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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS BRÁULIO SILVEIRA SANTOS DA COSTA REVOLUÇÃO MOBILE, WHATSAPP E RELACIONAMENTOS: O PAPEL DAS RELAÇÕES PÚBLICAS JOÃO PESSOA 2017

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

    CENTRO DE COMUNICAÇÃO, TURISMO E ARTES

    DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO

    CURSO DE GRADUAÇÃO EM RELAÇÕES PÚBLICAS

    BRÁULIO SILVEIRA SANTOS DA COSTA

    REVOLUÇÃO MOBILE, WHATSAPP E RELACIONAMENTOS:

    O PAPEL DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

    JOÃO PESSOA

    2017

  • 1

    BRÁULIO SILVEIRA SANTOS DA COSTA

    REVOLUÇÃO MOBILE, WHATSAPP E RELACIONAMENTOS:

    O PAPEL DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

    Monografia de graduação apresentada ao Centro de

    Comunicação, Turismo e Artes, da Universidade

    Federal da Paraíba, como requisito parcial para a

    obtenção do título de Bacharel em Relações Públicas.

    Orientadora: Prof. Me. Maria Lívia Pachêco de

    Oliveira

    JOÃO PESSOA

    2017

  • 2

  • 3

    BRÁULIO SILVEIRA SANTOS DA COSTA

    REVOLUÇÃO MOBILE, WHATSAPP E RELACIONAMENTOS:

    O PAPEL DAS RELAÇÕES PÚBLICAS

    Monografia de graduação apresentada ao Centro de Comunicação, Turismo e Artes, da

    Universidade Federal da Paraíba, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel

    em Relações Públicas.

    RESULTADO: ____________________ NOTA: ______________

    João Pessoa, 30 de Novembro de 2017.

    BANCA EXAMINADORA

    __________________________________________

    Prof. Me. Maria Lívia Pachêco de Oliveira (orientadora)

    UFPB

    __________________________________________

    Prof. Me. Andrea Karinne Albuquerque Maia (examinadora)

    UFPB

    __________________________________________

    Prof. Me. Gustavo David Freire (examinador)

    UFPB

  • 4

    À Tâmisa Suellen, minha amada esposinha e

    companheira de aventuras, sempre presente

    todos os dias da nossa jornada.

  • 5

    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pelo dom da vida e o seu eterno amor e graça. Só tenho a agradecer, tanto pelos

    bons e maus momentos da minha jornada, pois bem sei que os maus momentos forjaram o meu

    caráter e a minha resiliência, com Ele sempre presente, confirmando o verdadeiro caminho que

    deveria seguir, e os bons momentos, para adoçar a minha vida, dando o gostinho das próximas

    vitórias que virão.

    À minha esposa, Tâmisa Suellen, que é a minha companheira em tudo, um presente de

    Deus na minha vida. Eu não seria a mesma pessoa sem ela, para cuidar de mim e ser um dos

    meus maiores incentivos para a conquista do nosso sucesso. Obrigado por tudo! Lembro como

    hoje, quando eu cursava outra habilitação de Comunicação Social, também na UFPB, e estava

    tentando, sem êxito, transferir para o curso de Relações Públicas, decidi fazer o vestibular

    novamente. E, no último dia da inscrição, resolvi desistir por não ter estudo absolutamente nada,

    há alguns anos. Mas ela me convenceu a prosseguir, e terminei sendo aprovado, e conseguindo

    ser dispensado de todas as disciplinas cursadas anteriormente.

    Aos meus pais, que contribuíram com a minha formação, dando condições de estudar

    em boas escolas ao longo de toda a minha vida escolar. Principalmente à minha mãe, que

    sempre incentivou o meu desenvolvimento intelectual.

    À minha tia Emília, por ter sido uma das pessoas que mais se alegrou com a conclusão

    do meu curso. É alguém que sempre posso contar e tem um carinho muito grande por mim,

    onde a recíproca é verdadeira.

    Ao meu primo Rafael, por ter me dado uma força na tradução do resumo desta pesquisa

    e ser o meu primo mais próximo desde criança.

    À minha orientadora Lívia Pachêco, por tudo: pela dedicação, competência e empenho.

    Esteve presente no início desse trabalho, ainda na época do pré-projeto, quando ela ainda era

    estagiária, me ensinando pontos importantes para a construção deste. E, fiquei muito feliz por

    ela voltar a estar presente na conclusão desse processo, agora como professora efetiva e

    orientadora, ressuscitando essa pesquisa que esteve parada pela metade por um bom tempo, e

    me ajudando com todo o esforço necessário.

    À Andrea Karinne, que muito me ajudou, tanto como professora como coordenadora.

    Sempre me incentivou bastante para “concluir esse ciclo”. Essas eram as palavras que ela

    sempre utilizava. Como professora, ministrou a disciplina de Comunicação Comparada, que

    me deu respaldos para a execução deste trabalho e como coordenadora, fez o máximo possível

    para me ajudar e esteve sempre disponível, dando todo suporte necessário.

  • 6

    À professora Priscila Gesteira, que sempre se mostrou bastante solícita. Obrigado por

    ter sido a responsável pela sugestão do WhatsApp como objeto de estudo da presente pesquisa,

    pois até então só tinha em mente a comunicação digital e a revolução mobile como tema de

    estudo.

    À professora Patrícia Morais, por ter sido a responsável por me ensinar o que é Relações

    Públicas, bem no início do curso. Me lembro dessa aula até hoje!

    E a todos aqueles que se alegram e torcem pelo meu sucesso e me querem bem!

  • 7

    “A mudança para um mundo que se tornou móvel

    não diz respeito apenas à tecnologia; é uma

    mudança comportamental”.

    (Chuck Martin)

  • 8

    RESUMO

    Essa pesquisa trata-se sobre a utilização do WhatsApp, como ferramenta de comunicação, nas

    organizações. Foi utilizado como objeto de estudo a observação e a técnica do cliente oculto

    para a realização de um comparativo do uso do WhatsApp entre duas empresas da área da saúde

    estética, a Fernanda Maia Studio de beleza e Estética, de João Pessoa/PB, e a Spazio Santé

    Medicina Estética, com atuação em Recife/PE e Maceió/AL. O referencial teórico utilizado

    relaciona os conceitos de Relações Públicas digitais com as mudanças ocorridas nas últimas

    décadas, desde o surgimento da internet e a evolução da comunicação digital até a revolução

    mobile vivenciada atualmente, e como todas essas mudanças impactam o comportamento dos

    indivíduos, a sociedade, as organizações e, consequentemente, as atividades de Relações

    Públicas O objetivo geral é “Analisar o potencial do WhatsApp como ferramenta de Relações

    Públicas na gestão do relacionamento das organizações com o seu público externo”. Os

    objetivos específicos incluem a discussão dos desafios e oportunidades da atividade de Relações

    Públicas na era móvel digital, bem como a descrição dos recursos do WhatsApp e como estes

    podem ser utilizados no contexto da atividade de Relações Públicas. A metodologia inclui

    análise de conteúdo, observação e coleta de dados por meio de dois clientes ocultos, tendo sido

    conduzidos por meio de um quadro de análise elaborado previamente. Os resultados indicam a

    necessidade de um melhor planejamento de comunicação mobile digital, capaz de potencializar

    os relacionamentos das organizações com o seu público externo. Por fim, foram elaboradas

    diretrizes para a parametrização do uso do WhatsApp nas organizações como proposta de

    melhoria do relacionamento das organizações com o seu público externo por meio de

    dispositivos móveis, criadas com base nas necessidades das empresas analisadas e embasadas

    no referencial teórico discutido no âmbito da comunicação móvel digital.

    Palavras-chave: Comunicação digital. Revolução mobile. WhatsApp. Relacionamentos.

    Relações Públicas Digitais.

  • 9

    ABSTRACT

    This research deals with the use of WhatsApp as a communication tool in organizations. It was

    used as study object the observation and hidden client technique for the attainment comparative

    of the WhatsApp use between two companies in the area of aesthetic health, Fernanda Maia

    Studio of beauty and esthetics, in João Pessoa/PB, and the Spazio Santé Aesthetic Medicine,

    with operations in Recife/PE and Maceió/AL. The theoretical reference used relates the

    concepts of digital public relations to the changes that have occurred in the last decades, from

    the emergence of the internet and the evolution of digital communication until the mobile

    revolution currently experienced, and how all these changes impact the behavior of individuals,

    society, organizations and, consequently, public relations activities. The overall goal is

    "Analyze the potential of WhatsApp as a public relations tool in managing organization

    relationships with their external audiences." Specific objectives include to discuss the

    challenges and opportunities of public relations activity in the digital mobile era, as well as

    describing WhatsApp features and how they can be used in the context of public relations

    activity. The methodology includes content analysis, observation and data collection through

    two hidden clients, and were conducted through a previously analysis framework. The results

    indicate the need for better planning of digital mobile communication, capable of enhance the

    organizations relationships with their external public. Finally, guidelines were developed for

    the parameterization of the WhatsApp use in organizations as a proposal to improve the

    organizations relationships with their external public through mobile devices, created on the

    needs of the companies analyzed and based on the theoretical framework discussed in the scope

    of digital mobile communication.

    Keywords: Digital Communication. Mobile Revolution. WhatsApp. Relationships. Digital

    Public Relations.

