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Transparência 43 REVISTA SEMANAL 14.05 - 20.05_2012

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De 14-05-2012 a 20-05-2012

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Transparência

43

REVISTA SEMANAL ↘ 14.05 - 20.05_2012

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Tiragem: 156225

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 2

Cores: Cor

Área: 13,71 x 19,35 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41758767 13-05-2012

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Tiragem: 47321

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 11

Cores: Cor

Área: 21,09 x 13,86 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41785433 15-05-2012

O Departamento de Investigação e

Acção Penal (DIAP) de Lisboa arqui-

vou o inquérito sobre a viagem de

27 médicos portugueses à Malásia

para participarem num congresso

de ginecologia que incluiu a visita a

uma ilha a 700 quilómetros de dis-

tância durante os três últimos dias

do encontro.

O procurador do DIAP considerou

que não estavam “preenchidos to-

dos os elementos típicos” do crime

de corrupção passiva, apesar de ter

mandado extrair uma certidão pa-

Médicos que viajaram para ilha da Malásia a meio de congresso foram ilibados de corrupção

ra eventuais “efeitos disciplinares”.

A visita à ilha a meio do congresso

revela-se “eticamente censurável”,

comenta.

A história foi divulgada pela esta-

ção televisiva TVI em Maio de 2009,

depois de um ex-delegado de infor-

mação médica do laboratório J. Ne-

ves (empresa que patrocinou a ida

ao congresso) ter decidido divulgar

várias informações sobre a polémica

viagem a Kuala Lumpur, onde entre

5 e 10 de Novembro de 2006 decor-

reu o XVIII Congresso de Ginecolo-

gia e Obstetrícia.

Segundo a reportagem, fora o

laboratório J. Neves a patrocinar a

deslocação ao congresso de um gru-

po de médicos de família, que teria

incluído, além de vistas à capital da

Malásia, espectáculos e uma viagem

de cinco dias a LangKawi, ilha para-

disíaca a cerca de 700 quilómetros.

Os médicos foram de avião para a

ilha no dia 8 de Novembro, quan-

do ainda faltavam três dias para o

congresso terminar. Em LangKawi,

vestiram-se de piratas e as imagens

do DVD que o laboratório distribuiu

como recordação foram exibidas na

peça da TVI, para consternação do

então bastonário da Ordem dos Mé-

dicos (OM), Pedro Nunes, que pediu

a abertura de um inquérito à Procu-

radoria-Geral da República.

Três anos depois, o DIAP deci-

diu arquivar o inquérito, depois de

concluir que “não resulta sufi cien-

temente indiciado que os médicos

que a aceitaram actuaram com a

consciência indevida da vantagem”.

O preenchimento do crime de cor-

rupção passiva pressupõe, por ou-

tro lado, uma actuação dolosa e isso

não fi cou provado, porque a análise

às prescrições dos médicos não per-

mitiu estabelecer uma relação entre

a quantidade de medicamentos do J.

Neves receitados após a viagem . Foi

por não haver aparente contrapar-

JustiçaAlexandra Campos

Procurador do DIAP de Lisboa manda extrair certidão para a eventual instauração de processos disciplinares

tida que a Inspecção-Geral das Acti-

vidades em Saúde decidiu também

arquivar o caso. Resta saber qual vai

ser a decisão da Ordem dos Médicos

— em 2009 o então bastonário Pedro

Nunes afi rmou que, se se confi rmas-

se que os médicos tinham ido à ilha

pagos pelo J.Neves, iriam ser alvo de

processos disciplinares.

Apesar de os responsáveis do la-

boratório terem voltado a garantir

que foram os médicos a custear este

programa suplementar, o procura-

dor considera que há indícios de que

a parte da viagem e estadia a Lan-

gkawi terá sido paga pelo J.Neves, o

que “pode traduzir objectivamente

a aceitação de uma vantagem que

não era devida”.

Em Fevereiro deste ano, duas

médicas foram condenadas pelo

Tribunal de Santa Comba Dão, por

ter sido dado como provado que re-

ceitaram vários medicamentos do J.

