robert Girling

Metodologia do Projeto "Liderança em gestão educacional: buscando caminhos para a escola efetiva"

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluno: Ebert SantosEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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PPPPParticipação:articipação:articipação:articipação:articipação: a parceria de sucesso a parceria de sucesso a parceria de sucesso a parceria de sucesso a parceria de sucesso

Mara Schwingel1

Resumo: O artigo faz um paralelo entre as competências atribuídas pelo sistema municipal deensino ao gestor escolar e o desempenho da função no contexto escolar. Destaca também ascontribuições educacionais do PGP/LIDERE através do Projeto: Liderança em Gestão Educacional:buscando caminhos para a escola efetiva.

Palavras-chave: competências; gestor; parceria.

A partir da experiência desenvolvida em parceria entre ISP/PGP/LIDERE/FF/FINEP, sentimos a necessidade de realizar um estudosobre as competências para um bom desempenho do gestor, associadas às atribuições requeridas pela Secretaria Municipal de Educaçãoe Cultura de Salvador (SMEC). Para tal, selecionamos a Escola Municipal Agripiniano de Barros com a finalidade de analisarmos aarticulação entre as competências propostas pela SMEC, e o Regimento Escolar (RE). O Re é o documento legal, de caráter obrigatório,elaborado pela escola, que fixa a organização administrativa, didática, pedagógica e disciplinar. Nesse sentido, destacamos o objetivogeral do referido Projeto que visa fortalecer as lideranças educacionais, por meio do desenvolvimento de competências que levem agestões administrativa, financeira e pedagógica mais efetivas nas escolas públicas e, por conseqüência, à melhoria da qualidade doensino e da qualidade de vida nas comunidades sob influência escolar.

Com o estudo visamos contextualizar as referências básicas sobre RE. O RE deve ser sucinto e objetivo e não pode ser confundidocom a Proposta Pedagógica (PP) - documento norteador da escola, baseado no pro-cesso de construção permanente, na dinamicidade, na coletividade das intenções as-sumidas e na unicidade da teoria e prática. Além de contemplar o desenvolvimento da

1Mestranda em Educação, UFBA. Vice-Coordenadora doPGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

capacidade intelectiva, das habilidades de pensamento e a forma-ção continuada dos professores, o PP precisa estimular o gestor, ascomunidades escolar e local, o Conselho Escolar a participarem doprocesso educativo, a partir da avaliação constante das práticas es-colares.

Desenvolvimento

A escola, além de ser um espaço para a aprendizagem sistemática eintencional, é também um espaço para a consolidação da participa-ção democrática, de modo a superar as contradições e desenvolvera cidadania. O mais significativo do processo participativo na es-cola é fazer da participação não apenas um elemento de maior trans-parência, mas alavanca para a construção de relações sociais: hori-zontais e democráticas.

O processo participativo na escola permite fortalecer os direitosde cidadania e resgatar a importância do espaço político, apontan-do para o compartilhamento do poder. Portanto, o gestor exercemúltiplas funções para a construção efetiva do conhecimento, vi-sando o processo ensino-aprendizagem do alunado, tendo comonorte a gestão democrática e participativa.

Falar em participação na escola implica em discutir o papel do gestorescolar, frente às demandas da escola, considerando a democraciacomo via de discussão participativa e a gestão como processo cole-tivo de tomada de decisões. Autores como Lück et al (2002),

enfatizam que a "participação é entendida como uma forma regu-lar e significante de envolvimento dos atores do processo decisórioda organização". Com isso, percebemos que os membros da escolaestão envolvidos desde a elaboração dos objetivos, até o alcancedos mesmos.

O advento da democratização criou uma grande expectativa de quea prática das eleições diretas, instrumento de imprescindível valorna alternância do poder político nas sociedades em geral, pudesse,ao mesmo tempo, contribuir para modificar relações sociais autori-tárias em democráticas, no âmbito das instituições sociais, dentreelas as instituições educacionais. Nesse sentido, Bento (2001, p.132), reportando-se às primeiras décadas do século XX, apresentaa idéia de que: "... a educação era um importante fator de progressoe melhoria social,..., ainda,... a função da escola na promoção deuma sociedade democrática... e a vida pública requeria uma per-manente preocupação em reconstituir as escolas na base de valoresdemocráticos". Daí resultaria uma dupla concepção - a escola devepromover as condições democráticas da sociedade e, por outro lado,a própria democracia deve ser praticada dentro da escola.

A realidade brasileira passou a mudar com a organização emobilização dos Movimentos Sociais que viabilizaram um novocaminho de discussão sobre a gestão e a participação, tendo comobase legal macro a Constituição Federal de 1988 no inciso VI doArt. 206 que estabelece a gestão democrática na forma da lei e, "aposteriori", a LDB n° 9394/96 no inciso II do Art. 14 que garante

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a: "participação das comunidades escolar e local em conselhos esco-lares ou equivalentes".

Considerando tal idéia, com base em diversas leituras, podemosafirmar que todos os membros de uma instituição influenciam oambiente do qual fazem parte, mesmo sem ter plena consciência deseu poder de influência. Mas, para que a influência seja efetiva-mente algo positivo no processo de participação, é necessário queos atores estejam conscientes de seus papéis e das tarefas a desen-volver na gestão participativa. A qualidade da participação se re-vela, na prática, entre outros, com a legitimação das decisões to-madas pelas comunidades escolar e local, pela autonomia das uni-dades escolares na escolha de seus gestores e o respeito pelocontributo dos diferentes atores, em função da pluralidade das si-tuações por eles vivenciadas.

A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Salvador, no do-cumento: Gestão Escolar - Orientações Básicas, de fevereiro de 2003,captado no site http://www.smec.salvador.ba.gov.br, em 30 de abrilde 2004, ressalta que:

o gestor - cidadão e educador- é a pessoa de maior impor-tância e de maior influência individual numa escola. Ele éo responsável por todas as atividades na escola e as queocorrem ao seu redor e afetam diretamente o trabalhoescolar. É a sua liderança que dá o tom das atividadesescolares, que cria o clima para a aprendizagem, o nível deprofissionalismo e a atitude dos professores e dos alu-nos, bem como a credibilidade junto à comunidade, porser o principal elo entre esses elementos. Sua atuação de-termina, em grande parte, as características de uma gestãodemocrática, ou individualista e autoritária.

Por isso, é fundamental que o gestor desenvolva competências,como: criticidade, criatividade e capacidade de relacionamento,interagindo com os membros da equipe, estando sempre aberto amudanças advindas dos componentes da equipe ou mesmo das mu-danças provocadas pelo contexto social no qual a escola estáinserida, além de ser flexível diante dos problemas e incentivar es-tratégias para a melhoria do processo ensino-aprendizagem, e a con-quista da autonomia, via competência .

Falar em competência implica em conceituá-la. Segundo BernardRey, (2002, p. 220): "um conhecimento é também, de fato, umacompetência", ou seja, a competência faz a ponte entre o cognitivoe a ação a ser explicitada. Já Philippe Perrenoud, (2001, p. 20 a 21)conceitua competência como sendo "o conjunto dos recursos quemobilizamos para agir" e "a capacidade de um sujeito de mobili-zar o todo ou parte de seus recursos cognitivos e afetivos paraenfrentar uma família em situações complexas". Em síntese, ca-racterizamos a competência como os saberes para fazer, tambémé dinâmica que se ajusta conforme as diferentes situações. E oresultado destas situações, após a ação, deve ser avaliado parasabermos quais foram as competências mobilizadas.

Documento da SMEC

O documento da SMEC intitulado: Atribuições dos Gestores Es-colares da Rede Pública Municipal de Ensino que define as ações aserem desenvolvidas pelo gestor escolar diz que:

Participação: a parceria de sucesso

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

(...) o Gestor Escolar desempenha múltiplas funções eatende às demandas diversas que dependem de suaação gerencial. Deve possuir competências e habilida-des que lhe permitam exercer forte liderança para ado-tar medidas que levem à construção de uma escola efe-tiva, com base em uma cultura de sucesso, gerada egerenciada no interior da própria escola, alinhada àsnormas do Sistema Municipal de Ensino e aos princí-pios de uma gestão democrática e participativa"(www.smec.salvador.ba.gov.br ,em abril/04).

Das cinqüenta e duas competências oficializadas pela SMEC, des-tacamos três consideradas como eixos norteadores de um trabalhoefetivo com o projeto em questão:

- Gerenciar o funcionamento da escola em parceria com o Conse-lho Escolar, zelando pelo cumprimento do Regimento Escolar,observando a legislação vigente, normas educacionais e padrão dequalidade de ensino.

- Promover a construção do Plano de Desenvolvimento da Escola(PDE), bem como a sua execução e replanejamento, através de umtrabalho coletivo em parceria com o Conselho Escolar, medianteprocesso de análise dos resultados e proposições adequadas.

- Coordenar a elaboração e implementação da proposta pedagó-gica e sua operacionalização, através dos planos de ensino, articu-lando o currículo com as diretrizes da Secretaria. (Fonte:www.smec.salvador.ba.gov.br, 2004.

A Escola

A Escola Municipal Agripiniano de Barros localiza-se na Rua PedroLopes nº34 E, no bairro de Praia Grande, Subúrbio Ferroviário deSalvador - zona periférica. Integra a rede municipal de ensino e a

sua fundação data de março de 1949. É uma escola de pequenoporte, de acordo com os padrões da Secretaria Municipal de Edu-cação e Cultura de Salvador (SMEC) e funciona numa casa adapta-da, inadequada para uma instituição escolar. Composta de cincosalas de aula: duas salas no térreo, com divisória móvel entre elas eno primeiro andar, três salas bem exíguas, uma diretoria, uma can-tina, dois sanitários para os alunos, um para os professores e umaárea externa considerada pequena. Em 2004, atendeu a 222 alunosda primeira a quarta séries do Ensino Fundamental, nos turnos ma-tutino e vespertino, clientela esta, na sua grande maioria, filhos depais trabalhadores do comércio formal e informal, ou do empregodoméstico, ou seja, de baixa renda.

Em 2004, a escola era gerida por uma professora com formação emMagistério e estudante de Pedagogia da Faculdade Jorge Amado esua vice-gestora com formação em Magistério. O corpo docenteera formado por cinco professores com formação em Magistério eum professor diplomado em Pedagogia. Os funcionários de apoio(limpeza, merenda e serviço de secretaria) somavam um total dequatro pessoas.

Em parceria com as comunidades escolar e local, a escola Munici-pal Agripiniano de Barros desenvolveu dentre outros, o Projeto Lí-deres de Sala, envolvendo os alunos nas decisões da escola, forta-lecendo assim as lideranças e a participação de todos, uma vez quetem a obrigação, por seus projetos educacionais e pedagógicos, deatribuir competências e habilidades a todas as crianças, respeitan-

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do os limites de seus processos de desenvolvimento, a diversidadee a singularidade de suas possibilidades.

Das vinte e sete atribuições definidas para o gestor no Regi-mento da Escola, destacamos duas:

I. zelar pelo cumprimento do plano de trabalho dos docentes;

II. articular-se com a família e a comunidade, criando proces-sos de integração da sociedade com a escola.

Com a descrição das atribuições definidas pelo Órgão Central epela Unidade Escolar, podemos classificá-las em três tipos:

• administrativas: ações de cunho estrutural e legal;• pedagógicas: diretamente voltadas para o ensino-aprendizagem;• administrativo-pedagógicas: base estrutural para a ação pedagógica.

A SMEC em seu documento norteador relaciona 52 atribuições,sendo destas, 56,7% administrativas; 9,5% pedagógicas e 33,8%administrativo-pedagógicas. Já, através do Regimento Escolar daUnidade Escolar (U.E.), podemos constatar que foram contempla-das atribuições administrativas e administrativo-pedagógicas, numtotal de 28. Destas, 92,5% são atribuições administrativas e 7,5%são administrativo-pedagógicas.

Contribuições da equipe PGP/LIDERE

A partir da análise comparativa entre os dois documentos, a equipede assessoria pedagógica do PGP/LIDERE que acompanhava o

trabalho nos aspectos pedagógico, administrativo e financeiro daescola, socializou com a comunidade escolar os resultados. A co-munidade escolar sentiu-se sensibilizada e promoveu momentos deanálise documental e realizou as adequações conforme as atribui-ções que já vinham sendo realizadas e incorporou outras que nãoeram do conhecimento da gestora como sendo sua, adequando-asao documento da SMEC com a colaboração da comunidade esco-lar durante as reuniões de Atividade Complementar (A.C.) e outrosmomentos.

Conforme relato da gestora escolar, o estudo viabilizou novo nortee olhares sobre as competências do gestor e promoveu a estruturaçãodocumental do Regimento Escolar, que foi encaminhado à Secre-taria Municipal de Educação e Cultura de Salvador para análise eaprovação, na Coordenadoria de Acompanhamento eGerenciamento Escolar e posteriormente pelo Conselho Munici-pal de Educação.

Logo, percebemos a importância da gestão fundamentada no prin-cípio da comunicação, da autonomia, da participação. Conseqüen-temente, as comunidades escolar e local têm competência para de-cidir o como fazer. As atribuições descritas no Regimento Escolarda Escola classificam-se, na sua grande maioria, em administrati-vo-burocráticas. Essa conclusão se dá em função da análise docu-mental e de assessorias pedagógicas realizadas quinzenalmente peloPrograma Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE), através do Projeto Liderança em Gestão Educacional:

Participação: a parceria de sucesso

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

buscando caminhos para a escola efetiva, nas quais verificamosque há uma desconexão entre as competências descritas e aquelasque efetivamente o gestor desenvolve no dia-a-dia da escola. Asdescritas no Regimento Escolar estão de acordo com as atribuiçõeselaboradas pela SMEC, mas estão aquém do que efetivamente édesenvolvido pelo gestor desta U.E., caracterizado como pró-ativo,delegador de atribuições, responsável, identificador de problemascomplexos e dinâmico para resolvê-los com competência, conformea afirmação de Philippe Perrenoud, 2001, p. 14: "as competênciaspermitem-nos enfrentar a complexidade do mundo e nossas própriascontradições". Isto significa, ter que agir segundo as necessidades domomento, considerando as circunstâncias, e a atuação de outros ato-res como os vice-gestores, coordenador pedagógico, pessoal de apoio,designados para atuar na U.E.

O fato de certas competências pedagógicas ou administrativo-pe-dagógicas não estarem formalmente descritas no Regimento Esco-lar, não invalida o desempenho desse gestor, nessas categorias. Estasituação ocorre em função da dificuldade que muitos educadorestêm em nomear, descrever, detalhar as competências que lhes sãoinerentes, enquanto multiplicadores do saber.

Sugerimos à gestora a promoção de avaliações constantes com todoo elenco de atores envolvidos no processo educativo, de modo queatravés da reflexão crítica sobre suas competências seja buscado onível de excelência no desempenho de cada um e conseqüentemen-te, o documento da escola seja reestruturado, a fim de abarcar

competências já desenvolvidas por este profissional e nãoregistradas.

Cabe também ao gestor, exercendo uma liderança democrática,oportunizar a busca do conhecimento que gera competência, atra-vés de vivências pedagógicas e criação de parcerias que contribu-am para o alcance de forma criativa, dos objetivos da escola, base-ado no que afirma Le Boterf in Perrenoud (2001, p. 21):

(...) a competência não reside nos recursos (conheci-mentos, capacidades...) a serem mobilizados, mas naprópria mobilização desses recursos. A competênciapertence à ordem do "saber mobilizar". Para haver com-petências, é preciso que esteja em jogo um repertóriode recursos (conhecimentos, capacidades cognitivas, ca-pacidades relacionais...).

Um gestor, que se sente engessado diante das determinações doÓrgão Central para a tomada de decisões, acaba não colegiandoparticipativamente. E a consciência da busca da autonomia parci-al, conquistada via legislação, deve ser efetivamente abraçada.

A escola tem uma característica diferenciada em relação a empre-sas ou a qualquer outro segmento da sociedade, porque a ela competeser eficiente e eficaz todo tempo, e estar, constantemente, sendoavaliada pela comunidade local. O gestor que delega açõesdecisórias, compartilha responsabilidades, interage com os mem-bros da equipe, aberto a mudanças pertinentes provocadas ousugeridas pelo Sistema do qual faz parte ou do contexto social no

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qual está inserido, estará garantindo a conquista da autonomia econtribuindo para o desenvolvimento de outras ações que efetiva-mente agilizem o processo mais significativo da escola - a aprendi-zagem do alunado.

Conclusão

Neste momento de mudanças em que os sistemas educacionais vi-vem a busca da qualidade e que tanta ênfase é dada à participaçãodemocrática e à formação de cidadãos, é importante destacar a par-ticipação. A escola, através da sua cultura e da forma em que estáorganizada, busca condições de interagir com o mundo ao seu redor,desenvolvendo uma gestão pautada em uma cultura organizacionalparticipativa e democrática, utilizando o diálogo com as comunida-des escolar e local. E isto efetivamente o PGP/LIDERE tem reali-zado em parceria com as escolas, pois assessora, acompanha e avaliaa realização da melhoria da gestão escolar.

Acreditamos que sem a participação ativa e crítica das pessoas, difi-cilmente se consolidará a qualidade social da educação. É preciso ocompromisso de todos, pois a escola sozinha, em especial o gestorescolar, não pode resolver os problemas da fome, do desemprego, dacriminalidade, da violência e tantos outros, mas pode com o fazerpedagógico, trabalhar para reduzir os índices de repetência e evasãoescolar e efetivamente contribuir com o processo ensino-aprendiza-gem. Além disso, deve incorporar ao processo de construção de co-

nhecimento, um imperativo ético, com base na cidadania e autonomia.Sabemos também, que uma gestão participativa, principalmente nasinstituições educacionais é algo complexo, pois a sociedade numcontexto amplo, é composta de aspectos e fatos desencontrados,ou distintos, dificultando uma ação mais eficaz das organizaçõeseducacionais.

Portanto, os atores envolvidos devem desenvolver suas competên-cias de modo a se constituir em um todo harmônico a busca dosucesso da educação.

Referências

BENTO, Paulo Torres. A educação para a cidadania no cur-rículo. Revista Portuguesa de Educação. Braga, v. 14, n. 1, p.132, 2001.

BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabe-lece as diretrizes e bases da educação nacional. Lex:Carta.Brasília, 1997.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da RepúblicaFederativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola:teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

Participação: a parceria de sucesso

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

LUCK, H; FREITAS, K. S. de; GIRLING, R.; KEITH, S. H.A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 6.edRio de Janeiro: Vozes, 2005.

SANTOS, Boaventura de Sousa. Democratizar a demo-cracia - os caminhos da democracia participativa. Rio deJaneiro: Civilização Brasileira, 2002.

PERRENOUD, Philippe. Ensinar: agir na urgência, deci-dir na incerteza. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.

REY, Bernard. As Competências Transversais em ques-tão. Porto Alegre: Artmed, 2002.

Site consultado:

[www.smec.salvador.ba.gov.br]. Acesso em 30 de abril de2004.

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Gestores escolares consolidam parceriasGestores escolares consolidam parceriasGestores escolares consolidam parceriasGestores escolares consolidam parceriasGestores escolares consolidam parcerias

A equipe do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva, depois de realizar a reunião para asavaliações de suas ações durante o ano de 2004, identificou pontos fortes e fracos, avanços, dificuldades e desafios a serem enfrentadosem 2005.

De posse da coleta de dados dos questionários da ficha-perfil, realizados durante as visitas de assessoramento às escolas municipaisSanta Terezinha, Agripiniano de Barros e Mirantes de Periperi, evidenciou-se a necessidade de se construir novos caminhos para todosque desejam uma educação de qualidade, com o pressuposto de uma Gestão Participativa, novas metas foram traçadas com o objetivo demelhorar a qualidade do ensino público da rede municipal de Salvador dando enfoque às Escolas Parceiras.

Foram propostas novas estratégias de trabalho, com a equipe gestora, discutindo ações que viabilizassem as parcerias. Esse projetosurgiu do desejo de realizar algo em nosso dia-a-dia que fosse imprimir a missão do Programa, e que otimizasse recursos fazendo comque a comunidade local atendesse às suas reais necessidades.

O fortalecimento da Gestão Participativa

Todo princípio democrático na gestão escolar exige o repensar da escola nas suas ações,necessidades e interesses, bem como no contexto das demandas sociais. Partindo dessepressuposto percebemos uma forte ação de comunicação com as famílias e a comunida-de escolar a partir do fortalecimento da gestão participativa.

Maria Áurea Santos Ribeiro1

Solange Nascimento de Lima2

2Especialista em Educação Básica para Jovens e Adultos,UNEB. Bolsista Finep. E-mail: [email protected]

1Pedagoga, FEBA. Bolsista PGP/Lidere.E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

O projeto tem levado toda comunidade escolar e local à reflexão daimportância da gestão participativa dentro e fora do espaço escolaratravés de ações para o desenvolvimento de experiências teórico-práticas no contexto escolar e no sistema de ensino.

Segundo Luck (2002), o gestor escolar democrático hoje trabalhaassociado a pessoas, analisando situações, decidindo sobre seu en-caminhamento e agindo sobre elas em conjunto.

Como já acontece com as escolas Municipais Santa Terezinha,Agripiniano de Barros e Mirantes de Periperi, através dos aprimora-mentos direcionados para as comunidades local e escolar, a mesmapassa a refletir sobre a importância dessas práticas compreendendocomo um direito que se efetiva quando conquistado.

Conquistar é apostar nas experiências e mobilizar essa comunidadepara o exercício de cidadania. O desafio está lançado para que osgestores escolares trabalhem sob uma perspectiva voltada para ino-vações e o fortalecimento da escola promovendo a reenergizaçãoque vai levar a novas ações.

Desenvolvimento social das comunidades escolar e local

Inspirando-se na fala de Ferreira (2001) quando diz estar fazendoum convite à transgressão das amarras que impeçam a pensar por simesmo, construir uma nova relação educativa, baseada na colabo-ração na sala de aula, na escola e com a comunidade o Projeto Lide-

rança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escolaefetiva, aponta proposta no aprimoramento da comunidade escolare local desenvolvendo Vivências Pedagógicas realizadas de acordoa necessidade e a solicitação das escolas.

