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em Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores (RAA) e Madeira (RAM) (Figura 1). Figura 1: Localização das organizações participantes. O gradiente de cores representa a incidência de infecção de COVID-19 até a presente data (26 de junho de 2020), sendo que as cores mais escuras representam as regiões com maior incidência. As medidas implementadas para prevenir a propagação da recente pandemia de COVID-19, tiveram um impacto avassalador na economia mundial e a indústria pesqueira não foi exceção. Portugal é um país com uma longa tradição de consumo de pescado, consumindo atualmente 57 kg/pessoa/ano, o dobro da média dos restantes europeus 1 . O sector das pescas, aquicultura, transformação e comercialização de pescado é um importante motor do desenvolvimento económico, social e cultural do país. A pesca emprega diretamente 14.617 pescadores a nível nacional. A adicionar a estes existem outros 1.501 pescadores apeados, 2.650 trabalhadores aquícolas e 8.101 trabalhadores em indústrias transformadoras de produtos da pesca e aquicultura 2,3 . De modo a identificar os impactos causados pelas medidas de isolamento impostas para combater a COVID-19 na indústria pesqueira Portuguesa foram realizadas 48 entrevistas, entre 6 de abril e 5 de Junho de 2020, a representantes de associações de armadores, pescadores, mariscadores, aquicultores, conserveiras, indústria de congelação e Organizações de Produtores (OPs), entre outras entidades, Impacto da pandemia de Covid-19 nos sectores da pesca e aquicultura em Portugal 1 EUMOFA, 2019. The EU fish market. European Market Observatory for Fisheries and Aquaculture Products. EC, 101p. https://www.eumofa.eu/documents/20178/314856/EN_The+EU+fish+market_2019.pdf/ 2 INE, 2020. Estatística da Pesca 2019. Instituto Nacional de Estatística, 149p. 3 STECF, 2018. Economic Report of the EU aquaculture sector (STECF-18-19), JRC Science for Policy Report. Publications Office of the European Union, Luxembourg, 2018, ISBN 978-92-79-79402-5, doi:10.2760/45076; O projeto FORWARD estima 4,000-6,000 trabalhadores na Ria Formosa, http://goodclam.org/book/Forward_Book_PT.pdf 1 BRIEFING Projeto COVIDPESCA n.1 | Junho de 2020 Lorem ipsum Espanha Norte Centro Lisboa e Vale do Tejo Alentejo Açores Madeira Algarve

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Page 1: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

em Portugal Continental e Regiões Autónomas dos Açores (RAA) e Madeira (RAM) (Figura 1).

Figura 1: Localização das organizações participantes. O gradiente de cores representa a incidência de infecção de COVID-19 até a presente data (26 de junho de 2020), sendo que as cores mais escuras representam as regiões com maior incidência.

As medidas implementadas para prevenir a propagação da recente pandemia de COVID-19, tiveram um impacto avassalador na economia mundial e a indústria pesqueira não foi exceção.

Portugal é um país com uma longa tradição de consumo de pescado, consumindo atualmente 57 kg/pessoa/ano, o dobro da média dos restantes europeus1. O sector das pescas, aquicultura, transformação e comercialização de pescado é um importante motor do desenvolvimento económico, social e cultural do país. A pesca emprega diretamente 14.617 pescadores a nível nacional. A adicionar a estes existem outros 1.501 pescadores apeados, 2.650 trabalhadores aquícolas e 8.101 trabalhadores em indústrias transformadoras de produtos da pesca e aquicultura2,3.

De modo a identificar os impactos causados pelas medidas de isolamento impostas para combater a COVID-19 na indústria pesqueira Portuguesa foram realizadas 48 entrevistas, entre 6 de abril e 5 de Junho de 2020, a representantes de associações de armadores, pescadores, mariscadores, aquicultores, conserveiras, indústria de congelação e Organizações de Produtores (OPs), entre outras entidades,

Impacto da pandemia de Covid-19 nos sectores da pesca e aquicultura em Portugal

1EUMOFA, 2019. The EU fish market. European Market Observatory for Fisheries and Aquaculture Products. EC, 101p. https://www.eumofa.eu/documents/20178/314856/EN_The+EU+fish+market_2019.pdf/2INE, 2020. Estatística da Pesca 2019. Instituto Nacional de Estatística, 149p.3STECF, 2018. Economic Report of the EU aquaculture sector (STECF-18-19), JRC Science for Policy Report. Publications Office of the European Union, Luxembourg, 2018, ISBN 978-92-79-79402-5, doi:10.2760/45076; O projeto FORWARD estima 4,000-6,000 trabalhadores na Ria Formosa, http://goodclam.org/book/Forward_Book_PT.pdf

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BRIEFINGProjeto COVIDPESCA n.1 | Junho de 2020

Lorem ipsum

Espanha

Norte

Centro

Lisboa eVale do Tejo

Alentejo

Açores

Madeira

Algarve

Page 2: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

A perda de receita variou substancialmente de setor para setor, chegando aos 100% em alguns casos, enquanto noutros não se registaram perdas.

Impacto socioeconómico (direto e indireto) da COVID-19 na indústria pesqueira

• O arrasto costeiro de crustáceos e palangre em Portugal continental registaram perdas de 100% nas receitas.

• Os atuneiros e embarcações artesanais de pesca dirigida a espécies “nobres” (como o cherne, o goraz ou o pargo) na RAA registaram quebras substanciais.

• Os viveiristas e mariscadores registaram quebras elevadas, respetivamente 100% e 65%.

• Algumas embarcações da pesca artesanal não interromperam a atividade nem observaram quebras de receitas, especialmente pescarias dirigidas a espécies destinadas ao mercado nacional.

• Em alguns casos, o valor das capturas deixou de ser suficiente para compensar as despesas com a operação da pesca, e a operação foi interrompida.

• A perda de receitas foi maior durante as primeiras semanas da pandemia.

• Existe uma grande preocupação com o impacto negativo resultante do cancelamento de eventos religiosos/culturais onde tradicionalmente se consome pescado (ex. santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão.

• Na aquicultura, o impacto económico foi mínimo para espécies como o robalo, truta e dourada. Nas restantes espécies o impacto foi elevado. Existe algum receio que, aquando da abertura dos mercados internacionais, outros países produtores vendam a produção a preços baixos de modo a escoar o produto, com consequências nefastas para a produção nacional.

• A produção de conservas aumentou devido a um aumento na procura pelos mercados nacionais e internacionais.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita devido ao fecho da hotelaria e restauração nacional. A indústria teve também dificuldade na obtenção de matéria prima, geralmente importada, devido a problemas logísticos no transporte.

O impacto no emprego foi reduzido, com uma ligeira perda de postos de trabalho que se prevê temporária.

Figura 2: Principais fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19 na indústria pesqueira em Portugal.

• Alguns pescadores foram despedidos e estão neste momento a receber o subsídio de desemprego. Regressarão aos seus postos de trabalho quando a atividade retomar.

• Registaram-se alguns casos em que os tripulantes tinham rendimento mínimo garantido. Facto que, aliado ao baixo preço de venda do pescado, fez com que tenham optado por não ir à pesca.

• Pescadores sem contrato e pescadores reformados (que continuavam a ir ao mar para complementar a reduzida reforma) são uma questão mais complexa pois perderam uma importante fonte de rendimento.

• Muitos pescadores tentam complementar a perda de receita com outras atividades.

• Na aquicultura não ocorreram perdas de postos de trabalho, uma vez que a atividade permanece (ex. manutenção e alimentação dos animais).

• Algumas empresas da indústria conserveira contrataram novos trabalhadores de forma a aumentar o volume de produção.

Outro impacto da pandemia de COVID-19 inclui a disrupção nos programas de recolha de dados. Os amostradores deixaram de ir às lotas e os observadores deixaram de embarcar nos navios de pesca.

O maior problema para a indústria pesqueira é a perda de turistas.

• O fecho da hotelaria e restauração levou a uma redução drástica nas vendas de pescado fresco (principalmente espécies “nobres”), sendo a principal razão para a perda de receitas dos pescadores.

• A indústria conserveira gourmet teve uma quebra de 100% nas receitas, devido ao encerramento de lojas direcionadas para o turismo.

A perda dos principais mercados internacionais e incapacidade de exportar pescado, principalmente para o mercado espanhol (mas também para os mercados francês, italiano e chinês) são um problema para a indústria.

• Alguma exportação internacional mantém-se (por meio de transporte marítimo e terrestre).

• A exportação de pescado de elevado valor comercial (espécies “nobres”) foi altamente afetada. Tendo como exemplo a indústria pesqueira da RAA, no entanto manteve-se alguma exportação entre a RAA e o Continente.

• O volume de exportação de conservas aumentou, e o volume de exportação de congelados de marisco e pescado não sofreu alterações durante a pandemia.

O fecho e a reabertura limitada do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) causaram um importante impacto.

• As grandes superfícies são na atualidade os maiores vendedores de peixe nacional.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita de 40% devido ao fecho da restauração.

• O encerramento/diminuição das vendas nos mercados locais, teve e continua a ter um impacto significativo.

