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1 BUDISMO E PSICOLOGIA Budismo passo a passo BLIA

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BUDISMOE

PSICOLOGIABudismo passo a passo

BLIA

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2 3Venerável Mestre Hsing Yun

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2 3Venerável Mestre Hsing Yun

BUDISMOE

PSICOLOGIA

Escrito pelo Venerável Mestre Hsing Yun Traduzido do chinês por Otto Chang, Ph D.

Tradução para português por João Magalhães

Publicado por Buddha’s Light Publishing 3456 S. Glenmark DriveHacienda Heights, CA 91745 U.S.A.© 1997 by Fo Guang Shan International Translation Center

Todos os direitos reservados.

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CONTEÚDOSBudismo e psicologia 6

I - Como o Budismo vê a mente 8

II - As alegorias da mente 14

III - Formas de purificar a mente 21

IV - A contribuição do Budismo para

a Psicologia moderna 28

Atividades da BLIA Portugal 34

Contatos 34

O Ghata da transferência de Mérito 35

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BUDISMO E PSICOLOGIAVenerável Mestre Hsing Yun

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BUDISMO E PSICOLOGIA

Psicologia é a ciência da mente que engloba a investigação das atividades mentais na vida hu-mana. No Ocidente, teve a sua origem na ciência médica, filosofia, ciências naturais, religião, edu-cação, sociologia e estende-se à miríade de muitas outras disciplinas e práticas. Na sociedade con-temporânea, a psicologia é aplicada à educação, indústria, negócios, saúde, defesa nacional, lei, po-lítica, sociologia, ciência, artes e mesmo desporto.

A psicologia examina as funções da mente e os modos de comportamento humano. Os psicólogos ocidentais trabalham para estudar o desenvolvi-mento da personalidade e as determinantes do comportamento. Devido às suas limitações ineren-tes, a psicologia ocidental tem apenas um sucesso parcial na transformação e melhoria da persona-lidade. O Budismo, por outro lado, compreende muito profundamente a natureza psicológica do ser humano e desenvolveu métodos de tratamen-to eficazes. Como revelado no Sutra Avatamsaka, o Sutra da Guirlanda de Flores, “A nossa perceção dos Três Reinos surge da mente, assim como os

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Doze Elos da Génese Condicionada; O nascimento e a morte emanam da mente, extinguem-se quan-do a mente cessa”.

A análise da mente no Budismo é multifacetada e sofisticada. Como uma prática espiritual, o Budismo contém inúmeras descrições da natureza e funções da mente, assim como instruções de como procu-rar, aceitar e refinar. Assim, a Psicologia Budista tem muito a oferecer, tal como a Psicologia ocidental.

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I - COMO O BUDISMO VÊ A MENTENo início, a “psicologia” era referenciada, quase

exclusivamente como “a ciência que explica a psi-que”. Mais tarde, alargou-se o conceito a “ciência do comportamento para o estudo dos problemas humanos”. Este desenvolvimento é consistente com o como a vida e o universo são vistos pelo Bu-dismo: “da mente, todos os fenómenos surgem”. O Budismo interpreta tudo, no mundo, como a ma-nifestação da nossa mente. Investiga e analisa os problemas humanos ao nível mais fundamental. Desta perspetiva, o Budismo pode ser considera-do um sistema de psicologia bem desenvolvido.

Todos os ensinamentos de Buda estão relacio-nados com a mente, como indicados na multitu-de de sutras e sastras. Entre eles, o entendimento psicológico ensinado pela Escola da Apenas Mente (Yogacara) é a mais próxima contraparte da psico-logia. Os textos de Yogacara são usados para expli-car a Psicologia Budista.

O Yogacara constata que a mente consiste de oito consciências que claramente indicam que não é feita de um só elemento, mas antes pelo contrário de uma complexa interação de fatores.