Os temas trabalhados nas vivências: Viagem pelo Mundo da Higie-ne - 20/04/04, Uma Abordagem Lúdica de Leitura - 20/05/04,Vivenciando a paz na Escola - 15/07/04, Limites e Disciplina- 09/11/04, Reaproveitamento de Materiais Recicláveis - 24/05/04, Ges-tão Humana - 17/09/04, Como Transformar um Grupo em umaEquipe de Sucesso - 15/03/05 e A Importância da Ludicidade naAprendizagem - 09/06/05, aprimoraram a prática pedagógica egestora, despertando a reflexão dos professores para a ressignificaçãoda metodologia na sala de aula. Assim a socialização e troca de ex-periências propiciaram resultados significativos entre as escolas par-ceiras que dessa maneira reflete tanto na valorização do profissio-nal de educação e da comunidade local como no desempenho dosalunos:

Escolas Matricula inicial Matricula final Alunos aprovadosEscola MunicipalSanta Teresinha 422 293 237Escola MunicipalMirantes de Periperi 901 911 578Escola MunicipalAgripiniano deBarros

233 198 176

Análise do total de matrículas e respectivos dados deaprovações das escolas finep em salvador no ano de 2004

Fonte: secretaria das respectivas escolas

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(...) O aprimoramento da equipe em diversas áreas da gestão escolar,através do fortalecimento das lideranças: pais, educadores, educandos,colaboradores, gestores e o considerável aumento na participação dacomunidade escolar e local têm influenciado nas decisões importantes,estimulando o trabalho coletivo e assim propiciar uma melhoria da auto-estima e todos os envolvidos.

Daí a preocupação constante com o planejamento pedagógico queocorre nas atividades complementares (AC) as quais ocorremsemanalmente na preparação de professores, dirigentes e dasescolas, para a motivação dos profissionais de educação dosestudantes de escolas públicas municipais.

A atualização, em serviço, é realizada através de vivênciaspedagógicas, assessorias, seminários de integração e encontrossemestrais, quando destacamos os temas que trabalhamos durante oprojeto: Gestão Participativa, Relações Interpessoais, AbordagemLudicidade Leitura, Gestão Humana, Pedagogia de Projetos,Reciclagem e Reutilização de Materiais Descartáveis, Plano deDesenvolvimento da Escola, Formação de Equipes, Vivenciando aPaz na Escola, além de temas específicos que atenderam àsnecessidades da escola que refletem na comunidade local ,propiciando assim através da participação de um processo dinâmicoe interativo permitindo às pessoas a oportunidade de controlar opróprio desenvolvimento e também da comunidade na qual está

inserida, sentindo-se autoras e responsáveis pelos seus resultados,construindo, assim, sua autonomia.

Vale lembrar que o desenvolvimento social é entendido como astransformações sociais que se verificam tanto nas ações dos atorese que contribuem diretamente para o desenvolvimento daspotencialidades pessoal, grupal e comunitárias a partir das vivênciaspedagógicas e conforme depoimentos desses integrantes.

A vivência de Relações Interpessoais promoveu um clima maisinterativo entre gestores, professores e comunidade local ,proporcionando um novo encaminhamento das práticas pedagógicas.

Outro exemplo que podemos mencionar é a vivência “A Importânciada Ludicidade na Aprendizagem”, a qual promoveu momentossignigicativos no que se refere à troca de experiências entre as escolasparceiras.

As palestras permitiram rever as relações interpessoais dando umdirecionamento para o crescimento do grupo (unidade escolar e local).

Conforme os depoimentos das gestoras das escolas do Projeto, foramunânimes em dizer que sua participação no I workshop de Centrosde Referências em Tecnologias de Gestão foi valiosa e proporcionoumomentos de trocas significativas no contexto pessoal e profissional,ressaltando a satisfação em conhecer a cultura de outro estado.

Gestores escolares consolidam parcerias

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluna: Elisia Nere dos SantosEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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Depoimentos dos gestores escolaresDepoimentos dos gestores escolaresDepoimentos dos gestores escolaresDepoimentos dos gestores escolaresDepoimentos dos gestores escolares

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

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Experiência de um trabalho integrado com qualidade socialExperiência de um trabalho integrado com qualidade socialExperiência de um trabalho integrado com qualidade socialExperiência de um trabalho integrado com qualidade socialExperiência de um trabalho integrado com qualidade social

O Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva, financiado pela Financiadora de Estudos eProjetos (FINEP), realizou um trabalho integrado com as Escolas Municipais Agripiniano de Barros, Mirantes de Periperi e Santa Terezinha.O objetivo desse trabalho era aproximar a escola da comunidade local, manter a unidade escolar atualizada pedagogicamente, desenvol-ver lideranças escolares participativas democráticas, elevar a auto-estima dos envolvidos no processo educativo, fortalecer a cidadaniade pais, alunos, funcionários e professores e melhorar a qualidade do ensino público.

Para que os objetivos propostos pelo projeto fossem alcançados foram realizadas assessorias pedagógicas1 nas unidades escolares, VivênciasPedagógicas2 e Seminários de Integração3 abordando diversos temas como, por exemplo, "Viagem Pelo Mundo da Higiene", "Uma abor-dagem lúdica de leitura", "Vivenciando a Paz na Escola", "Limites e Disciplina", "Reaproveitamento de Materiais Recicláveis","Vivenciando a Paz na Escola", "Gestão Humana", "A Importância da Ludicidade na Aprendizagem", "Participação da mulher noséculo XX" entre outros.

Foram realizadas oito vivências pedagógicas nos espaços das próprias escolas para oportunizar um maior entrosamento entre as comuni-dades e seis vivências pedagógicas coletivas4 que aconteceram no auditório do Anexo II da Secretária Municipal de Educação e Cultura(SMEC) e quatro Seminários de integração. Nesses encontros as professoras, as gestoras, pais e representantes das Coordenadorias

Patrícia Santos da Paixão1

1Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

1 Visitas quinzenais de acompanhamento realizados pelos bolsistas da FINEP nas Escolas Municipais Agripiniano de Barros, Mirantes de Periperi eSanta Terezinha.2 Oficinas, simulações, situações problema e palestras.3 Encontro semestral com as trinta escolas parceiras do Programa Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE). Neste encontroas comunidades escolares Agripiniano de Barros, Mirantes de Periperi e Santa Terezinha, atendidas pelo Projeto Liderança em Gestão Educacional:buscando caminhos para a escola efetiva, trocam experiências, aprimoram os conhecimentos e se confraternizam com as escolas do PGP/LIDERE.4 Coletivas porque além de envolver as escolas do Projeto financiado pelo FINEP havia participação das escolas parceiras do PGP/LIDERE.

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Regionais de Ensino (CREs) do subúrbio I e II trocaram experiências,socializaram conhecimentos adquiridos na prática educativa e nos di-versos contextos sociais; é importante ressaltar que, também, estabe-leceram vínculo de união e cooperação.

Houve participação efetiva por parte dos membros (gestores, profes-sores e funcionários) das Escolas Municipais Agripiniano de Barros,Mirantes de Periperi e Santa Terezinha no envolvimento com as ativi-dades desenvolvidas tanto na divulgação, organização do ambientelimpo e adequado às necessidades para a realização das vivênciasquanto ao fornecimento de lanche no horário do intervalo.

Durante a implementação e andamento do trabalho integrado os par-

ticipantes (gestores, professores, alunos, pais e funcionários) sem-pre foram receptivos com os integrantes do PGP/LIDERE,interagiram dando sugestões e alternativas para que se estabeleçaum ambiente harmonioso tanto na escola como na família. Basea-dos nas afirmações dos sujeitos envolvidos, essa experiência inte-grada tem favorecido um clima positivo entre os membros das esco-las, tornando-os mais participativos e comprometidos com as cau-sas educacionais. Isso pode ser notado nos resultados das avalia-ções referente às vivências pedagógicas, nas quais adicionando ascategorias Excelente e Bom os percentuais apresentam 96% dostemas tratados, 92% no desempenho dos ministrantes (palestrantes)e 88% nos conteúdos, demonstrando assim satisfação e envolvimentopor parte do público-alvo, conforme os gráficos a seguir.

Desempenho dos Ministrantes das Vivências Pedagógicas

67%

25%

8%ExcelenteBomRuim

Conteúdos das Vivências Pedagógicas

64%24%

12%Excelente BomRuim

Temas das Vivências Pedagógicas

73%

23%4%

Excelente BomRuim

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Os gráficos revelam que nos itens temas, conteúdos e desempe-nho dos ministrantes, analisados durante as vivências pedagógi-cas a categoria Excelente se sobressaiu confirmado, assim, a sa-tisfação do público-alvo. Além dessas evidências os comentáriosdos participantes reafirmam isso, por exemplo, o comentáriode uma mãe durante a vivência pedagógica "Limites e Disciplina","é muito importante a família estar de mãos dadas com a escola naeducação de seus filhos", e o da professora Alicia na vivência peda-gógica "Gestão Humana", "encontros como este deveria acontecersempre para que pudéssemos aprender e trocar conhecimentos e ex-periências".

Os depoimentos verificados revelam a satisfação dos membros, dascomunidades escolar e local, em terem participado do Projeto Lide-rança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escolaefetiva. Este Projeto ocasionou resultados surpreendentes esatisfatórios, porque acarretou melhorias nas relações interpessoais,contribuiu para a conservação do ambiente escolar, elevou a auto-estima dos gestores, professores, alunos, funcionários e membrosdas comunidades escolar e local das escolas atendidas pelo Projeto.

Além disso, favoreceu a troca de experiências, mais envolvimentodos pais na aprendizagem dos filhos e maior comprometimentodos professores com a aprendizagem dos alunos. Isso foi observa-do nas assessorias realizadas nas unidades escolares e durante asreuniões de pais, vivências pedagógicas e atividades complemen-tares (ACs). Houve uma participação efetiva dos professores nes-tes encontros, ocasionando assim, uma mudança satisfatória nocomportamento e aprendizagem dos alunos quanto à leitura e es-crita. Este resultado é bastante visível e louvável, como por exem-plo, a escola Municipal Agripiniano de Barros ganhou três meda-lhas no ano de 2004 em reconhecimento do desempenho acadêmi-co dos alunos, pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura.

A seriedade e respeito entre as unidades escolares (Agripiniano

de Barros, Mirantes de Periperi e Santa Terezinha), as comu-nidades locais e os bolsistas do projeto FINEP viabilizaram um tra-balho produtivo e significativo conforme os resultados evidencia-dos anteriormente e elo criado entre as escolas, pois mesmo com afinalização do projeto estas mantêm uma relação amistosa. Graças aocomprometimento de todos envolvidos o Projeto foi um sucesso.

Experiência de um trabalho integrado com qualidade social

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluna: Naiara Santos RodriguesEscola Municipal Mirantes de Periperi, Salvador, Bahia

Aluno: Jadson de Jesus SantosEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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Resumo: A parceria entre escola e comunidade é muito positiva. Principalmente quando oobjetivo esta focado na melhoraria da aprendizagem dos alunos e no desenvolvimento doexercício de lideranças estudantis, e no aprimoramento da comunidade.

Palavras-chave: Comunidades; Desenvolvimento; Participação; Gestão; População; Educativas.

Envolver as comunidades escolar e local nas atividades promovidas nas unidades escolares sempre foi um grande desafio para aeducação brasileira e se tornou um dos objetivos do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva,na busca de uma maior participação das comunidades escolar e local.

Uma das estratégias usada pelas equipes do Projeto e das escolas foi usar o espaço alternativo entre os turnos vespertino e noturno dasunidades escolares para oportunizar uma aprendizagem significativa para as comunidades de Mirantes de Periperi, Alto de SantaTerezinha e Agripiniano de Barros. As equipes procuraram nas assessorias mobilizar as comunidades para participarem de todo o proces-so de planejamento e monitoramento que envolve um trabalho deste porte.

E com este propósito em 2004 e 2005, as equipes de assessorias pedagógicas que acompanharam as escolas municipais, Mirantes dePeriperi, Santa Terezinha e Agripiniano de Barros desenvolveram ações que foram implementadas durante as visitas de acompanhamen-to, palestras e vivências pedagógicas que atendiam aos interesses específicos das comunidades indicadas anteriormente.

As Escolas estão situadas em áreas populosas da periferia de Salvador, comunidades carentesde infra estrutura e saneamento básico. Estas populações são formadas por pequenos comerci-antes, moradores, que sobrevivem do sub emprego e com uma predominância de afro descen-dentes, que enfrentam questões sociais e econômicas muito graves.

Comunidades ativas, integração e desenvolvimento socialComunidades ativas, integração e desenvolvimento socialComunidades ativas, integração e desenvolvimento socialComunidades ativas, integração e desenvolvimento socialComunidades ativas, integração e desenvolvimento social

Maria Cleide de Sousa Mira1

1Especialista em Planejamento Educacional,Universidade Salgado de Oliveira. Bolsista FinepE-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Este trabalho tem fortalecido as lideranças educacionais e comunitári-as (comunidades escolar e local), por meio de ações concretas, promo-vendo a gestão administrativa, financeira e pedagógica mais efetiva nasescolas públicas e proporcionando uma melhor qualidade na aprendi-zagem dos alunos, elevando também a qualidade de vida nas comuni-dades escolar e local, através da realização de recreios dirigidos,Vivências Pedagógicas abordando temas como: Reciclagem eReutilização de Materiais Descartáveis, Viagem ao Mundo da Higiene,Conselho de Representantes de Turmas, Pedagogia de Projetos, A Pazna Escola, Limites e disciplinas, A Família no Contexto Social Atual,Planejamento Familiar, Drogas e muitos outros.

O acompanhamento e as assessorias às escolas eram realizados quin-zenalmente de acordo com o cronograma previsto no Projeto. Essasatividades ficavam sob a responsabilidade de dois representantesdo Programa. As equipes de assessoria se articulavam através doscontatos freqüentes mantidos com as escolas e as respectivas co-munidades procurando sempre que possível envolvê-las nas açõescom as escolas parceiras do projeto.

A cada visita a equipe também fortalecia os vínculos com as escolasparceiras e com as comunidades presentes nas unidades escolares.As atividades com as comunidades foram planejadas com os objeti-vos de:

- promover uma maior aproximação entre as comunidades local e es-colar;- socializar, refletir e discutir temas de interesse das comunidadespara ampliar os conhecimentos;- colaborar com o exercício da cidadania dos mesmos.

Os contatos com as comunidades escolar e local foram importantespara incentivar as escolas parceiras a colocarem em prática as ativi-dades e os conhecimentos adquiridos durante as vivências pedagó-gicas, as palestras e assessorias promovidas pelo Projeto.

Os temas trabalhados foram sugeridos e levantados dentro das necessi-dades apontadas por aquelas comunidades, oportunizando momen-tos de discussão e reflexão muito enriquecedores na colaboração deuma aprendizagem significativa para essas comunidades.

A titulo de ilustrar os resultados do trabalho desenvolvido junto àessas comunidades, seguem os depoimentos colhidos no dia 20 dejulho de 2005 após a palestra sobre o Planejamento Familiar.

“Eu já venho acompanhando estas palestras com a professora Cleide, e percebo queeles tem aprendido e feito descobertas importantes para as suas vidas. O aprendiza-do para os adolescentes tem sido muito bom. Por que olhando o que esses meninosescrevia nos banheiros é que da para entender que os pais não conversam com elessobre determinados assuntos, que vem sendo tratado aqui com estas palestras (pareceque eles não estão preparados para conversar determinados assuntos ou eles temvergonha de falar) principalmente a comunidade pais, principalmente aqueles quenão tem uma cultura progressiva. A equipe do Projeto usa de estratégias que facilitaas pessoas a falar de assuntos que os inibe e é muito importante falar por quequando agente fala tira as dúvidas e fica sabendo o que não sabia.

Na Bahia a Educação pública é meia precária, ela precisa de força, e através deProjetos que venham para ajudar. Tanto ajuda o aluno como a comunidades pais.“

Tânia Santos Conceição ....

“Gostei da palestra é a primeira vez que participei de uma, estou triste por perceberque estou desinformado de assuntos que eu como homem deveria saber. Mas hoje estoubem satisfeito com o trabalho tirei várias dúvidas, e já não sou mais tão ignorante.Espero que o trabalho continue para beneficiar outras pessoas. É muito importanteeste esclarecimento sobre AIDS, DST. Já me sinto outra pessoa. Desejo de todo o

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coração que estas pessoas que trabalham neste Projeto continuem firme e fortes, por queeste trabalho é bastante proveitoso, para pessoas que não tem oportunidades de ter umaprendizado como este.“

Cláudio Bispo dos Santos (pai residente na comunidade)

E assim, as escolas e as comunidades com seus diversos sujeitos eespaços improvisados, criam ambientes de aprendizagem não só paraas crianças, mas também para os jovens, adultos, e pessoas que fazem

parte do grupo da melhor idade, formando verdadeiras comunidadeseducativas. Portanto a educação poderá ser uma importante aliadajunto às políticas públicas, no combate à pobreza e às desigualdadessociais. Dessa forma, os espaços precisam ser intencionalmenteampliados e planejados para que possam oferecer e oportunizar atodos uma educação com qualidade social.

Comunidades ativas, integração e desenvolvimento social

Temas abordados com as comunidades

Temas trabalhados Objetivos

Gestão e Educação -Sensibilizar a comunidade pais e responsáveis para importância de

fortalecer os vínculos com gestores, professores e o pessoal de apoio das unidades escolares (comunidade escolar).

Educação e Saúde

-Sensibilizar a comunidade local para a importância dos hábitos saudáveis para a qualidade de vida.

-Relacionar os riscos de acidentes domésticos socializando procedimentos de primeiro socorro.

Higiene -Socializar conhecimentos e bons hábitos de higiene que ajudaram na promoção da saúde do corpo.

Limites e Disciplinas -Refletir, junto com pais e responsáveis, sobre a construção cotidiana dos limites e disciplinas das crianças.

Harmonia Familiar -Promover reflexões que contribuam para um clima harmônico nas relações familiares.

Planejamento Familiar -Socializar conhecimentos e informações sobre métodos contraceptivos cientificamente aceitos.

As palestras eram realizadas mensalmente. O público médio de participantes nas palestras eram 70 pessoas.

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Aluno: Jonatas Pereira NeresEscola Municipal Santa Terezinha, Salvador, Bahia

Aluna: Tatiane Oliveira BatistaEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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Escolas acompanhadasEscolas acompanhadasEscolas acompanhadasEscolas acompanhadasEscolas acompanhadas

José Raimundo Paim de Almeida1

Agripiniano de Barros, Mirantes de Periperi e Santa Teresinha são escolas municipais localizadas no subúrbio de Salvador/Ba. Elasforam, inicialmente, concebidas como unidades de ensino, por meio dos esforços exauridos de suas comunidades locais, carentes deescolas que atendessem as suas necessidades informacionais. Nessa linha, as comunidades locais conseguiram alicerçar, ainda que demodo precário, em pequenos cômodos ou em algum espaço cedido pela associação de moradores de bairro, suas escolas. Estas seriamresponsáveis por oferecer um ensino de qualidade, permitindo ao educando desenvolver-se frente aos desafios da sociedade. Alémdesses fatos, é importante registrar a trajetória de luta das três unidades escolares, que gradativamente foram fortalecendo sua autonomiae sua gestão participativa, advindas das experiências positivas entre seus vários atores: comunidade escolar e local e parcerias comoutros projetos educacionais.

Origem e evolução das escolas

Um pouco de sua história...curiosidades...patronos formais e informais...o entorno da escola.

Escola Municipal Agripiniano de Barros

A Escola Municipal Agripiniano de Barros foi fundada em março de 1949, na Rua da Frente (chamada Rua das Palmeiras), em PraiaGrande, Subúrbio Ferroviário de Salvador, tendo como primeira professora, D. Áurea Maltez. Funcionava em num cômodo da residênciade João Vieira (Nozinho). Um ano depois, a professora Abigail Carvalho Pinheiro foinomeada para reger o turno vespertino, que até então não existia. De sua fundação até1961, era conhecida como "Escola Pública de Praia Grande". Em 1962, a Escola foitransferida para a Rua Pedro Lopes nº 34, na mesma localidade, ocupando uma casa

1Estudante de Biblioteconomia e documentação/UFBA.Bolsista do Finep. E-mail: [email protected]

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para esse fim, por um irmão de uma das professoras. Essa providên-cia proporcionou maior número de salas de aula e, daí surgiu a ne-cessidade de também ter ampliada sua administração, o que foi fei-to, com a nomeação da professora Abigail Carvalho Pinheiro parasua primeira diretoria. Já adolescente, a escola necessitava de umnome e o então inspetor escolar batizou-a com o nome do seu ex-professor, o saudoso Agripiniano de Barros, cuja obra dispensa co-mentários.

Em virtude da grande demanda por vagas, a escola Agripiniano deBarros não levou muito tempo para exigir outra ampliação e, maisuma vez, o homem que construiu sua sede não mediu esforços paramelhorá-la ainda mais, transformando-a num prédio de dois pavi-mentos, tudo feito com seus próprios recursos, uma vez que o alu-guel pago pelo Estado, era irrisório, frente às benfeitorias realiza-das. O nome desse benfeitor é Dilton Wildes de Carvalho.

Em 1978, completando gloriosamente seu tempo de serviço pú-blico, a então diretora, professora Abigail Carvalho Pinheiro, apo-sentou-se e, para seu lugar, foi nomeada a professora FranciscaMaria Maia de Carvalho, mestra naquela Escola, há 16 anos. Cui-dadosamente, um mês depois, foi nomeada como vice-diretora, aprofessora Brasília Maria Vieira Lima Ramos, ex-aluna da Escolae professora desde 1962.

Hoje, a Escola Agripiniano de Barros funciona normalmente nostrês turnos, com 5 salas de aula, 15 professores e dá oportunidade

de aprendizado a cerca de 500 alunos, já sentindo, inclusive, a ne-cessidade de uma nova ampliação.