• Peixes “nobres” da RAA (ex. cherne, goraz, imperador, pargo), normalmente exportados na sua totalidade, são agora vendidos nos mercados locais a preços mais acessíveis.

O preço do pescado em lota registou uma quebra para diversas espécies no início da pandemia, tendo vindo a recuperar gradualmente.• O preço das espécies “nobres” (as espécies mais afetadas no início da pandemia) está a recuperar.

• O preço de espécies de baixo valor comercial manteve-se ou aumentou, como no caso do carapau.

• O preço de algumas espécies (ex. polvo) baixou apenas em alguns locais.

• O medo de contágio levou os pescadores a venderem apenas na sua lota de registo (os pescadores em Portugal Continental têm por hábito vender o pescado na lota em que este é mais valorizado).

• Algumas espécies foram vendidas em lota a um valor muito inferior ao habitual, levando muitos pescadores a cessarem a atividade e, consequentemente, a uma diminuição do volume de pescado em lota.

Verificou-se alguma dificuldade na venda em lota, devido principalmente à inexistência de compradores e dificuldades de mobilidade e acesso.

• Algumas lotas perderam compradores. No entanto, os compradores dos supermercados e conserveiras mantiveram-se bastante ativos.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa por não conseguirem vender devido à falta de compradores.

• Registou-se alguma dificuldade de mobilidade por parte dos compradores na entrada e saída dos concelhos devido ao controlo de movimento de pessoas.

• Na RAA os pescadores foram impossibilitados de descarregar pescado noutras ilhas ou portos (sem ser o de registo).

Verificou-se uma diminuição do volume de capturas.

• A diminuição do volume de capturas ocorreu imediatamente após os primeiros dias de pandemia. Algumas capturas têm regressado ao normal (para espécies não “nobres”). No entanto, ainda existem embarcações com quebras de 100% no volume de capturas uma vez que estão paradas.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa.

• Existe ainda falta de algumas espécies (ex. carapau) em lota apesar da procura.

Registaram-se algumas restrições logísticas de transporte de pescado, material de pesca e tripulação, mas de forma geral não se verificou nenhum aumento nos custos de transporte, salvo algumas exceções na exportação.

• Na RAA verificaram-se dificuldades no escoamento de pescado (ex. os voos da Ilha do Faial para Portugal Continental foram cancelados, subsequentemente recomeçados).

• Verificou-se alguns atrasos na aquisição de contentores para exportação.

• O controlo de movimento de pessoas causou alguma dificuldade de mobilidade para os pescadores e compradores, bem como demoras no escoamento de produto.

• O material de pesca proveniente da China e da Indonésia deixou de ser importado e fábricas de montagem de redes de pesca foram temporariamente fechadas (entretanto reabertas).

• A indústria conserveira foi afetada, pois importa a maioria da matéria prima. Houve constrangimentos nos grandes portos internacionais (que fecharam) e nos portos em Portugal (ex. problemas logísticos devido à falta de estivadores no porto de Leixões). Também se verificou um aumento dos custos de transporte devido à oferta reduzida.

• A dificuldade da indústria de congelação em encontrar matéria prima acentuou-se com a pandemia, devido à atividade de pesca parada noutros países (como por exemplo Marrocos, Mauritânia, África do Sul) e dificuldades de transporte.

Não houve dificuldade em obter tripulação. No entanto, dificuldades pontuais em relação à tripulação impediram algumas embarcações de operarem.

• Alguns tripulantes estrangeiros (principalmente indonésios e filipinos) que voltaram para os seus países de origem no início da pandemia, ficaram retidos. Contratações previstas de alguns tripulantes estrangeiros não aconteceram.

• Não foi dada permissão a alguns tripulantes espanhóis para entrarem em Portugal.

As razões para o impacto socioeconómico sofrido pela atividade pesqueira Portuguesa devido à crise causada pela COVID-19 foram variadas. Os entrevistados identificaram numa escala de 0 (sem importância) a 10 (extremamente importante) os principais fatores causadores de impacto socioeconómico, os quais são apresentados na Figura 2 e subsequentemente descritos em detalhe.

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A perda de receita variou substancialmente de setor para setor, chegando aos 100% em alguns casos, enquanto noutros não se registaram perdas.

• O arrasto costeiro de crustáceos e palangre em Portugal continental registaram perdas de 100% nas receitas.

• Os atuneiros e embarcações artesanais de pesca dirigida a espécies “nobres” (como o cherne, o goraz ou o pargo) na RAA registaram quebras substanciais.

• Os viveiristas e mariscadores registaram quebras elevadas, respetivamente 100% e 65%.

• Algumas embarcações da pesca artesanal não interromperam a atividade nem observaram quebras de receitas, especialmente pescarias dirigidas a espécies destinadas ao mercado nacional.

• Em alguns casos, o valor das capturas deixou de ser suficiente para compensar as despesas com a operação da pesca, e a operação foi interrompida.

• A perda de receitas foi maior durante as primeiras semanas da pandemia.

• Existe uma grande preocupação com o impacto negativo resultante do cancelamento de eventos religiosos/culturais onde tradicionalmente se consome pescado (ex. santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão.

• Na aquicultura, o impacto económico foi mínimo para espécies como o robalo, truta e dourada. Nas restantes espécies o impacto foi elevado. Existe algum receio que, aquando da abertura dos mercados internacionais, outros países produtores vendam a produção a preços baixos de modo a escoar o produto, com consequências nefastas para a produção nacional.

• A produção de conservas aumentou devido a um aumento na procura pelos mercados nacionais e internacionais.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita devido ao fecho da hotelaria e restauração nacional. A indústria teve também dificuldade na obtenção de matéria prima, geralmente importada, devido a problemas logísticos no transporte.

O impacto no emprego foi reduzido, com uma ligeira perda de postos de trabalho que se prevê temporária.

Figura 2: Principais fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19 na indústria pesqueira em Portugal.

• Alguns pescadores foram despedidos e estão neste momento a receber o subsídio de desemprego. Regressarão aos seus postos de trabalho quando a atividade retomar.

• Registaram-se alguns casos em que os tripulantes tinham rendimento mínimo garantido. Facto que, aliado ao baixo preço de venda do pescado, fez com que tenham optado por não ir à pesca.

• Pescadores sem contrato e pescadores reformados (que continuavam a ir ao mar para complementar a reduzida reforma) são uma questão mais complexa pois perderam uma importante fonte de rendimento.

• Muitos pescadores tentam complementar a perda de receita com outras atividades.

• Na aquicultura não ocorreram perdas de postos de trabalho, uma vez que a atividade permanece (ex. manutenção e alimentação dos animais).

• Algumas empresas da indústria conserveira contrataram novos trabalhadores de forma a aumentar o volume de produção.

Outro impacto da pandemia de COVID-19 inclui a disrupção nos programas de recolha de dados. Os amostradores deixaram de ir às lotas e os observadores deixaram de embarcar nos navios de pesca.

O maior problema para a indústria pesqueira é a perda de turistas.

• O fecho da hotelaria e restauração levou a uma redução drástica nas vendas de pescado fresco (principalmente espécies “nobres”), sendo a principal razão para a perda de receitas dos pescadores.

• A indústria conserveira gourmet teve uma quebra de 100% nas receitas, devido ao encerramento de lojas direcionadas para o turismo.

A perda dos principais mercados internacionais e incapacidade de exportar pescado, principalmente para o mercado espanhol (mas também para os mercados francês, italiano e chinês) são um problema para a indústria.

• Alguma exportação internacional mantém-se (por meio de transporte marítimo e terrestre).

• A exportação de pescado de elevado valor comercial (espécies “nobres”) foi altamente afetada. Tendo como exemplo a indústria pesqueira da RAA, no entanto manteve-se alguma exportação entre a RAA e o Continente.

• O volume de exportação de conservas aumentou, e o volume de exportação de congelados de marisco e pescado não sofreu alterações durante a pandemia.

Fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19

O fecho e a reabertura limitada do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) causaram um importante impacto.

• As grandes superfícies são na atualidade os maiores vendedores de peixe nacional.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita de 40% devido ao fecho da restauração.

• O encerramento/diminuição das vendas nos mercados locais, teve e continua a ter um impacto significativo.

• Peixes “nobres” da RAA (ex. cherne, goraz, imperador, pargo), normalmente exportados na sua totalidade, são agora vendidos nos mercados locais a preços mais acessíveis.

O preço do pescado em lota registou uma quebra para diversas espécies no início da pandemia, tendo vindo a recuperar gradualmente.• O preço das espécies “nobres” (as espécies mais afetadas no início da pandemia) está a recuperar.

• O preço de espécies de baixo valor comercial manteve-se ou aumentou, como no caso do carapau.

• O preço de algumas espécies (ex. polvo) baixou apenas em alguns locais.

• O medo de contágio levou os pescadores a venderem apenas na sua lota de registo (os pescadores em Portugal Continental têm por hábito vender o pescado na lota em que este é mais valorizado).

• Algumas espécies foram vendidas em lota a um valor muito inferior ao habitual, levando muitos pescadores a cessarem a atividade e, consequentemente, a uma diminuição do volume de pescado em lota.

