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Bullying não é brincadeira!
Nunca se discutiu tanto, nos meios de comunicação,
nas escolas e universidades, a violência física e verbal que
ocorre nas escolas. O bullying, popular inclusive entre os
alunos, é característico de uma situação específica e não
deve ser usado à revelia para descrever qualquer brincadeira
de mau gosto. Um grupo de alunos do 7º ano B (Eduardo
Martins, Pedro Piá, Stéfano Rosseti, Vinícius Melo e Vitor
Sia), pesquisou o que significa o bullying e quais são suas implicações para o autor e
para o alvo. Como resultado da pesquisa e com o objetivo de conscientizar os demais
alunos do colégio a respeito da gravidade desta prática, os alunos elaboraram frases
que foram coladas em faixas de TNT e expostas nas salas de aula do 6º ano à 8ª série.
Com o intuito de chamar atenção de todos e abolir o bullying do colégio, foi exposta
no pátio do colégio outra faixa, do mesmo material.
Veja a seguir trechos das pesquisas e algumas fotos do trabalho.
Definição
Bullying é uma situação caracterizada por atos agressivos verbais ou físicos de
maneira repetitiva por parte de um ou mais alunos com um ou mais colegas.
Existem três tipos de bullying:
� Físico: Quando alguém bate fisicamente.
� Verbal: Chingando ou agredindo uma pessoa com palavras.
� Exclusão: Quando exclui alguém.
O bullying é algo agressivo e negativo executado repetidamente e ocorre
quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas.
O que é cyberbullying ou bullying virtual?
É o bullying que ocorre por meios eletrônicos, com mensagens difamatórias ou
ameaçadoras circulando por meio de e-mails, redes sociais ou celulares.
Esse tormento que é a agressão na internet faz que a criança ou adolescente se
sinta humilhado, não se sinta mais segura em lugar algum ou momento algum.
Marcelo Coutinho, especialista no tema, diz que os estudantes não percebem
as armadilhas dos relacionamentos digitais.
Terminologia
A palavra bullying vem do inglês bully que significa tirano, valentão.
Devido ao fato de ser um fenômeno que recentemente chamou mais atenção,
o assedio escolar ainda não possui um termo especifico, sendo o termo em inglês
bullying constantemente utilizado na mídia.
Existem, entretanto, alternativas como acossamento, ameaça, assédio,
intimidação, alem de diversos outros termos utilizado pelos próprios estudantes em
diversas regiões.
Consequências para o alvo O aluno que sofre bullying principalmente quando não pede ajuda, enfrenta
medo e vergonha de ir à escola. Pode querer abandonar os estudos não se achar bom
para integrar o grupo e apresentar baixo rendimento.
Caracterização dos bullies
Os bullies são as pessoas que praticam Bullying.
Segundo pesquisadores, os agressores podem ter sofrido bullying no passado,
ter necessidade de chamar atenção (ser engraçado), pode ter personalidade agressiva
ou podem ser aqueles que não têm habilidades sociais (fazer amizade, ser solidário).
Os agressores também podem ter um ponto de vista preconceituoso.
Testemunhas
As testemunhas são pessoas que assistem ao ato de bullying. Eles podem só
assistir sem tomar providências, por medo ou indiferença. Também existem
testemunhas que incentivam ou atuam reforçando a agressão, que são chamados co-
autores.
Legislação
O bullying é considerado um ato ilícito, porque o autor desrespeita princípios
constitucionais, por exemplo, o princípio da dignidade das pessoas, do Código Civil. Por
isso, os autores de bullying e os co-autores podem ser obrigados a prestar serviços
comunitários. Os pais dos bullies podem ser obrigados a pagar indenizações Às vítimas
e pode haver processos por danos morais.
Além disso...
As alunas Júlia Dantas e Letícia B. Guzzo, 7º ano B,
também pesquisaram o bullying e descobriram outros dados
importantes.
