bullying- o que temos e o que...
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“Bullying e Violência: O que
temos e o que queremos”13 DE FEVEREIRO DE 2015
Bullying = Violência??
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Violência versus Bullying
São duas realidades que costumam andar lado a lado mas que não sãosinónimos, embora normalmente no Bullying exista a prática de violência.Importa então distingui-las:
VIOLÊNCIA
Violência significa usar agressividade de forma intencional e excessivapara ameaçar ou cometer algum ato que resulte em acidente, morteou trauma psicológico. Manifesta-se de diversas maneiras, em guerras,torturas, conflitos étnico-religiosos, preconceito, fome, etc.
Pode ser identificada como violência contra a mulher, a criança e oidoso, violência sexual, contra os direitos humanos, etc. Existe tambéma violência verbal, que causa danos morais, que muitas vezes são maisdifíceis de esquecer do que os danos físicos.
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Bullying
Termo inglês utilizado para descrever
atos de violência física ou psicológica,
intencionais e repetidos, praticados por
um indivíduo (bullie ou "valentão") ou
grupo de indivíduos com o objetivo de
intimidar ou agredir outro indivíduo (ou
grupo de indivíduos) que é(são)
percebido(s) como mais fraco(s) ou
incapaz(es) de se defender.
Normalmente esta realidade está mais
ligada ao ambiente escolar e praticado
entre alunos.
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Bullying
As vítimas não sabem como reagir ou
interromper as atitudes más contra si.
Geralmente são tímidos, inseguros, e têm
poucos amigos na Escola, têm baixa
autoestima e acreditam que os outros são
todos mais fortes e mais competentes
Aparentam ter medo, estando isolados nos
intervalos, e tentam ficar perto dos adultos
Sentem dores de barriga ou de cabeça
antes de virem para a Escola.
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Diferenciando-se de manifestações isoladas do quadro de
violência escolar, o bullying ocorre quando
comportamentos agressivos e de intimidação (Pereira, 2008) se
manifestam de forma repetida (semanas, meses ou anos),
com intenção de magoar outros que, por si sós, não
conseguem se defender devido a uma assimetria de
poder entre pares (Olweus, 1993; Smith, & Sharp, 1994; Solberg, & Olweus, 2003).
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Existem diferentes tipos de Bullying:
físico: empurrar, pontapear, chutar, beliscar, bater;
verbal: apelidar, insultar, gozar;
material: estragar, furtar, roubar;
moral: difamar, disseminar rumores, caluniar;
Psicológico/emocional: ignorar, excluir, isolar, perseguir,amedrontar, aterrorizar, intimidar, dominar, tiranizar, chantagear,manipular, ameaçar, discriminar, ridicularizar;
Sexual (normalmente acontece com pessoas mais velhas):assediar, induzir e/ou abusar;
virtual: divulgar imagens, criar comunidades, enviar mensagens,invadir a privacidade (cyberbullying – bullying praticado por meioda internet e de telemóveis, geralmente de forma anónima.)
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Estudo da incidência do Bullying
no Agrupamento Viseu SulANO LETIVO 2013-14
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Procedimentos
Questionário construído para o efeito com 23 perguntas, baseado
em instrumentos usados por outros investigadores
Aplicação do questionário aos alunos em tempo de aulas no 3º
período de 2013-14 com preenchimento anónimo
Introdução dos dados no final do ano letivo
Tratamento dos dados no período de verão e início do presente
ano letivo
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Participantes Todos os alunos do 2º e 3º ciclo das Escolas EB 2,3 Infante D.
Henrique e EB 2,3 Dom Luís de Loureiro.
