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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

APRESENTAÇÃO

A Prefeitura Municipal de Salvador, por meio da Secretaria Municipal de

Urbanismo e Transporte (SEMUT) apresenta o ESTUDO DE IMPACTO

AMBIENTAL (EIA) e respectivo RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL (RIMA),

do Projeto Corredores de Transporte Público Integrado (BRT), Lapa – Iguatemi,

compreendendo o trecho a partir da Estação da Lapa, seguindo pela Av. Vasco da

Gama, Rua Lucaia, Av. Juracy Magalhães Júnior e a Av. Antônio Carlos Magalhães,

eixos viários com elevada importância na estrutura viária do Município de Salvador.

A modalidade de transporte BRT (Bus Rapid Transit) foi concebida visando

minimizar os problemas existentes nos sistemas de mobilidade da cidade,

objetivando melhorar a qualidade de vida dos usuários.

O presente EIA/RIMA encontra-se subdividido em 04 (quatro) Volumes, sendo que o

Volume II está compartimentado em três Partes (I, II e III), como segue:

Volume I: Caracterização do Empreendimento, Legislação Aplicável e Estudo de

Transporte e de Tráfego

Volume II: Diagnóstico Ambiental

Parte I - Meio Físico Parte II – Meio Biótico Parte III – Meio Socioeconômico

Volume III: Avaliação dos Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras

Volume IV: Estudo de Uso e Ocupação do Solo e Mapas Temáticos

O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), contendo a síntese do EIA, encontra-se

apensado ao presente Estudo, em volume próprio, para subsidiar a compreensão do

Projeto Corredores de Transporte Público Integrado (BRT), Eixo Lapa –

Iguatemi, pelo público interessado.

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

LISTA DE SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ADA Área Diretamente Afetada

AIA Avaliação de Impactos Ambientais

AID Área de Influência Direta

AII Área de Influência Indireta

AISP Área Integrada de Segurança Pública

ANAC Agência Nacional de Aviação Civil

APP Áreas de Preservação Permanente

BNB Banco do Nordeste do Brasil

BRT Bus Rapid Transit

CAT Comunicação de Acidente do Trabalho

CEAO Centro de Estudos Afro-Orientais

CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente

CONDER Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia

EA Educação Ambiental

EIA

Estudo de Impacto Ambiental

EMBASA Empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A

EPI Equipamento de Proteção Individual

FTC Faculdade de Tecnologia e Ciências

IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

IDH Índice de Desenvolvimento Humano

IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

IPE Indicador de Performance Econômica

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

IPS Indicador de Performance Social

LIMPURB Empresa de Limpeza Urbana de Salvador

LOUOS Lei do Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo de Salvador

MMA Ministério do Meio Ambiente

MTE Ministério do Trabalho e Emprego

NBR Norma Brasileira

PCS Programa de Comunicação Social

PDDU Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano

PEA População Economicamente Ativa

PEA Programa de Educação Ambiental

PIA População em Idade Ativa

PMP Parque Metropolitano de Pituaçu

PMS Prefeitura Municipal de Salvador

PPP Parceria Público e Privado

PROVIA Programa de Obras Viárias

RIMA Relatório de Impacto ao Meio Ambiente

RIT Rede Integrada de Transporte

RMS Região Metropolitana de Salvador

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

SEI Superintendência de Estatística e Informações

SIM Serviço de Informação Municipal de Salvador

SIMM Serviço de Intermediação Municipal de Mão de obra

SINEBAHIA Serviço de Intermediação para o Trabalho

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

SSP Secretaria de Segurança Pública

SUCOM Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do

Município

SUDENE Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste

TR Termo de Referência

UCSal Universidade Católica de Salvador

UFBa

Universidade Federal da Bahia

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Tipologia Socioespacial Região Metropolitana de Salvador, 2000 ............54

Figura 2 - Campo de Futebol – Vale dos Barris .......................................................148

Figura 3 - Pista de Skate – Vale dos Barris .............................................................149

Figura 4 – Dique do Tororó (Orixás) ........................................................................150

Figura 5 - Dique do Tororó (Espaço de Lazer) ........................................................151

Figura 6 – Dique do Tororó Local Sagrado do Candomblé .....................................151

Figura 7 – Itaipava Arena Fonte Nova .....................................................................152

Figura 8 – Parque da Cidade ...................................................................................152

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução da População do Município de Salvador .................................42

Gráfico 2 - PIB do Estado da Bahia (2000-2008) ......................................................49

Gráfico 3 - População em Idade Ativa (PIA) em Salvador (2000) ..............................51

Gráfico 4 - População Economicamente Ativa (PEA) em Salvador (2000) ..............51

Gráfico 5 - Empregos Formais em Salvador (2009) ..................................................52

Gráfico 6 – Pessoa Jurídica x Pessoa Física .........................................................112

Gráfico 7 - Sexo ......................................................................................................114

Gráfico 8 - Faixa Etária ............................................................................................114

Gráfico 9 - Escolaridade ..........................................................................................115

Gráfico 10 - Tipologia do Transporte .......................................................................116

Gráfico 11 – Tempo para chegar ao trabalho ..........................................................117

Gráfico 12 - Conhecimento sobre Projetos de Tráfego ...........................................118

Gráfico 13 - Conhecimento sobre projetos de tráfego por trecho da ADA ...............120

Gráfico 14 - Expectativa com relação ao Projeto BRT ............................................120

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Avenidas de Vale implantadas após a Reforma Urbana de 1968 ...........28

Quadro 2 - Evolução Demográfica de Salvador ........................................................42

Quadro 3 - Densidade Demográfica de Salvador (2000 – 2010) ...............................43

Quadro 4 - Densidade Demográfica Bruta por habitantes (1991, 1996, 2000, 2010) 43

Quadro 5 - Densidade Demográfica Bruta por hectare (1991,1996,2000, 2010) ......43

Quadro 6 - Movimentos de passageiros por Modal (2000 - 2010) .............................44

Quadro 7 - Tipos de Veículo – Salvador (2006-2010) ...............................................45

Quadro 8 - Indicadores Sociais em Capitais Selecionadas .......................................47

Quadro 9 - Número de Empregos Formais - Salvador (2009) ...................................52

Quadro 10 - Domicílio Particular Permanente segundo Tipo de Abastecimento de Água (Domicílio) – 2010 ............................................................................................55

Quadro 11 - Domicílios Particulares Permanente com Solução Adequada de Esgotamento Sanitário - Proporção (Percentual) ......................................................56

Quadro 12 - Domicílios Particulares Permanente com Coleta Adequada de Resíduos Sólidos .......................................................................................................................56

Quadro 13 - População dos Bairros da Área de Influência Direta (AID) 2010 – 2000 ..................................................................................................................................60

Quadro 14 - Domicílios Particulares AID e AII ...........................................................60

Quadro 15 – Acesso a Serviços Públicos - AID e AII (2010) .....................................61

Quadro 16 - População e Estrutura Etária (Barris, Tororó, Nazaré, Largo 2 de Julho) ..................................................................................................................................73

Quadro 17 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade (Barris, Tororó, Nazaré, Largo 2 de Julho) .............................................................................74

Quadro 18 - Renda, Pobreza e Desigualdade (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho) .........................................................................................................................74

Quadro 19 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho) ................................................................................74

Quadro 20 – Características de Ocupação (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho) ..................................................................................................................................75

Quadro 21 – Emprego e população (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho) ..........75

Quadro 22 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) ...................75

Quadro 23 – Acesso a Serviços Básicos (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho) ...76

Quadro 24 – Acesso a Bens de Consumo (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho) 76

Quadro 25 - População e Estrutura Etária Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) ................77

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 26 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade – Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) ..............................................................................................77

Quadro 27 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) ..............................................................................................78

Quadro 28 – Renda, Pobreza e Desigualdade - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) .......78

Quadro 29 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) ..............................................................................................78

Quadro 30 – Emprego e população - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) - 2000 .............79

Quadro 31 – Características de Ocupação - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) .............79

Quadro 32 – Acesso a Serviços Básicos - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) ................79

Quadro 33 – Acesso a Bens de Consumo - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) ..............80

Quadro 34 – População e Estrutura Etária - Caminho das Árvores (Iguatemi) .........81

Quadro 35 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Caminho das Árvores (Iguatemi) ..............................................................................................82

Quadro 36 – Renda, Pobreza e Desigualdade - Caminho das Árvores (Iguatemi) ...82

Quadro 37 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Caminho das Árvores (Iguatemi) ...............................................................................82

Quadro 38 – Características de Ocupação - Caminho das Árvores (Iguatemi) .........82

Quadro 39 – Emprego e população - Caminho das Árvores (Iguatemi) ....................83

Quadro 40 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Caminho das Árvores (Iguatemi) ..............................................................................................83

Quadro 41 – Acesso a Serviços Básicos - Caminho das Árvores (Iguatemi) ............83

Quadro 42 – Acesso a Bens de Consumo - Caminho das Árvores (Iguatemi) ..........84

Quadro 43 – População e Estrutura Etária - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ............................................................................................................85

Quadro 44 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ..................................................................85

Quadro 45 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ..................................................................86

Quadro 46 – Renda, Pobreza e Desigualdade - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ............................................................................................................86

Quadro 47– Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ..................................................................86

Quadro 48 – Características da Ocupação - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ............................................................................................................87

Quadro 49 – Emprego e população - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ......................................................................................................................87

Quadro 50 – Acesso a Serviços Básicos - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ......................................................................................................................87

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 51 – Acesso a Bens de Consumo - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá) ............................................................................................................88

Quadro 52 - População e Estrutura Etária - Engenho Velho da Federação ..............89

Quadro 53 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Engenho Velho da Federação ..................................................................................................90

Quadro 54 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Engenho Velho da Federação ........90

Quadro 55 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Engenho Velho da Federação ...................................................................................90

Quadro 56 – Características da Ocupação - Engenho Velho da Federação .............91

Quadro 57 – Emprego e população - Engenho Velho da Federação ........................91

Quadro 58 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Engenho Velho da Federação ..................................................................................................91

Quadro 59 – Acesso a Serviços Básicos - Engenho Velho da Federação ................91

Quadro 60 – Acesso a Bens de Consumo - Engenho Velho da Federação ..............92

Quadro 61 - População e Estrutura Etária - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas) .................................................................................................................93

Quadro 62 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Federação (Alto do Sobradinho, Vale da Muriçoca) ....................................................................93

Quadro 63 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas) ..........................................................................................................93

Quadro 64 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas) ..............................................94

Quadro 65 - Características da Ocupação - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas).................................................................................................................94

Quadro 66 - Emprego e população - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas) .................................................................................................................94

Quadro 67 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas).................................................................95

Quadro 68 – Acesso a Serviços Básicos - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas) .................................................................................................................95

Quadro 69 – Acesso a Bens de Consumo - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas) .................................................................................................................95

Quadro 70 - População e Estrutura Etária - Pituba (Parque da Cidade) ...................96

Quadro 71 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Pituba (Parque da Cidade) ...................................................................................................97

Quadro 72 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Pituba (Parque da Cidade) .............97

Quadro 73 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Pituba (Parque da Cidade) ...................................................................................................97

Quadro 74 - Características da Ocupação - Pituba (Parque da Cidade) ...................98

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 75 - Emprego e população - Pituba (Parque da Cidade) ..............................98

Quadro 76 - Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Pituba (Parque da Cidade) ...................................................................................................98

Quadro 77 - Acesso a Serviços Básicos - Pituba (Parque da Cidade) ......................98

Quadro 78 - Acesso a Bens de Consumo - Pituba (Parque da Cidade) ....................99

Quadro 79 - População e Estrutura Etária - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) ................................................................................................100

Quadro 80 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) ...............................................100

Quadro 81 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) ................................................................................................101

Quadro 82 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) ...............................................101

Quadro 83 - Características de Ocupação no Rio Vermelho ...................................101

Quadro 84 - Emprego e população - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) .....................................................................................................................102

Quadro 85 - Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) .................102

Quadro 86 - Acesso a Serviços Básicos - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) ............................................................................................................102

Quadro 87 - Acesso a Bens de Consumo - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar) ............................................................................................................103

Quadro 88 - População e Estrutura Etária - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ................................................................................................104

Quadro 89 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ...................................................105

Quadro 90 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ...............................................................................105

Quadro 91 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ..........................................105

Quadro 92 - Características da Ocupação - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ................................................................................................106

Quadro 93 - Emprego e população - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ........................................................................................................106

Quadro 94 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Pituba (Parque da Cidade) .................................................................................................106

Quadro 95 - Acesso a Serviços Básicos - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ................................................................................................106

Quadro 96 - Acesso a Bens de Consumo - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas) ................................................................................................107

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 97 – População Bairros e Tendência de Crescimento da Área de Influência Direta (AID) 2010 – 2000 .........................................................................................110

Quadro 98 – Pessoa Física e Jurídica (ADA) ..........................................................111

Quadro 99 – Atividade Econômica ADA e AID (2014) .............................................112

Quadro 100 - Sexo ..................................................................................................113

Quadro 101 - Tipologia de Transporte .....................................................................115

Quadro 102 - Tempo para chegar ao trabalho ........................................................116

Quadro 103 - Projetos de Tráfego ...........................................................................119

Quadro 104 – Taxa de Aprovação Escolar em Salvador – 2012 .............................129

Quadro 105 – Taxa de Reprovação Escolar em Salvador – 2012 ...........................130

Quadro 106 - Registros de Ocorrências Policiais em Salvador – Junho de 2013 ...132

Quadro 107 - Registros de Ocorrências Policiais na AID – Junho de 2013 ............132

Quadro 108 – Terreiros de Candomblé na AID (2006-2007) ...................................136

Quadro 109 – Estabelecimentos de Cultura – AID (2012-2013)..............................153

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EIA/RIMA

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

SUMÁRIO

10.3 MEIO SOCIOECONÔMICO ........................................................................... 15

10.3.1 População Humana ................................................................................... 20

10.3.1.1 Dimensionamento e Caracterização Social e Econômica da População dos

Bairros que serão beneficiados, destacando-se aquelas a serem direta e/ou

indiretamente afetada pelo Empreendimento ........................................................... 42

10.3.1.2 Caracterização das condições de vida da população, incluindo nível de

instrução, habitação, saúde, religião e lazer............................................................. 57

10.3.2 Dinâmica Populacional ............................................................................ 108

10.3.3 Pesquisa de Opinião ................................................................................ 110

10.3.4 Organização Social .................................................................................. 122

10.3.5 Saúde Pública .......................................................................................... 124

10.3.6 Educação ................................................................................................. 128

10.3.7 Segurança Pública ................................................................................... 131

10.3.8 Lazer, Turismo e Cultura ......................................................................... 133

10.3.9 Arqueologia .............................................................................................. 153

10.3.10 Recomendações ...................................................................................... 154

REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 157

APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO (PESQUISA DE OPINIÃO) ....... 160

ANEXO A – PROJETO DE DIAGNÓSTICO ARQUEOLÓGICO ........................... 161

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EIA/RIMA

15

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

10.3 MEIO SOCIOECONÔMICO

Neste item do presente EIA/RIMA do Projeto Corredores de Transporte Público

Integrado (BRT), eixo Lapa – Iguatemi apresentam-se, os aspectos

socioeconômicos e culturais a serem afetados pelo empreendimento, levando-se em

consideração as seguintes análises:

a) Análises em níveis diferenciados de agregação e de detalhamento, no que

concerne às respectivas áreas de influência do empreendimento: Área

Diretamente Afetada (ADA), Área de Influência Direta (AID) e Área de

Influência Indireta (AII);

b) Análise relativa às áreas de influência com base nas informações e dados

coletadas em fontes secundárias, disponíveis em nível municipal, estadual e

federal.

Os estudos socioeconômicos contemplam os seguintes itens:

- Procedimentos Metodológicos

Apresentar os procedimentos metodológicos utilizados para a obtenção de dados e

informações referentes aos estudos socioeconômicos e culturais.

- População Humana

a) Dimensionamento e caracterização social e econômica da população dos

bairros que serão beneficiados, destacando-se àquelas a serem direta e/ou

indiretamente afetada pelo empreendimento;

b) Caracterização das condições de vida da população, incluindo nível de

instrução, habitação, saúde, religião e lazer.

- Dinâmica Populacional

A partir da análise dos aspectos socioeconômicos da região, utilizando-se os

indicadores básicos de dinâmica populacional e de infraestrutura à disposição da

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EIA/RIMA

16

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

sociedade local, avaliar a tendência de crescimento dos bairros da AID, e o quanto o

empreendimento interfere nesta tendência.

- Pesquisa de Opinião

Apresentar a opinião dos entrevistados na Área Diretamente Afetada (ADA) pelo

empreendimento sobre o projeto proposto.

- Organização Social

Análise dos aspectos relacionados à forma de organização social e os principais

conflitos sociais, indicando os grupos e/ou instituições existentes, grupos

ambientalistas, lideranças, forças políticas e sindicais atuantes, movimentos

comunitários, forças e tensões sociais.

- Saúde Pública

a) Coeficiente de mortalidade para doenças infecciosas e parasitárias (redutíveis por

saneamento básico, redutível por imunização e redutíveis por programas especiais);

b) Diagnósticos de endemias que ocorrem na região e/ou que poderão ocorrer ou se

expandir com a implantação dos empreendimentos;

c) Oferta de serviços de saúde, hospitais públicos, particulares e postos de saúde.

- Educação

a) Índice de alfabetização;

b) Oferta e demanda dos serviços educacionais (deficiências, qualidade, acesso),

para os níveis de Ensino da alfabetização, do Ensino Médio e Fundamental e Ensino

profissionalizante.

- Segurança Pública

a) Equipamentos e equipe policial.

- Lazer, Turismo e Cultural

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a) Relação das manifestações culturais, inclusive religiosas;

b) Identificação das principais atividades de lazer da população, áreas de lazer mais

utilizadas, descrevendo sua importância econômica e social.

- Arqueologia

Em atendimento a Portaria IPHAN n° 230/02, será apresentado a contextualização

arqueológica e etnohistórica da área de influencia do empreendimento,

contemplando dados secundários e levantamento de campo, além de:

a) Projeto Arqueológico para fins de permissão de pesquisa junto ao Instituto do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN);

b) Levantamento arqueológico interventivo na área do empreendimento.

Procedimentos Metodológicos

Do ponto de visto metodológico utilizou-se a pesquisa de opinião, a pesquisa

bibliográfica e documental, sendo a coleta de dados e informações efetuadas em

fontes primárias e secundárias e na internet, disponíveis em nível municipal,

estadual e federal, representados por órgãos de informações e estatísticas, a

exemplo de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Superintendência

de Estudos Sociais e Econômicos (SEI) do Governo do Estado da Bahia, Sistema

Municipal de Informação de Salvador (SIM), Secretaria de Segurança Pública (SSP),

outras secretarias municipais e estaduais, além de organismos federais e estaduais.

A pesquisa bibliográfica permite ao pesquisador a cobertura de uma gama de

fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente,

pois conforme Gil (2002) “essa vantagem torna-se particularmente importante

quando a pesquisa requer dados muito dispersos pelo espaço”. Por outro lado, a

pesquisa bibliográfica é indispensável nos estudos históricos. Em muitas situações,

não há outra maneira de conhecer os fatos passados, se não com base em dados

bibliográficos. (GIL, 2002, p. 45).

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Ainda, Gil (2002) indica que a pesquisa documental assemelha-se à pesquisa

bibliográfica. A diferença entre ambas reside na natureza das fontes. Enquanto a

pesquisa bibliográfica se utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos

autores, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um

tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os

objetos da pesquisa.

O dimensionamento e a caracterização social e econômica da população das áreas

que serão impactadas positiva ou negativamente foram realizados com base nas

informações do censo demográfico realizado em 2000 e 2010, ressalvando que

alguns dados relativos a esses espaços em 2010, ainda não foram disponibilizadas

pelo IBGE.

Os aspectos relativos à dinâmica populacional foram abordados a partir de

pesquisas realizadas com vistas à concepção do projeto, agregados a outros

estudos derivados de processos de intervenção do poder público na área, a exemplo

da projeção de população por bacias hidrográficas, no âmbito do projeto de

esgotamento sanitário do município de Salvador. Assim, foi possível abordar a

questão relativa à tendência de crescimento populacional da área e as possíveis

interferências do empreendimento na dinâmica populacional.

A caracterização das condições de vida da população, incluindo nível de instrução,

habitação, saúde, religião e lazer, foi realizada com base em informações oficiais,

disponibilizadas pelo IBGE, advindas do Censo Demográfico 2000 e 2010, a partir

do recorte das áreas de ponderação.

Foram utilizados, ainda, dados e informações publicadas no Atlas de

Desenvolvimento Humano da Região Metropolitana de Salvador (CONDER/PMS,

2006), na publicação Cadernos da Cidade, elaborado pela Secretaria Municipal de

Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente (SEDHAM - Coordenadoria

Central de Produção de Indicadores Urbano-Ambientais – COPI, 2009). Além do

estudo O Caminho das Águas em Salvador – Bacias Hidrográficas, Bairros e Fontes

(2010). Utilizaram-se também estudos técnicos, realizados por pesquisadores da

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

área social, a exemplo de recentes artigos científicos publicado na Rede

Profissionais Solidários.

Vale registrar, que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em nível de bairros

em Salvador tem por base o censo de 2000, pois até o momento, não existem

estudos mais recentes disponíveis sobre o IDH em Salvador, registrando a extra

oficialidade dos limites dos bairros de Salvador, conforme informado pelo IBGE.

Também foram agregadas outras informações adquiridas por meio da observação

direta, em visitas de campo.

No intuito de conhecer a opinião dos moradores e trabalhadores que atuam no

entorno da Área Diretamente Afetada (ADA): Avenida Vasco da Gama, Rua Lucaia,

Av. Juracy Magalhães e parte da Av. Antônio Carlos Magalhães, realizou-se uma

Pesquisa de Opinião, elaborada por meio de uma amostragem aleatória

estratificada, com aplicação de questionários, o que permitiu compreender os

aspectos relacionados à mobilidade urbana da cidade de Salvador.

Esse tipo de pesquisa foi escolhido, pois tem como finalidade “identificar a opinião

de uma comunidade, constatar as falhas, descrever condutas e reconhecer

interesses e outros comportamentos, para a tomada de decisões”.

Considerando as entrevistas pessoais como uma técnica de coleta de dados quali-

quantitativos apropriada para o estudo em questão, foram entrevistadas

272 pessoas no entorno da ADA, cuja análise encontra-se no item 10.3.4.

A denominação das classes sociais teve como parâmetro o entendimento do IBGE,

que está baseada no número de salários mínimos, dividida em apenas cinco faixas

de renda ou classes sociais, conforme indicado abaixo:

Classe A – Acima de 20 salários mínimos;

Classe B – 10 a 20 salários mínimos;

Classe C – 4 a 10 salários mínimos;

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Classe D – 2 a 4 salários mínimos;

Classe E – Até 2 salários mínimos.

A estrutura do trabalho compreende inicialmente uma caracterização sucinta do

processo histórico de articulação dos diferentes espaços na cidade do Salvador e

em seguida a descrição e análise dos itens solicitados no Termo de Referência

quanto ao meio socioeconômico.

A Área de Influência Direta (AID) do meio socioeconômico compreende os seguintes

bairros: Centro, Barris, Tororó, Garcia, Engenho Velho de Brotas, Federação,

Engenho Velho da Federação, Rio Vermelho, Chapada do Rio Vermelho, Nordeste

de Amaralina, Acupe, Candeal, Itaigara, Caminho das Árvores, Santa Cruz, Pituba,

Saramandaia, envolvendo ainda a Lapa, a Av. Vasco da Gama, parte do Dique do

Tororó, Av. Juracy Magalhães e a Av. Antônio Carlos Magalhães.

Já a Área de Influência Indireta (AII) do meio socioeconômico envolve a cidade de

Salvador, uma vez que o empreendimento tem rebatimento na estrutura urbana

(mobilidade) de forma geral, ao integrar a Rede de Corredores Estruturantes,

definida pela Prefeitura Municipal, com priorização para o transporte coletivo na

circulação, apoiado na implantação de Corredores tipo BRT (Bus Rapid Transit),

com vias exclusivas para circulação de ônibus nos dois sentidos, com estações de

parada fixas, visando atender aos fluxos de deslocamentos da população nos

principais corredores de transporte da cidade.

10.3.1 População Humana

- Evolução Histórica do Município de Salvador

O território atual do Município da Cidade do Salvador é resultante de sucessivos

desmembramentos para a criação de outros municípios na Região Metropolitana, e

compreende um único distrito-sede subdividido em 22 subdistritos. O processo que

se intensificou principalmente a partir do final da década de 1950, quando foram

criados: Candeias (1958), a partir da emancipação do distrito de mesmo nome;

Simões Filho (1961), a partir da emancipação do distrito de Água Comprida; Lauro

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de Freitas (1962), a partir da emancipação do distrito de Santo Amaro de Ipitanga; e

mais recentemente, Madre de Deus (1989), a partir da emancipação de parte do

distrito de mesmo nome, abrangendo as ilhas de Madre de Deus, das Vacas e Maria

Guarda. (SEDHAM, 2009)

Ainda, segundo o estudo acima referido, em decorrência da criação dos novos

municípios, Salvador teve sua área territorial reduzida para aproximadamente 1/3

daquela que possuía no início da década de 1950, passando o seu território a

restringir-se à extremidade da península localizada na entrada da Baía de Todos os

Santos e a algumas ilhas. Desta forma, passou a limitar-se, por terra, apenas com

os municípios de Simões Filho e de Lauro de Freitas, e, por mar, por meio da Baía

de Todos os Santos e da Baía de Aratu, com os municípios de Vera Cruz, Itaparica,

Saubara, São Francisco do Conde, Madre de Deus e Candeias.

Considerando-se a evolução territorial do Município, a área de 313 km² é a mais

próxima da realidade, embora para efeito dos estudos realizados para o Plano

Diretor (especialmente o cômputo de áreas relativo ao espaço municipal) tenham

sido adotadas as dimensões medidas na Base Cartográfica Digital da CONDER

1992, que resulta numa superfície de aproximadamente 309 km².

O território municipal de Salvador, definido pela Lei 7.004/2008 (PDDU, 2008),

abrange aproximadamente 250 km² e estende-se até o limite municipal de Simões

Filho e Lauro de Freitas, abrangido quase que em sua totalidade, por área

continental. Encontra-se dividido em 18 regiões administrativas e zoneado em duas

macrozonas, quais sejam, Macrozona de Proteção Ambiental e Macrozona de

Ocupação Urbana, que por sua vez encontram-se divididas em macroáreas que

delimitam o interesse e direcionam a forma de sua ocupação. (PDDU, 2008)

A Área Rural Continental localiza-se no extremo norte de Salvador, na divisa com

Lauro de Freitas e Simões Filho, constituindo-se num espaço de transição entre as

áreas urbanas dos três municípios; compreende grande parte da bacia hidrográfica

das represas do rio Ipitanga, classificadas como mananciais de abastecimento

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humano, o que torna esta região estratégica em termos de conservação dos

recursos hídricos. (SEDHAM, 2009).

As áreas rurais insulares correspondem principalmente às ilhas de Maré e dos

Frades, uma vez que a ilha de Santo Antônio possui dimensões bastante reduzidas.

São sítios de ocupação bastante antiga, mas que ainda preservam características

não urbanas, à exceção de algumas pequenas nucleações residenciais localizadas

ao longo da costa, habitadas por pescadores, agricultores, artesãos e eventualmente

por veranistas.

A Cidade do Salvador está assentada sobre uma península situada na entrada da

Baía de Todos os Santos, que teve origem a 250 milhões de anos, quando

movimentos tectônicos formaram a fossa que separou os sedimentos da Bacia do

Recôncavo do embasamento cristalino que caracteriza a parte alta de Salvador,

definindo dois compartimentos litológicos distintos, separados por uma falha

geológica. Estes elementos determinam um nítido divisor de drenagem associado ao

bloco alto da falha, dando origem a pequenas bacias hidrográficas limitadas pela

BR-324, a oeste, com cursos d’água correndo para leste no sentido do Oceano

Atlântico. (SEDHAM, 2009).

Salienta-se que as grandes cidades como Salvador se constituem em estruturas

extremamente complexas e, em permanente processo de transformação,

requerendo diferentes níveis de aproximação para a análise e tratamento da sua

problemática urbana. Nem sempre as unidades espaciais institucionalizadas e já

incorporadas às rotinas administrativas dão conta das especificidades de abordagem

e frequentemente torna-se necessário estabelecer novos recortes da realidade e

constituir novas unidades de análise, com maior ou menor grau de formalização, de

modo a dar conta de objetivos variados relacionados à análise e gestão do espaço

municipal em diferentes escalas. (SEDHAM, 2009).

No estudo Cadernos da Cidade (2009) estão explicitados que:

[...] o agrupamento das Regiões Administrativas em Macrounidades fez-se necessário para capturar, de um ponto de vista macroestrutural, os principais processos em curso relativos ao desenvolvimento econômico,

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social e espacial do Município. Atendendo a este objetivo, as RA’s foram reunidas em seis Macrounidades, que se distinguem uma das outras em função de especificidades ambientais, socioeconômicas, de infra-estrutura, de uso e ocupação do solo e, também, por corresponderem a estágios diferenciados do desenvolvimento urbano de Salvador. São elas: a) Macrounidade 01 – (AUC) – Corresponde às áreas de ocupação mais antiga de Salvador, que evoluíram a partir do núcleo inicial de fundação da Cidade até preencher toda a ponta da península, limitada, ao norte, pelo estuário do rio do Cobre e, a leste, pelo vale do rio Camaragibe (desde a sua cabeceira até a desembocadura do seu braço norte, nas imediações do Costa Azul), e também espaços contíguos, de ocupação mais recente, os trechos sul e sudeste da Orla Atlântica. Subdivide-se nas regiões Centro (RA I), Itapagipe (RA II), São Caetano (RA III), Liberdade (RA IV), Brotas (RA V), Rio Vermelho (RA VII), Pituba (RA VIII) e Boca do Rio (RA IX). b) Macrounidade 02 (Miolo) – Corresponde à maior parte ao espaço localizado entre os dois principais eixos de articulação urbano-regional de Salvador – a BR-324 e a Av. Luiz Viana Filho (Paralela) – que desempenham importante função na segregação dos espaços e na macroestruturação da Cidade. Subdivide- se nas regiões Cabula (RA XI), Tancredo Neves (RA XII) e Pau da Lima (RA XIII), Cajazeiras (RA XIV). c) Macrounidade 03 (Subúrbios) – Faixa de território correspondente à parte norte da região da falha geológica de Salvador, abrangendo também os terrenos sedimentares voltados para a Baía de Todos os Santos e toda a bacia do rio do Cobre. Subdivide-se nas regiões de Valéria (RA XV) e dos Subúrbios Ferroviários (RA XVI), tendo sido subtraída desta última a Ilha de Maré. d) Macrounidade 04 (Itapuã) – Região ainda com grandes espaços vazios, compreende a faixa litorânea que se estende desde as proximidades da represa de Pituaçu até o limite de Salvador com o Município de Lauro de Freitas, na Base Aérea, avançando na direção norte até atingir o rio Ipitanga, depois de atravessar a Av. Palalela. Corresponde a uma única região: Itapuã (RA X-a), uma subdivisão da RA X. e) Macrounidade 05 (Ipitanga) – Corresponde à chamada Zona Rural continental, uma das últimas regiões de Salvador na qual ainda predominam extensivamente baixas densidades populacionais. (SEDHAM, 2009, v.1, p.32)

Ressalta-se que muitos dos espaços integrantes da bacia do rio Jaguaribe,

especialmente o trecho localizado entre a Av. Paralela e a Orla Atlântica, já se

encontram comprometidos com parcelamentos para fins urbanos e é grande a

pressão do mercado imobiliário também para a ocupação da área ainda não

parcelada localizada na outra margem da Av. Paralela (no lado correspondente ao

Miolo), uma vez que se constitui no último grande espaço vazio inserido na área

urbana de Salvador capaz de comportar grandes empreendimentos e absorver parte

significativa do incremento populacional previsto para os próximos anos no

Município. (SEDHAM, 2009).