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Estes fatores são as funções dos seis órgãos dos sentidos do corpo humano (olhos, ouvidos, nariz, língua, corpo e funções mentais), mais a consciên-cia que constantemente agarra o “eu” (manas) e a consciência Alaya (a consciência que armazena e é referida como a “mestre da mente”, nos textos Budistas), que coleciona e guarda todas as semen-tes kármicas da mente no ciclo contínuo de nasci-mento e morte de todos os seres sencientes.

Para um Budista, o “eu”, neste momento, reflete tudo o que foi acumulado do passado. O “eu” no futuro depende das ações do presente. Isto é “O que alguém recebe nesta vida é o que cultivou em vidas passadas; O que recebe numa vida futura é o que criou nesta vida”.

“Os três reinos são a mera manifestação da men-te, assim como as miríades de dharmas”. Todos os fenómenos nesta vida e no universo não são mais que espelhos impressos nas nossas mentes atra-vés das oito consciências. Os olhos, ouvidos, na-riz, língua, corpo e mente discriminam e apegam a visão, som, cheiro, sabor, toque e pensamento. De acordo com a capacidade de cada indivíduo para discernir, estas imagens são processadas e reconhecidas como reais ou irreais e usadas para

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construir o que cada um acredita ser “esta vida e o mundo”. Na realidade, todas as coisas mudam constantemente num ciclo de formação, sustenta-ção, destruição e vazio. Os nossos pensamentos e ideias também se formam, sustêm, mudam e desa-parecem instantaneamente no ciclo de Nascimen-to e morte. Onde alguém pode encontrar uma vida ou um mundo que exista sem mudança? Tudo no universo pode ser apenas encontrado em perce-ções e interpretações.

A consciência Alaya é como um grande armazém, cheio de memórias do passado de amor, ódio, boa vontade, animosidade, que podemos não querer mais recordar nesta vida. Perpetuamente influen-cia as nossas ações e comportamentos no presente e refere-se como ignorância, no Budismo. Devido à influência kármica desta ignorância, nós conti-nuamos pelo ciclo de nascimento e morte. Quando as sementes doentias do passado amadurecem, fi-camos afligidos e somos tentados a cometer feitos doentios, que por sua vez plantam sementes doen-tias para o futuro. Quando as sementes saudáveis do passado amadurecem, os nossos corações são puros e nobre, as nossas mentes são claras e inte-ligentes e nós realizamos feitos saudáveis que se

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tornam sementes saudáveis na consciência Alaya. Nos ensinamentos da Escola da Apenas Mente, é dito que “As sementes fazem surgir ações, as ações tornam-se em novas sementes”. Os motivos psico-lógicos de todos os comportamentos humanos, são explicados através deste modelo.

Devido à influência da ignorância que carrega-mos connosco do passado, temos a tendência a fazer julgamentos que resultam em sentimentos negativos. Reforçadas pela ganância e raiva, as nossas mentes tornam-se confusas e formam vi-sões incorretas sobre as coisas no mundo. No en-tanto, assim como as plantas necessitam de sol, chuva para florescer e dar fruto, condições simi-lares são necessárias para o desenvolvimento do comportamento humano. Apesar de sentimentos de amor, ódio e intenções positivas ou negativas estarem enraizadas no subconsciente de todos os humanos, quando estes sentimentos são provoca-dos por pessoas ou coisas que nos rodeiam, deve-mos confiar na nossa mente verdadeira e sabedo-ria, para evitar cometer feitos negativos e ao invés, conduzir-nos a nós mesmos com virtude.

O desenvolvimento da nossa mente verdadeira e a sua sabedoria, assenta na prática diligência de

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manter os preceitos, desenvolver a concentração e aumentar a consciência e o discernimento. Este processo, transforma a mente iludida numa mente verdadeira e é descrito no Budismo como “a con-versão da consciência em sabedoria”. A consciên-cia carrega uma bagagem psicológica das expe-riências passadas. A sabedoria emitida pela mente verdadeira, é a sabedoria ou tratamento que os humanos podem usar para resolver os seus con-flitos internos da mente, para transcender o sofri-mento na sua vida presente e para quebrar o ciclo de nascimento e morte das nossas vidas futuras.