  • 10

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 – Dados sobre o WhatsApp ....................................................................................... 41 Figura 2 – WhatsApp em algumas plataformas ...................................................................... 43

    Figura 3 – WhatsApp WEB ..................................................................................................... 43 Figura 4 – Número de mensagens não lidas ............................................................................ 44 Figura 5 – Widget WhatsApp .................................................................................................. 45 Figura 6 – Emoticons .............................................................................................................. 47 Figura 7 – Mensagem fixada ................................................................................................... 48

    Figura 8 – Formatação de textos ............................................................................................. 49 Figura 9 – Pré-visualização de formatação de texto ................................................................ 49

    Figura 10 – Mensagem enviada ............................................................................................... 49

    Figura 11 – Mensagem enviada e recebida ............................................................................. 50 Figura 12 – Confirmação de leitura ......................................................................................... 50 Figura 13 – Configuração de confirmação de leitura .............................................................. 51 Figura 14 – Visto por último ................................................................................................... 51

    Figura 15 – Configurações de privacidade do ‘visto por último’ ............................................ 52 Figura 16 – Apagar mensagens ............................................................................................... 52

    Figura 17 – Apagar para todos ................................................................................................ 53 Figura 18 – Alerta de mensagem apagada ............................................................................... 53

    Figura 19 – Ícone de mensagem pendente .............................................................................. 54 Figura 20 – Compartilhamento de documentos, fotos, imagens, áudios, localização e contato

    .................................................................................................................................................. 55

    Figura 21 – Compartilhamento de contato .............................................................................. 56 Figura 22 – Contato compartilhado ......................................................................................... 56

    Figura 23 – Localização .......................................................................................................... 57 Figura 24 – Localização em tempo real .................................................................................. 58

    Figura 25 – Enviar mensagens por e-mail ............................................................................... 59 Figura 26 – Citação de mensagem .......................................................................................... 60 Figura 27 – Notificações personalizadas ................................................................................. 61

    Figura 28 – Chamadas ............................................................................................................. 63 Figura 29 – Citação nominal em grupos.................................................................................. 64 Figura 30 – Perfil ..................................................................................................................... 65

    Figura 31 – Relatório de uso de rede ....................................................................................... 67 Figura 32 – Link direto para número do WhatsApp................................................................ 68

    Figura 33 – WhatsApp para empresas ..................................................................................... 70 Figura 34 – Suporte do WhatsApp pelo aplicativo ................................................................. 72

    Figura 35 – Fotos dos perfis dos clientes ocultos .................................................................... 83 Figura 36 – Conversa no WhatsApp com baixa interatividade ............................................... 89 Figura 37 – Citação de mensagens no WhatsApp ................................................................... 90

    Figura 38 – Pesquisa de satisfação no WhatsApp ................................................................... 91 Figura 39 – Uso de emoticons no WhatsApp .......................................................................... 92

    Figura 40 – Perfis no WhatsApp ............................................................................................. 94 Figura 41 – Compartilhamento de localização (Spazio Santé - Maceió/AL) .......................... 96

  • 11

    LISTA DE GRÁFICOS

    Gráfico 1 – Ciclo do Horário do uso da internet ..................................................................... 25 Gráfico 2 – Razões pelas quais o brasileiro usa a internet ...................................................... 26 Gráfico 3 – Proporção de usuários de telefone celular que utilizaram internet no telefone

    celular, por classe (2008 – 2012) - percentual sobre o total de usuários de telefone celular ... 32 Gráfico 4 – Aplicativos de redes sociais que os internautas brasileiros possuem (junho/2017)

    .................................................................................................................................................. 38 Gráfico 5 – Uso do WhatsApp Status pela clínica Spazio Santé (Maceió/AL) ...................... 98

  • 12

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 – Características dos meios digitais ........................................................................ 28 Quadro 2 – Categorias de análise ............................................................................................ 84

    Quadro 3 – Dados da pesquisa ................................................................................................ 86 Quadro 4 – Diretrizes para a parametrização do uso do WhatsApp nas organizações ......... 100

  • 13

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    API Application Programming Interface

    APPS Aplicativos

    CETIC Centro Regional de Estudos para o desenvolvimento da Sociedade da

    Informação sob os auspícios da UNESCO

    CRM Customer Relationship Management

    GPS Global Positioning System

    HTML Hypertext Markup Language

    HTTP Hypertext Transfer Protocol

    MMS Multimedia Messaging Service

    SECOM Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

    SMS Short Message Service

    WWW World Wide Web

  • 14

    SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

    1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 17

    1.2 PROBLEMÁTICA ............................................................................................................. 18

    1.3 HIPÓTESES ....................................................................................................................... 18

    1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 19

    1.4.1 Objetivo geral .................................................................................................................. 19

    1.4.2 Objetivos específicos ....................................................................................................... 19

    2 COMUNICAÇÃO DIGITAL E A REVOLUÇÃO MOBILE .......................................... 20

    2.1 COMUNICAÇÃO DIGITAL ............................................................................................. 21

    2.1.1 O surgimento da internet ................................................................................................. 22

    2.1.2 Presença no ciberespaço .................................................................................................. 24

    2.1.3 O fenômeno das mídias sociais ....................................................................................... 26

    2.1.4 Características dos meios digitais .................................................................................... 27

    2.2 REVOLUÇÃO MOBILE .................................................................................................... 30

    2.2.1 A história: do telefone fixo ao móvel .............................................................................. 32

    2.2.2 Os impactos da revolução mobile .................................................................................... 35

    2.2.3 Tudo “em nuvem” ........................................................................................................... 36

    2.2.4 Características dos dispositivos móveis .......................................................................... 37

    2.2.5 A comunicação por meio dos dispositivos móveis .......................................................... 37

    2.2.6 Site mobile e os aplicativos (apps) .................................................................................. 39

    3 WHATSAPP ........................................................................................................................ 41

    3.1 PLATAFORMAS ............................................................................................................... 42

    3.2 FUNCIONALIDADES ...................................................................................................... 44

    3.3 PERMISSÕES NECESSÁRIAS PARA O USO DO APLICATIVO ................................ 70

    3.4 SUPORTE .......................................................................................................................... 72

    4 RELAÇÕES PÚBLICAS DIGITAIS ................................................................................ 74

    4.1 OS NOVOS DESAFIOS E OPORTUNIDADES DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO

    CONTEXTO DA ERA MÓVEL DIGITAL ............................................................................ 74

    4.1.1 Imagem e reputação ......................................................................................................... 75

    4.1.2 Relacionamento personalizado ........................................................................................ 75

    4.1.3 Pesquisa de satisfação ...................................................................................................... 76

    4.2 IDENTIFICAÇÃO DOS PERFIS DOS PÚBLICOS NO CENÁRIO DIGITAL .............. 77

    4.2.1 Perfis demográficos ......................................................................................................... 77

    4.2.2 Perfis psicográficos ......................................................................................................... 78

    4.3 OS NOVOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E AS RELAÇÕES PÚBLICAS .................. 78

  • 15

    5 METODOLOGIA ................................................................................................................ 80

    5.1 ESCOLHA METODOLÓGICA ........................................................................................ 80

    5.2 SELEÇÃO DAS EMPRESAS ........................................................................................... 81

    5.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ....................................................................... 82

    5.4 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 84

    5.5 CATEGORIAS DE ANÁLISE .......................................................................................... 84

    5.6 LIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................... 85

    6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................................ 86

    6.1 COLETA DE DADOS ....................................................................................................... 86

    6.2 CATEGORIA I: CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DIGITAIS ................................... 87

    6.3 CATEGORIA II: O USO DAS FUNCIONALIDADES DO WHATSAPP ...................... 93

    7 DIRETRIZES ...................................................................................................................... 99

    8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 102

    REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 104

    APÊNDICE A – ROTEIRO DE PESQUISA ..................................................................... 108

  • 16

    1 INTRODUÇÃO

    O surgimento da internet e da estrutura da economia digital impulsionaram profundas

    mudanças em todas as esferas, tanto nos hábitos de vida individuais como na sociedade, bem

    como todas as formas de interações sociais. As mudanças continuam ocorrendo, com

    velocidade cada vez maior, e as organizações, por sua vez, são totalmente impactadas por elas,

    desde seus processos e formas de se relacionarem com seus públicos até os próprios modelos e

    estruturas de negócios.

    Em mídias tradicionais, como a televisão, o rádio, o jornal e a revista, a comunicação é

    feita de forma unilateral e quase sempre estática, onde a empresa está no controle da emissão

    da informação, meios que não são, diretamente, interativos. Com o surgimento e

    desenvolvimento do computador e da internet, os públicos deixaram de ter possibilidades

    exclusivamente passivas, no processo de transmissão de informação, para inúmeros meios

    interativos de produzir e consumir conteúdo simultaneamente, conceito conhecido como

    prosumer (ou prossumidor, em português), que foi introduzido com Alvin Toffler (1980).

    Mesmo em meio a toda evolução da comunicação digital, as pessoas ainda ficavam

    presas a um espaço geográfico limitado, perfeitamente posicionadas, para receber e produzir

    informação. Com o surgimento e desenvolvimento da tecnologia dos dispositivos móveis,

    especialmente os smartphones e tablets, tudo mudou. Mudanças estas, que nunca foram vistas

    antes na história, promovendo uma verdadeira revolução, não só em aspectos tecnológicos,

    mas, sobretudo, comportamental.

