broadman vol 01 gênesis a êxodo

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Broadman

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  1. 1. Broadman
  2. 2. Volume 1 ComentrioBblicoBroadman
  3. 3. Comentrio Bblico Broadman Volume 1 Artigos Gerais Gnesis-xodo TRADUO DE ADIEL ALMEIDA DE OLIVEIRA
  4. 4. Todos os direitos reservados. Copyright (c) 1969 da Broadman Press. Copyright (c)1987 da JUERP,para a lngua portuguesa, com permisso da Broadman Press. O texto bblico, nesta publicao, da Verso da Imprensa Bblica Brasileira, baseada na traduo em portugus de Joo Ferreira de Almeida, de acordo com os melhores textos em hebraico e grego. 220.7 All-Com Allen, Clifton J., ed. ger. Comentrio Bblico Broadman: Velho Testamento. Editor geral: Clifton J. Alien. Traduo de Adiei Almeida de Oliveira. Rio de Janeiro, Junta de Educao Religiosa e Publicaes, 1987. Vol. 1 Ttulo original: The Broadman Bible Commentary 1. Bblia Velho Testamento Comentrios. 2. Velho Testamento Comentrios. I. Ttulo. 3.000/1987 Cdigo para Pedido: 21.636 Junta de Educao Religiosa e Publicaes da Conveno Batista Brasileira Caixa Postal 320 CEP: 20001 Rua Silva Vale, 781 CEP: 21370 Rio de Janeiro, RJ, Brasil Impresso em grficas prprias
  5. 5. Junta de Consultores Clifton I. Allen, ex-Secretrio Editorial, Junta Batista de Escolas Dominicais da SBC J. P. Alien, Pastor, Igreja Batista de Broadway, Forth Worth John E. Barnes, Jr., Pastor, Igreja Batis ta de Main Street, Hattiesburg Olin T. Binkley, Presidente, Seminrio Teolgico Batista do Sudeste, Wake Forest, North Carolina WilliamJ. Brown, Gerente, Departamen to Oriental, Livrarias Batistas, Junta Batista de Escolas Dominicais John R. Claypool, Pastor, Igreja Batista de Crescent Hill, Louisville, Kentucky Howard P. Colson, Secretrio Editorial, Junta Batista de Escolas Dominicais Chauncey R. Daley, Jr., Editor, Western Recorder, Middletown, Kentucky Joseph R. Estes, Secretrio, Departa mento de Obra Relacionada aos No- evanglicos, Junta Batista de Misses Nacionais da Southern Baptist Con vention William J. Fallis, Editor-Chefe, Livros Religiosos em Geral, Broadman Press Allen W. Graves, Deo, Escola de Edu cao Religiosa, Seminrio Teolgico Batista do Sul, Louisville, Kentucky Joseph F. Green, Editor, Livros de Estu do Bblico, Broadman Press Ralph A. Herring, ex-Diretor, Departa mento de Extenso Seminarial, Con veno Batista do Sul Herschel H. Hobbs, Pastor, Primeira Igreja Batista, Oklahoma City Warren C. Hultgren, Pastor, Primeira Igreja Batista, Tulsa Lamar Jackson, Pastor, Igreja Batista Meridional, Birmingham L. D. Johnson, Capelo, Universidade Furman J. Hardee Kennedy, Professor de Velho Testamento e Hebraico, Seminrio Teolgico Batista de New Orleans Herman L. King, Diretor, Diviso de Pu blicao, Junta Batista de Escolas Dominicais da SBC William W. Lancaster, Pastor, Primeira Igreja Batista, Decatur, Georgia Randall Lolley, Pastor, Primeira Igreja Batista, Winston-Salem C. DeWitt Mathews, Professor de Prega o, Seminrio Teolgico Batista do Centro-Oeste John P. Newport, Professor de Filosofia da Religio, Seminrio Teolgico Ba tista do Sudoeste Lucius M. Polhill, ex-Secretrio Exe cutivo, Associao Geral Batista de Virgnia Porter Routh, Secretrio Executivo Te soureiro, Comisso Executiva, Con veno Batista do Sul John L. Slaughter, ex-Pastor, Primeira Igreja Batista, Spartanburg R. Houston Smith, Pastor, Primeira Igre ja Batista, Pineville, Louisiana James L. Sullivan, Secretrio Executivo, Junta Batista de Escolas Dominicais Ray Summers, Presidente, Departamen to de Religio, Universidade de Bay lor Charles A. Trentham, Pastor, Primeira Igreja Batista, Knoxville Keith von Hagen, Diretor, Diviso de Livraria, Junta Batista de Escolas Dominicais J. R. White, Pastor, Primeira Igreja Ba tista, Montgomery Conrad Willard, Pastor, Igreja Batista Central, Miami Kyle M. Yates, Jr., Professor de Reli gio, Universidade Estadual de Okla homa
  6. 6. Colaboradores Clifton J. Alien, Junta Batista de Escolas Dominicais (aposentado): Artigo Ge ral Morris Ashcraft, Seminrio Teolgico Batista do Centro-Oeste: Apocalipse G. R. Beasley-Murray, Faculdade Spur geon, Londres: II Corntios T. Milles Bennett, Seminrio Teolgico Batista do Sudoeste: Malaquias Reidar B. Bjornard, Seminrio Teolgico Batista do Norte: Ester James A. Brooks, Seminrio Teolgico Batista de New Orleans: Artigo Geral Raymond Bryan Brown, Seminrio Teo lgico Batista do Sudeste: I Corntios John T. Bunn, Universidade Campbell: Cntico dos Cnticos; Ezequiel Joseph A. Callaway, Seminrio Teolgico Batista do Sul: Artigo Geral E. Luther Copeland, Seminrio Teol gico Batista do Sudeste: Artigo Geral Bruce C. Cresson, Universidade Baylor: Obadias Edward R. Dalglish, Universidade Bay lor: Juizes; Naum John I. Durham, Seminrio Teolgico Batista do Sudeste: Salmos; Artigo Geral Frank E. Eakin, Jr., Universidade de Richmond: Sofonias Clyde T. Francisco, Seminrio Teolgico Batista do Sul: Gnesis; I e II Crni cas; Artigo Geral D. David Garland, Seminrio Teolgico Batista do Sudoeste: Habacuque A. J. Glaze, Jr., Seminrio Internacional Teolgico Batista, Buenos Aires: Jo nas James Leo Green, Seminrio Teolgico Batista do Sudeste: Jeremias Emmett Willard Hamrick, Universidade de Wake Forest: Esdras; Neemias William L. Hendricks, Seminrio Teol gico Batista do Sudoeste: Artigo Ge ral E. Glenn Hinson, Seminrio Teolgico Batista do Sul: I e II Timteo; Tito; Artigo Geral Herschel H. Hobbs, Primeira Igreja Ba tista, Oklahoma City: I e II Tessalo- nicenses Roy L. Honeycutt, Jr., Seminrio Teol gico Batista do Centro-Oeste: xodo; II Reis; Osias William E. Hull, Seminrio Teolgico Batista do Sul: Joo Page H. Kelley, Seminrio Teolgico Ba tista do Sul: Isaas J. Hardee Kennedy, Seminrio Teolgi co Batista de New Orleans: Rute; Joel Robert B. Laurin, Seminrio Americano Batista do Oeste: Lamentaes John William Macgorman, Seminrio Teolgico Batista do Sudoeste: G- latas Edward A. McDowell, Seminrio Teol gico Batista do Sudeste (aposentado): I, II e IIIJoo Ralph P. Martin, Seminrio Teolgico Fuller: I Reis Dale Moody, Seminrio Teolgico Batis ta do Sul: Romanos William H. Morton, Seminrio Teolgi co Batista do Centro-Oeste: Josu Barclay M. Newman, Jr., Sociedade B blica Americana: Artigo Geral
  7. 7. John P. Newport, Seminrio Teolgico Batista do Sudoeste: Artigo Geral John Joseph Owens, Seminrio Teolgico Batista do Sul: Nmeros; J (com Tate e Watts); Daniel Wayne H. Peterson, Seminrio Teolgico Batista Golden Gate: Eclesiastes Ben F. Philbeck, Jr., Faculdade Carson- Newman: I e II Samuel William M. Pinson, Jr., Seminrio Teo lgico Batista do Sudoeste: Artigo Geral Ray F. Robbins, Seminrio Teolgico Batista de New Orleans: Filemom Eric C. Rust, Seminrio Teolgico Batis- tista do Sul: Artigo Geral B. Elmo Scoggin, Seminrio Teolgico Batista do Sudeste: Miquias; Artigo Geral Burlan A. Sizemore Jr., Seminrio Teo lgico Batista do Centro-Oeste: Ar tigo geral David A. Smith, Universidade Furman: Ageu Ralph L. Smith, Seminrio Teolgico Batista do Sudoeste: Ams T. C. Smith, Universidade Furman: Atos; Artigo Geral Harold S. Songer, Seminrio Teolgico Batista do Sul: Tiago Frank Stagg, Seminrio Teolgico Ba tista do Sul: Mateus; Filipenses Ray Summers, Universidade Baylor: I e I I Pedro; Judas; Artigo Geral Marvin E. Tate, Jr., Seminrio Teolgico Batista do Sul: J (com Owens e Watts); Provrbios Malcolm O. Tolbert, Seminrio Teolgi co Batista de New Orleans: Lucas Charles A. Trentham, Primeira Igreja Batista, Knoxville: Hebreus; Artigo Geral Henry E. Turlington, Igreja Batista Uni versitria, Chapel Hill, Carolina do Norte: Marcos John S. W. Watts, Faculdade Serampo- re, Serampore. ndia: Deuteronmio J (com Owens e Tate); Zacarias R. E. O. White, Faculdade Teolgica Batista, Glasgow: Colossenses
  8. 8. Prefcio O COMENTRIO BBLICO BROADMAN apresenta um estudo bblico atualizado, dentro do contexto de uma f robusta na autoridade, adequao e confiabilidade da Bblia como a Palavra de Deus. Ele procura oferecer ajuda e orientao para o crente que est disposto a empreender o estudo da Bblia como um alvo srio e compensador. Desta forma, os seus editores definiram o escopo e propsito do COMENTRIO, para produzir uma obra adequada s necessidades do estudo bblico tanto de ministros como de leigos. As descobertas da erudio bblica so apresentadas de forma que os leitores sem instruo teolgica formal possam us-las em seu estudo da Bblia. As notas de rodap e palavras so limitadas s informaes essenciais. Os escritores foram cuidadosamente selecionados, tomando-se em considerao sua reverente f crist e seu conhecimento da verdade bblica. Tendo em mente as necessidades de leitores em geral, os escritores apresentam informaes especiais acerca da linguagem e da histria onde elas possam ajudar a esclarecer o significado do texto. Eles enfrentam os problemas bblicos no apenas quanto linguagem, mas quanto doutrina e tica porm evitam sutilezas que tenham pouco a ver com o que devemos entender e aplicar da Bblia. Eles expressam os seus pontos de vista e convices pessoais. Ao mesmo tempo, apresentam opinies alternativas, quando estas so esposadas por outros srios e bem-informados estudantes da Bblia. Os pontos de vista apresentados, contudo, no podem ser considerados como a posio oficial do editor. O COMENTRIO resultado de muitos anos de planejamento e preparao. A Broadman Press comeou em 1958 a explorar as necessidades e possibilidades deste trabalho. Naquele ano, e de novo em 1959, lderes cristos especialmente pastores e professores de seminrios se reuniram, para considerar se um novo comentrio era necessrio e que forma deveria ter. Como resultado dessas deliberaes, em 1961, a junta de consultores que dirige a Editora autorizou a publicao de um comentrio em vrios volumes. Maiores planejamentos levaram, em 1966, escolha de um editor geral e de uma Junta Consultiva. Esta junta de pastores, professores e lderes denominacionais reuniu-se em setembro de 1966, revendo os planos preliminares e fazendo definidas recomendaes, que foram cumpridas medida que o COMENTRIO se foi desenvolvendo. No comeo de 1967, quatro editores consultores foram escolhidos, dois para o Velho Testamento e dois para o Novo Testamento. Sob a direo do editor geral, esses homens trabalharam com a Broadman Press e seu pessoal, a fim de planejar o COMENTRIO detalhadamente. Participaram plenamente na escolha dos
  9. 9. escritores e na avaliao dos manuscritos. Deram generosamente do seu tempo e esforos, fazendo por merecer a mais alta estima e gratido da parte dos funcionrios da Editora que trabalharam com eles. A escolha da Verso da Imprensa Bblica Brasileira de acordo com os melhores textos em hebraico e grego como a Bblia-texto para o COMENTRIO foi feita obviamente. Surgiu da considerao cuidadosa de possveis alternativas, que foram plenamente discutidas pelos responsveis pelo Departamento de Publica es Gerais da Junta de Educao Religiosa e Publicaes. Dada a fidelidade do texto aos originais bem assim traduo de Almeida, amplamente difundida e amada entre os evanglicos, a escolha justifica-se plenamente. Quando a clareza assim o exigiu, foram mantidas as tradues alternativas sugeridas pelos prprios autores dos comentrios. Atravs de todo o COMENTRIO, o tratamento do texto bblico procura estabelecer uma combinao equilibrada de exegese e exposio, reconhecendo abertamente que a natureza dos vrios livros e o espao destinado a cada um deles modificar adequadamente a aplicao desta abordagem. Os artigos gerais que aparecem no Volume 8 tm o objetivo de prover material subsidirio, para enriquecer o entendimento do leitor acerca da natureza da Bblia. Focalizam-se nas implicaes do ensino bblico com as reas de adorao, dever tico e misses mundiais da igreja. O COMENTRIO evita padres teolgicos contemporneos e teorias mutveis. Preocupa-se com as profundas realidades dos atos de Deus na vida dos ho mens, a sua revelao em Cristo, o seu evangelho eterno e o seu propsito para a redeno do mundo. Procura relacionar a palavra de Deus na Escritura e na Palavra viva com as profundas necessidades de pessoas e da humanidade, no mundo de Deus. Mediante fiel interpretao da mensagem de Deus nas Escrituras, portanto, o COMENTRIO procura refletir a inseparvel relao da verdade com a vida, do significado com a experincia. O seu objetivo respirar a atmosfera de relao com a vida. Procura expressar a relao dinmica entre a verdade redentora e pessoas vivas. Possa ele servir como forma pela qual os filhos de Deus ouviro com maior clareza o que Deus Pai est-lhes dizendo.