Verificou-se alguma dificuldade na venda em lota, devido principalmente à inexistência de compradores e dificuldades de mobilidade e acesso.

• Algumas lotas perderam compradores. No entanto, os compradores dos supermercados e conserveiras mantiveram-se bastante ativos.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa por não conseguirem vender devido à falta de compradores.

• Registou-se alguma dificuldade de mobilidade por parte dos compradores na entrada e saída dos concelhos devido ao controlo de movimento de pessoas.

• Na RAA os pescadores foram impossibilitados de descarregar pescado noutras ilhas ou portos (sem ser o de registo).

Verificou-se uma diminuição do volume de capturas.

• A diminuição do volume de capturas ocorreu imediatamente após os primeiros dias de pandemia. Algumas capturas têm regressado ao normal (para espécies não “nobres”). No entanto, ainda existem embarcações com quebras de 100% no volume de capturas uma vez que estão paradas.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa.

• Existe ainda falta de algumas espécies (ex. carapau) em lota apesar da procura.

Registaram-se algumas restrições logísticas de transporte de pescado, material de pesca e tripulação, mas de forma geral não se verificou nenhum aumento nos custos de transporte, salvo algumas exceções na exportação.

• Na RAA verificaram-se dificuldades no escoamento de pescado (ex. os voos da Ilha do Faial para Portugal Continental foram cancelados, subsequentemente recomeçados).

• Verificou-se alguns atrasos na aquisição de contentores para exportação.

• O controlo de movimento de pessoas causou alguma dificuldade de mobilidade para os pescadores e compradores, bem como demoras no escoamento de produto.

• O material de pesca proveniente da China e da Indonésia deixou de ser importado e fábricas de montagem de redes de pesca foram temporariamente fechadas (entretanto reabertas).

• A indústria conserveira foi afetada, pois importa a maioria da matéria prima. Houve constrangimentos nos grandes portos internacionais (que fecharam) e nos portos em Portugal (ex. problemas logísticos devido à falta de estivadores no porto de Leixões). Também se verificou um aumento dos custos de transporte devido à oferta reduzida.

• A dificuldade da indústria de congelação em encontrar matéria prima acentuou-se com a pandemia, devido à atividade de pesca parada noutros países (como por exemplo Marrocos, Mauritânia, África do Sul) e dificuldades de transporte.

Não houve dificuldade em obter tripulação. No entanto, dificuldades pontuais em relação à tripulação impediram algumas embarcações de operarem.

• Alguns tripulantes estrangeiros (principalmente indonésios e filipinos) que voltaram para os seus países de origem no início da pandemia, ficaram retidos. Contratações previstas de alguns tripulantes estrangeiros não aconteceram.

• Não foi dada permissão a alguns tripulantes espanhóis para entrarem em Portugal.

As razões para o impacto socioeconómico sofrido pela atividade pesqueira Portuguesa devido à crise causada pela COVID-19 foram variadas. Os entrevistados identificaram numa escala de 0 (sem importância) a 10 (extremamente importante) os principais fatores causadores de impacto socioeconómico, os quais são apresentados na Figura 2 e subsequentemente descritos em detalhe.

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Page 4: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

A perda de receita variou substancialmente de setor para setor, chegando aos 100% em alguns casos, enquanto noutros não se registaram perdas.

• O arrasto costeiro de crustáceos e palangre em Portugal continental registaram perdas de 100% nas receitas.

• Os atuneiros e embarcações artesanais de pesca dirigida a espécies “nobres” (como o cherne, o goraz ou o pargo) na RAA registaram quebras substanciais.

• Os viveiristas e mariscadores registaram quebras elevadas, respetivamente 100% e 65%.

• Algumas embarcações da pesca artesanal não interromperam a atividade nem observaram quebras de receitas, especialmente pescarias dirigidas a espécies destinadas ao mercado nacional.

• Em alguns casos, o valor das capturas deixou de ser suficiente para compensar as despesas com a operação da pesca, e a operação foi interrompida.

• A perda de receitas foi maior durante as primeiras semanas da pandemia.

• Existe uma grande preocupação com o impacto negativo resultante do cancelamento de eventos religiosos/culturais onde tradicionalmente se consome pescado (ex. santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão.

• Na aquicultura, o impacto económico foi mínimo para espécies como o robalo, truta e dourada. Nas restantes espécies o impacto foi elevado. Existe algum receio que, aquando da abertura dos mercados internacionais, outros países produtores vendam a produção a preços baixos de modo a escoar o produto, com consequências nefastas para a produção nacional.

• A produção de conservas aumentou devido a um aumento na procura pelos mercados nacionais e internacionais.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita devido ao fecho da hotelaria e restauração nacional. A indústria teve também dificuldade na obtenção de matéria prima, geralmente importada, devido a problemas logísticos no transporte.

O impacto no emprego foi reduzido, com uma ligeira perda de postos de trabalho que se prevê temporária.

Figura 2: Principais fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19 na indústria pesqueira em Portugal.

• Alguns pescadores foram despedidos e estão neste momento a receber o subsídio de desemprego. Regressarão aos seus postos de trabalho quando a atividade retomar.

• Registaram-se alguns casos em que os tripulantes tinham rendimento mínimo garantido. Facto que, aliado ao baixo preço de venda do pescado, fez com que tenham optado por não ir à pesca.

• Pescadores sem contrato e pescadores reformados (que continuavam a ir ao mar para complementar a reduzida reforma) são uma questão mais complexa pois perderam uma importante fonte de rendimento.

• Muitos pescadores tentam complementar a perda de receita com outras atividades.

• Na aquicultura não ocorreram perdas de postos de trabalho, uma vez que a atividade permanece (ex. manutenção e alimentação dos animais).

• Algumas empresas da indústria conserveira contrataram novos trabalhadores de forma a aumentar o volume de produção.

Outro impacto da pandemia de COVID-19 inclui a disrupção nos programas de recolha de dados. Os amostradores deixaram de ir às lotas e os observadores deixaram de embarcar nos navios de pesca.

O maior problema para a indústria pesqueira é a perda de turistas.

• O fecho da hotelaria e restauração levou a uma redução drástica nas vendas de pescado fresco (principalmente espécies “nobres”), sendo a principal razão para a perda de receitas dos pescadores.

• A indústria conserveira gourmet teve uma quebra de 100% nas receitas, devido ao encerramento de lojas direcionadas para o turismo.

A perda dos principais mercados internacionais e incapacidade de exportar pescado, principalmente para o mercado espanhol (mas também para os mercados francês, italiano e chinês) são um problema para a indústria.

• Alguma exportação internacional mantém-se (por meio de transporte marítimo e terrestre).

• A exportação de pescado de elevado valor comercial (espécies “nobres”) foi altamente afetada. Tendo como exemplo a indústria pesqueira da RAA, no entanto manteve-se alguma exportação entre a RAA e o Continente.

• O volume de exportação de conservas aumentou, e o volume de exportação de congelados de marisco e pescado não sofreu alterações durante a pandemia.

O fecho e a reabertura limitada do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) causaram um importante impacto.

• As grandes superfícies são na atualidade os maiores vendedores de peixe nacional.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita de 40% devido ao fecho da restauração.

• O encerramento/diminuição das vendas nos mercados locais, teve e continua a ter um impacto significativo.

• Peixes “nobres” da RAA (ex. cherne, goraz, imperador, pargo), normalmente exportados na sua totalidade, são agora vendidos nos mercados locais a preços mais acessíveis.

O preço do pescado em lota registou uma quebra para diversas espécies no início da pandemia, tendo vindo a recuperar gradualmente.• O preço das espécies “nobres” (as espécies mais afetadas no início da pandemia) está a recuperar.

• O preço de espécies de baixo valor comercial manteve-se ou aumentou, como no caso do carapau.

• O preço de algumas espécies (ex. polvo) baixou apenas em alguns locais.

• O medo de contágio levou os pescadores a venderem apenas na sua lota de registo (os pescadores em Portugal Continental têm por hábito vender o pescado na lota em que este é mais valorizado).

• Algumas espécies foram vendidas em lota a um valor muito inferior ao habitual, levando muitos pescadores a cessarem a atividade e, consequentemente, a uma diminuição do volume de pescado em lota.

Verificou-se alguma dificuldade na venda em lota, devido principalmente à inexistência de compradores e dificuldades de mobilidade e acesso.

• Algumas lotas perderam compradores. No entanto, os compradores dos supermercados e conserveiras mantiveram-se bastante ativos.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa por não conseguirem vender devido à falta de compradores.

• Registou-se alguma dificuldade de mobilidade por parte dos compradores na entrada e saída dos concelhos devido ao controlo de movimento de pessoas.

• Na RAA os pescadores foram impossibilitados de descarregar pescado noutras ilhas ou portos (sem ser o de registo).

Verificou-se uma diminuição do volume de capturas.

• A diminuição do volume de capturas ocorreu imediatamente após os primeiros dias de pandemia. Algumas capturas têm regressado ao normal (para espécies não “nobres”). No entanto, ainda existem embarcações com quebras de 100% no volume de capturas uma vez que estão paradas.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa.