Hoje a escola é gerida pela profª Suelia Ribeiro Queiroz.

Escola Municipal Mirantes de Periperi

Nesta localidade (Mirantes de Periperi) funcionava uma creche queera gerida pela LBA (Legião Brasileira de Assistência). Os morado-res do bairro solicitaram à Prefeitura de Salvador uma escola quecontemplasse o Ensino Fundamental e como o espaço era da Asso-ciação de Moradores, foi então cedido para a Secretaria Municipalde Educação e Cultura (SMEC) que reformou, ampliou e implantouo Ensino Fundamental.

Nos finais de semana, a escola é cedida para a Igreja Católica queministra aulas de catequese e também faz trabalhos deconscientização com adolescentes (palestras sobre diversos assun-tos: violência, drogas etc). Abordando, dessa forma, temas atuaisque traduzem a realidade da comunidade.

Inicialmente, a escola começou com 16 turmas nos três turnos ehoje está com 27 turmas e o prédio não sofreu nenhuma ampliação(mesmo com a constatação de grande demanda) apenas reformas.

Anualmente, a escola vem sendo reconhecida pela comunidade, au-mentando a procura por mais vagas, não só pelos moradores das

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redondezas "as invasões", mas pelos próprios moradores do conjun-to que passaram a acreditar no trabalho da escola.

A escola Mirantes de Periperi cresceu não somente em quantidadede alunos, mas na qualidade de ensino que proporciona credibilidadejunto à comunidade. Sua gestora atual é a professora Antônia VilmaSales dos Santos.

Escola Municipal Santa Teresinha.

A escola surgiu na década de 70, funcionando num prédio de pro-priedade do Estado, em convênio com a Prefeitura Municipal deSalvador, por iniciativa do Padre Gaspar e de Dona Flora Maria daSilva (ambos membros da comunidade) e dos precursores: DinalvaLima da Silva (que atuou como regente no turno vespertino) e daprof.ª Kelmi (que mais tarde tornou-se diretora da escola por umdeterminado tempo).

A escola Santa Teresinha atualmente é gerida pela Professora MariaBenedita Palmeira da Silva. Contratada em 1981, na gestão do Pre-feito de Salvador Mário Kertz.

De todas é a que apresenta melhor estrutura física. Contudo, neces-sitando de ampliação do seu espaço físico, para que possa atenderuma maior demanda de vagas.

Dessa forma, as escolas surgiram dos anseios de suas comunidadese por ela cada Unidade Escolar foi trabalhando com a diversidadedo seu público e buscando uma educação que pudesse servir de fun-damento a uma identidade própria do contexto local. As escolascapacitam jovens e adultos carentes, excluídos da sociedade, e queprecisam de oportunidades e estímulo para efetivar uma maior par-ticipação nelas. Somente a escola Agripiniano de Barros atualmentenão desenvolve atividades no noturno. Verifica-se, que a estruturafísica dessa escola, não contribui muito para este fato, pois é muitopequena.

Constata-se ainda que, na trajetória de cada Unidade Escolar, elaspouco a pouco foram ampliando as suas unidades físicas, suas ad-ministrações e a sua oferta de vagas. Contudo, ainda, todas elas,precisam de reformas estruturais que atendam as suas reais necessi-dades de trabalho, no que tange ao espaço físico, material humano erecursos didáticos.

O corpo docente das Unidades Escolares é engajado na realizaçãode um trabalho educativo de qualidade. Todas admitem desenvol-ver uma gestão participativa e reconhecem a necessidade das parce-rias com a comunidade local e com outros projetos para melhorar,cada vez mais, o ensino oferecido à comunidade. Além de mante-rem seus colegiados escolares, atuando nos aspectos financeiros, ad-ministrativos e pedagógicos.

Escolas acompanhadas

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As Unidades Escolares, no ano de 2005, têm o cuidado de direcionarsuas propostas de atividades relevantes, para equacionar a evasãodos alunos, sejam eles no diurno ou no noturno; ênfase na leitura eaprimoramento do ensino da história afro-brasileira e africana naEducação Básica em cumprimento ao disposto pela Lei nº 10.639/03, já que as escolas possuem em seu quadro um percentual de maisde 90% de alunos afro-descendentes. Todas as propostas de ativida-des foram inseridas na realidade da escola e de suas comunidadeslocais. Além disso, há outras atividades de impacto que combatem oincentivo `a violência e às drogas nas escolas. Entretanto, o pontomais significativo dessas unidades escolares é a consciência política

do seu dever perante a sociedade e as suas comunidades locais. Paraelas, a educação deve, pois, procurar tornar o individuo mais cons-cientes de suas raízes, a fim de dispor de referências que lhe permi-tam situar-se no mundo.

Foi, portanto, compartilhando dessse ideal de uma educação cadavez melhor, que o Projeto Liderança em Gestão Educacional: bus-cando caminhos para uma escola efetiva, atuou, junto com as co-munidades escolar e local nas três Unidades de Ensino, desenvol-vendo lideranças escolares, com ênfase na gestão compartilhada.

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A valorização dos profissionais da educaçãoA valorização dos profissionais da educaçãoA valorização dos profissionais da educaçãoA valorização dos profissionais da educaçãoA valorização dos profissionais da educação

Fábio Kalil de Souza1

É por meio de uma educação pública de qualidade que o sistema educacional e os estabelecimentos de ensino permitirão, em parte, oingresso das camadas populares a uma formação integral, capaz de inseri-las no mundo globalizado. Tal inserção, como resultado daorganização e gestão dos sistemas e das escolas, implica em formar agentes de transformação, ou seja, formar atores sociais críticos,autônomos e engajados, sobretudo, em causas de interesse público.

No que se refere ao humano, formar tais atores pressupõe a existência de equipes escolares bem preparadas profissionalmente. A valori-zação dos agentes educacionais no sistema formal de ensino é o primeiro e grande passo em direção à melhoria da educação e, porconseguinte, do processo de ensino e de aprendizagem.

Segundo Brzezinski (2001), no ano de 1980 o Movimento Nacional de Educadores "tem travado uma luta social e política que propõe aadoção de uma política global de formação e de profissionalização docente". A mesma autora sublinha que

A defesa da política global de formação e profissionalização do magistério parte da concepção de que oprofessor é o profissional que domina o conhecimento específico de sua área e os saberes pedagógicos,em uma perspectiva de totalidade. Isso lhe permite perceber as relações existentes entre suas atividadesem distintas esferas das relações sociais, políticas e culturais em que o processo educacional ocorre(BRZEZINSKI, 2001).

Com essa identidade, o professor é o profissional dotado das capacidades, entre tantas outras, de produzir conhecimento sobre seutrabalho, de tomar decisões em favor da qualidade das aprendizagens escolares e, fun-damentalmente, de atuar no processo constitutivo da cidadania do educando. ParaLibâneo e colaboradores,

1Estudante de Pedagogia, UFBA. Bolsista Finep.E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

(...) Ser professor requer saberes e conhecimentos cien-tíficos, pedagógicos, educacionais, sensibilidade, inda-gação teórica e criatividade para encarar situações ambí-guas, incertas, conflituosas e, por vezes, violentas, pre-sentes nos contextos escolares e não escolares(LIBÂNEO et al, 2003, p. 17).

As constantes e por vezes imprevisíveis transformações sociais, dasforças produtivas e do mundo do trabalho provocam mudanças nopapel social tanto do professor, quanto dos demais profissionais daeducação. Tais transformações impõem aos educadores novos desa-fios. A superação desses desafios, que se expressam, muitas vezes,em desigualdades educacionais, exige uma qualidade de formaçãodos educadores baseada na complexidade do conhecimento e na crí-tica aliada ao processo de ação-reflexão-ação.

Os profissionais da educação, especialmente os docentes, colaboramcom seus saberes, seus valores e suas experiências na complexa tarefade elevar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem. Os pro-fessores, como figuras imprescindíveis nas mudanças sócio-econômi-cas, políticas e culturais de uma sociedade, se forem esquecidos pe-los governantes, as decisões pedagógicas e aperfeiçoamentoscurriculares, por mais avançados que sejam, não geram resultados enem impactos sobre a sociedade (LIBÂNEO et al, 2003, p. 17).

Assim, é sumamente necessário investir na formação profissionaldesses agentes, e por que não, de educadores em geral. Investir naformação significa, no mínimo, fornecer as melhores condições dedesempenho possíveis, romper com a estagnação salarial tão incom-

patível com a incansável dedicação desses educadores, oferecer opor-tunidades de ascensão profissional através do plano de carreira epermitir e estimular a busca da qualidade profissional pela partici-pação em cursos, palestras, seminários, congressos etc.

Libâneo e colaboradores (2003) ainda explicam que a democratiza-ção do ensino passa, inevitavelmente, "pela atuação docente, por suaformação, por sua valorização profissional e por suas condições detrabalho", o que posiciona pesquisadores na defesa da importância dese investir no desenvolvimento profissional dos professores.

Reconhecendo o impacto dessa valorização no alcance de resulta-dos educacionais significativos, bolsistas do Projeto Liderança emGestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva de-senvolveram ações direcionadas ao aperfeiçoamento profissional daequipe escolar como: discussão temática abordando saberes volta-dos ao processo de leitura, às relações interpessoais, ao trabalho emequipe entre outros; além de palestras sobre avaliação da aprendiza-gem, liderança e gestão humana e cursos de aprimoramento emmetodologias para disciplinas críticas (matemática e língua portu-guesa, por exemplos).

Tais ações, na sua maioria enfocando a melhoria da atuação docen-te, visavam não somente fortalecer práticas de ensino eficazes, mastambém promover a inovação dessas práticas com a inserção demetodologias e procedimentos didáticos lúdicos, modernos e, evi-dentemente, adequados ao contexto escolar.

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Cabe enfatizar, também, que as transformações das práticas docen-tes em sala de aula -e na escola como um todo- decorrem da ampli-ação de sua consciência crítica sobre essa mesma prática, consciên-cia crítica cujas dimensões são aprofundadas por uma formação ini-cial de qualidade e pela continuada em serviço.

Assim, valorizar os profissionais da educação, em especial os pro-fessores, implica, sobretudo, em oferecer "condições para a análisecrítica do contexto em que se efetiva sua atuação" (BRZEZINSKI,2001), ou seja, valorizar representa investir recursos materiais, fi-nanceiros e intelectuais na formação dos educadores, cujo papel so-

cial é determinante no preparo dos educandos para a vida, especial-mente os oriundos de classes sociais desfavorecidas.

Referência

BRZEZINSKI, Iria. Contribuições na Audiência Pública Na-cional sobre "Diretrizes para a Formação Inicial de Professo-res da Educação Básica em curso de Nível Superior. Brasília,2001. Net. Disponível em http://www.anped.org.br/docgeraldiret.htm. Acesso em 06 de maio de 2005.

LIBÂNEO, José Carlos, OLIVEIRA de, João F. e TOSCHI,Mirza S. Educação escolar: políticas estrutura e organiza-ção. São Paulo: Cortez, 2003.

A valorização dos profissionais da Educação

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluna: Elisia Nere dos SantosEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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PGP/LIDEREPGP/LIDEREPGP/LIDEREPGP/LIDEREPGP/LIDERE: 10 anos de educação com qualidade social: 10 anos de educação com qualidade social: 10 anos de educação com qualidade social: 10 anos de educação com qualidade social: 10 anos de educação com qualidade socialMarilene Moreira Vital da Silva1

Em julho de 1995, o Programa Gestão Participativa em Educação (PGP/LIDERE) iniciou suas atividades na cidade de Salvador -Bahia, localizado na Faculdade de Educação - FACED/UFBA, no segundo andar, sala 20, atualmente ocupado pela Linha de PesquisaPolíticas e Gestão em Educação. O surgimento do Programa deu-se pela necessidade de desenvolver uma gestão participativa nasescolas públicas em Salvador, e isto representou uma marca presente na educação baiana, constituindo um avanço significativo efundamental no processo ensino-aprendizagem, auxiliando na melhoria da qualidade da educação pública no nordeste e incentivando odesenvolvimento e a qualidade social através da educação.

Os idealizadores, Dr. Robert Girling, Drª Katia Siqueira de Freitas, Dr. Robert Verhine, Drª Sherry Keith e Drª Terezinha Frões Burnhan,percebendo que era preciso fazer algo para contribuir para melhoria da educação, buscaram financiamento através da Fundação Ford,estabelecendo um convênio entre a UFBA e a referida Fundação. O programa iniciou suas atividade buscando contato com as escolasque precisavam de ajuda na parte pedagógica e administrativa, sendo este o ponto de partida para começar a trabalhar, no inicio contavaapenas com três escolas do Município de Salvador.

O Programa foi desenvolvido por uma equipe multidisciplinar de professores e estudantes da UFBA e outras instituições de ensinosuperior, preocupadas com o desenvolvimento socioeducacional. Seu objetivo era levar às escolas baianas, mediadores para aprimorardiretores, professores, comunidades escolar e local, como buscando caminhos para uma gestão escolar democrática e participativa.

A Missão do Programa “Melhorar a educação pública, a eqüidade, a ética, a lealdade ea competência profissional, visando o desenvolvimento de cidadãos críticos econscientes, lideranças democráticas participativas e pró-ativas”.

1Estudante de Administração, FIB. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Mais tarde em 2000, foi criado um novo projeto e renovado ofinanciamento com a Fundação Ford, possibilitando a conquista denovas instalações físicas, hoje sendo situada no Centro de EstudosInterdisciplinares para o Setor Público (ISP/UFBA). O período de2001, foi considerado de transição pois, houve a necessidade demodificar o nome do Programa para abranger as inúmeras realidadesexistentes nas escolas, como o desenvolvimento de lideranças,integração e envolvimento das comunidades escolar e local, atuandoneste período com 30 escolas municipais. Então, neste momento oPGP passou a ser chamado Programa Gestão Participativa comLiderança em Educação (PGP/LIDERE)

Em setembro de 2002, necessitando de mais financiamento,elaboramos e, entendendo a necessidade de continuar atuando emprol de uma educação pública de qualidade, enviamos um projetopara a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o qual foiaprovado. Nesta oportunidade, e após essa conquista, veio para oPGP/LIDERE reconhecimento nacional como Centro de Referênciaem Gestão, permitindo dessa forma que o Programa continuassesua caminhada, buscando sempre o sucesso. O prazer doreconhecimento de divulgar em nossas escolas que éramos Centrode Referência em Gestão Participativa, e o desejo de alcançar sempremais a melhoria da qualidade educacional, motivou a permanecerna luta pela educação.

A tendência era avançar; então em 2003, fomos avaliados pelaFundação Ford e estávamos entre os 10 programas mundiais “cujo

esforço vem alcançando significativo impacto” na área doconhecimento, criatividade e liberdade. Entretanto, mesmo quandosomada, toda valorização do programa, buscamos desenvolver outrashabilidades ligadas à educação. Nesta oportunidade, concorremosao novo financiamento pela FINEP e financiamento para o Programaelaborado por membros da equipe o qual foi chamado Projeto

Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para

a escola efetiva.

O Projeto, hoje, demonstra e desempenha seu papel participativo.As comunidades escolar e local percebem que as escolas são reflexosdo desempenho de todos, alcançando e superando todos objetivosneles estabelecidos. A equipe PGP/LIDERE em 2005 sente-sesatisfeita em saber que este trabalho deveria continuar, no entanto,a maior satisfação é ver que o trabalho foi bem realizado e promoveuo desenvolvimento do ensino, do social e deu suporte à praticademocrática através da aplicação de princípios de transparência deresponsabilidade social, ajudando a reformular a teoria e práticapedagógica.

Nos dez anos de atividades do PGP/LIDERE há que se ressaltar apermanência do espírito do Programa não só nos participantes daequipe, mas também em todos aqueles que dele fizeram parte. Énotório que os ex -participantes do PGP/LIDERE, hoje quandoatuando nas diversas áreas educacionais não perdem de vista o queassimilaram na trajetória deles pelo Programa, isto é, a missão, osobjetivos e o espírito de equipe.

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O nosso anseio significa oportunizar e compartilhar as contribuiçõescom a educação; desde já compartilhamos com todos o papelsignificativo dos 10 anos do PGP/LIDERE; desempenhando,transformando a realidade da educação. Pois sabemos que desde1995 a 2005, muitas coisas conseguimos sobre o desenvolvimento

do papel da educação e reconhecemos a importância de outrosprojetos que continuam fazendo a diferença em nosso país. OPrograma teve um papel significativo na melhoria da qualidade socialda educação, contribuindo e transformando uma parte da históriada educação brasileira.

PGP/LIDERE: 10 anos de educação com qualidade social

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Aluna: MirianEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia Aluno: Jonatas Costa Mota

Escola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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AprimAprimAprimAprimAprimoooooramento da equiperamento da equiperamento da equiperamento da equiperamento da equipe

Adriana dos Santos Rosa1

Antonio Gualberto Pereira 2

Sara Almeida Araújo Bastos3

A equipe que constitui e desenvolve o Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva é formadaem sua maioria por estudantes e professores oriundos de diversos contextos sociais e portadores de perfis os mais variados - podendo sercitados estudantes de graduação de diversos cursos e instituições da cidade de Salvador. É possível verificar que essa heterogeneidadefornece percepções plurais acerca da educação e de seu papel na melhoria da qualidade de vida através do fortalecimento da educaçãodas comunidades escolar e local das áreas periféricas atendidas no escopo do projeto.

O Projeto proporciona uma melhoria na qualidade social dos seus parceiros, possibilitando diversas formas de aprimoramento direcionadaspara sua equipe. É impossível contabilizar o impacto gerado pelas ações conquistadas e desenvolvidas, muito embora, possamos desta-car alguns aspectos relevantes para refletirmos sobre que caminhos se delineiam na busca de uma gestão democrática e participativa e deuma educação com qualidade social. Dentre os pontos que merecem destaque é possível citar: Cursos de Aperfeiçoamento e Capacitaçãodirecionados para o desenvolvimento de competências relacionadas às áreas de gestão da educação, planejamento educacional, avalia-ção, currículo, dentre outros; laboratórios: na realização de simulações, analisando osmateriais criados pela equipe, a fim de serem utilizados nas vivências e atividadespedagógicas com as unidades escolares; momentos de crescimento profissional atra-vés de uma constante crítica intersubjetiva entre seus membros, além de uma autocrítica- reduzindo-se os erros e otimizando-se o processo; situações problemas: instigando acriatividade e fortalecendo a capacidade de reação frente às situações adversas; semi-nários de integração: espaço para se estreitarem os laços entre os diversos parceiros,trocas de experiências e valorização das ações desenvolvidas em parceria; Gestão emFoco III e IV: ciclo de palestras abordando diversas temáticas no âmbito educacional,possibilitando a difusão e a (re)significação de saberes; Os grupos de estudos: quando

1Estudante de Pedagogia,UFBA. Estagiária PGP/LIDERE.E-mail: [email protected].

2Estudante de Ciências Contábeis pela UFBA, EstagiárioPGP/LIDERE. E-mail: [email protected].

3Estudante de Ciências Naturais, UFBA. Bolsista FINEP.E-mail: [email protected].

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

se aprofunda a discussão das temáticas cotidianamente em voga noscontextos educacionais.

A capacidade de produção bibliográfica da equipe se expressa atravésda elaboração de módulos, que materializam as experiências desen-volvidas com as atividades artístico-culturais e pedagógicas propos-tas pelo Projeto junto às escolas parceiras; acrescenta-se a isto, a ela-boração de textos, publicação de artigos, resenhas de livros, dicas desites e dicas de livros, relatos de atividades realizadas, relatórios deacompanhamento, todos publicados em periódicos do Programa.

O projeto estreita distâncias ao estimular que seus membros viagempara apresentar os processos e ações resultantes do emprenho e dosesforços empreendidos na execução das metas explicitadas, valendodestacar as viagens para o "Workshop de Centros de Referência emTecnologias de Gestão" promovido pela Financiadora de Estudos eProjetos (Finep) no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de maio de 2005- o evento contou com a participação das três gestoras das escolasparceiras do Projeto e permitiu socializar informações relevantes,que retratam o impacto conquistado com o desenvolvimento doProjeto nos seus aspectos tecnológico, metodológico e social; para a"I Reunião de Editores de Revista de Educação das Regiões Nor-deste, Norte e Centro-Oeste", ocorrido em Natal, Rio Grande doNorte, nos dias 04 e 05 de agosto de 2005. O referido evento tevecomo objetivo discutir as atividades de produção, manutenção e aper-feiçoamento de periódicos científicos, bem como a possibilidade deconstituição de uma rede de intercâmbios de educadores de periódi-

cos de educação; no ano de 2003, a Coordenadora do Projeto par-ticipou do "1º Seminário Nacional Gestão Educacional em TemposContemporâneos", no Centro Universitário Vale do Taquari(UNIVATES), localizada no Rio Grande do Sul, dentre outras; aisso se atrela o fomento a Intercâmbios Culturais com OrganizaçõesInternacionais: permuta de periódicos, - e, em última análise, infor-mações relacionadas à difusão de saberes e produtos - legitimandoo caráter proativo da equipe do Projeto.

Os membros da equipe colaboraram com a execução de pesquisasfocalizando vários aspectos educacionais, como por exemplo: tria-gem de resumos (via web) junto ao banco de teses e dissertações daCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Ca-pes), com o objetivo de selecionar informações sobre diversastemáticas relacionadas aos processos gestor e pedagógico, entre osanos de 1991 a 2000; preenchimento das fichas perfis das escolaspesquisadas: esse documento caracteriza a concretização do traba-lho de pesquisa-ação feita, de forma sistemática, pelas equipes deassessoramento do Projeto Liderança em Gestão Educacional: bus-cando caminhos para a escola efetiva; aplicação de questionários eelaboração de diários de campo da "Pesquisa Nacional sobreVitimização e Racismo nas escolas", com o objetivo investigar osíndices de violência e de racismo nas escolas púbicas estaduais, bemcomo, as variáveis relacionadas. O envolvimento nestas pesquisaspossibilita à equipe um maior valor agregado. Essas pesquisas con-tam com a parceria de Organismos Internacionais, como a Organi-zação das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Ciência

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(UNESCO) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimen-to (PNUD).

