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“Se pensas que a Internet modificou a tua vida, pensa outra vez. A Internet das Coisas está prestes a modificar tudo outra vez.”Brendan O’BrienARQUITETO CHEFE & CO-FUNDADOR,

ARIA SYSTEMS

P.04A transformação digital não é uma opçãoJoão Caboz SantanaAICEP

P.06Em 2017, aconteceu…

P.08Atividades AICEP 2017

P.32A transformação digital exige comunicações eletrónicas modernas e competitivasJoão Cadete MatosANACOM

P.35Datas a reter 2017

EVENTOS

P.36Visão, Missão e Estratégia

P.22Correios: a reinvenção de uma empresaGuilherme Campos JúniorECT

P.25Os grandes desafios na Era da Indústria 4.0José Luís LivramentoCVT

P.28RTP: 60 Anos de credibilidade e inovação no serviço público de médiaGonçalo ReisRTP

P.38Orgãos Sociais e Equipa

P.40Lista de Membros

P.42AICEP em Números

A transformação digital não é uma opção

O digital, suas dimensões, benefícios, oportunidades e riscos foi o tema geral do plano de atividades da AICEP em 2017, com vários enfoques de acordo com a natureza de cada um dos eventos que realizámos – regulação na sociedade 4.0; o digital; pagamentos digitais; informação digital nos novos media; Internet das coisas; big data; entre outros – e que teve como objetivo proporcionar uma ampla reflexão e debate sobre esta nova Era em que vivemos e trabalhamos, sobre a 4.ª Revolução Industrial.

O mundo está a mudar a um ritmo acelerado. Todos os dias

surgem novas tecnologias que mudam a forma como comunicamos, como fazemos negócios ou interagimos com o que nos rodeia. Vivemos num mundo mais interligado, em que computadores, smartphones, tablets, redes sociais, ligações wireless, mobilidade, navegação na nuvem e mensagens instantâneas são parte intrínseca das nossas rotinas diárias e em que nos próximos anos o número de coisas ligadas à Internet e entre si vai crescer exponencialmente. Já está, de resto, a crescer.

As gerações mais jovens cresceram – e continuam a crescer – sob a influência do digital e estão intimamente familiarizadas com a tecnologia, o que está a conduzir o mundo para uma nova era digital que abre possibilidades sem precedentes

para as pessoas e para as organizações. Existem vários benefícios

significativos na adoção do digital, o que representa atualmente um maior leque de oportunidades para todos os que procuram a transformação digital. Por outro lado, para os que não adotarem o digital, o futuro será incerto, mais difícil e estarão expostos a grandes riscos de negócio.

Neste contexto, é muito importante compreender porque é que as empresas e organizações se devem manter na era digital (aquelas que já estão) e devem entrar na era digital (aquelas que ainda não o fizeram) e quais são as suas dimensões, os seus benefícios, as suas oportunidades, mas também os seus riscos, em suma, os pontos fortes e fracos relevantes que têm que ser abordados rapidamente de modo a evitar colocar em perigo o seu futuro no mundo digital e, pelo

contrário, que permitam prosperar num futuro digital. Foi isso que a AICEP procurou proporcionar a todos os seus membros e participantes nas suas atividades em 2017.

A transformação digital é um processo complexo que cria algumas incertezas que é indispensável combater; é preciso haver disponibilidade para correr riscos; aprender-se com os erros e tomar medidas reiteradas de forma a implementar-se uma nova cultura, novos processos e novas e melhores tecnologias que permitam às empresas competir nos mercados modernos em que atuam. A falta de ação hoje terá um impacto significativo no futuro. Assim, é imperioso agir e coordenar esforços entre as organizações para garantir que aderem ao digital e que estão preparadas para os muito competitivos e exigentes anos futuros, em que, numa nova realidade, a forma como interagimos socialmente e como nos comportamos é diferente, pois, o digital, de certo modo, não é uma continuação ou desenvolvimento “do como se tem feito”, mas uma nova forma de fazer.

E tudo isto afeta também naturalmente as atividades dos operadores de correios e encomendas, de telecomunicações e comunicações eletrónicas e de conteúdos, e dos respetivos reguladores sectoriais em todo o mundo e, portanto, também no Mundo Lusófono.

