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i i Breno Mendes de Oliveira A inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no programa segundo tempo do governo federal na cidade satélite de Santa Maria – DF. BRASÍLIA - DF 2007 BRENO MENDES DE OLIVEIRA

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i

Breno Mendes de Oliveira

A inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no programa segundo tempo

do governo federal na cidade satélite de Santa Maria – DF.

BRASÍLIA - DF

2007

BRENO MENDES DE OLIVEIRA

ii

ii

A inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no programa segundo tempo

do governo federal na cidade satélite de Santa Maria DF.

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Esporte Escolar do

Centro de Educação à Distância da

Universidade de Brasília em parceria com

o Programa de Capacitação Continuada

em Esporte Escolar do Ministério do

Esporte para obtenção do título de

Especialista em Esporte Escolar.

Orientador:

Profª. Rogéria Gonçalves Mendes

Brasília - DF

2007

Mendes de Oliveira, Breno

iii

iii

A inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no programa segundo

tempo do governo federal na cidade satélite de Santa Maria – DF. Brasília - DF 2007.

42 p.

Monografia (Especialização) – Universidade de Brasília. Centro de Ensino a Distância, 2007.

1. Pessoas com necessidades especiais 2.Programa segundo tempo 3.inclusão

iv

iv

Breno Mendes de Oliveira

A inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no programa segundo tempo

do governo federal na cidade satélite de Santa Maria DF.

Monografia apresentada ao Curso de

Especialização em Esporte Escolar do

Centro de Educação à Distância da

Universidade de Brasília em parceria com

o Programa de Capacitação Continuada

em Esporte Escolar do Ministério do

Esporte para obtenção do título de

Especialista em Esporte Escolar pela

Comissão formada pelos professores:

Presidente:

Professora Rogéria Gonçalvez Mendes

Universidade de Brasília

Membro:

Professora Júlia

Universidade de Brasília

Brasília (DF), 27 de março de 2007.

v

v

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos que

de alguma forma contribuíram para

que ele se tornasse possível.

vi

vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus que é a fonte de tudo. À minha família, à minha

esposa, ao meu filho, à minha orientadora e a todos que de alguma forma colaboram na

execução desse trabalho.

“ Vencer a si próprio é a maior

das vitórias.”

Platão

9

9

RESUMO

Este trabalho aborda questões sobre a inclusão de alunos portadores de necessidades

educacionais especiais (PNEEs) no projeto Segundo Tempo do Governo Federal na cidade

satélite de Santa Maria – DF, e tem por objetivo despertar o interesse sobre a participação da

pessoa PNEEs nas atividades do Programa Segundo Tempo. Disserta sobre as deficiências,

física, mental, auditiva, visual e múltipla, o processo de inclusão e sobre o projeto Segundo

Tempo. Apresenta gráficos demonstrativos feitos a partir da pesquisa de campo realizada nos

núcleos da cidade satélite de Santa Maria – DF.

:

PALAVRAS CHAVES: Pessoa com necessidades educacionais especiais , programa segundo

tempo e inclusão.

10

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SUMÁRIO

1- Introdução ..................................................................................................... 11

2- Histórico da educação especial ..................................................................... 12

2.1- Educação especial no Brasil ................................................................... 15

3- A participação dos especiais na educação física escolar ................................ 17

4- Atividade física adaptada e seus benefícios para os especiais ....................... 20

5- Inclusão da pessoa especial e suas dificuldades ............................................. 23

6- O programa Segundo tempo ........................................................................... 25

7- Método ............................................................................................................ 26

8- Resultados e discussão ................................................................................... 27

9- Conclusão Final ............................................................................................... 37

10- Referências Bibliográficas.............................................................................. 39

11- Apêndices ...................................................................................................... 42

11

11

1- Introdução

Esta pesquisa tem por objetivo despertar o interesse sobre a participação da pessoa

portadora de necessidades educativas especiais (PNEEs) em atividades do Programa Segundo

Tempo, com o objetivo de democratizar o acesso à prática esportiva de crianças e

adolescentes matriculados em escolas públicas do Brasil. Assim, a atividade física sendo

realizada por meio da reflexão e da participação concreta e afetiva, respeitando os critérios de

individualidade que são próprios de cada um, contribuirá para que o PNEEs se integre cada

vez mais, independentemente de sua deficiência, seja ela física, mental, auditiva, visual ou

múltipla.

A pessoa PNEEs pode se beneficiar tanto na esfera física quanto psíquica nas

atividades físicas, de lazer ou desportiva, pois elas possuem valores terapêuticos além de

oportunizar para testar seus limites e potencialidades, prevenir contra enfermidades

secundárias à deficiência e promover a inclusão do indivíduo.

A preocupação específica com as aulas de educação física justifica-se pela importância

de trabalhar desde cedo a inclusão social dos PNEEs. Transformar um adulto que já vem

sofrendo preconceitos e dificuldades desde criança em uma pessoa sociável, saudável e ativa é

muito mais difícil. É importante mostrar desde a infância que as deficiências não podem ser

uma barreira para uma vida relativamente normal. E o esporte tem um poder incrível de

ajudar neste processo.

Há uma diferença entre integração e inclusão, sendo que a primeira é um processo no

qual a pessoa com deficiência é capaz de participar da escola do jeito que ela está organizada.

Já a segunda, é uma proposta de tornar a escola acessível, garantindo a participação de todas

as pessoas.

O Programa Segundo Tempo é um programa do Ministério do Esporte em parceria

com o Ministério da Educação destinado a possibilitar o acesso à prática desportiva aos

alunos matriculados no ensino fundamental e médio, principalmente em áreas de

vulnerabilidade social. Destina-se a atender crianças e adolescentes, desenvolvendo atividades

esportivas em um segundo turno escolar, com reforço alimentar e escolar gratuitos.

Esse programa tem como finalidades: propiciar contato com a prática esportiva;

desenvolver capacidades e habilidades motoras; qualificar os recursos humanos profissionais

envolvidos; contribuir para a diminuição da exposição a situações de risco social, entre outros.

12

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Com isso, existe o desafio de como despertar o interesse sobre a participação da

pessoa PNEEs em atividades esportivas no Programa Segundo Tempo?

Um dos princípios que norteiam os Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de

Educação Física é o da Inclusão, que tem como meta inserir todos os alunos na cultura

corporal de movimento, por meio da reflexão e da participação concreta e afetiva. Busca-se

dessa forma reverter o quadro histórico da distinção entre indivíduos aptos e inaptos para as

práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência. Ou

seja, explorando o aspecto social e participativo, procura-se fazer com que o aluno se integre

cada vez mais, independentemente de sua capacidade física ou técnica.

Seguindo o raciocínio da participação efetiva de todos dentro das atividades físicas, a

contribuição do Programa segundo tempo no cotidiano dos PNEE’s em Santa Maria será

discutida e analisada.