• Existe ainda falta de algumas espécies (ex. carapau) em lota apesar da procura.

Registaram-se algumas restrições logísticas de transporte de pescado, material de pesca e tripulação, mas de forma geral não se verificou nenhum aumento nos custos de transporte, salvo algumas exceções na exportação.

• Na RAA verificaram-se dificuldades no escoamento de pescado (ex. os voos da Ilha do Faial para Portugal Continental foram cancelados, subsequentemente recomeçados).

• Verificou-se alguns atrasos na aquisição de contentores para exportação.

• O controlo de movimento de pessoas causou alguma dificuldade de mobilidade para os pescadores e compradores, bem como demoras no escoamento de produto.

• O material de pesca proveniente da China e da Indonésia deixou de ser importado e fábricas de montagem de redes de pesca foram temporariamente fechadas (entretanto reabertas).

• A indústria conserveira foi afetada, pois importa a maioria da matéria prima. Houve constrangimentos nos grandes portos internacionais (que fecharam) e nos portos em Portugal (ex. problemas logísticos devido à falta de estivadores no porto de Leixões). Também se verificou um aumento dos custos de transporte devido à oferta reduzida.

• A dificuldade da indústria de congelação em encontrar matéria prima acentuou-se com a pandemia, devido à atividade de pesca parada noutros países (como por exemplo Marrocos, Mauritânia, África do Sul) e dificuldades de transporte.

Não houve dificuldade em obter tripulação. No entanto, dificuldades pontuais em relação à tripulação impediram algumas embarcações de operarem.

• Alguns tripulantes estrangeiros (principalmente indonésios e filipinos) que voltaram para os seus países de origem no início da pandemia, ficaram retidos. Contratações previstas de alguns tripulantes estrangeiros não aconteceram.

• Não foi dada permissão a alguns tripulantes espanhóis para entrarem em Portugal.

As razões para o impacto socioeconómico sofrido pela atividade pesqueira Portuguesa devido à crise causada pela COVID-19 foram variadas. Os entrevistados identificaram numa escala de 0 (sem importância) a 10 (extremamente importante) os principais fatores causadores de impacto socioeconómico, os quais são apresentados na Figura 2 e subsequentemente descritos em detalhe.

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Turismo

Canal HORECA

Preço em lota

Compradores

Capturas

Transporte

Mercados internacionais

Tripulação

0 5 10Sem importância Muito importante

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A perda de receita variou substancialmente de setor para setor, chegando aos 100% em alguns casos, enquanto noutros não se registaram perdas.

• O arrasto costeiro de crustáceos e palangre em Portugal continental registaram perdas de 100% nas receitas.

• Os atuneiros e embarcações artesanais de pesca dirigida a espécies “nobres” (como o cherne, o goraz ou o pargo) na RAA registaram quebras substanciais.

• Os viveiristas e mariscadores registaram quebras elevadas, respetivamente 100% e 65%.

• Algumas embarcações da pesca artesanal não interromperam a atividade nem observaram quebras de receitas, especialmente pescarias dirigidas a espécies destinadas ao mercado nacional.

• Em alguns casos, o valor das capturas deixou de ser suficiente para compensar as despesas com a operação da pesca, e a operação foi interrompida.

• A perda de receitas foi maior durante as primeiras semanas da pandemia.

• Existe uma grande preocupação com o impacto negativo resultante do cancelamento de eventos religiosos/culturais onde tradicionalmente se consome pescado (ex. santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão.

• Na aquicultura, o impacto económico foi mínimo para espécies como o robalo, truta e dourada. Nas restantes espécies o impacto foi elevado. Existe algum receio que, aquando da abertura dos mercados internacionais, outros países produtores vendam a produção a preços baixos de modo a escoar o produto, com consequências nefastas para a produção nacional.

• A produção de conservas aumentou devido a um aumento na procura pelos mercados nacionais e internacionais.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita devido ao fecho da hotelaria e restauração nacional. A indústria teve também dificuldade na obtenção de matéria prima, geralmente importada, devido a problemas logísticos no transporte.

O impacto no emprego foi reduzido, com uma ligeira perda de postos de trabalho que se prevê temporária.

Figura 2: Principais fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19 na indústria pesqueira em Portugal.

• Alguns pescadores foram despedidos e estão neste momento a receber o subsídio de desemprego. Regressarão aos seus postos de trabalho quando a atividade retomar.

• Registaram-se alguns casos em que os tripulantes tinham rendimento mínimo garantido. Facto que, aliado ao baixo preço de venda do pescado, fez com que tenham optado por não ir à pesca.

• Pescadores sem contrato e pescadores reformados (que continuavam a ir ao mar para complementar a reduzida reforma) são uma questão mais complexa pois perderam uma importante fonte de rendimento.

• Muitos pescadores tentam complementar a perda de receita com outras atividades.

• Na aquicultura não ocorreram perdas de postos de trabalho, uma vez que a atividade permanece (ex. manutenção e alimentação dos animais).

• Algumas empresas da indústria conserveira contrataram novos trabalhadores de forma a aumentar o volume de produção.

Outro impacto da pandemia de COVID-19 inclui a disrupção nos programas de recolha de dados. Os amostradores deixaram de ir às lotas e os observadores deixaram de embarcar nos navios de pesca.

O maior problema para a indústria pesqueira é a perda de turistas.

• O fecho da hotelaria e restauração levou a uma redução drástica nas vendas de pescado fresco (principalmente espécies “nobres”), sendo a principal razão para a perda de receitas dos pescadores.

• A indústria conserveira gourmet teve uma quebra de 100% nas receitas, devido ao encerramento de lojas direcionadas para o turismo.

A perda dos principais mercados internacionais e incapacidade de exportar pescado, principalmente para o mercado espanhol (mas também para os mercados francês, italiano e chinês) são um problema para a indústria.

• Alguma exportação internacional mantém-se (por meio de transporte marítimo e terrestre).

• A exportação de pescado de elevado valor comercial (espécies “nobres”) foi altamente afetada. Tendo como exemplo a indústria pesqueira da RAA, no entanto manteve-se alguma exportação entre a RAA e o Continente.

• O volume de exportação de conservas aumentou, e o volume de exportação de congelados de marisco e pescado não sofreu alterações durante a pandemia.

O fecho e a reabertura limitada do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) causaram um importante impacto.

• As grandes superfícies são na atualidade os maiores vendedores de peixe nacional.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita de 40% devido ao fecho da restauração.

• O encerramento/diminuição das vendas nos mercados locais, teve e continua a ter um impacto significativo.

• Peixes “nobres” da RAA (ex. cherne, goraz, imperador, pargo), normalmente exportados na sua totalidade, são agora vendidos nos mercados locais a preços mais acessíveis.

O preço do pescado em lota registou uma quebra para diversas espécies no início da pandemia, tendo vindo a recuperar gradualmente.• O preço das espécies “nobres” (as espécies mais afetadas no início da pandemia) está a recuperar.

• O preço de espécies de baixo valor comercial manteve-se ou aumentou, como no caso do carapau.

• O preço de algumas espécies (ex. polvo) baixou apenas em alguns locais.

• O medo de contágio levou os pescadores a venderem apenas na sua lota de registo (os pescadores em Portugal Continental têm por hábito vender o pescado na lota em que este é mais valorizado).

• Algumas espécies foram vendidas em lota a um valor muito inferior ao habitual, levando muitos pescadores a cessarem a atividade e, consequentemente, a uma diminuição do volume de pescado em lota.

Verificou-se alguma dificuldade na venda em lota, devido principalmente à inexistência de compradores e dificuldades de mobilidade e acesso.

• Algumas lotas perderam compradores. No entanto, os compradores dos supermercados e conserveiras mantiveram-se bastante ativos.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa por não conseguirem vender devido à falta de compradores.

• Registou-se alguma dificuldade de mobilidade por parte dos compradores na entrada e saída dos concelhos devido ao controlo de movimento de pessoas.

• Na RAA os pescadores foram impossibilitados de descarregar pescado noutras ilhas ou portos (sem ser o de registo).

Verificou-se uma diminuição do volume de capturas.

• A diminuição do volume de capturas ocorreu imediatamente após os primeiros dias de pandemia. Algumas capturas têm regressado ao normal (para espécies não “nobres”). No entanto, ainda existem embarcações com quebras de 100% no volume de capturas uma vez que estão paradas.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa.

• Existe ainda falta de algumas espécies (ex. carapau) em lota apesar da procura.

Registaram-se algumas restrições logísticas de transporte de pescado, material de pesca e tripulação, mas de forma geral não se verificou nenhum aumento nos custos de transporte, salvo algumas exceções na exportação.

• Na RAA verificaram-se dificuldades no escoamento de pescado (ex. os voos da Ilha do Faial para Portugal Continental foram cancelados, subsequentemente recomeçados).

• Verificou-se alguns atrasos na aquisição de contentores para exportação.

• O controlo de movimento de pessoas causou alguma dificuldade de mobilidade para os pescadores e compradores, bem como demoras no escoamento de produto.