Ainda que a ritmos diferentes, todos vamos começando a fazer parte deste novo mundo, o mundo da Internet das Coisas, catalisador da adoção de soluções digitais e inteligentes que contribuem para a resolução de desafios em diferentes vertentes e dimensões da nossa sociedade, com especial destaque para as cidades do futuro, a mobilidade inteligente

“O mundo está a mudar a um ritmo acelerado. Todos os dias surgem novas tecnologias que mudam a forma como comunicamos, como fazemos negócios ou interagimos com o que nos rodeia.”João Caboz SantanaPRESIDENTE DA DIREÇÃO

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e autónoma, a segurança, a privacidade dos cidadãos e as disrupções potenciadas pela inteligência artificial.

Depois da Internet, a Internet das Coisas está a mudar novamente o mundo e a indústria das comunicações, na qual assumem particular destaque as atividades de correios e encomendas, as telecomunicações e os conteúdos e media e, portanto, também a AICEP não pode ficar alheada desta realidade, até porque o nosso setor não só é estruturante ao possibilitar toda a infraestrutura que está a moldar este mundo novo, como também não é imune às suas mudanças.

Os membros da AICEP estão muito atentos ao processo de transformação digital que tem estado a acontecer a nível global e não obstante os diferentes países de expressão portuguesa terem diferentes estádios de desenvolvimento, em função das diferentes realidades socioeconómicas e prioridades, o processo de transformação digital dos diferentes membros da AICEP está a fazer-se de forma diferenciada, no modo e no tempo; contudo, existem muitos elos comuns e aqueles que estão menos avançados no estádio de desenvolvimento podem seguir os processos e tendências daqueles

que se encontram mais avançados, inspirando-se, adaptando o que considerem importante e adequado, acelerando o seu processo de desenvolvimento e transformação.

O enorme potencial das economias dos países de expressão portuguesa e a dinâmica dos respetivos mercados das comunicações permite aos membros da AICEP encarar com confiança e motivação o seu futuro, bem como o processo de transformação digital já em curso por parte de muitos dos mesmos, tendo em vista poderem fazer parte em pleno e com sucesso da Economia Digital, ainda que esse processo se possa desenvolver de forma gradual e de acordo com as especificidades próprias de cada um dos países.

Mas nada há a temer. Todas as revoluções industriais marcam um período de transição na história da humanidade: depois da 1.ª revolução industrial, com o aparecimento da máquina a vapor, da eletricidade e produção em massa, associadas à 2.ª revolução industrial e ao aparecimento dos primeiros computadores pessoais e da Internet, relacionados com a 3.ª revolução industrial, chegamos agora à 4.ª revolução industrial, que tem um caráter diferente das

anteriores, uma vez que é caracterizada por várias tecnologias que possibilitam a interligação entre o mundo físico e o digital, tendo impacto em todas as áreas de atividade, economias e indústrias e que nas palavras de Klaus Schwab, Fundador e CEO do Fórum Económico Mundial “não altera aquilo que fazemos, mas muda-nos a nós.”

É este mundo novo em fervilhante evolução, esta nova Economia Digital, que a nossa associação acompanhou e procurou envolver os seus membros em 2017 através de todas as ações de formação e de cooperação para o desenvolvimento que organizou. E vai continuar a fazê-lo, com todos os seus membros, cumprindo com a sua missão e responsabilidade. Não sendo a transformação digital já uma opção, “mudemos antes que sejamos obrigados a fazê-lo” (Jack Welch). g

João Caboz, Presidente da Direção da AICEP

“Depois da Internet, a Internet das Coisas está a mudar novamente o mundo e a indústria das comunicações, na qual assumem particular destaque as atividades de correios e encomendas, as telecomunicações e os conteúdos e media e, portanto, também a AICEP não pode ficar alheada desta realidade…”

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NO UNIVERSOAICEP

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Angola Cables liga-se ao intercâmbio de tráfego NAPAfrica

CTT – Correios de Portugal ganham “Óscar” da Indústria Postal

INCM atribui aos Correios de Moçambique Licença do Serviço Postal

RTP lança aplicação de notícias para dispositivos móveis

CTT apresentam novo serviço CTT Ads

Lançamento do Projeto da Migração Digital em Moçambique

CTM lança plataforma para ajudar PME

Correios do Brasil iniciam operação na telefonia celular

Angola Cables junta-se à Microsoft para impulsionar a transformação digital em África

Correios de Macau e Regulador de Telecomunicações de Macau são agora um único organismo

Correios do Brasil apostam na criação de fulfillment centers para potencializar comércio eletrónico

Angola Telecom, Correios de Angola e as operadoras Movicel e Unitel parceiros no fornecimento de rede de Internet

Qualidade de rede CTM comprovada: uma base sólida para que Macau se torne uma Cidade Inteligente

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NO MUNDODASCOMUNICAÇÕES

A televisão está finalmente a ter o seu momento de revolução digital

Internet das Coisas: prepare-se para uma onda de novas oportunidades em estratégia de negócios