Vários estudiosos debruçaram-se sobre a história e as características do

desenvolvimento urbano de Salvador, enfocando-o sob diversos olhares. Há,

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entretanto, uma concordância geral de que muitos dos processos até hoje em curso

tiveram origem a partir das décadas de 1940 e 1950, intensificando-se e atingindo

todo o território municipal nas décadas seguintes. Neste período marcado por

profundas transformações econômicas e sociais deu-se a transição da região de

Salvador para um novo ciclo de acumulação capitalista e da antiga capital colonial

para um modelo de desenvolvimento urbano baseado num ideário de modernidade,

a partir do qual velhas estruturas foram rompidas, mas em que, também,

começaram a se evidenciar as contradições que determinaram a forma urbana

particularmente complexa que a Cidade assumiu ao longo da sua história recente.

(SEDHAM, 2009).

Segundo afirmado pela SEDHAM (2009) os fatores deflagradores do processo de

expansão dos parcelamentos no período 40-50 foram:

a) O crescimento populacional intensificado a partir da década de 1940 com o fluxo migratório para a capital baiana e seus efeitos sobre o mercado de moradia em geral;

b) A necessidade de ruptura com as antigas formas de moradia – e com a cidade colonial – em atendimento a um ideário urbanístico moderno preconizado entre as elites locais, pelo menos, desde a década de 1930;

c) O atendimento às demandas de moradia da nova classe média constituída principalmente pelos trabalhadores da indústria no petróleo que se implantou na região de Salvador no início dos anos 1950;

d) A expectativa dos proprietários de terras e enfiteutas de beneficiar-se dos investimentos públicos realizados (ou anunciados) em infraestrutura, em especial com a ampliação do sistema viário, que valorizaram vários espaços do Município;

e) Uma estratégia de afirmação da propriedade da terra pelos “latifundiários urbanos” num cenário de escalada do processo de invasões coletivas pela população de menor renda, deflagrado a partir da década de 1940. (SEDHAM, 2009)

Do ponto de vista da expansão urbana, os loteamentos implantados na década de

1950 e também os da década seguinte só viriam a participar mais intensamente da

mancha urbana anos mais tarde, principalmente a partir da década de 1970, quando

passariam a ser efetivamente ocupados.

A cidade de Salvador, o terceiro município mais populoso e, um dos centros

regionais mais importantes do país passou por grandes transformações nos últimos

quarenta anos, entre outros fatores, como resultado da reorganização da base

produtiva da economia regional, passando da condição de centro mercantil

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agroexportador para a de sede metropolitana de uma região industrializada. Essas

transformações reconfiguraram sua face urbana, outorgando-lhe a feição

contraditória que hoje a caracteriza: ao mesmo tempo um polo de comércio de bens

sofisticados e serviços modernos e também um dos exemplos mais contundentes de

exclusão econômica e social dentre as cidades brasileiras. (SEDHAM, 2009).

Santos (2008) afirma que:

Salvador teve sua estrutura urbana alterada, mormente, a partir da década de 1970, bem como redefiniu seu papel e conteúdo no contexto baiano, enquanto metrópole regional, porque (re)construiu as relações desenvolvidas com as demais cidades, no nível da rede urbana, e (re)formulou suas próprias relações, no nível intra-urbano. As bases do processo de reestruturação urbana foram engendradas pelo Estado. Esse, aliás, foi o principal agente na execução das alterações mais importantes, acarretando na redefinição dos usos do solo. Todavia, não podemos esquecer de destacar que outros sujeitos também foram relevantes para que tal “projeto político” ganhasse materialidade. (SANTOS, 2008, in: <http://www.ub.es/geocrit/-xcol/388.htm. Acesso em jan/2014.)

Assim, historicamente, ao longo desses quase cinco séculos, desde a sua fundação,

a área urbana de Salvador, se expandiu bastante. Porém, esse crescimento se

intensificou, e foi mais expressivo, a partir de meados do Século XX, em virtude de

várias intervenções físicas e econômicas do governo em suas três esferas, bem

como em decorrência das ocupações “espontâneas”, que apesar de ser um

fenômeno que já ocorre na Cidade desde a década de 1940, se intensificou ao longo

do mesmo.

No século XVII até meados do século XVIII, observou-se uma lenta expansão sobre

os morros, e a cidade cruza o Rio das Tripas, chegando à segunda linha de morros.

O terceiro período, desde meados do século XVIII até fins do XIX, é o da

consolidação da metrópole e se caracterizam pela formação de novos bairros,

beneficiados pela expansão da cidade para norte e para sul. O quarto período vai

desde o início do século XX até princípios da década de 1950: apresenta um

crescimento lento da cidade ao lado de importantes reformas urbanas. O quinto

período se estende desde o início da década de 1950 até nossos dias e se

caracteriza pela implantação de novos fatores de crescimento que se repercutem na

rápida expansão metropolitana. (REGINA; FERNANDES, 2005)

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Na Orla Atlântica a ocupação se resumia às aldeias e núcleos de pescadores, a

partir das quais vão surgir as primeiras residências de veraneio. Nessa mesma

época é descoberto o primeiro poço de petróleo em Lobato, o que de certa forma

intensifica a ocupação ainda incipiente do vetor suburbano, ao longo das localidades

do chamado subúrbio ferroviário, que se articulava a partir da via férrea e por mar,

inclusive com as ilhas da Baia de Todos os Santos, bem como com a porção

denominada de Baia de Aratu, que, assim como a orla atlântica era ocupada por

grandes propriedades.

Mormente torna-se importante reafirmar que a intensificação da urbanização se deu

a partir de 1950, relacionada a alguns fatores importantes como a migração da

população do campo para a cidade, gerando então a concentração espacial de

habitantes em Salvador.

Ainda segundo Regina; Fernandes (2005), dentre estes fatores destacam-se:

Mudanças na base econômica regional agrário-exportadora para a

acumulação de base industrial;

Expansão dos transportes por rodovias;

Implantação da atividade petrolífera no Recôncavo Baiano, com a criação da

Refinaria Landulfo Alves (RLAM) - Petrobras;

A criação do Banco do Nordeste do Brasil (BNB);

Criação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE);

Conclusão da Hidroelétrica de Paulo Afonso;

Instalação do Centro Industrial de Aratu (CIA). (REGINA; FERNANDES,

2005).

Vale salientar, que o uso do solo em Salvador entre 1950 e 1960 esteve marcado

por uma acentuada expansão periférica que expressa a maneira como a população

urbana se ajustou às novas condições socioeconômicas da cidade.

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Ainda, segundo os autores acima mencionados, em 1968, Salvador tinha uma

população de aproximadamente 1.000.000 pessoas e já apresentava uma maior

complexidade na distribuição espacial. Consolidava-se e se ampliava a densidade

populacional em áreas com usos residenciais. Com relação aos distintos estratos de

renda, a população com maiores rendimentos seguia concentrando-se nos bairros

orientados para o sul e próximos ao mar.

Os estratos de renda média ocupavam os bairros do centro histórico da cidade, onde

era comum a deterioração das construções. Aos poucos a referida população

passou a ocupar outras áreas no centro, onde começou a existir uma maior

heterogeneidade social e funcional.

Já a população de renda mais baixa seguia concentrando-se desde o centro

histórico até o norte da cidade, nas encostas dos vales, apesar de ocupar também o

chamado Subúrbio Ferroviário, em bairros isolados e distantes da malha urbana.

As décadas de 1970 e 1980 foram marcadas pela continuidade do processo de

crescimento espacial tanto horizontal quanto vertical, em que o aumento do custo da

terra urbana dificultou a acessibilidade ao solo para a maioria da população da

cidade de Salvador. Devido a isso, a busca da necessidade de moradia se realizou

em áreas da periferia urbana.

Cabe salientar que o processo de ocupação da periferia também foi realizado

diretamente pelo Governo Federal, por meio do Sistema Financeiro de Habitação,

com a construção de grandes conjuntos habitacionais. (REGINA; FERNANDES,

2005).

Registra-se que a partir da década de 1970, a cidade inaugura um novo processo de

estruturação viária, por meio da abertura das avenidas (Paralela, Antônio Carlos

Magalhães, Suburbana, Juracy Magalhães, Magalhães Neto e Vale do Bonocô).

Implantam-se na periferia urbana, as estradas CIA - Aeroporto via Parafuso (para

Camaçari) e Acesso Norte; duplicam-se a BR-324 até o CIA; implanta-se a sistema

Ferry Boat para Itaparica.

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A construção da nova rodoviária interestadual e do Shopping Iguatemi, nas

proximidades da Avenida Luís Viana Filho (Paralela) e a construção do Centro

Administrativo da Bahia (CAB), vão criar um novo centro econômico e financeiro em

Salvador, dinamizando a ocupação urbana na direção norte e nordeste da Cidade.

Salienta-se que em 1971, surgem as Avenidas Juracy Magalhães que passa a

articular a Vasco da Gama, Rio Vermelho e o novo centro, por meio de conexão com

a Avenida Antônio Carlos Magalhães (traçado do projeto Corredores de Transporte

Público Integrado, eixo Lapa - Iguatemi, objeto desse EIA/RIMA).

Quadro 1 - Avenidas de Vale implantadas após a Reforma Urbana de 1968

NOME ANO DE IMPLANTAÇÃO

Avenida Antônio Carlos Magalhães 1968

Avenida Tancredo Neves 1968

Avenida Mário Leal (Bonocô) 1970

Avenida Reitor Miguel Calmon (Vale do Canela) 1970

Avenida Magalhães Neto 1970

Avenida Suburbana 1971

Avenida Luiz Viana Filho (1ª pista) 1971

Avenida Juracy Magalhães (1ª pista) 1971

Avenida Otávio Magalhães (duplicação) 1971

Avenida Garibaldi 1972 Fonte: SCHEINOWITZ, 1998, P.33, 38 apud ANDRADE; BRANDÃO, 2009, p. 98

Também em 1971, a Avenida Pinto de Aguiar permite o acesso entre a Paralela e a

Orla e, no sentido oposto, a Rua São Marcos liga a Paralela ao bairro de Pau da

Lima, berço de importantes projetos habitacionais voltados para a população de

baixa renda. Ainda em 1971 a Avenida Otávio Mangabeira (Orla) é duplicada até o

Jardim dos Namorados. Em 1972 foi concluída a Avenida Garibaldi, encaixada no

vale entre os bairros da Federação e Ondina, concretizando mais uma etapa da

ligação entre os dois centros, o antigo e o novo.

O ano de 1974 tem como marco a construção da Avenida Visconde de Itaboraí, que

reforça os acessos entre Amaralina, Rio Vermelho e a Pituba. Esse ano também

marca a finalização da segunda pista da Vasco da Gama, o revestimento asfáltico

da Avenida Magalhães Neto; o complemento da Avenida Miguel Calmon entre a

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Praça dos Reis Católicos e a Avenida Garibaldi, a implantação da segunda pista da

Avenida Paralela, a ligação entre a Paralela e o bairro de Pernambués, por meio da

Rua Thomaz Gonzaga.

Entre 1974 e 1975 foram implantadas as Avenidas Orlando Gomes, ligando a

Paralela à Orla, por meio do bairro de Piatã, a via Parafuso, da CEASA ao Complexo

Petroquímico de Camaçari (COPEC), a via Paripe - Centro Industrial de Aratu (CIA).

A Avenida Edgard Santos (Cabula), também conhecida como Silveira Martins em

seu trecho de cumeada, foi implantada em 1978 e passou a ligar o Cabula à

Paralela, através do bairro de Narandiba, mesmo ano de inauguração do Vale do

Ogunjá, entre as Avenidas Bonocô e a Vasco da Gama e conclusão da segunda

pista da Avenida Juracy Magalhães. Também, a Avenida Jorge Amado foi aberta ao

tráfego em 1985 e permite a articulação entre a Paralela e a Orla através do bairro

do Imbuí.

Assim, verifica-se que esse processo foi articulado, a partir da implantação ou

transferência de importantes equipamentos públicos, a exemplo do Departamento

Estadual de Trânsito (Detran) (1973) do Terminal Rodoviário, transferido das Sete

Portas (1974) e do Desenbanco (1975) e quartel do Corpo de Bombeiros, e

fomentou atividades comerciais e de serviço, cujo maior exemplo foi a implantação

do Iguatemi no ano de 1975, além do Centro Empresarial Iguatemi entre 1979 e

1981. Ações que foram complementadas com a implantação do Loteamento

Caminho das Árvores em 1974, Jornal A Tarde em 1975, Hipermercado em 1980 e

Construtora Odebrecht em 1981. Estava implantado o novo centro e redirecionado o

eixo de circulação e ocupação da cidade do Salvador.

Já a década de 80 caracterizou-se pelo crescimento da periferia como a forma

espacial mais importante da cidade. O “Miolo da cidade” é o grande exemplo da

expansão periférica de Salvador, com a implantação de grandes conjuntos

habitacionais, muitas ocupações irregulares e favelas, bem como a existência de

vários loteamentos legais e ilegais, entre outros. Entretanto, esta época também

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apresenta um forte crescimento da área urbana contínua por meio da verticalização

de vários bairros e da ocupação dos espaços vazios que ainda existiam.

Conforme Regina; Fernandes (2005), a crise nacional a partir de década de 1990

gera profundas mudanças na estrutura urbana e social de Salvador que, juntamente

com sua Região Metropolitana, aparecem como formadoras do principal complexo

urbano-industrial terciário do Estado da Bahia e de todo o Nordeste brasileiro,

constituindo-se em um ambiente adequado para a reprodução capitalista em escala

ampliada.

Apesar das mudanças ocorridas nos anos 90, grande parte do contingente

populacional soteropolitano foi excluída dos benefícios daí oriundos. Isto se reflete

em uma estrutura interna da cidade com áreas residenciais extremamente

segregadas socialmente e cheias de contrastes que reúnem, em um mesmo tempo,

situações bem distintas, como por exemplo: setores bem servidos em infraestrutura

e bem localizados em termos de acessibilidade, em oposição a uma periferia

extensa e miserável. (REGINA; FERNANDES, 2005)

Segundo os autores, o setor da moradia, como parte inerente deste processo, foi

bastante ampliado pelos valores gerados pelo incremento industrial e se localiza

espacialmente de forma articulada com os novos comércios e serviços, a saber:

a) As famílias com renda média e média alta se localizaram inicialmente em

bairros como Barra, Graça, Ondina e Canela, depois em toda a Orla Marítima

do Atlântico, com ênfase na Pituba, Boca do Rio, Piatã até Itapoã;

b) As famílias de renda inferior (baixa), mais numerosas e cada vez mais pobres

se localizaram nos bairros do “Miolo da cidade”, preenchendo os vazios

existentes nos conjuntos habitacionais anteriormente implantados,

principalmente no Cabula e em Cajazeiras.

A expansão do setor da moradia gerou uma demanda de comércio e serviços para

as necessidades imediatas e locais - uma demanda considerada secundária para o

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grande capital. Surgiram também novos e pequenos centros de atividades terciárias

que formaram novos sub-centros comerciais, os centros de bairros. Como

consequência, se produziu uma descentralização interna de Salvador e sua

conurbação com dois dos municípios vizinhos, Lauro de Freitas e Simões Filho.

(REGINA; FERNANDES, 2005)

Conforme afirmado por Soares (2007), a metrópole soteropolitana urbana cresce a

cada instante – o percentual de urbanização avança de 96,6% em 1991, para 98,4%

em 2000. Em concomitância a este processo, observa-se a consolidação de um

complexo quadro de empobrecimento urbano.

Ainda segundo Soares (2007) os “territórios abastados”, são os bem servidos pela

infraestrutura urbana, habitados por pessoas que estão empregadas no mercado

formal da economia que possuem poder de consumo, são áreas bem assistidas por

serviços, transportes, segurança, áreas de lazer, escolas, postos de saúde etc.

Somam-se ao território abastado da cidade: os bairros tradicionais do Campo

Grande, Canela, Corredor da Vitória, Graça, assim como a maioria dos bairros que

margeiam a Orla Atlântica: Barra, Ondina, Rio Vermelho, Pituba e Costa Azul; e

Itaigara, Alto do Itaigara, Caminho das Árvores, Stiep e um complexo de condomínio

fechados em Piatã, Itapoã, Stella Maris etc.

Ao longo da década de 1990, Salvador se insere no circuito moderno do capital, por

meio do novo centro de negócios e serviços. Concomitante a tudo isso se intensifica

a ocupação da Avenida Paralela e do chamado “Miolo de Salvador”, sendo o

segundo caracterizado por população predominantemente de baixa renda. Ao

mesmo tempo, o Antigo Centro atravessa um forte processo de decadência física e

social, levando o Governo do Estado a interferir diretamente nesta área com o intuito

de reverter àquela situação, inserindo Salvador no circuito nacional e internacional

do turismo. (MOTA, 2008).

Ainda segundo o autor, as áreas que se encontram às margens da Avenida Luís

Viana Filho (Paralela) nas quais ainda se encontra parte do que resta do

Ecossistema de Mata Atlântica em nossa Cidade, foram caracterizadas, segundo o

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Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), de 1985, e, ratificada em 2000,

como sendo de expansão urbana da Cidade, o que permitiu a devastação dos

remanescentes da floresta ombrófila encontrados nessa região.

A região da Paralela, que até a década de 1970 possuía cerca de 20 milhões de

hectares de Mata Atlântica, atualmente abriga menos de 5 milhões de hectares de

mata, tendo como principal agente desse desmatamento os empreendimentos

residenciais e comerciais, sendo que parte desses empreendimentos já foi

implantado, enquanto outros aguardam o momento de sua implantação. Dentre os

que já foram implantados pode-se citar: o Residencial Alphaville (124 hectares

desmatados); Residencial Greenville (90 hectares desmatados); Hospital do

Coração (4,5 hectares desmatados); Residencial Colinas de Jaguaribe (146,79

hectares desmatados); Conjunto Habitacional JS (4 hectares desmatados);

Loteamento JG (6,7 hectares desmatados). (JORNAL A TARDE, Junho, 2005, apud

MOTA, 2008).

Além desses empreendimentos de cunho residencial, existem projetos já

implantados de grandes shoppings centers nas áreas que abrangem a Avenida

Paralela e o “Miolo da Cidade”. Um deles é o Salvador Shopping, inaugurado no

início de 2007, que está localizado na intersecção entre as avenidas Tancredo

Neves e Paralela.

Outros grandes empreendimentos são o Shopping Paralela, situado entre a

Faculdade de Tecnologia e da Ciência (FTC) e o Condomínio Alphaville, o Shopping

Salvador Norte e Shopping Bela Vista.

Já no presente século foi implantada a Avenida Luís Eduardo Magalhães, entre a

BR-324 e a Paralela, à altura do bairro de Pernambués, que passa a articular a

cidade baixa, por meio da Avenida San Martin. A Avenida Paralela passa a ter

quatro faixas de rolamento, a ligação entre a Paralela e o Aeroporto ganha desvio da

área urbanizada do bairro de São Cristóvão e por fim o complexo viário do aeroporto

elimina as intercessões, a partir da construção de um conjunto de viadutos. Ações

semelhantes foram desenvolvidas na chamada ‘Rótula do Abacaxi’ na interposição

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entre o Cabula e a Barros Reis com a construção de viadutos que, no futuro próximo

articularão a BR-324 à Via Portuária, interligando de forma definitiva e mais rápida o

Porto da cidade e as áreas industriais da Região Metropolitana do Salvador.

Esse movimento empurrou a cidade para a área sob a influência da Avenida

Paralela. A Avenida Luís Viana Filho (Avenida Paralela) é reconhecida como um dos

principais corredores de tráfego de Salvador e, atualmente, tem um baixíssimo

desempenho do trânsito que nela se apoia, com frequentes e extensos

congestionamentos, notadamente no seu trecho inicial (da região do CAB até o

Centro do Iguatemi) inclusive fora dos períodos de pico da manhã e da tarde. (TTC -

SEDHAM, 2010).

Como se pode constatar, não resta dúvida de que as áreas que estão inseridas na

Orla Atlântica e na região do “Miolo” estão concentrando, desde o início da década

de 1970, o crescimento urbano na Cidade do Salvador, devido, não só à densidade

da ocupação das outras áreas, o que encarece o metro quadrado e dificulta a

apropriação por parte da população de baixa renda, como também pela

disponibilidade de espaços “vazios” de ocupação urbana. (MOTA, 2008).

Conforme apontado por estudiosos dentro desses subespaços, caracterizados como

urbanos, há algumas áreas que se expressam com maior vitalidade frente aos fluxos

de mercadorias, pessoas e capitais, alguns de uso hegemonicamente habitacional e

outros hegemonicamente de uso terciário, todos com equipamentos sociais

importantes. Entre os de uso atualmente hegemonicamente habitacional, podem ser

ressaltados o espaço da Orla marítima e sua área de influência e toda a área de

domínio da Avenida Paralela, e, por conseguinte, toda a faixa entre as Avenidas

Otávio Mangabeira (Oceânica) e Luiz Viana Filho (Paralela) de Salvador.

Dentre os subespaços considerados como de atividades terciárias, podem ser

exemplificados como os mais importantes a região denominada de Iguatemi, o

Centro Histórico de Salvador, o entorno das vias Paralela e a BR-324 (trecho entre

Salvador e Simões Filho).

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Estudiosos da metrópole de Salvador analisam sob vários prismas, os aspectos que

envolvem a sua problemática urbana. Dentre estes, se destaca Santos (20O8), que

aponta:

Os impactos provocados pela reestruturação urbana em Salvador alteraram a dinâmica da cidade, sobremaneira, as suas relações tempo-espaço no nível intra-urbano. Seu primeiro traço revela-se pela constituição inconteste de uma nova característica à estrutura urbana da metrópole. Assim sendo, mesmo reconhecendo a validade de outras definições para essa feição nova do espaço urbano, que, teoricamente, objetivam captar a forma contemporânea que as cidades vêm apresentando, vamos optar por entendê-la como uma cidade poli(multi)nucleada. (SANTOS, 2008)

Assim, o autor entende que Salvador poli(multi)nucleada expressa um acúmulo de

mudanças quantitativas e qualitativas na lógica da centralidade intra-urbana, que

afetaram a velha cidade, suas formas e estruturas herdadas. (SANTOS, 2008).

Afirma ainda, que Salvador é marcada por uma intensa desigualdade entre as

classes sociais, suas novas expressões da centralidade urbana reproduzem tal

lógica, materializando-se seja em áreas ocupadas pelas camadas mais altas da

sociedade, seja em áreas ocupadas pelas camadas mais populares.

Com relação as classe mais altas são exemplos os sub-centros da Barra, da Av.

Manoel Dias da Silva e do Itaigara. Enquanto o primeiro consolidou-se,

recentemente, em uma área de ocupação mais antiga, os bairros da Barra e Chame-

Chame, ocupados por classes média e alta; os dois seguintes consolidaram-se nas

áreas de ocupação mais recente, últimos 30 anos, espaços privilegiados por

políticas públicas de implantação de infra-estrutura e valorização fundiária,

apropriados, conseqüentemente, pela “elite” soteropolitana. Os demais sub-centros

foram consolidados em áreas de habitação popular da cidade, como resultado do

crescimento populacional e da expansão do tecido urbano metropolitano.

Correspondem a esses as áreas terciárias de Itapuã, São Cristóvão e Paripe,

localizadas próximas ao perímetro urbano.

Santos (2008) afirma que além dos centros e sub-centros supramencionados, cuja

característica principal é a oferta diversificada de bens e serviços, são áreas centrais

importantes que exprimem e reproduzem às referidas mudanças na estrutura urbana

metropolitana, os eixos de especialização localizados nas Avenidas Vasco da Gama,

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Mario Leal Filho (Bonocô), San Martim e Barros Reis, bem como o Centro

Administrativo. As mencionadas avenidas são consideradas eixos especializados,

porque ofertam, majoritariamente, um determinado tipo de produto e/ou serviço,

geralmente atendendo consumidores de vários bairros da cidade. (SANTOS, 2008)

No que diz respeito à mobilidade urbana, Delgado (2011) aponta que Salvador com

uma população de 2,6 milhões de habitantes, possui espaços escassos para a

expansão da habitação e equipamentos urbanos, assim como também vem

enfrentando graves problemas de mobilidade. Diz ainda, o autor acima referido que:

Como produto de segregação urbana, observa-se a coexistência de duas cidades. A orla atlântica configura os melhores indicadores de renda e qualidade de vida, pelo acúmulo histórico de investimentos, configurando neste setor, a cidade moderna e dinâmica na qual predomina a propriedade e uso do automóvel. Por outro lado, as regiões denominadas como subúrbio Ferroviário e Miolo apresentam os piores indicadores ambientais e socioeconômicos, assim como, carência de empregos, serviços e lazer próximos, constituindo a demanda cativa do transporte coletivo por ônibus em Salvador. (DELGADO, 2011).

Atualmente, vale salientar que a cidade de Salvador figura entre as cidades que

sediará a Copa do Mundo em 2014 e, com o intuito de modernizar e desenvolver o

município, a Prefeitura Municipal do Salvador apresentou em janeiro de 2010, o

Programa Salvador Capital Mundial.

Composto de 20 projetos estruturantes, o programa prevê grandes intervenções

urbanísticas para os próximos anos dentre as quais incluem a abertura de novas

vias de tráfego; implantação de sistemas modernos de transporte; revitalização da

orla da cidade baixa; construção de novos equipamentos de cultura, de lazer, de

esporte e requalificação e ampliação da estrutura turística.

Um dos principais objetivos é preparar a cidade para receber os jogos da Copa de

2014, quando se espera que parte dos projetos já esteja concluída. A Prefeitura de

Salvador pretende viabilizar as obras com recursos próprios, captação junto aos

governos federal e estadual, além de estabelecer contratos por meio de Parcerias

Público e Privado (PPPs).

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O principal eixo do projeto está assentado na mobilidade urbana. As ações serão

consolidadas em dois grandes planos: Programa de Obras Viárias (PROVIA) e

Rede Integrada de Transporte (RIT).

O PROVIA será voltado para tentar solucionar os maiores engarrafamentos da

cidade na região do Iguatemi, Bonocô e Paralela e ainda incrementar as soluções de

trânsito rápido com cerca de 59 Km de cinco novas vias para o trânsito rápido,

sendo as principais a Linha Viva e a Avenida Atlântica. Para isso, serão duplicadas

33km de avenidas existentes preparadas para receber o Sistema BRT; execução de

novas conexões viárias em desnível nos pontos críticos do Iguatemi, Bonocô,

Lucaia, Parque da Cidade, Jardim dos Namorados, Jardim de Alá e Paralela.

O Programa prevê também a construção da Avenida Atlântica que deverá ser uma

alternativa à Avenida Paralela com 14,6 quilômetros de pista dupla, com três faixas

de tráfego por sentido, que começa na Avenida Luís Eduardo Magalhães e termina

na Avenida Dorival Caymmi, integrando o Centro de Convenções. A previsão é que

o tempo total de deslocamento por esta via seja menor do que 20 minutos. A

Avenida Atlântica contará, ainda, com oito conexões com o sistema viário existente:

viadutos, alças e rampas, duas ligações viárias simples (viaduto) e uma ponte

suspensa sobre o Parque Metropolitano de Pituaçu. A Ponte de Pituaçu passará por

cima do Parque de Pituaçu e será a primeira ponte pênsil do Brasil, com um

quilômetro de extensão e 600 metros de vão livre.

A Avenida ainda criará uma ligação direta desde o Centro de Convenções de

Salvador e Avenida Luís Eduardo Magalhães até os bairros de Mussurunga e Piatã.

Atende também as regiões do Imbuí, Boca do Rio, Jardim Imperial, Parque de

Pituaçu, Patamares, Piatã, Alto do Coqueirinho, Bairro da Paz e Aeroporto

Internacional. Segunda a Prefeitura, beneficiará uma população estimada de 430 mil

moradores, residentes nas suas áreas de influência direta.

Está prevista a construção de uma nova via expressa, chamada de Linha Viva, que

será mais uma alternativa à Avenida Paralela, com 20 quilômetros de pista dupla,

com três faixas de tráfego por sentido, ligando Bonocô e Rótula do Abacaxi ao

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Aeroporto. Construída sob o regime de PPP, terá cobrança de pedágio. O tempo

total estimado de deslocamento não ultrapassará os 15 minutos, beneficiando uma

população de 780 mil moradores, residentes na sua área de influência direta. Será

implantada na faixa de domínio das linhas de transmissão da CHESF, com nove

conexões com o sistema viário existente: viadutos, alças e rampas; vinte ligações

viárias simples, por viaduto. Também funcionará como opção de apoio à Avenida

Paralela, estabelecendo uma ligação direta do Centro Tradicional e Histórico de

Salvador ao CIA-Aeroporto (BA-526) e ao novo trecho da Estrada do Coco (BA-099),

através de sua conexão com a Avenida Mário Leal Ferreira (Vale do Bonocô),

permitindo uma alternativa de trânsito sem necessidade de utilizar a região do

Iguatemi. Atende, também, aos bairros de Pernambués, Cabula, Retiro, Saboeiro,

Narandiba, Imbuí, CAB, Sussuarana, S. Rafael / S. Marcos, Parque de Pituaçu,

"Miolo" de Salvador, Centro Tecnológico da Bahia, Alphaville II, Bairro da Paz,

Mussurunga e São Cristóvão.

Salienta-se também o Projeto Orla, que abrange 12 km de praias e pretende

requalificar a orla desde o Jardim de Alá até Itapoã. O objetivo é criar novos

equipamentos de uso público, padronizar as barracas de praia, oferecer novos

serviços aos banhistas e ainda organizar a circulação de transporte, melhorando o

trânsito. Em alguns trechos, a pista vai ser ampliada.