  10. 10. Nota do Editor Para o Volume 1 Revisado A Editora Broadman o departamento geral de publicao de livros da Junta de Escolas Dominicais da Conveno Ba tista do Sul dos Estados Unidos e, por tanto, est sujeita ao controle da Con veno. O seu programa de publicaes executado por oficiais administrativos que agem segundo a orientao e a pol tica de membros eleitos pela Conveno. Em 1969, a Editora Broadman publicou o primeiro volume do THE BROAD MAN BIBLE COMMENTARY, uma obra em doze volumes, destinada ao srio estudo da Bblia, como parte dos com promissos programticos correntes da Junta de Escolas Dominicais. Esta reviso do Volume 1 publicada em resposta s decises dos mensageiros de 1970 e 1971 da Conveno Batista do Sul, tendo sido estas decises interpreta das pelos membros eleitos da Junta de Escolas Dominicais e implementadas pe los oficiais administrativos da Junta. Clyde T. Francisco foi encarregado de escrever um novo comentrio sobre o li vro de Gnesis, para este volume. Bar- clay H. Newman, Jr., foi convidado a escrever um novo artigo a respeito de As Escrituras Traduzidas, visto que o escritor deste artigo anteriormente pu blicado pediu que a sua obra no fosse usada neste Volume 1revisado. A lista de colaboradores para todo o Comentrio foi atualizada. Todo o outro material idntico ao do volume publicado em 1969. Abreviaturas ASV American Standard Version Heb. Hebraico IBB Imprensa Bblica Brasileira (Verso Revisada) IDB Interpreters Dictionary of the Bible Int. Introduo JBL Journal ofBiblicalLiterature KJV King James Version lit. literalmente LXX Septuaginta marg. margem RSV Revised Standard Version
  11. 11. Sumrio Artigos Gerais O Livro da F Crist Clifton J. A llen .................... 17 As Escrituras Traduzidas Barclay M. Newmn, Jr. .. 35 A Interpretao da Bblia John P. Newport.................. 51 A Geografia da Bblia B. Elmo Scoggin.................. 63 A Arqueologia e a Bblia Joseph A. Callaway ............ 73 O Cnon e o Texto do Velho Testamento Burlan A. Sizemore, Jr . . . . 83 A Histria de Israel Clyde T. Francisco ............ 93 A Teologia do Velho Testamento E .C .R u st............................ 111 Abordagens Contemporneas John I. Durhan.................... 131 no Estudo do Velho Testamento Gnesis Clyde T. Francisco Introduo.............................................................................................................. 145 Comentrio Sobre o Texto.................................................................................... 171 xodo Roy L. Honeycutt, Jr. Introduo.................................................... ......................................................... 367 Comentrio Sobre o Texto.................................................................................... 385
  12. 12. Artigos Gerais
  13. 13. O Livro da F Crist Clifton J. Allen Comeamos com a afirmao de que a Bblia a Palavra de Deus. Mas no po demos parar neste ponto. Os crentes pre cisam fazer algo mais do que simples mente louvar a Bblia. Precisam estar preparados para se haverem com srias interrogaes a respeito da Bblia. Estas interrogaes so feitas no apenas por cticos e cnicos; so feitas tambm por estudantes devotos e aplicados da Bblia. Empenhar-se em um estudo assim apli cado acarreta a necessidade de enfrentar todas as interrogaes vlidas a respeito da natureza e da autoridade da Bblia, e uma mente aberta para avaliar a vali dade de suas declaraes e a integridade de seu testemunho. No temos razo para evitar essas interrogaes. A Bblia no est correndo o perigo de embarao ou de extino! Os crentes tambm precisam tornar-se mais conscientes dos questionamentos realistas, mas freqentemente hostis e cticos do mundo incrdulo e secular a respeito da Bblia. Esses questionamen tos exigem respostas, que so dadas por um conhecimento exato e profundo da B blia e por uma f reverente, nutrida por uma compreenso inteligente desse Li vro. Uma opinio acerca da Bblia que no sofreu ataques da ignorncia do pre conceito, da incredulidade ou do orgulho humanista, pode no ser de confiana, porque no foi testada. Uma f que no faz perguntas dificilmente f, porque no procura significado nenhum. Apropriadamente, perguntamos a res peito da Bblia: Qual a sua natureza? Como chegou at ns? Qual a base de sua autoridade? Qual a sua importn cia e qual o seu significado? Ao conside rarmos estas perguntas, essencial ter mos em mente o que a Bblia. Mais do que qualquer outra coisa, ela um re gistro e uma interpretao da auto-reve- lao de Deus ao homem: a narrativa autntica da revelao de Deus em Jesus Cristo, para a redeno do homem. a histria da salvao:1 o propsito salva dor, os atos salvadores, a graa salvadora e o poder salvador do Senhor; a misso salvadora do povo de Deus; e a consuma o da obra salvadora de Deus atravs do senhorio de Cristo. Este conceito sobre que a Bblia a perspectiva bsica, da qual este artigo procurar explorar inter rogaes importantes a respeito da B blia. I. A Natureza da Bblia Est na hora de perguntar agora: Qual a natureza da Bblia? Em que sentido a Bblia a Palavra de Deus? Por que ela to difcil de se entender? Como que um livro to antigo tem importncia atemporal? As respostas a estas pergun tas e a outras de igual importncia exigem uma compreenso amadurecida do que a Bblia e uma percepo pene trante quanto aos seus antecedentes, suas caractersticas e seu propsito central. 1. Origem, Ambiente Formativo e Cultura Antes de tudo, que seja observado que a Bblia de origem antiqssima. Os primeiros captulos falam a respeito da criao do Universo e do homem, a res 1 Cf. A. M. Hunter, The Message of the New, Testa ment, particularmente as p. 11 e 12. 17
  14. 14. peito de Deus e de sua maneira de agir para com o homem, desde o comeo do mundo, e a respeito de acontecimentos que precedem uma identificao histri ca exata. E, em seguida, a narrativa co mea a contar a histria de Abrao e seus descendentes, estando estes fatos locali zados em cerca de 2000 a.C. O relato es crito da histria contnua de Deus e seu povo se estende at cobrir o primeiro sculo da era crist. Desta forma, a B blia precisa ser entendida como um livro muito antigo. Alm disso, a Bblia chegou a ns a partir de um cenrio semita, isto , o cenrio do Oriente Prximo antigo. A B blia tem a ver especialmente com os descendentes de Abrao, o povo escolhi do de Deus, que habitou a terra de Cana, uma faixa estreita ao longo do litoral oriental do Mediterrneo. Essa pequena rea era uma espcie de ponte ou via de contato entre o povo da regio do vale do Tigre-Eufrates, a leste, e o povo do vale do Nilo, a sudoeste. O prprio Abrao representava o povo se mita que vivia no sudoeste da sia: babi lnios, assrios, arameus, cananeus e fe ncios. Reconhecemos tambm que o povo da Bblia expressa a cultura que era a sua herana e o seu ambiente formativo. O Velho Testamento reflete o ambiente agrcola e a experincia vivencial do povo de Israel, mas revela tambm a crescen te influncia do desenvolvimento urba no. A maneira de o povo pensar em Deus em termos antropomrficos, como inti mamente associado com as coisas da natureza, como vingador e como sendo parcial, em favor do povo de Israel, ex pressa o impacto de sua herana cul tural. E a maneira como esse povo pen sava a respeito da famlia da figura autoritria do marido e pai, da subser vincia e inferioridade das mulheres e da importncia de ter filhos era tambm influenciada pela sua cultura. O seu con ceito da ordem material como expresso imediata da presena e do poder de Deus e as suas fortes tendncias para a ido latria mostram o impacto entre os con ceitos culturais e a prtica. As formas de pensamento e conceitos que aparecem no decorrer da Bblia so a expresso na tural da experincia desse povo. Ao tempo do Novo Testamento, os judeus da Palestina sentiam grande anti patia e at amarga hostilidade, em mui tos casos, contra os gentios. Atravs do mundo romano, o envolvimento no co mrcio e negcios, nas grandes cidades do imprio, contribuiu para a comuni cao, o entendimento e, em alguns ca sos, para um certo grau de boa vontade. Todavia, o Novo Testamento propria mente dito, com o seu evangelho din mico da redeno de Deus em Cristo, reflete a sua origem e ambiente cultural na herana judaico-crist no contexto da civilizao greco-romana. O Novo Tes tamento chegou at ns a partir de um ambiente judaico, atravs da lngua gre ga, vindo de uma vida sob o controle de Roma, e de uma inteno divina, me diante a qual o evangelho no reconhece diferena de raa, lngua ou cultura, e se destina a todos os povos, todas as cultu ras e todas as geraes. 2. Literatura de Muitos Tipos e Formas A Bblia muito mais do que uma coleo de obras literrias religiosas. Pa ra ser entendida adequadamente, ela precisa ser considerada como literatura de diferentes espcies e formas. Se al gum analisa a Bblia cuidadosamente, para distinguir vrias formas literrias, encontrar exemplos das seguintes: his tria, lei, poesia, drama, profecia, litera tura de sabedoria, literatura apocalpti ca, hinos, antemas, sermes, discursos, cartas, epopias, acrsticos, genealogias, listas estatsticas, parbolas, alegorias e histrias. Para fins prticos, no essen cial um conhecimento das distines mais refinadas das formas literrias; mas, para uma compreenso madura da 18
  15. 15. Bblia, o reconhecimento de que ela literatura de vrios tipos imperativo. Os primeiros cinco livros da Bblia vieram a ser chamados de a Lei . Mas o Pentateuco muito mais do que Lei, como forma literria. O livro de Gnesis histrico, biogrfico e teolgico. H material semelhante nos quatro livros se guintes. Mas nesses quatro livros temos a lei, que se tornou o mandato e o livro de texto para a adorao de Deus, para a conduta moral do homem, e para a vida do homem em comunidade e nas rela es interpessoais. Inevitavelmente, mui tas das leis refletem o impacto da situa o cultural de Israel, a imaturidade do povo, em seu desenvolvimento espiritual e moral, e o esforo dos lderes divina mente chamados para cultivar fidelidade a Deus ejustia e retido entre o povo. A parte seguinte, do Velho Testamen to, geralmente considerada como uma seo de livros histricos. Na Bblia he braica, os livros de Josu a II Reis eram conhecidos como os Profetas Antigos. Os Profetas Posteriores incluam Isaas e Jeremias e os ltimos doze livros do Velho Testamento. Estes dois grupos, comumente chamados de Profetas, como seo das Escrituras Hebraicas, desta forma incluam a maior parte do mate rial histrico do Velho Testamento, e quase todos os materiais profticos uma combinao de histria e profecia. A Histria e isto incluiria livros que no os mencionados acima conta a histria desse povo e outros aconteci mentos: de sofrimento, luta, sucesso, fra casso, apostasia, arrependimento e reno vao, fidelidade e rebeldia. Os fatos da Histria eram recordados com realismo, mostrando o povo no que tinha de pior e de melhor, mostrando como ele entende ra mal os propsitos de Deus e por vezes agira de maneira completamente estra nha natureza de Deus, embora dissesse estar fazendo a