NASA está a criar uma “Internet a laser” a pensar nas comunicações entre planetas

Cabo Verde conhece a sua primeira casa inteligente

Sistema interbancário desenvolvido pela portuguesa SIBS aplicado em Timor-Leste

Mais de mil aldeias na Índia terão Wi-Fi grátis

Guiné-Bissau vai ter Televisão Digital Terrestre

Robôs, carros autónomos e chatbots podem obrigar 375 milhões a mudar de emprego

5G começa a instalar-se nos EUA em 2018. Verizon quer garantir rede em cinco cidades

Governo de Moçambique aprova licença unificada de telecomunicações

Bruxelas adota novas normas para tornar mais seguros pagamentos eletrónicos

Facebook, Microsoft, Twitter e YouTube lançam grupo de combate ao terrorismo E-commerce

revoluciona modelo de compras da indústria

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Júlia FerreiraCORREIOS DE

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João Cadetede MatosANACOM

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Inoweze FerreiraUNITEL T+

Roger FerreiraMSTELCOM

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Seminário de Regulação levou a São Tomé Membros da AICEP

Realizou-se em São Tomé (São Tomé e Príncipe), nos dias 22 e 23 de fevereiro de 2017, o Seminário de Regulação organizado pela Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP), subordinado ao tema “A Sociedade 4.0 e a Regulação: O Quê e Como?”, o qual reuniu personalidades de destaque do mundo empresarial e regulatório das áreas das Comunicações e Media dos nove países e territórios de Língua Oficial Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) que se confrontam e lidam diariamente com as novas questões colocadas pela “Sociedade 4.0”, marcada por sucessivos progressos tecnológicos na Internet, nas comunicações eletrónicas e, por força do fenómeno do digital, nas mais variadas vertentes da nossa vida.

Conforme referiu o Presidente da Direção da AICEP, João Caboz

Santana, na sessão de abertura deste seminário, “O novo paradigma digital é um novo modelo, um novo padrão que nos traz para uma nova realidade social, em que muitas das nossas atividades diárias, desde o trabalho ao lazer, se transformaram atento o modo como as concretizamos. O digital atravessa todos os setores de atividade económica: primário, secundário e terciário. E modifica a nossa vivência das coisas, a forma como interagimos socialmente e como nos comportamos. Em quase tudo, a tecnologia está a alterar radicalmente processos estabilizados e a transformá-los. O digital, de certo modo, não é uma continuação ou desenvolvimento “do como se tem

feito”, mas uma nova forma de fazer – uma 4.ª revolução industrial.”

O programa deste evento incidiu, por isso, sobre temas centrais da Sociedade 4.0, contribuindo o debate que se fez para analisar o rumo dos quadros legal e de regulação que devem ser seguidos para acompanhar esta revolução digital. g

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“O digital, de certo modo, não é uma continuação ou desenvolvimento “do como se tem feito”, mas uma nova forma de fazer – uma 4.ª revolução industrial.”

Seminário de Regulação, São Tomé

Participantes do Seminário de Regulação, São Tomé

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Assembleia-Geral da AICEP, Brasília

Assembleia-Geral Anual da AICEP

Realizou-se no dia 11 de maio de 2017, no hotel Windsor Plaza, em Brasília (Brasil), a reunião anual da Assembleia-Geral da AICEP, na qual estiveram presentes os representantes dos membros associados dos 9 países e território de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

Na referida reunião, para além de se ter aprovado o Relatório

de Gestão e as Contas relativas ao Exercício de 2016, foi também aprovada a adesão, como novo membro associado da AICEP, do operador de telecomunicações

Unitel T+ (Cabo Verde), bem como foram aprovados o Plano de Atividades e Orçamento para 2017 e ainda a realização, em Macau, em 2018, da próxima reunião da Assembleia-Geral e o XXVI Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas. g

Assembleia-Geral da AICEP, Brasília

“...foi também aprovada a adesão, como novo membro associado da AICEP, do operador de telecomunicações Unitel T+ (Cabo Verde)…”

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XXV Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas 2017O digital: dimensões, benefícios, oportunidades e riscos

Realizou-se nos dias 11 e 12 de maio de 2017, no hotel Windsor Plaza, em Brasília (Brasil), o XXV Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas 2017, sob o tema “O digital: dimensões, benefícios, oportunidades e riscos”.