A RIT prevê a implantação de um Sistema Multimodal de Transporte de

Passageiros. As principais ações compreendem a modernização dos trens do

Subúrbio Ferroviário; a complementação da linha 1 do Metrô (Lapa/Acesso Norte),

atingindo o percurso de 12 km entre Lapa e Pirajá; a revitalização do Plano Inclinado

(Liberdade/Calçada); por fim, o Sistema BRT (Bus Rapid Transit) que possuirá 8,6

km ligando a Estação da Lapa ao Iguatemi. Este sistema será operado por ônibus de

grande capacidade e com prioridade de circulação no tráfego geral.

Nesse contexto se insere o Projeto Corredores de Transporte Público Integrado

(Eixo Lapa – Iguatemi), compreendendo como Área Diretamente Afetada (ADA), a

Estação da Lapa, Av. Vasco da Gama, Rua Lucaia, Av. Juracy Magalhães Júnior e a

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Av. Antônio Carlos Magalhães, eixos viários com elevada importância em nível da

estrutura viária do município de Salvador, objeto deste EIA/RIMA.

O projeto acima referido integra a Rede de Corredores Estruturantes, com

priorização para o transporte coletivo na circulação. Está apoiado na implantação de

Corredores tipo BRT (Bus Rapid Transit), com vias exclusivas para circulação de

ônibus nos dois sentidos, com estações de parada fixas, visando atender aos fluxos

de deslocamentos da população nos principais corredores de transporte da cidade.

O projeto tem como finalidade o máximo aproveitamento da infraestrutura de

transportes já existente, não configurando a necessidade de desapropriações para

adequação do projeto proposto. Além de prever a redução dos tempos e dos custos

de deslocamento, agilidade no atendimento, mais segurança para os passageiros e

menos emissão de poluentes.

O projeto do traçado encontra-se em conformidade com a Lei 7.400/2008 (PDDU,

2008), que traz em seu corpo as diretrizes gerais e específicas no que diz respeito

ao desenvolvimento socioeconômico e cultural do Município do Salvador, na busca

dos objetivos de “promover ações que gerem riqueza, distribuam renda, aumentem o

número de postos de trabalho, criem empregos, possibilitem o auto-emprego, o

empreendedorismo e propiciem igualdade de acesso às oportunidades”. (PDDU,

2008).

Diz o art. 11 quanto aos objetivos e diretrizes gerais da Política de Desenvolvimento

Econômico do Município:

Art. 11. A Política de Desenvolvimento Econômico do Município tem como principal objetivo promover ações que gerem riqueza, distribuam renda, aumentem o número de postos de trabalho, criem empregos com direitos, possibilitem o auto-emprego, o empreendedorismo e propiciem igualdade de acesso às oportunidades, sendo suas diretrizes gerais: I - aperfeiçoamento, simplificação e modernização do marco regulatório que rege desenvolvimento urbano, o uso do solo, a produção de bens e a prestação de serviços no Município, dentro de uma visão de sustentabilidade; II - valorização do papel do Poder Público Municipal no apoio à atividade econômica, reforçando as estruturas de informações, planejamento e operação dos instrumentos de Política Urbana mantidas pelo Município;

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III - promoção da ação integrada de organizações públicas, privadas e do terceiro setor, com vistas à implantação ou fortalecimento de redes e arranjos produtivos locais; IV - integração das políticas orientadas ao crescimento econômico às políticas de cunho social, em especial às de reparação voltadas à comunidade negra, às mulheres, aos chefes de famílias considerados analfabetos funcionais e com rendimento mensal inferior ao salário mínimo e pessoas com deficiência, estabelecendo programas e ações direcionados ao enfrentamento das condições críticas relacionadas à ocupação da mão-de-obra e à exclusão social; V - prioridade e incentivo aos setores da atividade econômica que façam uso intensivo e crescente de mão-de-obra formal, trabalho autônomo, cooperativas e economia solidária; VI - estímulo aos segmentos dinâmicos dos serviços e ramos industriais que incorporem tecnologias modernas e de baixo impacto ambiental, de forma a consolidar a posição de excelência do Município nos segmentos com poder de liderança e inovação, intensificando a complementaridade entre a cidade e sua área de influência e expandindo suas exportações; VII - apoio às indústrias criativas locais, bem como à produção cultural em geral, de modo a diversificar e valorizar a oferta de bens e serviços no Município; VIII - incentivo à qualificação, diversificação e internacionalização do turismo local; IX - incentivo ao turismo hospitalar de alta tecnologia com a implantação de hospitais e clínicas de alto padrão tecnológico; X - priorização de investimentos em logística e telecomunicações, base estratégica para o suporte das atividades econômicas no território do Município e para o incremento de seu comércio exterior de bens e serviços; XI - apoio às organizações locais dedicadas à pesquisa, difusão de novas tecnologias e formação de trabalhadores qualificados e criativos; XII - incentivo ao associativismo e à incorporação de microempresas e de trabalhadores autônomos à formalidade, visando o aumento da produtividade, da renda gerada e da sustentabilidade dos pequenos negócios; XIII - incentivo ao empreendedorismo inclusivo, tendo como protagonistas principais as mulheres, os negros, os jovens, os chefes de famílias considerados analfabetos funcionais e com rendimento mensal inferior ao salário mínimo e as pessoas com deficiência; XIV - criação de zonas econômicas especiais abertas ao investimento nacional e internacional. Já os art. 47 e 48 disciplinam os objetivos e diretrizes gerais da Política Cultural do Município do Salvador: “Art. 47. São objetivos da Política Cultural do Município do Salvador: I - garantir uma sociedade baseada no respeito aos valores humanos e culturais locais, capaz de promover a diversidade cultural, o pluralismo e a solidariedade; II - contribuir para a transformação da realidade social e a reversão do processo de exclusão social e cultural; III - consolidar Salvador como cidade criativa, centro produtor, distribuidor e consumidor de cultura, inserida nos fluxos culturais e econômicos mundiais; IV - promover o aperfeiçoamento e valorização dos profissionais da área da cultura; V - democratizar o planejamento e a gestão da cultura.” “Art. 48. As diretrizes gerais para a cultura são: I - adoção de uma concepção de desenvolvimento cultural que abranja o enfoque socioeconômico para a geração de oportunidades de emprego e

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renda e oriente as políticas públicas do setor, no sentido de compatibilizar a preservação do patrimônio e a inovação da produção cultural, sob a perspectiva da sustentabilidade e diversidade; II - apoio e incentivo à formação e ao fortalecimento das cadeias produtivas da economia da cultura, com participação prioritária de atores econômicos e culturais locais; III - atração de investimentos nacionais e internacionais para instalação de equipamentos de impacto cultural e econômico; IV - incentivo ao autofinanciamento da produção cultural, mediante aprimoramento da sua qualidade, de modo a integrar o artífice ao mercado de trabalho formal e ampliar a participação do setor na economia municipal; V - fortalecimento do patrimônio arqueológico como elemento de identificação cultural; VI - salvaguarda do patrimônio imaterial, constituído pelos saberes, vivências, formas de expressão, manifestações e práticas culturais, de natureza intangível, e os instrumentos, objetos, artefatos e lugares associados às práticas culturais; VII - articulação entre educação, trabalho e produção cultural, integrando-os ao contexto sócio-político e às expressões populares, enquanto produtoras de conhecimento; VIII - revitalização das áreas urbanas centrais e antigas áreas comerciais e industriais da cidade, mediante a implantação de centros de criação de produtos artísticos, audiovisuais e manufaturados. (PDDU, 2008)

No que diz respeito à área de interesse socioeconômico, os bairros que compõe a

área de influência direta do projeto estão inseridos em duas diferentes macroáreas

de ocupação, a saber: macroárea de requalificação urbana e macroárea de

manutenção da qualidade urbana.

Aplicando a análise acima ao traçado do projeto do corredor de transporte observa-

se que:

- A área do traçado, do seu ponto inicial até a interseção com a Av. Juracy

Magalhães Jr., e sua margem, estão classificados como área de requalificação

urbana;

- A área do traçado, do ponto de interseção na Rua Lucaia, até o ponto final no

Caminho das Árvores, e sua margem, estão classificados como área de manutenção

da qualidade urbana.

Por meio dessa observação, verifica-se que o projeto de implantação do Corredores

de Transporte Público Integrado, eixo Lapa – Iguatemi proposto, não desrespeita as

diretrizes traçadas na Lei 7.400/2008 (PDDU, 2008), no que diz respeito aos

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aspectos relacionados ao desenvolvimento socioeconômico e cultural do Município,

ao contrário, contempla os objetivos traçados no seu art. 8º, especialmente quanto

ao determinado nos seus incisos X, XII e XIII, conforme se observa a seguir:

Art. 8º São objetivos da Política Urbana do Município: X - adequar o adensamento populacional à capacidade da infra-estrutura existente e projetada, otimizando sua utilização e evitando a sobrecarga ou ociosidade das redes de atendimento público; XII - consolidar a policentralidade urbana, valorizando os centros já instalados e com infra-estrutura, fortalecendo as novas centralidades e promovendo a articulação entre elas;

XIII - assegurar condições adequadas de mobilidade no Município, com vistas à integração econômica, social e territorial, considerando os vários modos de deslocamento. (PDDU, 2008)

Assim, o projeto proposto quanto à sua Área Diretamente Afetada (ADA) e Área de

Influência Direta se adequa às diretrizes do PDDU (2008).

Por outro lado como já mencionado no item referente à justificativa do projeto, o

mesmo tem como objetivo estratégico valorizar o pedestre, propiciando sua

mobilidade com transportes públicos coletivos confiáveis, pela maior organicidade do

projeto e eficiência nas operações, de tal modo que torne convidativo para os atuais

usuários de veículos automotores individuais passarem a utilizar o sistema coletivo

de ônibus e de bicicletas.

Salienta-se que para facilitar o emprego de bicicletas, tanto individuais

quanto coletivas, serão construídas ciclovias integradas. Para melhor acessibilidade

às vias do BRT, estacionamentos públicos e privados serão incentivados em pontos

estratégicos.

Outro fator preponderante do ponto de vista socioeconômico do projeto ressaltado

no item referente aos seus objetivos é que as obras foram concebidas de tal modo

que não ocorrerão desapropriações, e busca ainda minimizar as demolições e

remoção de vegetação, sendo que os corredores gramados e ajardinados, assim

como as árvores maduras a serem retiradas poderão ser compensadas por um

projeto paisagístico, que inclua inclusive obras esculturais de artistas, criando, com

as edificações uma nova paisagem urbana aprazível, para as pessoas que trafegam

e que conviverão com tal ambiente.

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10.3.1.1 Dimensionamento e Caracterização Social e Econômica da População

dos Bairros que serão beneficiados, destacando-se aquelas a serem direta e/ou

indiretamente afetada pelo Empreendimento

Salvador é a terceira maior capital brasileira, com uma população de 2.675.656 de

habitantes, em 2010, e o comando de 3.573.973 na sua região metropolitana e a

oitava mais populosa da América Latina.

Quadro 2 - Evolução Demográfica de Salvador

PERÍODO POPULAÇÃO

1549 1.000

Final do século XVI 8.000

Meados do século XVII 10.000

Meados do século XVIII 37.343

Início do século XIX 45.000

1970 1.007.195

1980 1.502.013

1991 2.075.273

2000 2.443.107

2010 2.675.656 Fonte: Gordilho-Souza, 2000 e IBGE, Censos Demográficos. In: Andrade; Brandão, 2009

Gráfico 1 - Evolução da População do Município de Salvador

Salvador é uma das cidades mais densas da América Latina, apresentando

densidades próximas aos 600 hab/ha, nos bairros de Pero Vaz e da Liberdade,

densidade comparável ao Bairro de Copacabana no Rio de Janeiro. Caracterizada

por uma grande diversificação de padrões de assentamento populacional e de

0

1.000.000

2.000.000

3.000.000

1970 1980 1991 2000 2010

1.007.195

1.502.013

2.075.273

2.443.107 2.675.656

Fonte: IBGE, Censos demográficos, 1970 – 2010

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atividades econômicas. Salvador possui espaços escassos para a expansão da

habitação e equipamentos urbanos, assim como, também vem enfrentando graves

problemas de mobilidade. (DELGADO, 2011).

Quadro 3 - Densidade Demográfica de Salvador (2000 – 2010)

Densidade Habitacional por Domicílio Particular Permanente (Habitantes por Domicílios)

Salvador

2000 2010

3,73 3,11

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. http://www.sim.salvador.ba.gov.br/indicadores/index.php

Quadro 4 - Densidade Demográfica Bruta por habitantes (1991, 1996, 2000, 2010)

Densidade Demográfica Bruta (habitantes por km quadrado)

Salvador

1991 1996 2000 2010

6.704,00 7.145,00 8.036,72 8.801,21

Fonte: IBGE - Censo Demográfico. http://www.sim.salvador.ba.gov.br/indicadores/index.php

Quadro 5 - Densidade Demográfica Bruta por hectare (1991,1996,2000, 2010)

Densidade Demográfica Bruta (Habitantes por Hectare)

Salvador

1991

1996 2000 2010

76,04 71,45 80,36 88,01 Fonte: IBGE - Censo Demográfico. http://www.sim.salvador.ba.gov.br/indicadores/index.php

Os bairros mais densos revelam menores indicadores de renda e, portanto,

dependem fortemente do transporte público para realizar as suas viagens

quotidianas. (DELGADO, 2011).

No que diz respeito ao sistema viário, nas áreas de influência direta e indireta do

projeto verificam-se congestionamentos crônicos impondo baixas velocidades e

tempos de viagem cada vez maiores ao sistema de transporte coletivo.

Como bem observa Delgado (2011) ao analisar que:

[...] a mobilidade urbana em Salvador configura uma problemática complexa, produto do descaso histórico em termos de investimento público para o setor, assim como, da confluência de múltiplos fatores que impactam

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simultaneamente os padrões de mobilidade, comprometendo a sustentabilidade urbana, sendo os principais: a) a forte concentração de atividades urbanas em poucos locais, b) a falta de informações públicas atualizadas e confiáveis dos padrões de viagem, c) a falta de soluções que enfrentem eficazmente os desafios propostos pelo relevo acidentado da cidade, d) a queda do desempenho do transporte público na cidade, associado fortemente ao crescimento do uso do automóvel, e e) a descontinuidade do processo de gestão, na cidade [...]. (DELGADO, 2011).

Por outro lado, conforme Delgado (2011), a qualidade do serviço de transporte na

cidade de Salvador vem caindo, resultando em redução de sua atratividade para os

usuários potenciais, baixas frequências de operação, atrasos, interrupções de

viagens, problemas de segurança de trânsito e de segurança pública,

desestimulando os usuários potenciais a optar pelo ônibus.

Tal observação é atestada com as informações da Transalvador, ao afirmar que em

2000, o movimento de passageiros era de 501.971.852 e, em 2010 diminuiu para

465.589.079, ocasionando uma diferença de 36.382.773 de usuários de ônibus.

Quadro 6 - Movimentos de passageiros por Modal (2000 - 2010)

Fonte: Transalvador – Diretoria de Transporte. http://www.sim.salvador.ba.gov.br/

Conforme matéria publicada no Jornal A Tarde de 14.04.2013, se todos os veículos

registrados na capital baiana fossem distribuídos igualitariamente entre a população,

cada família (considerando-se uma média de cinco pessoas) teria um veículo. Isto é

o que revela o cruzamento dos dados da frota dos automóveis de passeio de

Salvador com o número de habitantes estimados no último censo do IBGE (2010).

Segundo os indicadores mais recentes do Detran-BA, em fevereiro de 2013, havia

aproximadamente 580 mil veículos de passeio registrados na capital baiana.

Considerando que a população soteropolitana está em torno de aproximadamente

2,7 milhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),

Modal 2000 2010

Ônibus 501.971.852 465.589.079

Ascensores 13.985.120 10.107.053

Trem 2.063.962 2.444.100

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já existe um carro registrado para cada 4,68 pessoas. Observa-se que o crescimento

dos veículos registrados na cidade é bastante expressivo: em 2010, a taxa era de

5,39 habitantes para cada carro. Um ano depois, a taxa cairia para 5,03.

Nos últimos quatro anos, a média foi de 30 mil novos veículos registrados no

sistema do Detran a cada ano. Isso representou, entre 2012 e 2013, um crescimento

de 5% na frota. Contudo, o número de veículos que circulam efetivamente na cidade

pode ser bem maior. Incluindo outras categorias de automóveis, como ônibus e

caminhões, a frota atual gira em torno de 830 mil veículos.

Em horários de pico, com os imensos engarrafamentos, é muito fácil verificar a

gravidade da situação. Segundo a Transalvador, na Avenida Paralela, por exemplo,

transita uma média de 20 mil carros por hora nesses momentos.

Em Salvador trafegam cerca de 2 milhões de pessoas por meio do sistema de

ônibus coletivo, o que, aliado à crescente frota de automóveis particulares, promove

congestionamentos em áreas centrais, principalmente nos horários de pico.

(ANDRADE; BRANDÃO, 2009).

Quadro 7 - Tipos de Veículo – Salvador (2006-2010)

TIPO DE VEÍCULO – SALVADOR

Veículos 2006 2010

Automóvel 355.257 522.295

Caminhão 11.300 19.134

Caminhonete 21.741 70.834

Motocicleta 39.552 83.884

Ônibus 5.755 18.180

Fonte: Gordilho-Souza, 2000 e IBGE, censos demográficos. In: Andrade; Brandão, 2009.

Estudo elaborado por Delgado (2011) aponta que na cidade de Salvador a

mobilidade urbana não tem qualidade, o transporte coletivo por ônibus apresenta

uma velocidade média de 14 km/h, sendo o recomendável para este modo

velocidades acima de 20 km/h. O tempo de espera é acima de 19 minutos, sendo o

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recomendável até 10 minutos. O tempo de percurso em viagens de 10 km é de 35

minutos (no interior do veículo), refletindo a baixa velocidade. Verifica-se

adicionalmente a existência de demandas cativas em bairros periféricos da cidade,

atendidos por uma única empresa – linha, nos seus deslocamentos. Entretanto, na

cidade de Belo Horizonte o transporte coletivo por ônibus apresenta uma velocidade

média de 19 km/h e foi instalado um eficaz sistema de informações para os usuários.

Os passageiros têm à disposição, dentro dos veículos e nos locais de embarque e

desembarque, painéis de informação que mostram a previsão de chegada dos

veículos, ou seja, no ponto de ônibus, os passageiros são informados sobre quanto

tempo vai demorar o próximo coletivo. (DELGADO, 2011)

Delgado (2011) alerta ainda, que na estação Pirajá se verifica que algumas linhas de

ônibus troncais apresentaram baixa frequência (menos que 6 ônibus por hora) e que

não há equilíbrio entre a oferta dos sistemas alimentador e troncal. As linhas troncais

recebem os passageiros das linhas alimentadoras, nas estações, devendo estas ter

maior capacidade e velocidade, assim como, melhores frequências, percorrendo

uma rota direta e rápida em direção às áreas centrais. A Estação encontra-se no

limite de sua capacidade, com 243 ônibus por hora e cerca de 93.000 passageiros

por dia.

Afirma ainda, Delgado (2011), que na Estação Iguatemi o uso das plataformas é

compartilhado entre o transporte metropolitano e o municipal, com participação,

respectivamente, de 14% e 86% da demanda total na hora do pico da manhã e de

11% e 89% na frota para a mesma hora. A capacidade das plataformas já está

esgotada, sendo necessário dobrar o número de berços para atendimento adequado

à atual demanda.

O empreendimento proposto propiciará redução na quantidade de ônibus e de

veículos automotores individuais, pois o sistema BRT em vias exclusivas e sem

cruzamentos ou semáforos reduz tempos de percursos a um quarto do tempo

atualmente necessário. Como já afirmado, por exemplo, para 8,6 km, o tempo total

deste percurso será reduzido para 16 minutos, com um número de passageiros

transportado quadruplicado.

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

A renomada socióloga Inaiá Carvalho (2011), ao analisar as condições sociais da

cidade de Salvador, afirma que:

Destacando-se por sua história, por sua beleza e pela riqueza do seu patrimônio e de sua cultura, Salvador também chama a atenção pelo tamanho dos seus problemas sociais. Como se sabe, ao longo da história da cidade esses problemas sempre foram muito grandes e persistentes e, além disso, no período mais recente a capital baiana e sua região foram especialmente penalizadas pelos efeitos negativos das transformações ocorridas na economia brasileira a partir dos anos 1980, ampliando os problemas ocupacionais e as desigualdades sociais, regionais e urbanas. (CARVALHO, 2011).

Afirma ainda Carvalho (2011), que a precariedade das condições de vida também é

mais acentuada em Salvador que em outras capitais brasileiras. A taxa de

mortalidade infantil, por exemplo, é bem mais alta que em Recife, Porto Alegre, Rio

de Janeiro e São Paulo. A taxa de abandono no ensino fundamental, também. A

distorção idade/série nos anos finais do ensino fundamental (que mostra o grave

problema do atraso escolar entre as nossas crianças e adolescentes) é igualmente

mais elevada na nossa capital.

Quadro 8 - Indicadores Sociais em Capitais Selecionadas

Capitais Selecionadas

Taxa de Mortalidade Infantil (1)

Taxa de Abandono no Ensino

Fundamental (2)

Distorção Idade/Série nos Anos Finais do

Ensino Fundamental (3)

Salvador 16,6 6,1 41,1

Recife 13,7 3,6 38,9

Rio de Janeiro 13,8 2,3 34,6

São Paulo 12,0 1,2 15,3

Porto Alegre 9,7 1,3 34,1

Fontes: 1) MS Pacto da Atenção Básica. 2 e 3) MEC/INEP. Extraído de CARVALHO, 2011, in: http://redeprofissionaissolidarios.objectis.net/salvador/texos/condicoes-sociais-segregacao-e-

violencia.

O município de Salvador, além de ser a capital, é o maior centro administrativo,

financeiro, de comércio e de serviços do Estado, respondendo por cerca de 40% da

arrecadação estadual de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços

(ICMS).

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As informações disponibilizadas no site da SEI (www.sei.ba.gov.br), com relação aos

Indicadores de Performance Econômica e Social no Estado da Bahia, apontam que

analisando-se os resultados obtidos dos Indicadores de Performance Econômica

(IPE) do Estado da Bahia para o ano de 2010, pode-se observar que, dos 417

municípios, 287 apresentaram IPE menor que 5000 e, 130 municípios tiveram o

indicador acima de 5000. Isto representa, em termos relativos, que 68,8% destes

municípios têm o IPE abaixo da média e 31,2% acima. Apenas três municípios

apresentaram o indicador superior a 5300, sendo estes: São Francisco do Conde

(5.585), Salvador (5.572) e Camaçari (5.450).

Verificando o Indicador de Performance Social (IPS) do Estado da Bahia para o ano

de 2010, observa-se que, dos 417 municípios, 250 apresentaram valores abaixo da

média e 167 acima, o que representa, em termos relativos, respectivamente, 59,95%

e 40,05%. No extremo inferior ficou o município de Brejolândia, que apresentou o

indicador próximo de 4.900. Quase a totalidade, ou seja, 414 municípios, o que

equivale a 99,3%, apresentaram o indicador entre 4.900 e 5.200. Quinze municípios

ficaram na faixa entre 5.100 e 5.200. Apenas três municípios apresentaram o

indicador acima de 5.200: Lauro de Freitas (5.287), Madre de Deus (5.228) e

Salvador (5.219).

Os municípios com maior performance social caracteriza-se por apresentar maior

oferta no atendimento dos serviços básicos, maiores rendas e elevados indicadores

de educação. Ordenando os dez municípios com o maior Indicador de Performance

Social (IPS), dados de 2010, têm-se: Lauro de Freitas (5.287), Madre de Deus

(5.229), Salvador (5.220), São Francisco do Conde (5.191), Camaçari (5.171), Cruz

das Almas (5.136), Pojuca (5.122), Ilhéus (5.116), Vitória da Conquista (5.114) e

Itapetinga (5.113).

Os dez municípios ordenados pelo maior Indicador de Performance Econômica (IPE)

para o ano de 2010 são: São Francisco do Conde (5.586), Salvador (5.572),

Camaçari (5.451), Dias d’Avila (5.267), Mucuri (5.259), Candeias (5.246), Feira de

Santana (5.200), Mata de São João (5.195), Lauro de Freitas (5.191) e Luís Eduardo

Magalhães (5.176).

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Destes municípios cinco estão localizados na Região Metropolitana de Salvador

(RMS), os demais têm expressão econômica em seus territórios de identidade.

Nestes municípios podem ser encontrados os principias empreendimentos

responsáveis, em grande parte, pelo desenvolvimento do estado.

No contexto socioeconômico da Região Metropolitana e Estadual, observa-se que

no período compreendido entre 1999 e 2007, o Produto Interno Bruto (PIB) do

Estado da Bahia cresceu 161,80%, passando de R$ 41,9 bilhões para R$ 109,6

bilhões, a RMS teve incremento da ordem de 138,93%, saindo de R$ 22,1 para R$

52,9 bilhões.

Gráfico 2 - PIB do Estado da Bahia (2000-2008)

Fonte: SEI e IBGE, 2009

As informações relacionadas ao PIB do município de Salvador, disponibilizadas pela

SEI e IBGE, revelam crescimento significativo do PIB do município de Salvador no

0,00

20.000,00

40.000,00

60.000,00

80.000,00

100.000,00

120.000,00

140.000,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008

46.523,21 52.095,84

60.671,84

68.146,92

79.083,23 90.919,33

96.520,70

109.651,84

121.508,47

Produto Interno Bruto a preços correntes Estado da Bahia, 2000-2008 (Em R$milhões)

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

período compreendido entre 1999 e 2007, quando passou de R$ 12,1 bilhões para

26,7 bilhões, com incremento da ordem de 120,66%.

A distribuição do PIB por setor de atividade revela que tanto no município de

Salvador quanto no conjunto do Estado da Bahia os serviços, incluindo

administração pública, representam a maior fatia do PIB, em Salvador 69,80% e na

Bahia 55,03%. O setor industrial no conjunto do Estado é mais representativo

(24,30%) que no município de Salvador (12,53%), o mesmo acontece com a

agropecuária que representa 7,40% e 0,05% respectivamente. (TTC, EIA/RIMA Via

Expressa Linha Viva, 2012).

Entretanto o maior destaque fica por conta dos impostos sobre produtos em que a

participação em Salvador (17,63%) é maior que no conjunto do Estado (13,27%),

além de que o montante arrecadado (R$ 5,23 bilhões) corresponde a 32,44% do

valor arrecadado em todo o Estado da Bahia no ano de 2008. (TTC, EIA/RIMA Via

Expressa Linha Viva, 2012).

Com relação às características do mercado de trabalho na AII (Salvador), segundo o

EIA/RIMA da Linha Viva, as informações do IBGE, considerando o Censo de 2000,

dão conta da existência de 2.028.377 pessoas em idade ativa, sendo que a

População Economicamente Ativa (PEA) é formada por 1.242.191 pessoas, o que

representa uma taxa de participação da ordem de 61,24%.

Afirma ainda o EIA/RIMA da Linha Viva, que a população desocupada é

representada por um contingente de 307.705 pessoas, o que implica em taxa de

desocupação da ordem de 24,77%, portanto, acima da taxa de desocupação da

área de influência direta para igual período, uma vez que, a mesma era de 21,72%,

e mais de 6 pontos percentuais maior que o desemprego no Estado da Bahia

(18,38%).

No ano de 2000, segundo informações do IBGE, a População em Idade Ativa (PIA)

do município de Salvador representava 19,50% da PIA total do Estado da Bahia, o

que demonstrava significativa concentração.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Gráfico 3 - População em Idade Ativa (PIA) em Salvador (2000)

Fonte: EIA/RIMA Linha Viva, 2012

Em relação à População Economicamente Ativa (PEA), a participação atingia

22,13% e a população ocupada representava 20,40% da população estadual

ocupada.

Gráfico 4 - População Economicamente Ativa (PEA) em Salvador (2000)

Fonte: EIA/RIMA Linha Viva, 2012

A oferta de postos de trabalho, notadamente no setor terciário da economia

(comércio e serviços, incluindo a administração pública), coloca o município de

Salvador como importante espaço de recepção de população, que justifica a

concentração de 20,4% da população ocupada no Estado da Bahia. (EIA/RIMA

Linha Viva, 2012).

As informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para o ano de 2009

revelam a existência de 758.599 empregos formais no município de Salvador.

Quanto á distribuição, observa-se que o setor de serviços é responsável por 40,98%

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

dos empregos, vindo a seguir a administração pública com 28,14% e comércio

16,09%. A construção civil se apresenta como a quarta atividade mais importante

em geração de empregos, com um contingente de 68.399 pessoas, o que

representa 9,02% do número de empregos existentes no período analisado. A

indústria de transformação tem participação de 3,91%; serviços industriais de

utilidade pública 1,29%; a indústria extrativa mineral tem participação de 0,43% e a

agropecuária 0,14%.

Quadro 9 - Número de Empregos Formais - Salvador (2009)

Número de empregos formais existentes por setor de atividade econômica - 31 de dezembro de 2009

Serviços 40,98%

Administração Pública 28,14%

Comércio 16,09%

Construção Civil 9,02%

Indústria de Transformação 3,91%

Serviços Industriais de Utilidade Pública 1,29%

Extrativa Mineral 0,43%

Agropecuária 0,14% Fonte: MTE, 2009

Gráfico 5 - Empregos Formais em Salvador (2009)

Fonte: MTE, 2009

41,0%

28,1%

16,1%

9,0%3,9%

1,3% 0,4% 0,1%

Serviços

Administração Pública

Comércio

Construção Civil

Indústria deTransformação

Serviços Industriais deUtilizadade Pública

Extrativa Mineral

Agropecuária

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

No que diz respeito aos níveis de renda na AII (Salvador), os responsáveis pelos

domicílios têm predominantemente renda até 3 salários mínimos (49,31%). O estrato

de renda situado entre 3 e 5 salários mínimos representa 12,37%; aqueles que têm

renda de 5 a 10 salários 12,89%; de 10 a 20 salários 7,36%. O segmento que tem

mais de 20 salários tem participação de 4,59%. Observa-se ainda que 13,47% dos

chefes de domicílios não têm rendimento. (EIA/RIMA LINHA VIVA, 2012).

Carvalho (2011) menciona que os estudiosos Carvalho e Corso construíram uma

tipologia para analisar os padrões de apropriação do território de Salvador,

mostrando que:

a) Os espaços superiores e médio-superiores (onde se predominam os grandes

empregadores, dirigentes e profissionais de nível superior) se concentram na

Orla Atlântica;

b) Os espaços médios (onde profissionais de nível superior se misturam

principalmente com pequenos empregadores, trabalhadores de escritório e

em ocupações de nível técnico) se localizam em boa parte no centro

tradicional e em outras áreas de ocupação mais antiga;

c) Os espaços de caráter popular ou popular inferior (onde residem os

trabalhadores manuais da indústria e do comércio, prestadores de serviços

não qualificados, ambulantes, biscateiros e similares) estão basicamente no

Miolo e nos Subúrbios, assim como em alguns enclaves da Orla, como o

Nordeste de Amaralina.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Figura 1 - Tipologia Socioespacial Região Metropolitana de Salvador, 2000

Fonte: Carvalho e Pereira (2008).