    As pessoas estão em movimento. Não precisam ter um lugar e momento específico para

    se conectarem, pois assim estão conectadas a todo tempo – uma verdadeira hibridização da

    antiga distinção do on-line (conectado à internet) com o off-line (desconectado com a internet),

    também chamado de onff-line (Nepomuceno, 2011). A qualquer momento o smartphone pode

    disparar avisos de novas mensagens e atualizações e diversas vezes, durante o dia, é

    acompanhada novas informações, seja por e-mail ou por outros aplicativos, como o WhatsApp,

    que é o mais popular para troca de mensagens instantâneas. As informações da rede mundial de

    computadores estão na palma da mão das pessoas, seja em casa ou no trabalho; sentados, de pé

    ou deitados; parados ou andando... tudo isso quando lhes for mais conveniente, quem escolhe

    agora são os usuários. Chuck Martin (2013, p.19) classifica esses “novos indivíduos” como

    consumidores sem limites, onde os dispositivos móveis passaram de um artigo de luxo a item

    essencial no cotidiano de cada pessoa, independentemente da classe socioeconômica.

  • 17

    Diante dessa nova realidade, o presente estudo aborda os desafios e as oportunidades do

    Relações Públicas na gestão do relacionamento das organizações com o seu público externo

    sob as perspectivas da mobilidade, especialmente sobre o uso do WhatsApp e os seus recursos

    a serem explorados pelas organizações como estratégia de comunicação. Público este, que é

    mais bem informado, filtra melhor o seu conteúdo e está em movimento e no controle, pois se

    o usuário desejar, o conteúdo de uma dada organização poderá ter a sua exibição vetada em

    seus dispositivos, seja por meio da própria plataforma e plug-ins1 adicionais ou até mesmo a

    adesão de novas plataformas.

    Para se alcançar o objetivo dessa pesquisa, foi realizado um estudo de livros, dados,

    pesquisas e trabalhos científicos capazes de fornecer respaldo para a abordagem do assunto em

    questão, uma análise dos recursos do aplicativo WhatsApp e como o mesmo foi utilizado por

    duas clínicas de estética, por meio da técnica de cliente oculto.

    1.1 JUSTIFICATIVA

    A presente pesquisa contribui sob o aspecto social, profissional, acadêmico e pessoal no

    conhecimento da comunicação digital e da revolução mobile e os seus impactos no

    comportamento do indivíduo, na sociedade, nas organizações e, consequentemente, na

    atividade de Relações Públicas, em especial o uso do WhatsApp.

    No âmbito social, esse estudo descreve as mudanças ocorridas na sociedade como

    consequência de toda essa revolução digital mobile que vem ocorrendo ao longo das décadas,

    provocando profundas mudanças no mercado e impulsionando as organizações a se adaptarem

    à sua forma de se relacionar com os seus públicos. No aspecto profissional, entender esse novo

    cenário é fundamental para o melhor desempenho das mais variadas profissões, especialmente

    a de Relações Públicas, a fim de aproveitarem as oportunidades e se prepararem para os desafios

    desse novo cenário, bem como o conhecimento dos recursos e estratégias que podem ser

    utilizadas por meio de uma das mais importantes ferramentas de comunicação da atualidade,

    que é o aplicativo WhatsApp, que segundo dados da pesquisa online do CONECTAí Express2,

    1 Plug-ins (ou plugins) é o plural de plug-in (ou plugin). “Na informática define-se plugin todo programa,

    ferramenta ou extensão que se encaixa a outro programa principal para adicionar mais funções e recursos a ele.

    Geralmente são leves e não comprometem o funcionamento do software e são de fácil instalação e manuseio.”

    (Disponível em: . Acesso em: 04 dez. 2017). 2 Disponível em: . Acesso em: 02 nov. 2017.

  • 18

    ele é o aplicativo de comunicação mais popular dentre os usuários de smartphones do Brasil,

    onde a presença do mesmo foi constatada em 91% dos internautas.

    Essa pesquisa contribui para o contexto acadêmico, uma vez que existem poucos estudos

    científicos na área, pois as mudanças que estão ocorrendo são cada vez maiores e mais rápidas

    e a produção acadêmica necessita de tempo de reflexão e produção para tratar de tais assuntos.

    E sob o aspecto pessoal, pela satisfação de poder contribuir com um estudo inovador, deixando-

    o como legado para essa e para as próximas gerações.

    Assim, justifica-se a necessidade dessa pesquisa, devido à sua importância para a

    atividade de Relações Públicas, dando subsídios fundamentais para a adaptação dos

    profissionais de Relações Públicas às novas realidades das organizações e ao comportamento

    dos públicos diante da revolução tecnológica e preparando-se para as tendências – o

    desdobramento e desenvolvimento da internet e da tecnologia.

    1.2 PROBLEMÁTICA

    Com a era digital, especialmente após a revolução mobile, a interação com os públicos

    por meio das novas mídias é fundamental na gestão dos relacionamentos, uma vez que essas

    mídias estão fazendo parte do cotidiano das pessoas. Dentre as novas mídias, o WhatsApp se

    destaca como uma das principais ferramentas de comunicação da atualidade. O mundo fica cada

    vez mais dependente da mobilidade, uma tendência que tende a se tornar ainda maior. Nesse

    contexto, procura-se responder: qual é o potencial do WhatsApp como ferramenta de

    Relações Públicas na gestão do relacionamento das organizações com o seu público

    externo?

    1.3 HIPÓTESES

    a) O WhatsApp não vem sendo utilizado ao máximo de seu potencial pelas organizações

    como ferramenta de comunicação para o relacionamento com o seu público externo;

    b) Alguns dos recursos do aplicativo não são explorados, muito menos conhecidos pelas

    pessoas e pelas organizações;

    c) O profissional de Relações Públicas possui competência para potencializar a

    comunicação organizacional via dispositivos móveis como o WhatsApp.

  • 19

    1.4 OBJETIVOS

    Seguem o objetivo geral e os objetivos específicos da pesquisa:

    1.4.1 Objetivo geral

    Analisar o potencial do WhatsApp como ferramenta de Relações Públicas na gestão do

    relacionamento das organizações com o seu público externo.

    1.4.2 Objetivos específicos

    a) Discutir os desafios e as oportunidades da atividade de Relações Públicas na era móvel

    digital;

    b) Descrever os recursos do WhatsApp como ferramenta de comunicação;

    c) Identificar como a utilização de estratégias móveis por meio do WhatsApp, no contexto

    da atividade de Relações Públicas, podem constituir uma melhor comunicação nas

    organizações com o seu público externo;

    d) Investigar como o WhatsApp está sendo utilizado, na comunicação com seu público

    externo, no segmento de estética.

  • 20

    2 COMUNICAÇÃO DIGITAL E A REVOLUÇÃO MOBILE

    Existe uma dualidade ao tentar conceituar a comunicação digital (ou comunicação

    virtual), conforme aponta Waldyr Gutierrez Fortes (2003, p. 244), por um lado podemos

    considerá-la como comunicação de massa, mas, por outro, também pode ser comunicação

    dirigida.

    A comunicação digital pode ser considerada como comunicação de massa pelas suas

    características similares aos outros meios de comunicação massiva.

    É vista como comunicação massiva se for salientada a passividade do meio,

    que subsiste somente se o usuário ‘entrar’ no site da empresa, analogamente

    ao ato de ‘ligar’ o rádio, ou de ‘comprar’ o jornal. Tem múltiplas opções de

    acesso e disponibilidade contínua, periférico concebido para sua visualização,

    tem parentesco com a televisão [...]. Quanto aos índices de acesso, são

    similares: como nos demais veículos de comunicação de massa, os controles

    de audiência de home pages - as portas de entrada dos sites - são numéricos e,

    por isso, deixam a desejar nos aspectos qualitativos em relação aos usuários e

    na profundidade e consistência da pesquisa.

    (FORTES, 2003, p.245-246).

    Apesar da forte relação das características de comunicação de massa, a comunicação

    digital também possui diversas características dos meios de comunicação dirigida.

    Em decorrência, é vista como forma de comunicação dirigida, pois na

    comunicação virtual a informação é fornecida somente quando o ‘navegador’3

    a solicita, amolda, orienta, explora e fornece-lhe a sequência conforme a sua

    vontade. Semelhantemente à comunicação dirigida, é determinada,

    selecionada e controlada pelo usuário das informações que, de maneira

    aleatória ou sistemática, realiza a busca virtual de acordo com seus interesses.

    (FORTES, 2003, p.246).

    O usuário tem o poder de escolher o conteúdo a ser absorvido. Cabe as organizações se

    moldarem a essa realidade e procurar uma forma inteligente e criativa para alcançar os seus

    públicos. As características dos meios de comunicação de massa dos meios digitais devem ser

    exploradas para atingir o maior número de usuários, de acordo com os interesses da

    organização, mas, se houver limitação apenas ao alcance da emissão da mensagem, os

    resultados serão mínimos. As características de comunicação dirigida devem ser trabalhadas da

    forma mais eficiente possível, personalizando as mensagens ao máximo possível, pois, como

    3 Nesse caso, o autor utilizou a expressão ‘navegador’ para se referir à pessoa que navega na internet – o usuário.

    Porém, essa expressão é comumente utilizada para designar os softwares de computador que exibem as páginas

    na internet – os browsers.

  • 21

    agora são os usuários que tem o poder da escolha das informações que serão absorvidas, as

    organizações têm que trabalhar de modo cada vez mais dirigido aos seus públicos.

    Dentro do contexto da comunicação digital e a sua evolução ao longo da história, surge

    novos meios que causam uma outra grande revolução na maneira como o indivíduo se comunica

    e se comporta, que são os dispositivos mobile, ou dispositivos móveis, conforme descreve

    Chuck Martin: “o fato de o mundo ter se tornado móvel não é simplesmente uma mudança

    tecnológica, e sim de mudanças fundamentais no comportamento dos consumidores”

    (MARTIN, 2013, p.13).