Com a presença dos líderes das empresas operadoras

de comunicações (correios e encomendas, telecomunicações e conteúdos de televisão) e dos órgãos reguladores do setor, membros da AICEP, dos 9 países e território de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,

Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) que constituem o universo desta Associação Internacional, bem como de inúmeros outros ilustres participantes e convidados, e de entre estes, representantes diplomáticos dos vários países de expressão portuguesa neste XXV Fórum debateu-se “O digital:

dimensões, benefícios, oportunidades e riscos” num mundo que está a mudar a um ritmo acelerado.

O nosso quotidiano é marcado por mudanças crescentes baseadas nas novas tecnologias que alteram profundamente a nossa organização da vida, a nossa comunicação com os outros, a forma como fazemos negócios.

A nossa vida está mais interconectada, através de todos os devices que nos rodeiam, sejam smartphones, tablets, personal computers, e utilizando emails, instant messsaging e social networks estamos ligados ao mundo através de ligações wi-fi e wireless, estando as nossas mensagens, os nossos dados em databases e na cloud.

Nos próximos anos o número de coisas ligadas à Internet e entre si vai crescer exponencialmente.Já está, de resto, a crescer.

“O nosso quotidiano é marcado por mudanças crescentes baseadas nas novas tecnologias que alteram profundamente a nossa organização da vida, a nossa comunicação com os outros, a forma como fazemos negócios.”

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As empresas têm de acompanhar toda esta revolução. Também para as empresas, como para os indivíduos, a opção digital não é uma opção, é uma premissa indispensável à sua sustentabilidade. As que ainda não o fizeram têm de equacionar seriamente os impactos da sua não entrada na era digital sob pena de o seu futuro ser seriamente comprometido. As dimensões, as oportunidades, os benefícios, os riscos de não estarem na era digital têm de ser analisados sob pena de estarem a hipotecar o seu futuro. E isto independentemente dos setores de atividade, da sua história e da geografia em que se encontrem.

Os operadores de correios, de comunicações eletrónicas, de conteúdos, assim como os organismos reguladores de comunicações, ao

estarem inseridos na sociedade e em tudo o que a estrutura, organiza e impele, são obviamente afetados por todo este contexto omnipresente em todo o mundo e consequentemente no mundo lusófono.

Quais são, por isso, as tendências que se desenham para o futuro; como vai o digital continuar a modificar as vidas das organizações e das pessoas; quais as principais recomendações

para as organizações e qual a melhor forma de enfrentar os desafios, as oportunidades e os riscos, foram os temas de grande importância e atualidade objeto de reflexão e análise no âmbito dos 3 painéis temáticos – (i) “Os correios e encomendas: desafios e oportunidades da transformação digital | novos serviços e otimização da rede postal”; (ii) “Desafios e oportunidades da transformação digital nos setores de telecomunicações, conteúdos e media”; (iii) “Estado e Tendências das Comunicações Lusófonas” – que, para além de uma prévia intervenção enquadradora, sobre “O digital: dimensões, benefícios, oportunidades e riscos” – integraram este XXV Fórum AICEP das Comunicações Lusófonas 2017. g

XXV Fórum AICEP, Brasilia Transferência da bandeira AICEP do Brasil para Macau

“Nos próximos anos o número de coisas ligadas à Internet e entre si vai crescer exponencialmente. ”

XXV Fórum AICEP, Brasilia

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MOZTECH: Presidente da Direção da AICEP afirma que as tecnologias revolucionam a forma de pensar

Por quê falar do digital? Antes de qualquer resposta, o Presidente da Direção da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP), João Caboz Santana, convidou os participantes da 4.ª edição de MOZTECH a ver um pequeno filme, no qual se sintetiza o alcance do digital na época contemporânea.

João Caboz Santana disse, no princípio da sua dissertação, que

as forças digitais não são algo de novo, embora 15% das pessoas do mundo ainda não tenham acesso à Internet.

A transformação digital já está a afetar as pessoas, a vários níveis, quer no trabalho, como no lazer e os próprios Estados começam a ser influenciados positivamente, levando à aproximação dos cidadãos e a contribuir para uma alteração de pensamento.

As tecnologias levam a uma nova forma de pensar, revolucionam o modelo de Governo, com mais transparência e a sociedade será, com isso, mais inclusiva. “As tecnologias aumentam a competitividade e aumentam o PIB dos países e, com essas ferramentas, somos mais beneficiados com as ofertas que as organizações nos oferecem”, disse.

Não obstante, o Presidente da Direção da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa assume que transformar uma empresa numa digital é um

processo algo complexo. É preciso ter coragem e audácia e que se invista, contratando pessoas competentes que possam trabalhar e inovar com liberdade. As organizações devem desenvolver plataformas que possam alcançar essa escala.