A comunicação, extremamente importante para que as metas e ob-jetivos traçados sejam alcançados, exige a realização de reuniõessemanais com a equipe, oportunidade de discutir e debater as con-dições essenciais para a implementação do trabalho nas UnidadesEscolares.

Formado por uma equipe multidisciplinar, o Projeto favorece ainterconexão de conhecimentos por meio da pesquisa-ação e do apri-moramento de práticas pedagógicas, contribuindo, assim, de manei-ra significativa para enriquecimento curricular e melhoria da quali-dade do processo ensino-aprendizagem, dando ênfase às atividadesque visam superar as dificuldades apresentadas por alunos da redepública municipal de ensino.

O aprimoramento proporciona oportunidades para o contínuo de-senvolvimento pessoal e profissional, acrescendo habilidades econceitos relacionados com a Educação, a Filosofia e com a Éti-ca Profissional. A união destas perspectivas produz um trabalhointegrado, proporcionando uma predisposição sadia para acriatividade e a inovação.

Toda forma de conhecimento e aprimoramento é útil porque, comooutras ações éticas do ser humano, corresponde à necessidade e àbusca de uma prática desejável, - aquela que nos leva ao êxito pro-

fissional e pessoal dentro do grupo de trabalho ao qual estamos re-lacionados e inseridos.

No período de outubro 2003 a julho de 2005 a equipe superou ameta estabelecida em seus cronogramas de trabalhos iniciais. Essesdados ratificam o sucesso obtido com o aprimoramento da equipe.Grosso modo, pode-se discriminar as atividades desenvolvidas daseguinte forma: construção de diversos módulos; periódicos; pro-dução de diversos materiais didáticos (utilizados pelas assessoriaspedagógicas); realização de vários laboratórios (funcionando comolócus de preparação das atividades a serem realizadas nas escolas).

Dentre os aspectos que influenciam positivamente o sucesso do Pro-jeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para aescola efetiva vale destacar a diferença cultural, étnica, religiosa eoutras, cotidianamente celebrada dentro da equipe, essa diversida-de possibilita a cada integrante uma construção autônoma e umabusca constante em oferecer assessorias pedagógicas mais efetivas,permitindo uma ação educativa comprometida com contextos soci-ais em curso de desenvolvimento humano e tecnológico. Assim, atra-vés da inclusão e das inúmeras óticas com que os sujeitos inclusospercebem a realidade social e, de forma mais específica, o contextoeducacional, o Projeto propicia uma (re)significação constante dosconteúdos e dos objetivos existentes nas ações implementadas pelaequipe, bem como, das práticas metodológicas utilizadas durante oprocesso de implementação daquelas.

Aprimoramento da equipe

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Ao se defrontar com a realidade das comunidades e das escolas pú-blicas de Salvador, econômica e socialmente marginalizadas, comestruturas físicas precárias, os estudantes recém-incluídos na equi-pe são desafiados a (re)elaborarem e (re)significarem seus conheci-mentos, voltando-se para a conquista dos objetivos e anseios ex-pressos pelos atores educacionais das escolas acompanhadas. Comoatender às demandas da escola tornando-as auto-suficientes e nãodependentes? Essa e outras indagações são chaves para se entenderde que forma a parceria entre Projeto e escola influenciou o Estadoda Arte da gestão participativa como instrumento de implementaçãoe desenvolvimento de uma educação com qualidade social.

A diversidade existente na equipe possibilita (re)formular e propa-gar uma cultura de trabalho pautada na multiplicação e dissemina-

ção de saberes: desde a responsabilidade, passando pelo sentimentode solidariedade e profissionalismo dos membros da equipe, che-gando a uma auto-avaliação e auto-conhecimento, entendidos comocatalisadores de habilidades e ações e deflagradores da proatividadenos âmbitos profissional e humano - dos indivíduos em si e da equi-pe como um todo.

Transformar conteúdos academicamente desenvolvidos em compe-tências reconhecidas e valorizadas pela sociedade; permitir que es-tudantes ávidos por descobrir se enxerguem como atores histórico-sociais é o meio escolhido por esse Projeto para uma amenizaçãodas desigualdades sociais e equalização entre o que é proposto pelaspolíticas públicas e a realidade das salas de aulas das escolas públi-cas de Salvador.

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“O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos”Pitágoras

Quando o homem nasce, depara-se com o mundo já construído de normas, valores e saberes. A linguagem permitiu que fossem dadosnome e qualidade às coisas. Para Charlot (2001), “nascer significa ver-se submetido à obrigação de aprender”. p. 53. O homem “devetornar-se o que deve ser; e porque deve ser um ser-para-si, deve tornar-se isso por si mesmo” (CHARLOT, 2001 apud FICHTE,1796).

O processo de “vir-a-ser” será definido ao longo de sua história; nas relações sociais vividas e interpretadas individualmente o que tornao indivíduo “um exemplar único de homem”. Trata-se de um processo de “humanização”: tornar-se homem; de “singularização”: tornar-se um exemplar único; e de “socialização”: tornar-se membro de uma sociedade, inclusive ocupando uma posição nessa sociedade. Tudoisso engajado em um movimento sempre “inacabado”, onde “eu me construo e sou construído pelos outros: a educação”. Charlot (2001)define a educação como “produção de si por si mesmo”. p. 54.

O desejo é, essencialmente, o combustível desta construção de si por si mesmo. É preciso querer, estar aberto para tal, permitir sereducado; o desejo é a estrutura fundamental do sujeito quando este encontra sentido para o que faz e aprende na vida social e escolar.Alguns locais onde os adolescentes aprendem possuem “estatutos diferentes do ponto de vista do aprendizado”: os locais onde vivem:bairros, favelas, conjuntos residenciais; os locais de trabalho, desde empresas às feiras livres, locais de realização de atividades espirituais:as igrejas.

Qualquer um destes locais citados podem assumir várias funções que se sobrepõem.Um “espaço de vida” (uma favela...) é um espaço de aprender. Ao relacionar-se com o

O sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprenderO sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprenderO sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprenderO sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprenderO sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprender

Daelcio Ferreira Campos Mendonça1

1Estudante de Pedagogia, UFBA. Ex-Bolsista FINEP.E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

“mundo do trabalho” o sujeito objetiva a produção, mas também,aprende. A família acumula várias funções na vida das pessoas. Areligião ultrapassa a função espiritual contribuindo para a formaçãodo indivíduo. A escola, instituição formalmente voltada para ainstrução e educação dos indivíduos, também é um espaço de vida,de socialização entre os jovens. Porém, sabe-se que “existem locaismais adequados do que outros para implementar tal ou qual figurado aprender” p.67. Assim como, as pessoas não encerram suas tarefasem um único foco: um professor educa e é educado.

Propõe-se discutir aqui, as maneiras como o sujeito, à luz de suasubjetividade, se relaciona com o saber. O indivíduo possui umaesfera produtora de elementos intangíveis que comportam dimensõesimaginárias e simbólicas que fogem do plano material. A subjetividadetem papel preponderante nesta produção. Segundo Martins (2001,p. 45), a subjetividade é a

instância onde se produzem, no cruzamento entre asoutras diversas instâncias da vida, os componentesimateriais e moleculares da sensibilidade, da inteligênciae do desejo. p 45

Ainda mantendo um diálogo com as idéias deste autor, comungamoscom o pensamento de que é na subjetividade que se encontram

os domínios de sensibilidade e de inteligêncianecessários à produção de homens e mulheres menosatomizados, menos descartáveis e mais solidários; quepensam e sentem o mundo não somente movidospela necessidade imediata de matar a fome e a sedematerial, mas que possuam a capacidade de conhecerem

e saciarem um outro tipo de fome: fome imaterial,ligada à formação do espírito, aos desejos, ao sentidoético-estético-político. p. 45

Os seres humanos são marcados pelo diálogo entre a igualdade daespécie e a diferença tangente à essência. Seres singulares quepossuem qualidades inerentes a cada um: caráter, jeito, maneira deser; bem humorados ou mal humorados. Aprendem-se estasqualidades no convívio em sociedade a partir do que nos édisponibilizado no dia-a-dia, porém cada indivíduo interioriza o queé disponibil izado de forma individual , única, subjetiva. Asensibilidade, o desejo, a espirituosidade e a inteligência são a síntesede nossa subjetividade.

As singularidades, o que difere o homem em sua condição racional,os sentimentos, inteligência e desejo, não vêm de berço. Não édesconsiderada a genética do ser humano, porém se parte dopressuposto que as singularidades são propriedades íntimasaprendidas no contato com o meio, contato esse, mediado,recepcionado, negociado pelas maneiras como cada um sente o mundoe as coisas que nele há.

Cada indivíduo interioriza o exterior de forma singular. Não se tratade encaixar em si as coisas exteriores ao indivíduo da mesma formacomo elas são em seu mundo, é, acima de tudo, (re)organizar,(re)estruturar, (re)adaptar o que constatamos com nossos sentidosno nosso mundo interior. Há um espaço para a produção, nãoesbarramos na reprodução. Como explicar as mudanças nas

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sociedades? O mundo não é estático, ele se transforma movido peloshomens que nele habita.

Para Morin (1999, p. 45), o ser humano

produz duas linguagens a partir de sua língua: uma,racional, empírica, prática, técnica; outra, simbólica, mítica,mágica. A primeira tende a precisar, denotar, definir, apoiar-se sobre a lógica e ensaia objetivar o que ela mesma expressa.A segunda utiliza mais a conotação, a analogia, a metáfora,ou seja, esse halo de significações que circunda e que ensaiatraduzir a verdade da subjetividade.

Segundo Martins (2001, p. 45), os “processos de subjetivação, deconfiguração das essências humanas individuais e particularesmerecem atenção”, pois

o sujeito e o objeto; a alma e o corpo; o espírito e a matéria;a qualidade e a quantidade; o sentimento e a razão; aliberdade e o estabelecimento de regras não existem comodualidades, como coisas separadas. “As pessoas não sãouma coisa ou outra; são todas essas coisas ao mesmotempo.

Ainda segundo este autor “a subjetividade é o que unifica em nóstodas as qualidades e identidades”.

O sujeito cria-se por meio de relações criadas, vai instituindo-semediante as relações “instituintes”. Outrossim, o sujeito pode sereinventar e reinventar o mundo por meio da atividade criativa. Aimaginação humana, segundo Castoriadis (1892), tem papelfundamental na “construção do sujeito e da sociedade ambosautônomos”.

Burnham (1998) fala da importância da “imaginação, vontade,reflexividade” do homem na reconstrução de si próprio e de suasrelações com o mundo. Destaca-se que estas três instâncias sãoproduzidas pela subjetividade humana. Aí está o cerne da questão:as possibilidades das relações do sujeito na relação com o mundo, jáque o homem é um ser eminentemente constituído de relações.

Faz-se necessário maior atenção nas relações estabelecidas pelohomem e suas características subjetivas. A sociologia do objeto, quedetermina a “morte do homem e o des-ser do sujeito”(CASTORIADIS, 1992), se isenta da reflexão sobre a fantasia, osdesejos e os sonhos dos homens, atomizando-os.

Para Burnham (1998, p. 54), “apesar do processo de socializaçãoque sofremos (grifo da autora), o sujeito humano sempre assumepapel instituinte e, portanto, transformador” p. 54. Ela ainda reiteraque

tanto os sujeitos sociais quanto a sociedade são instituídospelos homens que a compõe e, por isso mesmo,apresentam a possibilidade de ser re-criada como umasociedade autônoma, portanto permanentementeinstituinte.

Para confrontar os estudos teóricos com a prática vivida na escola,realizou-se uma pesquisa empírica com adolescentes de uma unidadepública da rede municipal de ensino. A partir do contato do estudoteórico com a pesquisa realizada, pode-se chegar a algumasconclusões.

O sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprender

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Ilustrou-se o resultado da pesquisa empírica realizada comadolescentes do sexo feminino, situados em uma posição socialdesfavorável, residentes em regiões periféricas e que obtiveramresultados, em Português e Matemática, acima da média dos seuscolegas. São adolescentes que percorrem caminhos diferenciados,seja com o envolvimento na gestão da escola, fazendo parte de formaativa de uma instituição religiosa, de um grupo de teatro ou domovimento negro.

A relação com o saber pode ser analisada por meio da ordenação dedados empíricos, identificação das relações estabelecidas pelosadolescentes com tal ou qual figura do aprender. Buscou-se, comisso, identificar os caminhos percorridos por estes jovens: suasvontades, escolhas, entre outros.

Os adolescentes se relacionam com o saber/conhecer de formadiferenciada. Cada jovem tem sua história de vida, suas experiênciasindividuais. Quando analisadas as interfaces da vida social e escolardo aluno na sua relação com o saber como relação consigo, com ooutro e com o mundo pode-se chegar a conclusões relacionadas aoestudo em questão.

A construção do sujeito encontra-se no bojo de uma sociedade demudanças e também de estagnação. Os alunos e, nesse caso, osadolescentes “caem de pára-quedas” no mundo e se vêem obrigadosa aprender numa sociedade moldada pelos adultos. Este sujeito – oadolescente - marcado pelos estereótipos da transgressão e

intolerância busca a auto-afirmação, típica de sua fase, percorrendocaminhos particulares na sua relação com o saber/aprender.

Por meio da fala dos alunos, nota-se que há pouca clareza em relaçãoao papel da escola. O sentido é, na maioria das vezes, associado aum futuro. Há uma disparidade considerável tangente ao que a escolase propõe a oferecer e o que os adolescentes encontram na escola.

Paralela à necessidade de um curso superior está a vontade de trabalhar.Muitas vezes, os alunos estão à busca de um emprego que auxilie a elee a sua família, financeiramente. Entretanto, observou-se que a buscapelo trabalho vai além da necessidade financeira imediata.

A visão de que a escola é importante somente para o futuro podedeturpar o seu significado para os alunos.

O programa/currículo da escola também é responsável pelaconsolidação do papel que assume na sociedade. Com vistas a isso,o aluno interpreta o seu significado de acordo o funcionamento daproposta educacional. Assim, em muitos casos, o conteúdotrabalhado não tem significado para os alunos. A relação com o saber/aprender, no que diz respeito aos conteúdos escolares, perde suafunção à medida que o programa não tem valor significativo para oaluno.

Outros alunos por entenderem a importância de um conteúdo, fazemum esforço maior para entendê-lo. Toda relação com o saber é relaçãode um sujeito particular com um mundo já constituído.

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Os conhecimentos foram construídos pelo homem, portanto não setrata de saberes desconexos da vida das pessoas. Sendo assim, énecessário que os alunos se relacionem com este mundo e encontremsignificado nesta relação para que o aprendizado ocorra de formaeficaz. É importante que os conteúdos ganhem significado nasvivências cotidianas dos alunos, seja na escola ou fora dela.

A relação com o saber é também relação com o outro. Dentro daescola, os professores, funcionários, diretores, enfim, todos os atoresenvolvidos no processo educacional podem responder pela falta ounão de sentido dos conteúdos para os alunos. A relação do alunocom o professor pode influenciar no significado, importância que oeducando atribui aos conteúdos estudados nas disciplinas. Oenvolvimento em grêmios estudantis e líderes de turma dá suporteaos alunos no seu desenvolvimento.

Fora da escola, nota-se o envolvimento com outros grupos. A igreja éum local de atividade espiritual e um local, também, de aprender, sejano convívio com as outras pessoas, assumindo liderança de grupos,dando aula, participando de peças teatrais ou lendo os livros sagrados.Esta subjetivação e socialização proporcionam um ganho considerávelna relação dos jovens com os saberes existentes no mundo.

A igreja também exerce a função de proporcionar o contato com aleitura. Os jovens lêem livros de cunho religioso. Uma das alunasdisse que estava participando de um grupo de teatro com objetivosde melhorar sua relação com as outras pessoas. A partir do contato

com outros grupos fora da escola os adolescentes mostram-sepolitizados e assumem um compromisso social. A escola ainda pautasua prática num ensino conteudístico e não leva em consideração asoutras necessidades do sujeito.

Segundo Charlot (2000) é necessário a mobilização para que o alunose aproprie dos saberes.Trata-se de uma mobilização interna,subjetiva produzida por cada aluno em sua história de vida. E, ainda,essa mobilização pode promover o desenvolvimento de umaatividade que, necessariamente, terá sentido para o aluno já que estese movimentou diante de uma necessidade de aprender que, por suavez, é impulsionada pelo desejo.

Diante dos paradoxos concernentes ao papel da escola e ao cotidianodos alunos nesta instituição, observa-se que os alunos encontramcaminhos para darem sentido aos saberes necessários para queobtenham bons resultados na escola e fora dela. A escola, em suaessência, não tem exercido seu papel.

Nota-se que estes alunos acreditam nas possibilidades de obteremresultados positivos. São alunos que têm a auto-estima equilibrada,acreditam em si. Esta consciência do que ele pode fazer é moldadana relação do aluno consigo mesmo. Segundo Charlot (2000), “todarelação com o saber é relação consigo mesmo”. Ainda segundo esteautor “toda relação consigo é também relação com o outro e toda arelação com o outro é também relação consigo próprio”.

O sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprender

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

São adolescentes que acreditam que a escola pode dar um suportepara eles, mas o mais importante no desenvolvimento pessoal eprofissional, segundo eles, é querer, ter vontade, desejar. SegundoMartins (2001, p. 45), a subjetividade é a instância onde seproduzem, no cruzamento entre as outras diversas instâncias da vida,os componentes imateriais e moleculares da sensibilidade, dainteligência e do desejo.

Nota-se que o compromisso com a escola e com os saberes sãoalicerçados pela vontade subjetiva de cada aluno. O desejo deaprender, estando aberto para a compreensão do conteúdo eesforçando-se para tal, é produzido subjetivamente.

Segundo Charlot (2000) a relação com o saber é desejo de saber. Osalunos estabelecem sua relação com o saber mediada por um desejoque, por sua vez, é produzido pela subjetividade deste aluno. SegundoPiaget (1997), não há ato puramente intelectual, pois “o interesse éorientação própria a todo ato de assimilação mental” p.37. Aindasegundo o autor, é sempre a afetividade que constitui a mola dasações, as quais resulta a cada nova etapa, esta ascensão progressiva,pois é a afetividade que atribui valor às atividades e lhes regula aenergia. p. 65.

Observou-se que apesar de a escola ser a instituição que,formalmente, tem a função de instruir e educar, os alunos encontramem outros grupos fontes de aprendizagens. Estes alunos não encerramsuas atividades educativas na escola assim como muitos outros

alunos, porém buscam, guiados por suas vontades, outros caminhos.Estudou-se aqui a relação de um indivíduo com o saber no sentidode elucidar o “psiquismo singular” do sujeito. Um psiquismosubjetivo e orientado pelas vontades e desejos dos seres humanos.Apesar da busca da satisfação da família e da sociedade na qualestão inseridos – e isso pode influenciar os estudantes -, os alunosmostraram-se guiados por seus desejos e vontades mais do que porqualquer outra razão.

O sujeito constrói sua singularidade que é feita de uma históriaoriginal em cada ser humano. O sujeito é singular não só porqueescapou ou não do determinismo social, mas porque ele tem umahistória construída na dinâmica de sua relação com o saber.

Observou-se as possibilidades de caminhos trilhados pelos sujeitos/alunos na busca pela obtenção de bons resultados na escola. Porém,o significado do sucesso desses alunos está mais fora da escola doque dentro dela. Os grupos, nos quais os adolescentes encontraramferramentas para suas vidas pessoais e profissionais, estão situados,na sua maioria, fora da instituição que tem a função formal de instruire educar.

No processo de apropriação dos saberes, o sujeito/aluno se relacionacom o mundo, com os outros e consigo mesmo. Porém, observou-seque a maioria das decisões desses jovens foram tomadas no cernede suas relações intrínsecas, ou seja, prevaleceram os desejos evontades dos alunos.

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As experiências práticas e teóricas encontradas pelos sujeitos/alunosfora da escola podiam, certamente, serem vivenciadas na escola quenão só tem o papel de instruir, mas de educar, tanto para a vidaescolar, quanto para a vida em sociedade.

Ao ignorar as inúmeras possibilidades do sujeito/aluno naapropriação do mundo, a escola pode estar promovendo a falta deresultados positivos dos alunos, a pouca vontade de vir para a escolae até a evasão.

Faz-se necessário uma sociologia do sujeito, uma educação para osujeito/aluno. Uma educação entendida e dedicada a compreendercomo o indivíduo se apropria do universo social, como ele constróiseu mundo singular. Uma sociologia do sujeito estuda o sujeito/aluno como um conjunto de relações e processos.

Visto que o homem também é constituído por relações movidas pelodesejo (subjetividade), é necessário que a educação dê ênfase aosujeito/aluno, suas representações como uma “rede de significados”,como um conjunto de interações.

A relação com um saber imposto sobre o aluno na escola é,indissociavelmente, a relação com o mundo, consigo e com o outro– professores, colegas etc. O apropriar-se desse saber é orientadopelo desejo de aprender, pois “não há relação com o saber senão departe de um sujeito; e o sujeito é desejo” (CHARLOT 2000, p 47).O indivíduo é produto, mas, também, é produtor; na espécie, ele

compõe-se de contrários: conservação, reprodução e criação. Ohomem deve ser “sujeito e objeto de sua existência, ou seja, sujeitoque se separa de si mesmo para se conhecer melhor, refletindo sobresi próprio como objeto do conhecimento humano”, pois “a reflexãoé cisão e oposição interna; questionamento de si mesmo”. É nesteauto-estudo, estudar a si mesmo, que se encontra a construção ereconstrução do sujeito e a escola tem papel preponderante nesteprocesso.

Referências:

BURNHAM, Teresinha Froés. Complexidade,multireferencialidade, subjetividade: três polêmicas paraa compreensão do currículo escolar. In_Reflexões em tornoda abordagem multireferencial. São Carlos: EdUFSCar, 1998,p. 35-55.