A Escola da Apenas Mente, classifica as respos-tas psicológicas dos seres humanos em cinquenta e uma categorias, referindo-as como “os atributos da mente”. Estes incluem:

1. As cinco funções psicológicas básicas: contato mental, físico, atenção, sensação, identificação e análise;

2. Onze estados psicológicos saudáveis: Confiança, diligência, humildade, remor-so, ausência de ganância, sem ódio, sem ignorância, tranquilidade, atenção, equa-nimidade e inofensividade;

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3. As seis aflições raiz: ganância, ódio, igno-rância, arrogância, dúvida e perspetivas incorretas;

4. Vinte estados psicológicos doentios: Raiva, hostilidade, irritação, presunção, engano, bajulação, arrogância, maldade, inveja, acutilação, sem remorço, sem ar-rependimento, sem confiança, preguiça, insensibilidade, apatia, agitação, esqueci-mento, perceção incorreta e desatenção;

5. Quatro estados neutrais da mente: re-morso, sonolência, pensamento aplicado e pensamento sustentado.

A categorização budista das respostas psicoló-gicas do homem, listadas acima, é compreensiva e sofisticada. Hoje em dia, os investigadores em psicologia têm muito a ganhar se estudarem o Bu-dismo, em adição à psicologia.

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II - AS ALEGORIAS DA MENTENo Budismo, a raiz da causa para o sofrimento

humano, assim como outros problemas, é identifi-cado como a mente. Assim se propõe chegar a este recurso incalculável transformando quaisquer si-tuações doentias em saudáveis. O Budismo indi-ca aos seres sencientes como reconhecer a men-te, acalmar a mente e lidar com a mente. O Buda ensinou durante quarenta e nove anos, durante a sua vida. Quer os seus ensinamentos fossem so-bre as Quatro Nobres Verdade, as Doze Ligações da Génese Condicionada, as Seis Paramitas ou As Quatro Formas de Abranger, eles invariavelmente envolvem a mente. A mente dita o comportamento da pessoa. Se a mente da pessoa é pura, então to-dos os seus pensamentos, discursos e ações tam-bém serão puros. Se a mente da pessoa for impura, então o que ele ou ela escuta e vê será impuro. As-sim é dito num sutra: “Quando a mente é impura, o ser é impuro; quando a mente é pura, o ser é puro”.

Toda a dor e sofrimento neste mundo são cria-dos pela mente. As nossas mentes vaguearam pelos Seis Reinos em inúmeras vidas. Parece que nunca estamos em controlo. A mente sempre se apega ao exterior colorido que nos rodeia, incan-

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savelmente, à procura de fama, fortuna, poder, amor e constantemente calculando e discriminan-do. A verdade é que as nossas mentes eram, origi-nalmente, capazes de abarcar tudo, como a mente de Buda. A mente era como o sol e a lua, capaz de penetrar através da escuridão. Era como um solo fértil, capaz de enriquecer as raízes da virtude e como uma árvore de mérito que sempre crescia. Era como um espelho brilhante, capaz de refletir tudo de forma clara e verdadeira. Era como um oceano, pleno de recursos e tesouros imensurá-veis. Nos cânones Budistas, Buda frequentemente usava histórias simples para descrever a mente. Dez destas histórias são sumarizadas em baixo:

1. A mente é como um macaco, difícil de controlar. Como se diz no velho provér-bio, “a mente assemelha-se a um macaco e os pensamentos parecem-se com cava-los”. A mente é comparada com um maca-co porque é hiperativa, sempre a salta e balouçar entre as três partes;

2. A mente é rápida como um relâmpago e um trovão. É comparada ao relâmpago, trovão ou fagulha criada pelo choque de uma pedra. Funciona tão rapidamente