Carvalho (2011) afirma ainda, que a diferenciação existente entre esses espaços (e

entre as condições sociais dos seus moradores) é tão grande que, de uma forma um

tanto esquemática, pode-se dizer que Salvador comporta uma “cidade tradicional”,

uma “cidade moderna” e uma “cidade precária”.

A autora acima referida compreende que:

Na “cidade tradicional” (que se constituiu a partir do centro antigo e do seu entorno, é ocupada principalmente pelas camadas médias e por alguns segmentos populares, e onde se encontram o Pelourinho, o Comércio, Santo Antonio além do Carmo, Tororó, Federação ou Nazaré) o tecido urbano é compacto e tem uma certa homogeneidade; há um boa disponibilidade de bens e serviços mas essa “cidade” vem experimentando uma relativa decadência em termos populacionais e urbanos, e em algumas áreas, o valioso patrimônio histórico de Salvador encontra-se bastante ameaçado.

A “cidade moderna”, onde estão os bairros “nobres” e a população branca e de maior renda, ocupa, a partir do centro, as áreas próximas à Orla Atlântica, estendendo-se na direção do litoral norte até Lauro de Freitas, tendo a Avenida Paralela como uma espécie de “fronteira” com a cidade de composição mais popular. Trata-se de um espaço privilegiado, dotado de uma boa infraestrutura e de serviços públicos e privados diversificados e mais qualificados, concentrando as atrações turísticas, os equipamentos de lazer e de grande porte, assim como as oportunidades de trabalho e

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

obtenção de renda. Notadamente nas áreas mais azuis do mapa, que podem ser denominadas como a “Grande Barra e a Grande Pituba”.

Já a “cidade precária”, se estende por alguns pequenos espaços da Orla (como o Bairro da Paz e do Nordeste de Amaralina), pelo Miolo e pelos subúrbios ferroviários, chegando as “fronteiras” de Simões Filho e do interior de Lauro de Freitas. É ocupada basicamente pelas camadas populares e pela população negra. Aí o tecido urbano se caracteriza pela dispersão e pela contínua expansão, com o acréscimo de habitações precárias em grande parte auto-construídas, em processo de verticalização em áreas próximas às vias de maior circulação ou mais consolidadas, com um padrão construtivo um pouco melhor e um grande adensamento. (CARVALHO, 2011).

Constata-se na AID do empreendimento uma fragmentação socioeconômica o que

permite o beneficiamento do espaço parcelado pelas classes sociais de maior renda

(Classe A e B) nos bairros que atraem os maiores investimentos públicos e privados,

como no caso dos bairros de Itaigara, Pituba, o Horto Florestal e adjacências.

As condições de saneamento ambiental (água, esgoto e limpeza urbana) são boas

tanto na AII, quanto na AID.

a) Abastecimento de água

Com base nos dados disponibilizados pelo Serviço de Informação Municipal de

Salvador (SIM), que utiliza como Recorte a Região Administrativa, definida pela Lei

7.400/2008 (PDDU), na AID os domicílios particulares permanentes em sua maioria

contam com a rede pública de Abastecimento de Água.

Quadro 10 - Domicílio Particular Permanente segundo Tipo de Abastecimento de Água (Domicílio) – 2010

Regiões Administrativas Outra Forma

Poço ou Nascente (na Propriedade)

Rede de Abastecimento

de Água

RA I – Centro 129 192 28.823

RA V – Brotas 125 68 66.538

RA VII - Rio Vermelho 131 100 50.308

RA VIII - Pituba/Costa Azul 29 74 43.904

TOTAL 414 434 189.573 Fonte: IBGE - Censo Demográfico.

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EIA/RIMA

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b) Esgotamento sanitário

Com relação ao sistema de esgotamento sanitário na cidade de Salvador (AII),

observa-se que houve um aumento de domicílios particulares permanentes

atendidos pelo sistema de esgotamento sanitário, passando de 83,39 % em 2000

para 90,80 %.

Quadro 11 - Domicílios Particulares Permanente com Solução Adequada de Esgotamento Sanitário - Proporção (Percentual)

Domicílios Particulares Permanente

2000 2010

Salvador 83,39 90,80

Fonte: www.sim.salvador.gov.br

Entretanto, as informações do Ministério das Cidades dão conta de que no ano de

2008 existiam 322.896 ligações de esgotos no município de Salvador, a partir de

uma rede com 3.461 km de extensão, o que atendia uma população estimada em

1.954.691 pessoas. Ainda de acordo com a Secretaria Nacional de Saneamento

Ambiental do Ministério das Cidades o índice de tratamento de esgoto era de 99,2%.

c) Limpeza Urbana

Do mesmo modo, em Salvador constata-se um aumento de domicílios particulares

permanentes atendidos pela limpeza urbana quando, em 2000 eram 608.404

domicílios e em 2010 passou para 830.062 domicílios.

Quadro 12 - Domicílios Particulares Permanente com Coleta Adequada de Resíduos Sólidos

Domicílios Particulares Permanentes 2000 2010

Salvador 608.404 830.062 Fonte: www.sim.salvdor.gov.br

No período compreendido entre 2000 e 2010 o percentual de atendimento dos

domicílios por coleta, passou de 93,42% para 96,65%, o que equivale a dizer que

3,35% ou 28.944 domicílios não contava com coleta de lixo.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

d) Energia Elétrica

O EIA/RIMA Linha Viva (2012), diz que o município de Salvador, de acordo com

informações da COELBA, contava com 1.020.018 consumidores de energia elétrica

no ano de 2010, que representou uma evolução da ordem de 27,09% em relação ao

ano de 2005 e de 42,42% em relação ao ano de 2000. Vale salientar que entre 2000

e 2010 foram agregados 303.791 novos consumidores de energia elétrica.

Ainda o EIA acima referido menciona que no período 2000-2010 o consumo evoluiu

de 2.904.560 mwh em 2005 para 3.719.187 em 2010, com incremento da ordem de

28,05%. Também no que se refere ao consumo de energia elétrica, verifica-se que a

classe de consumo residencial ocupa a primeira posição, entretanto, a classe de

consumo comercial aparece também na segunda posição, porém bem mais próximo.

No ano de 2000 o consumo da classe residencial representava 43,42% e a classe

comercial 35,97%.

Quanto aos níveis de pobreza e vulnerabilidade social constata-se que, em 2000,

existiam significativos contingentes de famílias vivendo abaixo da linha da pobreza

no município em análise, considerando-se como linha de pobreza a proporção de

famílias com renda familiar per capita de até meio salário mínimo mensal (R$ 75,50).

Assim, em Salvador o número de famílias em situação de pobreza era de 200.233 e

correspondia a 28,0% do total. (EIA/RIMA LINHA VIVA, 2012).

10.3.1.2 Caracterização das condições de vida da população, incluindo nível de

instrução, habitação, saúde, religião e lazer

No intuito de dar uma maior visibilidade sobre a caracetrização das condições de

vida da população residente na AID foram utilizados os dados e informações

publicados no estudo “O Caminho das Águas em Salvador – Bacias Hidrográficas,

Bairros e Fontes”, elaborado pelo Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e

Gestão Social (CIAGS-EA/UFBa), em parceria com a Secretaira Estadual de Meio

Ambiente (SEMA) e CONDER, em 2013, na sua 2ª edição, em virtude da riqueza

das informações coletadas de forma direta junto a lideranças locais e moradores dos

bairros de Salvador. Além de dados do Atlas de Desenvolvimento Humano (2006).

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Os bairros da AID do projeto estão inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Lucaia, na

Bacia Hidrográfica do Rio Camarajipe e na Bacia de Drenagem Natural de Amaralina

/ Pituba.

Na Bacia Hidrográfica do Rio Lucaia consta a maioria dos bairros da AID quais

sejam: os bairros de Tororó, Nazaré, Barris, Boa Vista de Brotas, Engenho Velho de

Brotas, Federação, Acupe, Engenho Velho da Federação, Rio Vermelho, Chapada

do Rio Vermelho, Itaigara, Santa Cruz, Candeal, Nordeste de Amaralina e Vale das

Pedrinhas. Na Bacia do Rio Camarajipe encontra-se o bairro de Saramandaia e na

Bacia de Drenagem Natural de Amaralina/Pituba os bairros da Pituba e Caminho

das Árvores.

A Bacia do Rio Lucaia é ocupada por uma população situada em várias faixas de

renda mensal, embora haja uma predominância das rendas mais baixas, ficando os

chefes de família concentrados nas seguintes faixas: 26,74% têm rendimento

mensal de até 1 SM; 28,02% estão na faixa de mais de 1 até 3 SM; 26,67% estão na

faixa de mais de 3 a 10 SM, segundo aponta o estudo “ O Caminho das Águas em

Salvador”.

Quanto aos índices de escolaridade dos chefes de família que residem nessa bacia,

os mais significativos foram: 30,19% possuem de 11 a 14 anos de estudo e 16,96%

possuem mais de 15 anos de estudo. (IBGE, 2000).

Na área próxima às nascentes, encontra-se o Dique do Tororó, outrora um lago

natural que recebia as águas de pequenos rios e contribuía para originar o rio

Lucaia.

Vale mencionar que o Dique do Tororó é um lugar de culto do candomblé, morada

de Oxum, o orixá da água doce. Em 1998 foram construídas 12 estátuas

simbolizando orixás no espelho d’água e na terra, pelo escultor Tati Moreno –

iniciativa que integra o projeto de desenvolvimento turístico da Bahia. No seu

entorno existem áreas para as práticas de cooper, ginástica, remo e pesca, além de

restaurantes e quiosques.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Além do dique, existem nessa bacia várias fontes, dentre elas a Fonte do Tororó e a

Fonte do Dique do Tororó, ambas no Tororó; a Fonte Davi e a do Terreiro Ilê Oyá

Tununjá, em Brotas; a Fonte do Terreiro Mutuiçara e a do Gueto, no Candeal; a

Fonte do Terreiro Ilê Axé Oxumaré e a do Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Terreiro

da Casa Branca), na Av. Vasco da Gama; a Fonte do Terreiro Ilê Iya Omi Axé, na

Federação.

O estudo “O Caminho das Águas” menciona que “os bairros inseridos nessa Bacia

são atendidos pelo Sistema de Esgotamento Sanitário de Salvador”. Porém existem

ligações clandestinas de esgoto à rede pluvial, em função de dificuldades

topográficas, resistência por parte de cidadãos em conectar seus imóveis à rede

pública coletora de esgotamento sanitário, ocupação desordenada, com a existência

de imóveis sobre galerias e canais de drenagem, em fundos de vale e encostas,

gerando dificuldades de implantação da rede coletora de esgoto, além de reformas e

ampliações de imóveis sem a devida regularização junto à Prefeitura Municipal.

A Bacia do Camarajipe é ocupada por uma população situada, predominantemente,

nas menores faixas de renda. Seus chefes de família encontram-se distribuídos da

seguinte maneira:

a) 30,64% recebem até 1 SM mensal;

b) 30,11% estão na faixa de mais de 1 até 3 SM;

c) 3,89% recebem mais de 20 SM.

De acordo com o estudo anteriormente citado, os índices de escolaridade dos

chefes de família dessa bacia revelam o seguinte quadro: 6,61% não têm instrução,

25,97% possuem de 4 a 7 anos de estudo, 30,34% possuem de 11 a 14 anos e

apenas 9,38% possuem mais de 15 anos de estudo. (IBGE, 2000).

A seguir apresentam-se a caracterização socioeconômica dos bairros definidos

como Área de Influência Direta (AID) do projeto, quanto aos aspectos demográficos,

longevidade, mortalidade e fecundidade, nível educacional, renda, pobreza e

desigualdade, emprego, acesso a serviços básicos e bens de consumo.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

A Área de Influência Direta (AID) como já mencionado é composta pelos bairros de

Acupe, Barris, Candeal, Caminhos das Árvores, Centro, Chapada do Rio Vermelho,

Engenho Velho da Federação, Engenho Velho de Brotas, Federação, Garcia,

Itaigara, Nordeste de Amaralina, Pituba, Rio Vermelho, Santa Cruz, Saramandaia,

Tororó, totalizando aproximadamente 339.711 habitantes. (IBGE, 2010).

Quadro 13 - População dos Bairros da Área de Influência Direta (AID) 2010 – 2000

Bairros População Ano 2010 População Ano 2000

Acupe 11.213 10.515

Barris 4.845 4.859

Candeal 13.553 11.036

Caminho das Arvores 12.323 10.065

Centro 15.695 15.688

Chapada do Rio Vermelho 21.955 20.644

Engenho Velho da Federação 24.555 24.653

Engenho Velho de Brotas 25.703 26.105

Federação 36.362 39.154

Garcia 14.180 14.483

Itaigara 10.874 11.573

Nordeste de Amaralina 21.887 20.684

Pituba 65.160 53.222

Rio Vermelho 18.334 17.664

Santa Cruz 27.083 30.016

Saramandaia 11.272 10.267

Tororó 4.717 3.940

Total 339.711 324.568

Fonte: Censos Demográficos. IBGE, 2000 e 2010

As famílias da AID residem em aproximadamente 115.358 domicílios particulares

permanentes. (IBGE, 2010).

Quadro 14 - Domicílios Particulares AID e AII

BAIRROS Domicílios Particulares e Coletivos absolutos

Salvador 866.956

Acupe 3.788

Barris 1.765

Caminho das Árvores 4.219

Candeal 4.542

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

BAIRROS Domicílios Particulares e Coletivos absolutos

Centro 6.538

Chapada do Rio Vermelho 6.831

Engenho Velho da Federação 7.705

Engenho Velho de Brotas 8.434

Federação 12.568

Garcia 4.793

Itaigara 3.537

Nordeste de Amaralina 6.850

Pituba 23.397

Rio Vermelho 6.866

Santa Cruz 8.462

Saramandaia 3.451

Tororó 1.612

Total 115.358 Fonte: Censo Demográfico. IBGE, 2010

Com relação às condições de habitação constata-se que na AID existem diversos

tipos de moradias, variando as de baixo padrão nos bairros de Saramandaia, e

Engenho Velho da Federação e as de médio e alto padrão nos outros bairros da

área.

Quanto ao acesso dos bairros inseridos na AID aos serviços públicos (água,

esgotamento sanitários, energia elétrica e lixo) de maneira geral é satisfatório

conforme pode ser observado no quadro a seguir:

Quadro 15 – Acesso a Serviços Públicos - AID e AII (2010)

BAIRRO

% Agua

% Esgotamento Sanitário

% Energia elétrica

% Lixo Coletado por

serviço de limpeza

Rede Total %

Área de Influência Indireta (AII)

Salvador (AII) 98,88 99,99 99,57 99,79 61,23

Área de Influência Indireta (AID)

Acupe 99,55 100,00 99,97 99,89 59,99

Barris 90,41 100,00 100,00 100,00 69,90

Caminho das Árvores 99,74 100,00 100,00 100,00 91,71

Candeal 99,84 100,00 99,96 99,91 79,26

Centro 99,81 100,00 99,65 99,94 81,28

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

BAIRRO

% Agua

% Esgotamento Sanitário

% Energia elétrica

% Lixo Coletado por

serviço de limpeza

Rede Total %

Chapada do Rio Vermelho

99,62 100,00 99,93 99,71 54,72

Engenho Velho da Federação

99,56 100,00 99,90 99,79 40,40

Engenho Velho de Brotas

99,55 100,00 99,92 99,74 43,05

Federação 99,52 100,00 99,92 99,76 64,86

Garcia 99,74 100,00 99,87 99,77 57,17

Itaigara 99,94 100,00 100,00 100,00 99,09

Nordeste de Amaralina

99,55 100,00 99,9 99,8 68,33

Pituba 99,71 99,98 99,96 99,96 94,79

Rio Vermelho 99,65 99,94 99,93 99,93 79,14

Santa Cruz 99,40 100,00 99,93 99,89 59,22

Saramandaia 98,29 100,00 99,01 99,30 28,04

Tororó 99,87 100,00 99,87 99,87 79,61

Fonte: IBGE, 2010

A caracterização socioeconômica dos bairros definidos como Área de Influência

Direta (AID) do empreendimento, envolve os aspectos demográficos, longevidade,

mortalidade e fecundidade, nível educacional, renda, pobreza e desigualdade,

emprego, acesso a serviços básicos e bens de consumo, cujos dados foram

compilados do Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS (IDH) 2006 e do estudo

“Os Caminhos das Águas em Salvador (2010)”, cuja base é o Censo Demográfico –

IBGE (2000 e 2010).

- ACUPE

O bairro tem como uma de suas principais referências, a praça onde existe o módulo

policial, que ficou amplamente conhecida pela ornamentação feita durante a Copa

do Mundo de Futebol em 2006. Essa praça, desde então, é palco da Feira de Saúde

e Cidadania, um evento que mobiliza a comunidade por seus projetos sociais e que

já se tornou marcante, pois é justamente quando se comemora o aniversário da

Associação de Moradores.

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

O Acupe possui uma população de 11.304 habitantes, o que corresponde a 0,46%

da população de Salvador; concentra 0,48% dos domicílios da cidade, estando

20,99% dos seus chefes de família situados na faixa de renda mensal de 5 a 10

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 37,05% dos

seus chefes de família têm entre 11 a 14 anos de estudo.

- BARRIS

Dentre os equipamentos públicos de destaque do bairro está a Biblioteca Pública do

Estado da Bahia, mais conhecida como Biblioteca Central dos Barris, que desde

1970 constitui-se em grande referência para a Cidade.

O Bairro conta ainda com o Shopping Piedade e o Center Lapa, construídos

respectivamente em 1985 e 1996 e abriga a principal estação de transbordo de

Salvador – a Estação da Lapa, construída na década de 1980. Essa é uma das

áreas mais dinâmicas do centro de Salvador.

A Delegacia de Proteção ao Idoso, o Complexo Policial dos Barris, onde concentra-

se a Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes, a Delegacia de Homicídios e 1ª

Delegacia, a sede do Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS da Bahia (GAPA) e a

Associação Baiana de Cegos, compõem o conjunto de instituições de apoio ao

cidadão, também sediadas no bairro.

A localização da Associação Baiana de Cegos, no bairro, estimulou a adaptação de

algumas das suas ruas, com a implantação de pistas táteis nos passeios públicos.

Dentre as instituições de ensino dos Barris destacam-se o Instituto Nossa Senhora

do Salete, com mais de 140 anos – uma das primeiras edificações do local e a

Faculdade Visconde de Cairu, instalada nos Barris desde 1905.

Compõe ainda o cenário deste antigo bairro a Fonte Coqueiro, construída em 1771,

chamada de Fonte do Caminho Velho ou Fonte da Vila Velha, por situar-se à

margem do caminho que conduzia ao núcleo criado por Diogo Álvares Correia.

Depois de abandonada, ficou conhecida como Fonte do Coqueiro da Piedade e em

1987 foi soterrada para a construção da Estação da Lapa.

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

O bairro dos Barris possui uma população de 4.845 habitantes, o que corresponde a

0,29% da população de Salvador, concentra 0,35% dos domicílios da cidade,

estando 26,65% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de 5 a 10

salários mínimos.

No que se refere à escolaridade, constata-se que 41,16% dos chefes de família têm

de 11 a 14 anos de estudos.

- CAMINHO DAS ÁRVORES

No bairro destaca-se a Alameda das Espatódeas, que concentra as atividades

comerciais e de prestação de serviço, atraindo compradores de toda a cidade.

Os moradores do bairro têm lutado contra a intensificação do uso comercial no

bairro desde a década de 1990 – fato esse, a intensificação do comércio, que já se

tornou parte do cotidiano dos antigos e novos moradores. Segundo afirma

representante da Associação dos Moradores do Caminho das Árvores, os

moradores tiveram uma grande vitória ao assegurar, no PDDU de 2008, a ratificação

da lei que determina que o Caminho das Árvores deve ser unirresidencial e ter uma

área restrita para a atividade comercial.

Entre os principais equipamentos do bairro estão o Shopping Center Iguatemi, o

Jornal A TARDE, a Casa do Comércio, o Salvador Trade Center e a Praça São

Vicente, recentemente reformada.

O Caminho das Árvores possui uma população de 10.065 habitantes, o que

corresponde a 0,41% da população de Salvador; concentra 0,41% dos domicílios da

cidade, estando 51,41% dos seus chefes de família situados na faixa de renda

mensal de mais de 20 salários mínimos. No que refere à escolaridade, constata-se

que 54,40% dos seus chefes de família têm 15 anos de estudo ou mais.

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

- CANDEAL

Neste bairro localiza-se ainda, a Fonte do Terreiro Mutuiçara, que antes do

abastecimento da EMBASA, era utilizada para consumo humano e que atualmente

serve para atividades domésticas e rituais religiosos.

O Candeal possui uma população de 13.553 habitantes, o que corresponde a 0,50%

da população de Salvador; concentra 0,53% dos domicílios da cidade, estando

29,99% dos seus chefes de família situados na faixa de renda mensal de mais de 20

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 41,21% dos

seus chefes de família têm mais de 15 anos de estudo.

- CHAPADA DO RIO VERMELHO

Neste bairro, os equipamentos a serviço da comunidade são o 15º Centro de Saúde,

a Escola Comunitária Cristo e a CEASA.

A Chapada do Rio Vermelho possui uma população de 21.955 habitantes, o que

corresponde a 1,01% da população de Salvador, concentra 0,95% dos domicílios da

cidade, estando 26,94% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de

1 a 2 salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 33,15%

dos chefes de família têm de 4 a 7 anos de estudos.

- ENGENHO VELHO DA FEDERAÇÃO

Em 2005, o bairro foi reconhecido pelo governo federal como um quilombo urbano.

O conceito de quilombo urbano foi definido por decreto federal, como “uma

localidade que tem história de resistência da herança afro-brasileira e um sentido

forte de territorialidade e de comunidade”.

Embora o bairro tenha como característica a existência de religiões de matriz

africana, entre as manifestações religiosas do local está a Procissão de São Lázaro,

evento que ainda hoje mobiliza a região e moradores de outros bairros da cidade.

O carnaval é também uma data especial para o Engenho Velho da Federação, que

tem representações no único bloco do bairro no carnaval, que é o Afro Bogum.

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Entre os principais equipamentos públicos deste bairro estão a Escola Municipal

Engenho Velho da Federação, a Escola Municipal Padre Jose de Anchieta e o

Colégio Estadual Henriqueta Martins Catharino. Neste bairro encontra-se a Fonte do

Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká.

O Engenho Velho da Federação possui uma população de 24.555 habitantes, o que

corresponde a 0,98% da população de Salvador, concentra 1% dos domicílios da

cidade, estando 24,57% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de

1 a 2 salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 29,54%

dos chefes de família têm de 4 a 7 anos de estudos.

- ENGENHO VELHO DE BROTAS

Entre os principais equipamentos públicos do bairro estão: a Delegacia de

Atendimento à Mulher - DEAM; o Colégio Estadual Vitor Civita, a Escola Municipal

João XXIII, o Colégio Estadual Leda Jesuíno dos Santos e o Colégio Estadual

Cidade de Curitiba.

O Engenho Velho de Brotas possui uma população de 25.703 habitantes, o que

corresponde a 1,06% da população de Salvador; concentra 1,08% dos domicílios da

cidade, estando 19,54% dos seus chefes de família situados na faixa de renda

mensal de 1 a 2 salários mínimos.

No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,09% dos seus chefes de família

têm entre 8 a 10 anos de estudo.

- GARCIA

Atualmente, o bairro tem entre os seus grandes equipamentos urbanos, o Teatro

Castro Alves e três dos mais tradicionais colégios de Salvador - o Colégio Antônio

Vieira, o Colégio do Santíssimo Sacramento (Sacramentinas) e o Colégio Dois de

Julho, onde, no século XIX, ficava a sede da fazenda.

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Uma tradição no Garcia é o carnaval e a marca desta festa no bairro é o Bloco

Mudança do Garcia, cuja principal característica é a sua irreverência e crítica

política.

O nome “Mudança do Garcia” veio em 1960, por sugestão do prefeito Heitor Dias,

devido às mudanças feitas no bairro visando a melhoria de sua infraestrutura.

O Beco dos Artistas também é uma forte marca deste bairro. No local, nas décadas

de 1970 e 1980, havia uma intensa concentração de artistas e estudantes, que

fizeram do Beco um símbolo de protesto e resistência contra a Ditadura Militar.

O Garcia possui uma população de 14.180 habitantes, o que corresponde a 0,52%

da população de Salvador, concentra 0,56% dos domicílios da cidade, estando

17,28% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários

mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 34,92% dos chefes de

família têm de 11 a 14 anos de estudos.

- FEDERAÇÃO

Na Federação existem muitos Terreiros de Candomblé, dentre os quais, o Terreiro

do Gantois, que tem uma história secular. Fundado em meados do século XIX, no

local onde existia uma fazenda que deu origem ao nome do candomblé.

Na Federação existe a Fonte do Terreiro Ilê Axé Oxumaré, excelente para banho,

mas inadequada para consumo humano e a Fonte do Terreiro Ilê Iya Omi Axé nas

mesmas condições da fonte anterior.

O bairro abriga prédios de grande valor histórico como a Faculdade de Filosofia e

Ciências Humanas da UFBa, no qual, em passado não muito distante, funcionou o

Noviciato da Ordem das Ursulinas. A Escola Politécnica, antiga chácara de Odorico

Dórea, foi um dos principais fornecedores de leite da cidade.

Composto pelas localidades de São Lázaro, Alto do Sobradinho e Alto da Bola e

pelo Conjunto Habitacional Parque São Braz e luxuosos edifícios localizados na Rua

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Aristides Novis, a Federação é também conhecida pela presença de muitas

emissoras de rádio e televisão de Salvador.

Geralmente, no último domingo do mês de janeiro, acontece na comunidade de São

Lázaro a festa em louvor a este santo. Nesta ocasião os católicos rezam uma missa

e saem em procissão pelas ruas do bairro. Já o povo de santo homenageia Omolu

com a lavagem das escadarias da Igreja, velas acesas e banho de flor (pipoca).

A Federação possui uma população de 39.154 habitantes, o que corresponde a

1,56% da população de Salvador, concentra 1,72% dos domicílios da cidade,

estando 18,19% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de 1 a 2

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 32,30% dos

chefes de família têm de 11 a 14 anos de estudos.

- ITAIGARA

Atualmente, os edifícios dominam a paisagem do bairro, que teve seu crescimento

urbano impulsionado pela construção do Shopping Itaigara em 1980.

Outros empreendimentos comerciais e de serviços nos arredores, como o Boulevard

161, o Empório Itaigara e o Max Center, também contribuíram para o

desenvolvimento do bairro que hoje em dia tem como um dos seus principais

problemas o intenso fluxo de veículos.

Localizam-se no Itaigara a Praça Coronel Waldir Aguiar, a Praça Alfred Nobel e a

Praça Dom Timóteo.

O Itaigara possui uma população de 10.874 habitantes, o que corresponde a 0,50%

da população de Salvador, concentra 0,49% dos domicílios da cidade, estando

53,36% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de mais de 20

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 65,53% dos

chefes de família têm 15 anos ou mais de estudos.

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- NORDESTE DE AMARALINA

O Nordeste de Amaralina possui uma população de 21.887 habitantes, o que

corresponde a 0,98% da população de Salvador, concentra 0,96% dos domicílios da

cidade, estando 18,55% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de

1/2 a 1 salário mínimo.

Historicamente, na segunda metade do século XIX, as terras que correspondem aos

bairros Chapada do Rio Vermelho, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas, o Nordeste de

Amaralina e as localidades de Areal, Boqueirão e Nova República eram grandes

fazendas que mais tarde foram loteadas.

Assim, parte da ocupação dessa área começou por pessoas que vieram do interior

para trabalhar nestas fazendas e depois se converteram em empregadas

domésticas, lavadeiras e caseiros, que por trabalharem nas casas de veraneio

construídas em meados do século XX nas imediações da Praia de Amaralina,

terminaram por fixar-se nas redondezas.

Casas de taipa, sem energia elétrica e água encanada e uma espaçada população,

deram origem ao bairro que hoje é visto como uma “ilha popular” entre vários bairros

considerados como de alta renda. O comércio forte e variado é uma das principais

fontes de renda dos habitantes do Nordeste de Amaralina. Além das associações de

moradores e conselhos comunitários, existem mais quatro entidades atuantes na

defesa da comunidade: a Sociedade União e Defesa dos Moradores do Nordeste de

Amaralina, a Sociedade Primeiro de Maio, a Sociedade Protetora dos Posseiros de

Ubaranas e a Sociedade Cultural do Bairro de Amaralina. Neste bairro, Mestre

Bimba, criador da capoeira regional viveu parte de sua vida e manteve a sua

academia.

Entre os principais equipamentos públicos do bairro estão a 28ª Circunscrição

Policial – Delegacia, a Escola Polivalente de Amaralina, o Colégio Estadual

Professor Carlos Santana, situado no famoso Beco da Cultura e o Centro Social

Urbano.

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- PITUBA

A Pituba constitui-se em um importante centro comercial e prestador de serviços,

sendo considerável o volume de impostos arrecadados, além do elevado valor do

solo urbano.

Entretanto, apesar da intensa e acelerada urbanização, a Pituba ainda preserva

espaços naturais de lazer e entretenimento para muitos dos seus moradores. Por

exemplo, a Lagoa Vela Branca, outrora situada em uma região de dunas e o Parque

Joventino Silva, mais conhecido como Parque da Cidade, que ainda conserva

resquícios da mata atlântica.

Entre os principais equipamentos públicos deste bairro estão: a Praça Newton Rique

e a Praça Nossa Senhora da Luz, onde foi construída, neste século, a Fonte Nossa

Senhora da Luz.

A Pituba possui uma população de 65.160 habitantes, o que corresponde a 2,02%

da população de Salvador; concentra 2,26% dos domicílios da cidade, estando

32,91% dos seus chefes de família situados na faixa de renda mensal de mais de 20

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 53,34% dos

seus chefes de família têm 15 anos ou mais de estudo.

- RIO VERMELHO

O bairro que já foi aldeia indígena, vila de pescadores e local de veraneio das

famílias mais abastadas de Salvador hoje é área caracterizada como uma zona de

concentração comercial e de serviços, sendo um ponto de encontro dos que vivem

com intensidade a noite em Salvador. No dia 02 de fevereiro acontece no Rio

Vermelho a tradicional e popular Festa de Iemanjá.

Entre os principais equipamentos públicos do bairro, estão a Escola Municipal

Euricles de Matos, o Colégio Estadual Manoel Devoto, a 7ª Circunscrição Policial -

Delegacia e a Biblioteca Juracy Magalhães.