2- Histórico da educação especial

A deficiência como fenômeno humano individual e social é determinada em parte

pelas representações sócio-culturais de cada comunidade, em diferentes gerações e, pelo nível

de desenvolvimento cientifico, político, ético e econômico dessa sociedade. O tratamento

dispensado a estas pessoas evoluiu dos cuidados primários e do confinamento em asilos ao

reconhecimento do direito à educação, reabilitação, seguridade social, trabalho, transporte,

lazer e cultura.

As raízes históricas e culturais acerca do fenômeno deficiência, sempre foram

marcadas por forte rejeição, discriminação e preconceito. Na antiguidade remota, ou seja,

num passado distante, o tratamento aos portadores de deficiências assumia dois aspectos

básicos: alguns os exterminavam por considera-los grave empecilho à sobrevivência do grupo

e outros os protegiam e sustentavam para alcançar a simpatia de seus deuses.

Montes (2002) relata que na Grécia antiga, Platão relata no seu livro “A República”

que as crianças mal constituídas ou deficientes eram sacrificadas ou escondidas pelo poder

público. A Idade Média conviveu com grandes contradições e ambivalência em relação às

atitudes e sentimentos frente à deficiência. Os deficientes mentais, os loucos e criminosos

eram considerados, muitas vezes, possuídos pelo demônio, por isso, eram excluídos da

sociedade. Aos cegos e surdos eram atribuídos dons e poderes sobrenaturais. Mas com São

Tomás de Aquino a deficiência passa a ser considerada como um fenômeno natural da espécie

humana.

13

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No Renascimento, com o surgimento das ciências, as concepções racionais

começavam a buscar explicações para as causas das deficiências, as quais foram consideradas

do ponto de vista médico como doenças de caráter hereditário, males físicos ou mentais.

Historicamente a educação de pessoas com deficiência surgiu com caráter assistencialista e

terapêutico pela preocupação de religiosos e filantropos na Europa.

Segundo Mazzotta (1996), as primeiras iniciativas para educação de pessoas com

deficiência surgiram na França, em 1620 com a tentativa de Jean-Paul Bonet, de ensinar

mudos a falar, com a primeira obra impressa sobre educação de deficientes sob o título de

“Redação das letras e a arte de ensinar os mudos a falar”. Em Paris, foi fundada, em 1770, a

primeira instituição especializada na educação de “surdos-mudos” com o abade Charles M.

Eppée, que inventou o “método dos sinais” para a comunicação com surdos.

A fundação do Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em 1784, em Paris, criado por

Valentin Haüy, destinava-se ao ensino da leitura tátil pelo sistema de letras em relevo. Em

1819, Charles Barbier, oficial do exército francês, apresentou ao Instituto o sistema por ele

criado, baseado no processo de escrita codificada e expressa por pontos salientes,

representando os 36 sons básicos da língua francesa e utilizada para transmissão noturna de

mensagens nos campos de batalha. Em 1825, o jovem cego Louis Braille adaptou o código

militar às necessidades dos cegos, transformando-o no conhecido sistema que recebeu seu

nome.

Na segunda metade do século XIX e inicio do século vinte as escolas especiais

proliferaram por toda a Europa e Estados Unidos. A educação especial surgiu sob o enfoque

médico e clinico, com o método de ensino para crianças com deficiência mental, criado pela

médica italiana, Maria Montessori, no início do século XX. O Método Montessori, inspirado

na rotina diária e na ação funcional, fundamenta-se na estimulação sensório-perceptiva e auto-

aprendizagem. O método Montessori foi mundialmente difundido e até hoje é utilizado,

inclusive no Brasil, na educação pré-escolar de crianças sem qualquer deficiência.

Já em meados do século XX surgem as Associações de pais de pessoas com

deficiência física e mental, na Europa e Estados Unidos, e no Brasil são criadas a Pestalozzi e

Associação de Pais de Alunos Especiais (APAEs), destinadas à implantação de programas de

reabilitação e educação especial.

Em decorrência do avanço cientifico, as causas e origem das deficiências foram

investigadas e clarificadas na segunda metade do século XX, rompendo assim, com a visão

mítica e maniqueísta entre o bem e o mal. Embora esses avanços tenham colaborado para a

compreensão da deficiência como condição humana e expressão da diversidade entre os

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homens e natureza, os preconceitos continuam fortes. Assim, a idade contemporânea é

marcada pelo paradigma da cientificidade, do psicologismo, da valorização dos testes

quantitativos, do treinamento sensorial e motor.

O Ano Internacional das Pessoas com Deficiência, instituído em 1981, lançou um

programa de ação mundial, aprovado pela Assembléia Geral da ONU, pela igualdade de

oportunidades para todos. Este movimento favorece importante mudança de enfoque,

apoiando-se na noção de direito e não mais de concessão ou benevolência. Durante aquela

década, organizações de/e para pessoas com deficiência reagiram ao uso indiscriminado de

terminologia de cunho terapêutico: retardo mental, mongolismo, criança excepcional,

deficiente mental educável, treinável e dependente, entre outras. O uso destes termos encobria

imperfeições e deficiências, o que contribuía para diagnósticos referenciados em

incapacidades individuais.

Em 1993, a Assembléia Geral da ONU proclamou as “Normas Uniformes sobre a

Equiparação de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência”, definindo a deficiência em

função da relação existente entre a pessoa afetada e seu entorno. Nesta perspectiva, os efeitos

e danos ocasionados pelo déficit ou limitação endógena podem ser minimizados ou agravados

pelas condições exógenas, isto é, pelas condições gerais de vida da pessoa. Essa mudança de

olhar significou uma nova forma de perceber o heterogêneo e a diversidade como

constitutivos de uma sociedade para todos. Começam a surgir as bases de um novo paradigma

com ênfase na igualdade de oportunidades, definida como sendo o processo pelo qual os

diversos sistemas da sociedade - ambiente físico, de serviços, de atividades, de informação e

de documentação - são colocados à disposição de todos, inclusive das pessoas com

deficiência. O princípio da igualdade de direitos significa que as necessidades de cada pessoa

têm igual importância, devendo constituir a base do planejamento social, e todos os recursos

devem ser empregados para garantir que as pessoas tenham as mesmas oportunidades de

participação.