Neves em troca de contrapartidas.

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 8

Cores: Cor

Área: 26,56 x 31,84 cm²

Corte: 1 de 3ID: 41785679 15-05-2012

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 9

Cores: Cor

Área: 26,41 x 31,92 cm²

Corte: 2 de 3ID: 41785679 15-05-2012

Página 15

Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 11,80 x 15,34 cm²

Corte: 3 de 3ID: 41785679 15-05-2012

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Tiragem: 99127

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 25

Cores: Cor

Área: 9,01 x 15,48 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41804960 16-05-2012

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Tiragem: 100000

País: Portugal

Period.: Semanal

Âmbito: Interesse Geral

Pág: 51

Cores: Cor

Área: 19,05 x 24,73 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41825802 17-05-2012

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Tiragem: 47321

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

Cores: Preto e Branco

Área: 15,87 x 30,26 cm²

Corte: 1 de 2ID: 41824685 17-05-2012DANIEL ROCHA

Ex-deputado do PSD vai ficar sujeito a vigilância electrónica

Duarte Lima já deverá passar o pró-

ximo fi m-de-semana em casa. O re-

latório sobre as condições que per-

mitem que deixe o Estabelecimento

Prisional de Lisboa anexo à Polícia

Judiciária e passe a fi car em prisão

domiciliária sujeito a vigilância elec-

trónica, que deu entrada ontem à

tarde na Direcção-Geral da Rein-

serção Social (DGRS), deverá estar

concluído amanhã. Se o tribunal

proferir decisão ainda nesse dia, o

ex-deputado do PSD será transpor-

tado para casa, onde lhe será colo-

cada uma pulseira electrónica.

Proposto pelo Ministério Público,

que considerou que já não se jus-

tifi cava a medida de coacção mais

gravosa, o pedido para substituir a

medida de coacção aplicada a Du-

arte Lima foi deferido pelo juiz de

Instrução Criminal.

Em declarações ontem aos jorna-

listas, o procurador-geral da Repú-

blica, Pinto Monteiro, esclareceu

que a mudança das medidas de co-

acção está prevista na lei e pode ser

Duarte Lima deve ficar em prisão domiciliária já a partir do fim-de-semana

requerida quando tal for considera-

do pertinente para o processo.

Segundo a lei, os pressupostos

para a prisão preventiva são perigo

de fuga e de destruição de provas e

risco de continuação da actividade

criminosa.

Duarte Lima junta-se assim aos

700 presos sujeitos actualmente em

Portugal em regime de prisão domi-

ciliária com vigilância electrónica.

A pulseira electrónica é uma espé-

cie de “guarda electrónico privativo”

de cada arguido ou condenado, que

transmite sinais em rádio frequên-

cia a curtos intervalos. Esses sinais

são captados por um equipamento

semelhante a um telefone instalado

na habitação, no qual é descarrega-

do um fi cheiro informático com os

dados referentes aos horários a que

o arguido tem de obedecer.

Além de aplicada como medida

de coacção, a vigilância electróni-

ca é indissociável da pena de prisão

na habitação (PPH). O acompanha-

mento das pessoas que se encon-

tram sujeitas a vigilância electróni-

ca é assegurado pelos técnicos de

reinserção social. Em entrevista ao

PÚBLICO em Maio do ano passado,

o responsável da vigilância electró-

nica da DGRS, Nuno Caiado, expli-

cava que a medida de obrigação de

permanência na habitação é “uma

alternativa muito importante à pri-

são preventiva, que equivale a quase

15% dos presos preventivos”.

O ex-deputado do PSD passou 181

dias detido no estabelecimento pri-

sional da PJ, desde que foi detido

em Novembro do ano passado por

suspeita da prática dos crimes de

burla qualifi cada, fraude fi scal quali-

fi cada e branqueamento de capitais

no âmbito de um processo relacio-

nado com a compra de terrenos em

Oeiras com dinheiros do Banco Por-

tuguês de Negócios (BPN).

No âmbito do mesmo processo foi

também detido, no mesmo dia, o

fi lho de Duarte Lima, Pedro Lima,

que entregou ao tribunal uma mo-

radia de luxo como garantia de uma

caução de 500 mil euros.