Rescaldo MOZTECH Edição 2017Num tempo em que a tecnologia

tem ganho espaço no mercado moçambicano, iniciativas como a MOZTECH mostram que o país não está indiferente às tendências tecnológicas desta nova Era.

Decorreu nos dias 24 a 26 de maio, a 4.˚ Edição da MOZTECH (Feira de Tecnologias e Comunicação de Moçambique), cujo maior objetivo é contribuir para o desenvolvimento e transformação do país, colocando a tecnologia ao serviço do seu povo.

Nesta edição, a MOZTECH contou com 46 oradores nacionais e estrangeiros. Pontos de partida e tendências, uma nova forma de viver e uma nova forma de fazer negócios foram alguns pontos debatidos durante estes três dias.

No século XVIII, Jean-Baptiste Say define o Empreendedor como alguém que inova e é agente da mudança, dedicando-se à criação de novas empresas e seu gerenciamento. Nesta edição, o evento contou com empreendedores moçambicanos e de outros países que deixaram ficar as suas experiências. E o público teve a oportunidade de interagir com os painelistas, onde falaram dos desafios de empreender no país, principalmente na área de tecnologia. g

“As tecnologias aumentam a competitividade e aumentam o PIB dos países e, com essas ferramentas, somos mais beneficiados com as ofertas que as organizações nos oferecem”

Jantar de Gala, MOZTECH 2017, MaputoJoão Caboz Santana, Presidente da Direção da AICEPMOZTECH 2017, Maputo

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Pagamentos digitais: o desafio da invisibilidade

Estamos perante um novo contexto digital, no qual o consumidor está sempre ligado, através de um complexo ecossistema multicanal e multidevice, no qual a entrega de uma experiência de usabilidade homogénea e distintiva é cada vez mais difícil.

Os pagamentos evoluíram de um sistema tradicional de cartões,

razoavelmente simples e “invisível”, para uma multiplicidade crescente de soluções digitais, em paralelo com uma evolução da jornada de consumo para uma maior fragmentação e personalização, espalhada por diversas Apps e plataformas.

Neste contexto, o desafio de recuperar a simplicidade dos pagamentos passa por criar soluções integradas com as novas jornadas de consumo, seamless, seguras e cómodas, ou seja, “invisíveis” para o consumidor, ao mesmo tempo que se disponibilizam escolhas alinhadas com os hábitos locais de pagamento e suficientes para satisfazer todos os segmentos.

Foi sobre tudo isto que, no dia 11 de julho de 2017, Ricardo Chaves,

Diretor do Departamento de Gestão Comercial da SIBS: Forward Payment Solutions conversou com a AICEP e os seus membros e partilhou o seu saber e experiência sobre este importante e muito oportuno tema.

Moderada por Alberto Pimenta, Diretor de e-Commerce dos CTT – Correios de Portugal, esta conferência foi transmitida online para todo o mundo e entusiasmou o público presente no Auditório dos CTT – Correios de Portugal, em Lisboa, no Auditório da ZAP, em Luanda, no Auditório do IFT/TDM, em Maputo, e no Auditório da CV Telecom, na cidade da Praia, tendo permitido a todos os participantes oriundos das empresas operadoras de conteúdos, de telecomunicações e de correio e encomendas e dos

órgãos reguladores portugueses, angolanos, cabo-verdianos e moçambicanos, membros da AICEP, fazerem uma importante reflexão e intenso debate sobre um tema que não poderia ser mais oportuno para o setor das comunicações no atual contexto digital. g

“O desafio de recuperar a simplicidade dos pagamentos passa por criar soluções integradas com as novas jornadas de consumo…”

Conversas AICEP, Lisboa | Luanda | Maputo | Praia

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Fake news & fact checking – desafios à informação digital nos novos media

“Fake News”. Verdade ou mentira? Num mundo cada vez mais digital, o consumo de informação tem passado muito, nos últimos anos, pela Internet. E sempre a aumentar. No computador ou no telemóvel, estamos constantemente em contacto com o que se passa no globo. Seguimos, lemos, vemos e ouvimos mais notícias do que em qualquer outro momento da história. Com tudo o que de bom isso representa, mas também o mau.

Nesta conferência internacional realizada no dia 10 de outubro de

2017, avaliou-se a facilidade com que se propaga informação falsa. E com ainda mais facilidade com que essa informação é partilhada. Que efeito é que isso tem para a sociedade e para todos nós? Perante esta realidade, o que podem os jornalistas fazer para combater este “vírus” de informação falsa? Que cuidados devem ter? Que ferramentas temos para certificar a autenticidade do que é mostrado,

dito ou escrito? E numa altura em que a publicidade se transfere para os meios digitais, com empresas como a Google e o Facebook a receberam a maior parte do investimento, será que os meios tradicionais de comunicação social vão sobreviver? A falta de investimento está já a originar uma perda de qualidade?