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O Rio Vermelho possui uma população de 18.334 habitantes, o que corresponde a

0,85% da população de Salvador, concentra 0,95% dos domicílios da cidade,

estando 21,74% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de 5 a 10

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,77% dos

chefes de família têm mais de 15 anos de estudo.

- SANTA CRUZ

Outrora este bairro foi palco de diversos grupos de samba, como o Samba Elite e o

Samba Santa que, durante o período junino, disputavam, com grupos de samba de

outros bairros e localidades, fazendo a alegria do povo.

Os grupos de samba em Santa Cruz marcaram tanto esta comunidade, que os

largos onde ocorriam os ensaios ficaram conhecidos como o Largo do Samba Elite e

o Largo do Samba Santa.

Entre os principais equipamentos públicos do bairro estão a Escola Municipal União

Santa Cruz, a Escola Municipal Artur Sales e a Escola Estadual Dionísio Cerqueira.

O bairro Santa Cruz possui uma população de 27.083 habitantes, o que corresponde

a 1,05% da população de Salvador, concentra 0,99% dos domicílios da cidade,

estando 31,19% dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de 1 a 2

salários mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 34,75% dos

chefes de família têm de 4 a 7 anos de estudos.

- SARAMANDAIA

Culturalmente, o bairro tem muita afinidade com o teatro, a dança, a capoeira e a

percussão. Entre seus principais equipamentos estão a Escola Marisa Baqueiro

Costa, a Paróquia São Francisco de Assis, a Escola Municipal Risoleta Neves e a

Fundação Cidade Mãe.

O bairro de Saramandaia possui uma população de 11.272 habitantes, o que

corresponde a 0,42% da população de Salvador; concentra 0,39% dos domicílios da

cidade, estando 30,03% dos seus chefes de família situados na faixa de renda

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mensal de meio a 1 salário mínimo. No que se refere à escolaridade, constata-se

que 35,71% dos seus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estudo.

- TORORÓ

Entre os principais equipamentos do Tororó estão o Hospital Martagão Gesteira, a

Escola Municipal Amélia Rodrigues, o Asilo dos Expostos e a Capela da Pupileira.

Nesse bairro existe a Fonte do Dique do Tororó que, construída no século XIX,

funcionou até a instalação da rede de distribuição de água no início do século XX; e

a Fonte do Tororó, uma das nascentes que alimenta o Dique, datada do século XIX

e tombada pelo IPAC, em 1984.

O Tororó possui uma população de 4.717 habitantes, o que corresponde a 0,19% da

população de Salvador, concentra 0,22% dos domicílios da cidade, estando 25,11%

dos chefes de família situados na faixa de renda mensal de mais de 5 a 10 salários

mínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 46,38% dos chefes de

família têm de 11 a 14 anos de estudos.

Salienta-se que para a caracterização da AID utilizou-se também, os dados e

informações publicados no Atlas de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitano de Salvador (2006), que teve como base o censo demográfico de

2000.

O IDH sintetiza o nível de sucesso atingido pela sociedade no atendimento das três

necessidades básicas e universais do ser humano: acesso ao conhecimento

(dimensão educação), direito a uma vida longa e saudável (dimensão longevidade) e

direito a um padrão de vida digno (dimensão renda).

A seguir apresenta-se o Perfil das Unidades Espaciais de Salvador, compilado do

Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS (2006), que abrange os bairros da AID

do projeto, a saber:

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- UNIDADE ESPACIAL BARRIS/ TORORÓ/ NAZARÉ/ LARGO 2 DE JULHO

(Gamboa, Politeama)

Esta Unidade está localizada no centro da cidade e abriga residências

pluridomiciliares e unidomiciliares de médio e baixo padrão construtivo. Abriga

atividades comerciais e de serviços diversificados e em grande quantidade,

localizadas em diversas áreas.

A densidade demográfica (hab/Km2) da unidade em 1991 era de 15,850 e em 2000

era de 8,066.

Encontra-se nesta UDH, o Terminal de Ônibus da Lapa, o maior da cidade, a

Itaipava Arena Fonte Nova e o Dique do Tororó, além de 2 (dois) shopping-centers e

faculdades.

Quadro 16 - População e Estrutura Etária (Barris, Tororó, Nazaré, Largo 2 de Julho)

Parâmetros 1991 2000

População Total 28.371 24.773

Menos de 15 anos 5.595 3.348

15 a 64 anos 20.061 18,036

65 anos e mais 2.715 2,889

Razão de dependência 41,4% 37,4% Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma média de

décrescimo populacional anual de 1,5%, passando de 28,37 em 1991, para 24,77

em 2000.

Em 2000, a população da unidade repressentava 0,82% da população da Região

Metropolitana de Salvador.

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Quadro 17 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade (Barris, Tororó, Nazaré, Largo 2 de Julho)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 28,5 21,8

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 36,9 26,5

Esperança de vida ao nascer (anos) 70,2 74,1

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

23,43%, passando de 28,5 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 21,80 (por mil

nascidos vivos) em 2000. A esperança de vida ao nascer cresceu 3,95%, passando

de 70,2 anos em 1991 para 74,10 anos em 2000.

Quadro 18 - Renda, Pobreza e Desigualdade (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 590,7 645,9

Proporção de Pobres (%) 9,0 8,1

Índice de Gini 0,50 0,51

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006.

A renda per capita média da unidade cresceu 9,35%, passando de R$590,68 em

1991, para R$ 645,93 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com

renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade do salário

mínimo vigente em agosto de 2000), diminuiu 9,58%, passando de 9,0% em 1991

para 8,1% em 2000. A desigualdade cresceu: o índice de Gini passou de 0,50 em

1991 para 0,51 em 2000.

Quadro 19 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 2,4 2,5

40% mais pobres 9,6 9,8

60% mais pobres 23,3 23,6

80% mais pobres 45,9 45,9

20% mais ricos 54,1 54,1 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

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Na unidade espacial o percentual dos ocupados em caráter formal é de 65,7%, em

caráter informal é de 34,3 % e de empregados no setor privado com carteira

assinada é de 43,6 %.

Quadro 20 – Características de Ocupação (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 65,7

Percentual dos ocupados em caráter informal 34,3

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 42,6

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 16,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Quanto a População Economicamente Ativa (PEA), taxas de participação da PEA na

População em Idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego a unidade apresenta o

seguinte quadro:

Quadro 21 – Emprego e população (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de

participação PEA na PIA (%)

Taxa de desemprego (%)

15 a 17 229 18,8 33,4

18 a 24 2,907 67,7 34,1

25 a 59 10,287 82,6 13,3

60 e mais 590 16,8 16,2

15 e mais 14,014 65,3 18,1 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Verificou-se que a taxa de desemprego na unidade na faixa etária 15 -17 anos era

de 33,4%, entre 18 a 24 anos era de 34,1% e na faixa de 25 a 59 anos era de

13,3%.

Quadro 22 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais)

(Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 4,1 2,7

% com menos de 4 anos de estudo 10.3 7,6

% com menos de 8 anos de estudo 28,0 21,5

Média de anos de estudo 9,7 10,3

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991 - 2000, a taxa de analfabetismo na unidade diminuiu, passando de

4,1% para 2,7%.

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Observou-se que em 2000, o serviço público de coleta de lixo ocorria em 99,7% do

total de domicílios da unidade. A energia elétrica estava presente em 100% do total.

Em 99,0% dos domicílios tinham água encanada conforme quadro, a seguir.

Quadro 23 – Acesso a Serviços Básicos (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 95,2 99,0

Energia Elétrica 99,9 100,0

Coleta de lixo 95,2 99,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006.

No que diz respeito ao acesso aos bens de consumo observa-se que do total de

domicílios existentes na unidade houve um crescimento no acesso aos bens de

consumo de 1991 a 2000. Em 2000, 96,9 % dos residentes possuíam geladeira,

98,7% televisão, 88,5% telefone e 33,0% computador.

Quadro 24 – Acesso a Bens de Consumo (Barris, Tororó, Nazaré, Lgo 2 de Julho)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 93,6 96,9

Televisão 94,1 98,7

Telefone 68,0 88,5

Computador Não Disponível 33,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Conforme mencionado no Atlas (2006), no período de 1991-2000, o índice de

Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da unidade espacial cresceu 4,86%,

passando de 0,844 em 1991 para 0,885 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Longevidade, com

55,0%, seguida pela Educação com 32,5% e pela renda com 12,5%.

Em 2000, o IDH-M da unidade foi de 0,885. Segundo a classificação do PNUD, a

unidade especial está entre as regiões consideradas de alto desenvolvimento

humano (IDH maior que 0,8), apresentando uma situação boa em relação às outras

unidades de Desenvolvimento Humano da Região Metroplitana de Salvador.

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EIA/RIMA

77

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

- UNIDADE ESPACIAL BROTAS (Acupe, Daniel Lisboa)

Esta área apresenta uma topografia acidentada, com ocupação formal nas

cumeadas e no entorno imediato das vias principais, e ocupação de padrão mais

precário nas encostas e fundos de vale. Conta com grandes equipamentos como um

hipermercado, um centro de abastecimento atacadista, o Hospital Geral do Estado e

o Centro Educacional Conselheiro Luiz Viana. Integra essa UDH a Área Especial de

Interesse Social da Baixa do Acupe.

Quadro 25 - População e Estrutura Etária Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Parâmetros 1991 2000

População Total 16.976 17.917

Menos de 15 anos 4.785 3.915

15 a 64 anos 11.447 12.921

65 anos e mais 744 1.081

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 0.61%, passando de 16,976 em 1991 para 17,917 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 0.59% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

Quadro 26 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade – Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos)

35,3 26,0

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos)

45,6 31,6

Esperança de vida ao nascer (anos) 68,0 72,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

26.3%, passando de 35.3 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 26,0 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 4.66 anos,

passando de 68.0 anos em 1991 para 72.7 anos em 2000.

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EIA/RIMA

78

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 27 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 5,3 3,8

% com menos de 4 anos de estudo 13,3 11,6

% com menos de 8 anos de estudo 29,3 29,5

Média de anos de estudo 9,5 9,4 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Com relação ao nível educacional da população adulta observou-se que a taxa de

analfabetismo na unidade diminuiu no período 1991-2000, passando de 5,3% para

3,8%.

Quadro 28 – Renda, Pobreza e Desigualdade - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 596,4 565,6

Proporção de Pobres (%) 16,6 15,3

Índice de Gini 0,58 - Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Salienta-se que a renda per capita média da unidade espacial diminuiu 5.17%,

passando de R$ 596.42 em 1991 para R$ 565.59 em 2000. A pobreza (medida pela

proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50,

equivalente à metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu

8.07%, passando de 16.6% em 1991 para 15.3% em 2000. A desigualdade diminuiu:

o Índice de Gini passou de 0.58 em 1991 para 0.58 em 2000.

Quadro 29 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 1,4 1,7

40% mais pobres 7,2 6,6

60% mais pobres 19,4 16,9

80% mais pobres 40,0 38,6

20% mais ricos 60,0 61,4 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

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EIA/RIMA

79

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 30 – Emprego e população - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa) - 2000

Faixa Etária (anos) PEA

Taxa de

participação PEA

na PIA (%)

Taxa de

desemprego (%)

15 a 17 319 30,3 57,7

18 a 24 2.152 72,2 30,4

25 a 59 6.715 81,2 12,6

60 e mais 224 12,4 7,6

15 e mais 9.411 66,7 18,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A taxa de desemprego em 2000 era de 57,7% entre os jovens (15-17 anos); 30,4 na

faixa etária 18-44 anos e de 12,6% na faixa de 25-59 anos.

Quanto às características de ocupação observou-se na unidade espacial que 68,5%

estão ocupados em caráter formal, 31,4% em caráter informal e 48,0% estão

empregados no setor privado com carteria assinada, conforme quadro a seguir:

Quadro 31 – Características de Ocupação - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 68,5

Percentual dos ocupados em caráter informal 31,4

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 48,0

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 24,1 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Quadro 32 – Acesso a Serviços Básicos - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 96,2 98,2

Energia Elétrica 99,8 99,4

Coleta de lixo 93,5 99,3 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

O acesso dos moradores na unidade é muito satisfatório, observando que de 1991

para 2000 houve crescimento do acesso a serviços básicos (água encanada,

energia elétrica e coleta de lixo) dos domicílios.

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EIA/RIMA

80

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 33 – Acesso a Bens de Consumo - Brotas (Acupe, Daniel Lisboa)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 95,0 95,6

Televisão 94,8 96,1

Telefone 62,4 87,7

Computador N/D 28,9 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006.

N/D = Não Disponível

O Quadro 33 indica que do total de domicílios existentes no bairro houve um

crescimento no acesso aos bens de consumo de 1991 a 2000. Em 2000 registrou-se

que 95,6% dos residentes possuem geladeira, 96,1% televisão, 87,7% telefone e

28,9% computador.

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 5.34%, passando de 0.824 em 1991 para 0.868 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Longevidade, com

57.8%, seguida pela Educação, com 48.9% e pela Renda, com -6.7%.

Neste período, a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 – IDH foi reduzido em 25.0%.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial é

0.868. Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8).

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação boa: ocupa a

30ª posição, sendo que 29 Unidades de Desenvolvimento Humano (19.5%) estão

em situação melhor e 119 Unidades de Desenvolvimento Humano (79.9%) estão em

situação pior ou igual. (ATLAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, PNUD, 2006).

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EIA/RIMA

81

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

- UNIDADE ESPACIAL CAMINHO DAS ÁRVORES (Iguatemi)

Esta unidade espacial apresenta uma área de grande dinamismo, cujo início se deu

a partir da década de 70, com a implantação de grandes equipamentos como o

Shopping Center Iguatemi e Estação Rodoviária. Além do próprio shopping, estão

localizados nessa UDH centros empresariais e área residencial de alta renda,

formada majoritariamente por prédios de apartamentos. Como a população desta

UDH não tem representatividade amostral, ela foi agregada às UDHs nº 28 e 50,

para fins dos cálculos estatísticos.

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 1.45%, passando de 3,238 em 1991 para 3,680 em 2000. Em

2000, a população da unidade espacial representava 0.12% da população da Região

Metropolitana de Salvador.

Quadro 34 – População e Estrutura Etária - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Parâmetros 1991 2000

População Total 3.238 3.680

Menos de 15 anos 937 671

15 a 64 anos 1.230 2.846

65 anos e mais 71 163

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

31.91%, passando de 11.5 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 7.8 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2.8 anos,

passando de 76.9 anos em 1991 para 79.7 anos em 2000.

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EIA/RIMA

82

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 35 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 11,5 7,8

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 15,0 9,5

Esperança de vida ao nascer (anos) 76,9 79,7 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

Quadro 36 – Renda, Pobreza e Desigualdade - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 1.271,7 1.658,9

Proporção de Pobres (%) 4,1 2,1

Índice de Gini 0,43 0,41 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

A renda per capita média da unidade espacial cresceu 30.45%, passando de R$

1.271,7 em 1991 para R$ 1.658,9 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 47.42%, passando de 4.1%

em 1991 para 2.1% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0.43 em 1991 para 0.41 em 2000.

Quadro 37 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Caminho das Árvores (Iguatemi)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 4,0 4,1

40% mais pobres 13,9 14,5

60% mais pobres 28,9 30,2

80% mais pobres 52,3 53,4

20% mais ricos 47,7 46,6 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

Na unidade observou-se que 75,0% dos moradores estavam ocupados em caráter

formal, 25,0% em caráter informal e 38,7% empregados no setor privado com

carteira assinada.

Quadro 38 – Características de Ocupação - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 75,0

Percentual dos ocupados em caráter informal 25,0

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 38,7

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 11,5 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

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EIA/RIMA

83

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quanto a População Economicamente Ativa (PEA), as taxas de participação da

População em Idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego, observa-se no bairro o

seguinte quadro:

Quadro 39 – Emprego e população - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de

participação PEA na PIA (%)

Taxa de desemprego (%)

15 a 17 251 17,9 17,4

18 a 24 2271 64,5 29,7

25 a 59 8183 83,8 5,5

60 e mais 455 26,2 9,5

15 e mais 11107 68,0 10,7 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

Quadro 40 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Caminho das Árvores

(Iguatemi)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 2,3 0,6

% com menos de 4 anos de estudo 8,6 3,8

% com menos de 8 anos de estudo 16,5 9,8

Média de anos de estudo 11,6 12,6 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

A unidade tem um excelente acesso aos serviços básicos de coleta de lixo, água

encanada e energia elétrica, conforme quadro que se segue:

Quadro 41 – Acesso a Serviços Básicos - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 96,4 100,0

Energia Elétrica 100,0 100,0

Coleta de lixo 97,2 100,0

Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

Quanto ao acesso a bens de consumo, observa-se que do total de domicílios

existentes no bairro houve um crescimento no período de 1991 a 2000. Registra-se

que em 2000, 99,3% dos residentes possuíam geladeira, 99,5% televisão, 98,3%

telefone e 73,0% computador.

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EIA/RIMA

84

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 42 – Acesso a Bens de Consumo - Caminho das Árvores (Iguatemi)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 96,9 99,3

Televisão 97,0 99,5

Telefone 93,0 98,3

Computador N/D 73,0 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

ND = Não Disponível

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 5.45%, passando de 0.918 em 1991 para 0.968 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 46.7%,

seguida pela Longevidade, com 30.9% e pela Renda, com 22.4%.

Neste período, a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 - IDH foi reduzida em 61.0%.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial é

0.968. Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8).

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação boa: ocupa a

2ª posição, sendo que 1 Unidades de Desenvolvimento Humano (0.7%) estão em

situação melhor e 147 Unidades de Desenvolvimento Humano (98.7%) estão em

situação pior ou igual.

- UNIDADE ESPACIAL ENGENHO VELHO DE BROTAS (Yolanda Pires, Ogunjá)

Nesta unidade espacial predominam unidades residenciais unidomiciliares e

pluridomiciliares de médio-baixo e baixo padrão construtivo, muitas destas

localizadas nas encostas e nos fundos de vale. A presença de conjuntos

habitacionais financiados pelo Sistema Financeiro de Habitação é marcante. Possui

atividade comercial diversificada, principalmente as relacionadas com peças e

serviços para veículos automotores, localizadas às margens da Avenida Vasco da

Gama e Vale do Ogunjá. Integra essa UDH a Área Especial de Interesse Social do

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EIA/RIMA

85

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Engenho Velho da Federação, como afirmado no Atlas de Desenvolvimento Humano

(2006).

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 0.32%, passando de 29,71 em 1991 para 30,58 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 1.01% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

38.9%, passando de 40.1 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 24.5 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 6.5 anos,

passando de 66.7 anos em 1991 para 73.2 anos em 2000.

Quadro 43 – População e Estrutura Etária - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Parâmetros 1991 2000

População Total 29.712 30.580

Menos de 15 anos 8.737 7.118

15 a 64 anos 19.439 21.397

65 anos e mais 1.536 2.065 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 44 – Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 40,1 24,5

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 51,8 29,8

Esperança de vida ao nascer (anos) 66,7 73,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A esperança de vida ao nascer aumentou no período de 1991-2000, passando de

66,7 para 73,2.

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EIA/RIMA

86

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 45 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 8,1 4,8

% com menos de 4 anos de estudo 18,9 15,6

% com menos de 8 anos de estudo 44,9 41,8

Média de anos de estudo 7,6 7,9 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A taxa de analfabetismo na unidade espacial diminiu no período 1991-2000. Em

1991 era de 8,1% e em 2000 observou-se uma taxa de 4,8%.

Quadro 46 – Renda, Pobreza e Desigualdade - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 250,98 251,1

Proporção de Pobres (%) 33,7 26,9

Índice de Gini 0,57 0,54 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A renda per capita média da unidade espacial cresceu 0.04%, passando de R$

250.98 em 1991 para R$ 251.1 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 20.14%, passando de 33.7%

em 1991 para 26.9% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0.57 em 1991 para 0.54 em 2000.

Quadro 47– Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 2,1 2,0

40% mais pobres 7,5 8,7

60% mais pobres 17,9 20,3

80% mais pobres 39,3 41,0

20% mais ricos 60,7 59,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Na unidade, 58,5% dos moradores estavam ocupados em caráter formal, em caráter

informal 41,5% e 42,6% estavam empregados no setor privado com carteira

assinada.

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EIA/RIMA

87

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 48 – Características da Ocupação - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 58,5

Percentual dos ocupados em caráter informal 41,5

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 42,6

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 34,8 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Com relação à População Economicamente Ativa (PEA), taxas de participação da

PEA na População em Idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego, na unidade

espacial, o quadro é o que se segue:

Quadro 49 – Emprego e população - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de

participação PEA na PIA (%)

Taxa de desemprego (%)

15 a 17 666 34,5 71,9

18 a 24 3.647 76,0 44,1

25 a 59 11.238 81,5 20,0

60 e mais 561 18,7 8,9

15 e mais 16.111 68,5 27,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Observou-se uma taxa de desemprego de 71,9% dos moradores.

O serviço público de coleta de lixo em 2000 ocorria em 98,9% dos domicílios. A

iluminação elétrica estava presente em 100,0% do total e água encanada em 98,9%

dos domicílios da unidade espacial.

Quadro 50 – Acesso a Serviços Básicos - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 94,8 98,9

Energia Elétrica 98,8 100,0

Coleta de lixo 88,8 96,8 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

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EIA/RIMA

88

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Em 2000 verificou-se que 93,9% dos moradores tinham geladeira, 96,4% possuiam

televisão, 73,9% tinham linha telefônica instalada em seu domicílio e somente 9,6%

possuiam computador.

Quadro 51 – Acesso a Bens de Consumo - Engenho Velho de Brotas (Yolanda Pires, Ogunjá)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 90,3 93,9

Televisão 90,5 96,4

Telefone 37,6 73,9

Computador N/D 9,6 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

N/D = Não Disponível

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 7.74%, passando de 0.762 em 1991 para 0.821 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Longevidade, com

62.3% seguida pela Educação, com 37.7%.

Neste período, a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 – IDH foi reduzido em 24.8%.

Segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS (2006), em 2000, o Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial era de 0.821.

Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8).

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação boa: ocupa a

43ª posição, sendo que 42 Unidades de Desenvolvimento Humano (28.2%) estão

em situação melhor e 106 Unidades de Desenvolvimento Humano (71.1%) estão em

situação pior ou igual.

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EIA/RIMA

89

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

- UNIDADE ESPACIAL ENGENHO VELHO DA FEDERAÇÃO

Esta unidade espacial apresenta uma área com topografia acidentada, composta por

unidades unidomiciliares de baixo padrão construtivo, localizadas em cumeadas,

encostas e fundos de vale, com trechos de difícil acessibilidade e sem

pavimentação.

A infraestrutura de equipamentos é deficiente, bem como os serviços de transporte,

que não atendem a toda área, configurando um bairro marcadamente desigual fruto

das diferentes acessibilidades socioeconômicas.

Segundo classificação da Prefeitura Municipal, estão inseridas nessa UDH, as Áreas

Especiais de Interesse Social do Engenho Velho da Federação e do Vale da

Muriçoca.

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 0.34%, passando de 21.929 em 1991 para 22.593 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 0.75% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

Quadro 52 - População e Estrutura Etária - Engenho Velho da Federação

Parâmetros 1991 2000

População Total 21.929 22.593

Menos de 15 anos 7.500 6.024

15 a 64 anos 13.742 15.583

65 anos e mais 687 986 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

14.92%, passando de 44.2 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 37.6 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 3.67 anos,

passando de 65.6 anos em 1991 para 69.2 anos em 2000.

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EIA/RIMA

90

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 53 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Engenho Velho da Federação

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 44,2 37,6

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 57,0 45,6

Esperança de vida ao nascer (anos) 65,6 69,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Observou-se que a renda per capita média da unidade espacial diminuiu 17.15%,

passando de R$ 190.0 em 1991 para R$ 157.4 em 2000. A pobreza (medida pela

proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50,

equivalente à metade do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu

19.47%, passando de 37.3% em 1991 para 30.0% em 2000. A desigualdade

diminuiu: o Índice de Gini passou de 0.62 em 1991 para 0.45 em 2000.

Quadro 54 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Engenho Velho da Federação

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 190,0 157,4

Proporção de Pobres (%) 37,3 30,0

Índice de Gini 0,62 0,45 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 55 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Engenho Velho da

Federação

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 2,4 2,9

40% mais pobres 8,6 11,7

60% mais pobres 18,5 26,3

80% mais pobres 34,0 49,3

20% mais ricos 66,0 50,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quanto às da ocupação verificou-se que 60,1% dos moradores estavam ocupados

em caráter formal. Enquanto 39,9% em caráter informal. Observou-se que 46,2%

estavam empregados no setor privado com carteira assinada.

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EIA/RIMA

91

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 56 – Características da Ocupação - Engenho Velho da Federação

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 60,1

Percentual dos ocupados em caráter informal 39,9

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 46,2

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 46,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Quadro 57 – Emprego e população - Engenho Velho da Federação

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de

participação PEA na PIA (%)

Taxa de desemprego (%)

15 a 17 536 38,1 60,2

18 a 24 3.032 78,2 40,1

25 a 59 7.081 80,4 20,0

60 e mais 209 14,0 24,1

15 e mais 11.578 70,3 27,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 58 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Engenho Velho da Federação

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 13,8 8,7

% com menos de 4 anos de estudo 29,9 24,6

% com menos de 8 anos de estudo 64,0 56,8

Média de anos de estudo 5,7 6,4 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Em 2000 observou-se que 95,5% dos domicílios tinham acesso à água encanada,

99,6% à energia elétrica e 98,7% tinham coleta de lixo.

Quadro 59 – Acesso a Serviços Básicos - Engenho Velho da Federação

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 82,9 95,5

Energia Elétrica 99,6 99,6

Coleta de lixo 99,9 98,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quanto ao acesso a bens de consumo, na unidade espacial em 2000 verificou-se

que 92,8% dos domicílios possuiam geladeira, 95,8% televisão, 73,5% telefones e

somente 4,7% tinham computador.

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EIA/RIMA

92

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 60 – Acesso a Bens de Consumo - Engenho Velho da Federação

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 82,3 92,8

Televisão 82,6 95,8

Telefone 16,5 73,5

Computador N/D 4,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

N/D = Não Disponível

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 5.09%, passando de 0.727 em 1991 para 0.764 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 73.9%,

seguida pela Longevidade, com 55.0%.

Neste período, o hiato de desenvolvimento humano (a distância entre o IDH da

unidade espacial e o limite máximo do IDH, ou seja, 1 - IDH) foi reduzido em 13.6%.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial é

0.764.

Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação

intermediária: ocupa a 74ª posição, sendo que 73 Unidades de Desenvolvimento

Humano (49.0%) estão em situação melhor e 75 Unidades de Desenvolvimento

Humano (50.3%) estão em situação pior ou igual.

- UNIDADE ESPACIAL FEDERAÇÃO (Alto do Sobradinho, Vale da Muriçoca)

Esta unidade espacial constitui-se em uma área ocupada predominantemente por

habitação popular, considerada pela Prefeitura Municipal como Área Especial de

Interesse Social. Situada em terreno acidentado, ocupando tanto as cumeadas

quanto as encostas e os vales, tem infraestrutura urbana precária, embora desfrute

de boa localização com relação à cidade.

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EIA/RIMA

93

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 1.56%, passando de 14.518 em 1991 para 16.664 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 0.55% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

Quadro 61 - População e Estrutura Etária - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Parâmetros 1991 2000

População Total 14.518 16.664

Menos de 15 anos 4.845 4.243

15 a 64 anos 9.180 11.652

65 anos e mais 493 769 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

0.80%, passando de 36.2 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 36.0 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 1.94 anos,

passando de 67.7 anos em 1991 para 69.7 anos em 2000.

Quadro 62 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Federação (Alto do Sobradinho, Vale da Muriçoca)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 36,2 36,0

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 47,0 43,7

Esperança de vida ao nascer (anos) 67,7 69,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 63 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 191,4 207,4

Proporção de Pobres (%) 32,9 31,0

Índice de Gini 0,55 0,53 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A renda per capita média da unidade espacial cresceu 8.38%, passando de R$

191.4 em 1991 para R$ 207.4 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 5.68%, passando de 32.9%

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EIA/RIMA

94

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

em 1991 para 31.0% em 2000. A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de

0.55 em 1991 para 0.53 em 2000.

Quadro 64 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 2,8 2,1

40% mais pobres 9,8 9,2

60% mais pobres 21,2 21,1

80% mais pobres 40,1 42,4

20% mais ricos 59,9 57,6 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Na unidade espacial 58,8% dos moradores estavam ocupados em caráter formal,

41,2% em caráter informal e 45,1% eram empregados do setor privado com carteira

assinada.

Quadro 65 - Características da Ocupação - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas).

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 58,8

Percentual dos ocupados em caráter informal 41,2

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 45,1

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 41,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Quanto a População Economicamente Ativa (PEA), taxas de participação da PEA na

População em Idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego, observou-se no bairro o

seguinte quadro:

Quadro 66 - Emprego e população - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de participação

PEA na PIA (%) Taxa de

desemprego (%)

15 a 17 525 45,1 46,8

18 a 24 2.310 79,8 35,2

25 a 59 6.155 83,0 16,7

60 e mais 305 25,6 23,1

15 e mais 9.296 73,4 23,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

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EIA/RIMA

95

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 67 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 11,6 7,2

% com menos de 4 anos de estudo 29,3 19,6

% com menos de 8 anos de estudo 60,2 47,5

Média de anos de estudo 5,9 7,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

O serviço público de coleta de lixo em 2000 ocorria em 96,5% do total. A iluminação

elétrica estava presente em 100,0% do total. Sendo que 95,1% tinham água

encanada em suas residências.

Quadro 68 – Acesso a Serviços Básicos - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 90,3 95,1

Energia Elétrica 97,8 100,0

Coleta de lixo 91,1 96,5 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

O Quadro 69 indica que do total de domicílios existentes no bairro houve um

crescimento no acesso aos bens de consumo de 1991 a 2000. Em 2000 registrou-se

que 88,7% dos residentes possuíam geladeira, 96,3% televisão, 71,5% telefone e

6,8% computador.

Quadro 69 – Acesso a Bens de Consumo - Federação (Alto do Sobradinho, Vale das Muriçocas)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 85,2 88,7

Televisão 82,5 96,3

Telefone 19,8 71,5

Computador N/D 6,8 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

N/D = Não Disponível

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 5.67%, passando de 0.741 em 1991 para 0.783 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 63.5%,

seguida pela Longevidade, com 26.2% e pela Renda, com 10.3%.

Neste período, a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 - IDH foi reduzida em 16.2%.

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EIA/RIMA

96

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial foi

de 0.783.

Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8)

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação

intermediária: ocupa a 63ª posição, sendo que 62 Unidades de Desenvolvimento

Humano (41.6%) estão em situação melhor e 86 Unidades de Desenvolvimento

Humano (57.7%) estão em situação pior ou igual.