Duarte Lima é também acusado

num outro processo (a correr no

Brasil), o do homicídio de Rosalina

Ribeiro, companheira do milionário

português Lúcio Tomé Feteira, em

Dezembro de 2009, nos arredores

do Rio de Janeiro. No próximo dia

30, o Tribunal de Saquarema, Rio de

Janeiro, presidido pelo juiz Rafael

Rezende de Chagas, vai decidir se

há ou não indícios sufi cientes para

levar o caso a julgamento.

É uma audiência que corresponde

à da instrução em Portugal. Compa-

recem as testemunhas de acusação

e de defesa, que confrontam argu-

mentos sobre a implicação de Du-

arte Lima no crime.

No fi nal, compete ao juiz decidir

se Duarte Lima deve ou não ir a jul-

gamento.

JustiçaPaula Torres de Carvalho

Proposta foi do Ministério Público. Juiz deferiu. Aguarda-se agora o relatório sobre a aplicação da vigilância electrónica

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Tiragem: 47321

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Preto e Branco

Área: 5,17 x 4,61 cm²

Corte: 2 de 2ID: 41824685 17-05-2012

Ex-deputado do PSD vai fi car em prisão domiciliária, sujeito a vigilância electrónica. Tribunal deve decidir sexta-feira p10

Duarte Lima deve sair da prisão no fim-de-semana

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Tiragem: 27259

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 48

Cores: Cor

Área: 13,15 x 29,97 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41825210 17-05-2012

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 10

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Corte: 1 de 1ID: 41825167 17-05-2012

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 16

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Corte: 1 de 2ID: 41825354 17-05-2012

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

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Corte: 2 de 2ID: 41825354 17-05-2012

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Tiragem: 40358

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 3ID: 41824892 17-05-2012

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 3

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Corte: 2 de 3ID: 41824892 17-05-2012

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Tiragem: 40358

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 17,67 x 10,97 cm²

Corte: 3 de 3ID: 41824892 17-05-2012

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Tiragem: 156225

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 2ID: 41825501 17-05-2012

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Tiragem: 156225

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 1

Cores: Cor

Área: 6,94 x 5,15 cm²

Corte: 2 de 2ID: 41825501 17-05-2012

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Tiragem: 99127

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 14

Cores: Preto e Branco

Área: 18,03 x 22,96 cm²

Corte: 1 de 2ID: 41845865 18-05-2012

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Tiragem: 99127

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

Pág: 13

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Área: 4,66 x 5,37 cm²

Corte: 2 de 2ID: 41845865 18-05-2012

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Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Corte: 1 de 2ID: 41846517 18-05-2012

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Tiragem: 156225

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 3,10 x 2,77 cm²

Corte: 2 de 2ID: 41846517 18-05-2012

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Tiragem: 47321

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 10,56 x 30,26 cm²

Corte: 1 de 1ID: 41867262 19-05-2012

Ricardo Rodrigues, deputado do PS, está a ser julgado

O deputado socialista Ricardo Ro-

drigues, que está a ser julgado no

Campus da Justiça, em Lisboa, por

um crime de atentado à liberdade de

imprensa, reconheceu ontem que

“genericamente” os factos de que

é acusado “são verdadeiros”. Mas

também se defendeu, afi rmando

que, em Maio de 2010, quando se

apoderou dos gravadores de uma

jornalista que o estava a entrevistar

e a colocar perguntas de “carácter

pessoal”, pretendia apenas ter um

meio de prova para que a providên-

cia cautelar que pretendia interpor

pudesse ser aceite.