Foi sobre tudo isto que Alexandre Brito, jornalista, sub-diretor de informação e responsável pela área digital da RTP – Rádio e Televisão de Portugal conversou com a AICEP

e os seus membros e partilhou o seu saber e experiência sobre este importante e muito oportuno tema.

Moderada por José Lopes de Araújo, Diretor Institucional da RTP – Rádio e Televisão de Portugal, esta

Conversas AICEP, Lisboa | Luanda | Maputo | Praia | São Tomé

“E numa altura em que a publicidade se transfere para os meios digitais, com empresas como a Google e o Facebook a receberam a maior parte do investimento, será que os meios tradicionais de comunicação social vão sobreviver?”

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Conversas AICEP, Lisboa | Luanda | Maputo | Praia | São Tomé

conferência foi transmitida online para todo o mundo e entusiasmou o público presente no Auditório da RTP – Rádio e Televisão de Portugal, em Lisboa, no Auditório da ZAP, em Luanda, no Auditório do IFT/TDM, em Maputo, no Auditório da Unitel T+, na cidade da Praia, e no hotel Omali, em São Tomé, tendo permitido a todos os participantes oriundos das empresas operadoras de conteúdos, de telecomunicações e de correio e encomendas e dos órgãos reguladores, portugueses, angolanos, cabo-verdianos, moçambicanos e Santomenses, membros da AICEP, fazerem uma importante reflexão e intenso debate sobre um tema que não poderia ser mais oportuno para o setor das comunicações no atua contexto digital. g

A AICEP esteve presente no 23.º Congresso da União Postal das Américas, Espanha e Portugal (UPAEP), realizado na Cidade do México, entre os dias 18 e 20 de setembro de 2017.

Dada a ocorrência, no primeiro dia do Congresso, de um forte sismo no México que causou mais de duzentas mortes no país, das quais quase uma centena na Cidade do México, e em solidariedade com o povo mexicano, foi decidido unanimemente pelos membros da UPAEP (os quais incluem a ECT – Correios do Brasil e os CTT – Correios de Portugal) suspender os trabalhos do Congresso, que foram reassumidos na semana de 20 a 23 de novembro de 2017, em Montevideo, no Uruguai.

O Congresso foi antecedido por uma Conferência de Alto Nível da UPAEP, realizada a 18 de setembro, cujo primeiro painel dedicado à situação global do setor postal foi moderado pelos CTT – Correios de Portugal. g

Alexandre Brito, jornalista, sub-diretor de informação e responsável pela área digital da RTP

Mesa do 23.º Congresso da UPAEP, Cidade do México

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PROJEP 2017: “Marketing na Sociedade 4.0”

Realizou-se nos dias 16 a 18 de outubro de 2017, em Lisboa (Portugal), no Auditório dos CTT – Correios de Portugal, mais um Programa para Jovens de Elevado Potencial (PROJEP) organizado pela Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP), este ano com o tema “Marketing na Sociedade 4.0”.

Este programa reuniu Dirigentes, Quadros e Técnicos de Elevado

Potencial das empresas operadoras de Comunicações (Correios e Encomendas, Telecomunicações e Conteúdos de Televisão) e dos Órgãos Reguladores do Setor, Membros da AICEP, dos 9 Países e Territórios de

Língua Oficial Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) que constituem o universo desta Associação Internacional.

A inovação tecnológica está a transformar de forma alucinante

a forma como se comunica e como se fazem os negócios e todos os dias surgem novas ferramentas que induzem comportamentos diferentes e condicionam uma mudança de paradigma do marketing.

O poder dos consumidores alterou-se radicalmente, sendo mais exigentes, estando mais informados e dispondo de acesso fácil, em qualquer lugar e a qualquer hora, a uma extraordinária riqueza de conteúdos, quer por via de canais média, quer através de redes sociais.

Neste contexto, a competitividade das organizações exige que se reavaliem os modelos de negócio de modo a que consiga dar resposta rápida às necessidades dos clientes e dos restantes stakeholders.

Com este programa pretendeu-se focar a transformação do marketing numa sociedade digital e a sua

PROJEP 2017, Lisboa

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integração com os modelos de comunicação tradicionais, fazendo a ponte entre o conhecimento e as melhores práticas.