CASTORIADIS, Cornélius. A instituição imaginária dasociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

___________As encruzilhadas do Labirinto III: o mundofragmentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementospara uma teoria. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

GADOTTI, Moacir. Perspectivas atuais da educação.Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

JERUSALINSKY, Alfredo. Traumas de adolescência. IN:Associação Psicanalítica de Porto Alegre. Adolescência: entreo passado e o futuro. Porto Alegre: Artes e Ofícios, 1997.

O sujeito/aluno e sua relação com o saber/aprender

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

MARTINS, J. S. Educação com pé no chão do sertão:proposta político-pedagógica para as escolas municipais deCuraçá. Petrolina: Franciscana, 2001.

PIAGET, Jean. Seis estudos de psicologia. 22. ed. Rio deJaneiro: Forense universitária, 1997.

SPOSITO, Marília Pontes. Juventude: crise, identidade eescola. In:__ Múltiplos olhares sobre educação e cultura. BeloHorizonte: UFMG, 1996.

UNESCO. Políticas Públicas de/para/com juventudes.Brasília, 2004. 304 p.

Sites:

www.mec.gov.br. Acessado em 25/04/04 às 14h

www.sociologia.org.br. Acesso em: 24-06-05 às 17h

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Resumo: Este estudo buscou elucidar no âmbito da administração de recursos humanos osignificado de uma gestão de afinidade, proposta como modalidade de uma administração modernae eficaz, apta a responder às novas demandas impostas aos administradores. O ponto de partidade um estudo desta natureza supõe a valorização da Administração enquanto disciplina inseridano escopo das ciências humanas, focando as pessoas como recursos vivos e inteligentes e não maiscomo simples fatores inertes de produção: recursos humanos como o mais importante recursoorganizacional e fator determinante do sucesso empresarial. O enfoque do estudo aqui mencionadotambém buscou delinear aspectos do Significado da Gestão de Afinidades na Empresa, consideradacomo item fundamental para o desenvolvimento integral do administrador e do administrado. Apartir de um esforço integrador de todas as afinidades em torno das chamadas Afinidades deCompromisso, avaliou a importância e atualidades do tema, bem como a necessidade de novos emais abrangentes estudos sobre o assunto, tendo em vista a emergência do interesse que a questãojá demonstra no meio acadêmico e da produção do conhecimento.

Palavras-chave:afinidades; integração; comprometimento; relações humanas; desempenho

Significado da gestão de afinidades na organização afinidade: uma conceituação possível

Num mundo em que o administrador procura compatibilizar variáveis como a busca de desempenho e satisfações num trabalho emequipe, o que também pressupõe toda uma rede de compensações e recompensas de certa forma dosadas com as capacidades de cadaum, um novo indicador parece se insurgir neste cenário – as afinidades dos agentes do empreendimento. O que significam numa concep-ção moderna de administração? Como satisfazê-las numa dinâmica que favoreça o aumento de produtividade geral da empresa e aconsecução de seus objetivos últimos?

Administração vista como gestão de afinidadesAdministração vista como gestão de afinidadesAdministração vista como gestão de afinidadesAdministração vista como gestão de afinidadesAdministração vista como gestão de afinidades11111

Gilka Santana do Espirito Santo1

1Estudante de Administração de Empresa, Fundação Visconde de Cairú.Bolsista Finep. E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Afinidade. Como conceituá-la, então? No dicionário da língua por-tuguesa o vocábulo tem as seguintes definições: “relação, semelhan-ça, analogia, conformidade, tendência combinatória, coincidênciade gostos ou de sentimentos dão–se bem porque têm muita afinida-de de gostos, espiritual e identidade”(FERREIRA, 1986, p.56).

Filosoficamente dispondo, a afinidade pode ser tomada como ummodo de comunicação íntima com o ser que afirma sua existênciano âmbito da intuição. Seja como semelhança, combinação, adequa-ção, concordância ou como atração, a afinidade é uma percepção doser que se dá antes mesmo da reflexão na dimensão do sensível ou éo resultado de uma necessidade intelectual de se configurar um campode concordância, lugar de encontro e de revelação do ser(CONTINENTINO, 1999, p.127).

Nos limites das pretensões específicas da área de AdministraçãoGestão de Negócios, é possível uma delimitação conceitual maisprecisa do significado para afinidade. O conceito então propostosugere tomar as afinidades como modos de intuição, modalidadesde identificação (subjetiva) do sujeito operante com as possibilidadese dimensões do negócio ou do empreendimento em geral em queatua (objetivamente).

Convém aqui situar as premissas tomadas: o sujeito é sempre o pro-fissional, seja o administrador ou o administrado – mesmo que igual-mente se comportem como objetos de uma contrapartida em que aempresa figura como sujeito do negócio; os modos de intuição ou as

modalidades de identificação dependem das peculiaridades de cadaum dos agentes em todas as suas dimensões pessoais – físicas, psi-cológicas, sócioculturais, espirituais...,que facilitariam ou dificulta-riam, nas mais variadas proporções, no desempenho de cada um nasua função no âmbito do negócio.

O tema, pois, parece propício à sua consideração a partir então deuma leitura possível das contribuições de pensadores como Goethe(1992) e Ken Wilber (2000), ainda que distanciados no tempo eespaço.

Tomando, pois, como ponto de partida o tratamento dado por Goethena questão das afinidades, e considerando a cartografia de KenWilber, um dos maiores sistematizadores contemporâneos do co-nhecimento, deduz-se o seguinte modelo de tipos de afinidades:

Afinidades de compromissos seriam as afinidades relativamentemais nobres dos administrados e dos administradores que os fariamse identificar com um sentido último da função social da empresa ede sua inserção na história. Seria o campo adequado das identificaçõesefetivadas com a imagem positiva da empresa perante o públicoem geral, e em particular, perante sua clientela mais imediata;

Afinidades relacionais representam o campo mais diariamentevivido no ambiente de trabalho, em que as identificações pessoaisde cada um com seu(s) parceiros(s) – físicas, psicológicas, culturais,profissionais, espirituais – se dão de forma mais concretamentedesafiadora para as chefias imediatas, quase sempre chamadas aarbitrarem conflitos de toda ordem;

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Afinidades funcionais igualmente dispostas no mesmo eixohorizontal dos meios relacionais entre colegas de trabalho, guardam,no entanto, uma diferença fundamental com as afinidades relacionais:todas aquelas identidades físicas, psicológicas, culturais etc. dessa vezse dão de forma claramente mediada pelas funções de cada um naestrutura e dinâmica da empresa. Aqui o papel específico de cadaum condiciona aquelas identificações que nas afinidades relacionaisestariam como que mais soltas e flexíveis;

Afinidades de interesse recompõem, por assim dizer, a dimensãomais individual de cada um dos agentes – administrados eadministradores. Seria o campo dos interesses e expectativas mais íntimosde cada um, confessos ou não. O sentido de realização pessoal, porexemplo, (que também, se expressa nas demais afinidades), guardariauma aproximação mais nítida com tais afinidades de interesse.

De fato, o modelo esboçado acima sugere que em um ambiente detrabalho, dinâmico e competitivo por natureza, as pessoas estão defato sentindo, vivendo, expressando, sublimando, realizando...ou nãotodas aquelas expressões fundamentais de suas afinidades. Tudo aomesmo tempo, no íntimo de cada um, nas relações explicitadas ounão, nas atividades solitárias ou compartilhadas, nos processos emandamento ou por se concluir.

Assim, cabe ao administrador moderno ele próprio ter consciência edesenvolver, dentro do possível das contingências do real, todas asexpressões de suas afinidades de compromisso, relacionais, funcionaise de interesse. Sendo assim, o seu maior desafio é conduzir os seusadministrados ao mesmo estado de integração pessoal e coletiva desuas afinidades expressas ou sublimadas.

As lições de Goethe em afinidades eletivas para o administra-

dor moderno

Um dos pontos de partida numa investigação desta natureza deveser buscado no impacto positivo que a leitura da obra AfinidadesEletivas de J. Wolfgang Goethe (1992) ainda causa a profissionaisdas mais diferentes áreas do conhecimento, aí naturalmente incluídoo administrador moderno.

Obra representativa da maturidade de Goethe, As AfinidadesEletivas revela-se como uma delicada e profunda incursão nacomplexidade da vida social e amorosa de seus personagens. O pontode partida no tratamento do tema é a consideração do princípioquímico (aspecto de racionalidade, típico da era moderna), atravésdo qual dois elementos agregados se separam para se unirem a outrosdois novos elementos. Através, então, da alegoria das forças naturaisdeterminantes nas relações matrimoniais e sociais mais amplas,Goethe deixa a pista para o estudo das afinidades que intervêm emtodas as modalidades de relações humanas.

E aí, pois, entra o espírito especulativo e interdisciplinar que deveanimar as ciências modernas diante do desafio imposto pelasdemandas de uma sociedade cada vez mais globalizada e competitiva.Afinal, as reflexões sobre o caráter e a força das afinidades,originalmente tratadas no âmbito da sociedade conjugal e do espíritosocial do século XIX, teriam algo a dizer no tratamento maisespecífico das afinidades de funcionários e administradores

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modernos, submetidos as mais diferentes tensões e exigências domundo atual?

A resposta certamente afirmativa parece antecipada pela opinião deOtto Maria Carpeaux, um dos maiores críticos literários brasileiros,para quem o livro de Goethe se consagra como um dos primeirosromances psicológicos da literatura européia, onde a arte alcança amelhor representação dos sentimentos e da vontade humana. Ora, éexatamente no campo da sensibilidade psicológica e da atenção aossentimentos e afinidades dos indivíduos como agentes produtivos,que se estabelece o grande desafio de uma administração moderna,ágil e eficiente, capaz de apresentar repostas criativas às exigênciasdo mundo globalizado.

De fato, o que se pode também deduzir da lição profunda desta obraGoethe (1992) é que aqui igualmente se trata de todo um processo dematuração pessoal e relacional, em que os agentes são estimulados adarem-se conta da realidade e da efetividade (o que deve e o que épossível realizar) de cada uma das suas afinidades relacionais efuncionais, próprias da dimensão humana das escolhas, quase semprenaturais, espontâneas e até irracionais (eixo horizontal).

E assim realizando as escolhas, quando possível, os agentes donegócio também são chamados a dar um passo adiante em direção àmaturidade de quem toma a decisão consciente e comprometida quedeve ser tomada (administrador e administrado), com a plenaintegração dos eixos vertical (decisão) e horizontal (escolha).

A questão da afinidade como categoria de análise e de estudo

científico

A partir da obra inaugural de Goethe sobre o tema, aí se considerandotodo legado de uma obra clássica da literatura alemã, a questão aindapouco estudada das afinidades, seja no campo específico das relaçõesno ambiente de trabalho nas organizações, objeto de estudo diretoda Administração, ou mesmo no escopo das demais disciplinas doconhecimento humano, começa a ganhar corpo, despertando aatenção da comunidade acadêmica para uma temática nova eabrangente. Exemplo recente da assimilação da questão da afinidadecomo categoria de estudo no meio científico é a Tese de Mestradode Silvana Amado Continentino, intitulada Afinidade como Modode Comunicação, defendida na Universidade Federal do Rio deJaneiro, em 1999, que partindo igualmente da obra inédita de Goethemuito contribui para melhor elucidação do tema.

Continentino (1999, p.123) ressalva que “no ato de reconhecimentode uma afecção está implícita a escolha, de modo que a afinidadepassa da fatalidade à vontade, adquirindo então uma dimensão hu-mana sem perder sua qualidade natural”. No âmbito da vontade vis-lumbra-se o ato de liberdade. A decisão é um tipo de liberdade quese refere unicamente à consciência impedindo assim que as esco-lhas, que podem deslizar até a perversão, confundam-se com um atode vontade livre.

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Correlações possíveis: afinidades eletivas, por Goethe, e os

desafios para o administrador moderno

A satisfação e a superação das afinidades de interesse mais imediatodos agentes podem e devem levar em direção ao despertar dasafinidades menos tangíveis, como as de compromisso, assim comose vai do conhecido ao desconhecido.

Em certa passagem Goethe diz que ao se imaginar, por exemplo, aágua, óleo, o mercúrio você verá uma unidade, uma coesão entresuas partes. Essa união só deixara de existir pela força ou por outradeterminação qualquer, o que revela a espontaneidade e força dasafinidades relacionais que promovem a atração, e, por conseguinte,a desejável integração, daqueles agentes nitidamente afins (atraçãofísica, psicológica, cultural , espiritual . . . ) , para a qual osadministradores mais imediatos do local de trabalho são chamadosà atenção permanente.

Há que se atentar para a diferença sutil e fundamental entre as afini-dades relacionais e as afinidades funcionais. De fato, estas últimasabarcam um conjunto de elementos que, passando pelas atraçõesimediatas ou não entre as pessoas, acabam mediadas pela força dopapel funcional de cada um, uma força que nasce da própria nature-za do negócio que une as partes naquele instante do agir produtivo,mesmo que depois venham a se separar como a água e o óleo.

De fato, os quatro personagens de Afinidades Eletivas – Eduard,Charlotte, Ottilie e o Capitão – em suas relações interpessoaisguardam correlações com aqueles t ipos de afinidades (decompromisso, relacionais, funcionais e de interesse).

Eduard e Ottille, e tudo que simbolicamente possam representarnas organizações (funcionários e administradores capazes de trans-cenderem no entendimento e no comprometimento com ideais maisnobres do negócio) estariam unidos mais fortemente por verdadei-ras afinidades de compromisso.

Da mesma forma, Eduard e Charlotte (e suas respectivas simbologiasmodernas nas organizações) estariam vinculados de maneira maisdecisiva por afinidades relacionais.

Quanto à Charlotte e o Capitão, o que os unia fortemente eramafinidades de interesses, aqueles mais imediatos que vinculam noemprego e na satisfação das necessidades imediatas de todos, eque, portanto, devem ser reconhecidos, valorizados, mas nuncatomados como únicos e suficientes. Por fim, entre o Capitão eOttilie (símbolos do distanciamento e aproximação pragmáticosentre determinados agentes do negócio) imperavam de fato as afi-nidades funcionais.

Na verdade toda a temática das afinidades, inaugurada por Goethe,cujo interesse multidisciplinar aqui se pretende destacar, sobretudono campo da administração e gestão de pessoas, se remete a ques-

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tões mais profundas de satisfação e realização pessoal de cada um,objeto de estudo das ciências da psicologia. A densidade dessas ques-tões ganha maior importância quando se trata do que se passa noambiente de trabalho das organizações.

A questão das afinidades no âmbito da integração dos saberes

Na verdade, a tendência crescente para novas abordagens,multidisciplinares e mais enriquecedoras para o campo de interessedas ciências humanas, sobretudo da psicologia e da administraçãogeral, e particularmente no âmbito da gestão de recursos humanos,para onde converge a proposta de estudo aqui sugerida (enfoque nagestão de afinidades) tem se constituído no objeto de estudo de novose criativos autores, como é o caso de Ken Wilber considerado umdos mais lúcidos pensadores modernos.

De fato, o bioquímico americano, hoje reconhecido como um dosmaiores teóricos da chamada Psicologia Transpessoal, disciplinaintegrativa que, da Psicologia Humanista inaugurada por Maslow eoutros, pretende realizar uma sistematização a mais abrangente pos-sível dos diversos saberes do conhecimento humano, integrando oracionalismo científico ocidental e a tradição milenar do oriente,pode contribuir com suas formulações criativas para uma melhorcontextualização da questão das afinidades, de forma multidisciplinare integrada.

Afinal, o que a contribuição de Ken Wilber, teria a dizer sobre ges-tão de afinidades?

A resposta parece passar pelas seguintes considerações. No momentoem que o administrador moderno procura despertar e desenvolverem seus administrados as afinidades de interesse estamos no nívelbásico da satisfação. Da mesma forma, quando se desperta para asafinidades relacionais, o administrador pode estar dizendo: cuidadocom as discordâncias!

Quando, ao invés, o objeto se dirige para as afinidades funcionais, agestão moderna de recursos humanos está dando sinal claro daimportância do discernimento. Por fim, só o despertar e a integraçãodas afinidades de compromisso podem levar de fato os agentes doempreendimento à necessária abertura que os novos tempos requerem.

De fato, segundo Wilber (2000, p.45), para que as instituições sociaise as bases tecno-econômicas contribuam para que haja transforma-ção, será necessário que aconteçam pelo menos em uma das áreas,grandes avanços tecnológicos que possam exercer uma pressão sobrea consciência individual. Seriam, portanto, aqueles os quatros fatoresindispensáveis: satisfação, discordância, discernimento e a abertura.

Afinidades de compromisso e a integração de todos os tipos de

afinidades

Não poderia ser de outro modo o tratamento inicial de uma propostade estudo que pretende chamar a atenção para a importância daspeculiaridades dos indivíduos no âmbito de uma verdadeira gestão

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de afinidades, aqui entendida como uma opção válida de estudo ede aplicações numa administração moderna.

Assim, contextualizado o tema e apostando-se num esforçomultidisciplinar de tal abordagem, pareceu relevante tomar a questãoda gestão de afinidades também em correlação com obras e autoresnão diretamente envolvidos com a Administração Geral ou mesmocom aspectos da administração de recursos humanos.

O modelo proposto para o que seriam os tipos de afinidades asdistingue basicamente em afinidades de compromisso, afinidadesrelacionais, afinidades funcionais e afinidades de interesse. A idéiajá desenvolvida anteriormente deixa claro o seu caráter integrativo.Todos, administrados e administradores, são chamados à plenaconsciência e realização possível de todas as suas afinidades, queconvivem em cada um e no grupo em graus os mais variados deintensidade e proporção.

Neste processo, o desafio do administrador, uma vez integradas assuas próprias afinidades de forma consciente e produtiva, passa pelasensibilidade a atenção necessária para também promover aintegração e realização possível da afinidade dos seus administrados,no âmbito evidentemente, dos interesses maiores da organizaçãoem que todos se inserem.

Desta forma, resulta evidente que as chamadas afinidades decompromisso, se também aparecem como um tipo de afinidade

observável, também se comportam como aquele tipo de afinidadecapaz de realizar a integração e o bom êxito das demais. É na forçaaglutinante das afinidades de compromisso, que apelam para aidentificação mais nobre com os interesses e objetivos maiores dasinstituições e organizações, que se cria o clima propício para arealização, dentro do possível, das demais afinidades, e desta formada satisfação das necessidades individuais de cada um.

Este cenário multidisciplinar aponta para um futuro melhor reservadoaos gerentes e administradores que não se intimidem diante dasmudanças necessárias, que só acontecem a contento se osfuncionários estiverem comprometidos. A vantagem competitiva nãose encontra nas máquinas e patentes, e sim nas pessoas capazes deimprovisar, inovar e investir em si mesmas para o progresso de suascompanhias. E quanto mais velozes forem as mudanças, sãoexatamente os funcionários comprometidos (com as afinidadesintegradas) que constituem o fator decisivo na competição.

De fato, voltando àquela correlação com os personagens do livroAfinidades Eletivas, percebe-se que só os funcionáriosverdadeiramente comprometidos, ou seja, aqueles com a possívelintegração e realização de suas afinidades – tão bem simbolizadasnas relações entre Eduard, Ottilie, Charlote e o Capitão- são capazesde garantir a sustentabilidade e sucesso da organização, da mesmaforma , que aqueles personagens, a seu modo contribuíram para odesenrolar do romance de Goethe.

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Os ingredientes para uma verdadeira política de pessoal (uma políticaque também respeite as afinidades de cada um) aparecem naterminologia através de expressões que acabam convergindo com atipologia de afinidades aqui proposta: valorização da pessoa emprimeiro lugar (espírito geral do respeito às afinidades); diálogos demão dupla (as relações interpessoais mediadas principalmente pelasafinidades relacionais e funcionais); comunhão (idem); mediaçãotranscendental e realização (correspondência direta com o caráterintegrativo e transcendente das afinidades de compromisso);contratação baseada em valor, segurança e recompensas extrínsecassignificativas (correlação com a satisfação, principalmente, dasafinidades de interesse).

Considerações

As organizações do século XXI estão sempre buscando novos co-nhecimentos, novos parceiros e tecnologia, além de inovadoras for-mas de gerenciamento para ampliarem suas participações no merca-do mais competitivo. Esta busca se dá com a articulação de novasvisões e missões que possam traduzir estratégias mais eficientes paraas organizações, sempre às voltas com o desafio de satisfazer seusclientes num mundo cada vez mais globalizado.

Os empreendedores podem demonstrar poder de fogo, ao propicia-rem, com suas iniciativas empresariais, as condições para grandestransformações na sociedade moderna, através, inclusive, da busca

de oportunidades lucrativas aliadas à criatividade e à sinergia comos outros empreendedores e parceiros em geral.

O mundo parece exigir cada vez mais transparência e abertura nasdecisões diárias que os administradores e gerentes são chamados a tomara cada instante. Quando existe uma maior clareza na organização e noambiente de trabalho, maiores serão as chances de se aglutinar osfuncionários e colaboradores em torno de uma identidade do negócio,ou seja, de se construir de fato um clima de comprometimento deintegração em torno de objetivos concretos e palpáveis.

Neste contexto, a questão das afinidades das pessoas, sobretudo emseu ambiente de trabalho, assume dimensão nova, mais abrangente,na medida em que passa de fato a constituir a agenda das novasatenções e desafios impostos a um administrador moderno.

O administrador do século XXI é colocado, então, como que numjogo em que as regras básicas induzem seus participantes acompatibilizarem, na forma mais dinâmica e criativa possível, vari-áveis como a busca de desempenho e das satisfações num trabalhoem equipe. As compensações e recompensas necessárias assumemnova dimensão, de certa forma dosadas com as capacidades de cadaum. E aí um novo indicador se coloca neste cenário – as afinidadesdos agentes do empreendimento.

Numa concepção moderna de administração, a sensibilidade e a aten-ção com as afinidades das pessoas envolvidas no negócio passam a

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crementos de produtividade e competitividade, como, e sobretudo,se reinsere ou se reforça a dimensão humana no âmbito dos que defato fazem o negócio. Como diria Goethe, com as palavras de seuspersonagens Eduard e Capitão:

O ser humano é um verdadeiro Narciso, gosta de se ver refletido emtoda parte e coloca-se acima do mundo inteiro.