Ricardo Rodrigues, que, à data dos

factos pelos quais está agora a ser

julgado, coordenava duas comissões

na Assembleia da República (uma

delas a eventual para a corrupção),

explicou que houve três momentos,

quando, em Maio de há dois anos,

dava a entrevista à revista Sábado,

que o levaram a concluir que os jor-

nalistas estariam interessados em

“denegrir” a sua imagem: “Come-

çaram a falar de um crime de burla

ocorrido em 1997 [quando, nos Aço-

res, enquanto advogado, defendeu

uma mulher que acabou por ser con-

denada] e insinuaram que eu estaria

relacionado com a mesma. Distor-

ceram o que eu disse relativamente

ao engenheiro João Cravinho, com

quem eu tinha uma divergência de

Ricardo Rodrigues confessa que desviou gravadores para evitar ataques pessoais

opinião a propósito da tipifi cação do

crime de enriquecimento ilícito. E,

por fi m, associaram-me a uns boatos

relativos a um caso de pedofi lia [caso

Farfalha]”.

O deputado, que agora diz que

existem “divergências [entre si e a

acusação] de interpretação dos fac-

tos”, garante que, ao levar os dois

gravadores da jornalista Maria Hen-

rique Espada, tinha como intenção

apresentar as gravações a um juiz

para que este se pronunciasse favo-

ravelmente quanto a uma providên-

cia cautelar que, em seu entender,

seria a única forma de travar a saída

da entrevista.

“Iam voltar a abordar factos pelos

quais nunca respondi em tribunal

nem fui incriminado, factos esses

[os casos de pedofi lia] que levaram

à minha demissão do Governo Re-

gional dos Açores, que me levaram

a abandonar os Açores, passando

então a estar por largos períodos

no Brasil, em Itália e em Espanha,

e que causaram grande transtorno

em familiares e amigos”, adiantou

o deputado.

A argumentação de Ricardo Ro-

drigues acabou por ser rebatida pela

jornalista Maria Henrique Espada,

a qual viu a juíza admiti-la como as-

sistente no processo, gorando assim

uma questão prévia suscitada pela

defesa logo na primeira audiência,

quando pretenderam que esta se

apresentasse em tribunal apenas

como testemunha.

A jornalista confi rmou em tribunal

que não combinou com o deputado

quais os temas da entrevista, justi-

fi cando desse modo o facto de não

ter efectuado apenas perguntas de

carácter político mas outras que, no

seu entendimento, e sendo pessoais,

eram relevantes (em termos jorna-

lísticos) para explicar determinadas

acções políticas, nomeadamente as

que se podiam reportar a casos de

corrupção e ao envolvimento de

políticos em actos de pedofi lia (ca-

so Casa Pia).

“Acreditei sempre que o deputa-

do me iria devolver os gravadores

e apresentar um pedido de descul-

pa”, disse a jornalista, explicando

desse modo o facto de só ter par-

ticipado o caso seis dias após a sua

ocorrência.

Ricardo Rodrigues, que disse ter

tentado entregar os gravadores a um

ofi cial da GNR em serviço na AR (só

não o fez porque este disse que se tal

acontecesse ele teria de os devolver

à jornalista), acabou por entregar os

mesmos quatro dias depois no tribu-

nal de Ponta Delgada.

Justiça José Bento Amaro

Deputado do PS agiu quando foi questionado sobre o seu alegado envolvimento em casos de burla e pedofilia

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Tiragem: 47321

País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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Área: 27,07 x 30,32 cm²

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Duarte Lima ontem à chegada a sua casa, onde vai ficar em regime de prisao domiciliaria

Duarte Lima ajudou a apanhar rede que branqueava capitais

O advogado e ex-líder parlamentar do

PSD, Domingos Duarte Lima, ajudou

o Departamento Central de Investiga-

ção e Acção Penal a apanhar uma re-

de que oferecia esquemas para fugir

ao fi sco e para branquear capitais, da

qual seria cliente. Durante três inter-

rogatórios, dois feitos apenas na pre-

sença do procurador Rosário Teixei-

ra, que investiga os dois casos, e um

terceiro já conduzido esta semana

pelo juiz Carlos Alexandre, do Tri-

bunal Central de Instrução Criminal,

o advogado implicou Michel Canals,

presidente do conselho de adminis-

tração da empresa suíça Akoya Asset

Management, que foi detido anteon-

tem com outros dois elementos da

administração daquela sociedade e

um intermediário português.