• O material de pesca proveniente da China e da Indonésia deixou de ser importado e fábricas de montagem de redes de pesca foram temporariamente fechadas (entretanto reabertas).

• A indústria conserveira foi afetada, pois importa a maioria da matéria prima. Houve constrangimentos nos grandes portos internacionais (que fecharam) e nos portos em Portugal (ex. problemas logísticos devido à falta de estivadores no porto de Leixões). Também se verificou um aumento dos custos de transporte devido à oferta reduzida.

• A dificuldade da indústria de congelação em encontrar matéria prima acentuou-se com a pandemia, devido à atividade de pesca parada noutros países (como por exemplo Marrocos, Mauritânia, África do Sul) e dificuldades de transporte.

Não houve dificuldade em obter tripulação. No entanto, dificuldades pontuais em relação à tripulação impediram algumas embarcações de operarem.

• Alguns tripulantes estrangeiros (principalmente indonésios e filipinos) que voltaram para os seus países de origem no início da pandemia, ficaram retidos. Contratações previstas de alguns tripulantes estrangeiros não aconteceram.

• Não foi dada permissão a alguns tripulantes espanhóis para entrarem em Portugal.

As razões para o impacto socioeconómico sofrido pela atividade pesqueira Portuguesa devido à crise causada pela COVID-19 foram variadas. Os entrevistados identificaram numa escala de 0 (sem importância) a 10 (extremamente importante) os principais fatores causadores de impacto socioeconómico, os quais são apresentados na Figura 2 e subsequentemente descritos em detalhe.

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Page 6: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

A perda de receita variou substancialmente de setor para setor, chegando aos 100% em alguns casos, enquanto noutros não se registaram perdas.

• O arrasto costeiro de crustáceos e palangre em Portugal continental registaram perdas de 100% nas receitas.

• Os atuneiros e embarcações artesanais de pesca dirigida a espécies “nobres” (como o cherne, o goraz ou o pargo) na RAA registaram quebras substanciais.

• Os viveiristas e mariscadores registaram quebras elevadas, respetivamente 100% e 65%.

• Algumas embarcações da pesca artesanal não interromperam a atividade nem observaram quebras de receitas, especialmente pescarias dirigidas a espécies destinadas ao mercado nacional.

• Em alguns casos, o valor das capturas deixou de ser suficiente para compensar as despesas com a operação da pesca, e a operação foi interrompida.

• A perda de receitas foi maior durante as primeiras semanas da pandemia.

• Existe uma grande preocupação com o impacto negativo resultante do cancelamento de eventos religiosos/culturais onde tradicionalmente se consome pescado (ex. santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão.

• Na aquicultura, o impacto económico foi mínimo para espécies como o robalo, truta e dourada. Nas restantes espécies o impacto foi elevado. Existe algum receio que, aquando da abertura dos mercados internacionais, outros países produtores vendam a produção a preços baixos de modo a escoar o produto, com consequências nefastas para a produção nacional.

• A produção de conservas aumentou devido a um aumento na procura pelos mercados nacionais e internacionais.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita devido ao fecho da hotelaria e restauração nacional. A indústria teve também dificuldade na obtenção de matéria prima, geralmente importada, devido a problemas logísticos no transporte.

O impacto no emprego foi reduzido, com uma ligeira perda de postos de trabalho que se prevê temporária.

Figura 2: Principais fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19 na indústria pesqueira em Portugal.

• Alguns pescadores foram despedidos e estão neste momento a receber o subsídio de desemprego. Regressarão aos seus postos de trabalho quando a atividade retomar.

• Registaram-se alguns casos em que os tripulantes tinham rendimento mínimo garantido. Facto que, aliado ao baixo preço de venda do pescado, fez com que tenham optado por não ir à pesca.

• Pescadores sem contrato e pescadores reformados (que continuavam a ir ao mar para complementar a reduzida reforma) são uma questão mais complexa pois perderam uma importante fonte de rendimento.

• Muitos pescadores tentam complementar a perda de receita com outras atividades.

• Na aquicultura não ocorreram perdas de postos de trabalho, uma vez que a atividade permanece (ex. manutenção e alimentação dos animais).

• Algumas empresas da indústria conserveira contrataram novos trabalhadores de forma a aumentar o volume de produção.

Outro impacto da pandemia de COVID-19 inclui a disrupção nos programas de recolha de dados. Os amostradores deixaram de ir às lotas e os observadores deixaram de embarcar nos navios de pesca.

O maior problema para a indústria pesqueira é a perda de turistas.

• O fecho da hotelaria e restauração levou a uma redução drástica nas vendas de pescado fresco (principalmente espécies “nobres”), sendo a principal razão para a perda de receitas dos pescadores.

• A indústria conserveira gourmet teve uma quebra de 100% nas receitas, devido ao encerramento de lojas direcionadas para o turismo.

A perda dos principais mercados internacionais e incapacidade de exportar pescado, principalmente para o mercado espanhol (mas também para os mercados francês, italiano e chinês) são um problema para a indústria.

• Alguma exportação internacional mantém-se (por meio de transporte marítimo e terrestre).

• A exportação de pescado de elevado valor comercial (espécies “nobres”) foi altamente afetada. Tendo como exemplo a indústria pesqueira da RAA, no entanto manteve-se alguma exportação entre a RAA e o Continente.

• O volume de exportação de conservas aumentou, e o volume de exportação de congelados de marisco e pescado não sofreu alterações durante a pandemia.

O fecho e a reabertura limitada do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) causaram um importante impacto.

• As grandes superfícies são na atualidade os maiores vendedores de peixe nacional.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita de 40% devido ao fecho da restauração.

• O encerramento/diminuição das vendas nos mercados locais, teve e continua a ter um impacto significativo.

• Peixes “nobres” da RAA (ex. cherne, goraz, imperador, pargo), normalmente exportados na sua totalidade, são agora vendidos nos mercados locais a preços mais acessíveis.

O preço do pescado em lota registou uma quebra para diversas espécies no início da pandemia, tendo vindo a recuperar gradualmente.• O preço das espécies “nobres” (as espécies mais afetadas no início da pandemia) está a recuperar.

• O preço de espécies de baixo valor comercial manteve-se ou aumentou, como no caso do carapau.

• O preço de algumas espécies (ex. polvo) baixou apenas em alguns locais.

• O medo de contágio levou os pescadores a venderem apenas na sua lota de registo (os pescadores em Portugal Continental têm por hábito vender o pescado na lota em que este é mais valorizado).

• Algumas espécies foram vendidas em lota a um valor muito inferior ao habitual, levando muitos pescadores a cessarem a atividade e, consequentemente, a uma diminuição do volume de pescado em lota.

Verificou-se alguma dificuldade na venda em lota, devido principalmente à inexistência de compradores e dificuldades de mobilidade e acesso.

• Algumas lotas perderam compradores. No entanto, os compradores dos supermercados e conserveiras mantiveram-se bastante ativos.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa por não conseguirem vender devido à falta de compradores.

• Registou-se alguma dificuldade de mobilidade por parte dos compradores na entrada e saída dos concelhos devido ao controlo de movimento de pessoas.

• Na RAA os pescadores foram impossibilitados de descarregar pescado noutras ilhas ou portos (sem ser o de registo).

Verificou-se uma diminuição do volume de capturas.

• A diminuição do volume de capturas ocorreu imediatamente após os primeiros dias de pandemia. Algumas capturas têm regressado ao normal (para espécies não “nobres”). No entanto, ainda existem embarcações com quebras de 100% no volume de capturas uma vez que estão paradas.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa.

• Existe ainda falta de algumas espécies (ex. carapau) em lota apesar da procura.

Registaram-se algumas restrições logísticas de transporte de pescado, material de pesca e tripulação, mas de forma geral não se verificou nenhum aumento nos custos de transporte, salvo algumas exceções na exportação.

• Na RAA verificaram-se dificuldades no escoamento de pescado (ex. os voos da Ilha do Faial para Portugal Continental foram cancelados, subsequentemente recomeçados).

• Verificou-se alguns atrasos na aquisição de contentores para exportação.

• O controlo de movimento de pessoas causou alguma dificuldade de mobilidade para os pescadores e compradores, bem como demoras no escoamento de produto.

• O material de pesca proveniente da China e da Indonésia deixou de ser importado e fábricas de montagem de redes de pesca foram temporariamente fechadas (entretanto reabertas).

• A indústria conserveira foi afetada, pois importa a maioria da matéria prima. Houve constrangimentos nos grandes portos internacionais (que fecharam) e nos portos em Portugal (ex. problemas logísticos devido à falta de estivadores no porto de Leixões). Também se verificou um aumento dos custos de transporte devido à oferta reduzida.

• A dificuldade da indústria de congelação em encontrar matéria prima acentuou-se com a pandemia, devido à atividade de pesca parada noutros países (como por exemplo Marrocos, Mauritânia, África do Sul) e dificuldades de transporte.

Não houve dificuldade em obter tripulação. No entanto, dificuldades pontuais em relação à tripulação impediram algumas embarcações de operarem.