- UNIDADE ESPACIAL PITUBA (Parque da Cidade)

Área ocupada pelo Parque da Cidade, localizado entre uma área nobre da cidade e

outra popular. Encontra-se, além de uma grande área com vegetação nativa,

equipamentos próprios de um parque urbano, como anfiteatro, pista para “Cooper” e

parque infantil, dentre outros. As únicas unidades habitacionais da UDH estão

localizadas nas bordas do Parque contíguas a Santa Cruz, grande área de habitação

popular, por isto suas características são semelhantes.

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 5.53%, passando de 1,350 em 1991 para 2,181 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 0.07% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

Quadro 70 - População e Estrutura Etária - Pituba (Parque da Cidade)

Parâmetros 1991 2000

População Total 1.350 2.181

Menos de 15 anos 659 797

15 a 64 anos 678 1.352

65 anos e mais 13 32 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial cresceu

229.13%, passando de 13.80 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 45.42 (por mil

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EIA/RIMA

97

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2.47 anos,

passando de 64.7 anos em 1991 para 67.2 anos em 2000.

Quadro 71 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Pituba (Parque da Cidade)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 13,8 45,4

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 18,0 55,0

Esperança de vida ao nascer (anos) 64,7 67,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A renda per capita média da unidade espacial cresceu 31.04%, passando de R$

103.4 em 1991 para R$ 135.5 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 25.90%, passando de 53.6%

em 1991 para 39.7% em 2000.

A desigualdade cresceu: o Índice de Gini passou de 0.44 em 1991 para 0.47 em

2000.

Quadro 72 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Pituba (Parque da Cidade)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 103,4 135,5

Proporção de Pobres (%) 53,6 39,7

Índice de Gini 0,44 0,47 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 73 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Pituba (Parque da Cidade)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 3,9 2,7

40% mais pobres 13,2 11,3

60% mais pobres 27,4 25,7

80% mais pobres 49,1 47,8

20% mais ricos 50,9 52,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Na unidade espacial 55,8% dos moradores estavam ocupados em caráter formal,

44,2%, em caráter informal e 41,3% estavam empregados no setor privado com

carteira assinada.

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EIA/RIMA

98

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 74 - Características da Ocupação - Pituba (Parque da Cidade)

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 55,8

Percentual dos ocupados em caráter informal 44,2

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 41,3

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 58,6 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Quanto a População Economicamente Ativa (PEA), taxas de participação da PEA na

População em idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego, observa-se no bairro o

seguinte quadro:

Quadro 75 - Emprego e população - Pituba (Parque da Cidade)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de

participação PEA na PIA (%)

Taxa de desemprego (%)

15 a 17 805 49,1 63,8

18 a 24 2.957 76,4 40,6

25 a 59 8.111 82,1 18,7

60 e mais 374 29,8 7,0

15 e mais 12.247 73,6 26,6 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 76 - Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Pituba (Parque da Cidade)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 29,4 22,4

% com menos de 4 anos de estudo 40,7 29,8

% com menos de 8 anos de estudo 71,6 63,6

Média de anos de estudo 4,8 5,8 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Verificou-se que em 2000, 92,2% dos domicílios tinham água encanada, 100,0%

energias elétrica e 98,0% com coleta de lixo.

Quadro 77 - Acesso a Serviços Básicos - Pituba (Parque da Cidade)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 77,1 92,2

Energia Elétrica 98,9 100,0

Coleta de lixo 68,0 98,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

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EIA/RIMA

99

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quanto ao acesso a bens de consumo observou-se que em 2000, 86,7% dos

domicílios tinham geladeira, 91,3% televisão, 62,4% telefone e 3,0% computador.

Quadro 78 - Acesso a Bens de Consumo - Pituba (Parque da Cidade)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 75,4 86,7

Televisão 75,1 91,3

Telefone 10,7 62,4

Computador N/D 3,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

N/D = Não Disponível

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 10.01%, passando de 0.669 em 1991 para 0.736 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 56.8%,

seguida pela Renda, com 22.6% e pela Longevidade, com 20.6%.

Neste período, o a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 - IDH foi reduzida em 20.2%.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial é

0.736.

Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8)

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação ruim: ocupa

a 104ª posição, sendo que 103 Unidades de Desenvolvimento Humano (69.1%)

estão em situação melhor e 45 Unidades de Desenvolvimento Humano (30.2%)

estão em situação pior ou igual.

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EIA/RIMA

100

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

- UNIDADE ESPACIAL RIO VERMELHO (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz

Aguiar)

Área com topografia acidentada, localizada na borda atlântica da cidade, abriga

população predominantemente de renda média alta. Possui comércio diversificado,

de âmbito mais local, que atende a comunidade residente. É considerado o bairro

boêmio da cidade e abriga um grande número de restaurantes e bares. Abriga

também duas Áreas Especiais de Interesse Social, segundo a Prefeitura de

Salvador, o Alto da Sereia e o Alto da Alegria. Possui sistema viário com

estrangulamentos que dificultam a circulação de veículos, tanto no sentido do centro

da cidade quanto no sentido oposto (Itapuã).

Quadro 79 - População e Estrutura Etária - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Parâmetros 1991 2000

População Total 19.907 20.589

Menos de 15 anos 5.169 4.035

15 a 64 anos 13.696 15.158

65 anos e mais 1.042 1.396 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 0.38%, passando de 19,907 em 1991 para 20,589 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 0.68% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

No período de 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil diminuiu 12,42%, passando

de 26,32 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 23,1 (por mil nascidos vivos) em

2000 e a esperança de vida ao nascer cresceu 2,79 anos, passando de 70,9 anos

em 1991 para 73,7 em 2000.

Quadro 80 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 26,3 23,1

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 34,2 28,1

Esperança de vida ao nascer (anos) 70,9 73,7 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

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EIA/RIMA

101

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

As populações que estão inseridas nesta área são de maneira geral da classe média

(C), com exceção da população da Chapada do Rio Vermelho que é formada por

pessoas da classe D.

Quadro 81 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 747,3 893,3

Proporção de Pobres (%) 19,5 11,4

Índice de Gini 0,60 0,59 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

A renda per capita do bairro cresceu 19,53 %, passando de R$747,3 em 1991 para

R$893,3, em 2000. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda

domiciliar per capita inferior a R$75,50, equivalente à metade do salário mínimo

vigente em agosto de 2000) diminuiu 41,83%, passando de 19,5 % em 1991 para

11,4 % em 2000. A desigualdade diminuiu: o índice de Gini passou de 0,60 em 1991

para 0,59 em 2000.

Quadro 82 - Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 1,0 1,0

40% mais pobres 4,9 5,8

60% mais pobres 16,4 16,8

80% mais pobres 37,8 39,1

20% mais ricos 62,2 60,9 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

No bairro, o percentual dos ocupados em caráter formal é de 68,2%, em caráter

informal é de 31,8 % e de empregados no setor privado com carteira assinada é de

44,8 %.

Quadro 83 - Características de Ocupação no Rio Vermelho

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 68,2

Percentual dos ocupados em caráter informal 31,8

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 44,8

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 18,7 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

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EIA/RIMA

102

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quanto a População Economicamente Ativa (PEA), as taxas de participação da

População em idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego, observa-se no bairro o

seguinte quadro:

Quadro 84 - Emprego e população - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de

participação PEA na PIA (%)

Taxa de desemprego (%)

15 a 17 248 19,2 62,8

18 a 24 2.481 74,2 31,4

25 a 59 8.960 84,7 11,9

60 e mais 576 28,0 5,9

15 e mais 12.266 71,0 16,6 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

De modo geral, as comunidades populares residentes próximas ao Rio Vermelho,

notadamente da Chapada do Rio Vermelho, Nordeste de Amaralina e Santa Cruz

não têm boas condições de moradia, além do baixo nível de renda e escolaridade,

configurando uma cidade marcadamente desigual fruto das diferentes

acessibilidades sociais e econômicas.

Quadro 85 - Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais)

Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 5,9 2,8

% com menos de 4 anos de estudo 12,6 7,8

% com menos de 8 anos de estudo 29,5 22,0

Média de anos de estudo 9,8 10,6 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

O bairro tem acesso aos serviços básicos de coleta de lixo, água encanada e

energia elétrica, conforme quadro abaixo:

Quadro 86 - Acesso a Serviços Básicos - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 93,0 98,4

Energia Elétrica 99,7 100,0

Coleta de lixo 96,3 99,8 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

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EIA/RIMA

103

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quanto ao acesso a bens de consumo, observa-se que do total de domicílios

existentes no bairro houve um crescimento no período de 1991 a 2000. Registra-se

que em 2000, 97,1% dos residentes possuíam geladeira, 97,3% televisão, 89,4%

telefone e 36,7% computador.

Quadro 87 - Acesso a Bens de Consumo - Rio Vermelho (Vila Matos, Lucaia, Parque Cruz Aguiar)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 91,7 97,1

Televisão 92,0 97,3

Telefone 64,5 89,4

Computador ND 36,7 Fonte: PNUD, Atlas de Desenvolvimento Humano, 2006

ND = Não Disponível

No período de 1991-2000, o índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M)

da unidade espacial cresceu 6,01%, passando de 0,849 em 1991 para 0,900 em

2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com

49,7%, seguida pela Longevidade, com 30,7% e pela Renda, com 19,6%.

Neste período, a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 - IDH foi reduzida em 33.8%.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial é

0.900.

Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH maior que 0,8).

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação boa: ocupa a

21ª posição, sendo que 20 Unidades de Desenvolvimento Humano (13.4%) estão

em situação melhor e 128 Unidades de Desenvolvimento Humano (85.9%) estão em

situação pior ou igual.

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EIA/RIMA

104

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

- UNIDADE ESPACIAL SANTA CRUZ (Chapada do Rio Vermelho, Vale das

Pedrinhas)

A unidade espacial configura-se como uma área densamente ocupada por

população predominantemente de baixa renda, constituindo, juntamente com o

Nordeste de Amaralina, uma extensa área de habitação popular na cidade. Ocupa

uma área com topografia acidentada e infraestrutura precária, sem vazios para

expansão horizontal, e boa localização com relação ao centro urbano e a

equipamentos importantes. Apresenta comércio local desenvolvido e concentrado,

sobretudo nas ruas principais. Toda a área é considerada Área Especial de

Interesse Social.

No período 1991-2000, a população da unidade espacial teve uma taxa média de

crescimento anual de 1.09%, passando de 23.318 em 1991 para 25.686 em 2000.

Em 2000, a população da unidade espacial representava 0.85% da população da

Região Metropolitana de Salvador.

Quadro 88 - População e Estrutura Etária - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Parâmetros 1991 2000

População Total 23.318 25.686

Menos de 15 anos 7.841 7.049

15 a 64 anos 14.928 17.689

65 anos e mais 549 948 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, a taxa de mortalidade infantil da unidade espacial diminuiu

6.82%, passando de 36.8 (por mil nascidos vivos) em 1991 para 34.3 (por mil

nascidos vivos) em 2000, e a esperança de vida ao nascer cresceu 2.58 anos,

passando de 67.6 anos em 1991 para 70.2 anos em 2000.

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EIA/RIMA

105

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 89 - Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Indicador 1991 2000

Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) 36,8 34,3

Mortalidade até 5 anos de idade (por 1000 nascidos vivos) 47,6 41,6

Esperança de vida ao nascer (anos) 67,6 70,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

A renda per capita média da unidade espacial cresceu 21.38%, passando de R$

115.92 em 1991 para R$ 140.70 em 2000. A pobreza (medida pela proporção de

pessoas com renda domiciliar per capita inferior a R$ 75,50, equivalente à metade

do salário mínimo vigente em agosto de 2000) diminuiu 31.72%, passando de 49.8%

em 1991 para 34.0% em 2000.

A desigualdade diminuiu: o Índice de Gini passou de 0.49 em 1991 para 0.43 em

2000.

Quadro 90 - Renda, Pobreza e Desigualdade - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Indicador 1991 2000

Renda per capita Média (R$ de 2000) 115,9 140,7

Proporção de Pobres (%) 49,8 34,0

Índice de Gini 0,49 0,43

Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 91 – Porcentagem de Renda Apropriada por Extratos da População - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Extrato da População 1991 2000

20% mais pobres 3,8 3,2

40% mais pobres 11,9 12,8

60% mais pobres 25,1 28,3

80% mais pobres 45,6 51,3

20% mais ricos 54,4 48,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Nesta unidade 60,5% estavam ocupados em caráter formal, 39,5%, em caráter

informal, 46,8% eram empregados no setor privado com carteira assinada.

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EIA/RIMA

106

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 92 - Características da Ocupação - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Indicador Valor

Percentual dos Ocupados em caráter formal 60,5

Percentual dos ocupados em caráter informal 39,5

Percentual de empregados no setor privado com carteira assinada 46,8

Percentual de ocupados com ensino fundamento incompleto 51,3 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2006

Quanto a População Economicamente Ativa (PEA), taxas de participação da PEA na

População em idade Ativa (PIA) e a taxa de desemprego, observa-se no bairro o

quadro que se segue:

Quadro 93 - Emprego e população - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Faixa Etária (anos) PEA Taxa de participação

PEA na PIA (%) Taxa de

desemprego (%)

15 a 17 483 30,8 57,6

18 a 24 3.199 79,5 35,0

25 a 59 8.961 80,3 18,5

60 e mais 388 24,2 8,5

15 e mais 13.031 71,0 23,7 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

Quadro 94 – Nível educacional da população adulta (25 anos ou mais) - Pituba (Parque da Cidade)

Indicador 1991 2000

Taxa de analfabetismo 18,6 10,8

% com menos de 4 anos de estudo 37,0 24,7

% com menos de 8 anos de estudo 72,5 59,0

Média de anos de estudo 4,8 6,2 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

O serviço público de coleta de lixo em 2000 ocorria em 100,0% do total dos

domicílios. A iluminação elétrica estava presente em 99,9% do total. A água

encanada estava presente em 97,3% dos domicílios da unidade.

Quadro 95 - Acesso a Serviços Básicos - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Água Encanada 90,3 97,3

Energia Elétrica 99,5 99,9

Coleta de lixo 94,1 100,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

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EIA/RIMA

107

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

O Quadro acima indica que do total de domicílios existentes na unidade houve um

crescimento no acesso aos bens de consumo de 1991 a 2000. Em 2000 registrou-se

que 93,4% dos residentes possuíam geladeira, 94,4% televisão, 69,8% telefone e

3,0% computador.

Quadro 96 - Acesso a Bens de Consumo - Santa Cruz (Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas)

Percentual de domicílios com: 1991 2000

Geladeira 81,8 93,4

Televisão 81,2 94,4

Telefone 11,0 69,8

Computador N/D 3,0 Fonte: Atlas de Desenvolvimento Humano da RMS, 2006

No período 1991-2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) da

unidade espacial cresceu 7.98%, passando de 0.702 em 1991 para 0.758 em 2000.

A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com 54.5%,

seguida pela Longevidade, com 25.7% e pela Renda, com 19.8%.

Neste período, a distância entre o IDH da unidade espacial e o limite máximo do

IDH, ou seja, 1 - IDH foi reduzida em 18.8%.

Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal da unidade espacial é

0.758.

Segundo a classificação do PNUD, a unidade espacial está entre as regiões

consideradas de médio desenvolvimento humano (IDH entre 0,5 e 0,8).

Em relação às outras Unidades de Desenvolvimento Humano da Região

Metropolitana de Salvador, a unidade espacial apresenta uma situação

intermediária: ocupa a 79ª posição, sendo que 78 Unidades de Desenvolvimento

Humano (52.3%) estão em situação melhor e 70 Unidades de Desenvolvimento

Humano (47.0%) estão em situação pior ou igual.

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EIA/RIMA

108

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

10.3.2 Dinâmica Populacional

A partir da análise dos aspectos socioeconômicos da região, utilizando-se de

indicadores básicos de dinâmica populacional e de infraestrutura a disposição da

sociedade local, avaliar a tendência de crescimento dos bairros da AID, e o quanto o

empreendimento interfere nesta tendência.

Conforme já expressado verifica-se uma expansão demográfica do município de

Salvador, no período compreendido entre 1970 e 2010, quando o número de

habitantes passou de 1.007.195 para 2.676.606, com incremento de 165,75% no

período de 40 anos.

Assim, a população de Salvador foi acrescida de 1.669.411 novos habitantes no

período de quatro décadas, com incremento de 494.818 habitantes no período

compreendido entre 1970 e 1980. Entre 1980 e 1991, portanto, em 11 anos, o

município ganhou mais 573.260 novos moradores. Entre 1991 e 2000, haja vista um

período menor ocorreu arrefecimento no incremento populacional, inclusive com a

redução do crescimento em números absolutos, uma vez que a cidade ganhou

367.834 novos residentes, número maior apenas que os 232.549 habitantes

apurados de incremento no Censo Demográfico de 2010, em relação à população

de 2000.

Outro fenômeno importante é o predomínio da população urbana sobre a população

rural do município de Salvador. Na década de 1970 a população rural representava

0,25% do total, percentual que diminuiu significativamente no período analisado,

uma vez que passou a representar 0,16% da população em 1980; 0,08% em 1991;

0,04% em 2000 e 0,03% em 2010. Em termos absolutos a população rural foi

reduzida de 2.522 habitantes em 1970 para 733 em 2010.

O ritmo de crescimento de Salvador durante a década de 80 (3,03% ao ano)

indicava o processo de aceleração do fluxo migratório do campo para a cidade.

Durante a década de 1990, a taxa de 1,83% ao ano – dentro do limite estimado de

crescimento vegetativo – apontava para uma situação de equilíbrio entre os

movimentos migratórios, na qual a chegada de novas pessoas deve ter sido

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EIA/RIMA

109

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

relativamente compensada pela saída de antigos moradores para o próprio Estado

da Bahia ou para outros lugares.

No entanto, tendo por base a taxa de crescimento anual do município de Salvador

no período 2000-2010 em torno de 0,92%, é possível que tenha havido uma

emigração líquida sem perdas absolutas.

Na Bahia, assim como no Brasil, as últimas décadas foram marcadas por uma

aceleração do processo de urbanização e consequente redução do contingente de

população residindo em zonas rurais. Esta mobilidade representou, sobretudo, o

efeito da concentração das atividades econômicas em determinados espaços

geográficos, bem como da ação contínua do processo de urbanização, resultante de

deslocamentos sucessivos e constantes de população de áreas rurais para os

centros urbanos.

No caso de Salvador, a tendência da área urbana não se diferencia muito daquela

que ocorre na população municipal, dada a grande representatividade de sua

população. Com efeito, desde 1980, o grau de urbanização da população

soteropolitana era de 99,97%.

Desse modo, no município de Salvador, como de resto no conjunto da RMS ou do

estado da Bahia, existem áreas mais dinâmicas, valorizadas, que de certa forma

atraem novos investimentos, se modernizam e como consequência absorve parte

significativa do incremento populacional.

Ao longo dos séculos, porém esta cidade caracteriza-se por grandes dimensões,

marcadas pela ocupação desordenada e por altos níveis de densidade populacional

e de área construída.

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EIA/RIMA

110

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 97 – População Bairros e Tendência de Crescimento da Área de Influência Direta (AID) 2010 – 2000

Bairros População Ano 2010

População Ano 2000

Diferença de População

(2010 - 2000)

Variação 2000/2010

TGCA (%)

Acupe 11.213 10.515 698 6,64 0,64

Barris 4.845 4.859 -14 -0,29 -0,03

Candeal 13.553 11.036 2.517 22,81 2,08

Caminho das Arvores 12.323 10.065 2.258 22,43 2,04

Centro 15.695 15.688 7 0,04 0,00

Chapada do Rio Vermelho 21.955 20.644 1.311 6,35 0,62

Engenho Velho da Federação 24.555 24.653 -98 -0,40 -0,04

Engenho Velho de Brotas 25.703 26.105 -402 -1,54 -0,16

Federação 36.362 39.154 -2792 -7,13 -0,74

Garcia 14.180 14.483 -303 -2,09 -0,21

Itaigara 10.874 11.573 -699 -6,04 -0,62

Pituba 65.160 53.222 11.938 22,43 2,04

Rio Vermelho 18.334 17.664 670 3,79 0,37

Santa Cruz 27.083 30.016 -2933 -9,77 -1,02

Saramandaia 11.272 10.267 1.005 9,79 0,94

Tororó 4.717 3.940 777 19,72 1,82

Total 317.824 303.884 13.940

Fonte: Censos Demográficos. IBGE, 2000 e 2010

No caso da AID observa-se com base nos dados do IBGE (2010), uma variação

negativa de população no período de 2000 a 2010 nos seguintes bairros: Barris,

Engenho Velho da Federação, Engenho Velho de Brotas, Federação, Garcia,

Itaigara e Santa Cruz.

10.3.3 Pesquisa de Opinião

Com o intuito de compreender o conhecimento das pessoas sobre o

empreendimento foi realizada uma pesquisa de opinião, utilizando uma amostragem

probabilística simples, de forma aleatória, estratificada por sexo, faixa etária, grau de

instrução, entre outras especificações.

A pesquisa foi realizada no entorno da Área Diretamente Afetada (ADA),

considerando os seguintes trechos: Av. Vasco da Gama, Rua Lucaia, Av. Juracy

Magalhães e Av. Antônio Carlos Magalhães.

A Pesquisa de Opinião é definida como a coleta de dados que objetiva medir

atitudes e captar a opinião das pessoas sobre temas sociais diversos. A pesquisa de

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

opinião é feita por amostragem. Esse é um método baseado em estatística para que

não seja preciso entrevistar todos os habitantes de um estado, por exemplo. Dessa

forma, só um grupo representativo faz parte da pesquisa de opinião.

A partir dessa pesquisa de opinião, podem-se descobrir quais são as tendências

sobre determinado tema ou problemas, prever riscos e auxiliar nas tomadas de

decisões.

O instrumento técnico de coleta dos dados foi o questionário (Apêndice A), com 8

(oito) perguntas aplicadas a pessoas jurídicas e físicas, que trabalham ou moram no

entorno da Área Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento.

Foram aplicados 272 questionários assim distribuídos:

a) 110 - Av. Vasco da Gama; b) 16 - Rua Lucaia; c) 68 - Av. Juracy Magalhães; d) 78 - Av. Antônio Carlos Magalhães.

Quadro 98 – Pessoa Física e Jurídica (ADA)

ENTREVISTADOS

Av. Vasco

da Gama

R. Lucaia

Av. Juracy Magalhães

Av. ACM

Total Geral

%

Pessoa Jurídica 29 2 11 3 45 17

Pessoa Física 81 14 57 75 227 83

TOTAL 110 16 68 78 272 100

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

Dos entrevistados, 81 % são pessoas físicas e 17% pessoas jurídicas.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Gráfico 6 – Pessoa Jurídica x Pessoa Física

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

Os entrevistados trabalham em atividades diversas na ADA, destacando-se a

atividade comercial, alimentícia e autopeças, conforme pode ser observado no

quadro que se segue:

Quadro 99 – Atividade Econômica ADA e AID (2014)

Atividade Econômica Vasco da

Gama Rua

Lucaia Av. Juracy Magalhães

Av. ACM

Total

Agência de Viagem - 1 - 1 2

Alimentícia 19 - 22 19 60

Assistência técnica - Refrigeradores

1 - - - 1

Automobilística 32 4 5 4 45

Banca de Revista - - - 1 1

Banco 3 - - - 3

Cartão de crédito 1 - - - 1

Centro Empresarial - 2 1 3 6

Comércio 23 7 21 11 62

Confecções 2 - 3 - 5

Corretagem - - - 1 1

Culto Afro brasileiro (Terreiro de Candomblé)

2 - - - 2

17%

83%

PESSOA JURÍDICA x PESSOA FÍSICA

PESSOA JURÍDICA

PESSOA FÍSICA

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Atividade Econômica Vasco da

Gama Rua

Lucaia Av. Juracy Magalhães

Av. ACM

Total

Depósito de bebidas 3 - - - 3

Design de Interior - - - 1 1

Educação 1 - 1 11 13

Escritório - - - 1 1

Exame Admissional - - 1 - 1

Gráfica 2 2 4 8

Hotelaria 1 - - - 1

Informática 5 - - 1 6

Imobiliária - - - 2 2

Locação de Equipamentos Construção civil

1 - - - 1

Marmoraria 1 - - - 1

ONG - 1 - - 1

Pet Shop - - 2 - 2

Placas e faixas 1 - - 1

Posto de combustível 3 - 1 3 7

Policial - - 1 - 1

Publicidade - - - 1 1

Saúde 2 - 5 7 14

Seguros em geral - - - 1 1

Serviços diversos 6 - 2 6 14

Vidraçaria 1 1 1 - 3

TOTAL 110 16 68 78 272 Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

Quanto ao sexo, 61% das pessoas que responderam ao questionário são do sexo

masculino e 39% do sexo feminino.

Quadro 100 - Sexo

SEXO Av.

Vasco da Gama

R. Lucaia

Av. Juracy Magalhães

Av. ACM Total

%

Masculino 77 10 38 42 167 61

Feminino 33 6 30 36 105 39

TOTAL 110 16 68 78 272 100

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Gráfico 7 - Sexo

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

No que se refere à faixa etária, 36% se situam entre 26 a 35 anos, 21% entre 36 a

45 anos, 19% entre 46 a 55 anos e 15% entre 18 a 25 anos.

Gráfico 8 - Faixa Etária

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

61%

39%

SEXO MASCULINO X SEXO FEMININO

SEXO MASCULINO

SEXO FEMININO

1%

15%

36% 21%

19%

6%

2%

Faixa Etária

ATÉ 17 ANOS

18 À 25ANOS26 À 35ANOS36 À 45ANOS46 À 55ANOS56 À 65ANOS

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quanto à escolaridade dos entrevistados verifica-se que 54% possuem o 2º grau

completo, 15% superior completo, 9% superior incompleto, 8% 2º grau incompleto,

7% 1º grau completo e 7% 1º grau incompleto.

Gráfico 9 - Escolaridade

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

O ônibus é o tipo de transporte mais utilizado por 59% dos entrevistados e 27%

fazem o deslocamento de casa para o trabalho por meio do carro individual.

Quadro 101 - Tipologia de Transporte

Tipologia do Transporte

Av. Vasco da Gama

R. Lucaia Av. Juracy Magalhães

Av. ACM Total

Percurso a pé 12 0 7 2 21

Bicicleta 3 2 0 0 5

Carona solidária 0 0 0 2 2

Ônibus 55 9 42 54 160

Taxi 0 0 0 0 0

Motocicleta 6 0 2 3 11

Carro individual 34 5 17 17 73

Total por trecho 110 16 68 78 272 Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

0%

7% 7%

8%

54%

9%

15%

NÍVEL DE INSTRUÇÃO SEM ESCOLARIDADE

1° GRAU INCOMPLETO

1° GRAU COMPLETO

2° GRAU INCOMPLETO

2° GRAU COMPLETO

SUPERIORINCOMPLETO

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Gráfico 10 - Tipologia do Transporte

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

Ao serem questionados sobre o tempo que utilizam para chegar ao trabalho, 47%

responderam que levam de 0 a 30 minutos, 30% mais de 60 minutos e 23% de 31 a

60 minutos. Como pode ser observado, o tempo que o usuário de ônibus utiliza para

seu destino – trabalho é bastante longo, confirmando o que apontam os estudos já

realizados sobre a mobilidade urbana em Salvador.

Quadro 102 - Tempo para chegar ao trabalho

Tempo para chegar ao Trabalho

Av. Vasco

da Gama

R. Lucaia Av. Juracy Magalhães

Av. ACM

Total %

0 - 30 min. 61 7 36 25 129 47

31 - 60 min. 23 5 6 28 62 30

+ de 60 min. 26 4 26 25 81 23

TOTAL 110 16 68 78 272 100 Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

7%

2%

1%

59% 0%

4%

27%

TIPOLOGIA DO TRANSPORTE

Percurso a pé

Bicicleta

Carona solidária

Ônibus

Taxi

Motocicleta

Carro individual

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Gráfico 11 – Tempo para chegar ao trabalho

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

Quanto ao local da moradia os entrevistados residem em bairros diversos da cidade,

destacando que 82 pessoas residem no entorno da ADA e AID, notadamente nos

bairros de Brotas (23); Rio Vermelho (16); Av. Vasco da Gama (11); Chapada do Rio

Vermelho (7); Pituba (7); Barris (5); Eng. Velho da Federação (2); Engenho Velho de

Brotas (2); Tororó (2); Federação (2); Santa Cruz (2); Saramandaia (1); Centro (1);

Acupe (1); ou seja, as pessoas geralmente procuram o local de trabalho mais

próximo de suas residências.

Delgado (2011) em seu estudo sobre Mobilidade Urbana afirma que os custos do

serviço de transporte coletivo vêm crescendo gradativamente, por causa da baixa

produtividade gerada principalmente pela disputa pelo espaço viário com veículos

particulares. Os congestionamentos crônicos terminam impondo baixas velocidades

e tempos de viagem cada vez maiores ao sistema. Com a implantação dos

Corredores de Transportes Público Integrado, eixo Lapa – Iguatemi, possivelmente

47%

23%

30%

TEMPO PARA CHEGAR AO TRABALHO

0 - 30MINUTOS

31 - 60MINUTOS

MAIS DE 60MINUTOS

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

haverá um incremento da economia no entorno da ADA e AID, ocasionado pelas

facilidades nos deslocamentos e pela diminuição do tempo origem – destino.

Quanto ao conhecimento que os entrevistados têm dos projetos relacionados ao

tráfego elaborados ou em elaboração pelo poder público municipal observa-se que

75% não conhecem e 25% sabem que existem projetos.

Gráfico 12 - Conhecimento sobre Projetos de Tráfego

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

25%

75%

CONHECIMENTO SOBRE PROJETOS DE TRÁFEGO

SIM NÃO

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Os 25% dos entrevistados que têm conhecimento dos projetos de tráfego elencaram

os seguintes:

Quadro 103 - Projetos de Tráfego

CONHECIMENTO SOBRE PROJETOS DE TRÁFEGO

1. Duplicação da Av. Pinto de Aguiar / Viaduto Imbuí

2. BRT

3. Viaduto da Rótula do Abacaxi

4. Metrô

5. Via Expressa

6. Via Expressa e Viadutos do Imbuí

7. Salvador vai de Bike

8. Retornos na Paralela / Faixa Exclusiva de Ônibus

9. Metrô que não deu certo

10. Via exclusiva de Ônibus

11. Viaduto Iguatemi - Bonocô

12. Construções de Viadutos

13. Viaduto do Imbuí

14. Via do Imbuí

15. Ciclovias

16. Via Expressa para Cidade Baixa

17. Via Exclusiva da Vasco da Gama

18. Vias na Paralela

19. Estrada da Rainha

20. Melhorias na Paralela

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

90%

10%

EXPECTATIVA QUANTO AO PROJETO

SIM

NÃO

A seguir gráfico referente ao conhecimento sobre projetos de tráfego por trecho da

ADA:

Gráfico 13 - Conhecimento sobre projetos de tráfego por trecho da ADA

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

A pergunta final do questionário: Você acredita que o Projeto Corredores de

Transporte Público Integrado, eixo Lapa - Iguatemi (BRT) vai melhorar o

deslocamento das pessoas em Salvador?, obteve o seguinte resultado: 90% dos

entrevistados responderam que Sim e 10% responderam que Não.