A colaboração com as autoridades

valeu a Duarte Lima uma suavização

da medida de coacção, permitindo

ao advogado abandonar a cadeia

onde esteve nos últimos seis meses.

O ex-líder parlamentar do PSD vai

aguardar agora o desenrolar das in-

vestigações em casa, para onde foi

ontem, já que fi cou sujeito a prisão

domiciliária (ver caixa).

O juiz Carlos Alexandre esteve on-

tem a interrogar durante todo o dia

dois dos suspeitos, mas até ao fecho

desta edição não eram ainda conhe-

cidas as medidas de coacção aplica-

das. O primeiro interrogatório durou

seis horas e o segundo, o de Michel

Canals, que se iniciara pelas 17h00,

continuava ao início da noite, sendo

expectável que as restantes audições

se prolonguem pelos próximos dias

devido à complexidade do caso.

Apesar de o semanário Sol ter de-

dicado ontem três páginas a este ca-

so, ninguém no Ministério Público

esteve ontem disponível para pres-

tar informações sobre a investigação

que se encontra em segredo de jus-

tiça. A GNR apenas confi rmou que

a Unidade de Acção Fiscal partici-

pou nas operações de buscas, que

decorreram em Lisboa e no Porto,

em colaboração com a inspecção

tributária.

Fraude pode atingir os mil milhões de euros. Ontem, dois dos quatro suspeitos detidos foram ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre, mas medidas de coacção ainda não são conhecidas

Segundo o Sol, no centro da rede

está a Akoya Asset Management, que

terá proporcionado a empresários,

advogados e políticos, como o antigo

secretário de Estado dos Assuntos

Fiscais e ex-presidente do BPN, Oli-

veira e Costa, esquemas que permi-

tiam fugir aos impostos e branquear

capitais — uma fraude que se calcula

terá atingido os mil milhões de eu-

ros. A empresa actuava como testa-

de-ferro dos seus clientes, criando

empresas off shore onde o capital era

colocado. Iludindo as autoridades, a

rede também fazia chegar a Portugal

o dinheiro dos depositantes quando

estes necessitavam sem recorrerem

ao seu transporte físico. Para tal seria

usado um intermediário, que fazia

circular o dinheiro pelo BPN Insti-

tuição Financeira Internacional, com

sede em Cabo Verde, e o transferia

depois para o BCP e o BPN em Por-

tugal.

Ligações a FeteiraNo site da Akoya, a fi rma apresenta-

se como “um grupo independente

suíço especializado na gestão de

fortunas fundado em 2009 no cora-

ção do centro fi nanceiro da Suíça”.

Contactada pelo PÚBLICO para a sua

sede em Genebra, uma funcionária

da Akoya recusou-se a fazer qualquer

comentário sobre as detenções, re-

metendo informações para a próxi-

ma semana. A empresa, que oferece

entre os seus serviços optimização

fi scal e planeamento fi nanceiro, in-

cluiu Portugal entre um conjunto

de oito países onde opera. Os três

administradores agora detidos são

todos ex-funcionários da União de

Bancos Suíços (UBS), um dos maiores

bancos do mundo, com cerca de 65

mil funcionários dispersos por mais

de 50 países.

Michel Canals é ex-director execu-

tivo do UBS onde, segundo o Sol, terá

gerido as contas conjuntas do milio-

nário Lúcio Tomé Feteira e da sua

companheira e secretária, Rosalina

Ribeiro, assassinada em Dezembro

de 2009 no Brasil, onde Duarte Li-

ma está acusado do seu homicídio.

Nessa altura, as autoridades suíças

já haviam remetido documentos ao

Ministério Público português (num

inquérito aberto na sequência de

uma queixa-crime apresentada pela

fi lha do milionário, Olímpia Feteira)

que comprovavam a transferência

de vários milhões de euros de contas

conjuntas de Tomé Feteira e Rosalina

para contas individuais da secretária

e destas para terceiros. Um deles era

o seu advogado Duarte Lima, para

quem foram transferidos 5,2 milhões

de euros, uma verba que o ex-depu-

tado confi rma ter recebido “a título

de pagamento de honorários”.