- Exatamente! acrescentou o Capitão é assim que ele trata tudo oque se encontra fora dele; ele empresta sua sabedoria, e a sua loucu-ra, a sua vontade, e o seu livre-arbítrio aos animais, às plantas, aoselementos e aos deuses. (GOETHE, 1992, p. 49).

E também aos negócios, diria um gestor de afinidades!

A importância e a atualidades do tema aparece, sobretudo, quandose identifica em autores contemporâneos exatamente os elementose considerações que já se mostram relevantes e que apontam para odesafio de novos estudos que coloquem na ordem do dia a questãocentral da subjetividade dos indivíduos no ambiente de trabalho.Como desdobramento imediato dos estudos que focalizem mais for-temente os aspectos subjetivos dos agentes do negócio, resultará,sem dúvida a figura conceitual de uma gestão de afinidades, entãoalçada à condição de categoria de análise e objeto de estudo da co-munidade científica.

ser um item dinamizador e de integração, de tal modo que favore-cem, quando inseridas num projeto estratégico mais amplo e arroja-do, o aumento de produtividade geral da empresa e a consecução deseus objetivos últimos.

De fato, uma gestão de afinidades, tal como aqui proposta, numatipologia que aposta também na multidisciplinaridade, amplia in-clusive os horizontes conceituais do mundo do negócio. Proposi-ções como democracia no local de trabalho, gestão participativa,comprometimento, integração, realização pessoal, responsabilidadesocial das empresas...ganham um terreno concreto de viabilizaçãoprática, encarnada nas pessoas, que se quer satisfeitas e produtivas,em cada um dos ambientes de trabalho em que atuam.

A aposta na viabilidade de uma gestão de afinidades não se revelacomo uma mera articulação teorética, busca ao invés alicerçar-se noconcreto de novas demandas e relações humanos nas organizaçõese no trabalho, que, se por um lado apontam para precarizações emsuas condições de trabalho em muitos casos, também sinaliza para anecessidade de se valorizar ainda mais a dimensão humana e indivi-dual de cada um dos participantes do empreendimento.

Gerir afinidades pode significar repostas concretas e sustentáveis àsdemandas impostas pela dinâmica dos mercados e com uma vanta-gem adicional: assim, fazendo não só se podem viabilizar novos in-

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Referências

CONTINENTINO, Silvana Amado.Afinidade como Modo

de Comunicação. 1999. 142f. Dissertação (Mestrado emComunicação)-Universidade Federal do Rio de Janeiro.

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da

administração.Rio de Janeiro: Campus,2000.

CRAINER, Stuart. Os revolucionários da administração:uma guia indispensável dos pensadores e suas idéias quecriaram e revolucionaram a administração e o mundo dosnegócios. São Paulo: Negócio, 1999.

GOETHE, Johann Wolfgang. As afinidades eletivas .3.ed.São Paulo:Nova Alexandria,1992.

WILBER, Ken. Uma teoria de tudo: Uma visão integral paraos negócios, a política, a ciência e a espiritualidade. São Paulo:Cultrix, 2000.

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Estima-se que a escrita surgiu na Mesopotâmia (atual Iraque) há, aproximadamente,4.000 a.C. devido à necessidade do povo de documentar fatos e histórias e registrar,para gerações futuras, as descobertas dos antepassados. O primeiro alfabeto era com-posto por desenhos simples "pictogramas" que expressavam, principalmente, ativida-des cotidianas, animais e fenômenos naturais.

As necessidades de expressão e registro acompanharam e contribuíram para a evoluçãohumana e social. Hoje, 2005 anos depois de Cristo, vivendo o século XXI - época daquebra de limites físicos, da hiperconectividade e interatividade onde as informações trans-cendem o tempo e o espaço - a informação escrita impressa mantêm-se forte. Mesmo como uso da Internet e o do acesso rápido aos e-books (publicações digitais), a circulação delivros e revistas em papel garantem a todos, inclusive aos digitalmente excluídos, a possi-bilidade de adquirir informações originais e, ainda, realizar uma pesquisa rica, atualizadae de absorção imediata. Como por exemplo, os módulos e revistas publicados pelo Progra-ma Gestão Participativa com Liderança em Educação (PGP/LIDERE).

Em 1995, o PGP/LIDERE, ainda Programa Gestão Participativa (PGP) atendia direta-mente a quatro escolas quando lançou o Boletim Informativo Gerir - uma ferramentade comunicação tradicional, de penetração fácil e relativo baixo custo - propondo umamaior interação entre as Comunidades Escolares, a Universidade e o próprio PGP. OGerir (como ficou carinhosamente conhecido) possibilitou às escolas a oportunidade de

PPPPPublicações: um elo entre as teorias e a práticaublicações: um elo entre as teorias e a práticaublicações: um elo entre as teorias e a práticaublicações: um elo entre as teorias e a práticaublicações: um elo entre as teorias e a prática

Helane Monteiro de Castro Lima1

1Publicitária, UCSAL. Estudante de Especializaçãoem Relações Públicas, UNEB.E-mail: [email protected]

Exemplar do Informativo Gerir - Dezembro de 1995.

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didática e acessível a questão da gestão escolar participativa, in-tercalando a visão teórica com tópicos práticos, como por exem-plo a liderança e a motivação da equipe escolar e como solucionarproblemas, tomar decisões e administrar o trabalho desses gestores.

divulgar seus projetos e atividades, reclamar ações, conversar entresi, trocar experiências, estimular a participação de professores, fun-cionários, pais e toda a comunidade, além de registrar o desenvolvi-mento do trabalho realizado em conjunto com o PGP em prol daevolução da gestão escolar.

Assim como as escolas e por causa delas, o Programa cresceu, abraçounovos desafios, encontrou parcerias de sucesso, ampliou horizontes econquistou um espaço cada vez mais amplo. Três anos após iniciarsuas atividades, em 1998, já atuava, em parceria com dez escolaspúblicas; as assessorias, oficinas e palestras mostravam resultadospositivos e atraiam a atenção de diversas comunidades escolares,então, surgiu a necessidade de divulgar, irrestritamente, os percal-ços e êxitos vivenciados (o quê fizemos, por que fizemos, comoexecutamos e avaliamos).

A escola participativa

O resultado desses questionamentos, das atividades e das pesqui-sas realizadas pelo Programa em parceria com as escolas (no perí-odo entre 1995 e 1998) gerou o livro "A escola participativa: otrabalho do gestor escolar, ISBN 85.326.3121-5. Publicado pelaprimeira vez em 1998 pela editora DP&A - mediante colaboraçãocom o Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) e com oConselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) - ideali-zado e escrito pelos doutores Heloísa Lück, Kátia Siqueira deFreitas, Robert Girling e Sherry Keith, o livro aborda de forma

Em 2005, com a linguagem revisada e o conteúdo atualizado acercados novos conceitos da gestão escolar, o livro chegou a sua 6ª ediçãorelançado pela Editora Vozes sendo dedicado

[...]a tantos quantos se dedicam à construçãode uma escola viva, dinâmica e voltada para aqualidade de ensino pela qual seus alunos sãomotivados a usar e desenvolver plenamente oseu talento no desenvolvimento de aprendiza-gens significativas e formação consistente(LUCK et al, 2005, p.7).

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No ano de 2001, já sediado e integrado ao Centro de EstudosInterdisciplinares para o Setor Público (ISP/UFBA), pesquisando,propondo e desenvolvendo a liderança educacional na gestãoparticipativa o, agora, Programa Gestão Participativa com Liderançaem Educação, sob uma nova estrutura organizacional, montou umaequipe de publicações e coleta de dados responsável pela organização,produção, divulgação e manutenção da qualidade técnica dos perió-dicos (impressos e eletrônicos) editados pelo Programa (Informativo

Gerir, revista PGP/LIDERE em destaque e a científica Gestão

em Ação).

borados e produzidos pelos estagiários e bolsistas, em um verdadeirodesafio: articular as diversas teorias, estudadas na Academia, às práti-cas pedagógicas, atentando para a realidade das escolas visitadas e atendi-das, visando à atualização em serviço das equipes escolares e o desenvol-vimento sócio, político, cultural e educacional da sua própria equipe.

Durante o ano de 2002, o Informativo Gerir - com intuito de difundir o"Projeto Escola Efetiva: a equipe gestora liderando o sucesso (PEEF)"e mobilizar toda a comunidade para a importância da participação nagestão escolar - publicou em dois de seus fascículos (Gerir v.8, n.26,jul./ago. 2002 e Gerir v.8, n.27, set./out. 2002) as produções do "Prê-mio Aluno Criativo", uma atividade proposta pelo PGP/LIDERE àsescolas parceiras, visando motivar e possibilitar a livre expressão deprofessores e alunos do Ciclo Básico de Educação (CEB I e II), 3ª e 4ªséries, por meio de desenhos e redações sobre o real papel do Projeto,seus benefícios e resultados nas Unidades Escolares.

Publicações: um elo entre as teorias e a prática

Informativo Gerir

O Informativo Gerir, registrado sob o ISSN 1516-6813, transformou-se em veículo para a publicação de módulos temáticos, pensados, ela-

Capas de os Informativos Gerir em 2001, 2002/2003 e 2004/2005, respectivamente.

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O resultado desse trabalho surpreendeu a todos os envolvidos, desdea intensa participação das escolas e a maravilhosa contribuição dosalunos até a utilização do material produzido no desenvolvimento deatividades em sala de aula. A Escola Municipal Mirantes de Periperi,por exemplo, utilizou o "Prêmio Aluno Criativo" para fortalecer a auto-estima das crianças e para inspirar os professores a incentivar a leitu-ra e a escrita a partir das próprias produções dos seus alunos.

O Gerir publicou mais de quinze módulos, utilizando uma lingua-gem fácil e permitindo à comunidade escolar e aos demais interes-sados em educação e nos diversos temas tratados, discutir, difundire aplicá-los diretamente à sua prática. "Vôo, e volto criando..."(módulo de arte), "Dinheiro na escola: a gestão dos recursos finan-ceiros", "Plano de Desenvolvimento da Escola", "Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs)", "Educação para a saúde", "Comotransformar um grupo em uma equipe de sucesso", "Grêmio Estu-dantil", "Vivenciando a paz na escola", "Educação Ambiental","Avaliação", "Artesanato", "Educação Inclusiva", "Organizandouma biblioteca Escolar" são alguns títulos que reforçaram o cresci-mento, legitimaram a integração e a sinergia da equipe em busca daeducação cidadã e de qualidade.

Carta de uma gestora da cidade de Parnamirim, Rio Grande do Norte enviada ao Programa em 2002.

PGP/LIDERE em destaque

Em decorrência da demanda natural das escolas, ao final do ano de2001, foi criada a revista PGP/LIDERE em destaque (ISSN

Panfleto de divulgação do "Prêmio Aluno Criativo" para os alunos.Redação de Bianca Santos da Silva - 10 anos

4ª série, Escola Municipal Paulo Mendes de Aguiar,Salvador/Bahia.

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Teresinha e Agripiniano de Barros escrito ou descrito por eles mes-mos. As atividades realizadas nessas três escolas, enfatizando a al-fabetização e o letramento, foram documentadas e publicadas comintuito de estimular as ações efetivas dentro das escolas, junto àscomunidades, incentivar parcerias e alertar a sociedade para a im-portância da educação e da participação, principalmente, no subúr-bio da cidade do Salvador (Bahia).

El liderazgo: características e

impacto - en la gestión educativa

Em parceria com o Instituto Internacio-nal de Planejamento da Educação (IIPE-UNESCO Buenos Ayres), ainda em 2003,foi publicado o Módulo El liderazgo:características e impacto - en la gestióneducativa, parte integrante da coleçãoProyecto de Actualización de Formadoresem Gestión y Política Educativa.

De autoria das professoras Katia Siqueira de Freitas, Mara Schwingel,Márcia Oliveira Nery Rodrigues e Sônia Maria Moraes, o móduloversa sobre a liderança para gestão educacional e se constitui emuma ferramenta de trabalho para professores universitários, visan-do a formação de competências de liderança para a gestãoeducativa a partir da construção de conhecimentos, do aprender aaprender e do aprender fazendo.

16760840). Elaborada para destacar as comunidades escolar e lo-cal, suas atividades exitosas, seus anseios, divulgar as mais diversasexperiências pedagógicas e estimular a participação, a leitura e aescrita em professores, alunos e funcionários, bem como em todosos membros da equipe PGP/LIDERE, essa publicação foi se mo-dernizando de acordo com a participação dos professores e gestores.

Produção do aluno Alessandro Miranda dosSantos , 4ª sér ie da Escola Munic ipalAgripiniano de Barros para o "Projeto deLeitura", desenvolvido com o apoio da pro-fessora Eunice Evangelina dos Santos.

Publicado no artigo "Incentivo à Leitura" daprofessora Marli Raquel Dias Souza naRevista PGP/LIDERE em destaque, v.4,n.2, p.6-10, maio/ago, 2004.

Em 2003, por meio do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscan-do caminhos para a escola efetiva, apoiada pela Financiadora de Estu-dos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (FINEP) arevista deu um salto de qualidade e apresentou aos leitores einternautas (versão on-line) o dia-a-dia dos alunos, pais, funcionáriose das comunidades das escolas municipais Mirantes de Periperi, Santa

Publicações: um elo entre as teorias e a prática

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Texto original de Jurema dos Santos Brito, merendeira que faz parte da equipe gestora da Escola Municipal Colina do Mar,. Publicado na revista PGP/LIDERE em Destaque, v.4, n.3, p.32-33, set./dez 2004.

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Websites

http://www.liderisp.ufba.br

http://www.gestaoemacao.ufba.br

Em 2001 foram criados os websites http://www.liderisp.ufba.br,disponibilizando todo o conhecimento produzido pelo Programa (osmódulos e revistas para pesquisa) para download gratuito, além deinformações atualizadas sobre atividades e notícias publicadas so-bre o PGP/LIDERE, escolas e parceiros; e o http://www.gestaoemacao.ufba.br, página dedicada à revista científica homônima.

Mesmo com a mudança de sede - da Faculdade de Educação (FACED/UFBA) para o ISP - a reestruturação da equipe e a publicação de oInformativo Gerir e da revista PGP/LIDERE em destaque, o Progra-ma continuou a organizar, produzir e divulgar a revista científicaGestão em Ação da Linha de Pesquisa Políticas e Gestão da Educaçãoda Pós-Graduação da FACED/UFBA.

Gestão em Ação

Publicada desde 1998 - os primeiros números foram patrocinadospelo Colégio Degrau e o Instituto de Olhos Freitas - a Gestão emAção tem como propósito investigar os processos da gestão da educa-ção presencial, aberta, continuada e a distância. É um veículo paradivulgação de novos estudos e pesquisas sobre administração daeducação, políticas públicas, planejamento, descentralização e

municipalização do ensino, autonomia, avaliação e financiamentovoltando-se para a construção de uma educação crítica, democráticae cidadã.

Desde seu lançamento a revista tem recebido a colaboração de pes-quisadores, professores e estudantes dos mais diversos centros acadê-micos, tanto brasileiros quanto mundiais; os membros do ConselhoEditorial e do Comitê Científico são doutores na área da Educaçãoe participam voluntariamente da produção da revista. Ao longo deseus oito anos de publicação a Gestão em Ação passou por diversasmodificações em prol de melhoria e modernização de sua programa-ção visual e conteúdo; foi submetida a avaliações - dentre as quais oQualis/Capes desde 2001, sendo classificada em 2003 como "NacionalB" (ANPED, 2005) - e a indexações nacionais e internacionais.Afiliou-se a Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC) eaceita no portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal deNível Superior (CAPES) do Ministério da Educação (MEC)- http://www.periodicos.capes.gov.br - auxilia a Faculdade de Educação (UFBA)a alavancar sua avaliação junto ao MEC e conquistou o respeito e aadmiração de profissionais de outras áreas do conhecimento como,por exemplo, Saúde.

Também apoiada pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministé-rio da Ciência e Tecnologia (FINEP), por meio do Projeto Liderançaem Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva,a GA conquistou espaço mundial e em 2005 é exportada para bibli-otecas dos Estados Unidos, França, Inglaterra, Espanha, Portugal, Itá

Publicações: um elo entre as teorias e a prática

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

lia, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai, Panamá, Colômbia, Peru den-tre outros, cumprindo a prerrogativa do Projeto aceito pela FINEP:difundir as pesquisas e estabelecer parcerias com centros educacionaislatino-americanos.

Sob o ISSN 1808-124X (on-line) e ISSN 1516-8891 (impresso) a GAé um veículo para divulgação de novos estudos e pesquisas sobreadministração da educação, políticas públicas, planejamento,descentralização e municipalização do ensino, autonomia, avaliação efinanciamento.

Indexada na Bibliografia Brasileira de Educação (BBE/INEP); na Bi-blioteca Nacional <http://periodicos.bn.br/cgi-bin/isis/wwwisis/[tcg=999]/[in=ser.in]/>; no Centro de Recursos Documentales eInformáticos Organización de Estados Iberoamericanos para laEducación, la Ciencia y la Cultura (CREDI/OEI) da España; nas Ci-tas Latinoamericanas en Ciencias Sociales e Humanidades da UniversidadNacional Autônoma de México (CLASE/UNAM) e na Universitat deles Illes Balears (UIB-Espanha) http://sls.uib.es/search*cat/s?SEARCH= gestao&submit=Cercar está inscrita nas bases de dadosda Biblioteca Ana Maria Popovich-Fundação Carlos Chagas (BAMP/FCC) http://www.fcc.org.br/biblioteca/index.html; no Sumário de pe-riódicos do Acervo FEUSP http://www.fe.usp.br/biblioteca/publicacoes/index.html e foi submetida a apreciação da Base de dadosda Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas(EDUBASE/Unicamp).

Todas as publicações produzidas pelo PGP/LIDERE são resultantesdo apoio, da crença e confiança dos financiadores - Fundação Ford(1995-2005), FINEP (2003-2005), Gráfica Montreal, Colégio Degraue Instituto de Olhos Freitas (1998) - dos colaboradores voluntários; doseu altamente qualificado corpo editorial; de pesquisadores, educado-res e parceiros; das escolas e comunidades na equipe do Programa.

O Informativo Gerir, as revistas PGP/LIDERE em destaque e Gestãoem Ação têm importância estratégica tanto para o Programa quantopara a Universidade. Pois publicar significa: estimular a participação;fomentar a formação continuada de gestores, professores e alunos;oportunizar e estimular o desenvolvimento da leitura e da escrita; arti-cular as teorias estudadas com as diversas práticas vivenciadas, muitasvezes, particulares de cada Unidade Escolar; valorizar a escola, suasexperiências e sua comunidade; dar voz e espaço para a livre expressão;facilitar a interação entre os envolvidos; propagar nacional e internaci-onalmente os anseios, os desafios e as conquistas na área da Educação;incentivar a pesquisa, a produção e a divulgação do conhecimento;conceituar a Faculdade de Educação (FACED) junto aos órgãos avali-adores do Ministério da Educação; estabelecer e fortalecer vínculos eintercâmbios.

As publicações contam e fazem parte da história do PGP/LIDERE(FACED, ISP e UFBA), das escolas e da educação pública, principal-mente, na Bahia.

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Revista Gestão em Açãopublicada desde 1998;quadrimestral (a partir de 2004);integra a Linha de Pesquisa Políticas e Gestão em Educa-

ção(FACED/ISP/UFBA);investiga os processos da gestão da educção presencial,aberta, continuada e a ditância, políticas públicas,planejamento,descentralização e municipalizaçãodo ensino, autonomia, avaliação e financiamento;estabelece intercâmbios acadêmicos;divulga estudos e pesquisas para estados brasileiros eoutros paises.

Revista PGP/LIDERE em destaque

publicada desde 2001;quadrimestral;enfoca questões cotidianas das escolas;recebe contribuições das comunidadesescolares;oferta um espaço aberto para a troca deinformações educacionais;.estimula a participação;valoriza as escolas suas atividades e cotidiano.

Informativo Gerir

publicada desde 1995;bimestral;enfoca práticas pedagógicas, o dia-a-diae a realidade das escolas públicas;estabelece/facilita a comunicação entreEscolas e Universidade;articula teoria e prática e instrumentagestores e professores;publica módulos, oficinas e vivências pedagógicas;envolve as equipes escolares.

Distribuição das Publicações PGP/LIDERE

(1999-2005)

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T otalp erm ut a - r evis tas e s tra ng eira sp erm uta - re vis ta s na c io na isD o ação - s ó cio s ( escola s , in s ti tuiçõ es de ens in o, secre ta rias etc )Do a ção - bib lio t eca s e stra ng e ira sD o a çã o - b ib liote ca s na c io na is

Origem de artigos científicos publicadosna Gestão em Ação (1998-2005)

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1998 1999 2000 20 01 20 02 2003 20 04 2005

Locais (Bahia) Não loc ais

Publicações: um elo entre as teorias e a prática

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Referências

LUCK, H; FREITAS, K. S. de; GIRLING, R.; KEITH, S. H.A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 6.edRio de Janeiro: Vozes, 2005.

FREITAS, K. S; SCHWINGEL, M; FERREIRA, S. M. M. ;OLIVEIRA, M. N. . El Liderazgo: características e im-pacto en la gestión educativa. Argentina: IIPE BuenosAires/UNESCO, 2004. v. 1. 131 p.

GESTÃO EM AÇÃO, Salvador, Programa de Pós-Gradua-ção em Educação, Faculdade de Educação da UFBA, v.3,n.2, jul./dez. 2000.

INFORMATIVO GERIR: edição especial cinco anos. Salva-dor: PGP/FACED/UFBA, v.6, n.15, set. 2002.

INFORMATIVO GERIR. Prêmio Aluno Criativo (I). Sal-vador: PGP/LIDERE/ ISP/ FACED/ UFBA, v.8, n.26, jul./ago. 2002.

INFORMATIVO GERIR. Prêmio Aluno Criativo (II). Sal-vador: PGP/LIDERE/ ISP/ FACED/ UFBA, v.8, n.27, set./out. 2002.