• Alguns tripulantes estrangeiros (principalmente indonésios e filipinos) que voltaram para os seus países de origem no início da pandemia, ficaram retidos. Contratações previstas de alguns tripulantes estrangeiros não aconteceram.

• Não foi dada permissão a alguns tripulantes espanhóis para entrarem em Portugal.

As razões para o impacto socioeconómico sofrido pela atividade pesqueira Portuguesa devido à crise causada pela COVID-19 foram variadas. Os entrevistados identificaram numa escala de 0 (sem importância) a 10 (extremamente importante) os principais fatores causadores de impacto socioeconómico, os quais são apresentados na Figura 2 e subsequentemente descritos em detalhe.

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Page 7: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

A perda de receita variou substancialmente de setor para setor, chegando aos 100% em alguns casos, enquanto noutros não se registaram perdas.

• O arrasto costeiro de crustáceos e palangre em Portugal continental registaram perdas de 100% nas receitas.

• Os atuneiros e embarcações artesanais de pesca dirigida a espécies “nobres” (como o cherne, o goraz ou o pargo) na RAA registaram quebras substanciais.

• Os viveiristas e mariscadores registaram quebras elevadas, respetivamente 100% e 65%.

• Algumas embarcações da pesca artesanal não interromperam a atividade nem observaram quebras de receitas, especialmente pescarias dirigidas a espécies destinadas ao mercado nacional.

• Em alguns casos, o valor das capturas deixou de ser suficiente para compensar as despesas com a operação da pesca, e a operação foi interrompida.

• A perda de receitas foi maior durante as primeiras semanas da pandemia.

• Existe uma grande preocupação com o impacto negativo resultante do cancelamento de eventos religiosos/culturais onde tradicionalmente se consome pescado (ex. santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão.

• Na aquicultura, o impacto económico foi mínimo para espécies como o robalo, truta e dourada. Nas restantes espécies o impacto foi elevado. Existe algum receio que, aquando da abertura dos mercados internacionais, outros países produtores vendam a produção a preços baixos de modo a escoar o produto, com consequências nefastas para a produção nacional.

• A produção de conservas aumentou devido a um aumento na procura pelos mercados nacionais e internacionais.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita devido ao fecho da hotelaria e restauração nacional. A indústria teve também dificuldade na obtenção de matéria prima, geralmente importada, devido a problemas logísticos no transporte.

O impacto no emprego foi reduzido, com uma ligeira perda de postos de trabalho que se prevê temporária.

Figura 2: Principais fatores causadores de impacto socioeconómico devido à COVID-19 na indústria pesqueira em Portugal.

• Alguns pescadores foram despedidos e estão neste momento a receber o subsídio de desemprego. Regressarão aos seus postos de trabalho quando a atividade retomar.

• Registaram-se alguns casos em que os tripulantes tinham rendimento mínimo garantido. Facto que, aliado ao baixo preço de venda do pescado, fez com que tenham optado por não ir à pesca.

• Pescadores sem contrato e pescadores reformados (que continuavam a ir ao mar para complementar a reduzida reforma) são uma questão mais complexa pois perderam uma importante fonte de rendimento.

• Muitos pescadores tentam complementar a perda de receita com outras atividades.

• Na aquicultura não ocorreram perdas de postos de trabalho, uma vez que a atividade permanece (ex. manutenção e alimentação dos animais).

• Algumas empresas da indústria conserveira contrataram novos trabalhadores de forma a aumentar o volume de produção.

Outro impacto da pandemia de COVID-19 inclui a disrupção nos programas de recolha de dados. Os amostradores deixaram de ir às lotas e os observadores deixaram de embarcar nos navios de pesca.

O maior problema para a indústria pesqueira é a perda de turistas.

• O fecho da hotelaria e restauração levou a uma redução drástica nas vendas de pescado fresco (principalmente espécies “nobres”), sendo a principal razão para a perda de receitas dos pescadores.

• A indústria conserveira gourmet teve uma quebra de 100% nas receitas, devido ao encerramento de lojas direcionadas para o turismo.

A perda dos principais mercados internacionais e incapacidade de exportar pescado, principalmente para o mercado espanhol (mas também para os mercados francês, italiano e chinês) são um problema para a indústria.

• Alguma exportação internacional mantém-se (por meio de transporte marítimo e terrestre).

• A exportação de pescado de elevado valor comercial (espécies “nobres”) foi altamente afetada. Tendo como exemplo a indústria pesqueira da RAA, no entanto manteve-se alguma exportação entre a RAA e o Continente.

• O volume de exportação de conservas aumentou, e o volume de exportação de congelados de marisco e pescado não sofreu alterações durante a pandemia.

O fecho e a reabertura limitada do canal HORECA (hotéis, restaurantes, cafés) causaram um importante impacto.

• As grandes superfícies são na atualidade os maiores vendedores de peixe nacional.

• A indústria da congelação registou uma quebra de receita de 40% devido ao fecho da restauração.

• O encerramento/diminuição das vendas nos mercados locais, teve e continua a ter um impacto significativo.

• Peixes “nobres” da RAA (ex. cherne, goraz, imperador, pargo), normalmente exportados na sua totalidade, são agora vendidos nos mercados locais a preços mais acessíveis.

O preço do pescado em lota registou uma quebra para diversas espécies no início da pandemia, tendo vindo a recuperar gradualmente.• O preço das espécies “nobres” (as espécies mais afetadas no início da pandemia) está a recuperar.

• O preço de espécies de baixo valor comercial manteve-se ou aumentou, como no caso do carapau.

• O preço de algumas espécies (ex. polvo) baixou apenas em alguns locais.

• O medo de contágio levou os pescadores a venderem apenas na sua lota de registo (os pescadores em Portugal Continental têm por hábito vender o pescado na lota em que este é mais valorizado).

• Algumas espécies foram vendidas em lota a um valor muito inferior ao habitual, levando muitos pescadores a cessarem a atividade e, consequentemente, a uma diminuição do volume de pescado em lota.

Verificou-se alguma dificuldade na venda em lota, devido principalmente à inexistência de compradores e dificuldades de mobilidade e acesso.

• Algumas lotas perderam compradores. No entanto, os compradores dos supermercados e conserveiras mantiveram-se bastante ativos.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa por não conseguirem vender devido à falta de compradores.

• Registou-se alguma dificuldade de mobilidade por parte dos compradores na entrada e saída dos concelhos devido ao controlo de movimento de pessoas.

• Na RAA os pescadores foram impossibilitados de descarregar pescado noutras ilhas ou portos (sem ser o de registo).

Verificou-se uma diminuição do volume de capturas.

• A diminuição do volume de capturas ocorreu imediatamente após os primeiros dias de pandemia. Algumas capturas têm regressado ao normal (para espécies não “nobres”). No entanto, ainda existem embarcações com quebras de 100% no volume de capturas uma vez que estão paradas.

• Os bivalves deixaram de ser apanhados pelos mariscadores na Ria Formosa.

• Existe ainda falta de algumas espécies (ex. carapau) em lota apesar da procura.

Registaram-se algumas restrições logísticas de transporte de pescado, material de pesca e tripulação, mas de forma geral não se verificou nenhum aumento nos custos de transporte, salvo algumas exceções na exportação.

• Na RAA verificaram-se dificuldades no escoamento de pescado (ex. os voos da Ilha do Faial para Portugal Continental foram cancelados, subsequentemente recomeçados).

• Verificou-se alguns atrasos na aquisição de contentores para exportação.

• O controlo de movimento de pessoas causou alguma dificuldade de mobilidade para os pescadores e compradores, bem como demoras no escoamento de produto.

• O material de pesca proveniente da China e da Indonésia deixou de ser importado e fábricas de montagem de redes de pesca foram temporariamente fechadas (entretanto reabertas).

• A indústria conserveira foi afetada, pois importa a maioria da matéria prima. Houve constrangimentos nos grandes portos internacionais (que fecharam) e nos portos em Portugal (ex. problemas logísticos devido à falta de estivadores no porto de Leixões). Também se verificou um aumento dos custos de transporte devido à oferta reduzida.

• A dificuldade da indústria de congelação em encontrar matéria prima acentuou-se com a pandemia, devido à atividade de pesca parada noutros países (como por exemplo Marrocos, Mauritânia, África do Sul) e dificuldades de transporte.

Não houve dificuldade em obter tripulação. No entanto, dificuldades pontuais em relação à tripulação impediram algumas embarcações de operarem.

• Alguns tripulantes estrangeiros (principalmente indonésios e filipinos) que voltaram para os seus países de origem no início da pandemia, ficaram retidos. Contratações previstas de alguns tripulantes estrangeiros não aconteceram.

• Não foi dada permissão a alguns tripulantes espanhóis para entrarem em Portugal.

As razões para o impacto socioeconómico sofrido pela atividade pesqueira Portuguesa devido à crise causada pela COVID-19 foram variadas. Os entrevistados identificaram numa escala de 0 (sem importância) a 10 (extremamente importante) os principais fatores causadores de impacto socioeconómico, os quais são apresentados na Figura 2 e subsequentemente descritos em detalhe.

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Medidas de adaptação e mitigação

Foram implementadas diversas medidas de adaptação nos portos de pesca, lotas, empresas, organizações de pescadores e a bordo de embarcações.