450; 51%432; 49%
Género
masculino
feminino56%
23%
21%
Nível Socioeconómico
baixo
médio
alto
10
661; 75%
223; 25%
Alunos por Escola
EIDH
DLL
172; 20%
204; 23%
178; 20%
160; 18%
170; 19%
Ano de escolaridade
5
6
7
8
9
11
Apresentação dos dados
12
5%
3%
27%
47%
18%
Gostas da Escola?
não gosto mesmo nada
não gosto
mais ou menos
gosto
gosto muito
16%
84%
Sentes-te seguro na Escola?
não sim
Sentimentos relativamente à Escola 13
Violência
32%
68%
Assistiu a situações de
violência
não sim
69%
8%
7%
6%
5%
2%
2%0%
1%
Quem estava envolvido
alunos
alunos e pessoas
estranhas à escolaalunos e pais
alunos e professores
alunos e assistentes
operacionaispais e assistentes
operacionaispais de alunos com
outros pais de alunospais e professores
outrosRegista-se uma menor % de alunos
da DLL a referir já ter assistido a
situações de violência (70% na EIDH
e 63,2% na DLL)
14
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
CHAMARAM-TE
NOMES
COLEGAS
IGNORARAM-TE
AGREDIRAM-TE DISSERAM
MENTIRAS SOBRE
TI
ROUBARAM-TE
COISAS
AMEAÇARAM-TE INSULTARAM-TE INSULTARAM-TE
POR VIA
ELETRÓNICA
Tipo de agressões sofridas e frequência
nunca 1 ou 2 vezes 3 ou 4 vezes quase todas as semanas quase todos os dias
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A agressão mais frequente é a verbal:
Chamar nomes (10% referem quase todas as semanas/dias)
Dizer mentiras sobre os colegas (3,6% referem quase todas as
semanas/dias)
Insultar (2,8% referem quase todas as semanas/dias)
A agressão psicológica também ocorre:
Ignorar os colegas (2,1% referem quase todas as semanas/dias)
A agressão física e o roubo de objetos pessoais ocorrem de forma residual (1,2% e 0,4% referem que ocorre quase todas as
semanas/dias)
Há diferenças nas duas Escolas: Chamar nomes, Ignorar e Roubar
coisas ocorre em menor frequência na DLL
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Incidência do BullyingEstudos efetuados em vários países apontam para que pelo menos 15%
de adolescentes e jovens em contexto escolar se envolvam em
comportamentos de bullying (Carvalhosa, Lima & Matos, 2001).
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Bullying
4%
96%
Já ouviu falar de bullying
não sim
782; 91%
81;
9%
Sentes-te vítima de bullying?
não sim
10% na EIDH
7% na DLL
9% no 2º ciclo e 9% no 3º ciclo
Nunca ouviram falar de bullying
0,9% na EIDH
11,3% na DLL
18
41%
31%
4%
2%
22%
Quanto tempo durou (n=81)
uma ou duas semanas
um mês
entre dois a seis meses
seis meses ou mais
ainda dura
39%
61%
Sentimento de segurança na Escola
pelos alunos alvo de Bullying
não
sim
19
5%
2%
37%
36%
20%
Gosto pela Escola nos alunos vítimas
de Bullying
não gosto
mesmo nada
não gosto
mais ou menos
gosto
gosto muito
64%
22%
14%
Nível socioeconómico dos alunos alvo
de bullying
baixo
médio
alto
20
46%54%
Género dos alunos alvo de
bullying
masculino
feminino
18; 22%
17; 21%
18; 22%
19; 24%
9; 11%
Ano de escolaridade das vítimas de
bullying
5
6
7
8
9
21
Síntese
9% dos alunos que dizem sentir-se alvo de
bullying
não há diferenças entre ciclos, nem na
distribuição pelo género
A incidência do bullying diminui no 9º ano
As diferenças entre as duas Escolas não são
significativas na incidência mas há variações no
tipo de bullying
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Comparando com outros estudos (incluindo o realizado na EIDH em 2009/10)
Outros dados Nossos dados
Estudos Resultados*Resultados
2009/10
Resultados
2013/14
2º ciclo
Pereira,
Mendonça, Neto,
Almeida, Valente
& Smith (1996)
Norte= 22%;
Sul= 19% 5%
9%
Pereira (2008 2ªed.) 21,6%
3º ciclo
Lourenço et al.