vontade de Deus, e mos trando como Deus agia para revelar-se, para executar juzo, para derramar mise ricrdia e bnos, para vencer a igno rncia e a perversidade de seu povo e para levar avante o seu propsito em Israel. A histria de Israel no pode ser enten dida parte da profecia. bom que seja lembrado que os profetas declararam a palavra de Deus ao povo em suas respec tivas geraes. Profecia no primordial mente uma predio dos eventos futuros, mas uma proclamao de julgamento ou consolao ou dever ou propsito em relao ao povo quanto sua necessida de. Entendemos melhor os escritos prof ticos no como predies msticas de acontecimentos futuros, mas como decla raes intemeratas do propsito de Deus para com o seu povo em sua situao imediata. Dado este fato, contudo, no podemos deixar passar despercebido que muitos dos profetas declararam a pala vra de Deus com aplicao no futuro, indicando as direes do propsito de Deus para com o seu povo, a promessa iniludvel de sua redeno para lodo o povo, e a consumao inarredvel de seu reino de justia e paz. Grande parte do Velho Testamento de poesia. Tirando-se os livros estrita mente poticos, poemas so encontrados nos livros da lei, nos histricos e nos pro fticos. importante reconhecer que a poesia precisa ser entendida como poe sia, embora seja um veculo de revelao divina. Ela depende de imagens e figuras de linguagem. O elemento de sensaes e emoo dominante. A verdade ex pressa imaginativamente, e precisa ser entendida atravs da imaginao. Um esforo para entender a poesia com base na redao literal ignora a natureza da poesia, e leva a um inevitvel mal-enten dido de seu significado. A poesia da Bblia, em consonncia com a natureza da verdadeira poesia, a expresso de intensos sentimentos, que incluem temor, tanto quanto confiana; ira, bem como bondade; concupiscncia, assim como pureza; dio, como amor; 19
  16. 16. autopiedade, assim como autoconfiana; e desespero, como esperana. O indcio para a interpretao exige aplicao de percepo potica. O livro de J quase inteiramente potico. Mas ele tambm um exemplo de drama. Da, uma outra forma liter ria usada para ensinar a necessidade de uma verdadeira compreenso do proble ma do sofrimento humano. A intensida de do sofrimento de J e a natureza do problema enfrentado fizeram do drama o meio mais eficiente da verdade, a verda de finalmente revelada a J atravs da auto-revelao de Deus, em sua sobera nia, sua justia e sua grandeza. Outro tipo de literatura conhecido como literatura de sabedoria. Ele re presentado especialmente por Provrbios e Eclesiastes, no Velho Testamento, e pela Epstola de Tiago, em o Novo Testa mento. O livro de J tambm pode ser identificado como literatura de sabedo ria. As obras de sabedoria, embora ado tando vrias formas literrias, represen tam a sabedoria destilada da experincia humana e estabelecem os valores e virtu des, os princpios e discernimentos que podem compor a filosofia de vida de uma pessoa, particularmente em termos da escolha de alvos e do seguimento de padres que contribuam para a integri dade, harmonia, reverncia, castidade, diligncia, confiana prpria e realiza o. Quando chegamos ao Novo Testamen to, imediatamente nos defrontamos com os Evangelhos. Quanto forma literria, eles combinam histria, biografia, par bola, discursos extensos, dilogo e ora o. Mas os Evangelhos so peculiares. Eles so documentos de f. Falam de uma figura central: Jesus Cristo. So o registro dramtico de Jesus em ao, do que ele disse e fez, do impacto de sua personalidade sobre outras pessoas, do que outras pessoas pensaram a respeito dele e como elas reagiram a ele, e, final mente, da auto-entrega de Jesus na cruz e sua ressurreio dentre os mortos. Os Evangelhos como literatura nunca po dem ser separados da realidade viva e do impacto dinmico do Filho do Homem. O livro de Atos a segunda parte da histria de Lucas-Atos. Por conseguinte, ele mantm a relao mais ntima poss vel com os Evangelhos e quase uma srie de reportagens. Ele fala do que os seguidores de Jesus fizeram e ensinaram na conscincia de sua presena viva com eles e atravs do poder de Seu Esprito. As cartas do Novo Testamento tm muito em comum, como forma literria, mas variam grandemente em extenso, propsito e estilo literrio, e auditrio pretendido. Algumas delas foram escri tas para igrejas, algumas para indiv duos, algumas para grupos esparsos de cristos, e algumas para destinatrios desconhecidos, no identificados. Estas cartas, inclusive as dirigidas s sete igre jas, no livro do Apocalipse, constituem uma interpretao do evangelho de Cris to, um retrato da vida e da prtica da igreja neotestamentria, e um registro do ministrio, fidelidade, perseguio, luta e esperana da parte de pessoas empenhadas no servio de Jesus Cristo. Uma caracterstica dessas cartas, natu ralmente, o elemento pessoal, a relao do escritor com os seus leitores (em al guns casos, com uma pessoa). Ele escre veu para compartilhar a sua experincia e preocupao, consciente do lao de co munho crist. A Bblia inclui ainda outro tipo de li teratura conhecida como apocalptica. Os dois principais livros de literatura apocalptica so Daniel e Apocalipse. Esta espcie de literatura foi o produto de pocas de intensa crise para o povo de Deus. Ela era marcada por uma forte preocupao escatolgica, uma expecta tiva e uma focalizao na manifestao dinmica de Deus em juzo. O estilo da literatura apocalptica era a apresenta o de verdades por meio de imagens e smbolos que representavam foras ma 20
  17. 17. lignas, o sofrimento e a recompensa do povo de Deus, e os atos poderosos de Deus em juzo, em libertao e vitria, Deve-se abord-la com a percepo inteli gente de que o arcabouo de smbolos e imagens aponta para pessoas, aconte cimentos e foras no longo e distante passado. Mesmo assim, a verdade a res peito da completa soberania e do eterno propsito de Deus, que deu encoraja mento e consolo ao seu povo no passado, igualmente relevante para o povo de Deus atravs dos sculos que se vo pas sando. Portanto, entenderemos que a Bblia um exemplo de variegadas formas liter rias. Deus usou a habilidade e os inte resses de muitos escritores como veculo de sua revelao. Os muitos tipos de obras literrias contriburam para uma riqueza de significado e uma diversidade e profundidade de interesse humano. Uma percepo adequada dos elementos caractersticos de estilo e forma literria propiciaro chaves para uma compreen so mais plena da mensagem da verdade. 3. Revelao Divina Atravs de Veculos Humanos A Bblia uma revelao divina. Este , na verdade, o aspecto mais significa tivo de sua natureza, a explicao de seu significado e a base de sua autoridade. No podemos parar, todavia, nestas afir maes. Precisamos explorar em profun didade o que significa revelao, o que significa inspirao, como estes dois ele mentos se relacionam, como devem ser entendidos luz de tudo o que podemos conhecer a respeito da natureza da Bblia e como ela nos chegou s mos pela pro vidncia de Deus. O que revelao? Revelao a verdade que nos veio de Deus. Deus falou ao homem de muitas maneiras: atravs do mundo natural, atravs dos julgamen tos da histria humana, atravs de provi dncias na experincia pessoal e atravs da voz interior da conscincia. Mas a Bblia o relato peculiar do autodes- vendamento de Deus. Ela o relato escrito de suas palavras e atos. Desde o princpio at o fim, a Bblia declara que Deus se revelou ao homem, e que ela mesma, a Bblia, uma narrativa de crdito dessa revelao. Frases como as seguintes ocorrem repetidamente no decorrer do Velho Testamento: Disse Deus ; o Senhor falou; Deus orde nou ; a palavra de Deus veio ; Deus tomou conhecido; o Senhor apare ceu . Elas representam um nmero mui to maior de frmulas de revelao. A B blia tambm fala repetidamente do que Deus fez, dos seus atos de criao, de julgamento, de libertao, de eleio, de direo, de consolao, de destruio, de manifestao, de cura e de soberania dominante. Deus agiu para se fazer co nhecido de seu povo e para realizar o seu propsito atravs dele. Mas o supremo ato da revelao de Si prprio, por parte de Deus, a respeito de que a Bblia fala, foi a Sua vinda em Jesus Cristo. E o Verbo se fez carne, e habitou entre ns, cheio de graa e de verdade; e vimos a sua glria, como a glria do unignito do Pai (Joo 1:14). A palavra de Deus foi falada ao homem pela Palavra viva. Havendo Deus anti gamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nes tes ltimos dias a ns nos falou pelo Filho (Heb. 1:1,2). Esta declarao su blime da Epstola aos Hebreus congrega toda a verdade a respeito de revelao, e nos apresenta a chave da Bblia como uma revelao de Deus. O Velho Testa mento apontava para a vinda de Algum que seria o agente da redeno de Deus. O Novo Testamento fala de sua vinda, de sua vida sem pecado e de seu ministrio autodoador, de sua morte, de sua ressur reio, de sua salvao e de seu senhorio; e declara que nele toda a plenitude da divindade habitou corporalmente (Col. 2:9). 21
  18. 18. Agora estamos preparados para consi derar a Bblia como um todo. Ela deve ser considerada luz da perfeita revela o de Deus em Jesus Cristo. A suprema revelao de Deus uma Pessoa. Tudo o que a Bblia nos fala a respeito de Deus, sua natureza, seus atos e do que vrias pessoas entenderam a respeito dele ou lhe atriburam, precisa ser interpretado e colocado em harmonia com a natureza, a verdade, o amor e o propsito de Deus em Cristo. Este fato reconhece que mui tas pessoas a quem Deus falou de mui tas maneiras antes da vinda de Cristo no entenderam Deus perfeitamente, no apreenderam o seu propsito plenamente e no podiam conhecer a sua vontade claramente. Os exemplos do Velho Testamento, de aparente conflito com o fato de que Deus amor, segundo muita gente diz, so simplesmente mistrios de oniscincia, e, portanto, no devem ser questionados. Tais pessoas abordaro quaisquer mist rios desnorteantes das Escrituras desta forma, e ficaro satisfeitas. Por outro lado, muitas outras pessoas insistiro que a Bblia, embora seja a revelao de Deus que tem autoridade completa, pode ser corretamente entendida, corretamen te interpretada, to-somente luz plena da verdade de Jesus Cristo, a Palavra viva, a completa e perfeita revelao de Deus. Essas pessoas afirmaro que isto est em harmonia com o propsito eterno de Deus de que todas as coisas no cu e na terra e debaixo da terra se submete ro ao senhorio de Cristo. As Sagradas Escrituras devem ser melhor entendidas luz do que ele ensinou, do que ele fez e de quem ele , como a Palavra de Deus. Inspirao e revelao. Duas passa gens da Escritura imediatamente vm nossa mente: primeiro, as palavras de Paulo a Timteo: Toda Escritura divi namente inspirada e proveitosa para en sinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justia; para que o ho mem de Deus seja perfeito, e perfeita mente preparado para toda boa obra (II Tim. 3:16,17); depois, de II Pedro: Ne nhuma profecia da Escritura de par ticular interpretao. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos ho mens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Esprito Santo (1:20,21). Estas passagens, e outras, di reta ou indiretamente, afirmam que a Bblia uma revelao inspirada. Termos como os seguintes so usual mente aplicados a inspirao: inspira o verbal, inspirao plenria e inspira o dinmica. A conotao ou significa do ligado a estas palavras varia ampla mente. A questo, em grande parte, resi de no grau de inerrncia das palavras da Escritura e o conceito de unidade na mensagem da Escritura. A opinio da inspirao verbal geral mente aplicada s Escrituras na lngua original, e no a tradues subseqen tes, embora, na verdade, esta opinio freqentemente seja entendida e defen dida principalmente em relao a tradu es para o vernculo. Na Inglaterra e nos Estados Unidos h um grande movi mento que defende a inspirao verbal da traduo King James (do Rei Tiago, de 1011). Embora aqui, mais uma vez, haja variaes do significado dado ins pirao verbal, os defensores desta opi nio dizem que os escritores da Bblia foram inspirados ao ponto de usar as prprias palavras dadas por Deus para expressar a sua verdade. Portanto, as Escrituras so inerrantes e infalveis. Isto, obviamente, reduz o escritor qua se ao equivalente a uma ferramenta nas mos de Deus, e torna-o virtualmente um agente completamente controlado por Deus. Embora poucas pessoas pensantes concordem que inspirao verbal seja essencialmente um ditado divino, escrito quase que mecanicamente, o processo no deixa quase campo para uma ao responsvel ou um envolvimento pessoal da parte do escritor. H muitas pessoas que esposam este ponto de vista acerca 22