Em 1994, na Espanha, delegados de 87 países referendaram um conjunto de princípios

e diretrizes, sob a designação de “Declaração de Salamanca”, cujo paradigma fundamental é a

educação como direito, em uma concepção de escola inclusiva. Assim, as escolas devem

acolher crianças com ou sem deficiência. Educandos com necessidades educacionais especiais

devem ser incluídos nos programas educacionais previstos, mesmo quando apresentarem

desvantagem severa. A Escola Inclusiva deve adaptar-se às necessidades do alunado, respeitar

o ritmo e os processos de aprendizagem, propondo uma pedagogia centrada nas

15

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potencialidades humanas, em contraposição à sociedade que inabilita e reforça os

impedimento:

“as escolas devem acolher todas as crianças independentemente de

suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas

ou outras. Devem acolher crianças com deficiências e bem dotadas;

crianças que vivem nas ruas e que trabalham; crianças de populações

distantes ou nômades; crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou

culturais e crianças de outros grupos ou zonas desfavorecidas ou

marginalizadas (...) O desafio que enfrentam as escolas integradoras é

o de desenvolver uma pedagogia centralizada na criança, capaz de

educar com sucesso todos os meninos e meninas, inclusive os que

possuam deficiências graves. O mérito dessas escolas não está só na

capacidade de dispensar educação de qualidade a todas as crianças;

com sua criação, dá-se um passo muito importante para tentar mudar

atitudes de discriminação, criar comunidades que acolham a todos e

sociedades integradoras”. (Salamanca: 1994 p. 18)

2.1 Educação especial no Brasil

A primeira escola especial foi criada em 1854, o “Imperial Instituto dos Meninos

Cegos” por D. Pedro II, no Rio de Janeiro, marcando o início do atendimento educacional

especializado no Brasil. Em 1891, passou a se chamar Instituto Benjamin Constant. Em 1857,

o Imperador fundou o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, também no Rio de Janeiro, sob

influencia européia, propagaram o modelo de escola residencial para todoo país. Em 1957, o

Instituto recebeu a denominação de Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES,

destinando-se à educação literária e ensino profissionalizante de alunos surdos com idade de

sete a quatorze anos.

Segundo Mazzotta (1996), entre 1900 e 1950, quarenta estabelecimentos públicos de

ensino regular prestavam algum tipo de atendimento escolar especial a deficientes mentais e

quatorze atendiam alunos com outras deficiências. Neste período, em alguns estados e

municípios brasileiros, observa-se a criação de três instituições especializadas no atendimento

de alunos com deficiência mental e oito destinadas a outras deficiências.

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Em 1925, em Minas Gerais, no Município de Belo Horizonte, destaca-se a criação da

Escola Estadual São Rafael, especializada na educação de alunos com deficiência visual. Em

1935, no mesmo estado, foi criada a Escola Estadual Instituto Pestalozzi para crianças com

distúrbios de conduta e deficiência mental. Em 1954, foi criada, no Rio de Janeiro, a primeira

APAE, multiplicando-se por todo o território nacional. Em 1999, a Federação Nacional das

APAEs - FENAPAE - completou um total de 1600 entidades filiadas.

A vigência da Lei 5692/71 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB)

motivou numerosas ações de dinamização da educação e amparo aos excepcionais. O art. 9º

da referida LDB previa “tratamento especial aos excepcionais”, enfatizando o enfoque

terapêutico das ações educacionais. Observa-se a criação do Centro Nacional de Educação

Especial - CENESP com a “finalidade de promover, em todo o território nacional, a expansão

e melhoria do atendimento aos excepcionais” (Decreto 72425/73).

Funcionando com sede no Rio de Janeiro, o CENESP era vinculado ao Ministério de

Educação e Cultura. Em 1986, transformando-se em Secretaria Nacional de Educação

Especial - SESPE, compôs a estrutura básica do Ministério da Educação como órgão central

de direção superior. Contudo, a SESPE não resistiu às oscilações e revezamento do poder no

governo federal, sendo extinta pela reforma do Ministério da Educação em 1990. As

atribuições relativas à Educação Especial foram transferidas para a Secretaria Nacional de

Educação Básica - SENEB, criada com amplas competências. Em 1992, uma nova

reorganização ministerial possibilitou a recriação da Secretaria de Educação Especial -

SEESP, vinculada ao Ministério da Educação, no qual permanece até hoje.

Em 1994, a SEESP lançou a “Política Nacional de Educação Especial - PNEE”,

consolidando princípios, objetivos, diretrizes e metas. O documento apresenta uma revisão

conceitual, referente ao discente e às modalidades de atendimento educacional; define a

Educação Especial como “processo de desenvolvimento global das potencialidades de pessoas

portadoras de deficiência, condutas típicas ou de altas habilidades que abrange os diferentes

níveis ou graus do sistema de ensino” (PNEE, p.21); refere-se aos educandos genericamente

denominados de “portadores de necessidades especiais” que requerem recursos pedagógicos e

metodológicos educacionais específicos. De acordo com esta política, o atendimento de tais

necessidades deve envolver serviços especiais de saúde, justiça, transporte e bem-estar social

além dos educacionais.

3. A participação dos especiais na educação física escolar

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As pessoas de uma maneira geral são consideradas normais ou não de acordo com as

respostas que derem as suas exigências. E as pessoas que apresentarem respostas muito

diferentes daquelas esperadas são vistas ou estigmatizadas como “anormais”, já que não se

comportam de acordo com as normas e valores estabelecidos por este meio social.

A pessoa com necessidades educacionais especiais, dentro do contexto escolar,

também acaba sendo considerada “anormal”, isso porque a maioria das vezes suas respostas,

sejam elas motoras, afetivas, cognitivas ou sociais, não estão de acordo com as respostas das

pessoas ditas normais.

Apesar de ainda haver preconceito por parte de alguns professores e alunos inseridos

no sistema educacional, muito têm se discuto e avançado no que diz respeito à inclusão nos

últimos vinte anos.

Para Sassaki (1997), a inclusão social vem acontecendo e se efetivando em países

desenvolvidos desde a década de 80. De acordo com Aguiar (2002; 2004), no Brasil foi só a

partir da Constituição da República Federativa de 1988 que aumentou o número de estudos

voltados para essa área. Ainda segundo Aguiar, no campo da educação formal eles

começaram a ocorrer, de forma mais sistemática, após a Lei de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, de 20 de dezembro de 1996.

De acordo com Carvalho (1998) e Oliveira e Poker (2002), o paradigma da escola

inclusiva pressupõe, conceitualmente, uma educação apropriada e de qualidade dada

conjuntamente para todos os alunos - considerados dentro dos padrões da normalidade com os

com necessidades educacionais especiais - nas classes do ensino comum, da escola regular,

onde deve ser desenvolvido um trabalho pedagógico que sirva a todos os alunos,

indiscriminadamente. Sendo assim, o ensino inclusivo é a prática da inclusão de todos,

independente de seu talento, deficiência (sensorial, física ou cognitiva), origem sócio-

econômica, étnica ou cultural.

Para Cardoso (2003) a inclusão de alunos com necessidades especiais na escola

regular, constitui uma perspectiva e um desafio para o século XXI, cada vez mais firme, nos

diferentes sistemas e níveis educativos.

Como parte integrante do sistema educacional a área de Educação Física não poderia

ficar aparte deste movimento. Culturalmente, a formação pedagógica do professor de

Educação Física vem sendo colocada em plano secundário, prevalecendo os conteúdos das

disciplinas de cunho técnico-desportivo, corporal e biológico, em detrimento das disciplinas

pedagógicas (Silva, 1993). Sendo assim, a formação vem privilegiando o desenvolvimento de

capacidades e habilidades físicas, que tem por prioridade o desempenho físico e técnico.