    Nesse capítulo, primeiramente será abordado sobre a comunicação digital, desde o

    surgimento da internet, a presença no ciberespaço, o fenômeno das mídias sociais até as

    características dos meios digitais. E, por fim, será analisado o surgimento da revolução mobile

    - a história do surgimento do telefone móvel e seus impactos nos indivíduos, na sociedade e nas

    organizações e as características dos dispositivos móveis, bem como a comunicação por meio

    deles.

    2.1 COMUNICAÇÃO DIGITAL

    A internet é muito mais do que computadores (e outros dispositivos) interligados em

    rede, e muito mais do que uma mídia, a internet é um ambiente de relacionamento, como

    descreve Tânia M. V. Limeira (2007, p. 51): “A internet é um ambiente mediado por

    computador, no qual se realizam comunicações, relacionamentos e, principalmente, transações

    entre empresas e seus clientes”. E, esse ambiente digital e os relacionamentos estabelecido

    dentro dele, é a comunicação digital. A comunicação digital

    institui uma nova forma de comunicação afetando o conjunto das relações

    sociais, não apenas as estritamente comunicacionais, mas em todos os níveis,

    na comunicação de relações pessoais, interpessoais, no trabalho, nas

    instituições, na indústria. Não há hoje órgão produtivo que não esteja, direta

    ou indiretamente, relacionado a algum tipo de relação de comunicação digital.

    (TERRA, 2007, p. 25).

    A comunicação por meios digitais, ou, simplesmente, comunicação digital é um cenário

    próspero para o relacionamento entre pessoas, com muito mais informações a respeito delas e

    mais possibilidades de interações.

  • 22

    2.1.1 O surgimento da internet

    O termo internet, tecnicamente falando, é uma junção de palavras em inglês.

    O nome internet é derivado da junção de duas palavras em inglês:

    interconnected network, que significa rede interconectada e designa a rede

    mundial pública de computadores, interligados por cabos ou tecnologias sem

    fio (wireless). Por meio dessa rede, são transmitidas informações, como

    textos, sons e imagens, para qualquer computador que esteja conectado à rede.

    Devido às suas características, a internet tornou-se a primeira mídia em massa

    a qual permite interação entre pessoas, clientes e empresas a baixo custo e à

    velocidade da luz. (LIMEIRA, 2007, p. 13).

    A internet foi originada com objetivos militares de projetos desde a época da Guerra

    fria, que, segundo o breve resumo de Limeira (2007, p. 15), tinha o intuito de conectar diferentes

    computadores a distância com a possibilidade das informações fluírem independente da

    disponibilidade de qualquer ponto de acesso. Assim, viabilizaria a comunicação mesmo em

    caso de destruição dos convencionais meios de telecomunicações. O projeto que antecede a

    internet foi iniciado em 1969, com o nome de Arpanet.

    A primeira geração da internet, intitulada como WEB 1.0, foi basicamente o surgimento

    e expansão da Word Wide Web como conhecemos hoje: em 1989 nos Estados Unidos, com

    interface gráfica e via protocolo HTTP, que viabiliza a transferência de dados de páginas WEB

    para os browsers (navegadores), diferentemente da Arpanet que era muito complicada a

    “navegação”, por meio de códigos.

    Até 1990, todo o tráfego de informações na internet era acadêmico, mas, a

    partir daquele ano, surgiram os primeiros provedores de acesso comercial, os

    quais foram crescendo em número de equipamentos e conexões. Atualmente,

    a maior parte das informações que trafega pela rede é de caráter comercial.

    (LIMEIRA, 2007, p.17).

    O lançamento do primeiro software denominado como navegador, ou browser, surgiu

    em 1993, “[...] que recebeu o nome de Mosaic, desenvolvida por Marc Andreessen, aluno da

    University of Illinois, sendo distribuída gratuitamente (freeware) pela internet.” (LIMEIRA,

    2007, p. 17).

    Só no final de 1994 a internet veio para o Brasil, mas só foi regulamentada pela

    ANATEL em 1995 e iniciada, de fato, comercialmente em 1996. Inicialmente, haviam muitas

    barreiras para o acesso, a começar com os custos. Nessa época, a menor parte da população

    brasileira tinha computador em suas residências. E até essa fração da população enfrentava

  • 23

    dificuldades para se conectar. Só havia conexão via Dial Modem, a famosa internet discada,

    que exige o uso de uma linha telefônica, deixando a mesma ocupada para receber e efetuar

    ligações durante a navegação na web. A internet era muito lenta (atingia no máximo 56,6 KBPS

    de velocidade, equivalente há menos de 360 vezes uma conexão de 20 MBPS, que é bem

    popularizada nos dias de hoje). Tinha também o problema de constantes quedas de conexão.

    Esse tipo de conexão, embora não seja comum atualmente, ainda é utilizado.

    Outro problema que interferia muito na experiência dos usuários nessa fase foi a grande

    guerra travada entre os principais navegadores (browsers), que marcaram essa era. De um lado

    a Microsoft, com o Internet Explorer (que está em processo de substituição pelo novo navegador

    da empresa, o recém lançado em versão beta, o Spartan), e do outro a Netscape, com o extinto

    browser Netscape Navigator. É considerado extinto por não ter mais suporte e atualizações por

    parte da empresa responsável, aumentando consideravelmente a vulnerabilidade, mas nada

    impede de um usuário utilizá-lo. Durante esse mesmo período, surgiram outros projetos como

    o Mozilla e o Opera. O grande problema era a falta de padronização na interpretação dos

    códigos para exibir as páginas da internet. Assim, parte dos usuários acessavam os websites

    normalmente, enquanto outros acessavam o mesmo website totalmente desconfigurado, por

    meio de outro browser.

    Nessa fase inicial da Internet, o trabalho do Relações Públicas não havia praticamente

    nenhuma ligação com a internet, pois os websites eram basicamente uma versão do cartão de

    visita ou folders digitais das organizações na rede, com conteúdo estático e sem interatividade

    com os usuários que acessavam as páginas online – não havia gestão de relacionamento com os

    públicos.

    A segunda geração da internet (WEB 2.0) é definida por Alex Primo (2007) como “a

    segunda geração de serviços online e caracteriza-se por potencializar as formas de publicação,

    compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação

    entre os participantes do processo”. E complementa afirmando que,

    A WEB 2.0 refere-se não apenas a uma combinação de técnicas informáticas

    (serviços WEB, linguagem Ajax, Web syndication, etc.), mas a um

    determinado período tecnológico, a um conjunto de novas estratégias

    mercadológicas e a processos de comunicação mediados pelo computador.

    (PRIMO, 2007)

    A WEB 2.0 foi marcada pela explosão de conteúdo online, por meio da popularização

    da blogosfera centrada em mecanismos de busca e por sites alimentados através de colaboração

    dos internautas (conceito conhecido como crowdsourcing), destacando-se fóruns, sites de

  • 24

    compartilhamento de vídeos (como o YouTube), enciclopédias colaborativas (como Wikipédia)

    e as plataformas de mídias sociais.

    Dentre os fatores que influenciaram a popularização da internet no mundo destaca-se a

    redução dos preços dos computadores, a facilidade na compra dos mesmos, o surgimento dos

    smartphones com acesso à internet e a redução dos custos da conexão, inclusive o surgimento

    da internet banda larga. No Brasil, de acordo com o IBGE, em 2005 mais de 52% da população

    com acesso à internet ainda utilizavam a conexão discada.

    Há muita discussão se atualmente a internet se encontra na segunda ou terceira geração,

    pois a aplicabilidade do conceito da WEB 3.0 com a realidade atual é bem conflituosa, como

    em tudo na história é sempre difícil precisar uma era estando presente na transição da mesma.

    Podemos definir a terceira geração como a proposta da organização do uso mais inteligente de

    toda a base de conhecimento existente. Conteúdo organizado semanticamente, muito mais

    personalizado de acordo com o momento atual de cada internauta. A WEB 3.0 é também

    conhecida como Web Semântica ou Web Inteligente.

    A partir dessa proposta, é dada uma relevância muito grande a interatividade digital (não

    só como um meio de via dupla, mas como de vias organizadas em teias sociais) e à adaptação

    ao universo mobile, surge os conceitos de busca social (filtro de conteúdo baseado em círculos

    de amizades em mídias sociais), busca semântica na aplicação mais eficiente do remarketing

    digital, dentre outros, tudo a fim de proporcionar uma melhor experiência para os usuários.

    2.1.2 Presença no ciberespaço

    O conceito de ciberespaço, ou ciberterritório, diz respeito:

    […] à constituição de um determinado ambiente no espaço cibernético,

    proporcionado por uma rede física de dispositivos digitais, em que as relações

    humanas se estabelecem. Um ambiente virtual, intangível, onde as pessoas e

    instituições produzem cultura própria, disseminam informação e

    compartilham conhecimentos, a partir de uma grande rede social que se forma,

    conforme observa Castells (1999), em escala global, mas com possibilidades

    de participação e inserção em todas as escalas (CHAMUSCA;

    CARVALHAL, 2009, p. 128-129).

    O ciberespaço ampliou o poder de comunicação de uma forma impressionante,

    potencializando a disseminação da informação e conhecimento.

    Segundo Park (1987), as relações sociais estão conectadas às relações

    espaciais. As distâncias físicas constituem índices de distâncias sociais. Neste

  • 25

    sentido, à medida que a cibernética possibilita a interconexão de pessoas que

    estão em diferentes locais do mundo, as relações sociais não mais deixarão de

    se estabelecer por limitações geográficas e até mesmo por diferenças sociais,

    visto que a relação do homem com o espaço vem gradativamente mudando e

    transformando a sociedade contemporânea. (CHAMUSCA; CARVALHAL,

    2010, p. 140)

    Mesmo em um contexto virtual, as relações sociais não deixam de existir, as mensagens

    circulam na internet sem nem um limite geográfico.