Os bullies usam principalmente uma combinação de intimidação e humilhação
para atormentar os alvos. Alguns exemplos são:
o Insultar a vítima;
o Acusar a vítima de ser inútil (“não servir para nada”);
o Ataques físicos, seja contra o corpo ou propriedade da vítima;
o “Espalhar” coisas negativas sobre a vítima;
o Depreciar a vítima sem motivos;
o Fazer com que a vítima faça o que não quer ameaçando-a;
o Colocar a vítima em situação problemática com alguém, por algo que
ela não cometeu ou que foi feito pelo próprio bully;
o Fazer comentários sobre a família ou amigos da vítima;
o Isolamento social da vítima;
o Criar páginas falsas em sites de relacionamento ou fazer comentários
via internet (cyberbullying)
o Chantagear a vítima;
o Fazer grafitagem depreciativa sobre a vítima;
o Usar de sarcasmo para se passar por amigo da vítima;
o Fazer a vítima se envergonhar diante de muitas pessoas.
Letícia explica que as vítimas, quando são agredidas ou ofendidas chegam a
concordar com a agressão. O discurso deles segue no seguinte sentido: “Se sou gorda,
por que vou dizer o contrário?”. A aluna alerta para possíveis sintomas do alvo de
bullying: baixa auto-estima, medos, angústia, pesadelos, falta de vontade de ir à escola
e rejeição da mesma, ansiedade, dificuldades de relacionamento interpessoal,
dificuldade de concentração, diminuição do rendimento escolar, dores de cabeça e de
estômago e dores não especificadas, mudanças de humor súbitas, vômitos, urinar na
cama, falta de apetite ou apetite voraz, choro, insônias, ataques de pânico sem motivo
aparente, sensação de aperto no coração, aumento do pedido de dinheiro aos pais e
familiares (devido à chantagem dos bullies), furtos de material em casa, surgimento de
material escolar e pessoal danificado, desaparecimento de material escolar, auto-
mutilação, stress e, em casos extremos as vítimas podem chegar a cometer suicídio.
Há alguns casos em que os alvos de bullying, antes passivos, passaram a
praticar a violência, inclusive o homicídio, como ocorreu em escolas dos EUA e Rio de
Janeiro.
Um dado interessante apontado por Letícia é que foi aprovada a proposta de
criminalização da prática de bullying pela comissão de juristas do Senado que discute
mudanças no Código Penal. No anteprojeto que será chamado de lei “intimidação
vexatória”, a pena prevista para o crime será de um a quatro anos de prisão. Segundo
o texto, pratica crime quem “intimidar, constranger, ameaçar, assediar sexualmente,
ofender, castigar, agredir ou segregar” criança ou adolescente “valendo-se de pretensa
situação de superioridade”.
Segundo Júlia, este assunto deve ser tratado nas escolas e em casa. Os pais e
professores devem conversar abertamente com os jovens para que eles não
pratiquem, sofram ou sejam testemunhas do bullying.
Letícia chama atenção para medidas práticas que podem prevenir e até acabar
com o bullying:
� Respeite – Trate as pessoas como gostaria de ser tratado, com respeito.
� Denuncie – O bullying, assim como o cyberbullying, é crime! Por isso, não
tenha medo de fazer denúncias e com conte com a ajuda de um pai ou
advogado.
� Exija – Cobre nas escolas projetos anti-bullying.
� Explique – Proponha paletras, trabalhos ou teatros para ajudar as pessoas a
entenderem o que é bullying e o que podem fazer para combatê-lo.
� Lute – para que sua escola que um e-mail ou serviço de telefone para
denúncia de casos de bullying.
� Pesquise – Informe-se sobre o assunto. Só assim você poderá identificar e
se identificar com o problema. O bullying é muito comum nas escolas, mas
muitos ainda não sabem o que é.
� Tenha limites – Saiba quando parar um brincadeira.
� Defenda – Se ver alguém sofrendo bullying, ajude a defendê-lo.
Vamos provocar os alunos do colégio para que reflitam sobre suas atitudes...
... e acabar definitivamente com o bullying no nosso colégio!