• Disponibilização de ajuda financeira através do programa Mar2020, para a compra de material de proteção, desinfeção e testes de despiste à COVID-19. No entanto a indústria pesqueira aponta para o facto de o programa Mar2020 ser muito burocrático, levando muitos armadores a preferirem comprar e pagar do que a submeter uma candidatura.

• Aprovação de linhas de crédito (até 20 milhões de euros). Alguns entrevistados mostraram falta de interesse nas linhas de crédito devido às restrições excessivas e por ser vista como uma dívida.

• Aceleração do pagamento do Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais da Pesca.

• Na RAA alguns pescadores receberam o FUNDOPESCA, um apoio ao rendimento no valor de metade do salário mínimo regional. O governo da RAA criou um apoio ao rendimento para os profissionais da pesca que não beneficiam do FUNDOPESCA.

• O governo da RAM disponibilizou apoio financeiro de compensação, a fundo perdido, para colmatar a perda de rendimento no setor das pescas.

• A ajuda financeira passou também pela isenção de diversas taxas de serviços nos portos e lotas de Portugal Continental, RAA e RAM. Incluindo, a taxa de acostagem para embarcações de pesca, isenção de taxas de lota e de fornecimento de gelo, bem como de taxas de congelação e conservação de pescado aos produtores e compradores de pescado.

• Implementação de medidas de proteção como o distanciamento social, utilização de álcool gel e luvas (quando possível) e testar os pescadores.

• Foram implementados planos de contingência em associações, OPs, empresas, lotas e embarcações da pesca longínqua.

• A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. disponibilizou gratuitamente o acesso ao sistema de leilão online de modo a fomentar o distanciamento social.

• Para garantir a segurança da tripulação, equipas de limpezas foram contratadas

para desinfetar semanalmente as embarcações de pesca.

• Foram desenvolvidas medidas para a pesca longínqua (palangre e arrasto), que passam por testar os pescadores, desinfetar as embarcações, medir diariamente a temperatura da tripulação e ter uma sala de quarentena a bordo.

• Foi iniciada uma campanha de sensibilização (por uma associação) para informar os associados sobre as medidas necessárias para diminuir a possibilidade de contágio, quer no meio familiar quer no local de trabalho.

• As empresas conserveiras e de congelação já utilizavam equipamentos de proteção individual, apenas implementaram a utilização de máscara e o distanciamento social. Foi implementado um espaçamento entre turnos nas fábricas de enlatados e congelados.

• Várias representantes de organizações apontaram para a dificuldade no acesso a equipamento de proteção individual (EPI) (luvas, máscaras, desinfetante para as mãos) no início da pandemia, e para a necessidade de este material ser adaptado à atividade, sendo difícil trabalhar com máscara.

• Redução do esforço de pesca devido ao decréscimo do preço do pescado em lota. No Continente, a diminuição do esforço está também relacionada com a proibição de pescar ao fim de semana devido à declaração do estado de emergência (entretanto revogado).

• Para algumas pescarias, como a do polvo, não se verificou uma redução do esforço de pesca.

• Em alguns locais aumentou o esforço de pesca. Por exemplo, na Ilha de S. Miguel pesca-se atualmente mais peixe do que antes da pandemia. No entanto o rendimento diminuiu substancialmente, devido à descida do valor em lota.

• Aumento da venda direta de pescado fresco ao consumidor final (ex. facebook digital, cabazes de pescado, entrega ao domicílio). Este aumento foi observado em vários locais do país.

• O aumento de venda dos cabazes levou uma associação a contratar uma nova pessoa temporariamente para a distribuição e venda.

lota para efetuar o pagamento e levantamento do mesmo.

• Algumas entidades inscreveram-se em iniciativas para escoar o produto localmente. Alguns restaurantes iniciaram o conceito de “peixaria online” e aproveitando a sua lista de clientes vendem pescado já arranjado.

• A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. disponibilizou gratuitamente o acesso ao sistema de leilão online.

• Algumas organizações e empresas mostraram interesse em aderir a iniciativas de venda direta.

• Lançamento de campanhas de sensibilização do consumidor para comprar produtos nacionais. Por exemplo a campanha “alimente quem o alimenta”, uma iniciativa lançada pelo Estado Português para promover o consumo de peixe nacional de forma a ajudar os pescadores e a economia local.

• A indústria conserveira registou um aumento nas vendas no início do confinamento. Estimativa de aumento de 200% na procura de pescado por parte da indústria conserveira nas primeiras 3 semanas da pandemia. Posteriormente, a procura decresceu.

• Aumento do volume de armazenamento de congelados de algumas espécies, principalmente no início da pandemia quando muito peixe foi comprado a preço reduzido e congelado para ser vendido nos meses seguintes (ex. polvo no Algarve, lulas, pescada).

• Diminuição de horários de venda e/ou redução do número de dias de trabalho semanal em várias lotas e postos de vendagem.

• Suspensão de algumas apólices de seguro (no caso de embarcações paradas), redução do valor do prémio anual para embarcações com operação reduzida e adiamento de prazos de pagamento.• Uma associação iniciou a transmissão direta da venda em lota na sua página online

(facebook digital): o comprador reserva o pescado e subsequentemente passa na

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• Disponibilização de ajuda financeira através do programa Mar2020, para a compra de material de proteção, desinfeção e testes de despiste à COVID-19. No entanto a indústria pesqueira aponta para o facto de o programa Mar2020 ser muito burocrático, levando muitos armadores a preferirem comprar e pagar do que a submeter uma candidatura.

• Aprovação de linhas de crédito (até 20 milhões de euros). Alguns entrevistados mostraram falta de interesse nas linhas de crédito devido às restrições excessivas e por ser vista como uma dívida.

• Aceleração do pagamento do Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais da Pesca.

• Na RAA alguns pescadores receberam o FUNDOPESCA, um apoio ao rendimento no valor de metade do salário mínimo regional. O governo da RAA criou um apoio ao rendimento para os profissionais da pesca que não beneficiam do FUNDOPESCA.

• O governo da RAM disponibilizou apoio financeiro de compensação, a fundo perdido, para colmatar a perda de rendimento no setor das pescas.

• A ajuda financeira passou também pela isenção de diversas taxas de serviços nos portos e lotas de Portugal Continental, RAA e RAM. Incluindo, a taxa de acostagem para embarcações de pesca, isenção de taxas de lota e de fornecimento de gelo, bem como de taxas de congelação e conservação de pescado aos produtores e compradores de pescado.

• Implementação de medidas de proteção como o distanciamento social, utilização de álcool gel e luvas (quando possível) e testar os pescadores.

• Foram implementados planos de contingência em associações, OPs, empresas, lotas e embarcações da pesca longínqua.

• A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. disponibilizou gratuitamente o acesso ao sistema de leilão online de modo a fomentar o distanciamento social.

• Para garantir a segurança da tripulação, equipas de limpezas foram contratadas

para desinfetar semanalmente as embarcações de pesca.

• Foram desenvolvidas medidas para a pesca longínqua (palangre e arrasto), que passam por testar os pescadores, desinfetar as embarcações, medir diariamente a temperatura da tripulação e ter uma sala de quarentena a bordo.

• Foi iniciada uma campanha de sensibilização (por uma associação) para informar os associados sobre as medidas necessárias para diminuir a possibilidade de contágio, quer no meio familiar quer no local de trabalho.

• As empresas conserveiras e de congelação já utilizavam equipamentos de proteção individual, apenas implementaram a utilização de máscara e o distanciamento social. Foi implementado um espaçamento entre turnos nas fábricas de enlatados e congelados.

• Várias representantes de organizações apontaram para a dificuldade no acesso a equipamento de proteção individual (EPI) (luvas, máscaras, desinfetante para as mãos) no início da pandemia, e para a necessidade de este material ser adaptado à atividade, sendo difícil trabalhar com máscara.

• Redução do esforço de pesca devido ao decréscimo do preço do pescado em lota. No Continente, a diminuição do esforço está também relacionada com a proibição de pescar ao fim de semana devido à declaração do estado de emergência (entretanto revogado).

• Para algumas pescarias, como a do polvo, não se verificou uma redução do esforço de pesca.

• Em alguns locais aumentou o esforço de pesca. Por exemplo, na Ilha de S. Miguel pesca-se atualmente mais peixe do que antes da pandemia. No entanto o rendimento diminuiu substancialmente, devido à descida do valor em lota.

• Aumento da venda direta de pescado fresco ao consumidor final (ex. facebook digital, cabazes de pescado, entrega ao domicílio). Este aumento foi observado em vários locais do país.

• O aumento de venda dos cabazes levou uma associação a contratar uma nova pessoa temporariamente para a distribuição e venda.

lota para efetuar o pagamento e levantamento do mesmo.

• Algumas entidades inscreveram-se em iniciativas para escoar o produto localmente. Alguns restaurantes iniciaram o conceito de “peixaria online” e aproveitando a sua lista de clientes vendem pescado já arranjado.

• A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. disponibilizou gratuitamente o acesso ao sistema de leilão online.