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que no momento do pensamento, já via-jou através do universo sem obstrução. Por exemplo, quando alguém pensa so-bre uma viagem à Europa ou América, imediatamente o cenário da Europa e da América surge na sua mente, como se essa pessoa já lá estivesse nesses locais;

3. A mente é como um veado selvagem, sempre atrás dos prazeres sensoriais, a todo o momento. O veado selvagem corre pela natureza até ficar sedento. Na pro-cura pela água, ele vagueia pelas quatro direções, à procura de um rio. A mente é como este veado selvagem. Dificilmen-te resiste a tentação dos cinco desejos sensoriais e dos seis objetos sensoriais. Busca pela visão, som e outros prazeres sensoriais, em todas as alturas;

4. A mente é como um ladrão que rouba as nossas virtudes e méritos. O nosso corpo é como uma aldeia, com os cinco órgãos das sensações como sendo cinco entradas e a mente é o ladrão na aldeia que rouba os nossos feitos benéficos e méritos que arduamente acumulamos, deixando uma

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impressão negativa na nossa mente e um es-tilo de vida empobrecido. O escolástico con-fucionista Wang Yangming disse: “É muito mais fácil apanhar bandidos escondidos em partes selvagens que erradicar um bandido na nossa mente”. Se pudermos domar o la-drão na nossa mente, tornando-o obediente e cumpridor, iremos tornar-nos os mestres das nossas mentes, capazes de cultivar vir-tudes e méritos superiores.

5. A mente é como um inimigo que inflige em nós o sofrimento. A mente age como os nossos adversários e inimigos, geran-do problemas e causando em nós todos os tipos de dores e sofrimentos. Um sutra diz que: “A doença em si mesma é vazia porque é uma criação da mente; Se a men-te é purificada, a doença irá desaparecer rapidamente”. A mente tem a Natureza de Buda como sua qualidade original, que é pura, livre e em contentamento. Mas inú-meras ilusões causam aflições ao corpo e espírito. Se pudermos eliminar as ilusões e perspetivas falsas, seremos capazes de fazer amizade com este inimigo;

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6. A mente é como um servo a várias irri-tações. Age como se fosse o servo de ob-jetos externos, aprovisionando e sendo guiada constantemente por estes objetos resultando em inúmeras aflições;

7. Noutro sutra, diz-se que a mente tem três venenos, cinco obstáculos, dez corrup-ções e oitenta e oito mil agravamentos. Estes impedimentos, obstáculos e impe-dimentos, são todos capazes de impedir a nossa visão, restringindo a mente e o espírito, tornando-nos inquietos. Para transformar a mente de um servo a um mestre, depende largamente em como a treinamos;

8. A mente é como um mestre que tem a mais alta autoridade. É o mestre do cor-po. Possui a mais alta autoridade. Guia, governa e comanda tudo, incluindo os olhos, orelhas, nariz, língua, corpo e ativi-dade mental para produzir sentimentos e funções cognitivas;

9. A mente é como uma fonte que nunca para. É similar ao correr da água que cor-re continuamente. Contém um potencial

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ilimitado, assim como imensuráveis te-souros. Se pudermos, efetivamente, usar a nossa fonte da sabedoria, tornar-nos-e-mos livres do medo da escassez;

10. A mente é como um artista que pinta. O Sutra da Guirlanda de Flores diz: “A men-te é como um mestre pintor experiente em pintar todo o tipo de coisas”. A mente pode desenhar diferentes tipos de ima-gens. Quando a nossa mente é inspirada pelos sensatos e sábios, a nossa aparên-cia será a de um sábio iluminado. Quando a nossa mente está ocupada pela malí-cia e hostilidade, a nossa aparência será dura e repulsiva, como a de um demónio ou fantasma. Por outras palavras, “As-sim como a nossa mente muda, também muda a nossa aparência”;