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Com base nessa visão, a cultura desportiva e competitiva, historicamente dominante

nas propostas curriculares da Educação Física, pode criar resistências à inclusão de pessoas

que são encaradas como menos capazes para um bom desempenho numa competição. Muitas

das proposições de atividades feitas em Educação Física, realizadas na base da cultura

competitiva, podem ser observadas nas escolas. A prática desportiva, quando usada sem os

princípios da inclusão, é uma atividade que não favorece a cooperação, que não valoriza a

diversidade e que pode gerar sentimentos de satisfação e de frustração. Essa cultura

competitiva constitui uma fonte de exclusão e pode se consistir numa barreira à educação

inclusiva.

Com princípios educacionais contrários à formação histórica supracitada, os

Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (BRASIL, Ministério da

Educação e do Desporto, 1998), espera que, na prática pedagógica, os professores tenham

uma ação diferente dessa formação. Recomendam que "as políticas educacionais devem ser

suficientemente diversificadas e concebidas, de modo a que a educação não seja um fator

suplementar da exclusão social" (p. 17). Esses Parâmetros (p. 55) indicam, em seus objetivos,

que os alunos do ensino fundamental devem ser capazes de:

. compreender a cidadania como participação social e política, assim como exercício

de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando no dia-a-dia, atitudes de solidariedade,

cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

. conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como

aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer

discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia

ou outras características individuais e sociais.

Com base nos mesmos princípios teóricos educacionais, os Parâmetros Curriculares

Nacionais de Educação Física para o Ensino Fundamental (BRASIL, Ministério da Educação

e do Desporto, 1997) expressam, em seus objetivos gerais, a expectativa que os alunos sejam

capazes de:

. participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas

com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si

próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais

(p. 43);

. participar de diferentes atividades corporais, procurando adotar uma atitude

cooperativa e solidária, sem discriminar os colegas pelo desempenho ou por razões sociais,

físicas, sexuais ou culturais (p. 63);

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19

. participar de atividades corporais, reconhecendo e respeitando algumas de suas

características físicas e de desempenho motor, bem como as de seus colegas, sem discriminar

por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais (p. 71);

. conhecer, valorizar, apreciar e desfrutar de algumas das diferentes manifestações de

cultura corpórea, adotando uma postura não-preconceituosa ou discriminatória por razões

sociais, sexuais ou culturais (p. 72).

Na mesma direção, os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

(BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto, 1999) no que se refere aos conhecimentos

de Educação Física, apontam que o esporte de cunho educativo deve ser trabalhado na escola

e que a prática do mesmo deve atender a todos os alunos, respeitando suas diferenças e

estimulando-os ao maior conhecimento de si e de suas potencialidades. Esses Parâmetros

realçam que o significado do trabalho em grupo está em valorizar a interação aluno-aluno e

professor-aluno como fonte de desenvolvimento social, pessoal e intelectual; e frisam que

situações de grupo exigem dos alunos a consideração das diferenças individuais e de respeito

aos outros, num exercício de ética e cidadania.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (BRASIL,

Ministério da Educação e do Desporto, 1998, p. 62), no que se refere a contribuição das

diferentes áreas de conhecimento, apontam em relação à Educação Física:

[...] é a área do conhecimento que introduz e integra os alunos na cultura corporal do

movimento, com finalidades de lazer, de expressão de sentimentos, afetos e emoções, de

manutenção e melhoria da saúde.

Para tanto, deve romper com o tratamento tradicional dos conteúdos que favorece os

alunos que já têm aptidões, adotando como eixo estrutural da ação pedagógica o princípio da

inclusão, apontando para uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que busca

o desenvolvimento da autonomia, da cooperação, da participação social e da afirmação de

valores e princípios democráticos. Nesse sentido, deve buscar garantir a todos a possibilidade

de usufruir de jogos, esportes, danças, lutas e ginástica em benefício do exercício crítico da

cidadania.

Com o princípio da Inclusão, a Educação Física escolar deve ter como eixo

fundamental o aluno e, sendo assim, deve desenvolver as competências de todos e dar aos

mesmos condições para que tenham acesso aos conteúdos que propõe, com participação

plena, adotando para tanto estratégias adequadas, evitando a exclusão ou alienação.

Assim, a concepção de cultura corporal do movimento, proposta pelos Parâmetros

Curriculares Nacionais, amplia a contribuição da Educação Física escolar para o pleno

20

20

exercício da cidadania, modificando, dessa forma, a história desse componente curricular que,

pela formação acadêmica do professor dessa disciplina, vem apontando para um processo de

ensino e aprendizagem centrado no desenvolvimento de capacidades e habilidades físicas, que

objetiva e privilegia o desempenho físico e técnico, o qual, quase sempre, resulta numa

constante seleção entre pessoas aptas e inaptas para a prática da cultura corporal do

movimento.

4- Atividade física adaptada e seus benefícios para os especiais

A Educação Física Adaptada "é uma área da Educação Física que tem como objeto de

estudo a motricidade humana para as pessoas com necessidades educativas especiais,

adequando metodologias de ensino para o atendimento das características de cada portador de

deficiência, respeitando suas diferenças individuais" (Duarte e Werner, 1995: 9).

Segundo Bueno e Resa (1995), a Educação Física Adaptada para portadores de

deficiência não se diferencia da Educação Física em seus conteúdos, mas compreende

técnicas, métodos e formas de organização que podem ser aplicados ao indivíduo deficiente. É

um processo de atuação docente com planejamento, visando atender às necessidades de seus

educandos.

A Educação Física na escola se constitui em uma grande área de adaptação ao permitir

a participação de crianças e jovens em atividades físicas adequadas às suas possibilidades,

proporcionando que sejam valorizados e se integrem num mesmo mundo. O Programa de

Educação Física quando adaptada ao aluno portador de deficiência, possibilita ao mesmo a

compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca de uma melhor

adaptação (Cidade e Freitas, 1997).

Segundo Pedrinelli (1994: 69), "todo o programa deve conter desafios a todos os

alunos, permitir a participação de todos, respeitar suas limitações, promover autonomia e

enfatizar o potencial no domínio motor". A autora coloca que o educador pode selecionar a

atividade em função do comprometimento motor, idade cronológica e desenvolvimento

intelectual.

Soler (2005) afirma que os esportes trazem muitos benefícios, proporcionando o

desenvolvimento global dos PNE's, tornando possível reconhecer suas habilidades e integrá-

los à sociedade, uma vez que isso proporciona elevação da auto-estima. O convívio com

21

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outras pessoas que enfrentam as mesmas dificuldades traz para os deficientes a superação de

suas dificuldades (físicas e psicológicas).

Na escola, os educandos com deficiência leve e moderada podem participar de

atividades dentro do programa de Educação Física, com algumas adaptações e cuidados. A

realização de atividades com crianças, principalmente aquelas que envolvem jogos, devem ter

um caráter lúdico e favorecer situações onde a criança aprende a lidar com seus fracassos e

seus êxitos. A variedade de atividades também prevê o esporte como um auxílio no

aprimoramento da personalidade de pessoas portadoras de deficiência (Bueno e Resa, 1995).