BRITO, Jurema Santos. Minha Trajetória. Revista PGP/LI-DERE em destaque. Salvador: PGP/LIDERE/ ISP/FACED/ UFBA, v.4, n.3, p.32-33, set./dez 2004.

SOUZA, Marli Raquel. Incentivo a leitura. Revista PGP/LI-DERE em destaque. Salvador: PGP/LIDERE/ISP/FACED/ UFBA, v.4, n.2, p.6-10, maio./ago. 2004.

Anexo

Artigos publicados nos periódicos produzidos pelo PGP/LIDERE, comapoio da Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência eTecnologia e da Fundação Ford.

Período 2003-2005.

Gestão em Ação

GA v.8 n.3 2005GA v.8 n.2 2005GA v.8 n.1 2005GA v.7 n.3 2004GA v.7 n.2 2004GA v.7 n.1 2004GA v.6 n.2 2003 - Especial AvaliaçãoGA v.6 n.1 2003

Revista PGP/LIDERE em destaque

Pgpld v.4, n. 3, set./dez. 2004Pgpld v.4, n. 2, mai./ago. 2004Pgpld v.4, n. 1, jan./abr. 2004Pgpld v.3, n. 3, set./dez. 2003Pgpld v.3, n. 2, mai./ago. 2003Pgpld v.3, n. 1, jan./abr. 2003

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Informativo Gerir

GERIR v.11 n.44 jul./ago. 2005 (Avaliação da Aprendizagem)

GERIR v.11 n.43 mai-jun 2005 (Liderança interpessoal)

GERIR v.11 n.42 mar./abr. 2005 (Biblioteca escolar)

GERIR v.11 n.41 jan./fev 2005 (Leitura)

GERIR v.10 n.40 nov./dez. 2004 (Educação Especial)

GERIR v.10 n.39 set./out.2004 (Comunicação e Educação)

GERIR v.10 n.38 jul./ago. 2004 (Educação Ambiental - II parte)

GERIR v.9, n.37, mai./jun. 2004 (PDE)

GERIR v.9, n.36, mar./abr. 2004 (Educação Ambiental - I parte)

GERIR v.9, n.35, jan./fev. 2004 (Artesanato)

GERIR v.9, n.34, nov./dez. 2003 (Planejamento Educacional)

GERIR v.9, n.33, set./out. 2003 (Liderança em Educação)

GERIR v.9, n.32, jul./ago. 2003 (Educação para a Saúde - II parte)

GERIR v.9, n.31, mai./jun. 2003 (Educação para a Saúde - I parte)

GERIR v.9, n.30, mar./abr. 2003 (Resenhas)

GERIR v.9, n.29, jan./fev. 2003 (Pedagogia de Projetos)

Publicações: um elo entre as teorias e a prática

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Aluna: Roseane Sa0ntos de JesusEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

Aluna: Vanessa Lima CaldaEscola Municipal Agripiniano de Barros, Salvador, Bahia

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O Programa Gestão Participativa com liderança em educação (PGP/LIDERE) é uma proposta surgida dos cinco anos de experiênciado programa Gestão Participativa (PGP), desenvolvimento pela faculdade de educação da universidade Federal da Bahia em onzeescolas públicas de salvador, capital do estado da Bahia, Brasil, entre os anos de1995-2000.

A partir da experiência do PGP, o PGP/LIDERE, acreditando na imprescindível participação das comunidades escolar e local na melhoriada qualidade da educação pública, enfatiza o papel das lideranças, formais ou não, nodesenvolvimento de uma educação básica que leva à formação de cidadãos críticos epreparado para vida social e profissional.

O PGP/LIDERE envolve, ainda, projetos que contemplam ações nos sistemas públi-cos, estadual e municipal, como também na iniciativa privada e na produção do conhe-cimento. Dessa forma esta continuamente em busca de parceiras que permitam a disse-minação se suas ações, não só em âmbito local, mas também regional, nacional e inter-nacional.

Assim, em 2002, a equipe do PGP/LIDERE passou a desenvolver o projeto "escolaefetiva: a equipe gestora liderando o sucesso", em parceria com a secretaria municipalde educação e cultural de salvador. O objetivo deste projeto é promover um estilo degestão competente, que assegura o desenvolvimento de lideranças democráticas, vi-sando a autonomia da unidade escolar nos aspectos pedagógico, administrativo e financeiro.

Katia Siqueira de Freitas1

Valdinei Costa Souza2

Mara Schwingel (apoio técnico)3

Marilene Moreira Vital da Silva (apoio técnico)4

A origem do PA origem do PA origem do PA origem do PA origem do Projeto Liderança em Gestão Educacional:rojeto Liderança em Gestão Educacional:rojeto Liderança em Gestão Educacional:rojeto Liderança em Gestão Educacional:rojeto Liderança em Gestão Educacional:buscando caminhos para a escola efetivabuscando caminhos para a escola efetivabuscando caminhos para a escola efetivabuscando caminhos para a escola efetivabuscando caminhos para a escola efetiva

1Ph.D. em Administração Educacional. Coordenadora doProjeto Gestão Educacional: buscando caminhos para aescola efetiva. E-mail: [email protected]

3Mestranda em Educação, UFBA. Vice-Coordenadora doPrograma Gestão Participativa com Liderança emEducação.. E-mail: [email protected]

4Estudante de Administração, FIB. Estagiária PGP/LIDERE. E-mail: [email protected]

2Mestra em Administração, UNB.E-mail: [email protected]

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

O PGP/LIDERE está sendo desenvolvendo em 20 escolas munici-pais do subúrbio ferroviário de Salvador. Contudo, essas escolas ca-recem de subsídios ao aprimoramento da sua metodologia de atua-ção, tendo em vista graus diferenciados de estrutura física, de pes-soal e pedagógica das escolas. Para suprir essas dificuldades, pro-põe-se maior atenção ao trabalho realizado em três escolas do pro-jeto; afim de identificar fatores que influenciam o impacto do PGP/LIDERE na realidade escolar. Esse trabalho viabilizaria a adapta-ção da metodologia PGP/LIDERE em contextos escolares adver-sos na Bahia e, possivelmente, no Brasil.

Vale destacar, que, embora tenha nascido na Faculdade de Educa-ção (FACED/UFBA), atualmente, a responsabilidade institucionalsobre o PGP/LIDERE é do Centro de Estudos Interdisciplinarespara o Setor Público (ISP/UFBA), órgão suplementar da Universi-dade Federal da Bahia, visando permitir maior flexibilidade de de-senvolvimento de suas atividades.

Infra -estrutura Física

O PGP/LIDERE está sediado no ISP/UFBA em um pavilhão anexa-do, possuindo a seguinte infra-estrutura física:

• uma sala da coordenação;• uma sala para vice-coordenação e líderes de cursos e oficinas;• uma sala de estudos;

• uma sala que comporta o administrativo e o processamento dedados de pesquisa e extensão;• um mini-auditório que comporta em média 50 pessoas.

Além da estrutura predial, o PGP/LIDERE dispõe de 09 computa-dores (04 Pentium IV e 04 Pentium III e 01 Notebook, marcaTOSHIBA), 02 rádios-gravadores com CD, 01 máquina fotográfica,01 mini-gravador, 01 linha telefônica (3235-8290), 01 aparelho tel/fax - marca Brother, 06 impressoras HP 930 e 01 impressora HP970. Esses equipamentos foram adquiridos com recursos da Funda-ção Ford.

No acervo da biblioteca possui 78 fitas de vídeo, 404 livros cadas-trados, 630 periódicos e 108 encadernações que tratam sobre temasda área educacional, atividades desenvolvidas nas escolas parceirase sobre palestras e cursos ministrados em diversos setores da UFBA.Além dessa infra-estrutura própria, o ISP/UFBA coloca a disposi-ção do PGP/LIDERE mais 02 computadores, móveis (mesas, ca-deiras, ...), 02 retroprojetores, 01 datashow e acesso à Internet.

Pesquisa e desenvolvimento:

Um dos pressupostos conceituais do PGP/LIDERE é a compreen-são de que a gestão escolar é responsável pelos aspectos pedagógi-co, administrativo e financeiro da escola. Portanto, é consideradacomo uma variável importante no sucesso ou insucesso dos resulta-dos obtidos pelos alunos.

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Há cerca de duas décadas as políticas públicas brasileiras focalizama importância da democratização e descentralização da gestãocolegiada dos sistemas de ensino, enfatizando a gestão colegiado-participativa das escolas, a municipalização do ensino fundamental,a implementação de Conselho/Colegiado/Caixa Escolar e Conse-lhos Municipais de Educação.

Essas ações são percebidas como formas possíveis para melhorar osresultados obtidos pelo sistema de ensino público. Mais recentementeessas políticas admitem e recomendam a profissionalização dos ad-ministradores da educação. (LDB nº 9394/96-art.64). O cerne des-sas políticas é melhorar a qualidade do ensino e de seus resultadosvia gestão escolar descentralizada, democrática e participativa.

Nesse sentido, os resultados advindos do PGP/LIDERE são fontede enriquecimento do Estado da Arte sobre o tema, permitindo quesejam desenvolvidas ações concretas que se reflitam na melhoria daqualidade do ensino, principalmente pela escola pública, como podeser observado no item A.2.3.3

Formação de Recursos Humanos

As atividades do PGP/LIDERE permitem, substantivamente a for-mação das pessoas que atuam direta ou indiretamente na escola pú-blica, como professores, coordenadores pedagógicos, secretários, di-retores, e demais técnicos que atuam nas secretarias de educação.Permitem ainda, a formação de técnicos de alto nível para a multi-plicação dos conhecimentos construídos pelo projeto.

Produção Cientifica e Tecnológica

O PGP/LIDERE produz as seguintes publicações:

PGP/LIDERE em destaque

Revista PGP/LIDERE em destaque é uma publicação quadrimestral,direcionada para questões cotidianas das escolas e do ambiente escolar,divulga artigos teóricos e práticos, e recebe contribuições das comunida-des escolares, constituindo-se em um espaço aberto à troca de informa-ções educacionais.

Informativo GERIR

Periódico Gerir é uma publicação bimestral, direcionada para o dia-a-diadas escolas e para práticas da gestão escolar. Com abordagem leve e clara,enfoca práticas pedagógicas e a realidade das escolas públicas baianas. OGerir, ao longo dos cinco anos do Programa Gestão Participativa - PGP,tornou-se um instrumento de comunicação entre as escolas e a Universi-dade, despertando em ambas um maior interesse na troca de informa-ções e interação educacional.

Revista Gestão em Ação

Publicação semestral, da Linha Temática Política e Gestão em Educação/FACED/ISP/UFBA, que investiga os processos da gestão da educaçãopresencial, aberta, continuada e a distância, bem como questões relativasàs políticas públicas, planejamento, descentralização e municipalização doensino, autonomia, avaliação e financiamento. É um veículo para divulga-ção de novos estudos e pesquisas sobre administração da educação, polí-ticas públicas, planejamento, descentralização e municipalização do ensino,avaliação e financiamento da educação.

A origem do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Módulos Didáticos:

1. A força da Equipe: gestão compartilhada como um diferencial dequalidadeAnalisa teoria e prática da gestão compartilhada, características e condi-ções requeridas para uma gestão eficaz.

2. Dinheiro na escola: a gestão dos recursos financeirosEnfatiza os princípios e etapas orçamentárias envolvidas no processo deexecução dos recursos da escola, legislação vigente, conceitos e elementosde receita e despesas, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento doEnsino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) e desen-volvimento prático dos conteúdos abordados.

3. A LDB 9394/96 e o desenvolvimento escolarAnalisa as implicações da Lei 9394/96, a escola e os sistemas de ensino, oplanejamento e a avaliação de programas educacionais. O que mudou naprática? O que ainda pode mudar?

4. Gestão compartilhada na prática: o Colegiado/Conselho EscolarDesenvolve o potencial dos conselheiros para o exercício de responsabili-dades e funções do Colegiado/Conselho Escolar (CE).

5. Mudança consentida: projeto pedagógico e o plano de desenvol-vimento escolarDiscute planejamento e desenvolvimento do projeto pedagógico, abor-dando o currículo, temas transversais e parâmetros curriculares nacionaispara construção de quadro analítico e delineamento da realidade escolar.

6. Do sonho à realidade da escola: elaboração, desenvolvimento,avaliação e acompanhamento de projetos educacionaisAborda temas relativos ao processo de planejamento compartilhado: ele-

mentos constitutivos, identificação da realidade, estabelecimento de metase objetivos; processo de acompanhamento, avaliação e implementação deprojetos para a melhoria da qualidade da educação, elaboração do planode ação e a sua execução.

7. Educação aqui, ali e acolá - ontem, hoje e amanhãRevisa o referencial teórico da educação a distância, sua interface com oensino presencial e aplicação vinculada ao conceito de educação continuada.

8. Passar de ano ou de conteúdo? A avaliação do processo ensino-aprendizagemAborda a (re)compreensão da avaliação como processo permanente de(re)pensar a prática da organização escolar, seus objetivos e funcionalida-de e o processo ensino-aprendizagem.

9. Vôo, e volto, criando...Trabalha a arte, liberando e (re)construindo emoções, (re)unindo cogniçãoe emoção na (re)construção do cidadão pleno.

10. Educação e Gestão da SaúdePreservação da saúde, cuidados básicos com a saúde emocional, sexuali-dade e higiene.

11. Como transformar um grupo em uma equipe de sucessoOportuniza reflexão sobre quais os instrumentos, e como utilizá-los a fa-vor da construção de uma equipe delos a favor da construção de umaequipe de sucesso.

12. Grêmio EstudantilInstrumentaliza a implantação/fortalecimento do grêmio em escolas pú-blicas baianas contribuindo assim para a formação do aluno crítico, criati-vo e participativo.

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13. Liderança EducacionalDesenvolve competências básicas em liderança educacional mediante re-flexão-ação-reflexão.

Extensão:

• Cursos promovidos e realizados PGP/LIDERE em 2002• Laboratório - Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE)• Laboratório - Conselho Escolar• Laboratório - Grêmio Estudantil• Laboratório - A Força da Equipe - I parte• Laboratório - Projeto Político Pedagógico (PP)• Curso: Língua Portuguesa 1• Ciclo de Palestras e oficinas de Gestão Educacional em Foco, que foi dividido em quatro etapas, cada etapa com palestra e oficina, enfatizando os seguintes temas: Gestão Participativa; Plano de Desenvolvimento da Escola; Projeto Político Pedagógico e Liderança em Educação.• Palestra e oficinas sobre PCNs em Ação• Curso comunicação em educação• Curso liderança estratégica• Oficina conselho escolar e grêmio estudantil• Palestra e oficina Violência: o que é? onde acontece?• Cursos Realizados em 2001• Teoria e Prática Educacional• Liderança, Comunicação e Inteligências Múltiplas: um caminho para melhorar a gestão escolar• Liderança Educacional: características e impacto no sistema de ensino e no ambiente• Liderança: características e impacto na escola e no ambiente

escolar• Como transformar um grupo em uma equipe de sucesso• Metáforas• Excel básico

Projeto submetido à FINEP:

Descrição do Projeto

Titulo do Projeto: Projeto Liderança em Gestão Educacional: bus-cando caminhos para a escola efetiva.Sigla: PGP/LIDEREIdentificação da chamada: Chamada 3.1 - Centro de Referência

Objeto de Financiamento - Metodologias

Área geográfica de execução: Salvador - BAPrazo de execução: 24 mesesÁrea/Sub-área de Conhecimento: Administração Educacional

Objetivo Geral (Objetivo da Proposta):Fortalecer as Lideranças educacionais (pais, estudantes, professores, coor-denadores pedagógicos, diretores e secretários de educação), por meio dodesenvolvimento de competências, que levam a gestões administrativas,financeiras e pedagógicas mais efetivas nas escolas públicas e, por conse-qüência, á melhoria da qualidade do ensino e da qualidade de vida nascomunidades sob influência escolar .

A origem do Projeto Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

Objetivos Específicos (Metas Físicas):1. Aprimorar a atuação do PGP/LIDERE2. Desenvolver lideranças escolares, com ênfase na gestão compar-tilhada.3. Fortalecer parceira com organização latina-americanas interessa-das na metodologia de trabalho do PGP/LIDERE.4. Divulgação dos resultados alcançados com o projeto.

Palavras-chave: Educação; Liderança; Gestão Participativa; Adminis-tração

Justificativa Resumida:O PGP/LIDERE tem suas origens no trabalho desenvolvido desde 1995por um grupo de pesquisadores da UFBA, sob coordenação da Profa.Katia Siqueira de Freitas em parceria com o Prof. Robert Girling, da U. deSonoma, Califórnia. Ao longo de sua existência vem desenvolvendo açõesque garantam a qualidade do ensino de escolas públicas, tendo como focoo processo de gestão financeira, administrativas e pedagógica de formaparticipativa.

Em 2000, o PGP/LIDERE passou a incorporar no escopo de suas ações,além do desenvolvimento da gestão democrática em unidades escolares, ofortalecimento das lideranças locais em seu processo gestor.

Atualmente está inserido em trinta e uma escolas públicas da região me-tropolitana de Salvador - Bahia e entende ser necessário aproveitar a expe-riência do trabalho desenvolvido para identificar variáveis que influenciama implantação da metodologia PGP/LIDERE, tais como suporteorganizacional, características pessoais e motivacionais dos participantes.O Objetivo é formatar a metodologia utilizada pelo PGP/LIDERE, au-mentando a possibilidade de sucesso na sua aplicação em escolas públicas.

Assim, pretende-se com o presente projeto contemplar a avaliação quali-tativa do impacto do PGP/LIDERE em, pelo menos, três escolas nasquais já está inserido, pesquisando as mudanças alcançadas nos indicadoresde qualidade de ensino, bem como os de gestão financeira, pedagógica eadministrativa advindos do projeto. Pretende-se, ainda, consolidar o PGP/LIDERE como Centro de Referencia no Brasil sobre questões que envol-vem a gestão participativa em escolas publicas.

Justificativa detalhada:Para Senge (2000), lideres conduzem a mudança e criam novas realidades.Ele afirma que liderança implementa energia criativa. Onde essa energia existe,todos são mais vivos, mais engajados, realizados e produtivos. A tensãocriativa dos lideres gera energia produtiva, sendo a busca por resolução,libertação.

Para Drucker, liderança é visão e visão molda o futuro. A boa liderança,nos sistemas de ensino e nas escolas publicas, precisa de habilidades paraentender e responder a mudança, ouvir e respeitar as idéias das pessoas,estimular a criatividade e o conhecimento, a conciliação de pontos concor-rentes, exercer o dialogo mais socrático e menos intervencionista, aplican-do princípios holísticos e democráticos.

Os lideres educacionais (gestores, professores e técnicos) vivenciam noseu cotidiano 1 série de verdadeiras situações problemas, que os obriga atranspor rapidamente obstáculos inéditos, imprevisíveis, que jamais foramantecipados. Nesse processo, a competência de lideres democráticos é umdeterminante de sucesso.

A atualização das competências existentes e o desenvolvimento de novassolicitam o seu exercício em situações simuladas e concretas.O conceito de competência é muito discutido. Para o PGP/LIDERE,

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competência é saber atuar a partir de capacidades pessoais, teoria, concei-tos e procedimentos democratizantes e renovadores. Como afirmaPerrenoud (2000), a própria identificação das competências supõe opçõesteóricas e ideológicas e, portanto, uma certa arbitrariedade na representa-ção do oficio e em suas facetas.

A dinâmica social exige novas competências dos gestores da educação e dosdemais atores do processo educacional: gestores de sistema público de ensi-no, de escolas, professores, técnicos. Dentre essas competências estão a ges-tão estratégica, a antecipação, a negociação, a comunicação, liderança etc.Isso solicita atualização constante, via formação continuada e em serviço,para atender necessidades locais, regionais. As aulas expositivas, estudosmeramente teóricos não desenvolvem o potencias criativo e precisam aliar-se á pratica com estratégias que possibilitem ação-intervenção adequadas aocontexto.

Nesse sentido que o PGP/LIDERE atua: ligando conhecimento teórico àprática cotidiana no campo da gestão, pretende promover intervençõesefetivas na realidade escolar, visando a melhoria da qualidade de ensino.Assim, por meio de simulações, situações problema, oficinas, sensibilizações,dentre outros, pretende desenvolver competências que ajudem a comuni-dade escolar a atuar de forma participativa, proativa e integrada na buscapermanente de aperfeiçoamento de sua qualidade.

Deve-se considerar, ainda, que capacitar a comunidade escolar para o exer-cício da participação e da liderança é uma atividade de treinamento e de-senvolvimento de pessoas (T&D). Como tal, pode ser influenciada pordiversos fatores que interferem no impacto positivo da mesma, como ascondições de suporte organizacional, características pessoais e motivacionais,assim como a própria aprendizagem e reação em relação aos conhecimen-tos construídos, como afirmam diversos autores dessa área de pesquisa.Tais fatores são estudados dentro do subsistema "avaliação" de área de

T&D e os principais achados científicos na área indicam que se torna ne-cessário coletar, sistematicamente, informações sobre os mesmos a fim deque as atividades alcancem os resultados que se propõe. Autores, situam apesquisa em avaliação de T&D em cinco níveis: reação aprendizagem,impacto no trabalho, impacto na organização e valor final.

Conforme definição de Hamblin (1978), avaliação de T&D, no nível dareação, focaliza as impressões dos participantes em relação as atividadesde aprendizagem; no nível de aprendizagem, considera a apreensão ouassimilação de conteúdos discutidos; no nível do impacto no trabalho,considera o desempenho no desenvolvimento de tarefas individuais; no ní-vel da organização, considera as mudança no funcionamento da organiza-ção; e no nível de valor final, focaliza a relação custo-beneficio das ativida-des de aprendizagem.

Além de implantar, pretende-se avaliar a metodologia PGP/LIDERE nosquatro primeiros níveis para que seja possível uma formatação mais preci-sa sobre os benefícios das mesmas, tendo como perspectivas a melhoriada qualidade da escola pública, considerando, para tanto, o contexto eparticularidades na qual está inserida.