Estas movimentações terão pas-

sado pelas mãos de Canals, que

também terá ajudado Duarte Lima

a fazer circular os milhões de euros

obtidos através da burla ao BPN, o

caso que ainda lhe vale a prisão do-

miciliária.

Chamada fatalNeste caso, o ex-deputado é suspei-

to de ter usufruído directamente ou

através de testas de ferro de vários

créditos no valor de mais de 40 mi-

lhões de euros, obtidos com garan-

tias bancárias de baixo valor. Um dos

créditos foi registado em documen-

tos ofi ciais do BPN como sendo de

cobrança duvidosa. Duarte Lima era

cliente daquele banco e o seu nome

consta de um relatório de auditoria

da Deloitte, com um fi nanciamento

JustiçaMariana Oliveira

Na véspera do homicídio de Rosalina Ribeiro, Duarte Lima usava um telemóvel da empresa suíça que está no centro da nova investigação

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País: Portugal

Period.: Diária

Âmbito: Informação Geral

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RUI GAUDÊNCIO

de cerca de cinco milhões de euros,

que foi concedido sem que o banco

tenha respeitado os procedimentos

normais.

O contrato mais polémico foi feito

com o Fundo Homeland, constituí-

do em Setembro de 2007 e que se

revelou um negócio ruinoso de mais

de 40 milhões de euros que o banco

fez com Pedro Lima (fi lho de Duarte

Lima), o empresário Vítor Raposo e o

próprio fundo de pensões do BPN. O

fi nanciamento serviria para comprar

mais de 30 terrenos no concelho de

Oeiras que fi cariam nas imediações

daquela que seria a nova sede do Ins-

tituto Português de Oncologia (IPO).

Mas o IPO não avançou e, vários anos

depois de o crédito ter sido conce-

dido, a dívida continua por pagar,

tendo o ano passado a administra-

ção do BPN cancelado o contrato de

crédito.

Outra curiosidade é o facto de um

dos telemóveis suíços que a Akoya

disponibilizava aos seus clientes para

proteger a sua actividade ter acabado

por se mostrar relevante para as au-

toridades brasileiras, que apanharam

uma chamada feita no telefone suíço

de Duarte Lima na véspera do crime,

perto de Saquarema, a povoação on-

de o cadáver da Rosalina Ribeiro foi

encontrado.

Residência vigiada

Se Lima deixar casa, o alarme dispara

À semelhança de outros 700 arguidos, Duarte Lima ficou ontem sob pena de prisão na habitação (PPH)

com vigilância electrónica através de uma pulseira colocado no tornozelo.

Duarte Lima deixou o estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária de Lisboa — onde se encontrava desde Novembro do ano passado — às 12h25 de ontem e foi transportado até sua casa, em Lisboa, onde ficará na companhia de um filho.

Todos os seus movimentos passarão, a partir de agora, a ser vigiados através de monitores instalados numa sala da Direcção-Geral da Reinserção Social. Se Duarte Lima sair da residência, por exemplo, um alarme dá imediatamente sinal e os técnicos entram em contacto telefónico com ele. Se necessário, deslocam-se a sua casa e em caso de fuga, alertam a polícia.

Segundo as estatísticas, os casos de fuga e de incumprimento são uma grande minoria. A taxa de sucesso da aplicação desta medida ronda os 94%. Em 2011, por exemplo, não houve nenhuma revogação da pena por incumprimento, o que demonstra que se trata de um sistema seguro.

A larga maioria das pessoas que se encontram neste regime de vigilância electrónica cometeram crimes de condução sob efeito do álcool ou falta de habilitação para guiar. Durante o período em que Duarte Lima ficar a aguardar a evolução do processo em casa, poderá receber visitas.

Lima está acusado num outro processo, o do homicídio da ex-companheira de Tomé Feteira. Numa audiência marcada para próximo dia 30, em Saquarema, no Brasil, será decidido se o processo segue ou não para julgamento. P.T.C.

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Colaboração ajudou advogado a passar para prisão domiciliária p8/9

Lima decisivo para PJ chegar a rede de lavagem de dinheiro

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