11. A mente é como o espaço e é sem limites. A natureza da mente é expansiva como o espaço ilimitado. É capaz de abarcar tudo no universo. Um sutra indica, “Se quere-mos compreender o estado iluminado de um Buda, devemos purificar a nossa men-te para que se possa tornar vazia como o

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espaço”. O Espaço é vasto e enorme, sem fronteiras ou limites. O espaço suporta tudo mas agarra-se a nada. Se queremos compreender os estados iluminados dos Budas, devemos expandir a nossa mente para que se torne ilimitada e sem fron-teiras, como o céu, sem fricção, despreo-cupado como o espaço. Então, as nossas mentes serão capazes de abraçar todas as coisas no universo e beneficiar todos os seres sencientes.

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III - FORMAS DE PURIFICAR A MENTEA medicina contemporânea é muito avançada e

todos os tipos de fármacos são amplamente dis-ponibilizados. A grande variedade de remédios corresponde às inúmeras doenças que as pessoas agora experienciam, muitas das quais inexistentes no passado. No entanto, apesar de ser verdadeiro que as doenças e cancros no nosso corpo físico, não serão também cancros nas nossas mentes?

A ganância, raiva, ignorância, arrogância e dúvi-da são doenças que não podemos ignorar. Quan-do temos desequilíbrios físicos, tratamo-los com remédios, injeções ou suplementos nutricionais. Há um antigo ditado chinês que diz: “Os remédios apenas curam os sintomas das nossas doenças. Não irão curar a nossa verdadeira doença”.

A verdadeira doença é a doença da nossa mente. De facto, muitas das doenças físicas são causadas por fatores psicológicos. Os exemplos mais óbvios são as doenças do sistema digestivo. Oitenta porcen-to destas desordens estão relacionadas com stress emocional. Se pudermos manter uma mente equi-librada e pacífica, muitas doenças irão desaparecer.

Se tivermos um distúrbio psicológico, que remé-

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dios beneficiarão o nosso espírito? Diz-se que Buda criou oitenta e quatro mil instruções para tratar as nossas oitenta e quatro mil doenças tenazes.

Por exemplo, se não erradicarmos a ganância ao mantermos os preceitos, as nossas mentes irão atuar com ganância e correrão selvagens. Se não ultrapassarmos a raiva com a prática da medita-ção, o nosso espírito viverá, para sempre, numa “labareda de fogo”, que fará a nossa verdadeira tranquilidade difícil de alcançar. Finalmente, a afli-ção da ignorância poderá ser unicamente curada através da sabedoria, porque a sabedoria é capaz de penetrar a escuridão da ignorância, desvelar o magnífico e tranquilo estado da mente original.

Além das doenças mais graves causadas pelos três venenos, existem todos os tipos de doen-ças psicológicas que necessitam de ser tratadas, transformadas ou ultrapassadas. As seguintes in-dicações são tratamentos prescritos nos ensina-mentos de Buda:

1. Uma mente calma é o antídoto para uma mente ocupado. O tempo da vida moder-na é muito rápido e compacto. A maior parte das pessoas sofre de stress causa-do por ansiedade e insegurança. Assim,

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nas nossas vidas quotidianas, é benéfico termos alguns minutos para praticarmos a arte da autocura, através do acalmar da mente e da sua purificação. Quando as “impurezas” nas nossas mentes são limpas, discernimento e sabedoria irão emergir da calma;

2. Uma mente benevolente é o antídoto para uma mente malévola. A mente, por vezes, é como aquela de um “sábio”, mas outras vezes é como a de uma pessoa “perturba-da”, que divaga por aqui e por acolá, entre o positivo e o negativo. Quando a men-te benevolente surge, tudo corre bem; quando a mente malévola surge, resulta em milhões de contaminações. Assim, de-vemos erradicar a mente doente, guardar e manter os nossos pensamentos corre-tos para cultivar uma mente de bondade e compaixão;

3. Uma mente fiável é o antídoto para uma mente que duvida. Muitos erros e tra-gédias no mundo devem-se à dúvida e à suspeição, por exemplo, a suspeição da traição de um amigo, infidelidade de um