    Gráfico 1 – Ciclo do Horário do uso da internet

    Fonte: Pesquisa Brasileira de Mídia PBM (2015)

    O acesso ao ciberespaço varia de acordo com o horário, conforme mostra no Gráfico 1

    da Pesquisa Brasileira de Mídia PBM (2015), onde o maior pico se dar entre às 20 horas e 20

    horas e 59 minutos. Entender os horários de maior concentração de usuários pode ser útil para

    a composição das estratégias de comunicação das organizações. Embora o Gráfico 1 seja uma

    média geral, já oferece fortes indícios de como os internautas estão mais ativos ao longo do dia.

    Mas, se houver um estudo para o público específico que se deseja alcançar, melhores serão os

    resultados.

  • 26

    Gráfico 2 – Razões pelas quais o brasileiro usa a internet

    Fonte: Pesquisa Brasileira de Mídia PBM (2015)

    Existem diferentes motivações para o acesso à internet, como entretenimento e notícias,

    que são os principais, mas também para o passatempo, estudo, preenchimento de carência

    emocional, dentre outras, conforme é mostrado no Gráfico 2, que é mais um avanço no estudo

    do comportamento dos usuários no ciberespaço.

    2.1.3 O fenômeno das mídias sociais

    Em meados de 2005, começou a “febre” pelas mídias sociais - o Orkut foi a primeira a

    ganhar a preferência dos brasileiros, mas foi descontinuada e atualmente substituída pelo

    Google Plus. O Twitter também teve uma fase de grande aumento de usuários, chegando a

    assumir a preferência de boa parte dos usuários brasileiros, mas, atualmente, o Facebook e o

    Instagram assumiram esse posto.

    As redes sociais constituem um espaço, no qual a interação entre as pessoas

    permite a construção coletiva, a mútua colaboração, a transformação e o

    compartilhamento de ideias em torno de interesses mútuos dos atores sociais

    que as compõem. A Internet potencializa o poder dessas redes, devido à

    velocidade e à capilaridade com as quais a divulgação e a absorção de ideias

    acontecem.

    [...]

    As redes sociais propiciam o compartilhamento de ideias e de valores entre

    pessoas e organizações que possuam interesses e objetivos em comum; criadas

    na Internet, são hoje importantes instrumentos de participação e de mediação

    no diálogo social entre os cidadãos, entre cidadãos e empresas, entre cidadãos

    e governo e entre empresas e governo, cobrindo os mais diferentes aspectos

    da vida social. (CETIC, 2010, p. 52)

  • 27

    As mídias sociais, desde então, assumem um importante papel na internet, dando o poder

    ao usuário expressarem a sua opinião. Atualmente, o Facebook detém o monopólio de

    popularidade no Brasil4 e no mundo5 ao se tratar de mídia social.

    2.1.4 Características dos meios digitais

    Existem várias características que distingue os meios digitais de outras mídias.

    A web nos apresenta peculiaridades em ternos de processo e fluxo

    comunicacional. São elas:

    • Publicação de um para muitos, permitindo a disseminação da informação;

    • Diálogo de um para um ou de muitos para muitos, com características de bidirecionalidade (mão dupla) e interatividade;

    • Conectividade, permitindo a transferência de informações entre computadores;

    • Heterogeneidade, uma vez que utiliza diferentes sistemas operacionais e computadores que podem ser interconectados;

    • Navegação (por meio de hipertexto), caracterizando a comunicação não-linear;

    • Instantaneidade e velocidade;

    • Comunicação em rede;

    • Presença e disponibilidade das informações 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano;

    • Alcance mundial;

    • Busca e consulta rápida e facilitada;

    • Personalização;

    • Característica de mídia de massa e dirigida ao mesmo tempo a depender do endereço eletrônico (site) que acessar;

    • Possibilidade de ler, ouvir e assistir ao conteúdo; não há mais um formato único definido.

    (TERRA, 2007, p. 28-29)

    Com base nesses pontos citados pela Carolina Terra, segue a descrição das principais

    características dos meios digitais:

    4 Disponível em: . Acesso em: 26

    nov. 2017. 5 Disponível em: . Acesso em: 26

    nov. 2017.

  • 28

    Quadro 1 – Características dos meios digitais

    CARACTERÍSTICAS DOS MEIOS DIGITAIS

    Conectividade

    A conectividade é uma característica primária dos meios de

    comunicação digital, é o que permite a transferência de informações

    entre computadores e outros dispositivos, conectando assim, as pessoas.

    Hipertextualidade

    Hipertextualidade é a navegação de conteúdo por meio de hiperLinks

    (ou, simplesmente, links) e âncoras, onde links são endereços externos

    na rede e âncoras, internos. Mas, comumente as âncoras também são

    chamadas de links. “Hipertexto é uma série de blocos de textos, conectados entre si, que

    possibilitam ao leitor diversos caminhos de leitura. Esses blocos de texto

    podem ser constituídos por pedaços de texto parciais que contextualizam

    determinado fato ou fragmento do fato, registrando seu início ou sua análise

    no tempo.” (TERRA, 2007, p.30)

    As informações dispostas por meio de links oferecem mais dinamismo

    e interatividade dos meios digitais, pois não é necessário que todas as

    informações estejam dispostas no mesmo lugar, mas apenas as que

    interessa o usuário.

    Velocidade e

    instantaneidade

    O que antes era uma realidade totalmente inimaginável, hoje é

    vivenciada uma era onde a transmissão da informação se dá de forma

    muito rápida, na maioria das vezes instantânea – em tempo real. É muito

    comum se ver na televisão, no rádio, no jornal e na revista, informações

    ditas ou insinuadas como inéditas, mas que já tenha sido divulgada na

    rede mundial de computadores. As mídias tradicionais não conseguem

    acompanhar a velocidade das novas mídias.

    Interatividade –

    comunicação em

    rede

    A interatividade é uma das características mais atraentes dos meios

    digitais, onde o consumidor deixa de ser exclusivamente um agente

    passivo, como em outros meios, e tem o poder de interagir, tanto de um

    para um como de muitos para muitos, conforme pontua Carolina Terra:

    “Na comunicação ciberespacial, o retorno do receptor é maior e ganha

    uma nova denominação: interatividade. A comunicação digital se

    apresenta como comunicação de massa ao atingir um grande público e

    como comunicação interpessoal ao se apresentar como uma via de duas

    mãos.” (TERRA, 2007, p. 30-31).

    A dualidade da comunicação digital, possuindo simultaneamente

    características de comunicação de massa e comunicação dirigida, ou

    interpessoal, maximiza o potencial da comunicação.

    Não linearidade

    A não-linearidade é uma característica marcante nos meios digitais, conforme

    bem pontua Terra: “A não-linearidade do texto na rede “pede” que a

    informação esteja organizada no formato de uma pirâmide invertida, isto é, a

    informação principal e mais importante estaria no início do texto e da página.

    Além disso, a notícia na rede se caracteriza pela fragmentação, ou seja,

    informações fracionadas, curtas e com hiperLinks. Os Links respondem por

    porções de hipertextos que aprofundam a notícia-matriz, enriquecendo-a com

    detalhes, assuntos correlatos e de interesse para o público-alvo.” (TERRA,

    2007, p.31).

    Diferentemente dos livros, como exemplo, que não tem o recurso da

    hipertextualidade como os meios digitais, a disposição das informações

  • 29

    não segue, necessariamente, uma linearidade, com começo, meio e fim

    bem delimitados.

    Colaboratividade

    Uma das principais características dos meios digitais, a partir da WEB

    2.0 é a colaboratividade. A partir de então todos tiveram a oportunidade

    de serem, não apenas consumidores passivos, mas produtores de

    informação e conteúdo, o que Tofler (1980) denominou de prossumidor.

    O poder da comunicação sempre esteve com os grandes canais de

    comunicação, mas com a era digital, pessoas comuns começaram a

    conquistar o poder de se comunicar e ser ouvido por muitas pessoas,

    devido ao alcance mundial da internet, muitas vezes maior do que a

    mídia tradicional.

    Personalização

    Com os meios digitais, a comunicação atingiu uma profundidade de

    personalização nunca imaginado antes na história. “Cada vez mais, caminhos para uma mídia que atenda às necessidades do

    indivíduo. Na verdade, o usuário será o responsável por aquilo que deseja

    consumir na rede. Segundo Radfahre (2006), essa mídia denomina-se U-media

    (You-Media). São inerentes à U-Media: comunidades, customização,

    adaptação (contribuição e participação dos usuários), descentralização,

    satisfação.” (TERRA, 2007, p.30).

    Nos meios digitais, o usuário assume um papel de agente ativo, onde ele

    escolhe as informações que serão consumidas e podem interagir. O

    conjunto de dados dessas escolhas realizadas pelos usuários podem ser

    rastreadas para o envio de conteúdo ainda mais personalizados de acordo

    com o perfil e o estado atual em que o mesmo se encontra.

    Multifacetamento Não há um único formato disponível na comunicação digital. As mídias

    digitais permitem a leitura de textos, reprodução de áudio e vídeo,

    realidade aumentada6, dentre outros.