As crianças com algum nível de deficiência (auditiva, visual, física e mental) podem

participar da maioria das atividades propostas.

A realidade da maioria das pessoas com necessidades especiais são as poucas

oportunidades para engajamento em atividades esportivas, seja com objetivo de movimentar-

se, jogar ou praticar um esporte ou atividade física regular.

A prática de atividade física ou esportiva por portadores de algum tipo de deficiência,

sendo esta visual, auditiva, mental ou física, pode proporcionar dentre todos os benefícios da

prática regular de atividade física que são mundialmente conhecidos, possui valores

terapêuticos evidenciado benefícios tanto na esfera física quanto psíquica.

Quanto ao físico, pode-se ressaltar ganhos de agilidade, de equilíbrio dinâmico ou

estático, de força muscular, de coordenação, coordenação motora, dissociação de cinturas, de

resistência física; enfim, o favorecimento de sua readaptação ou adaptação física global

(Lianza, 1985; Rosadas, 1989 e Souza, 1994). Na esfera psíquica, podemos observar ganhos

variados, como a melhora da auto-estima, integração social, redução da agressividade, dentre

outros benefícios ( Alencar, 1986; Souza, 1994; Give it a go, 2001).

A promoção da prática esportiva depende muito das oportunidades que são oferecidas

aos portadores de deficiência, da sua condição sócio-econômica, das suas limitações e

potencialidades, da suas preferências esportivas, facilidade nos meios de locomoção e

transporte, de materiais e locais adequados, do estímulo e respaldo familiar, de profissionais

preparados para atendê-los, dentre outros fatores.

Sarrias (1976), ressalta que o esporte pode ser um agente fisioterapêutico atuando

eficazmente na reabilitação social e psicologia do portador de deficiência, não devendo ser

considerada apenas como uma atividade recreativa.

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22

Souza (1994), enfatiza que o esporte adaptado deve ser considerado como uma

alternativa lúdica e mais prazerosa, sendo este parte do processo de reabilitação das pessoas

portadoras de deficiências físicas.

O colégio Americano de Medicina do Esporte ACMS (1997), relata que programas de

atividades físicas para os portadores de deficiência física devem observar a princípio se a

adaptação dos esportes ou atividades mantendo os mesmos objetivos e vantagens da atividade

e dos esportes convencionais, ou seja, aumentar a resistência cardio-respiratória, a força, a

resistência muscular, a flexibilidade, etc. Posteriormente, observar se esta atividade possui um

caráter terapêutico, auxiliando efetivamente no processo de reabilitação destas pessoas.

Um outro ponto a considerar na elaboração de atividades para os portadores de

necessidades educativas especiais, em destaque aqui o portador de deficiência física, é a

necessidade de adaptação dos materiais e equipamento, bem como a adaptação do local onde

esta atividade será realizada.

A redefinição dos objetivos do jogo, do esporte ou da atividade se faz necessário, para

melhor adequar estes objetivos às necessidades do processo de reabilitação. Assim como

reduzir ou aumentar o tempo de duração das atividades, mas sempre com a preocupação de

manter os objetivos iniciais atingíveis.

A realização de atividades físicas, esportivas e de lazer com deficientes, tem que

respeitar todas as normas de segurança, evitando novos acidentes. Deve-se estar atento a todos

os tipos de movimentos realizados, auxiliar o deficiente sempre que necessário, e estimular

sempre o desenvolvimento da sua potencialidade.

Os esportes podem ser praticados pelos deficientes em quase sua totalidade

considerando-se seu grau de deficiência e suas dificuldades, devido a estas são feitas algumas

modificações de regras e adequações que facilitam a prática promovendo a participação de um

maior número de deficientes

A não inclusão das pessoas com necessidades especiais suprime nelas suas

capacidades de pensar, sentir e agir. É preciso dar a esse aluno especial, plenas capacidades de

desenvolver suas capacidades criativas e espontâneas.

5- Inclusão da pessoa especial e suas dificuldades

23

23

São várias as dificuldades encontradas para inclusão dos especiais dentro da

sociedade. Essas pessoas se vêem diante de adversidades que vão desde obstáculos físicos à

rejeição de certas pessoas que desconhecem a capacidade dos especiais por falta de

informação.

Conforme Freitas e Cidade (1997) e Duarte e Lima (2003), os deficientes ficam

excluídos de uma participação ativa na sociedade, em razão de obstáculos físicos: portas

demasiadamente estreitas para permitirem a passagem de uma cadeira de rodas; escadas e

degraus inacessíveis em edifícios, ônibus, trens e aviões; telefones e interruptores de luz

colocados fora do seu alcance, instalações sanitárias que não podem utilizar. Também se

vêem excluídas por outros tipos de barreiras, como por exemplo, na comunicação oral,

quando não se leva em conta as necessidades das pessoas portadoras de deficiências auditivas,

ou na informação escrita, quando se ignoram as necessidades dos deficientes visuais. Estas

barreiras são o resultado da ignorância e da indiferença; existem, embora muitas delas

pudessem ser evitadas, com poucos gastos, mediante um planejamento cuidadoso. Embora em

alguns países existam leis especiais e tenham sido realizadas campanhas de educação do

público visando a eliminação de tais barreiras, o problema continua a ser crucial.

Segundo uma reportagem publicada pelo Jornal do advogado em feveiro de 2004, o

Brasil tem 24,5 milhões de portadores de necessidades especiais e uma das melhores

legislações do mundo para atendê-los. Apenas no papel. Na prática, pouco se avança para dar

condições de cidadania a essa parcela da população.

Alimentados por preconceito, falta de consciência e convívio com a realidade dos

chamados portadores de necessidades especiais, os fatores subjetivos acabam sendo o

principal motor da exclusão social dessa grande parcela da população. Algumas entidades

calculam que cerca de 70% dos deficientes são mantidos "fechados" pelas famílias. Por um

lado, falta paciência para levá-los a passear ou realizar outras atividades. Por outro, há

dificuldades urbanísticas imensas – como calçadas esburacadas, falta de elevadores, de

rampas e de acessos especiais para cadeiras de rodas, carência de transporte adaptado –, cuja

solução por enquanto só existe juridicamente.

Porém nos últimos anos com a ampliação das discussões acerca da participação da

pessoa especial dentro do contexto social a realidade desses indivíduos tem melhorado

consideravelmente. A sociedade parece que está, cada vez mais, sensível às dificuldades e

humilhações de que as pessoas portadoras de necessidades especiais são vítimas.

24

24

Para Forest e Pearpoint (1997), no início do novo milênio nossa questão chave é:

"como vivemos uns com os outros?" Enfim, inclusão significa entre outras coisas, "estar

com", afiliação, combinação, compreensão, envolvimento, ou seja, traduz-se em mobilizar

pais, estudantes, membros da comunidade para ser parte de uma nova cultura, de uma nova

realidade.