Gráfico 14 - Expectativa com relação ao Projeto BRT

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

0

20

40

60

80

Av. Vasco daGama

R. Lucaia Av. JuracyMagalhães

Av. ACM

36

3 11

17

74

13

57 61

CONHECIMENTO SOBRE PROJETOS DE TRÁFEGO

SIM

NÃO

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Por fim, alguns entrevistados elencaram preocupações relacionadas à concretização

do projeto, que merecem ser citadas, no intuito de orientar o poder público no

processo de debate, a saber:

Vasco da Gama:

1. "Acredito no projeto, mas com o exemplo do metrô fica difícil acreditar."

2. "Se realmente sair do papel e não acontecer como aconteceu com o nosso metrô,

acredito plenamente que sim."

3. "Vai melhorar sim, com certeza."

4. "Com certeza."

5. "A ideia é boa."

6. "Vai melhorar o trânsito e a qualidade de vida da população."

7. "Se realmente acontecer melhora sim, porque o metrô esta parado até hoje."

8. "Não vai melhorar porque o projeto vai cair no esquecimento."

9. "Não, acho que todos esses projetos até agora nunca melhoraram a cidade."

10. "Não vai melhorar porque os políticos e órgãos públicos no Brasil não

funcionam."

Av. Juracy Magalhães:

1. "Sinceramente, não acredito que a obra vai ser feita."

2. "Não vai melhorar porque a quantidade de veículos em Salvador é muito grande."

3. "Não vai melhorar porque os responsáveis não colocam os projetos em prática."

4. "Vai melhorar com certeza."

Rua Lucaia;

1. "Vai melhorar sim, temos que acreditar."

Av. Antônio Carlos Magalhães:

1. "Se o projeto sair do papel vai melhorar o deslocamento das pessoas."

2. "Sim, ótimo."

3. "Se sair, melhora sim."

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

4. "Se sair o projeto."

5. "Se o projeto concretizar, vai melhorar a mobilidade urbana em Salvador."

6. "Não vai melhorar porque o trecho é muito pequeno e vai congestionar ainda mais

a região do Iguatemi."

Assim, entende-se que a atuação do poder público municipal em todas as etapas de

licenciamento do projeto Corredores de Transporte Público Integrado, eixo Lapa -

Iguatemi deve estar alicerçada no compromisso de orientar suas ações para atender

às necessidades dos setores sociais sobre os quais devem incidir o referido projeto

e permeabilidade ao acompanhamento de sua administração, criando canais de

participação de todos os atores sociais.

10.3.4 Organização Social

a) Analisar os aspectos relacionados à forma de organização social e os

principais conflitos sociais, indicando os grupos e/ou instituições

existentes, grupos ambientalistas, lideranças, forças políticas e

sindicais atuantes, movimentos comunitários, forças e tensões sociais.

Constata-se na AID a existência de instituições e lideranças comunitárias que

desenvolvem diversas ações de caráter social e assistencialista, voltadas para a

melhoria das condições de vida, envolvendo as áreas de saúde, educação e cultura.

O Poder Público Municipal deverá empenhar-se na gestão e negociação dos

conflitos, que porventura venham a surgir, buscando sempre o alinhamento de

interesses, o esclarecimento dos objetivos e a definição de estratégias mútuas. Isso

inclui em deixar transparente a maneira de como enfrentam os fatos, a confiança

que adotam nas negociações e o empenho em promover a comunicação social de

forma envolvente e participativa.

Sugerem-se a elaboração de programas e projetos de educação ambiental e

comunicação social, visando esclarecer às comunidades direta e indiretamente

envolvidas todas as etapas do projeto, os agravos possíveis que possam afetar o

bem estar das mesmas, bem como os aspectos positivos advindos com a

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

implantação do projeto, que tem como objetivo principal a melhoria da mobilidade

urbana na cidade de Salvador.

A seguir as principais organizações sociais existentes na AID:

1. Associação dos Moradores do Caminho das Árvores

2. Associação de Moradores do Itaigara

3. Colônia de Pesca do Rio Vermelho

4. Fundação Cidade Mãe

5. Associação de Moradores do Parque Lucaia

6. Associação dos Moradores do Acupe de Brotas

7. Associação de Moradores Parque Bela Vista de Brotas

8. Associacão de Moradores e Amigos do Garcia

9. Associacão dos Moradores dos Barris

10. Associação dos Moradores do Tororó

11. Associação São Jorge do Engenho Velho (Terreiro da Casa Branca)

12. Associação dos Moradores do Engenho Velho

13. Associação Cultural, Recreativa e Carnavalesca Bloco Afro Ókámbí (Engenho

Velho da Federação)

14. Núcleo de Preservação de Cultura Afro-Brasileira – Omi-Dudu Artes (Rio

Vermelho)

15. Associação Beneficente, Cultural e Educativa Ilê Axé Ewé (Vasco da Gama)

16. Instituto Casa Via Magia (Federação)

17. Grupo de Capoeira Ginga e Malícia (Eng. Velho da Federação)

18. Mandinga Associação Integrada de Educação Artes e Esporte (Garcia)

19. Cine Teatro Solar Boa Vista (Eng. Velho de Brotas)

20. Instituto Roerich da Paz e Cultura do Brasil (Rede Fundação Gregório de

Matos) (Itaigara)

21. AESA (Santa Cruz)

22. Federação Bahiana de Taekwondo WTF – Olímpico (Brotas)

23. Federação Baiana de Desportos Participação

24. Federação Baiana de Kung Fu (Brotas)

25. Federação Baiana de Paraquedismo (Rio Vermelho)

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

26. Federação das Associações de Futevolei do Estado da Bahia (Pituba)

27. Federação Nacional de Artes Marciais (Brotas)

28. Centro Social Nossa Senhora de Santana do Rio Vermelho

29. Comunidade Vale das Pedrinhas

30. Associação dos Moradores e Amigos do Rio Vermelho (AMARV)

31. Colônia de Pescadores Z1

32. Comunidade Nordeste de Amaralina e Santa Cruz

33. Associação Alecrim

34. ONG Paciência Viva

35. Associação dos Moradores do Parque Lucaia

36. Associação dos Moradores da Rua Monte Conselho

37. Associação dos Moradores da Chapada do Rio Vermelho

38. Associação de Moradores do Nordeste de Amaralina

39. Associação dos Moradores do Vale das Pedrinhas

40. Associação Artística e Cultural Origens (Santa Cruz)

41. Associação Comunitária e Cultural 07 de abril (Santa Cruz)

42. Associação Comunitária do Alto do São João (Santa Cruz)

43. Associação Beneficente e Cultural Baixa da Paz (Santa Cruz)

44. Associação Beneficente de Proteção às Mulheres

45. Associação dos Moradores e Amigos da Vila Matos (Rio Vermelho)

46. Associação Beneficente e Cultural Estrela Guia da Amaralina

Na AID encontram-se ainda, muitos Terreiros de Candomblé, que além do aspecto

religioso se configura como espaço socioeducativo onde são desenvolvidas ações e

atividades de cunho social, a exemplo dos Terreiros Oxumaré e da Casa Branca.

10.3.5 Saúde Pública

a) Coeficiente de mortalidade para doenças infecciosas e parasitárias

(redutíveis por saneamento básico, redutível por imunização e redutíveis por

programas especiais);

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

b) Diagnósticos de endemias que ocorrem na região e/ou que poderão ocorrer

ou se expandir com a implantação dos empreendimentos;

No período compreendido entre 1984 e 2010, foram diagnosticados 9.413 casos de

AIDS no município de Salvador. No Estado, a taxa de incidência era de 9,2 de casos

e a mortalidade, 3,4 a cada 100 mil habitantes. A proporção de mulheres infectadas

foi de 38,5%, enquanto entre jovens de 15 a 24 anos foi de 8,1%.

No município, entre 2001 e 2009, houve 40.701 casos de doenças transmitidas por

mosquitos, dentre os quais 40 casos confirmados de malária, nenhum caso

confirmado de febre amarela, 83 casos confirmados de leishmaniose, 40.578

notificações de dengue.

A taxa de mortalidade associada às doenças transmitidas por mosquitos no Estado,

no ano de 2009, foi de 0,5 a cada 100 mil habitantes.

O Brasil inclui-se entre os países com alto número de casos de hanseníase no

mundo. A hanseníase é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria, que

afeta a pele e nervos periféricos. No Estado, em 2009, a prevalência de hanseníase

era de 0,3 a cada 10 mil habitantes, enquanto que no município de Salvador era de

1,4 por 10.000 habitantes.

Individualmente, as doenças do aparelho circulatório (21,47%) são aquelas

responsáveis pelo maior número de mortes no município de Salvador, segundo

informações da Secretaria Estadual de Saúde – SESAB, para o ano de 2010,

seguida das causas externas de morbidade e mortalidade, que são representadas

por acidentes e morte violentas (17,72%); neoplasias (16,08%) e doenças do

aparelho respiratório (9,62%).

A existência de 7,53% de óbitos por causas mal definidas, de certa forma atesta que

o sistema de saúde do município, a despeito de ser o mais complexo do Estado da

Bahia, ainda não responde plenamente às demandas de sua população por

atendimento de saúde.

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

c) Oferta de serviços de saúde, hospitais públicos, particulares e postos de

saúde.

O município de Salvador tem integrado ao seu sistema de saúde 2.676

estabelecimentos, com predomínio dos consultórios isolados (41,33%), clínicas

especializadas (28,96%), policlínicas (9,27%), Unidade de Serviço de Apoio de

Diagnose e Terapia (8,63%) e Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde (4,67%).

Informações do DATASUS para 2010 dão conta de que o município de Salvador

conta com 99 hospitais, que disponibilizam 7.550 leitos. Quanto à especialidade

verifica-se que os leitos cirúrgicos representam mais de 1/3 do total (35,34%). Os

leitos de clínica médica têm participação de 23,11%; a participação dos leitos de

outras especialidades atinge 15,05%, portanto, bem superior aos 10,85% dos leitos

de pediatria e 10,36% dos leitos obstétricos. Observa-se ainda, participação menor

dos leitos de hospital/dia (5,30%). (EIA/RIMA LINHA VIVA, 2012).

O município de Salvador tem 448 leitos de UTI, destes, 358 são destinados ao SUS.

Do total de leitos de UTI destinados ao SUS 190 pertencem à esfera estadual, 103

privados filantrópicos ou sem fins lucrativos e 65 federais.

Dos leitos do SUS 212 são UTI adultos, 94 para neonatal, 48 pediátricos e 4 para

queimados, assim distribuídos:

Leitos de UTI Filantrópicos – 103

24 leitos - Hospital Santa Izabel

8 leitos - Martagão Gesteira

5 leitos - Hospital Sagrada Família

20 leitos - Hospital Santo Antônio

10 leitos - Hospital Aristides Maltez

8 leitos - Hospital Espanhol

9 leitos- Hospital Português

19 leitos - Hospital São Rafael

Leitos Estadual UTI – 190

10 leitos - Hospital Geral Manoel Vitorino

11 leitos - Hospital Geral Ernesto Simões Filho

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EIA/RIMA

127

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

8 leitos - Hospital Especializado Octavio Mangabeira

58 leitos - Maternidade Professor José Maria de Magalhães Neto

36 leitos - Hospital Geral do Estado

67 leitos - Hospital Geral Roberto Santos

Leitos Federal UTI – 65

10 leitos - Maternidade Climério de Oliveira

32 leitos - Hospital Ana Nery

13 leitos - Hospital Universitário Professor Edgard Santos

10 leitos - Hospital do Aparelho Locomotor Sarah Salvador

De acordo com informações do Ministério da Saúde para o ano de 2010, o quadro

de trabalhadores da saúde de Salvador é composto por 30.096 profissionais,

apresentando em sua formação a preponderância de profissionais de nível superior

(47,56%) e nível técnico (37,94%) o que perfaz um total de 85,50%. Verifica-se

ainda que os médicos de família, em número de 116, representam apenas 0,39%

dos profissionais de saúde, o que mostra o nível de incipiência do Programa de

Saúde da Família.

Nas ocupações de nível superior verifica-se o predomínio de Enfermeiros (10,16%),

Odontólogos (4,92%) e Médicos de clínica geral (4,30%). Nas ocupações de nível

técnico há o predomínio de Auxiliar de enfermagem (19,51%), técnico de

enfermagem (10,73%) e Técnico e Auxiliar de laboratório (3,95%).

De acordo com informações do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU

existem 21 bases em funcionamento, em sistema de 24 h., que atende Salvador e

Região Metropolitana. Em Salvador estão instaladas e em funcionamento nos

bairros de Tancredo Neves, Itapuã, Boca do Rio, Amaralina, Paralela, Cabula,

Cajazeiras, Valéria, Periperi, Calçada, Roma, Pau Miúdo, Brotas, Barris e Comércio.

A frota do serviço conta com 56 ambulâncias, sendo 41 em Salvador e 15 na Região

Metropolitana, em função de ampliação recente propiciada por doação de 24

ambulâncias feita pelo Ministério da Saúde, como parte da política de renovação da

frota.

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EIA/RIMA

128

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Das 56 ambulâncias do SAMU sete são Unidades de Saúde Avançada (USA), com

médico, enfermeiro, técnico de enfermagem e condutor, enquanto 49 pertencem à

Unidade de Saúde Básica (USB), com técnico de enfermagem e condutor; além de

cinco motocicletas e uma lancha, que atende às ilhas pertencentes a Salvador.

10.3.6 Educação

a) Índice de alfabetização;

b) Oferta e demanda dos serviços educacionais (deficiências, qualidade,

acesso), para os níveis de Ensino da alfabetização, do Ensino Médio e

Fundamental e Ensino profissionalizante.

De acordo com o Censo Demográfico de 2010, a taxa de analfabetismo no município

de Salvador era de 3,91%, menor que a do Estado da Bahia, que gira em torno de

15,40%.

Na última década o município de Salvador teve uma diminuição significativa na taxa

de analfabetismo, em 2000 representava 6,20% passando para 3,91%.

A taxa de analfabetismo da população rural era de 20,57% em 2000 e em 2010

representa 16,61%, abaixo daquela apresentada pelo conjunto do Estado da Bahia

que é de 27,50%. Tratando-se da população urbana do município de Salvador, a

taxa de analfabetismo em 2000 era 6,20% e em 2010 passou para 3,90%, enquanto

a do Estado da Bahia é de 10,82%.

No que concerne à média de anos de estudo, observa-se que o município de

Salvador apresenta média bem superior ao Estado da Bahia, 7,40% do município,

contra 4,88% do estado.

Com taxa de 16,61% o município de Salvador tem taxa de analfabetismo funcional

bem inferior aos 42,49% do conjunto do Estado da Bahia.

De acordo com informações do IBGE, o Estado da Bahia ainda contava com

3.779.050 analfabetos funcionais no ano de 2000, o que significa uma taxa de

analfabetismo funcional da ordem de 42,49%, considerando a população de 15 anos

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EIA/RIMA

129

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

e mais, sendo que o município de Salvador abrigava 299.749 com taxa de

analfabetismo funcional de 16,61%, portanto, bem abaixo da taxa estadual.

A rede de ensino do município de Salvador contava com 1.698 estabelecimentos no

ano de 2009, sendo 645 (37,99%) do ensino infantil; 819 (48,23%) do ensino

fundamental e 234 (13,78%) no ensino médio.

As matriculas atingem 496.295 alunos, sendo 9,92% no ensino infantil, 64,68% no

ensino fundamental e 25,40% no ensino médio.

No que se refere aos docentes, verifica-se que a maioria atua no ensino fundamental

(58,79%), enquanto que o ensino médio absorve 29,34% e o ensino infantil 11,87%.

O balanço da educação nos dois últimos períodos (2009-2010) revela que houve

retração no número de matrículas, uma vez que o total de alunos matriculados caiu

de 496.295 em 2009, para 454.333 com queda de -8,46 e perda absoluta de 41.962

alunos. No ensino fundamental a perda foi de -6,74%, com perda de 21.636 alunos

matriculados.

O ensino médio perdeu 14.746 alunos (-11,70%) e o ensino infantil e classes de

alfabetização perderam 5.580 (-11,33%).

De acordo com informações do Ministério da Educação, referentes ao ano de 2012,

no ensino fundamental, em Salvador a taxa de aprovação da rede privada foi de

94,4% e da rede pública de 73,0%, estando abaixo da taxa do Estado da Bahia que

é 77,7%.

Quadro 104 – Taxa de Aprovação Escolar em Salvador – 2012

Ensino Fundamental Ensino Médio

Público Privado Público Privado

73,00 94,40 60,80 92,10 Fonte: MEC, 2012

Em 2012, a taxa de reprovação da cidade de Salvador do ensino fundamental da

rede privada em 2012 foi de 20,0% e da rede pública de 5,0%.

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 105 – Taxa de Reprovação Escolar em Salvador – 2012

Ensino Fundamental Ensino Médio

Público Privado Público Privado

5,0 20,0 7,60 17,60 Fonte: MEC, 2012

No que se refere à taxa de evasão, o município de Salvador apresenta taxa de 5,8%,

enquanto que a taxa estadual é de 6,6%.

O Programa Todos Pela Alfabetização (TOPA) foi criado no Estado da Bahia, no ano

de 2007, com o objetivo de reduzir a taxa de analfabetismo no estado e promover

uma educação de qualidade para a população de jovens, adultos e idosos,

assegurando ingresso e permanência na escola, garantindo-lhes as oportunidades

necessárias à apropriação da leitura e da escrita, como forma de criar condições

objetivas para a inclusão sociocultural, política e econômica das pessoas.

A continuidade do processo de inclusão pela via da educação dá-se por meio da

inserção em turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) dos egressos do

TOPA. O principal segmento beneficiado no programa são os Jovens (acima de 15

anos), adultos e idosos não alfabetizados.

Segundo a Secretaria de Educação do Estado da Bahia, o Programa TOPA – Todos

pela Alfabetização, o programa realiza estudos e pesquisas, formação continuada de

professores alfabetizadores, desenvolvimento de instrumentos e mecanismos de

acompanhamento e avaliação, produção de material didático-pedagógico, dentre

outras ações que assegurem a sua efetividade. Com o desafio de erradicar o

analfabetismo na Bahia, através de políticas de educação de jovens e adultos

(seguindo os mesmos princípios do Projeto Político-Educacional do Estado), o Topa

persegue a meta de alfabetizar, um milhão de pessoas de 15 anos ou mais.

Salienta-se que com vistas a melhorar e aprimorar o Programa, o governo tem

estabelecido parcerias com instituições de nível superior, a exemplo da Universidade

do Estado da Bahia (UNEB) e Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB)

para desenvolvimento de ações relacionadas ao programa.

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

10.3.7 Segurança Pública

a) Equipamentos e equipe policial

No ano de 2010 foram registradas 9.101 ocorrências no município de Salvador,

sendo que 42,38% referentes a roubos de veículos. Os homicídios dolosos, em

número de 1.639, representaram 18,01% das ocorrências registradas.

Os furtos de veículos foram responsáveis por 14,43% das ocorrências, seguida de

roubos a ônibus (10,69%), tentativa de homicídio (8,53%), estupro (5,71%) e roubo

seguido de morte (0,25%).

No que concerne à atividade policial, verifica-se que foram registradas 7.092

ocorrências, sendo 41,46% relativas à autuação em flagrante, 36,94% a veículos

recuperados, 14,02% a usuário de drogas e 7,59% a apreensão de armas de fogo.

Na AID encontram-se os seguintes equipamentos:

- 1ª Delegacia Barris

- 6ª Delegacia Brotas

- 7ª Delegacia Rio Vermelho

- 16ª Delegacia Circunscrição de Polícia - Pituba

- 28ª Delegacia Nordeste de Amaralina

- Posto Policial Do Hospital Geral Do Estado – Av. Vasco Da Gama

- Módulo de Polícia da Estação da Lapa

- Delegacias Circunscricional de Polícia do Salvador - Primeira Delegacia

Circunscricional de Polícia - 1ª Dp – Vale dos Barris

- Módulo de Polícia do Itaigara.

A Secretaria de Segurança Pública disponibiliza em seu site as principais

ocorrências policiais notificadas em Salvador, por meio de Área Integrada de

Segurança Pública (AISP).

Em Salvador, só em junho de 2013, foram registradas 991 ocorrências, sendo 484

provocadas por Roubo de Veículo, conforme quadro que se segue:

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Quadro 106 - Registros de Ocorrências Policiais em Salvador – Junho de 2013

Fonte: http://www.ssp.ba.gov.br/estatisticas/capital

A AID é abrangida pela AISP 01 – Barris; AISP 06 – Brotas; AISP 07 – Rio

Vermelho; AISP 15 – Nordeste de Amaralina e AISP 16 – Pituba, onde ocorreram no

mês de junho de 2013, 265 ocorrências policiais.

Quadro 107 - Registros de Ocorrências Policiais na AID – Junho de 2013

REGISTROS AISP 01 Barris

AISP 06 Brotas

AISP 07 Rio

Vermelho

AISP 15 NE

Amaralina

AIPS 16 Pituba

Total

Homicídio doloso 7 5 3 2 0 17

Lesão Corporal seguida de Morte

1 0 0 0 0 1

Roubo com Morte (Latrocínio)

0 0 0 0 1 1

Tentativa de Homicídio

1 4 1 1 0 7

Estupro 5 2 1 1 0 9

Roubo a Ônibus (Urbano – em rodovia)

8 17 10 2 2 39

Roubo de Veículo

33 65 24 2 22 146

Furto de Veículo 15 6 3 0 5 29

Uso / Porte Substância Entorpecente (Usuários)

8 4 1 2 1 16

Total 78 103 43 10 31 265 Fonte: http//:www.ssp.ba.gov.br/estatísticas/capital

REGISTROS QUANTIDADE

Homicídio doloso 111

Lesão Corporal seguida de Morte 5

Roubo com Morte (Latrocínio) 2

Tentativa de Homicídio 46

Estupro 44

Roubo a Ônibus (Urbano – em rodovia) 138

Roubo de Veículo 484

Furto de Veículo 104

Uso / Porte Substância Entorpecente (Usuários) 57

TOTAL 991

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

De acordo com os dados acima verifica-se que o maior registro de ocorrência é na

AISP 06 – Brotas, com 103 notificações, das quais 65 também por roubo de

veículos.

10.3.8 Lazer, Turismo e Cultura

a) Relação das manifestações culturais, inclusive religiosas

O patrimônio cultural é constituído de aspecto material e imaterial. A dimensão

material envolve os monumentos, igrejas, centros históricos, obras, que são bens

tangíveis e apresentam características históricas, sociais, artísticas, paisagísticas,

arqueológicas e/ou arquitetônicas.

Cabe neste item apresentar o patrimônio cultural em sua dimensão imaterial

representado pelas manifestações culturais, pelos usos e costumes do povo

soteropolitano.

A cidade expressa a história de um povo, suas relações sociais, políticas,

econômicas, culturais e religiosas. Sua existência é determinada pela necessidade

humana de se agregar, de se interrelacionar, de se organizar em torno do bem-estar

comum; de produzir e trocar bens e serviços; de criar cultura e arte; de manifestar

sentimentos e anseios que só se concretizam na diversidade que a vida urbana

proporciona. (SALES, 2010).

Na Bahia, e em especial na cidade de Salvador observa-se que as manifestações

culturais são resultantes de múltiplas interações e oposições no tempo e no espaço.

Nesse sentido, nas manifestações populares como festas religiosas ou profanas e

comemorações diversas são observadas não só o fazer artístico, mas também as

relações sociais que perpassam pela realização dessas manifestações e que

traduzem a linguagem, a expressão do pensar, do fazer e do sentir característico de

um povo. (CRUZ et al, 2008)

Por exemplo, na Bahia, tem-se a comida de santo, presente no candomblé como a

“comida que se oferece ao orixá quando se deseja homenageá-lo ou pedir sua ajuda

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EIA/RIMA

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em questões particulares. Cada orixá tem a sua própria comida, a maioria de origem

africana”. (CASCUDO, 2002, p. 149 apud CRUZ, et al, 2008).

Essas comidas são também intituladas de “oferendas” aos orixás, que são ofertadas

tanto no espaço (árvores, fontes de água) dos terreiros de candomblé, como nos

espaços públicos – áreas verdes.

As festas populares, na Bahia, são, em sua maioria, influenciadas por crenças, onde

se mesclam a tradição católica e a afrodescendente, que caracterizam o ser baiano

e que estão cada vez mais inseridas no contexto de produção e consumo de bens

culturais locais e globais. (CRUZ ET AL, 2008).

As religiões de matrizes africanas se constituem como patrimônio cultural-religioso

de significativa influência na cidade do Salvador.

Em Salvador, o Candomblé é uma religião de forte expressão devido à histórica

influência da cultura negra no Estado da Bahia. Tem por base as forças da natureza

e foi desenvolvida por sacerdotes africanos que, escravizados, foram trazidos ao

Brasil na era colonial, entre 1549 e 1888. O Candomblé tem nos Orixás - guardiões

dos elementos da natureza ou ancestrais africanos divinizados - sua maior

expressão.

O Candomblé é praticado nos diversos Terreiros da cidade. Entre os mais

conhecidos destacam-se: Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho - Ilê Axé Iyá

Nassô Oká (o mais antigo do Brasil), localizado na Av. Vasco da Gama, o Ilê Axé

Opô Afonjá, o Terreiro do Gantois, o Bate Folha, Bel D’Oxum, Olga de Alaketu, Pilão

de Prata, Ilê Axê Ibá Ogun e Ajunssun.

Nos cultos do Candomblé, cada Orixá tem seu dia, sua cor, sua dança, seus

instrumentos, comidas e saudações.

Conforme apontado por Jocélio Teles dos Santos, Professor do Departamento de

Antropologia e pesquisador do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), da

Universidade Federal da Bahia (UFBa), no texto “Os candomblés da Bahia no

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135

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Século XXI”, disponibilizado no site http://www.terreiros.ceao.ufba.br/terreiro/, em

2007 foram identificados 1.408 terreiros de candomblés, sendo que desse total,

1.162 foram cadastrados, de acordo com a pesquisa intitulada “Mapeamento dos

Terreiros de Candomblé”, elaborada pelo CEAO/UFBa.

Os terreiros estão tradicionalmente localizados em bairros populares com

predominância de população negra, a exemplo do Engenho Velho da Federação,

Mata Escura, Liberdade, Cabula, Subúrbio Ferroviário, São Cristóvão, Itapuã, dentre

outros. Alguns dos terreiros se constituem em um misto de celebração de cultos,

moradia e espaço socioeducativo nos quais são desenvolvidas atividades em

benefício das populações que vivem em seu entorno.

Para as religiões afro-brasileiras, as plantas são imprescindíveis - Kosi ewe, kosi

Orixá (“Sem folha, não há Orixá”). Portanto, as matas e/ou florestas são espaços

sagrados para o “povo de santo”. Na paisagem de alguns Terreiros integram matas

e árvores fundamentais para a existência das energias denominadas de Orixás,

Inquices, Voduns, Caboclos ou Encantados, a depender da sua respectiva nação ou

origem, como coloca Gilmar Santiago no site

http://www.terreiros.ceao.ufba.br/terreiro,

Embora boa parte das áreas verdes de territórios urbanos venha diminuindo ao

longo do tempo, em virtude da especulação imobiliária, são nas áreas de terreiros,

ou de seus usos, que ainda se encontram as poucas reservas de mata atlântica

existentes em Salvador, ainda que estejam em permanente ameaça pela

concentração da população socialmente excluída em bairros populares que crescem

de forma densa e aleatória, conforme afirmou Gilmar Santiago, mencionado na

Dissertação de Mestrado de Sueli Santos Conceição (2008).

Na Área de Influência Direta (AID) ao empreendimento constam 60 Terreiros de

Candomblé, destacando-se o Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Terreiro da Casa Branca), o

Terreiro Ilê Axé Oxumaré, ambos situados na Av. Vasco da Gama e o Terreiro de

Gantois na Federação.

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Quadro 108 – Terreiros de Candomblé na AID (2006-2007)

BAIRROS TERREIROS DE CANDOMBLÉ

QUANTIDADE

Acupe Ilê Axé Obá Leodé 01

Barris - -

Candeal - -

Caminho das Árvores - -

Chapada do Rio Vermelho - -

Engenho Velho da Federação

Centro de Giro Ogum de Cariri Ilê Axé Alarabedê Ilê Axé Obá Tadé Patití Obá Obá Tony Odê Mirim Tanurí Juncara Terreiro do Cobre Unzo Oramirim Kei de Unzambi Ylê Axé Mana Dandalunda Oya Ilê Axé Ojuire Ilê Axé Omim Onado Ilê Ojo Bomim Zogodo Bogum Malé Rundó

13

Engenho Velho de Brotas

Abassá Raízes de Onirê Ilê Axé Orocilê ômin Fan Inxaourou Jinge Juncara Sake de Lorenza de Unzambe Terreiro de Boiadeiro Terreiro Tolomim Ilê Axé Alabeji Ilê Axé Dandalunda Kybeje Abindaya Ilê Axé Ijé Até Oya Ilê Axé Iji Ilê Ilê Axé Obá Oxé Ynã Ilê Axé Ony Yrê Fá Ilê Axé Oya Ogun Edê

15

Federação

Casa de Giro Cocio Dé Canifá Olorum Ia Caloci Ilê Axé Iá Dê Ilê Axé Iá Iamidé, Casa das Águas Mães Ilê Axé Odé Ilê Axé Odé Tolá

13

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BAIRROS TERREIROS DE CANDOMBLÉ

QUANTIDADE

Terreiro de Gantois (Ilê Axé Omi Axé Iyamassê) Ilê Omin Ode Oxé Ora Axé Ogun Tenda da Caridade dos Reis da Cobra Cainana Unzo Kaiango Kyanguzu Ilé AxéOba Oya

Itaigara - -

Pituba Tenda Nanã 01

Santa Cruz

Centro Xangô Ilê Axé Oramin Maramatamba Talakise

04

Saramandaia - -

Tororó - -

Vasco da Gama

Abá Funjá Abaça Amazi Alá Omin Axé Casa Recreativa São Jorge Centro de Caboclo Sete Flexas Demboaqunan Ilê Asé Ewé Ilê Axé Ibá Oluaeí – Ilê Axé Ibá Ogum Terreiro da Casa Branca - Ilê Axé Iyá Nassó Oká Onzo de Tingóngo Unzo Tumba Juncara Ilê Axé Oxumaré

13

Total - 60 Fonte: CEAO – UFBa, 2006-2007

O conjunto monumental do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho da

Federação constitui um patrimônio por cuja preservação, a Associação São Jorge do

Engenho Velho se obriga a zelar. O imóvel que corresponde ao Ilê Axé Iyá Nassô

Oká possui uma área de 7.184,38 metros quadrados, além de uma área de 1.316

metros quadrados denominada Praça de Oxum, também integrante do Terreiro.