    Disponibilidade

    As duas faces da disponibilidade dos meios de comunicação digital são:

    por um lado, tem-se conteúdo disponível a cada instante do dia, mês ou

    ano, mas, por outro, esse mesmo conteúdo pode ser editado/removido a

    qualquer instante, seja por ação ou consentimento do autor ou por

    acontecimentos externos, como ataque de crackers, falha ou fim de

    atividade do servidor a qual o arquivo esteja hospedado ou instabilidade

    elétrica ou de conexão casual que corrompa os arquivos. Esse risco é

    inerente, porém praticamente todos os servidores tem serviços de

    backups automáticos, fora os cuidados que cada usuário deve ter com

    seus arquivos importantes, fazendo backups manuais em diferentes

    meios (arquivando em seus próprios dispositivos, caixa de e-mails ou

    em nuvem7).

    Acessibilidade Acessibilidade é a possibilidade que os meios digitais permitem de que

    as mais variadas pessoas tenham acesso às informações, independente

    de deficiências físicas e limitações técnicas. A acessibilidade é

    6 “Realidade Aumentada é uma tecnologia que permite que o mundo virtual seja misturado ao real, possibilitando

    maior interação e abrindo uma nova dimensão na maneira como nós executamos tarefas, ou mesmo as que nós

    incumbimos às máquinas.” (TECMUNDO. 2009). 7 Em nuvem ou computação em nuvem (em inglês, cloud computing) é um termo empregado quando “refere-se à

    utilização da memória e capacidade de armazenamento e cálculo de computadores e servidores compartilhados e

    interligados por meio da internet... o armazenamento de dados é feito em serviços que poderão ser acessados de

    qualquer lugar do mundo, a qualquer hora, não havendo a necessidade de instalação de programas ou de armazenar

    dados” (Disponível em: . Acesso em:

    15 jan. 2017).

  • 30

    proporcionada principalmente pelos desenvolvedores dos websites,

    mas, atualmente existem diversos softwares, externos ao website, que

    contribuem de forma muito assertiva na acessibilidade, viabilizando, por

    exemplo, que deficientes visuais naveguem na internet por meio da

    conversão de conteúdo em forma de textos, vídeos e, muitas vezes,

    imagens em áudio, contando com websites bem construídos. Outro

    exemplo de acessibilidade é o design responsivo, o qual permite o fácil

    acesso aos websites com diferentes tipos de dispositivos, adaptando-se

    a cada um de acordo com a resolução da tela. Com essa adaptação,

    conteúdos que poderiam ficar escondidos em menores resoluções (como

    tablets e smartphones) são remanejados afim de que todos tenham

    acesso às informações, desde pequenos smartphones antigos a

    televisores de altíssima resolução.

    Usabilidade

    Fortes define a usabilidade como “a facilidade natural na interação do

    usuário com o meio, proporcionada deliberadamente por quem constrói

    o site.” (FORTES, 2003, p.247). Diferentemente da acessibilidade, a

    usabilidade busca não só o acesso às informações, mas a apresentação

    das informações de forma mais fácil e intuitiva possível, inclui

    conhecimentos de teoria das cores, gestault8, branding9, diagramação e

    muitos outros.

    Alcance Diferente dos antigos meios de comunicação (como a carta e o pombo

    correio) e dos meios de comunicação tradicionais (como a televisão, o

    rádio, o jornal e a revista), o alcance das mídias digitais é mundial.

    Fonte: Autor da pesquisa, 2017.

    Conhecer as características dos meios digitais é fundamental para entender as suas

    peculiaridades e diferenças dos outros meios de comunicação para aproveitar o máximo que

    esses meios podem oferecer para se alcançar os seus objetivos.

    2.2 REVOLUÇÃO MOBILE

    Moura descreve o seu ponto de vista acerca da evolução da comunicação digital diante

    dos impactos da revolução mobile: “A internet não precisa de mais usuários conectados a

    computadores para continuar crescendo. A rede ganhou um grande aliado (...): o telefone

    celular”. (MOURA, 2002, p.25). O telefone celular revolucionou toda a comunicação digital,

    pois mesmo em meio a todo avanço com o desenvolvimento da comunicação digital, as pessoas

    8 “Gestalt, Gestaltismo ou Psicologia da Forma é uma doutrina da psicologia baseada na ideia da compreensão da

    totalidade para que haja a percepção das partes. Gestalt é uma palavra de origem germânica, com uma tradução

    aproximada de ‘forma’ ou ‘figura’. A teoria da Gestalt, também conhecida como Psicologia da Gestalt ou

    Psicologia da Boa Forma, faz parte dos estudos da percepção humana...” (Disponível em:

    . Acesso em: 13 nov. 2017). 9 Branding (‘brand’, que significa marca) “consiste no conjunto de atividades que se destinam exclusivamente a

    gestão de uma marca, atuando desde a sua concepção e continuamente ao longo do seu desenvolvimento.”

    (Disponível em: < https://www.significados.com.br/branding/>. Acesso em: 13 nov. 2017).

  • 31

    ainda ficavam presas a um espaço geográfico limitado, perfeitamente posicionada, para receber

    e produzir informação. Com o surgimento e desenvolvimento da tecnologia dos dispositivos

    móveis, especialmente os smartphones, muita coisa mudou. Mudanças estas, que nunca foram

    vistas antes na história, promovendo uma verdadeira revolução, não só em aspectos

    tecnológicos, mas, sobretudo, comportamental. Isso é a revolução mobile – a revolução dos

    dispositivos móveis. Carlos Nepomuceno (2011) descreve esse estado como um verdadeiro

    “mundo onffline”, que seria a fusão do momento de estar on-line (conectado à internet) e do

    off-line (quando não se encontra acessando a internet), pois, hoje, essa distinção não faz mais

    sentido como há uns anos atrás.

    As pessoas estão em movimento. Não precisam ter um lugar e momento específico para

    se conectarem, estão conectadas a todo tempo. A qualquer momento o smartphone pode

    disparar avisos de novas mensagens e atualizações e diversas vezes durante o dia é

    acompanhada novas informações, seja por e-mail ou por outros aplicativos. As informações da

    rede mundial de computadores estão na palma da mão das pessoas, seja em casa ou no trabalho;

    sentado, em pé ou deitado; parado ou andando - tudo isso quando lhe for mais conveniente,

    quem escolhe agora são os usuários. Chuck Martin (2013, p.19) classifica esses “novos

    indivíduos” como consumidor sem limites.

    Os dispositivos móveis, ou dispositivos mobile, não se restringe aos smartphones e

    tablets. O conceito de dispositivos móveis abrange todos os gadgets10, ou seja, todos os

    dispositivos eletrônicos portáteis como celular, smartphone, tablet, phablet11, PDA (ou

    palmtop), leitor MP3 e, mais recentemente, relógio, óculos e outros objetos com acesso à

    internet.

    10 Gadget é um termo de origem francesa gachette, que significa peças variadas. Refere-se a um equipamento que

    tem uma função específica, prática e útil no dia-a-dia. São normalmente chamados de gadgets os dispositivos

    eletrônicos portáteis. WIKIPÉDIA. Disponível em: . Acesso em: 13 Jan.

    2015. 11 Phablet é um dispositivo móvel que possui uma tela, sensível ao toque, que varia entre 5 e 7 polegadas, ou seja,

    uma tela com o tamanho intermediário, entre um smartphone e um tablet, mesclando as funcionalidades de ambos.

  • 32

    Gráfico 3 – Proporção de usuários de telefone celular que utilizaram internet no telefone celular, por classe (2008 – 2012) -

    percentual sobre o total de usuários de telefone celular

    Fonte: CETIC (2012, p. 180)

    A grande tendência mundial, para todas as áreas, é a caminhada para um universo cada

    vez mais digital e conectado, sobretudo por meios de dispositivos mobile, devido à praticidade

    de se estar sempre à mão. O Gráfico 1 demonstra essa tendência por meio do crescimento do

    acesso mobile a internet ao longo dos anos 2008 e 2012, independente da classe social. Embora

    o crescimento do uso da internet em dispositivos móveis seja maior de acordo com a classe

    social, da classe A até a E respectivamente, esse crescimento é visivelmente constante em todas

    as classes sociais.

    Em 2015, segundo o IBGE12, o celular se consolidou como o principal dispositivo para

    o acesso à internet no Brasil, superando o acesso por meio de computadores, que liderava o

    rank até então.

    2.2.1 A história: do telefone fixo ao móvel

    Segundo Giovanna Azevedo Pampanelli (s.d.)13, em meados de 1870, nos Estados

    Unidos, o uso do telégrafo já era bastante comum como equipamento de comunicação, porém,

    seu uso ainda era limitado, sendo utilizado em baixa escala. Em março de 1876, ainda segundo

    12 Disponível em: . Acesso em: 05 jul. 2017. 13 Dados do artigo “A Evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o Flash Mob”, de Giovanna

    Azevedo Pampanelli, jornalista. Disponível em:

    . Acesso em: 02 nov. 2017.

  • 33

    Pampanelli (s.d.), foi atribuído historicamente a Alexander Grahan Bell a conclusão do primeiro

    aparelho telefônico, o maior invento tecnológico de comunicação do século XIX. Grahan Bell

    via o aparelho como uma extensão do ser humano. Essa concepção se torna cada vez mais

    latente com a evolução do mesmo nos dias atuais.

    Pampanelli (s.d.) descreve que, ao decorrer do tempo, muitos avanços se deram a fim

    de aperfeiçoar a invenção, como a ideia do “Sistema Nacional de Telefone” por Theodore Vail,

    que promoveu a padronização de equipamentos e práticas que viabilizaram a expansão do

    sistema telefônico, incluindo a utilização doméstica, a princípio muito onerosa. Em 1878, o

    primeiro telefone mecanizado por meio de um quadro de distribuição permitiu realizar a visão

    de Vail, onde todo aparelho poderia ser conectado a qualquer outro – o princípio de network.