Metodologia

A metodologia PGP/LIDERE estrutura-se na pesquisa-ação-docu-mentação, que basicamente significa:

1. Diagnóstico ou identificação da realidade, através de coleta de dados e/ou análise documental.2. Definição e planejamento da forma de atuação na realidadediagnóstica.

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

3. Execução da ação planejada.4. Documentação e avaliação da ação.5. Re-planejamento

Essa metodologia pressupõe um tratamento individual de cada es-cola ou grupo de escolas com realidades semelhantes. Isso significaque o contexto de cada, grupo ou escola individualmente éidentificada e, em conjunto com a comunicação escolar, define-seas áreas prioritárias de ação. Uma vez definidas, a equipe escolarpassa a contar com suporte teórico e assessoria técnica para subsi-diar suas ações nos campos identificados.

Nesse sentido, a metodologia PGP/LIDERE é implantada por meio de:

1. Vivências Pedagógicas em Unidades Escolares.

2. Assessoria a iniciativa de lideranças escolares e gestores educacio-nais das esferas pública e privada.

3. Capacitação de pessoal docente, técnico e administrativo da áreaeducacional.

O desencadeamento das ações do PGP/LIDERE tem como núcleogerador, mas não exclusivo, o trabalho nas Unidades Escolares. Essetrabalho acontece através de ações principais, realizadas exclusiva-mente com as Unidades Escolares participantes, e ações comple-mentares e integradoras, cujos objetivos extrapolam os muros des-sas Unidades Escolares e se ligam diretamente ao bem comum.

Ações Principais:

1. Vivências Pedagógicas: Oficinas, simulações, situações problemas epalestras encadeadas seqüencialmente que congreguem as Unidades Esco-lares participantes sobre temas de interesse comum e que resultem emações concretas no seu cotidiano. As vivências serão realizadas uma vezpor mês em uma das Unidades, com duração entre duas e quatro horas.Serão convidados a participar desses encontros os técnicos do PGP/LI-DERE, facilitadores na Vivência, as lideranças estudantis, comunitárias,técnicas e pedagógicas vinculadas a cada uma das Unidades Escolares par-ticipantes, membros da comunidade local. Esses serão convidados pelaspróprias Unidades Escolares.

2. Assessoria: Visitas quinzenais de acompanhamento às Unidades Esco-lares participantes, nas quais serão esclarecidos pontos específicos de apli-cação dos conteúdos trabalhados na Vivência e sua operacionalização pelaUnidade com os líderes da mesma, nas quais serão definidas as ações quecada um se compromete a executar visando a melhoria da qualidade dosprocessos gestor e pedagógico, traduzido no clima institucional e no ensi-no, na aprendizagem e no desempenho dos estudantes.

3.Seminário de integração: Encontros semestrais, realizados em localapropriado, com o objetivo de socialização de experiências, avaliação doPGP/LIDERE e planejamento de ações futuras. No início do Programa,o Seminário de Integração terá como objetivo apenas o planejamento daação. No final, o Seminário terá como objetivo principal a avaliação dasações do Programa. Serão convidados líderes escolares, pessoas que atu-am diretamente no PGP/LIDERE e demais interessados no Programa.

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Ações Complementares:1. Aprimoramento: Aprimoramento dos participantes do PGP/LIDE-RE nas áreas de atuação do Programa. Essas ações se constituem emVivências Pedagógicas, laboratórios e Cursos de Aperfeiçoamento. Aconte-cerão no início do PGP/LIDERE e continuamente no decorrer de suasações. Como aprimoramento o PGP/LIDERE considera ainda que ne-nhum trabalho específico da Unidade de Ensino poderá ocorrer sem la-boratório entre os pares do Programa e, como desafio, o apoio à realiza-ção e conclusão de estudos em nível de Pós-Graduação Lato e StrictoSensu dos seus técnicos. Capacitação de Pessoal - Vivências Pedagógicas,visando a qualificação de pessoal docente, técnico e administrativo da áreaeducacional em temas de competência do PGP/LIDERE, a partir de de-mandas específicas.

2. Publicações: Organização e Edição das Revistas Gestão em Ação, decunho científico, e PGP/LIDERE em Destaque, de cunho informativo,destinado a divulgação de artigos ligados às áreas de atuação e ações doPGP/LIDERE.

3. Eventos: Apresentação em Seminários e Congressos Científicos e nosseus respectivos ANAIS, do conhecimento construído a partir das açõesdo PGP/LIDERE, como também participação de pessoas, sejam elasvinculadas as Unidades Escolares ou diretamente ao PGP/LIDERE emeventos que proporcionem trocas de experiências e melhoria nas suas prá-ticas cotidianas. Os participantes que tiverem artigos e trabalhos aprova-dos para apresentação em congressos e seminários científicos, poderão sehouver provimentos, receber auxílio sob a forma de material de consu-mo, financeiro e outros.

4. Avaliação: Formatação da metodologia PGP/LIDERE, visando o seumelhor aproveitamento em diversas realidades escolares. Identificação das

variáveis intervenientes nos resultados pretendidos, aperfeiçoamento dametodologia e sua divulgação.

Resultados esperados pelo Projeto:

1. Formatação de metodologia que auxilie a gestão de escolas pú-blicas, de forma a torná-lhes mais efetivas.

2. Capacitação de pessoal em diversas áreas da administração e ges-tão escolar, visando atuação em consultorias e assessorias para osresponsáveis pelo sistema de ensino.

3. Livro contendo relatório da experiência, visando a difusão dasidéias propostas pelo projeto.4. Fortalecimento das lideranças das escolas públicas

5. Fortalecimento da participação da comunidade escolar nas deci-sões importantes para a escola.

6. Contribuição para o Estado da Arte em Administração da Edu-cação.

Mecanismos Gerencias de execução:

A execução do PGP/LIDERE estrutura-se pela divisão funcionalde responsabilidades, permitindo integração e exeqüibilidade neces-sária entre as diversas ações. A seguir, encontra-se descrito os me-canismos gerenciais de execução do projeto:

1. Coordenação: Tem como objetivo promover a implantação e o desen-volvimento do PGP/LIDERE, sendo responsável por sua gestão financei-ra e administrativa e pela promoção de ações de aprimoramento, capacitaçãode pessoal e eventos e pelas relações com organismos internacionais e naci-onais, diretamente relacionados às atividades.

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

2. Consultores: Tem como objetivo contribuir para o contínuo aprimora-mento do PGP/LIDERE e das pessoas que participam da estrutura formaldo Programa. Não existe um número fixo de Consultores e sua intervenção éesporádica. Os Consultores não possuem responsabilidade funcional, sendoconvidados a participar de atividades específicas, sob a responsabilidade daCoordenação, Vice-Coordenação ou Lideranças.

3. Vice-Coordenação: Tem como objetivo prover as necessidades daCoordenação e das Lideranças. Para tanto conta com o Núcleo de Apoio(administrativo) e Editoração. É responsável por todas as atividades-meio, necessárias ao alcance das ações principais e complementares doPGP/LIDERE, principalmente as que implicam em preservação damemória do Programa.

4. Núcleo de Apoio e Editoração: Tem como objetivo manter ativida-des operacionais básicas, comuns e necessária à Coordenação, Vice-Coor-denação e Lideranças. É responsável pela montagem e apoio técnico aosbancos de dados do Programa, editoração eletrônica das publicações, cri-ação e manutenção de home pages, atendimentos telefônicos, digitação eserviços de protocolo. È composto por três assistentes. Está subordinadaà coordenação e á vice-coordenação.

5. Líder de Publicações e Coleta de Dados: Tem como objetivo man-ter as publicações bimensais da Revista PGP/LIDERE em Destaque esemestrais da Revista Gestão em Ação, além da preparação de materialinformativo sobre o Programa e suas ações por meio impresso e/ou ele-trônico; também objetiva manter dados, atualizados e disponíveis, sobrequestões acadêmicas, administrativas e estruturais das Unidades Escolaresparticipantes do PGP/LIDERE, antes, durante e depois das interferênciasdo Programa. È responsável pela qualidade técnica das publicações, con-tando quando necessário, com apoio de revisor, tradutor e bibliotecário,

bem como pelas atividades operacionais inerentes a sua função como re-cebimento, organização e controle de artigos, principalmente os proveni-entes do participante do PGP/LIDERE, como também pela organizaçãoda distribuição de publicações e contato com gráficas, dentre outras; éresponsável ainda pela organização da coleta de dados das Unidades Es-colares, realizada com o apoio do corpo técnico, pelas providências paraseus registros em bancos de dados específicos.

6. Líder de Assessoria Escolar e Vivências Pedagógicas: Tem comoobjetivo coordenar as ações de assessoria nas Unidades Escolares, man-tendo dados, atualizados e disponíveis, sobre as visitas dos técnicos àsUnidades Escolares; também objetiva organizar e realizar as Vivências Pe-dagógicas e Seminários de Integração, além de manter dados, atualizadose disponíveis, sobre as visitas dos técnicos às Unidades Escolares; tambémobjetiva organizar e realizar as Vivências Pedagógicas e Seminários deIntegração, além de manter dados, atualizados e disponíveis, sobre o ma-terial utilizado, participantes e a condução do processo. É responsável pelaconstância e qualidade das ações de assessoria, garantindo o registro dosrelatórios técnicos de cada visita em banco de dados específico e dos rela-tórios circunstanciados (artigo, contendo fotos, entrevistas, gráficos,...) sobresuas atividades da Unidade Escolar, a serem publicados, por cada técnico,em cada uma das edições do PGP/LIDERE em Destaque; responsávelainda, pela constância e qualidade das Vivências e Seminários, cuidandodo contato com os técnicos para a divisão de responsabilidades na facili-tação das vivências, bem como pelas atividades extraclasse dos alunos (quan-do for necessária), disponibilização do material necessário, comprovantesde participação e demais providências que resultem em apoio logísticonecessário a realização das atividades; deve ainda manter uma base de da-dos, atualizada e disponível, sobre as vivências e seminários.

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7. Equipe Técnica: formando duplas, atua em cada uma das escolas.Atendem às solicitações dos líderes, coordenação e vice-coordenação.

Mecanismos de transferência de resultados:

Por contemplar uma metodologia de pesquisa-ação-documentação,o PGP/LIDERE promove a transferência de resultados á medidaem que implementado e avaliado. Dessa forma, entre os mecanis-mos de transferência de resultados pode-se citar:

1. Vivências Pedagógicas2. Assessorias3. Publicações4. Palestras

Esses itens encontram-se detalhados na parte referente à metodologiado projeto.

Impactos previstos pelo Projeto:

Atividade econômica de impacto potencial do projeto:

1. Educação média de formação geral

2. Educação média de formação técnica e profissional

Impacto Ambiental:- A escola bem administrada e gerida educa cidadãos líderes com qua-lidade de aprendizagem e desempenho compatível com necessidadesdo ambiente.

- A escola bem administrada desenvolve o social de forma sustentável

Impacto Científico:

- Publicação de livro- Publicação de artigos científicos- Apresentação em artigos científicos- Desenvolvimento de teses e dissertações, pareceres em trabalhos ci-entíficos.

Impacto Econômico:

- Líderes educacionais proativos, dinâmicos e responsáveis pelos as-pectos financeiros, legais, pedagógicos e administrativos da escola.- Administrativo da escola capazes de desenvolver parcerias e redescom a sociedade em prol da educação.- Produção de ferramentas de gestão da escola pública com o potenci-al de desenvolver economicamente o cidadão e a comunidade.- Aproveitamento do Know How já instalado na equipe PGP/LIDERE.- Desenvolver habilidades, atitudes e competências da comunidade es-colar e local.

Impacto Social:

- Melhoria da qualidade do ensino.- Fortalecimento da participação da comunidade escolar- Fortalecimento da cidadania de pais, alunos, professores e funcionári-os de escolas públicas.

Impacto Tecnológico- Formatação de metodologia para o aprimoramento da gestão deescolas públicas.

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

A 3 3 - Resumo da equipe executora

Comentários:

Atualmente o PGP/LIDERE conta com uma equipe multidisciplinarformada por dois doutores, dois mestres, um mestrando da UFBA,dois especialistas, quatro graduados, onze estudantes de graduaçãoda UFBA e outras Instituições de Superior de Salvador e dois assis-tentes com o ensino médio concluído.

Essa equipe atua nas atividades de coordenação, liderança de "Pu-blicação e Coleta de Dados" e de "Assessoria Escolar e VivênciaPedagógica", atividades meio e atividades fins do projeto, confor-me descrito no item "Mecanismo gerencias de execução".

Atualmente PGP/LIDERE conta com uma equipe multidisciplinarformada por dois doutores, dois mestres, uma mestranda da UFBA,dois especialistas, quatro graduados, onze estudantes de graduaçãoda UFBA e outras Instituições de Ensino Superior de Salvador edois assistentes com ensino médio concluído.

Essa equipe atua nas atividades de coordenação, liderança de "Pu-blicação e Coleta de Dados" e de "Assessoria Escolar e VivênciasPedagógicas", atividades meio e atividades fins do projeto, confor-me descrito no item "Mecanismos gerenciais de execução".

Outras Fontes:

Atualmente o PGP-LIDERE possui recursos financeiros de duasorigens. A primeira, para sustentar sua atuação em onze escolas pú-blicas, foi disponibilizado pela Fundação Ford, no valor de R$325.160 (trezentos e vinte e cinco mil, cento e sessenta reais), parao período de trinta meses, entre 2001-2004. A segunda, para sus-tentar o Projeto Escola Efetiva, que atua em vinte escolas públicasde Salvador, tendo como financiadores a Fundação Ford (R$ 380.000- trezentos e oitenta mil reais) e a Secretaria Municipal de Educaçãode Salvador (R$ 472.000 - quatrocentos e setenta e dois mil reais),para um período de 24 meses (2002-2004). Dessa segunda fonte, oPGP-LIDERE gerencia, por meio da FAPEX, apenas os recursosdisponibilizados pela Fundação Ford.

As atividades a serem contempladas por este projeto, demandarãoum esforço extra da equipe do PGP-LIDERE, necessitando de umaampliação do número de pessoas para o atendimento das atividadesdescritas no item A.3.1.

EQUIPE Doutor Mestre Espec. Graduado 2º grau 1º grau Total

Pesquisadores 1 0 0 0 0 0 1

Consult / Pesq. Visitantes 5 8 3 0 0 0 16

Apoio tec/ Administrativo 0 1 13 18 22 0 54

Total 6 9 16 18 22 0 71

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Cronograma Físico

Início: Fim:1. Aprimoramento da equipe técnica Realização de seis cursos de desenvolvimento da equipe técnica 1 18

2. Aprimoramento do material didático Treze módulos temáticos revisados e publicados 6 18

3. Avaliação de impacto de atividades nas escolas Relatório de Avaliação 6 244. Aprimoramento das atividades programadas para as escolas Realização de seis laboratórios de preparação das atividades que serão realizadas nas escolas 1 18

Meta Física 1: Aprimorar a atuação do PGP/LIDERE

Atividades; Indicador Físico de Execução: Duração P i

Inicio: Fim:1. Realização de seis vivências pedagógicas Relatórios contendo experiências das vivências pedagógicas realizadas 6 18

2. Realização de dezoito atividades de assessoria Relatórios das atividades de assessoria 6 183. Realização de dois seminários de integração de experiências nasescolas participantes

Relatório do Seminário 6 18

Meta Física 2: Desenvolver lideranças escolares, com ênfase na gestão compartilhada

Atividades Indicador Físico de Execução: Duração Prevista

Início: Fim:1. Intercâmbio de experiências entre a equipe PGP/LIDERE e doIIPE

Relatórios dos encontros e reuniões 3 20

Meta Física 3: Fortalecer parceria com organizações latino-americanas interessadas na metodologia de trabalho do PGP/LIDERE.

Atividades Indicador Físico de Execução Duração Prevista

Início: Fim:1. Organização das experiências e resultados alcançados peloprojeto e sua divulgação

Publicação de um livro 1 24

2. Divulgação das atividades internas do projeto Publicação de três edições da Revista PGP/LIDERE em Destaque 3 24

3. Divulgação de conhecimentos científicos na área deadministração da educação, ligadas ou não ao PGP/LIDERE.

Publicação de duas edições da Revista Gestão em Ação. 3 24

Meta Física 5: Divulgação dos resultados alcançados com o Projeto

Atividades Indicador Físico de Execução Duração Prevista

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B. 2 Equipe Executora

Nome

Alessandra C. Pimentel; Aline Magalhães Pinheiro; Ana Celeste de M. Santana; Carmem Luciana Cardoso Martins Santos; Célia Maria Ferreira Cordeiro; Cleonice da Silva Santos; Cristiane Farias

Barbosa; Denise Abigail Britto Freitas Rocha; Denise Tunes Teixeira; Dione Sá Leite Carvalho; Doralice Marques Cerqueira de Araújo; Elaine Xavier de Sousa; Elisa Maria de Jesus Santos; Estela

Márcia Veloso Barreto; Eudes Rodrigues da Silva; Gilka Santana do Espirito Santo; Helane Monteiro de Castro Lima; Jaqueline Dourado do Nascimento; José Cláudio Rocha; Jussiara Xavier

Pinheiro; Katia Siqueira de Freitas; Leia Verônica de Jesus Barbosa; Ligia Barreto Jacob; Lindnoslen Guelnett Costa Pinna; Mara Schwingel; Maria Augusta da Silva Moura; Maria Auxiliadora

Garrido Santos; Maria Bernadette Pataro de Queiroz; Maria Cleide de Sousa Mira; Maria Hilza de Santana Castro; Maria José Silva Santos; Maria José Souza Rodrigues; Maria Lázara da Silva;

Marilene Moreira Vital da Silva; Natacha Dálmeida Monteiro; Noélia da Silva Souza Calmon; Regina Maria De Sousa Fernandes; Reginaldo Pereira dos Santos Junior; Rosemy Marques Soares;

Soraia da Silva Sousa; Maria Margarete C. dos Santos; Marilda Maciel Lopes; Martha Sahade Araújo de Andrade; Raquel Neves dos Santos; Rita Cristina Mira de Souza; Rita Teixeira de Castro;

Sônia Maria M. Ferreira;Vera Lúcia Marques E Marques; Zózina Maria Rocha de Almeida; Alessandra Assis Picanço; Avelar Luiz Bastos Mutim; Denise Maria Gurgel Lavallé; Dora Leal Rosa;

Éder Lima; Graziela Alves Miranda

A 3.4 – resumo do orçamento

Valor total Solicitado ao FNDCT

Quadro de Fontes Recursos Financeiros Recursos não Financeiros Total

FINEP/FNCT 000.000,00 000.000,00

PROPONENENTE – FAPEX 0 0 0

EXECUTOR (ES) 0 000.000,00 000.000,00

FORD 000.000,00 000.000,00

TOTAL DE CONTRAPARTIDA 000.000,00 000.000,00 000.000,00

TOTAL GERAL 000.000,00 000.000,00 000.000,00

Nº de bolsas solicitadas: 14

Valores em reais (R$) 000.000,00

INTERVENIENTE (S):

Bolsas

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Equipe Executora do PEquipe Executora do PEquipe Executora do PEquipe Executora do PEquipe Executora do Projeto Frojeto Frojeto Frojeto Frojeto Finepinepinepinepinep

Carmem Luciana Cardoso Martins Santos - Graduanda

Daelcio Ferreira Campos Mendonça - Graduando - 08/03 a 09/04

Estela Márcia Veloso Barreto - Especialista

Fábio Kalil de Souza - Graduando

Fernanda Santos Bastos - Graduanda

Gilka Santana do Espirito Santo - Graduanda

José Raimundo Paim de Almeida - Graduando

Katia Siqueira de Freitas - Doutora

Maria Alice Avelar - Especialista - 11/03 a 10/04

Maria Cleide de Sousa Mira - Especialista

Maria Lúcia Ganem Assmar - Especialisra - 07/04 a 01/05

Marli Raquel Dias Souza - Graduanda;

Patrícia Santo da Paixão - Graduanda

Regiane Lima Nascimento - Graduanda

Regina Maria de Sousa Fernandes - Especialista

Roberta Adorno Lima - Graduanda

Sara Almeida de Araújo Bastos - Graduanda

Solange Lima Nascimento - Especialista

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Liderança em Gestão Educacional: buscando caminhos para a escola efetiva

PPPPParceiros e Colaboradoresarceiros e Colaboradoresarceiros e Colaboradoresarceiros e Colaboradoresarceiros e Colaboradores

Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR)África (países) - Secretários de EducaçãoAssociação Nacional de Políticas e Administração da Educação

(ANPAE)Balas Florestal - Lajeado/RSBanco do Brasil - Agência OndinaBanco Real/ABN AMRO BANK - Agência OndinaBarravento - Samba de raízesBrhama KumarisCaixa Econômica Federal - Agência OndinaCNPqElma ChipsEscola Mun. Vida Nova/Prof. Anemari Menhard, Lajeado/RSFAC - Conceição CabralFaculdade de Educação (FACED)/UFBAFundação de Apoio a Pesquisa ...FAPESBFE/UnB - Rogério de Andrade CórdovaFSBAFTD EditoraFundação FordGrupo Ambientalista da Bahia (GAMBÁ)Instituto Anísio teixeira (IAT)Instituto Internacional de Pesquisa (IIPE), Felicitas Acosta/

Liliana Jabif,, Argentina/ParaguaiInstituto ARA KETUInstituto de Olhos Freitas

ISBAJornal "A Tarde"LIGUE TAXI - CooperativaNortheastern University de Boston-USA - Mirna LascanoPetrobrásPrograma de Formação Continuada de Gestores de Educação

Básica (Proged)Programa Abrindo Espaços - UNESCORádio 104 FMRenageste/ConsedSECSérgio Oliveira da Silva - TransportesSMECSonoma State University - Robert GirlingUFMSUFMTUFMTUFRN - Antônio Cabral NetoUNIFOR - Ana CatribUNIME - Carmem BahiaUNIVATES/RS - Norma von Muller e pós-graduandosUniversidad Nacional de Colômbia - Colômbia - José Gregório

Rodriguez, entre outros.Universidad Tres de Febrero, Prof. Charlie Palomo, Argentina.