Inclusão significa, também, juntar-se a novos e excitantes conceitos. Além disso,

significa convidar aqueles que de alguma forma têm esperado para "entrar" e pedir-lhes para

ajudar a desenhar novos sistemas que encorajem todas as pessoas a participarem da

completude de suas capacidades.

Segundo Ana Sheila (citar como referência), depois das grandes Conferências

Mundiais dos anos noventa e, em particular, depois da Conferência de Copenhague (1995)

sobre o desenvolvimento social, a luta contra a exclusão social é reconhecida por todos os

governos do mundo. Entretanto isto não quer dizer que existam práticas coerentes em todos os

lugares. Ao contrário, o fenômeno da exclusão social é cada vez maior e difuso. Apesar de

inúmeros programas tais como o "Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento"

(PNUD), além da colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização

Mundial do Trabalho (OIT) e outras que se ocupam da luta contra a exclusão social das

pessoas mais frágeis. A partir de 1998, vários países se engajaram na prática dos princípios de

Copenhague relativos à exclusão social.

Nesta ocasião foi elaborado um documento-base de reflexão sobre a oportunidade

de se constituir uma rede, que foi discutido e aprovado no Seminário Internacional de Trieste

(1998).

O foco de atenção desta rede seriam as pessoas que, por motivos físicos ou

psicológicos, estão em desvantagem na competição geral pelo sucesso individual.

Desde que existe exclusão social, sempre existiram pessoas e grupos que lutaram

contra este fenômeno. Existem experiências que demonstram como é possível superar as

motivações técnicas ou sociais que são usadas para justificar a exclusão. O quadro político-

social sempre foi desfavorável a essas práticas.

No entanto, recentemente, pela primeira vez, parece haver uma transformação cultural

e política que poderia criar condições favoráveis para o processo de inclusão social.

6- Programa Segundo Tempo

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O Programa Segundo Tempo, criado na primeira gestão do governo Lula, é uma

iniciativa do Ministério do Esporte em parceria com o Ministério da Educação, para

democratizar o acesso à prática esportiva de crianças e adolescentes matriculados em escolas

públicas do Brasil.

A implantação do Programa Segundo Tempo visa a sua inserção no projeto político-

pedagógico de cada escola. Cada núcleo tem os trabalhos/atividades coordenados por um

professor de Educação Física da escola, com atuação de dois alunos de graduação do curso de

Educação Física (estagiários), uma vez que as cidades beneficiadas com o Programa oferecem

o devido curso em suas instituições de ensino superior ou são atendidas pelas instituições

próximas.

O espaço físico destinado à prática esportiva orientada didático-pedagogicamente é o

ambiente interno ou externo da escola. As atividades devem ser desenvolvidas no contra-turno

escolar e possuem caráter extracurricular.

Cada núcleo tem como característica ser formado de no máximo 200 crianças e

adolescentes matriculados nas escolas públicas (podendo atentar a comunidade local,

principalmente crianças que não se encontram vinculadas a nenhuma escola, como uma forma

de atraí-las para dentro da mesma).

A constituição das turmas se dá a partir de turmas de no mínimo 25 alunos e no

máximo 50 alunos, para as modalidades coletivas, e de no mínimo 10 e no máximo 25 alunos,

para as modalidades individuais. As atividades são realizadas no mínimo duas vezes por

semana, onde as aulas têm a duração de cinqüenta minutos à uma hora.

Os estagiários devem destinar de oito a dez horas semanais para as aulas frente aos

alunos e mais duas horas semanais para reunião com os professores coordenadores dos

núcleos para planejamento.

O programa tem como objetivo geral democratizar o acesso à prática e à cultura do

esporte como instrumento educacional, visando o desenvolvimento de crianças e

adolescentes.

Os objetivos específicos do projeto são promover a difusão do conhecimento e

conteúdos do esporte; oferecer prática esportiva de qualidade; despertar a consciência da

prática esportiva como atividade necessária ao bem estar individual e coletivo; contribuir para

o desenvolvimento humano, em busca de qualidade de vida; contribuir para com o processo

de inclusão educacional e social; garantir recursos humanos qualificados e permanentes para

coordenar e ministrar as atividades esportivas; promover hábitos saudáveis para crianças,

adolescentes e familiares – higiene, saúde e alimentação; estimular crianças e adolescentes a

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26

manter uma interação efetiva em torno de práticas esportivas saudáveis orientadas ao processo

de desenvolvimento da cidadania (práticas esportivas que através do movimento e mediadas

pelo diálogo, pela busca do entendimento, possibilitem a construção coletiva do

conhecimento); contribuir para a ampliação da atividade educacional, visando um caráter de

educação permanente e integral por meio do esporte; contribuir para a redução do tempo de

exposição de crianças e adolescentes a situações de risco social (violência, trabalho infantil e

fome); apoiar as ações de erradicação do trabalho infantil; contribuir para com o processo de

diminuição dos índices de evasão e repetência escolar da criança e do adolescente; apoiar a

geração de emprego e renda pela mobilização do mercado esportivo nacional; implementar

indicadores de acompanhamento e avaliação do esporte educacional; obter reconhecimento

nacional e internacional do Programa.

O público alvo são todos os alunos regularmente matriculados no Ensino Público e,

outras crianças que tenham interesse pelo esporte e venham a matricular-se na escola pública.

Sugere-se critérios específicos pré-estabelecidos, ou que venham a ser estabelecidos pela

gestão local do programa.Alguns dos critérios sugeridos pelo Ministério do Esporte são maior

dificuldade de aprendizado na escola; localizados em regiões com alto índice de violência

urbana; menor renda familiar; em maior situação de risco social.

Por tratar-se de atividades esportivas desenvolvidas no contra-turno escolar, é

necessário oferecer um reforço alimentar, para manter as crianças e adolescentes no espaço

educacional por tempo maior que eles normalmente permanecem. Dependendo da estrutura de

apoio do núcleo e das condições específicas das crianças participantes das atividades.

7- Metodologia

A pesquisa baseia-se na metodologia descritiva, onde foi feita uma pesquisa de campo

nos núcleos do projeto Segundo Tempo na cidade satélite de Santa Maria, DF. A cidade

satélite de Santa Maria possui vários núcleos do projeto Segundo Tempo, porém a maioria dos

estabelecimentos educacionais estão fechados ou em fase de renovação de convênio com o

Ministério dos Esportes. Atualmente existem quatro núcleos em funcionamento, onde a

pesquisa foi realizada.

O objeto do estudo foram os alunos portadores de necessidades especiais participantes

do projeto.

Os dados foram coletados através de um questionário contendo dez perguntas sobre os

núcleos e seus participantes, respondidos em uma entrevista com os coordenadores de cada

27

27

um dos núcleos. Buscou-se perceber com o questionário a participação dos deficientes dentro

dos núcleos e a intervenção dos profissionais junto a essas crianças.

8- Resultados e discussão

Discutiremos os dados a seguir sintetizando o que se pode perceber nos 4 núcleos em

atividade dentro da cidade satélite de Santa Maria..