    A utilização do telefone foi ganhando cada vez mais escala, chegando à sua saturação,

    segundo relata Giovanna Pampanelli (s.d.). Grandes amontoados de fios tornavam inviáveis as

    transmissões, somado as inúmeras interferências e os múltiplos sinais. Só na metade do século

    XX o problema foi solucionado, com a amplificação eletrônica e o código de modulação pulse,

    trazendo também o código binário. Posteriormente, essa mesma tecnologia binária começou a

    ser implantada em computadores.

    No artigo “A evolução do telefone e uma nova forma de sociabilidade: o flash mob”,

    Giovanna Pampanelli (s.d.) afirma que o primeiro telefone digital surgiu em 1956, e que

    carregava até vinte e quatro sinais de voz ou 1.5 megabits de informação num par de fios padrão.

    Ainda no artigo de Pampanelli, em 1982 surge o primeiro telefone móvel com sinal analógico

    - o modelo DynaTAC 8000X, desenvolvido pela Motorola. Os primeiros celulares tinham um

    peso que variava entre 3 e 10 quilogramas, com um consumo de bateria muito alto, cerca de

    uma hora de conversação, com capacidade para salvar até 30 números de telefone e a qualidade

    de voz era bem baixa. Só em 1992 que os celulares tiveram a sua rede de sinal substituída pelo

    digital. E em 1997, nasce a tecnologia GSM (Global System for Mobile Communication),

    utilizada até os dias de hoje.

    Além das chamadas telefônicas, outra tecnologia que foi muito relevante na história dos

    dispositivos móveis, é o Short Message Service ou SMS, como é comumente conhecido no

    mundo - em português significa “serviço de mensagem curta”. É um método de comunicação

    simples o qual permite o tráfego de mensagens de texto curtas, até 160 caracteres, entre

    dispositivos eletrônicos, mais popular entre os telefones móveis, mesmo quando os mesmos se

    encontram desligados ou fora da área de cobertura.

    Em 23 de julho de 1992, o primeiro SMS da história foi enviado em 23 de julho de 1992,

    por Neil Papworth, a partir de um computador, desejando um feliz natal antecipado (Merry

  • 34

    Christmas) para o Richards Jarvis, diretor da companhia Vodafone. E o primeiro SMS enviado

    comercialmente, em 03 de dezembro do mesmo ano, foi por Riku Pihkonen, estagiário da

    Nokia.

    Pedro Fonseca (2007)14 destaca que, inicialmente, o SMS servia apenas para alertas de

    problemas de rede ou avisos de novos serviços, mas o serviço só se popularizou comercialmente

    “a partir de 1999, quando as operadoras telefônicas permitiram a circulação de SMS entre redes

    diferentes”. As operadoras não imaginavam que as pessoas prefeririam digitar mensagens de

    texto em um teclado extremamente limitado ao invés de se comunicar por meio da fala, mas as

    mensagens curtas e frequentemente condensadas fizeram o maior sucesso. Essa popularização

    se deu com mais intensidade no meio dos jovens, um dos fatores foi a economia.

    Como um avanço do SMS, surgiu o MMS. Não tão popular quanto o SMS, o MMS

    (acrônimo do termo em inglês multimedia messaging service, que significa, em português,

    serviço de mensagens multimídia) é um método de comunicação que permite o tráfego de

    mensagens multimídias entre aparelhos eletrônicos, como imagens, sons e gráficos. Além das

    vantagens audiovisuais, os MMS permitem a quebra do limite de 160 caracteres padrão do SMS

    para o envio de textos.

    Atualmente, com o avanço e popularização da internet e dos dispositivos móveis, tanto

    o SMS como o MMS não são tão utilizados como foi antigamente. O Aplicativo Whatsapp

    assumiu a liderança do meio de comunicação móvel para a troca de mensagens instantâneas,

    segundo a CONECTAí Express15, causando problemas com as operadoras de telefonia,

    chegando a ser bloqueado em todo território nacional pela justiça brasileira16, pois além de

    possibilitar a mensagem de troca de textos sem limites de caracteres, é possível enviar imagens,

    vídeos, áudios, contatos da agenda telefônica, arquivos (como PDF, planilhas e outros),

    geolocalização e até ligações via VoIP17 e chamadas de vídeo - tudo isso gratuitamente.

    14 Dados do artigo “SMS: a história de uma ideia que mudou a comunicação moderna”, de Pedro Fonseca. 2007.

    Disponível em: . Acesso em: 05 abr. 2015. 15 Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2017. 16 Disponível em: < http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2016/07/whatsapp-deve-ser-bloqueado-decide-justica-

    do-rio.html>. Acesso em 04 jun. 2017. 17 “VoIP, ou Voz sobre Protocolo de Internet, é uma tecnologia que permite a transmissão de voz por IP (Protocolos

    de Internet), ou seja, transforma sinais de áudio analógicos, como em uma chamada, em dados digitais que podem

    ser transferidos através da Internet.”. Disponível em:

    . Acesso em: 12 nov. 2017.

  • 35

    2.2.2 Os impactos da revolução mobile

    Logo no início do surgimento dos aparelhos móveis, o celular era item exclusivo dos

    que possuíam melhores condições financeiras, como objeto de status. Atualmente, os

    dispositivos móveis passaram de um artigo de luxo a item essencial no cotidiano de cada pessoa,

    independentemente da classe socioeconômica, trazendo profundos impactos nos indivíduos, na

    sociedade e nas organizações.

    a) Impactos nos indivíduos

    As pessoas estão cada vez mais dependentes dos seus dispositivos, desde o uso de

    aplicativos de trocas de mensagens constantes e diárias, ao uso das diversas mídias sociais a

    agendas pessoais. Os meios digitais, por fornecer uma alta velocidade no tráfego de

    informações e, muitas vezes, de forma instantânea, provocou uma mudança no comportamento

    dos indivíduos, aumentando as suas expectativas por uma maior velocidade na aquisição de

    suas respostas. Esse senso de urgência é ainda maior quando se utiliza uma ferramenta de

    comunicação de mensagem instantânea, como é o caso do aplicativo mensageiro WhatsApp.

    b) Impactos na sociedade

    A revolução mobile impactou não somente os indivíduos, mas também toda a sociedade.

    Um dos pontos negativos da mobilidade digital para sociedade é a diminuição dos vínculos

    afetivos “reais”. É bastante comum nos dias de hoje, encontrar pessoas reunidas em grupo,

    porém totalmente desvinculadas do contexto físico em que se encontram, pois cada uma está

    em sua própria realidade digital, dialogando e compartilhando informações pelos dispositivos

    móveis, por vezes, até com pessoas que estão ao seu lado. Mas, ao mesmo tempo, que as mídias

    digitais mobile podem afastar vínculos afetivos, elas podem ser utilizadas para o efeito

    totalmente contrário, para unir pessoas. É bastante comum se ver casos de pessoas que

    encontram parentes e amigos distantes graças ao poder de alcance da internet.

    c) Impacto nas organizações

    Como consequência da mudança no comportamento dos indivíduos e os seus efeitos na

    sociedade, a forma como a organização se relaciona com os seus públicos também mudou e

    continua em constante mudança.

    Com a grande expansão do mobile, os aplicativos (ou, simplesmente, apps) são uma

    forte tendência para se relacionar com o público-alvo e atrair novos clientes. Com a progressiva

  • 36

    hibridização do on-line e o off-line, como bem pontua Marcello Chamusca (2010), as

    organizações têm grandes desafios para enfrentarem.

    O fenômeno contemporâneo da comunicação móvel digital tem propiciado

    profundas transformações nas relações das organizações com os seus públicos

    de interesse, visto que, na atualidade, parte dessas relações se dá em um espaço

    híbrido, que contempla processos infocomunicacionais em permanente

    simbiose, em que o físico e o virtual se engendram cada vez mais.

    (CHAMUSCA, 2010)

    Nas décadas passadas, era muito comum as pessoas irem as lojas para pesquisarem

    preços e características de produtos e serviços diretamente com os vendedores. Atualmente, boa

    parte desse processo e até mesmo todo o processo de vendas, é feito na internet. Os

    consumidores estão muito mais bem informados, as vezes até mesmo mais do que os próprios

    vendedores, constituindo um grande desafio para as organizações.

    As organizações estão tendo que reinventar os seus canais e formas de comunicação,

    pois “as pessoas não acreditam mais em propagandas. Elas acreditam em outras pessoas”

    (COUTINHO, 2008).

    Devido ao excesso de informações veiculadas na internet, o relacionamento com os

    públicos se torna cada vez mais importante para as organizações, a fim de construir uma boa

    imagem perante a opinião pública e ter um maior alcance e profundidade na emissão da sua

    mensagem.

    Outro ponto positivo para as organizações, é a existência de inúmeros aplicativos mobile

    especialmente desenvolvidos para otimizar a comunicação e a produtividade do profissional e

    da organização como um todo, como aplicativos de agenda como o Evernote, dentre outros.

    2.2.3 Tudo “em nuvem”

    A revolução mobile intensificou a necessidade das informações estarem “em nuvem”.

    Esse termo refere-se ao arquivamento de dados importantes em servidores virtuais, não mais

    em discos rígidos físicos próprios. Esse serviço foi criado mediante a necessidade das

    organizações e consumidores de se conectarem aos seus dados importantes de diferentes

    dispositivos, seja ele móvel ou não. Por exemplo, a pessoa edita e salva em nuvem seus arquivos

    no notebook, logo depois, em movimento, faz o mesmo de seu smartphone, e, posteriormente,

    volta a acessá-lo de um outro computador. Salvar em nuvem facilita e agiliza o trabalho de

    pessoas em constante movimento, principalmente as que necessitam de velocidade de

    compartilhamento simultâneo com outras pessoas.