• Algumas organizações e empresas mostraram interesse em aderir a iniciativas de venda direta.

• Lançamento de campanhas de sensibilização do consumidor para comprar produtos nacionais. Por exemplo a campanha “alimente quem o alimenta”, uma iniciativa lançada pelo Estado Português para promover o consumo de peixe nacional de forma a ajudar os pescadores e a economia local.

• A indústria conserveira registou um aumento nas vendas no início do confinamento. Estimativa de aumento de 200% na procura de pescado por parte da indústria conserveira nas primeiras 3 semanas da pandemia. Posteriormente, a procura decresceu.

• Aumento do volume de armazenamento de congelados de algumas espécies, principalmente no início da pandemia quando muito peixe foi comprado a preço reduzido e congelado para ser vendido nos meses seguintes (ex. polvo no Algarve, lulas, pescada).

• Diminuição de horários de venda e/ou redução do número de dias de trabalho semanal em várias lotas e postos de vendagem.

• Suspensão de algumas apólices de seguro (no caso de embarcações paradas), redução do valor do prémio anual para embarcações com operação reduzida e adiamento de prazos de pagamento.• Uma associação iniciou a transmissão direta da venda em lota na sua página online

(facebook digital): o comprador reserva o pescado e subsequentemente passa na

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Page 10: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

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• Disponibilização de ajuda financeira através do programa Mar2020, para a compra de material de proteção, desinfeção e testes de despiste à COVID-19. No entanto a indústria pesqueira aponta para o facto de o programa Mar2020 ser muito burocrático, levando muitos armadores a preferirem comprar e pagar do que a submeter uma candidatura.

• Aprovação de linhas de crédito (até 20 milhões de euros). Alguns entrevistados mostraram falta de interesse nas linhas de crédito devido às restrições excessivas e por ser vista como uma dívida.

• Aceleração do pagamento do Fundo de Compensação Salarial dos Profissionais da Pesca.

• Na RAA alguns pescadores receberam o FUNDOPESCA, um apoio ao rendimento no valor de metade do salário mínimo regional. O governo da RAA criou um apoio ao rendimento para os profissionais da pesca que não beneficiam do FUNDOPESCA.

• O governo da RAM disponibilizou apoio financeiro de compensação, a fundo perdido, para colmatar a perda de rendimento no setor das pescas.

• A ajuda financeira passou também pela isenção de diversas taxas de serviços nos portos e lotas de Portugal Continental, RAA e RAM. Incluindo, a taxa de acostagem para embarcações de pesca, isenção de taxas de lota e de fornecimento de gelo, bem como de taxas de congelação e conservação de pescado aos produtores e compradores de pescado.

• Implementação de medidas de proteção como o distanciamento social, utilização de álcool gel e luvas (quando possível) e testar os pescadores.

• Foram implementados planos de contingência em associações, OPs, empresas, lotas e embarcações da pesca longínqua.

• A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. disponibilizou gratuitamente o acesso ao sistema de leilão online de modo a fomentar o distanciamento social.

• Para garantir a segurança da tripulação, equipas de limpezas foram contratadas

para desinfetar semanalmente as embarcações de pesca.

• Foram desenvolvidas medidas para a pesca longínqua (palangre e arrasto), que passam por testar os pescadores, desinfetar as embarcações, medir diariamente a temperatura da tripulação e ter uma sala de quarentena a bordo.

• Foi iniciada uma campanha de sensibilização (por uma associação) para informar os associados sobre as medidas necessárias para diminuir a possibilidade de contágio, quer no meio familiar quer no local de trabalho.

• As empresas conserveiras e de congelação já utilizavam equipamentos de proteção individual, apenas implementaram a utilização de máscara e o distanciamento social. Foi implementado um espaçamento entre turnos nas fábricas de enlatados e congelados.

• Várias representantes de organizações apontaram para a dificuldade no acesso a equipamento de proteção individual (EPI) (luvas, máscaras, desinfetante para as mãos) no início da pandemia, e para a necessidade de este material ser adaptado à atividade, sendo difícil trabalhar com máscara.

• Redução do esforço de pesca devido ao decréscimo do preço do pescado em lota. No Continente, a diminuição do esforço está também relacionada com a proibição de pescar ao fim de semana devido à declaração do estado de emergência (entretanto revogado).

• Para algumas pescarias, como a do polvo, não se verificou uma redução do esforço de pesca.

• Em alguns locais aumentou o esforço de pesca. Por exemplo, na Ilha de S. Miguel pesca-se atualmente mais peixe do que antes da pandemia. No entanto o rendimento diminuiu substancialmente, devido à descida do valor em lota.

• Aumento da venda direta de pescado fresco ao consumidor final (ex. facebook digital, cabazes de pescado, entrega ao domicílio). Este aumento foi observado em vários locais do país.

• O aumento de venda dos cabazes levou uma associação a contratar uma nova pessoa temporariamente para a distribuição e venda.

lota para efetuar o pagamento e levantamento do mesmo.

• Algumas entidades inscreveram-se em iniciativas para escoar o produto localmente. Alguns restaurantes iniciaram o conceito de “peixaria online” e aproveitando a sua lista de clientes vendem pescado já arranjado.

• A Docapesca – Portos e Lotas, S.A. disponibilizou gratuitamente o acesso ao sistema de leilão online.

• Algumas organizações e empresas mostraram interesse em aderir a iniciativas de venda direta.

• Lançamento de campanhas de sensibilização do consumidor para comprar produtos nacionais. Por exemplo a campanha “alimente quem o alimenta”, uma iniciativa lançada pelo Estado Português para promover o consumo de peixe nacional de forma a ajudar os pescadores e a economia local.

• A indústria conserveira registou um aumento nas vendas no início do confinamento. Estimativa de aumento de 200% na procura de pescado por parte da indústria conserveira nas primeiras 3 semanas da pandemia. Posteriormente, a procura decresceu.

• Aumento do volume de armazenamento de congelados de algumas espécies, principalmente no início da pandemia quando muito peixe foi comprado a preço reduzido e congelado para ser vendido nos meses seguintes (ex. polvo no Algarve, lulas, pescada).

• Diminuição de horários de venda e/ou redução do número de dias de trabalho semanal em várias lotas e postos de vendagem.

• Suspensão de algumas apólices de seguro (no caso de embarcações paradas), redução do valor do prémio anual para embarcações com operação reduzida e adiamento de prazos de pagamento.• Uma associação iniciou a transmissão direta da venda em lota na sua página online

(facebook digital): o comprador reserva o pescado e subsequentemente passa na

Page 11: Briefing COVIDPESCA Portugal · santos populares) e festivais gastronómicos (ex. festivais de pescado, marisco e polvo) típicos na época de verão. • Na aquicultura, o impacto

Recomendação/sugestões:

Algumas recomendações para lidar com esta crise foram sugeridas pelos representantes de organizações ligadas ao setor do pescado:

• Disponibilizar mais equipamento de proteção, a um preço baixo (ou gratuito) e que o equipamento seja mais adaptado à atividade da pesca;

• Realizar campanhas de sensibilização e prevenção, assim como de formação em primeiros socorros;

• Iniciar campanhas de valorização do pescado nacional (como já foi feito anteriormente para a cavala em parceria com a Docapesca);

• Implementar preços mínimos ou fixos de primeira venda (por espécie) e possibilitar a venda fora da lota;

• Diversificar as espécies capturadas;

• Diminuir a burocracia, simplificar/clarificar o processo para a obtenção de ajuda financeira adequado às suas necessidades locais e de uma forma célere;

• Aumentar isenções (locais), por exemplo despesas de eletricidade e água e/ou impostos de vendas da Docapesca;

• Realizar estudos de impacto socioeconómico da pandemia no setor e comunidades piscatórias, estudos de mercado, análises de preços e a análise da cadeia de distribuição/abastecimento;

• Aumentar a colaboração entre os vários sectores; pesqueiro, administrativo e científico.

Agradecimentos: Gostaríamos de agradecer a todos os que forneceram informação e contribuíram para a elaboração deste documento, incluindo: AAPCS, AAPF, AAPSACV, ADAPI, ALIF, AMIC, AMVBCV, ANICP, ANOPCERCO, ANPPC, APA, APFA, A. P. Graciosenses, APAP, APARA, APEDA, A.P. Florentinos, APMSHM-PROMAIOR, APPA (Albufeira), APPA (Alvor), APPCE - Esposende, Armalgarve, ArtesanalPesca, Associação de Mariscadores de Arrasto de Cintura da Baía de Monte Gordo, AVCP, BIVALMAR, CAPA, Conserveira do Sul, Cooperativa Porto de Abrigo, DARPESCA, Direção Regional das Pescas Madeira, Figpesca, FORMOSA, Lotaçor, Mútua dos Pescadores, Olhãopesca, seaExpert, SESIBAL, SLP, VIANAPESCA.

Autoria:Cristina B. Pita, Investigadora Principal, Katina Roumbedakis, bolseira de Pós-DoutoramentoTeresa Fonseca, bolseira de Pós-Doutoramento Daniela Castelo, bolseira de investigação

Correspondência: Cristina Pita, [email protected]

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