  19. 19. da inspirao, e o consideram plenamen te satisfatrio, em consonncia com o seu conceito da soberania e sabedoria de Deus, e da iniciativa de Deus na revela o. Elas acham que qualquer transign cia desta posio leva a um abalo da autoridade bblica. Outra opinio acerca da Bblia pode ser descrita como inspirao plenria. Este termo tem vrias conotaes. O cerne deste ponto de vista que a Bblia plenamente inspirada, mas no verbal mente inspirada. Os escritores no eram agentes controlados ao ponto de no terem utilizado a sua experincia e o seu conhecimento. Mas eles foram ilumina dos to completamente, to guiados pelo Esprito de Deus e cheios de seu poder, que foram preservados de qualquer erro, ao transmitir a revelao divina. Da, a Bblia totalmente inspirada, e a revela o, inerrante, quanto a fatos, aconteci mentos e doutrina. Esse ponto de vista acerca da inspirao, satisfatrio e aceito porum grandenmero de crentes sinceros e interessados, inclusive eruditos compe tentes, procura evitar uma parte do ex tremo literalismo e dos elementos rigida mente controlados de inspirao verbal, enquanto, ao mesmo tempo, mantm um conceito de inerrncia prtica de toda a Bblia e de suas diferentes partes. Outro conceito de inspirao pode ser identificado como dinmico. Admitimos que esta designao carece de preciso, porque a realidade que ela identifica marcada por mistrio e complexidade. No entanto, essencialmente, este ponto de vista sustenta que as Escrituras Sagra das vieram a existir e receberam o seu carter de revelao de Deus com autori dade atravs da ao do Esprito de Deus, cujo poder vivificador, iluminador e orientador fez de homens escolhidos os veculos do propsito de Deus. As Escri turas so de fato inspiradas (sopradas por Deus), porque a sua verdade de Deus e acerca de Deus. Homens da parte de Deus falaram movidos pelo Es prito Santo (II Ped. 1:21). De maneiras que no podemos entender e atravs de processos que no podemos identificar, Deus escolheu e equipou muitas pessoas para registrar os seus atos, para interpre tar os seus propsitos e para declarar a sua palavra. De acordo com esta opinio, a inspira o da Bblia muito mais o fato de ela ser completa e adequada como registro escrito da auto-revelao de Deus e como guia para o homem em todos os assuntos de f e prtica, do que uma questo de inerrncia em redao e analogia e certos detalhes a respeito de pessoas e aconteci mentos. A inspirao mais uma ques to da mensagem da salvao de Deus do que o mtodo ou processo pelo qual ela foi reduzida forma escrita. A autorida de da Bblia reside em sua integridade e unidade, luz da verdade de Deus em Cristo. A opinio de inspirao dinmica re pousa solidamente na repetida declara o, encontrada nas Escrituras, de que atravs delas Deus fala ao homem. Esta opinio se baseia, mais uma vez, em a natureza inerente das Escrituras como tesouro peculiar de sabedoria divina, que se enquadra na totalidade da experincia humana quanto f religiosa, ao dever moral e responsabilidade tica. A B blia continua a falar, em princpio bsi co, a todas as geraes, com relevncia e atualidade: ela continua a declarar a palavra do Deus vivo ao homem vivo, na situao humana contempornea. Este ponto de vista se baseia, alm disso, no fato de que as Escrituras so eficientes na experincia humana para alcanar os propsitos de Deus. Exem plos importantes desta verdade so en contrados nas seguintes passagens: Sal mos 119:9,11; Joo 5:39; 20:31; Roma nos 15:4; Hebreus 4:12; II Pedro 1:16- 19; e Romanos 1:16. A evidncia e prova da inspirao da Escritura que ela de fato proveitosa para ensinar, para re preender, para corrigir, para instruir em 23
  20. 20. justia; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra (II Tim. 3:16,17). A verdade da revelao bblica sopra da por Deus. Ela habitada pelo Esp rito do Deus vivo. Ela eficiente para a regenerao e santificao. redentora e reconciliadora. Conseqentemente, uma opinio dinmica de inspirao se foca liza na verdade que tem sua essncia, propsito e autoridade em Jesus Cristo. Portanto, um ponto de vista dinmico de inspirao no depende de uma iner- rncia mstica, inexplicvel e no verifi cvel de cada palavra da Escritura ou do conceito de que a inspirao no pode permitir erros de fato ou de substncia. Pelo contrrio, ele aceita a Bblia total mente como inspirada: inerrante como a nica testemunha completamente autn tica da auto-revelao de Deus em Cristo e de sua salvao atravs de Cristo; iner rante porque a sua verdade o perfeito instrumento do Esprito para levar os homens f, justia e esperana; e iner rante porque o seu ensinamento, inter pretado pela vida e obra de Cristo, o guia infalvel de como o povo de Deus deve viver e no que ele deve crer, sem dvida alguma, sob a direo do Esprito de Cristo. Talvez haja necessidade, a esta altura, de enfatizar que as diferentes opinies acerca da inspirao no subsistem sem problemas nem sem interrogaes no respondidas. Estas devem ser enfrenta das com honestidade e objetividade. Os seguintes problemas so inerentes opinio de inspirao verbal: (1) Visto que pessoas falveis copiaram os manus critos originais atravs de centenas de anos, com exatido meticulosa, mas no sem erros, e visto que outras pessoas falveis traduziram as Escrituras origi nais para diferentes lnguas, e visto que h variaes textuais nos manuscritos existentes mais dignos de confiana, o valor de um original verbalmente infal vel est perdido para a presente e para as futuras geraes, no estando disponvel nenhuma cpia da obra original. (2) Cuidadosa leitura e exame das Es crituras revelam algumas contradies bvias ou discrepncias, no envolvendo nenhuma doutrina de maior importncia ou questo bsica, mas suficiente para constituir um problema quanto invali dez da inspirao verbal. Dois exemplos servem para ilustrar este ponto: A refe rncia a Abiatar (Mar. 2:26) e a Abime- leque (I Sam. 21:1) inconsistente. Em um lugar se diz que o Senhor incitou Davi a fazer um recenseamento; em ou tro, que foi Satans (II Sam. 24:1; ICrn. 21:1). (3) A inspirao verbal parece submer gir a instrumentalidade humana ao pon to de que os escritores da Bblia eram menos do que livres em sua reao vontade do Esprito de Deus. (4) A inspirao verbal tende a colocar toda a Bblia no mesmo nvel de inspira o e revelao divina. (5) A inspirao verbal acarreta srias dificuldades quanto interpretao, por que a redao de vrias passagens, direta ou indiretamente, parece atribuir a Deus atos e atitudes em desarmonia com a sua natureza como de santo amor e clara mente em conflito com o exemplo e o ensino de Jesus (cf. Deut. 17:2-7; II Sam. 21:1-9 em relao com Deut. 24:16; Sal. 69:22-28; 109:6-19; 137:7-9; I Crn. 13: 9,10). (6) A inspirao verbal parece requerer explicaes que tornam a prpria inspi rao verbal irreal. Por exemplo, Maria se refere a Jos como pai de Jesus (Luc. 2:48). O que Maria queria dizer facil mente explicado, a no ser que o intr prete esteja restrito inerrncia verbal. (7) A inspirao verbal parece irrecon cilivel com o que parecem ser fatos que se originam de pesquisa objetiva e estudo srio da Bblia. As evidncias confirmam uma autoria mltipla do Pentateuco, aproveitando-se de fontes orais e escritas, e por fim envolvendo compilao e edi 24
  21. 21. o, coisas que parecem forar a opinio de inspirao verbal ao ponto de ser irreal. Grande parte do Velho Testamen to acarretaria um problema semelhante. Lucas explica com cuidado (1:1-4) o seu mtodo de pesquisa e fontes de informa o, coisa de pequena importncia se cada palavra que ele escreveu foi virtual mente ditada pelo Esprito Paulo admite que algumas de suas declaraes so suas, e no de Deus (I Cor. 7:12,25; cf. 8-10,40). Sem dvida, muitas das con cluses dos estudos crticos no podem ser provadas dogmaticamente, mas fatos estabelecidos e identificveis servem para trazer tona as questes a respeito da exeqibilidade da inspirao verbal, mais do que para confirm-la como pon to de vista aceitvel. Uma opinio de inspirao plenria acarreta grande parte dos problemas j mencionados a respeito da inspirao verbal, sendo as diferenas especialmen te uma questo de grau. Particularmen te, esta opinio acarreta os problemas de uma vontade divina virtualmente impos ta aos escritores da Bblia, a subservin cia dos achados dos estudos crticos como controvertendo a plena inspirao e atri buindo a Deus atos e atitudes aparente mente em desarmonia com a sua revela o em Cristo. Ela legitima muitas das declaraes das Escrituras como revela o, embora elas paream ser resultado da fraqueza humana e uma compreenso errada de Deus. Este ponto de vista reconhece muito pouco o aspecto pro gressivo da revelao. A opinio da inspirao dinmica se melhantemente acarreta problemas; pro blemas peculiares a si prpria. (1) Ela enfrenta a necessidade de reconhecer e de dar o devido valor a muitas declara es bblicas que parecem dar a entender ou enfatizar o elemento de inspirao plena, se no verbal. E tambm ela pre cisa explicar estas declaraes sem a distoro de pressuposio e interpret- las sem perder o impulso de sua impli cao sobrenatural. (2) Este ponto de vis ta acarreta a tentao de depender de masiadamente dos critrios e da sabedo ria humanos, para distinguir entre o que claramente a palavra falada do Senhor e os mal-entendidos dos homens a res peito dos propsitos e da vontade do Senhor. (3) Este ponto de vista acarreta a tendncia que se toma real em dema siados casos de minimizar o elemento de inspirao divina e dar mais ateno ao veculo humano de inspirao. (4) Es te ponto de vista acarreta a obrigao muitas vezes menosprezada pelos erudi tos crticos de reconhecer o elemento de f reverente como a chave para o entendimento das Escrituras e de reco nhecer que muitas questes difceis a res peito da natureza da Bblia no so resol vidas com os recursos da pesquisa cr tica, mas pela confiana em Deus com humildade. (5) Os que advogam esta opi nio tm a obrigao de carrear para a Bblia um maior grau de estudo discipli nado, para encontrar os nveis mais pro fundos de verdade e um grau maior de sensibilidade para a dinmica do Esp rito vivo, a fim de ouvir a voz do Senhor atravs do Esprito. Para o escritor deste artigo, os proble mas da opinio de inspirao dinmica, embora reais, no invalidam esta opinio acerca das Escrituras. Os problemas so resolvidos por f reverente no Senhor das Escrituras e nas prprias Escrituras co mo a Palavra de Deus, em integridade e - unidade em Cristo. Eles so resolvidos com a abertura da mente para a verdade e os frutos de pesquisa objetiva. E, alm disso, so resolvidos pela submisso ao Esprito Santo, que interpreta a Palavra de Deus em Cristo para todas as pessoas que desejam conhecer a mente de Cristo e fazer a vontade do Senhor. Pessoas de propsitos fervorosos para com Deus e de fortes convices a res peito da revelao dele nas Escrituras te ro opinies diferentes a respeito de sua inspirao. Cada pessoa pode buscar 25