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conjugue, ou a má vontade de um fami-liar. Quando a dúvida surge, é como uma corda que constrange o corpo, tornando os movimentos quase impossíveis. O Tra-tado da Perfeição da Grande Sabedoria (Mahaprajnaparamita Sastra) diz: “Os ensinamentos de Buda são tão vastos quanto o oceano. A confiança providencia os únicos meios para os alcançar”. Cons-truir confiança não só nos permite reali-zar a verdade dos ensinamentos de Buda, também nos capacita para sermos mais tolerantes perante os outros, a aceitar o mundo como é e fortalecer a nossa crença no Dharma.

4. Uma mente verdadeira é o antidoto para uma mente iludida. Devido aos apegos à noção de eu, referência pessoal e julga-mento, a mente comum das pessoas está constantemente a discriminar, deliberar, criar incontáveis ilusões e respostas in-justificadas. Para levar uma vida de ver-dade, beleza e virtude, devemos usar as nossas mentes sem discriminação ou dualidade, percebendo as coisas como

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são e tratando todos os seres sencientes, inerentemente, como iguais.

5. Uma mente aberta é o antídoto para uma mente estreita. Precisamos criar a mente como um oceano, capaz de receber toda a água de centenas de rios e afluentes, sem mudar as suas características. Somente uma mente que tudo abarca, com grati-dão e paciência é que nos pode libertar da mente invejosa e intolerante;

6. Uma mente equilibrada é o antídoto para uma mente fragmentada. Se a fortuna material é a única coisa de valor na vida, então iremos sentir angústia caso perca-mos a nossa fortuna. Se o amor comum é o foco da nossa vida, iremos sofrer tre-mendamente se essa relação amorosa não puder ser mais mantida. Onde quer que haja ganância e apego, existirá dife-renciação e amarras. Como podemos ser livres? Será melhor que alguém reaja às possessões mundanas transitórias r às ilusões de apego com uma mente equi-librada e equânime. Ao fazê-lo, irá tor-nar-se livre, imperturbável em todos os

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tempos e durante todas as ocasiões, sem quais apegos ou restrições.

7. Uma mente estável é o antídoto para uma mente impermanente. Apesar do Budismo indicar que todas as coisas e fe-nómenos, incluindo pensamentos e sen-timentos, são impermanentes, estando a mudar constantemente, também afirma que quando fazemos voto de servir os ou-tros e não apenas nós próprios, o poder do voto e devoção é tão imensurável que vai além do universo. O Sutra da Guirlanda de Flores diz: “Assim que alguém invoque o Bodhicitta (o voto de alcançar a Budei-dade), é imediatamente iluminado”. Um Bodhisattva que acabou de jurar o seu voto, tem uma mente tão pura quanto a de Buda. No entanto, ele ou ela devem manter esse momento, sem voltar atrás, de forma a alcançar a iluminação perfeita;

8. Uma mente desapegada é o antidoto para uma mente impulsiva. Os homens e mu-lheres modernos gostam de telenovelas e modas. São curiosos acerca de qualquer novo chamariz e assim tornam-se alvos

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fáceis para quaisquer bizarros, excêntri-cos esquemas e fraudes, perpetrados por vigaristas. O Budismo Chan indica que, “Uma mente desapegada é o caminho para a iluminação”. Manter a mente desapegada na vida diária irá capacitar-nos a apreciar “Todo o dia é um dia maravilhoso; todo o momento é um momento de apreciação”.

Além destas oito observações, devemos cultivar uma mente de paciência, humildade, ponderação, piedade filial, sinceridade, honestidade, inocência, pureza, bondade, perdão, alegria, caridade, reve-rência, equanimidade, paciência, contrição, arre-pendimento, gratidão, sabedoria (prajna), com-paixão (o traço de um Bodhisattva) e iluminação (o traço de um Buda), de forma a desenvolver, em pleno, o seu potencial infinito.