Cada um dos núcleos tem em média quarenta alunos matriculados e entre esses alunos

existem pouquíssimos deficientes., pode-se perceber que a participação dessas pessoas dentro

do projeto segundo tempo é ainda reduzida. O que indica que o processo de inclusão ainda

não ocorre na integra, com isso há pouca participação de alunos PNEEs nesses núcleos.

Quando existe a participação de deficientes dentro dos núcleos, o relacionamento entre

eles e os demais colegas ditos “normais”não é muito agradável.

Dos quatro coordenadores questionados apenas um respondeu que o relacionamento

dos PNEE’s com as outras crianças é bom e dois responderam que o relacionamento entre os

alunos PNEE’s e os demais colegas não é bom. Segundo eles “os professores dos núcleos não

se cansam de chamar atenção de certos alunos”, pois não é difícil encontrar os alunos ditos

“normais” colocando apelidos, brincando e expondo ao ridículo as pessoas com necessidades

especiais em função das suas limitações. O último coordenador de núcleo afirmou que não há

PNEE’s participando do projeto em sua unidade.

Como já foi dito anteriormente um dos maiores desafios educacionais para o século

XXI é o desafio da inclusão e entre os profissionais que atuam nos núcleos do projeto

segundo tempo todos já ouviram falar sobre a inclusão.

Atualmente é raro encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar sobre o tema, que

está sendo bastante discutido dentro do contexto da sociedade civil em geral, Segundo a

professora Maria Regina Cazzaniga:

“A questão da inclusão de pessoas portadoras de necessidades especiais em todos os

recursos da sociedade ainda é muito incipiente no Brasil. Movimentos nacionais e

internacionais têm buscado um consenso para formatar uma política de inclusão de pessoas

portadoras de deficiência”.

Passos fundamentais devem ser dados para mudar o quadro de marginalização dessas

pessoas, como: alteração da visão social; inclusão escolar; acatamento à legislação vigente;

maiores verbas para programas sociais; uso da mídia, da cibercultura e de novas tecnologias.”

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28

Apesar de todos os profissionais envolvidos no programa Segundo tempo já terem

ouvido falar no desafio da inclusão, nem todos tiveram ainda a oportunidade de começar a se

preparar para receber os deficientes.

Quando questionados se os professores receberam alguma orientação sobre

intervenção com os PNEEs, o que se ouviu coordenadores foi preocupante.

Apenas em dois dos quatro núcleos os professores já teriam recebido alguma

informação sobre o trabalho com os deficientes e mesmo assim, na maior parte das vezes, em

conversas informais.

A maioria dos autores que tratam a problemática da inclusão, ressaltam a importância

de capacitar os profissionais para a produção de uma sociedade igualitária, onde se respeite as

diferenças. Segundo Pedro Demo (data) o professor, na sua prática educacional tem

relevância singular, uma vez que pela sua atividade docente, busca desenvolver

no aluno o espírito crítico – reflexivo, maximizar habilidades/competências

(novos paradigmas) e, “dominar a pesquisa, elaborar projetos, questionar”.

Fonseca (1995) acredita que é preciso preparar todos os professores, com urgência,

para se obter sucesso na inclusão, através de um processo de inserção progressiva; assim eles

poderão aceitar e relacionar-se com seus diferentes alunos e, conseqüentemente, com suas

diferenças e necessidades individuais. Porém, os professores só poderão adotar este

comportamento se forem convenientemente equipados com recursos pedagógicos, se a sua

formação for melhorada, se lhes forem dados meios de avaliar seus alunos e elaborar

objetivos específicos, se estiverem instrumentados para analisar a eficiência dos programas

pedagógicos, preparados para a superação dos medos e superstições e contarem com uma

orientação eficiente nesta mudança de postura para buscar novas aquisições e competências.

Dentro do projeto segundo tempo a maioria dos instrutores são estudantes de

Educação Física e deverão ter alguma disciplina relacionada a esse tema dentro da própria

faculdade. Porém essa abordagem a problemática da intervenção com os PNEE’s, na maioria

das vezes, se dá de forma muito superficial durante a faculdade, sendo necessário um

incremento dentro desse conhecimento através de cursos e leituras que poderão fazer a

diferença no socorro, na contenção, enfim na intervenção do educador junto à pessoa

portadora de necessidades especiais.

Talvez o reflexo dessa desinformação por parte de alguns educadores seja a barreira

que ainda existe para alguns quando se pensa em efetivar o processo de inclusão.

Quando perguntados se concordavam com a inclusão a maioria dos coordenadores se

mostrou receptivo ao desafio, três deles concordam com a inclusão dos PNEEs dentro dos

29

29

núcleos do projeto segundo tempo, porém todos se referirem as condições precárias de

trabalho proporcionadas para realização das atividades educacionais e como será difícil

conseguir essa inclusão dentro dessa realidade.

Aqui vale enfatizar que a inclusão de indivíduos com necessidades educativas

especiais não consiste apenas na permanência dessas pessoas junto aos demais alunos, nem na

negação dos serviços especializados àqueles que necessitam. O processo de inclusão deve ser

entendido como uma nova organização social, onde as diferenças se tornem normais e onde

cada ser possa ser estimulado e provocado a desenvolver suas capacidades até os limites que

lhes são inerentes.

O coordenador que não concorda com essa visão, alega que a infra-estrutura do

projeto não atende nem mesmos os alunos ditos “normais” e seria uma utopia pensar em uma

plena inclusão dos PNEEs dentro do projeto.

Os coordenadores também foram questionados se dentro dos núcleos em que

trabalham se pratica a inclusão, e apenas um deles afirmou que isso seria uma realidade

dentro do núcleo.

Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter conhecimento das mais

variadas diversidades, o que é possível ser trabalhado, ou o que a criança já possui de

conhecimento, como também e principalmente, respeitar suas limitações, reconhecendo suas

diferenças e ressaltando suas potencialidades. CARNEIRO (1997, p.33) cita que "os

portadores de deficiência precisam ser considerados, a partir de suas potencialidades de

aprendizagem. Sobre esse aspecto é facilmente compreensível que a escola não tenha de

consertar o defeito, valorizado as habilidade que o deficiente não possui, mas ao contrário,

trabalhar sua potencialidade, com vistas em seu desenvolvimento".

Dentre os que responderam que não, mais uma vez o motivo da não prática da

inclusão seria a falta de condições de trabalho para os profissionais.

Outra pergunta feita aos entrevistados foi a respeito do acesso dos professores aos

diagnósticos dos alunos deficientes que freqüentam o núcleo.

Dos coordenadores questionados, três responderam que têm acesso aos diagnósticos

dos alunos portadores de necessidades especiais, porém esse acesso se dá, na maioria das

vezes, de forma verbal em conversas com os pais dos alunos, não existe uma avaliação formal

dentro dos núcleos. É extremamente importante que o professor tenha acesso ao diagnóstico

detalhado sobre a condição do aluno especial, pois sendo assim o profissional terá respaldo,

segurança e estará preparado para uma intervenção mais eficiente.