Social media marketing, search engine optimization, design thinking, medição e monitorização do retorno das iniciativas e soluções integradas multicanal foram, entre outros, os temas abordados e trabalhados no âmbito deste programa inovador, durante os 3 dias em que o mesmo se realizou, permitindo aos seus participantes e, assim, às suas respetivas organizações, designadamente:

• Compreender a mudança de paradigma da sociedade e do consumidor;

• Conhecer as oportunidades do mercado e os riscos/potenciais digitais;

• Avaliar o poder das redes sociais e dos seus diversos impulsionadores;

• Projetar e medir as campanhas de marketing social e viral;

• Integrar estratégias de marketing online e offline;

• Maximizar a rentabilidade através de ferramentas digitais de preços e estratégias;

• Desenvolver meios para alavancar tecnologias para criar soluções de realidade aumentada; e

• Explorar novas tecnologias para criar novos mercados.

Este programa incidiu, por isso, sobre um tema central da Sociedade 4.0, tendo o trabalho e debate realizados contribuído para analisar o rumo do marketing que deve ser seguido para acompanhar esta revolução digital. g

PROJEP 2017, Lisboa

Participantes do PROJEP 2017, Lisboa

“A inovação tecnológica está a transformar de forma alucinante a forma como se comunica e como se fazem os negócios…”

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Operadores Postais Lusófonos e da América Latina reuniram-se em Lisboa para a 9.ª edição do PDRH

Nos dias 6 a 16 de novembro, os CTT – Correios de Portugal realizaram mais uma edição, a nona, do seu PDRH – Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos.

Criado em 2007, o PDRH é um programa de formação único

a nível mundial, destinado a quadros superiores dos CTT e dos operadores postais de Língua Oficial Portuguesa e da América Latina. Tem por objetivo dotar os participantes de um conhecimento transversal sobre a atividade postal, preparando-os para criar, desenvolver, gerir e avaliar projetos nas diversas áreas do setor, bem como para mobilizar equipas e grupos de trabalho.

A 9.ª edição do PDRH permitiu aos 20 participantes, oriundos de 11 países – Angola, Argentina, Cabo Verde, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Moçambique, Paraguai, Portugal, S. Tomé e Príncipe e Venezuela – conhecer a realidade de uma das melhores empresas de correios

e encomendas do mundo e versou um tema específico: a “Oferta Postal e Operações”. A singularidade deste programa é, precisamente, a diversidade da origem dos formandos. O PDRH junta realidades que, sendo distintas, têm um denominador comum: a atividade postal.

Embora a formação tenha incluído temas como o enquadramento estratégico e institucional, a Filatelia, os Produtos Financeiros, as Soluções Empresariais, a Comunicação e o e-Commerce, o programa deste ano incidiu, particularmente, sobre as áreas de tratamento, transportes, atendimento e distribuição dos correios, em geral, e dos CTT, em particular.

Os formandos tiveram, assim, a oportunidade de conhecer em pormenor o trabalho desenvolvido

“No final do 9.º PRDH, o sentimento geral foi de grande satisfação, pelos conhecimentos adquiridos e que poderão ser postos em prática nos países de origem e pelas novas amizades desenvolvidas ao longo desta formação.”

Sessão de Abertura do 9.º PDRH, Lisboa

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no Centro de Produção e Logística do Sul, nas Lojas CTT dos Restauradores e do Socorro e até de acompanhar um Carteiro do CDP 1800 Lisboa no seu percurso de distribuição diário.

No final do 9.º PRDH, o sentimento geral foi de grande satisfação, pelos conhecimentos adquiridos e que poderão ser postos em prática nos países de origem e pelas novas amizades desenvolvidas ao longo desta formação.

O PDRH foi novamente um sucesso. Recorde-se que, em 2013, o Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos dos CTT foi distinguido internacionalmente, tendo recebido a insígnia de “Muito Recomendado”, na categoria “People Management”, na 13.ª edição dos “World Mail Awards”, em Madrid (Espanha), distinção esta que foi novamente atribuída em 2016, na 16.ª edição dos referidos “Word Mail and Parcels Awards”, em Varsóvia (Polónia). g

Sessão de Abertura do 9.º PDRH, Lisboa

Participantes do 9.º PDRH, Lisboa

9.º PDRH, Lisboa

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Encontro de Altos Dirigentes 2017

Realizou-se em Ílhavo (Aveiro, Portugal), nos dias 13 e 14 de novembro de 2017, o Encontro de Altos Dirigentes 2017 da Associação Internacional das Comunicações de Expressão Portuguesa (AICEP).