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IV - A CONTRIBUIÇÃO DO BUDISMO PARA A PSICOLOGIA MODERNA

O psiquiatra Sigmund Freud (1856-1939 C.E.) desenvolveu a teoria e prática da psicoanálise. Ele foi, talvez, o primeiro investigador que explorou o papel do inconsciente humano na história da psi-cologia ocidental. A sua contribuição para a psico-logia pode ser análoga à de Newton ou Copérnico para com a ciência. Entretanto, o inconsciente hu-mano tem sido um tema de uma análise detalhada, sofisticada e debatida pelos budistas no Oriente, por mais de 1400 anos, como evidenciado no livro Versos na Formulação das Oito Consciências, do Venerável Mestre Xuan-zang.

O trabalho de Freud no subconsciente foi apro-fundado pelo seu bem conhecido estudante, Carl Jung (1875-1961 C.E.). Jung era um grande conhe-cedor das filosofias orientais e de práticas espiri-tuais como o Budismo, Chan e Yoga. Inspirado por estes ensinamentos, Jung dividiu a psique humana em três

Níveis: consciente, inconsciente individual e in-consciente coletivo. As funções do inconsciente individual, são o armazenamento da memória, a

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acumulação de experiências psicológicas reprimi-das e sentimentos. O inconsciente coletivo, por ou-tro lado, é a acumulação de profundos arquétipos herdados por seres humanos ao longo de muitas gerações. A ideia é muito similar à formulação da “Consciência Alaya” no Budismo e é um exemplo das influências do Budismo na psicologia ocidental.

Após a Segunda Guerra Mundial, desenvolveu--se a Psicologia Humanista. Desenvolvida por Abraham Maslow (1908-1970 C.E.), postula que as necessidades humanas podem ser divididas em cinco estágios. O mais alto é a “realização pessoal”. Maslow foi buscar conceitos como o “sentimento correto” e “iluminação” ao Budismo, para inter-pretar o estado ideal de autorrealização. Ele iden-tifica o seu estado como uma experiência viva da espiritualidade e felicidade, transcendendo tempo e espaço, objeto e sujeito. Maslow frequentemente usava o termo Budista de “Nirvana” para descre-ver a sua experiência especial. Ele também cons-tatava que as noções de “abnegação” e “verdadei-ro eu” (a Natureza de Buda) poderiam auxiliar as pessoas na obtenção da realização pessoal e con-tribuir para com os outros na sociedade.

Outro psicanalista, Erich Fromm (1900-1980

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C.E.), teve um grande interesse na compreensão do Budismo Chan. Ele falava muito bem do Budis-mo e do seu aspeto caraterizado pela “bondade e compaixão”, e ainda “um extremo altruísmo para elevar todos os seres sencientes à felicidade”. Ele pensava que o altruísmo, na forma de uma pessoa se sacrificar pelos outros, era o remédio correto para curar a doentia sociedade ocidental.

Como um ramo da Psicologia Humanista, a Psi-cologia Transpessoal, desenvolvida nos anos 60, alargou as fronteiras da psicologia tradicional ao integrar a filosofia Budista e outras práticas espi-rituais na psicologia ocidental. Pensa-se, frequen-temente, que é a psicologia da sabedoria moderna e da criatividade. Esta escola de psicologia inves-tiga os estados psíquicos transpessoais, valores e ideais, o sentido da vida, o cuidado pelos mo-ribundos, as relações entre o indivíduo e o todo da humanidade e a relação entre o indivíduo e a natureza. A meditação é incluída como uma forma de expandir a consciência, de forma a estabelecer a integração da mente, corpo e espírito. Métodos científicos modernos, são usados para explicar muitos dos problemas psicológicos, concretos, de hoje em dia, ao passo que a psicologia Budista tra-

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dicional tem sido mais frequentemente generali-zada. O foco e objetivos da psicologia transpessoal são muito próximos do conceito de “unicidade e coexistência” do Budismo.