  • 37

    2.2.4 Características dos dispositivos móveis

    Além de todas as características dos meios digitais, os dispositivos móveis possuem

    algumas particularidades que os outros meios digitais não possuem. Dentre elas, destacam-se:

    a) Mobilidade

    Chuck Martin afirma que “a mobilidade é explorar as plataformas baseadas em

    tecnologias enquanto em movimento” (MARTIN, 2013, p 117). E essa é principal característica

    dos dispositivos móveis, é o que os identificam. A liberdade de consumir/produzir informações

    em estado de movimento.

    b) Velocidade e praticidade

    Justamente por estarem sempre disponíveis, isto é, por serem portáteis, os dispositivos

    móveis proporcionam uma maior velocidade e praticidade na busca e troca de informações.

    c) Geolocalização

    Um dos pilares da revolução mobile foi a Geolocalização. As organizações agora podem

    ter acesso a geolocalização das pessoas que interagem com ela.

    2.2.5 A comunicação por meio dos dispositivos móveis

    Chuck Martin (2013, p.136) afirma que “os aparelhos diferentes são contextuais” e que

    “é preciso haver adequação para as plataformas”, isto é, a utilização dos diferentes dispositivos

    está diretamente relacionada ao contexto ao qual a pessoa está inserida. Por exemplo, uma

    pessoa conectada a uma TV apresenta um contexto diferente a outra que está conectada a um

    smartphone. Por esse motivo, os dispositivos móveis, assim como os demais, necessitam de

    estratégias bem definidas e específicas para esses meios.

    Ainda segundo Chuck Martin (2013), assim que surgiu a TV, as narrativas eram lidas

    em frente a uma câmera, do mesmo modo que era feito no rádio. Era um período de adaptação

    à nova mídia que havia surgido, porém, os produtores perceberam que aquelas estratégias

    extraídas do rádio limitavam bastante o potencial da televisão e começaram a criar novos

    conteúdos específicos para o público televisivo. Com o mobile acontece da mesma forma,

    muitas organizações simplesmente pegaram os conteúdos audiovisuais produzidos para TV,

  • 38

    revista, jornal, etc. e disponibilizaram nos meios móveis, mas muitos já enxergaram que existem

    estratégias mais eficientes para se aproximarem de seus públicos.

    Na era digital, especialmente no contexto mobile, as melhores estratégias de

    comunicação são as que geram engajamento - relacionamento com os seus públicos – e não,

    simplesmente, transmitir uma mensagem de forma unilateral, como a maioria das empresas

    ainda fazem.

    Para o êxito nas estratégias de comunicação digital mobile, é fundamental conhecer

    quais são os meios que os públicos estão mais utilizando. Em pesquisa realizada pela

    CONECTAí Express, realizada com 2.000 internautas, caracterizada por ser trimestral, online,

    multiclientes, com abrangência nacional e que permite a resposta de qualquer tipo de pergunta

    de forma exclusiva, rápida e econômica, constatou-se que o WhatsApp lidera o ranking dos

    aplicativos de redes sociais que os internautas brasileiros mais possuem.

    Gráfico 4 – Aplicativos de redes sociais que os internautas brasileiros possuem (junho/2017)

  • 39

    Fonte: CONECTAí Express18

    A pesquisa da CONECTAí Express considerou qualquer aplicativo que promova a

    interação social entre os usuários, incluindo mensageiros, como o WhatsApp e Telegram, e

    blogs.

    2.2.6 Site mobile e os aplicativos (apps)

    O conceito de site mobile, ou mobsite, refere-se a uma versão do website otimizadas

    para os dispositivos móveis, seja uma nova versão para esses dispositivos ou um design

    responsivo19. E aplicativos, ou simplesmente apps, são mini softwares que podem ser

    instalados, em grande parte, dos dispositivos móveis, diretamente nas lojas virtuais do

    fabricante do sistema operacional utilizado, como exemplo a App Store, do sistema IOS da

    Apple, e a Play Store, do sistema Android do Google, ou disponibilizados por fontes

    independentes. Assumem um papel muito significativos na revolução mobile, pois estes

    facilitam e melhoram a experiência das pessoas com os seus dispositivos.

    No começo da era mobile, era muito discutido no mercado se uma dada organização

    deveria adotar o site mobile ou aplicativos. Hoje essa discussão não faz muito sentido, pois na

    maioria das empresas, o site responsivo20 é tão fundamental quando o site em sua versão para

    computadores e notebooks, com o mesmo objetivo institucional. E a tendência é que se tornem

    ainda mais fundamentais como estratégia de comunicação. O que deve ser analisada é a

    necessidade e o objetivo da criação de aplicativos de acordo com cada organização.

    Os aplicativos são bem variados, incluem gerenciador de e-mails, jogos, acesso a mídias

    sociais, agendas, calculadoras, gerenciadores de atividades, leitores de e-books, vídeos, áudios,

    etc., dentre outros.

    Diferentemente dos websites mobile, os aplicativos, quando desenvolvidos na

    linguagem nativa do dispositivo específico ou por meio de framework21 baseado em HTML522,

    18 Disponível em: . Acesso em: 2 nov. 2017. 19 Design responsivo é um método que se baseia em otimizar o website para os dispositivos móveis. Não se trata

    de apenas uma adaptação fluida (que ajusta o website de acordo com a resolução tela), mas de diversas outras

    técnicas de otimização, a fim de melhorar a experiência de navegação do usuário. 20 Site responsivo são websites que se adaptam a diferentes resoluções de dispositivos, para uma melhor

    experiência do usuário durante a navegação. 21 “Framework é uma abstração que une códigos comuns entre vários projetos de software provendo uma

    funcionalidade genérica.” (Disponível em:

    . Acesso em: 4 nov.

    2017) 22 HTML5 é a nova atualização do HTML (“Linguagem de Marcação de Hipertexto” ou, em inglês, “Hypertext

    Markup Language”), que é a linguagem utilizada no desenvolvimento de websites e outras aplicações.

  • 40

    têm um acesso mais amplo ao sistema operacional do dispositivo, permitindo a utilização plena

    da câmera fotográfica, avisos com alertas sonoros, acesso a informações pessoais salvas no

    aparelho como nome, e-mail, número do telefone, agenda telefônica, GPS23, integração com

    sistemas de pagamento virtual, dentre outras. Essas possibilidades, viabilizam uma dinâmica

    muito interessante, como o aplicativo do Instagram, que permite tirar fotografia direto do

    aplicativo, adicionar filtros e efeitos à mesma e postar em sua rede de contatos, e o whatsapp

    que integra toda a agenda telefônica salva no dispositivo e permite a troca de mensagens

    instantâneas, por meio de texto, áudio e vídeo gravados e ligação via VoIP.

    23 GPS (“Sistema de Posicionamento Global” ou, em inglês, “Global Positioning System”)

  • 41

    3 WHATSAPP

    WhatsApp é a junção de duas palavras em inglês, “What’s” que significa “qual é?”, uma

    gíria referindo-se a uma pergunta semelhante à “o que está acontecendo?”, ou “quais são as

    novidades?”, e “App” que significa aplicativo.

    WhatsApp é um aplicativo de comunicação multiplataforma vinculado a um número de

    telefone móvel, que permite a troca de mensagens e arquivos instantaneamente, muito utilizado

    tanto no âmbito pessoal como profissional. O aplicativo foi fundado em 2009 por Brian Acton

    e Jan Koum. E em 2014, foi comprado pelo Facebook24, numa transação por volta de 22 bilhões

    de dólares, o maior valor pago por um aplicativo de todos os tempos. Na época, o WhatsApp

    tinha mais de 600 milhões de usuários. Em 01 de fevereiro de 2016, o WhatsApp atingiu a

    marca de 1 bilhão de usuários ativos por mês, conforme foi publicado pelo Mark Zuckerberg25

    em seu perfil no Facebook.

    Figura 1 – Dados sobre o WhatsApp

    Fonte: Post do blog oficial do WhatsApp26.

    24 G1. Facebook finaliza aquisição do Whatsapp por US$ 22 bilhões. 2014. Disponível em

    . Acesso em: 14 out. 2017. 25 Disponível em . Acesso em: 14 out. 2017 26 Conectando um bilhão de usuários todos os dias. 2017. Disponível em:

    . Acesso em 14 out. 2017.)

  • 42

    Segundo os dados mais recentes, publicado no blog oficial do WhatsApp, em 26 de

    julho de 2017 (ver Figura 1), o número de usuários ativos por mês chegou a 1.3 bilhão e por dia

    tem 1 bilhão de usuários ativos. Diariamente são 55 bilhões de mensagens enviadas, 4.5 bilhões

    de fotos compartilhadas e 1 bilhão de vídeos. O WhatsApp está presente em quase todos os

    países do mundo, disponível em 60 idiomas.

    Nas lojas de aplicativos oficiais, que são responsáveis pela distribuição dos mesmos, é

    possível avaliar o aplicativo e visualizar as estatísticas de avaliação dos outros usuários, bem

    como os comentários feitos sobre eles. Segue a média das avaliações (notas de 1 a 5, onde 5 é

    totalmente satisfeito e 1 totalmente insatisfeito) do WhatsApp em algumas de suas versões são:

    • Play Store (ANDROID)27 = 4,4 (59.680.