  22. 22. uma compreenso mais plena da Bblia como base para achar o ponto de vista que torna a Bblia mais significativa no contexto de sua prpria experincia. Algumas declaraes sumrias, relati vas revelao e inspirao, podem ser feitas agora. (1) A opinio que uma pes soa tem a respeito de revelao e inspi rao no deve ignorar os achados da pesquisa objetiva e do exame crtico. (2) Uma opinio aceitvel acerca da ins pirao e da revelao precisa permitir a traduo das lnguas originais das Escri turas e admitir as variaes nos textos disponveis das Escrituras Hebraica e Grega e suas implicaes, baseadas em conhecimento irrefutvel. (3) Muitas questes que no tm perspectiva de serem resolvidas. Prova, em qualquer sentido exato ou dogmtico, dificilmen te apropriada para a opinio que uma pessoa tenha quanto revelao e inspi rao. Crena no fato da inspirao essencial; uma opinio acerca do mtodo da inspirao secundria em impor tncia. (4) Deve-se lembrar que ttulos e inscries e assuntos deste jaez, na B blia, so adies editoriais, e no parte dos textos originais das Escrituras. (5) Algumas declaraes a respeito de revelao so o resultado da afinidade hebraica-com o antropomorfismo co mo a declarao de que Deus deu a Moiss duas tbuas de pedra escritas pelo dedo de Deus (x. 31:18). (6) Os textos de prova so muitas vezes aplica dos a um ponto de vista de revelao e inspirao, para sustentar concluses questionveis. Por exemplo, Jesus disse que nem um jota nem um til passar da lei evidentemente a Lei mosaica sem que tudo seja cumprido (Mat. 5:18); e isto alegado por algumas pessoas para estabelecer a inerrncia e infalibilidade das Escrituras. Indubitavelmente, Jesus, com infinita sabedoria, usou uma figura de linguagem para enfatizar uma ver dade. Ele dificilmente queria fazer uma referncia a pequenos sinais de es crita; de outra forma, como poderia ele separar palavras explcitas da Lei (Mat. 5:33,34, 38-39; cf. x. 21:24; Lev. 19:12; Nm. 30:2; Deut. 19:21; 23:21)? (7) As Escrituras so uma revelao progressiva de Deus, e, por isso, uma revelao pro gressiva com a sua culminao perfeita e absoluta no Verbo que se fez carne em Cristo. (8) O fato da revelao e inspi rao divinas no , de forma alguma, dependente de uma opinio determinada acerca da inspirao, e no corre ne nhum perigo por causa da pesquisa crti ca e do estudo erudito. Deus usa veculos humanos. Atra vs desses veculos, a revelao inspirada dada aos homens. A Bblia um livro divino-humano. Deus revelou-se a pes soas vivas. Deus falou aos homens, e eles relataram o que ele disse: contaram o que ele fez. Eles passaram esse registro gerao seguinte, e seguinte, e se guinte, e assim por diante. Por um pe rodo desconhecido de tempo, a revela o foi comunicada quase que totalmente por tradio oral. Com o correr do tem po, a tradio tornou-se narrativas escri tas das palavras e atos do Senhor. Quan do isto transpirou pela primeira vez, e at que ponto, ningum sabe. Moiss escre veu as palavras do Senhor (x. 24:4). Quanto Moiss escreveu no pode ser determinado com qualquer exatido, mas as referncias parte que ele teve em comunicar a revelao de Deus espe cialmente mandamentos e estatutos justificam a concluso de que o que ele escreveu foi uma fonte importante, da qual, muitos anos mais tarde, os escrito res do Pentateuco se aproveitaram para fazer um relato confivel da revelao de Deus aos filhos de Israel e dos tratamen tos a que ele os submeteu. A nfase que verificamos aqui que Deus ordenou veculos humanos como canais de uma revelao escrita. Quantos escritores? No o sabemos. Quem eram eles? No o sabemos. Moiss, Samuel, Davi, Salomo e Esdras Deus os usou. 26
  23. 23. Ams, Isaas, Jeremias e Ezequiel Deus os usou. Mas houve outros, muitos outros, conhecidos e desconhecidos, que viveram durante um perodo de vrios sculos, que foram movidos pelo Esprito Santo, para colocar em forma escrita a palavra de Deus. E, juntamente com os escritores, devem ser lembrados os que copiaram e compilaram os escritos e fi nalmente lhes deram a forma em que eles se tomaram, por fim, as Escrituras He braicas. Aconteceu semelhantemente com o Novo Testamento. Quantos foram os es critores e quem eram eles no pode mos ter certeza. Mencionamos os nomes familiares: Paulo, Lucas, Marcos, Ma teus, Joo, Tiago, Judas e Pedro, e forte a evidncia para confirmar a contribui o que eles fizeram. Mas, semelhante mente, as evidncias suscitam interroga es com respeito a pelo menos alguns deles. A identidade de outros escritores um mistrio ainda maior. O fato de que a revelao de Deus veio atravs de veculos humanos explica mui ta coisa a respeito da Bblia. Explica, em grande parte, a sua grande variedade de forma e qualidade literria, aspectos de seu interesse humano e diferentes dispo sies de nimo, e vrios nveis de per cepo espiritual e testemunho tico. Permitam-nos enfatizar este princpio de revelao. O tesouro de revelao inspirada, a verdade da revelao bbli ca, chegou at ns atravs de vasos de barro . Os escritores eram homens. Eles eram finitos e falveis. Eram humanos, e, por isso, sujeitos a limitaes de conhe cimentos e entendimento. Mas eram pes soas atravs de quem o poder transcen dente de Deus operou vivificando, iluminando, guiando e capacitando-os para serem os canais da mensagem sal vadora de Deus em Cristo. As Sagradas Escrituras tm o seu carter essencial em sua natureza como revelao inspirada de Deus. Apontando para Cristo e en contrando a sua unidade e o seu signifi cado em Cristo, elas so a Palavra de Deus. II. Da Revelao Para o Livro Outra pergunta que merece conside rao : Como foi que a revelao de Deus se tomou o Livro da Escritura Sagrada? Os desenvolvimentos no so determinveis por evidncias objetivas, catalogadas e verificadas. Chega-se a eles por implicaes e dedues, a partir do testemunho interno das Escrituras e do que a pessoa cr acerca da forma como Deus realiza o seu propsito para se re velar. A princpio, a revelao foi preservada e comunicada por transmisso oral, que se tomou, com o passar dos tempos, tradio oral. Aqui, tradio de forma alguma subentende irrealidade ou algo que seja indigno de confiana. Desde quando o homem foi criado, Deus reve lou-se ao homem; e este comeou a pas sar s geraes sucessivas a narrativa da experincia e o depsito de verdade que se originavam dos tratamentos de Deus para com ele e a sua maneira de entender os propsitos de Deus. Parece que a mente hebraica tinha uma capacidade peculiar de memria. Da a variegada experincia cultural, de pessoas e lugares, de geografia e de his tria, de ritual e de adorao, de leis e costumes, foi entregue memria. Os lderes de tribos e de famlias assumiram um papel responsvel em passar adiante essas tradies, sendo as mais impor tantes as que se relacionavam com as palavras e atos do Senhor. A crescente experincia religiosa do povo que adorava a Deus tomou-se outro meio para se receber, interpretar e comu nicar a revelao. Deus tratou com o seu povo disciplinou-o, deu-lhe manda mentos, manifestou-lhe a sua glria, exe cutou julgamento sobre ele, libertou-o, abenoou-o, entrou em aliana com ele e vocacionou lderes e profetas para lhe de clarar as suas palavras. Os anos torna- 27
  24. 24. ram-se dcadas, e as dcadas, sculos. Nesse nterim, a experincia religiosa dos filhos de Israel, enriquecida:, por vezes, pela observncia das festas e pela fideli dade na adorao, e pervertida, outras vezes, pela idolatria e iniqidade e hipo crisia, tornou-se um veculo de revelao. Os acontecimentos da histria de que os filhos de Israel participaram foram outro meio de revelao. Deus colocou o seu povo na terra de Cana, cercado pelas naes do antigo Oriente Prximo. Os israelitas estavam na estrada das na es, e, inevitavelmente, na corrente da Histria. O que aconteceu dentro e fora de Israel, nunca parte do propsito e do poder soberanos de Deus, forneceu um veculo de acontecimentos de revelao. Neste mesmo contexto de experincia religiosa e acontecimentos histricos, Deus chamou profetas para declararem a sua palavra ao seu povo. A palavra de Deus veio aos profetas, e eles a declara ram fielmente. O ministrio proftico tornou-se o veculo mais excelente, na vida de Israel, para o depsito da revela o. Foi a mensagem proftica, tanto falada quanto escrita, que enunciou mais plenamente e interpretou mais claramen te a verdade a respeito de Deus, o seu propsito para com o seu povo e a sua vontade e o caminho que ele preconizava para todos os homens. Estas todas eram fontes, quer diretas, quer indiretas, de que os sacerdotes, escribas, reis e profetas se aproveitaram para escrever as Escrituras do Velho Tes tamento. Em muitos casos, Deus falou diretamente a indivduos escolhidos, que escreveram a verdade a eles revelada. Em muitos outros casos, as evidncias suge rem fortemente, os escritores relataram os acontecimentos, mandamentos e ex perincias de tradies e anais anteriores sua poca. E, desta forma, os orculos de Deus se tornaram a revelao escrita do Velho Testamento. Exatamente quando as vrias partes, os muitos livros, do Velho Testamento foram escritos fato que no pode ser determinado. O labor de escrita abran geu centenas de anos. H um consenso quase geral, entre os eruditos, de que editores compilaram material escrito, produzido a partir das fontes descritas acima, e lhe deram forma permanente. Um estudo bblico confivel mostrar que o Pentateuco existia essencialmente em sua forma presente deste 400 a.C., aproximadamente. Os livros de Josu, Juizes, I e II Samuel e I e II Reis eram conhecidos pelos judeus como os Profe tas Anteriores e, provavelmente, che garam sua forma presente, em grande parte, entre 650 e 550 a.C. Os Profetas Posteriores os livros de Isaas, Je remias e Ezequiel, e de Osias at Mala- quias chegaram, provavelmente, sua forma presente por volta de 200 a.C. Os Salmos os livros poticos, junta mente com Rute, Ester, Daniel, Eclesias- tes, Esdras, Neemias e I e II Crnicas foram escritos no decorrer de um longo perodo de tempo, e se tornaram uma coleo por volta de 132 a.C. Um conclio de rabis judaicos, em cerca de 90 d.C., aceitou os 39 livros do Velho Testamento como o Cnon Hebraico das Escrituras. Os mesmos 39 livros foram semelhante mente aceitos na tradio crist. Algo da mesma espcie de desenvolvi mento aconteceu em princpio, mas no em padro relativamente ao Novo Testamento. A suprema diferena foi que Jesus Cristo veio, a Palavra viva entre os homens. Alguns dos escritores o viram na carne, ouviram-no, tocaram-no e co nheceram o magnetismo de sua presena fsica, bem como o poder do seu Esprito vivo dentro deles. Os apstolos eram pessoas que acompanharam Jesus desde o seu batismo por Joo at a hora de sua ascenso (At. 1:21,22). Os outros escri tores, podemos presumir seguramente, como Lucas, conheceram e conversaram com algumas pessoas que desde o prin cpio foram testemunhas oculares e mi nistros da palavra (Luc. 1:2). Desta forma, o Novo Testamento originou-se de um relacionamento face a face dos aps- 28