O Dr. Viktor Frankl (1905-1997 C.E.), mais um que advogava a Psicologia Humanista, devotou a sua pesquisa ao sentido da vida e o que acontece após a morte. Ele acreditava que os seres humanos podem criar vidas com sentido, agradáveis, atra-vés dos seus próprios esforços, ao perscrutar pro-fundamente e compreendendo a essência da vida. Mais ainda, ele indicou que os humanos são con-frontados com a morte ou com o sofrimento. Se eles poderem ajustar o seu estado de mente do negati-vo ao positivo, ao reagir a essas circunstâncias, irão experimentar um profundo sentido da vida, um que lhes trará clareza e dignidade. Ele desenvolveu estas ideias num sistema chamado Logoterapia.

Diz-se que a Logoterapia pode ser uma extensão da ideia Budista de que “toda a perceção e concei-to é criada pela mente”. O Sutra Virmalakirti diz, “Se a mente for pura, o mundo é experimentado como puro”. O Budismo enfatiza a prática diária, o treino, para que se transcenda vida e morte. Os escolares da Psicologia Humanista também viram

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a sua atenção para a relação entre a compreensão da vida, a morte e a libertação espiritual de cada um. No futuro, é predito que uma maior integra-ção irá ocorrer entre a psicoterapia do ocidente e as práticas Budistas do oriente que levam à liber-tação do sofrimento.

Apesar de vivermos num tempo de recursos abundantes, trazidos pelo rápido crescimento eco-nómico e avanços tecnológicos, estamos extrema-mente vazios de espiritualidade. Quando o corpo e a mente são pressionados e magoados por vários tipos de tensões do ambiente exterior e somos in-capazes de ajustar ou adaptar a eles, a desordem mental como a ansiedade e a depressão surgem.

A psicologia Budista identifica a fonte de todo o sofrimento. Ela mostra-nos o sentido da vida e guia todos os seres sencientes na procura dos poderes profundos da mente, através da eliminação da ga-nância, raiva e ignorância, desde o nosso interior. A sua prática, se realizada livre e diligentemente, pre-vine qualquer ocorrência ou recorrência da doença psicológica. Ajuda as pessoas a criarem uma saúde física e mental de forma a que possam caminhar em vidas de contentamento e realização.

Desde os meados do século vinte que a psico-

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logia ocidental absorveu uma considerável sa-bedoria das culturas do oriente. Baseado nisto, podemos constatar que a Psicologia Budista re-presenta uma parte importante, compreensiva, da ciência da saúde mental. Ao adaptar-se às neces-sidades das pessoas, a Psicologia Budista, entre outras modalidades, irá ao encontro das necessi-dades do nosso tempo ao providenciar soluções para os problemas humanos e melhorar o nosso bem-estar.

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ATIVIDADES DA BLIA PORTUGALA BLIA tem uma série de atividades no Templo, para o desenvolvimento pessoal, esclarecimento e estudos sobre Budismo.

• Estudos de Budismo em horário pós-la-boral e aos sábados;

• Meditação Ch’an;

• Cerimónia do Chá;

• Aulas de Tai Chi;

• Prática de Caligrafia;

• Cerimónias budistas ao domingo.

• Retiros

Torne-se associado, ajude a prática do budismo em Portugal.

CONTATOSBLIA – Associação Internacional Buddha´s Light de LisboaRua Centieira, nº 35 - 1800-056 Lisboa Portugal

Tel: 218599286email: [email protected]/bliaportugal

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O GHATA DA TRANSFERÊNCIA DE MÉRITO

Que a generosidade, a compaixão, a alegria e a equanimidade permeiem todo o universo;

Que valorizem as bençãos, criem vínculos, beneficiem o céu e a terra.

Pratiquemos o Chan com pureza, sigamos os preceitos,

aceitemos tudo com serenidade;

Façamos os Grandes Votos com humildade e gratidão.

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