(SERRA, 2008).

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EIA/RIMA

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Estudo de Impacto Ambiental (EIA) - Corredores de Transporte Público Integrado - BRT

Conforme Laudo elaborado em 2008, pelo Profº da UFBa o Antropólogo Dr. Ordep

Serra, o Terreiro da casa Branca, por meio da Lei Municipal número 3.591, de

16/12/85, foi tornado Área Sujeita a Regime Específico (ASRE), na subcategoria

Área de Preservação Cultural e Paisagística (APCP); integra a APCP-03,

correspondendo a uma Área de Proteção Rigorosa I. Seu entorno imediato; II. Todo

o sítio acha-se marcado por referências simbólicas que o tornam ponto de apoio

para uma identificação étnico-religiosa.

Afirma ainda Serra (2008), que o Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho da

Federação foi efetivamente tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural

(IPHAN), órgão do Ministério da Cultura. O valor da produção cultural do povo-de-

santo da Casa Branca do Engenho Velho é amplamente reconhecido por intelectuais

de renome; a restauração da Praça de Oxum foi feita com base em projeto do

arquiteto Oscar Niemeyer, que o presenteou à comunidade do templo de Iyá Nassô;

artistas, escritores e cientistas, a exemplo de Carybé, Chico Buarque, Jorge Amado,

Gilberto Gil, Francisco Alvim, José Carlos Capinan, Caetano Veloso, Pedro

Agostinho, Abdias Nascimento, Elisa Larkin Nascimento, Joel Rufino, Emerson

Andrade Sales, Naomar Monteiro de Almeida Filho, Débora Nunes e muitos outros já

deram testemunho de seu respeito por esta Casa, que é o primeiro monumento

negro a ser reconhecido como patrimônio histórico do Brasil e o primeiro templo de

um culto de origem africana a ter tal reconhecimento nas Américas.

O Ilê Axé Iyá Nassô Oká - Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho - é

tradicionalmente considerado, nos meios populares, o mais antigo templo afro-

brasileiro ainda em funcionamento. Além da União (por meio do IPHAN e da

Fundação Palmares) e do Estado da Bahia (por meio do IPAC), a própria Prefeitura

Municipal do Salvador investiu na restauração do Terreiro da Casa Branca do

Engenho Velho.

O Terreiro Oxumaré, situado na Vasco da Gama, também foi tombado pelo Instituto

do Patrimônio Artístico e Cultural - IPAC — órgão do Ministério da Cultura.

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Conforme o Mapeamento dos Terreiros (CEAO/UFBa, 2007), na Vasco da Gama

encontram-se 13 Terreiros de Candomblé, cuja área é caracterizada por vias de

circulação e imóveis no seu entorno. Além da presença de diversas casas

comerciais.

Conceição (2008) aponta que existe em comum à diversidade dessas religiões a

utilização e veneração pelos espaços naturais — matas, lagoas, rios, manguezais,

áreas que de uma forma geral se apresentam cada dia mais escassas na cidade.

Vale destacar que em visita de campo observou-se na Lapa, na Avenida Juracy

Magalhães, no Dique do Tororó e na Av. Vasco da Gama, a existência de algumas

“oferendas” destinadas aos orixás, depositadas nas árvores, prática utilizada pelos

adeptos do culto afro-brasileiro, situados no entorno das áreas.

Desse modo, torna-se imperativo a adoção de estratégias de diálogo do Poder

Público Municipal com esse importante segmento da cultura afro-brasileira, visando

apresentar os aspectos positivos e negativos advindos da implantação do Projeto,

com o intuito de coletar sugestões para a adoção de mecanismos de proteção desse

bem histórico-cultural do povo baiano.

No que diz respeito às festas populares, Cruz et al (2008), afirma que as festas e

comemorações populares são entendidas como incentivadoras das relações

humanas, já que é nesse contexto que se dá a interação com o outro e que as

relações coletivas são recriadas e reinventadas ao incorporar características

culturais diversas.

Assim, a cidade de Salvador possui um diversificado calendário de festas populares

e religiosas, a saber:

Bom Jesus dos Navegantes e Festa da Boa Viagem

Local: Comércio, Baía de Todos os Santos e Praia da Boa Viagem.

Esta é uma das maiores manifestações de fé da Bahia. A programação começa no

Comércio, na Igreja Conceição da Praia, e depois continua em procissão marítima,

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quando dezenas de barcos seguem a Galeota “Gratidão do Povo” pelas águas da

Baía de Todos os Santos. O ponto alto da festa é quando os fieis recebem a imagem

de Nosso Senhor Bom Jesus dos Navegantes na praia da Boa viagem. Aqui também

tem espaço para a festa profana, que acontece em vários lugares da Cidade Baixa.

Festa de Reis

Local: Largo da Lapinha.

A festa que simboliza a visita dos reis magos ao Menino Jesus, movimenta o bairro

da Lapinha durante três dias do mês de Janeiro. Ternos, ranchos e pastores,

vestindo roupas com tecidos brilhantes e coloridos seguem até a Igreja da Lapinha,

onde fica montado um presépio. Além de assistir às apresentações, os visitantes

podem aproveitar as comidas e bebidas típicas servidas nas barracas montadas no

largo. Para os católicos o Dia de Reis é o momento de guardar os presépios

montados no Natal.

Lavagem do Bonfim

Local: do Comércio ao Bonfim.

Charangas, charretes e grupos culturais compõem esta que é a segunda maior festa

popular da Bahia, atrás apenas do Carnaval. Na segunda quarta-feira do mês de

Janeiro, baianos e turistas não abrem mão de vestir roupa branca, andar 8km atrás

do acelerado cortejo das baianas, subir a colina sagrada e, por fim, se banhar com

água benta nas escadarias da Basílica. Os católicos consideram esta uma

manifestação profana. Os festejos religiosos só acontecem no dia 15 de Janeiro.

Segunda-feira Gorda da Ribeira

Local: Ribeira.

É realizada na segunda-feira seguinte à Lavagem do Bonfim. Promovida pelos

comerciantes que trabalharam na homenagem ao santo mais popular do estado, a

festa acontece nas barracas montadas no Largo da Ribeira, onde são servidas

bebidas e comidas ao som de muito pagode e arrocha.

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Festa de São Lázaro

Local: Federação.

Quem for à igreja de São Lázaro, na Federação, durante os dias de homenagem ao

santo, vai encontrar banho de pipoca nas escadarias e missas durante todo o dia,

numa clara demonstração de sincretismo religioso, já que os seguidores do

candomblé festejam no mesmo dia Omolú, o orixá protetor das doenças de pele.

Uma procissão com pessoas vestidas de branco pelas ruas da Federação é um dos

pontos altos da celebração.

Festa de Iemanjá

Local: Rio Vermelho.

Este é o dia do povo de santo render homenagens à Rainha do Mar seja nas areias

da praia, seja nas ruas e bares do Rio Vermelho. Nesta que é a maior manifestação

religiosa pública do candomblé, tem também baianos e turistas de todas as religiões

agradando Iemanjá, com flores jogadas ao mar e balaios de presentes. No final da

tarde o grande presente é jogado ao mar por pescadores seguidos por um cortejo de

dezenas de embarcações. Mas a festa não para por aí. Os visitantes varam a noite

em festas localizadas em todos os cantos do boêmio bairro do Rio Vermelho.

Lavagem de Itapuã

Local: Itapuã.

Logo no início da manhã acontece um cortejo religioso pelas ruas do bairro com

destino à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, quando baianas levam as

escadarias do templo. A festa foi idealizada por antiga moradora do bairro, Dona

Niçú e é mantida até hoje pelos seus filhos, que oferecem um café da manhã para

os moradores do bairro. À tarde é a vez da farra dos blocos de chão e arrastões de

moradores do bairro, além do tradicional desfile do Malê de Balê. Em 2009 ficou

proibida a participação de trios elétricos na lavagem.

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Carnaval

Local: Campo Grande/Castro Alves (Circuito Osmar), Barra/Ondina (Circuito Dodô)

e Centro Histórico (Circuito Batatinha).

A maior festa popular do planeta toma conta de Salvador e milhões de pessoas

seguem trios elétricos, blocos afro e ijexás em três circuitos: Dodô (Barra/Ondina),

Osmar (Campo Grande/Castro Alves) e Batatinha (Centro Histórico), durante cinco

dias de folia. Baianos e turistas de todas as idades e classe sociais se juntam para

curtir o ponto alto do celebrado verão de Salvador.

Presente de Iemanjá de Humaitá

Local: Mont Serrat (Ponta de Humaitá)

No mês de março, coincidindo com o Dia Internacional das Mulheres, 08 de março, é

realizado na praia de Humaitá, no bairro de Mont Serrat, baianas vestidas de modo

tradicional, levam presentes para a Rainha das águas, Iemanjá, em uma

manifestação religiosa do candomblé. Também neste momento pedidos, os mais

diversos, são feitos a Iemanjá, na fé que acompanha os fiéis da Rainha das águas.

Semana Santa - Procissão de Ramos

Local: Praça Municipal – Centro Histórico

Manifestação religiosa do catolicismo, que celebra a chegada de Jesus Cristo em

Jerusalém, com procissão que sai da Casa do Arcebispo e vai até a Praça

Municipal, no Centro Histórico, onde acontece uma missa ao ar livre. O povo

participa carregando palmas nas mãos, esta manifestação é realizada na manhã do

Domingo que antecede a Semana Santa.

Semana Santa - Procissão do Senhor Morto

Local: Centro Histórico

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A procissão do Senhor Morto é realizada na tarde da sexta-feira santa, sendo uma

tradição que proveniente de Portugal. O cortejo sai da Catedral Basílica no Terreiro

de Jesus e percorrendo as ruas do Centro Histórico, são encenados os sete passos

da Paixão de Cristo, depois do evento, a procissão retorna à Catedral Basílica.

Semana Santa - Queima de Judas

Local: Diversos bairros de Salvador

Realizada no sábado após a sexta-feira santa, a queima de Judas e é feita a partir

da imolação de bonecos recheados de fogos de artifício e queimados pela

população e representa a queima do Judas, apóstolo que traiu Jesus Cristo. Durante

a queima, é lido um “testamento” que teria sido feito pelo Judas, contendo

brincadeiras com os presentes e frases divertidas sobre temas da atualidade. Tem

se transformado em tradição na queima de Judas a atribuição de nomes aos

personagens, notadamente aqueles que se destacaram na sociedade como

representante ou causado de algum mal para alguém ou para o conjunto da

sociedade.

Procissão de São Francisco Xavier

Local: Centro Histórico

O padroeiro de Salvador é homenageado com esta procissão, que sai da Catedral

Basílica e percorre as ruas do Centro Histórico. Esta procissão é acompanhada pelo

prefeito da cidade, políticos e vereadores, junto com o povo, em uma manifestação

de fé promovida pela Câmara Municipal de Salvador.

Festa do Divino Espírito Santo

Local: Carmo e Centro Histórico

Com encenações representando a coroação do menino imperador e indulto aos

presos de bom comportamento, esta procissão, lembra o ideal de paz que existia

quando da fundação da cidade. Saindo da Igreja de Santo Antônio Além do Carmo e

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percorrendo as ruas do Centro Histórico, esta procissão acontece desde a fundação

da cidade.

Festa de Santo Antônio

Local: Igreja de Santo Antônio da Barra e diversos bairros

O santo, considerado pelo povo como casamenteiro e protetor das solteiras, é

reverenciado nesta festa com missas e romarias nas igrejas e orações, licores e

comidas típicas da época nas casas das famílias devotas do santo português.

Festa de São João

Local: Bairros periféricos e populares e no Centro Histórico

Muito embora seja uma festa tradicional de cidades do interior, esta tradição ainda

persiste em Salvador, notadamente nos bairros periféricos e áreas do subúrbio

ferroviário, onde fogueiras são queimadas e fogos de artifícios são queimados nas

ruas e praças, sanfoneiros em palcos diversos e no Centro Histórico, decorações

típicas com bandeirolas e muitas cores. Tudo isso, incrementado com muito licor e

comidas típicas do Nordeste, fazem da Festa de São João, uma das mais animadas

da cidade, com suas quadrilhas de caipiras e grandes arraiais montados nos bairros

populares.

Festa de São Pedro

Local: Diversos bairros

Nesta data se comemora o santo, padroeiro dos pescadores, com comidas típicas

do Nordeste, muito licor e alegria, nas casas dos devotos e nas ruas, com fogueiras

e decorações de bandeirolas e muitas cores, lembrando arraias do sertão

nordestino.

Festa da Independência da Bahia

Local: Lapinha, Centro Histórico e Campo Grande

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Data cívica maior da Bahia, o 02 de julho, marca a vitória das forças locais sobre

aqueles que ainda buscavam manter o Brasil sob o jugo de Portugal. Dessa forma, a

data é considerada a verdadeira data da independência do Brasil, é comemorada

civicamente com manifestações culturais e representações de fatos históricos e

desfile de carros alegóricos. O ponto alto da festa ocorre com a chegada do fogo

simbólico ao Campo Grande, o desfile das forças armadas e a apresentação de

filarmônicas, numa homenagem ao dia 2 de julho de 1823, quando as forças

libertadoras brasileiras entraram em Salvador, derrotando os últimos focos da

resistência portuguesa.

Festa de São Roque

Local: Federação – Igreja de São Lázaro

Festa em que o sincretismo religioso se manifesta mais uma vez, o santo, tido no

sincretismo religioso como o Orixá Omolú, é festejado no seu dia com banhos de

pipoca e grandes festas nos terreiros de candomblé. Na Igreja de São Lázaro, na

Federação, a homenagem se faz com missas e festas na porta da igreja com forte

participação popular.

Festa de São Cosme e São Damião

Local: Bairros diversos

Esta festa expressa, também, o sincretismo religioso, fruto da fusão entre

catolicismo popular e candomblé. A festa em que o religioso é mostrado, com

missas nas igrejas e ofertas de caruru, comida feita com quiabo cortado, cozido no

azeite de dendê, temperado com camarão e cebola e temperos verdes. A iguaria é

oferecida a crianças, pelos adeptos do candomblé ou não. Nas casas dos devotos,

muita comida e bebida, sendo que inicialmente sete crianças ou seus múltiplos,

quatorze, vinte e um etc., são servidas de acordo com os preceitos do candomblé ou

do sincretismo religioso que une candomblé e catolicismo popular.

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Dia da Consciência Negra

Local: Pelourinho, Liberdade, Federação e diversos bairros da cidade.

20 de novembro marca o dia da “Consciência Negra”, como uma data dos grupos

étnicos organizados, em contraposição ao dia 13 de maio, data oficial da abolição.

Na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Pelourinho, uma forte

manifestação em pró da consciência negra, com missas e apresentações culturais.

Dia da Baiana

Local: Pelourinho.

Esta data abre oficialmente o calendário de festas populares da Bahia e, neste dia

Salvador presta uma homenagem àquela que é o maior símbolo de nossa cultura: a

baiana. O evento foi instituído na década de 80 pela Bahiatursa e hoje faz parte do

calendário nacional de festas populares, por meio de lei sancionada pela União.

Festa de Santa Bárbara

Local: Centro Histórico e Baixa dos Sapateiros.

Os seguidores do candomblé e católicos se unem e pintam o centro histórico de

vermelho em uma linda manifestação de fé. Durante a festa, que foi considerada

Patrimônio Cultural da Bahia em 2008, é servido caruru nos mercados e praças do

Centro Histórico. Não importa se a homenagem é para Iansã, a deusa dos trovões,

ou para Santa Bárbara, a padroeira dos Bombeiros e mercados.

Festa de Nossa Senhora da Conceição da Praia

Local: Comércio.

A comemoração em louvor à Padroeira da Bahia é a mais antiga festa religiosa do

Brasil. Desde 1550 os católicos prestam homenagens para Nossa Senhora da

Conceição da Praia. Uma novena em louvor à santa prepara os fiéis para o ponto

alto dos festejos: uma procissão pelas ruas do Comércio com a imagem de Nossa

Senhora da Conceição. À tarde a festa religiosa cede espaço para o profano nas

barracas montadas no entorno do templo.

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Festa de Santa Luzia

Local: Rua do Pilar, no Comércio.

As homenagens à padroeira dos olhos acontecem na Igreja que leva o nome da

santa, no Pilar (região do Comércio). Fieis formam uma longa fila para molhar os

olhos com a água da Fonte do Pilar, inclusive pessoas com problemas oculares que

acreditam nos poderes milagrosos de Santa Luzia. Os festejos incluem ainda

alvorada de fogos, missas e procissão.

Em setembro de 2013, a Prefeitura Municipal de Salvador apresentou o calendário

cultural da cidade, projeto desenvolvido pela Secretaria de Desenvolvimento

Turismo e Cultura, que prevê a execução de 93 grandes eventos até março de 2017

e que serão realizados gratuitamente em espaços públicos.

O calendário foi dividido em três categorias: Fé na Festa, Cidade dos Festivais e

Eventos Especiais.

A categoria Fé na Festa visa promover e revitalizar as festas populares, além de

agregar outras festividades religiosas. Nessa categoria estão: Reis, Lavagem do

Bonfim, 2 de Fevereiro, Itapuã, Semana Santa, Corpus Christi, Santa Bárbara,

Conceição da Praia, Santa Luzia e Natal.

Já a Cidade dos Festivais são eventos que possuem como característica comum a

duração, sempre igual ou superior a dois dias e reunindo elementos de diversos

segmentos culturais. Neles estão o Festival da Cidade, Festival Perc Pan, Festival

da Cultura Latina, Festival da Criança, Festival 2 de Julho, Festival Boca de Brasa,

Festival da Primavera, Festival de Música de Salvador, Festival do Samba, Festival

África-Brasil e Festival Baía de Todos os Santos.

Já os Eventos Especiais foram classificados desta forma, tendo em vista que não

acontecerão todos os anos, além de terem suas particularidades, a exemplo do

Carnaval e do Réveillon. Também fazem parte dessa categoria a Bienal da

Literatura, Bienal de Fotografia, Bienal de Artes Plásticas, Bienal de Moda e Design,

Carnaval da Copa, Salvador Olímpica e Parada Gay.

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b) Identificação das principais atividades de lazer da população, áreas de

lazer mais utilizadas, descrevendo sua importância econômica e social

Os espaços públicos destinados à prática do futebol, notadamente campos

improvisados nas áreas de vale, muitos deles no entorno da Área Diretamente

Afetada (ADA) e na Área de Influência Direta do projeto Corredores de Transporte

Público Integrado, eixo Lapa - Iguatemi constitui-se em importantes espaços de lazer

da população.

O futebol é um dos esportes mais praticados. Associado às atividades de lazer é

possível destacar as áreas utilizadas para prática do Cooper (caminhadas), corridas,

como as calçadas das avenidas de vale existentes na Área de Influência Direta.

Além da prática de skate.

Figura 2 - Campo de Futebol – Vale dos Barris

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

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Figura 3 - Pista de Skate – Vale dos Barris

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

Na Área de Influência Direta (AID) destacam-se o Dique do Tororó e o Parque da

Cidade, importantes espaços públicos de lazer utilizados pela população de

Salvador, além do Itaipava Arena Fonte Nova e o Teatro Castro Alves.

O Dique do Tororó é o único manancial natural da cidade de Salvador, tombado pelo

Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. No Dique também se

encontram as oito esculturas do artista plástico Tati Moreno que representam os

principais orixás do Candomblé, ícones da cultura afro-baiana: Ogum, Oxossi,

Xangô, Oxalá, Iemanjá, Oxum, Nanã e Iansã.

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Figura 4 – Dique do Tororó (Orixás)

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

O Dique do Tororó, enquanto espaço de lazer - conta com infraestrutura de lazer

que inclui pedalinho, parque infantil, aparelhos de ginástica, pista de cooper,

banheiros e dois restaurantes que são utilizados pela população de Salvador para

caminhada e passeio de barquinho.

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Figura 5 - Dique do Tororó (Espaço de Lazer)

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

É um lugar sagrado para os adeptos do Candomblé, que utiliza suas águas como

local de entrega do presente de Oxum. Na madrugada de 2 de fevereiro, data em

que se celebra o dia de Iemanjá, a Rainha das Águas Salgadas, pescadores da

colônia do Rio Vermelho, pais e mães de santo vão até o Dique entregar oferendas

para Oxum.

Figura 6 – Dique do Tororó Local Sagrado do Candomblé

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

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O Dique do Tororó também é sinônimo de futebol. Há poucos metros está a Arena

Fonte Nova construída no lugar do antigo estádio Octávio Mangabeira para abrigar

os jogos da Copa das Confederações e da Copa do Mundo de 2014.

Figura 7 – Itaipava Arena Fonte Nova

Fonte: Ambiente Sustentável, 2014

O Parque da Cidade está localizado no bairro da Pituba, próximo aos bairros de

Santa Cruz, Itaigara e Nordeste de Amaralina. Além da área verde, há também

quadras poliesportivas, parquinhos para crianças, equipamentos de lazer e

ginástica, pista de cooper, ciclovia, praça para idosos, área para piquenique,

lanchonetes, um posto médico, áreas de concentração e encontros para estudantes,

turistas e grupos da terceira idade.

Figura 8 – Parque da Cidade

Fonte: www.tribunadabahia.com.br

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No que se refere à disponibilidade de estabelecimentos de cultura, na AID em 2013,

conforme dados disponibilizados pelo Sistema de Informações Municipal de

Salvador (SIM) existem 33 cinemas, 33 museus e 23 teatros, conforme quadro

abaixo:

Quadro 109 – Estabelecimentos de Cultura – AID (2012-2013)

Regiões Administrativas*

2012 2013

Cinema Museu Teatro Cinema Museu Teatro

RA I - Centro 10 18 13 10 32 13

RA V - Brotas 0 0 1 0 0 1

RA VII – Rio Vermelho

0 0 4 0 1 4

RA VIII – Pituba/Costa Azul

23 0 5 23 0 5

TOTAL 33 18 23 33 33 23 Fonte: http://www.sim.salvador.ba.gov.br/

*Regiões Administrativas definidas no PDDU, 2008

Portanto, a riqueza e a diversidade cultural fazem de Salvador o cenário para

importantes eventos relacionados à arte, como exposições de pintura, mostras

fotográficas, festivais de música e teatro. Salvador possui também um rico patrimônio

histórico-cultural como os museus e manifestações populares.

10.3.9 Arqueologia

Em atendimento a Portaria IPHAN n° 230/02, foi apresentado ao Instituto do Patrimônio

Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) o Projeto de Diagnóstico Arqueológico

Interventivo para o Empreendimento Corredores de Transporte em Fluxo Contínuo

(eixo Lapa – Iguatemi), protocolado sob o n° 01502.003060/2013.19, elaborado pela

Arqueóloga Cristiana de Cerqueira Silva Santana.

O IPHAN expediu o Oficio n° 0004/14-IPHAN/BA, acompanhado do Parecer Técnico

n° 0546/13, com manifestação favorável, indicando que o Empreendedor deverá

atender a Norma Técnica n° 01/2009, que orienta quanto a elaboração de Estudo de

Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental e Avaliação dos Impactos Culturais

trazidos pelos Empreendimentos ao Patrimônio Cultural. A decisão foi publicada no

Diário Oficial da União. Os documentos supramencionados constam do Anexo A, deste

Volume.

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10.3.10 Recomendações

O projeto Corredores de Transporte Público Integrado, eixo Lapa - Iguatemi, como

qualquer outro empreendimento público gera uma gama considerável de benefícios,

os quais são auferidos em especial pelos usuários das vias (e repassados para a

sociedade, como um todo) e pelas comunidades localizadas na Área Diretamente

Afetada (ADA) e na Área de Influência Direta (AID) do empreendimento.

Tais benefícios, em linguagem ambiental, se traduzem em impactos ambientais

positivos, favorecendo ao meio socioeconômico; de outra parte, o respectivo

processo construtivo (obras) tende a gerar impactos ambientais negativos diversos.

Da mesma maneira, na fase de implantação e operação do Corredor, quando tem

lugar a geração dos benefícios enfocados, há também uma tendência à ocorrência

de impactos negativos, caso a decorrente expansão do tráfego e das pessoas não

se faça acompanhar pela adoção de medidas operacionais preventivas.

Portanto, como recomendações torna-se importante que o Poder Público Municipal

estabeleça mecanismos de aproximação e articulações com os grupos sociais e

lideranças comunitárias, para a mediação, negociação e minimização dos possíveis

impactos ocasionados com a implantação e operação do empreendimento.

Ainda na fase de planejamento é relevante a realização de reuniões (audiências)

públicas com segmentos específicos (comerciantes, empresários, lideranças

comunitárias, associações de moradores, federações, etc) para a apresentação do

projeto e envolvimento dos mesmos no decorrer da implantação e operação do

empreendimento. Especificamente sugere-se reunião com a Federação das

Associações de Bairros de Salvador (FABS) e a Federação Nacional de CultoAafro

Brasileiro – situada no pelourinho.

Em geral toda construção civil causa diversos incômodos ao ser humano,

ocasionando impactos advindos do a) aumento do fluxo viário; b) aumento da

população flutuante; c) ruído; d) poeira; e) alteração da paisagem; f) interferências

no cotidiano de vida dos moradores, etc. Portanto, tornam-se necessários:

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a) Elaboração e implantação de Programa e Projetos de Educação Ambiental

(PEA), visando desenvolver ações educativas, formuladas por meio de um

processo participativo para capacitar/habilitar setores sociais, com ênfase nos

afetados diretamente pelo empreendimento, para uma atuação efetiva na

melhoria da qualidade ambiental e de vida;

b) Elaboração e implantação de Programa e Projetos de Comunicação Social

(PCS), objetivando contribuir para a transparência no processo de

implantação do projeto, criando um canal de comunicação contínuo, entre o

poder público municipal e a sociedade, ao estabelecer uma ligação

permanente entre todos os envolvidos, por meio da veiculação ampla e

irrestrita de informações sobre os objetivos, etapas e ações do projeto.

Os programas e projetos acima referidos deverão ser desenvolvidos nas diversas

fases do empreendimento, principalmente junto à mão de obra da construção civil,

moradores do entorno da ADA e da AID, bem como a população de modo geral.

A criação de medidas de comunicação, informação e educação atuam, portanto,

diretamente na mudança de hábitos e comportamento das pessoas, colaborando na

efetividade de outras medidas, mais rigorosas, que objetivam a mitigação de

problemas relacionados aos atuais padrões de mobilidade urbana.

As campanhas educativas e de sensibilização são medidas especialmente

importantes para a cidade, pelo baixo custo de implementação, alto impacto na

divulgação dos assuntos relacionados ao transporte sustentável e, pela possibilidade

de formação de alianças entre a população e os atores engajados na formulação

das políticas públicas.

Essas campanhas devem promover atividades múltiplas que estimulem as pessoas

a utilizar meios alternativos de transporte, principalmente o transporte público e o

uso de bicicletas.

Um dos exemplos mais citados para a promoção destes modais é fomentar eventos

a exemplo do “Dias sem Carro”, restringindo o uso de veículos motorizados

individuais nas cidades, ou em setores, por um dia ou a viabilidade das alternativas

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de transporte em um dia de trabalho típico. Em Bogotá, no mesmo período em que o

seu transporte público de massa estava sendo implantado, chamado Transmilenio, a

cidade criou o dia sem carro, que hoje cobre dezenas de ruas em diversos bairros

da cidade nos domingos.

Em outras palavras, trata-se de medidas de gerenciamento da mobilidade que,

diferente das medidas de gestão das demandas de tráfego, de caráter mais restritivo

e regulatório, incentivam a mudança na escolha dos deslocamentos, por meio de

ferramentas de informação, comunicação, motivação e organização, perfazendo o

grupo de medidas com uma maior aceitação pelas pessoas.

Por exemplo, informação em tempo real via Internet, SMS, GPS ou outros meios de

comunicação, sobre os serviços de transporte existentes, horários e melhores rotas,

inclusive a existência de congestionamentos ou pontos de lentidão no tráfego, pode

auxiliar na mudança das estratégias individuais de deslocamentos. Além de

colocação de placas educativas em todo traçado do Corredor.

Assim, recomenda-se ainda, ao Poder Público Municipal, a adoção de estratégias de

comunicação e educação ambiental permanente, com vistas a manter a população

informada quantos aos horários das obras. Além de informar por meio de toda a

mídia disponível os usuários do tráfego, quanto às mudanças e intervenções a

serem realizados na fase de implantação e operação do Corredor.

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APÊNDICE A – MODELO DE QUESTIONÁRIO (PESQUISA DE OPINIÃO)

PESQUISA DE OPINIÃO DATA: _____/_____/2014. ( ) PESSOA FÍSICA ( ) PESSOA JURÍDICA PROFISSÃO: ________________________ CARGO: ______________________ RAMO DA ATIVIDADE:________________________________________________ 1. SEXO ( ) Masculino ( ) Feminino 2. IDADE ( ) até 17 anos ( ) 18 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) 46 a 55 anos ( ) 56 a 65 anos ( ) > 65 anos 3. NÍVEL DE INSTRUÇÃO ( ) SEM ESCOLARIDADE ( ) 1º GRAU INCOMPLETO ( ) 1º GRAU COMPLETO ( ) 2º GRAU INCOMPLETO ( ) 2º GRAU COMPLETO ( ) SUPERIOR INCOMPLETO ( ) SUPERIOR COMPLETO

4. QUAL O MEIO DE TRANSPORTE UTILIZADO PARA O SEU DESLOCAMENTO? ( ) AUTOMÓVEL INDIVIDUAL ( ) ÔNIBUS ( ) TÁXI ( ) CARONA SOLIDÁRIA ( ) MOTOCICLETA ( ) BICICLETA ( ) PERCURSO A PÉ

5. QUANTO TEMPO UTILIZA PARA CHEGAR DE SUA CASA AO LOCAL DE TRABALHO? ( ) 0 – 30 Min ( ) 31 – 60 Min ( ) Mais de 60 Min

6. EM QUE BAIRRO VOCÊ RESIDE?_____________________________________

7. VOCÊ CONHECE ALGUM PROJETO PARA A MELHORIA DO TRÁFEGO NA CIDADE? ( ) NÃO ( ) SIM, ESPECIFIQUE:_____________________________________

8. VOCÊ ACREDITA QUE O PROJETO CORREDORES DE TRANSPORTE PÚBLICO INTEGRADO, EIXO LAPA – IGUATEM (BRT) VAI MELHORAR O DESLOCAMENTO DAS PESSOAS EM SALVADOR?

( ) SIM ( ) NÃO

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ANEXO A – PROJETO DE DIAGNÓSTICO ARQUEOLÓGICO

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