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BREVE ANÁLISE DA QUESTÃO DA INCLUSÃO DA PESSOA COM
DEFICIÊNCIA1
Leandro Aparecido de Lima2
Larissa Satie Fuzishima Komuro3
Resumo: No que se refere a luta das minorias na defesa de seus direitos, a inclusão (ou não)
tem ganhado grande destaque na seara educacional, pois sabe-se que só é possível incluir
alguém que já foi excluído. A questão da deficiência envolve o convívio familiar, em que o
preconceito da própria família é o elemento fundamental da exclusão, pois é onde tudo
começa. A Constituição Federal tem previsão expressa no caput do seu art.5º do princípio da
igualdade. Para assegurar a efetividade de tal princípio, criou-se o Estatuto da Pessoa com
Deficiência (Lei nº. 13.146/2015). Outro ponto importante, é a qualificação dos profissionais
na área da educação no que se refere aos deficientes que ainda é escassa. Na história da
humanidade, a segregação da pessoa com deficiência sempre foi uma constante, de modo que
a maioria das pessoas com deficiência, principalmente os que vivem em situação de
vulnerabilidade social, não têm acesso à educação e igualdade de oportunidades como as
pessoas sem deficiência. Ainda há barreiras que obstruem a acessibilidade da pessoa com
deficiência na escola, e essas barreiras estão em diversos espaços e programas desenvolvidos
no atendimento de alunos com deficiência. A educação inclusiva é a chave para mudanças.
Garantir educação para crianças com deficiência promove a noção de cidadania e um senso de
compartilhamento de direitos com pessoas não deficientes. Da mesma forma e sentido que
existe um ciclo vicioso entre preconceito e dependência, também pode haver um entre
educação e autonomia.
Palavras-Chave: Inclusão, Pessoa com Deficiência, Estatuto da Pessoa com Deficiência,
Direitos Humanos e Dignidade Humana.
INTRODUÇÃO
Não obstante do consenso de que a participação das pessoas com deficiência é um
direito inquestionável, muitos profissionais da área da educação ainda resistem, declarando-se
despreparados para concretizá-la. Mesmo educadores que se dizem favoráveis à inclusão de
pessoas com deficiência admitem exceções, alegando não terem o “preparo necessário”. Em
1994, a Declaração de Salamanca destacava de forma redundante que “educação para todos
efetivamente significa para todos”, ou seja, é necessária a participação efetiva, sem
1 Grupo Temático 04: Educação em Direitos Humanos e Inclusão. 2 Discente do 4º ano do curso de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus Três
Lagoas/MS. Membro do grupo de pesquisa Políticas Públicas e Direitos Fundamentais. E-mail:
[email protected] 3 Professora das Faculdade Integrada de Três Lagoas - AEMS; mestre em Direito pelo Centro Universitário
Toledo; E-mail: [email protected].
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discriminação e com base na igualdade de oportunidades, para o pleno desenvolvimento de
potencial do educando. A ideia de que a escola precisa estar pronta para depois receber os
alunos com deficiência é baseada em uma expectativa ilusória de um saber pronto capaz de
prescrever como trabalhar com cada criança. A condição humana não é dada pela natureza,
mas construída ao longo de um processo histórico-cultural, pautado nas interações sociais
realizadas entre o homem e o meio. Logo, o preparo dos profissionais no contexto da
educação inclusiva é o resultado da vivência e da interação cotidiana com cada um dos
educandos, com ou sem deficiência, a partir de uma prática pedagógica dinâmica que
reconhece e valoriza as diferenças. Não há especialização capaz de antever o que somente o
dia a dia poderá ser revelado.
RESULTADOS
Como modalidade de ensino regular que oferece recursos especializados e de caráter
diferenciado para o desenvolvimento da aprendizagem, a educação inclusiva incorpora as
demandas da sociedade contemporânea, pois não apenas apoia e acolhe a diversidade entre
todos os estudantes como também permite a construção de um projeto pedagógico
direcionado a todos, mas que atende as necessidades de cada um não como problemas a serem
consertados, mas como oportunidades para enriquecimento do aprendizado construído
coletivamente.
METODOLOGIA
Foi utilizado o método de pesquisa bibliográfica, tendo sido contemplados elementos
doutrinários e a legislação pertinente ao tema.
OBJETIVOS
Tornar a escola um espaço democrático que acolha e garanta o acesso, a permanência e o
desenvolvimento de todos os alunos sem distinção social, cultural, étnica, de gênero ou razão
de deficiência e características pessoais.
CONCLUSÃO
Quando se trata de igualdade (Garantia Fundamental), prevista na Constituição Federal no
artigo 5º “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, [...]”, sabe-se
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que por mais clara que a Constituição Brasileira seja com relação a esse assunto, ainda é
visível o não cumprimento dessa premissa na maioria dos locais públicos da sociedade. Na
história da humanidade, a segregação do deficiente sempre foi uma constante, de modo que a
maioria das pessoas com deficiência, principalmente aquelas que estão em situação de
vulnerabilidade social, não têm acesso à educação e igualdade de oportunidades como as
pessoas sem deficiência (ditos normais), pois nossa sociedade ainda não é inclusiva. Há
muitos obstáculos em relação à acessibilidade do deficiente na escola, barreiras que estão em
todos os espaços e programas desenvolvidos a esse aluno.
Portanto, conclui-se que ao promover educação de qualidade para crianças com deficiência
será gerado um mecanismo garantindo sua liberdade e igualdade para gozar de autonomia, e
ser visto por outras pessoas como iguais e por eles mesmos como cidadãos e indivíduos
plenamente capazes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal 8069 de 13/07/1990.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988.
UNESCO. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das
Necessidades Educativas Especiais. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf> Acesso em: 10 ago. 2017.
Plano Nacional de Educação. Disponível em: http://pne.mec.gov.br/
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm
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