  25. 25. tolos com Jesus e de suas conversas face a face com ele depois de sua ressurreio, das tradies orais de testemunhas oculares do Senhor, da experincia re dentora de seguidores que haviam crido, dos acontecimentos histricos de teste munhas apostlicas, da koinonia da Igre ja viva, das tribulaes, sofrimentos e perseguies pelo nome de Cristo, da viso do Cristo vivo e da comunicao direta da sua palavra de verdade, graa e vitria. Tanto quanto em relao ao Velho Testamento, o perodo em que foram escritos os 27 livros do Novo Testamento no pode ser fixado de maneira defini da. Cada livro, em certo sentido, subsis te isoladamente. Os eruditos tm opi nies vrias, que sero abordadas na introdues do comentrio de cada livro. As evidncias aceitas genericamente deli mitam o perodo em que esses livros foram escritos entre 50 e 100 d.C., em bora algumas evidncias confirmem uma data posterior, para alguns livros, por exemplo, algumas das cartas gerais. Du rante o mesmo perodo, muitos livros cristos foram escritos. Surgiu a questo: Quais dentre todas essas obras deviam ser reconhecidas como inspiradas e con tadas como parte das Escrituras? O teste de sua aceitao e valor por mais de trs sculos guiado, podemos estar certos, pelo Esprito Santo levou aceitao dos 27 livros que se tornaram o Novo Testamento. Por volta do fim do quarto sculo, esses livros haviam ganho aceita o como sendo revelao dada por Deus, para os cristos, atravs das eras futuras. O cnon foi determinado pelo uso, pelo consentimento comum da co munidade crist, testando os livros em sua vida diria, no decorrer de sculos; e no por autoridade formal (F. W. Bea- re, IDB, I, 531). Uma palavra precisa resumir a ver dade, e dar a chave para o mistrio e a realidade de a revelao inspirada ter-se tornado as Escrituras Sagradas: o sobe rano Esprito de Deus. Ele chamou e iluminou, guiou e capacitou, e moveu homens para falar da parte de Deus e em nome de Deus. III. O Significado da Bblia O significado da Bblia baseia-se em caractersticas bvias e importantes, a saber, a sua autoridade e a sua importn cia. 1. A Autoridade da Bblia A autoridade da Bblia, indubitavel mente, origina-se no fato de ela ser reve lao inspirada de Deus,. Considerada em sua integridade e unidade, ela a Palavra de Deus. Por isso ela tem a autoridade de Deus por detrs dela. Ela o mandato divino para a f religiosa e para o dever moral da humanidade. Porm necessrio que se diga muito mais do que isto. Como que a autorida de da Bblia se relaciona com Jesus Cris to? Ele dizia ter toda a autoridade no cu e na terra. Ele exerceu autoridade sobre a natureza, a doena, os demnios e a morte. Deus o fez Senhor e Cristo (At. 2:36). A autoridade final e ltima sobre todas as pessoas e todas as coisas o Cristo vivo. Segue-se, portanto, que a autoridade da Bblia deve sempre ser vist luz do senhorio de Cristo. A sua autoridade reside no na inerrncia de palavras e frases, ou na coerncia per feita de todos os nmeros e acontecimen tos ou no entendimento perfeito de Deus, da parte dos seus servos escolhidos. Pelo contrrio, a sua autoridade est em seu testemunho autntico de Jesus Cristo como o Verbo de Deus. E bom que seja enfatizado que a maneira de uma pessoa entender quem Cristo como o Filho de Deus e como o Verbo feito carne, enten der a sua obra salvadora atravs da sua morte e ressurreio e o seu senhorio eterno precisa ser testada pelo Novo Tes tamento. Uma verdadeira compreenso de Cristo e do que significa a sua autori dade no pode ser determinada por jul- 29
  26. 26. gamento subjetivo nem somente pela ex perincia. A autoridade da Palavra escri ta encontra-se na autoridade da Palavra viva, atravs da direo do Esprito San to. Nesta base, o Novo Testamento deve ser aceito pelos crentes como o guia de autoridade para todos os assuntos de f e prtica. Portanto, a autoridade da Bblia no algo legal e judicial nem a compulso do literalismo nem a obrigao de prova, mas a liberdade do senhorio de Cristo e a voz de seu Esprito. Essa autoridade confirmada por aceitao interior, e no por declarao exterior. Por conseguinte, para concluir, a autoridade da Escritu ra encontra-se no poder do Senhor vivo de autenticar a si mesmo, quando fala ao corao humano atravs das palavras e da Escritura (Rolston: The Bibie and Christian Teaching, p. 34). 2. A Importncia da Bblia Mais uma vez, o significado da Bblia deve-se sua importncia. Ela fala a todas as geraes. Isto verdade, porque ela a Palavra de Deus, que eterna e imutvel. E, tambm, ela fala a pessoas nos nveis mais profundos da experincia humana, s suas necessidades, aspira es, possibilidades e responsabilidades como pessoas feitas imagem de Deus. A Bblia sempre contempornea, por que ela a palavra da vida vinda do Senhor da vida. A relevncia da Escritura verificada tambm em sua dimenso universal. Ela declara a mensagem de Deus ao homem como homem da, a todos os grupos culturais, a todas as raas, a todas as naes e a todas as pessoas, no importa qual seja a sua condio social ou eco nmica, qual a sua situao humana. A Bblia importante para toda a humanidade, porque declara a mensa gem da salvao. Ela conta as boas-novas do amor de Deus por uma raa pecadora, fala da redeno de Deus atravs de Je sus Cristo, de seu desejo de que todas as pessoascheguem ao arrependimento e das riquezas da graa em Cristo, pelas quais todo aquele que invocar o nome do Se nhor ser salvo (Rom. 10:13). Em ne nhum ponto a Bblia mais importante do que quando declara o fato da culpa universal do homem, devido ao pecado, o fato de que Jesus morreu pelos pecados do mundo, o fato de que Jesus ressusci tou dentre os mortos e o fato da certeza de que Jesus Cristo pode tambm salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, porquanto vive sempre para inter ceder por eles (Heb. 7:25). Por esta razo, acima de tudo, a Bblia o Livro da f crist. A Bblia importante porque confron ta os crentes com o significado e as exi gncias do discipulado cristo. Para eles, a Bblia o guia de doutrina e prtica, de adorao e ministrio, de comunho e testemunho, de certeza e esperana, que tem autoridade divina. Visto que Jesus Senhor, os ensinamentos de Jesus em o Novo Testamento e o exemplo de sua vida na carne precisam ser o critrio mediante o qual se viva a vida crist no mundo. A importncia da Bblia expressa pelo apaixonado interesse de Deus pelo bem-estar de todos os homens. Por isso, ela declara a dignidade e o valor de todo homem, seja qual for a sua raa ou si tuao, como pessoa feita imagem de Deus. Ela declara tambm o juzo de Deus sobre as pessoas que por orgulho, cobia e concupiscncia exploram outras pessoas e lhes roubam as oportunidades legtimas de realizar os mais elevados potenciais da personalidade. A Palavra de Deus proclama contra a opresso, a injustia e a corrupo, e advoga a causa dos famintos, doentes e necessi tados. A Bblia declara o senhorio de Cristo sobre a vida toda, sobre a ordem social e todas as pessoas que esto nela. O homem deve amar o seu prximo como 30
  27. 27. a si mesmo. O Livro da f crist uma carta patente de justia e paz na terra, e um comissionamento de ministrio para pessoas necessitadas, em qualquer parte. A importncia da Bblia se origina do fato de que ela fala de maneira signifi cativa e confiante aos problemas da hu manidade em um universo dinmico. Cincia, tecnologia, ciberntica, pesqui sa, explorao do espao, energia atmi ca e mudana social refletem as leis do Universo. Encontramos, na Bblia, a pa lavra que nos d uma perspectiva crist: Deus em Cristo o criador de todas as coisas (Joo 1:3); nele subsistem todas as coisas (Col. 1:17). O Deus que criou e controla o universo material plena mente capaz de, com infinita sabedoria e poder, controlar o universo moral.Com J, podemos dizer: Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus propsitos pode ser impedido (J. 42:2). A Bblia importante porque ela en frenta honestamente as interrogaes cruciantes da humanidade: Quem Deus? Como Deus? Que o homem? Qual o destino do homem? Como o homem pode conhecer Deus? Se um ho mem morrer, viver de novo? Qual o significado da existncia? Qual o signi ficado da Histria? Para que serve a vida? As respostas devem ser encontra das no na lgica ou na dogmtica ou na prova cientifica, mas na experincia do homem com Deus, atravs da f em Jesus Cristo, e na confiante comunho com ele, atravs do Esprito. A Bblia importante porque ela enco raja esperana em Jesus Cristo. A sua ressurreio da sepultura declarou a sua vitria sobre o pecado e a morte. O seu reino eterno. Ele voltar em glria e triunfo. Segundo a sua promessa, aguardamos novos cus e uma nova ter ra, nos quais habita a justia (II Ped. 3:13). O propsito eterno de Deus para a redeno do homem chegar ao seu cum primento em Cristo (Ef. 1:9,10). IV. Como Se Aproximar da Bblia Visto que a Bblia a Palavra de Deus para a vida do homem e visto que ela o guia que tem autoridade em questes de experincia moral e espiritual e em todos os assuntos de f religiosa e conduta moral, qual a maneira correta de se aproximar da Bblia? Com que atitude e objetivos os crentes devem ler e estudar a Bblia? 1. A abordagem da Bblia exige o reconhecimento de sua natureza e seu propsito e tambm a percepo dos atributos dela que influenciam a com preenso de sua mensagem e sua impor tncia para a vida em nossa poca. A B blia no mgica. Ela revelao. Ela um livro divino-humano. Teve muitos es critores. Veio existncia atravs de um longo perodo, que cobre cerca de doze sculos ou mais. A princpio foi escrita em hebraico, aramaico e grego. A chave de sua mensagem e significado Jesus Cristo, a Palavra viva. 2. A abordagem da Bblia deve ser de reverncia e f. Ela fala acerca de Deus. A energia, sabedoria e direo do Esp rito Santo esto nela. O propsito de Deus realizado por ela. A verdade re dentora, reconciliadora e santificadora de Deus o seu contedo e dinmica. Ela transpira interesse amoroso da parte do Deus de graa. Declara o julgamento moral do Deus justo. Fala com a autori dade do Deus soberano. Testifica da graa salvadora de Deus em Cristo. Co mo pode qualquer pessoa ousar manu sear o Livro sagrado sem que seja com reverncia para com Deus e reverncia pela verdade e poder de Deus em Cristo? Este livro reclama f no f impen sada e bisonha, mas inteligente e con fiante. Ele a narrativa nica completa mente digna de confiana a respeito da plena revelao de Deus em Cristo e sua salvao atravs de Cristo. Para a pessoa que est disposta a crer na Bblia, quan 31