30

30

Milhões de brasileiros PNEEs não saem de casa porque tem dificuldade em circular

sem a ajuda de algum parente ou amigo. Uma massa que está marginalizada quando poderia

estar atuando em condições de igualdade dentro do meio social. Nos núcleos do programa

segundo tempo não é diferente.

Todos os núcleos do projeto segundo tempo que estão funcionando em Santa Maria

possuem instalações precárias, muitas vezes apenas com um campo de futebol de terra. Não

possuem rampas ou corrimões ou até mesmo banheiros adequados para os PNEEs.

Deve-se compreender e respeitar o direito de ir e vir que pertence àquelas pessoas que

não encontram rampas em calçadas, elevadores em alguns prédios e ônibus, corrimões para

facilitar os acessos previstos para os mesmos, portas largas em estabelecimentos entre outros

Outro problema na condição de trabalho dos profissionais dos núcleos do programa

segundo tempo em Santa Maria é a falta de materiais adaptados às necessidades dos

deficientes. Todos os coordenadores questionados responderam que não há materiais

adaptados para serem utilizados pelos alunos PNEEs. O que ocorre na verdade é a adaptação

dos portadores de necessidades especiais aos materiais oferecidos para as práticas esportivas e

recreativas dentro do núcleo. O aluno PNEE simplesmente se mistura aos demais alunos

durante a execução das atividades.

Por fim não há previsão para que o projeto aumente a demanda de matrículas para os

PNEEs ou melhore suas instalações para recebê-los.

Dos coordenadores questionados um respondeu que não há previsão de aumento de

matriculas para alunos PNEEs e os outros três não souberam responder.

Aqui vale registrar a principal reclamação entre os coordenadores, que seria a

incerteza da continuidade dos trabalhos desenvolvidos dentro dos núcleos do segundo tempo.

Na passagem de um ano para o outro cada núcleo deve renovar o convênio firmado com o

governo, para garantir as verbas que viabilizam o funcionamento das unidades do programa

segundo tempo.

Segundo os coordenadores entrevistados existiam diversos núcleos na cidade satélite

de Santa Maria, porém a grande maioria deles não está funcionando. Ainda não estão com os

seus convênios renovados o que diminui sensivelmente a oportunidade de acesso não só dos

especiais como de toda comunidade

9- Considerações finais

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31

Através da pesquisa realizada com os coordenadores do projeto Segundo Tempo do

Governo Federal, na cidade satélite de Santa Maria – DF, pode-se caracterizar o perfil dos

núcleos em relação aos alunos PNEEs.

Pode-se perceber que há um porcentagem muito pequena alunos PNEEs incluídos nos

núcleos da cidade satélite de Santa Maria – DF, apesar de ser uma das cidades satélites do DF

com maior número de pessoas especiais, já que um dos critérios utilizados para distribuição

de lotes naquela região era justamente a preferência de ceder áreas para as famílias onde

algum membro fosse pessoa portadora de necessidades especiais.

O relacionamento dos PNEEs com os alunos ditos normais em sua maioria não é bom,

embora muitas vezes a discriminação sofrida por essas pessoas seja camuflada, percebida em

pequenas atitudes das crianças que movidas por um espírito de competição e individualismo

vigente na sociedade, tendem a isolar esses colegas por conta de suas limitações.

Os professores dos núcleos já ouviram falar sobre inclusão, porém a metade não

recebeu orientação sobre intervenção dos alunos PNEEs. E os que trabalham com esses

alunos admitem sentir dificuldades para trabalhar com os especiais. O acesso aos diagnósticos

dos alunos não é muito confiável, pois o mesmo é feito, em sua maioria, através de conversas

informais com os pais, isto quando estas conversas existem.

A maioria concorda com a inclusão dos alunos PNEEs, apesar de admitirem que não

se pratica a inclusão em grande parte dos núcleos em que trabalham. A principal dificuldade

para a prática da inclusão, para a maioria dos profissionais, está nas limitações existentes nas

instalações dos núcleos. Em todos os núcleos existem barreiras arquitetônicas para o acesso

dos alunos PNEEs, também não há materiais adaptados para esses alunos.

Por fim, a maioria não há previsão para aumento de demanda de matrículas para os

alunos PNEEs e nem melhores instalações para recebê-los.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação assegura aos portadores de necessidades

especiais (portadores de deficiências) o direito a freqüentar a escola pública mais próxima de

sua casa, juntamente com as demais crianças e adolescentes. Os professores devem ser

preparados para trabalhar com esses alunos sem precisar separá-los do restante da classe. Na

prática, porém, os governos dão pouca atenção ao assunto e dificilmente se encontra uma

escola pública preparada para receber alunos com necessidades especiais.

Com o projeto segundo tempo não foi diferente., É necessário que se iguale as

oportunidades oferecidas, pois existem no Distrito Federal unidades do projeto onde o aluno

recebe todo tipo de acompanhamento necessário para o seu desenvolvimento (quais são elas?)

e outras unidades, como as de Santa Maria, que estão ao descaso das autoridades.

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O programa segundo tempo é uma iniciativa maravilhosa que deve e merece ser

aperfeiçoada e melhorada, afim de ajudar não só os especiais, mas todos que vivem à margem

da sociedade, proporcionando-lhes igualdade de condições e oportunidades respeitando os

limites inerentes a cada ser humano como ser único.

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33

10- Referências Bibliográficas (destacar o título do livro)

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Campinas: Papirus Editora, 2004.

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Pós-Doutorado em Educação Especial) - Programa de Pós-Graduação em Educação

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36

36

11- APÊNDICES

QUESTIONÁRIO

1 – Quantos alunos são atendidos neste núcleo do projeto? __________. Quantos alunos são

PNEES (Portadores de Necessidades Educacionais Especiais)? __________

2 – Como é o relacionamento dos PNEES com os demais alunos do projeto?

( ) Ruim

( ) Regular

( ) Bom

( ) Ótima

( ) Não há alunos PNEES

3 – Os professores que atuam nos núcleos do projeto já ouviram falar em inclusão?

( ) Sim

( ) Não

4 – Os professores receberam alguma orientação sobre intervenção com os PNEES?

( ) Sim

( ) Não

5 – Você concorda com a inclusão dos PNEES no projeto Segundo Tempo?

( ) Sim

( ) Não

6 – Você acha que se pratica a inclusão no núcleo em que trabalha?

( ) Sim

( ) Não

7 – Os professores tem acessos aos diagnósticos dos PNEES que freqüentam este núcleo?

37

37

( ) Sim

( ) Não

( ) Não há alunos PNEES

8 – As instalações do local permitem o acesso dos PNEES?

( ) Sim

( ) Não

9 – Existem materiais adaptados para serem utilizados pelos PNEES?

( ) Sim

( ) Não

10 – Há previsão para que o projeto aumente a demanda de matrículas para os PNEES e

melhore suas instalações para recebê-los?

( ) Sim

( ) Não