(2009) (alunos do
1º ao 9º ano)
36,4% 7%
Simões, Matos &
Batista-Foguet
(2005) (alunos dos
11 aos 18 anos)
50%
23
AgressoresMuitos jovens associam a prática de bullying a um estilo de vida categorizado como
rebelde, considerando que para eles, ser rebelde é um marco na posição social(Chaux, Molano e Podlesky, 2009, Estell et al., 2009; Thornberg, 2010).
É também conhecida a associação do uso de substâncias com os comportamentos
de bullying (Lambert et al., 2008; Simões, Matos & Batista-Foguet, 2005).
Muitos agressores pertencem a famílias disfuncionais e/ou violentas, têm falta de
suporte familiar e supervisão parental (Georgiou, 2008; 2009; Lambert et al., 2008; Estell et al. 2009;
Cassidy, 2009; Chaux, Molano e Podlesky, 2009).
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Caracterização dos agressores
25%
15%
20%
20%
20%
Quem são os agressores- género
uma
rapariga
várias
raparigas
um rapaz
vários rapazes
vários rapazes
e raparigas49%
42%
5%
3%
1%
Quem são os agressores
colegas da turma
colegas mais velhos da
mesma escola
vizinhos
alunos de outra escola
estranhos
25
46%
14%
8%
15%
7%
2%5%
3%
Local do Bullying
recreio ou campo de
jogos
sala de aula quando o
professor não está
sala de aula quando o
professor está
nos corredores
nas casas de banho
no autocarro
no refeitório
nos balneários
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Atitudes das vítimasA maioria dos casos de bullying em contexto escolar passam despercebidos e/ou são mantidos em segredo por um longo período de tempo), dificultando por isso a intervenção precoce (Barros, Carvalho & Pereira,
2009).
27
21%
15%
6%43%
1% 13%
1%
Contar a alguém sobre o Bullying
não contei a
ninguém
contei ao professor
contei a outro adulto
da escola sem ser
professor
mãe e/ou pai
irmã ou irmão
amigo(a)
familiar adulto
59%27%
14%
Pais contactaram a Escola
não
sim, uma vez
sim, várias vezes
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Atitudes das testemunhas
O conflito presente nestes indivíduos está relacionado com as dúvidas existentes durante a ocorrência do fenómeno pois, se eles
apoiam o bullying, são cúmplices; se apoiam a vítima, podem-se
tornar alvo; se permanecem em silêncio, podem sentir-se culpados.
Este conflito pode promover sentimentos de tristeza, raiva, culpa e vergonha (Fried & Fried, 1996).
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Intervenção das testemunhas
7%9%
27%
24%
33%
Intervenção dos adultos
nunca
quase nunca
por vezes
frequentemente
sempre
8%
16%
38%
21%
17%
Intervenção de outros alunos
nunca
quase nunca
por vezes
frequentemente
sempre
30
Sentimentos desencadeados nas
testemunhas
6%6%
23%
65%
Sentimentos das testemunhas
sinto que essa pessoa talvez tenha
feito alguma coisa para merecer
ser maltratado
não sinto nada
sinto um pouco de pena
sinto muita pena e quero ajudar
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Fatores protetores
A presença do fenómeno bullying na realidade escolar é incontestável e não possui, aparentemente, fatores determinantes,
ou seja, independe da localização da escola, tamanho, anos de
escolaridade, ou mesmo escola pública ou privada (Fante, 2005).
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Fatores protetores (que tendem a andar
associados a uma menor incidência do bullying)
Capacidade de lidar com a vergonha, a crítica e as opiniões negativas dos outros
Boa autoestima e satisfação com a vida
Níveis reduzidos de sintomatologia depressiva, stress e solidão
Contacto com outras crianças fora da Escola (irmãos, familiares, grupo de jovens)
Coesão e afetividade familiar
Escola atenta e interventiva
Bom desempenho escolar
Ter um papel ativo na Escola
Mobilidade das vítimas
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