  28. 28. do ela busca a verdade a respeito da Bblia e na Bblia, ela se tomar vivifi cada, com significado e certeza. 3. A abordagem da Bblia exige aber tura de mente, um esprito apto para aprender e uma sede de aprender. As laboriosas pesquisas empreendidas por lingistas, arquelogos, historiadores e eruditos bblicos propiciaram um vasto acervo de conhecimento e percepo que enriquecem o estudo bblico. O estudan te srio das Escrituras precisa estar dis posto a se empenhar em um estudo disci plinado, para aprender do trabalho dos outros. Porm, com abertura de mente para a verdade, sejam quais forem as suas fontes, ele precisa desenvolver pes soalmente faculdades crticas para testar os conceitos e pontos de vista dos outros, sempre provando novas idias e concei tos, mediante a prpria Bblia e no labo ratrio do discipulado obediente. Preci sa, alm disso, pr prova esses concei tos e pontos de vista, lendo abundante mente a obra de muitos autores e usando o laboratrio de experincia que os cris tos maduros possuem. Finalmente, o teste de toda a verdade a respeito da B blia a questo se ela contribui para uma f mais vital na Bblia, obedincia mais completa aos seus ensinos e uma dedica o mais significativa a Cristo, como Senhor. 4. A abordagem da Bblia propria mente requer prontido para obedecer aos seus mandamentos e prtica discipli nada de seus ensinos. Ela a voz da auto ridade divina. a prescrio para rela cionamentos harmoniosos. a diretriz para excelncia moral na vida pessoal, princpios retos e amor cristo nos rela cionamentos sociais, e autodoao (abne gao) como a de Cristo e ministrio s necessidades das outras pessoas. Acima de tudo, ela uma conclamao a uma f voluntria em Jesus Cristo como Salva dor e plena dedicao a ele como Senhor. A palavra de Deus penetra no corao obediente. Sua palavra deve ser trans formada em experincia. A chave para a compreenso das Escrituras, tanto do Velho quanto do Novo Testamento, o reconhecimento de Jesus como Senhor (Rolston: ibid., p. 33). 5. A abordagem da Bblia exige um senso de dependncia do Esprito Santo e uma comunho dinmica com ele. Ho mens movidos pelo Esprito Santo fala ram da parte de Deus. Da, pessoas aten tas ao Esprito, guiadas pelo Esprito, que receberam poder do Esprito e esto ansiosas para fazer a vontade do Esprito ouvem melhor a palavra que vem de Deus. Ele o divino Conselheiro, o su premo Intrprete. Ele conhece a vontade de Deus. Ele faz da Palavra escrita uma palavra viva, escrita no corao, para ser conhecida e lida por todos os homens (II Cor. 3:2). Para Leitura Adicional CARTLEDGE, SAMUEL A. The Bible: Gods Word to Man. Philadelphia: Westminster Press, 1961. DODD, C. H. The Authority of the Bible. London: Collins Clear Type Press, Edio Revisada, 1960. HENRY, CARL F. H. Revelation and the Bible. Grand Rapids: Baker Book House, 1958. HUNTER, A. M. The Message of the New Testament. Philadelphia: Westminster Press, 1944. HUXTABLE, John. The Bible Says. Richmond: John Knox Press, 1962. Interpreters Dictionary of the Bible. Nashville: Abingdon, 1962. Veja os artigos: Canon of the Old Testa ment, R. H. Pfeiffer, Vol. A-D; Canon of the New Testament, F. W. Beare, Vol. A-D; Inspira tion and Revelation, G. W. H. Lampe, Vol. E-J; Scripture, Au thority of, Alan Richardson, Vol. R-Z. KELLY, BALMER H., Editor. Intro duction to the Bible. The Laymans 32
  29. 29. Bible Commentary, Volume 1. Richmond: John Knox Press, 1959. ROLSTON, HOLMES. The Bible in Christian Teaching. Richmond: John Knox Press, 1962. ROWLEY, H. H. The Relevance of the Bible. Carter Lane: England: James Clarke and Co., 1941. SMART, JAMES D. The Interpretation of Scripture. Philadelphia: West minster Press, 1961. 33
  30. 30. As Escrituras Traduzidas Um engenheiro aeronutico certa vez disse a um tradutor da Biblia que no campo da aeronutica translao ques to de vida e morte. (*) Historicamen te, os tradutores da Bblia tm sentido a mesma coisa em relao sua responsa bilidade. A traduo das Escrituras co munica a mensagem que de fato faz di ferena entre vida e morte para todos ns. A traduo da Bblia teve incio sculos antes de Cristo, e continua hoje em uma escala mais ampla do que nun ca. I. Antigas Tradues da Bblia Targuns Aramaicos do Velho Testa mento. As tradues mais antigas (na verdade, parfrases) de alguma poro da Bblia so os targuns aramaicos do Velho Testamento, que surgiram para suprir as necessidades dos judeus pales tinos, que entendiam aramaico melhor do que o hebraico, que era a linguagem do Velho Testamento. Depois do Exlio, tornou-se costume, nas sinagogas pales tinas, acompanhar a leitura das Escri turas em hebraico com uma traduo aramaica. Hoje, manuscritos do targum existem para o Pentateuco, os livros pro fticos e a maior parte do restante do Velho Testamento. A Traduo Grega do Velho Testa mento. A traduo grega das Escrituras Hebraicas foi produzida especialmente para suprir as exigncias de judeus no- palestinos, cuja lngua cotidiana era o grego. Tiham necessidade disso espe- (*) NOTA DO TRADUTOR: Em ingls, transla o e traduo so a mesma palavra. Dai, um jogo de palavras impossvel de seguir em portugus. Barclay M. Newman, Jr. cialmente os judeus do Egito, e foi ali, em Alexandria, que o Pentateuco foi traduzido durante o reinado de Ptolomeu Filadelfo (285-246 a.C.). Durante os dois sculos seguintes o restante das Escritu ras Hebraicas foi traduzido para o grego. A tradio de que esta obra foi feita por um grupo de setenta (ou setenta e dois) eruditos. Por isso, ela veio a ser conheci da como Septuaginta (LXX), que signifi ca setenta. Verses Siracas. J em 150 d.C., o Novo Testamento foi traduzido para o siraco, dialeto do aramaico falado na Sria e na Mesopotmia. Perto do fim do quarto sculo as verses siracas existen tes foram revisadas, com base no grego, e a traduo resultante tornou-se conheci da como Peshitta, ou verso simples. Verses Latinas. A verso Latina An tiga, segundo se cr, data, aproximada mente, do mesmo tempo que as primei ras verses siracas, e parece ter-se origi nado no Norte da frica, embora algu mas pessoas argumentem que tenha sido Antioquia da Sria, ou Roma, o seu lugar de origem. O Velho Testamento no foi traduzido diretamente do hebraico, mas da Septuaginta. Aparentemente, no quarto sculo havia vrias verses latinas competindo umas com as outras. Desta forma, o Papa comissionou Jernimo para revisar a Bblia latina, o que ele fez usando o texto hebraico como base para a sua verso do Velho Testamento. A traduo de Jernimo conhecida como a Vulgata ou verso comum . Verses Cpticas. O cptico a forma modernizada da antiga lngua egpcia; escrito com caracteres gregos, com a adio de vrias letras que representam 35
  31. 31. sons consonantais que no existem no grego. J em 200 d.C., o Novo Testamen to foi traduzido para o sadico, um dos mais importantes dialetos cpticos, e no decorrer de um sculo a maior parte dos livros da Bblia apareceu em sadico. Os tradutores usaram a Septuaginta como base para o trabalho com o Velho Testa mento. Mais tarde, foram feitas tradu es em outros dialetos cpticos, sendo a mais importante a em boarico, que final mente superou as outras verses cpticas. Outras Verses Antigas. A primeira verso em uma lngua teutnica foi a Verso Gtica, feita pelo erudito Bispo Ulfilas, nos meados do quarto sculo. Uma traduo armnia foi feita no quin to sculo, por Meshrop, que inventou o alfabeto armnio, e por Sahak, o Patriar ca. Meshrop tambm inventou o alfabeto gergio, embora no seja conhecido o autor da traduo das Escrituras em gergio (quinto sculo). II. A Bblia em Ingls 1. Antes da Verso King James Indubitavelmente, a Verso do Rei Tiago (King James Version KJV) a mais notria de todas as tradues da Bblia em ingls, e foi uma importante histria de acontecimentos que levou publicao desta verso. De fato, pode-se dizer que a histria da Bblia inglesa comeou com a introduo do cristia nismo na Bretanha durante a primeira parte do terceiro sculo. Nesse primeiro estgio, a mensagem bblica deve ter passado adiante em primeiro lugar oral mente, poca em que os homens apresen tavam interpretaes livres da Bblia la tina no vernculo. E tambm, atravs da arte, do cntico, do drama e do ritual, as verdades bblicas foram comunicadas s massas. Pelo menos dois fatores impedi ram qualquer trabalho srio de tradu o. O primeiro foi o medo da Igreja de perder o controle sobre as mentes do povo, se lhe fosse permitido estudar as Escrituras por si mesmo; o segundo foi o analfabetismo generalizado. Tanto quanto se sabe, a primeira tra duo da Bblia toda em ingls foi reali zada por John Wycliffe, que produziu o Novo Testamento no ano de 1380, se guido por toda a Bblia um ou dois anos mais tarde. Visto que Wycliffe no co nhecia o grego, a sua traduo foi feita a partir do latim, e inclua os Livros Ap crifos. A esperana de Wycliffe era que a sua traduo alcanasse o povo comum; e isto foi por fim conseguido atravs da reviso de sua obra por seus colegas, pouco depois de sua morte, em 1384. William Tyndale produziu a primeira edio impressa da Bblia inglesa. Por volta de 1510, ano em que Tyndale foi a Oxford, para estudar, havia acontecido um reavivamento de interesse por lnguas antigas, inclusive pelo hebraico e o gre go, as lnguas das Escrituras. Assim, quando Tyndale comeou o seu trabalho com o Novo Testamento, por volta de 1522, foi capaz de usar o texto grego como base para a sua obra. Incapaz de receber apoio das autoridades eclesisti cas inglesas, para os seus esforos, ele dirigiu-se Alemanha, para conseguir esse apoio. Finalmente, na cidade de Worms, lugar em que Martinho Lutero havia sido levado a julgamento quatro anos antes, Tyndale publicou a sua pri meira edio do Novo Testamento, em 1525. No comeo do ano seguinte, cpias de sua obra comearam a ser contraban deadas para a Inglaterra, onde foram ansiosamente recebidas pelas massas. Em 1530, Tyndale publicou o Pentateu- co, e, no ano seguinte, o livro de Jonas. Em 1535, saiu uma edio corrigida de seu Novo Testamento revisado. Naquele mesmo ano, ele foi trado por um ami go , aprisionado e, um ano e meio mais tarde, morto por estrangulamento e quei mado em uma estaca. As suas ltimas palavras foram: Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra. 36
  32. 32. No outono de 1535, um monge agosti- niano, chamado Miles Coverdale, tradu ziu o Novo Testamento. A sua obra, que ele admitiu ser baseada no latim e no alemo, e talvez ainda mais na obra de Tyndale, se destinava a tomar-se a pri meira Bblia completa em ingls. Ele dedicou o seu trabalho ao Rei Henrique VIII, eliminou notas controversas e res taurou termos eclesisticos favoritos, que haviam sido alterados por Tyndale, fa tores que fizeram de sua traduo um trabalho mais aceitvel para os que esta vam em posio de autoridade. A primeira Bblia a receber aprovao oficial na Inglaterra foi a chamada B blia de Matthew, por causa de sua cone xo com um certo Thomas Matthew. Mas, na verdade, Thomas Matthew pare ce ter sido o pseudnimo de John Rogers, amigo de Tyndale, que foi o primeiro dos protestantes a ser condenado morte durante o reinado da infame Maria Tu- dor, mais conhecida como Bloody Mary (Maria, a Sanguinria). Em 1537, a B blia de Matthew foi publicada e aprova da por Henrique VIII para uso em leitu ras privadas. At ento no havia uma Bblia que fosse oficialmente sancionada pelo rei e pelas autoridades eclesisticas para uso na adorao pblica. Foi oferecida a Coverdale a responsabilidade desta tare fa, cujo resultado foi a Bblia Grande, publicada em 1539, nica verso j auto rizada por um rei da Inglaterra. At mesmo a KJV, freqentemente mencio nada como Verso Autorizada, nunca recebeu o reconhecimento como tal por decreto oficial. Ordenou-se que a Bblia Grande fosse colocada em todas as igre jas da Inglaterra. Durante os anos se guintes, restries foram impostas lei tura pblica da Bblia propriamente dita, e, em 1546, iniciou-se um esforo organizado para queimar todas as B blias, exceto a Bblia Grande. As instveis condies polticas da In glaterra, em seguida ao reinado de Hen rique VIII, fizeram necessrio que os clrigos evanglicos e reformadores pro curassem refgio fora do pas. Um dos principais centros para onde essas pes soas fugiram foi Genebra, onde apare ceu, em 1560, a Bblia de Genebra, com a ajuda de eruditos, como Coverdale, John Knox, Joo Calvino e Theodore Beza. Por vrias razes, esta foi, sem comparao, a melhor Bblia inglesa produzida at ento: o Velho Testamen to seguia o texto hebraico mais de perto do que qualquer traduo anterior; as notas marginais no eram to controver sas como nas tradues anteriores; e essa foi a primeira vez que foi usada a diviso em versculos na Bblia toda, como co nhecemos hoje. Alm do mais, os tradu tores tiveram a vantagem de ser capazes de usar como base de seu trabalho a B blia Grande e a edio do Novo Testa mento feita por William Whittingham, em 1557. Por fim, a Bblia de Genebra provou ser demasiada competio para a Bblia Grande, mas houve forte oposio sua adoo como Bblia oficial para a Igreja da Inglaterra. Como tentativa para re solver essa situao, Matthew Parker, Arcebispo de Canturia, props uma re viso da Bblia por uma equipe de estu diosos. Por causa da predominncia de bispos, nessa comisso, a traduo ficou conhecida como Bblia dos Bispos. Ime diatamente depois de sua publicao, em 1568, ela tomou-se a Bblia oficial da Igreja da Inglaterra, mas no podia com petir em popularidade com a Bblia de Genebra. Embora a Igreja Romana, em princ pio, se opusesse indiscriminada disse minao da Bblia entre o povo comum, ela sentiu-se compelida a produzir uma Bblia sua. O Novo Testamento apareceu em 1582 e recebeu o seu nome de Rheims, cidade francesa em que a tradu o foi feita e impressa. Em 1609-1610, o Velho Testamento foi publicado em Douay, Frana. A Bblia toda, conhecida 37
  33. 33. como Verso Douay, tornou-se a Bblia oficial da Igreja Catlica de fala inglesa. Ela se baseava na Vulgata, e no nas lnguas originais da Escritura. 2. A Verso do Rei Tiago Quando o rei Tiago VI, da Esccia, tornou-se o rei Tiago I da Inglaterra, havia pelo menos trs verses da Bblia, em competio umas com as outras: a Bblia de Genebra, a Bblia Grande e a Bblia dos Bispos. Tiago tinha pontos de vista fortemente protestantes, bem como um pronunciado interesse em estudos bblicos e traduo da Escritura. Por isso, quando os puritanos lhe apresenta ram uma petio, em janeiro de 1604, requerendo que fosse feita uma nova traduo, eles se dirigiram ao homem certo. O trabalho da nova traduo comeou em 1607, com um total de 47 tradutores trabalhando em seis comisses, duas das quais se reuniam em Cambridge, duas em Oxford e duas em Westminster. Cada comisso trabalhava em partes diferentes da Bblia, e, mais tarde, uma comisso de reviso, consistindo de dois represen tantes de cada uma das seis comisses, se reuniu diariamente, durante nove meses, revisando as tradues. Uma reviso fi nal foi ento feita por uma comisso de duas pessoas: Miles Smith, um dos tra dutores, e Thomas Bilson, que estava fora do grupo. A traduo, ou melhor, a reviso, foi publicada em 1611. Muito pode-se aprender a respeito do trabalho de traduo lendo-se as regras de procedimento e o prefcio. Infeliz mente, o prefcio no includo na maioria das edies da KJV; se ele tivesse sido publicado e lido cuidadosamente pelos leitores da KJV, muitos conceitos errados teriam sido evitados. Uma das regras mais importantes foi que a Bblia dos Bispos devia ser seguida tanto quan to possvel. Devia-se comparar o traba lho com outras tradues, especialmente as de Tyndale, Matthew, Coverdale, a Bblia Grande e a Bblia de Genebra; e, de fato, a traduo de Tyndale e a Bblia de Genebra foram seguidas mais de perto do que a Bblia dos Bispos, o que pode considerar-se crdito para os revisores. As velhas palavras eclesisticas de viam ser conservadas; as notas marginais deviam ser limitadas a explicaes das palavras hebraicas e gregas; e as divi ses em captulos e versculos deviam ser alteradas o mnimo possvel da linha tradicional. Como acontece com muitas outras tra dues, a KJV teve que enfrentar uma longa luta para conseguir a aceitao po pular. Por decreto oficial, ela substituiu a Bblia dos Bispos, mas levou meio sculo para tomar o lugar da Bblia de Genebra, no uso popular. Houve muitas edies subseqentes da KJV, algumas delas contendo numerosas modificaes da edio original . De fato, a primeira impresso foi feita por duas imprensas, e no houve exata uniformidade entre as duas publicaes. Ento, a edio de 1613 teve bem mais de 300 alteraes, decorrentes das duas publicaes ini ciais. A edio-padro da KJV, aquela com que os leitores esto familiarizados hoje em dia, a edio de 1769, revisada por Benjamin Blayney, de Oxford. Pou cas modificaes foram feitas desde en to. Os homens envolvidos com a KJV re presentavam uma ampla variedade de antecedentes eclesisticos, bem como a mais elevada erudio da poca. E o fruto de seu trabalho deixou uma in fluncia ampla e duradoura sobre a lite ratura inglesa e em outros aspectos da vida do mundo de fala inglesa. No obs tante, a obra que eles realizaram no foi feita sem limitaes. O texto grego dis ponvel para eles era essencialmente o texto corrompido de Erasmo, e quela poca no havia nenhuma edio-padro do Velho Testamento hebraico. Sobretu do, eles no tinham acesso a importantes verses antigas, como a Velha Latina e a 38
  34. 34. Velha Siraca, e as descobertas de papi ros ainda deviam ser feitas posterior mente. 3. A Bblia Inglesa Desde a Verso do Rei Tiago (KJV) The English Revised Version. J em 1810, Herbert Marsh de Cambridge decla rou: provvel que a nossa Verso Auto rizada seja to fiel como representao das Escrituras originais como podia s-lo na quela poca. Mas quando considera mos... que as fontes mais importantes de inteligncia para a interpretao das Es crituras originais foram semelhantemen te abertas depois daquele perodo, no podemos pretender que a nossa Verso Autorizada no requeira emendas. As suas palavras, evidentemente, represen tavam um sentimento disseminado entre os eruditos bblicos de sua poca. Porm s em 1870 a Igreja empreendeu uma ao oficial para iniciar a reviso neces sria. O propsito declarado era revisar a KJV, introduzindo, no texto, o mnimo possvel de alteraes; mas, no cmputo final, a quantidade de modificaes foi enorme. Um total de 65 eruditos traba lhou na reviso. O Novo Testamento foi publicado em maio de 1881; o Velho e o Novo Testamentos foram publicados juntos em maio de 1885; e a reviso dos Livros Apcrifos foi completada em 1895. O Novo Testamento tomou-se imedia tamente um sucesso de vendas. Mas a sua popularidade teve vida curta, mesmo entre aqueles cujas simpatias eram as maiores. A razo para esta reao nega tiva foi o estilo do ingls, ou melhor, a falta de estilo do ingls. Os revisores haviam sido to fiis ordem de pala vras no grego, que o ingls soava anti- natural e era, muitas vezes, obscuro. The American Standard Version. Al guns eruditos americanos foram consul tados durante a preparao da ERV, mas o Comit Americano no ficou in teiramente satisfeito com a publicao final. Eles queriam uma eliminao mais ampla de palavras arcaicas e mais aten o ao uso do ingls americano. Assim, o Comit Americano decidiu publicar uma edio americana separada, e esta apa receu em agosto de 1901. Em alguns pontos houve melhoras sensveis em rela o ERV, mas a ASV foi muito critica da, por usar Jeov onde os revisores ingleses haviam conservado Senhor ou Deus. Mais do que isto, a ASV conser va a mesma fraqueza bsica da ERV: o ingls no natural. De ambas as ver ses tem sido dito corretamente que elas so fortes em hebraico e grego, mas fracas em ingls. Algumas das Primeiras Tradues Mo dernas Para o Ingls. Pelo menos trs fatores contriburam para o aparecimen to de vrias tradues modernas para o ingls na primeira parte deste sculo. O primeiro foi a descoberta de importan tes manuscritos bblicos antigos, que ca pacitaram o tradutor a chegar mais perto do que nunca do texto original. O segun do foi a descoberta de grande nmero de documentos no Egito, escritos em papiro, dados escritos miscelneos da poca do Novo Testamento, indicando que o grego do Novo Testamento era o grego comum da poca. Terceiro, a cons cincia cada vez mais profunda de que tradues em linguagem arcaica ou em frases de som estranho simplesmente no comunicavam adequadamente a mensa gem da Bblia. A primeira tentativa digna de nota para se fazer uma traduo modema para o ingls foi The Twentieth Century New Testament, que apareceu de uma forma experimental por um grupo anni mo de vinte eruditos, entre 1898 e 1901, e em forma final em 1904. Na Inglaterra, Richard F. Weymouth, competente eru dito em Novo Testamento, fez uma tra duo que esperava fosse suplementar as verses padro; ela foi publicada pos tumamente em 1903. Em 1924, um gru po de trs estudiosos publicou uma edi- 39
  35. 35. o revisada de sua obra. Em 1943, foi publicada uma edio americana. Em 1913, James A. Moffatt, um es cocs que havia-se unido ao corpo do cente do Seminrio Teolgico Unio, em New York, publicou a sua traduo do Novo Testamento. Ele trouxe a lume o seu Velho Testamento em 1924, e a Bblia toda em 1926 e, mais tarde, uma verso revisada em 1935. O objetivo de Moffatt era apresentar os livros do Velho e Novo Testamentos em um ingls eficiente e inteligvel e ser exato e idio mtico . The New Testament, an American Transiation,