Este Encontro reuniu Presidentes, CEO, Administradores, Diretores

e outros Altos Dirigentes das empresas operadoras de comunicações (correios, telecomunicações e conteúdos de televisão) e dos órgãos reguladores do setor, membros da

AICEP, dos 9 Países e Territórios de Língua Oficial Portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) que constituem o Universo desta Associação Internacional.

A Internet of Things (IoT) tem vindo a implantar-se gradualmente na maioria dos setores económicos, constituindo-se já como um pilar fundamental para a transformação digital. A utilização de uma rede de sistemas ciberfísicos que comunicam sem intervenção humana através da Internet potencia a inovação e a criação de valor, afetando transversalmente a sociedade.

A indústria das comunicações, na qual assumem particular destaque as atividades de correios e encomendas, as telecomunicações e os conteúdos e media, não podia ficar alheada desta realidade. Nesse sentido, a próxima geração de redes celulares, 5G, está a ser desenhada tendo em conta não só os requisitos

“A Internet of Things (IoT) tem vindo a implantar-se gradualmente na maioria dos setores económicos, constituindo-se já como um pilar fundamental para a transformação digital.”

Encontro de Altos Dirigentes, Ílhavo (Aveiro)

Fernando Caçoilo, Presidente da Câmara

Municipal de Ílhavo

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para comunicações de banda larga, mas também para comunicações entre dispositivos, devendo tornar-se a infraestrutura comunicacional estruturante da nova economia digital.

A IoT é já um catalisador da adoção das soluções digitais e inteligentes que vão contribuir para a resolução de desafios em diferentes vertentes e dimensões da nossa sociedade, tendo sido os desafios e as oportunidades que coloca a esta Indústria, com especial destaque na temática das cidades do futuro, da mobilidade inteligente e autónoma, das questões da segurança, da privacidade dos cidadãos e das disrupções potenciadas pela inteligência artificial, o foco do “Encontro de Altos Dirigentes” (EAD) deste ano, potenciando a partilha de conhecimento entre todos os intervenientes. g

Encontro de Altos Dirigentes, Ílhavo

Participantes do Encontro de Altos Dirigentes, Ílhavo

Fábrica da Vista Alegre, Ílhavo

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Correios: a reinvenção de uma empresaGuilherme CamposPRESIDENTE DA ECT

– CORREIOS DO BRASIL

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“Os Correios precisaram se reinventar e desenvolveram novos produtos e serviços para atender às necessidades de seus usuários e de seus clientes. ”

O mundo mudou e essas mudanças têm se tornado cada vez mais constantes e velozes.

Em um tempo recorde, tudo se torna obsoleto e se não conseguimos acompanhar essas transformações, acabamos ficando à parte do mundo digital que nos cerca, da realidade tecnológica em que estamos inseridos atualmente.

Assim ocorreu com os Correios brasileiros nos últimos 10

anos. Deixámos de fazer nossa parte e acompanhar a evolução dos principais operadores postais do mundo. Por falta de investimentos em novas tecnologias e em diversificação dos negócios, acabámos ficando para trás e, hoje, precisamos correr contra o tempo, não apenas para manter nosso posicionamento no mercado postal, mas também para nos estabelecermos em outros mercados, cada vez mais modernos e competitivos.

A queda do volume postal é uma realidade. No Brasil, somente nos últimos dois anos, o volume de cartas caiu em mais de um bilhão. Enfrentamos mercados concorrenciais que se reinventam a todo momento para atender às necessidades de comunicação entre as pessoas, que, num paradoxo, estão cada vez mais distantes geograficamente e mais próximas digitalmente. Hoje, mensagens são trocadas em frações de segundos entre indivíduos a milhares de quilômetros de distância por meio de aplicativos no celular. As cartas caíram em desuso, as pessoas têm pressa em se comunicar e precisam de novos meios para isso.

Pensando nesse contexto, os Correios precisaram se reinventar e desenvolveram novos produtos e serviços para atender às necessidades de seus usuários e de seus clientes.

Desenvolvemos uma nova política comercial mais eficiente e competitiva, que estabelece um modelo padronizado de relacionamento

comercial, com maior agilidade no processo de negociação e melhoria da percepção de valor dos clientes em relação à prestação de serviços dos Correios. Essa política vem oferecendo vantagens como condições diferenciadas na prestação dos serviços, consultoria nos aspectos comerciais, operacionais e tecnológicos e resposta mais assertiva às demandas dos clientes finais.

No e-commerce brasileiro, um mercado altamente atrativo e concorrencial, tivemos um crescimento significativo e hoje somos seu principal parceiro. Desenvolvemos novos serviços e aprimoramentos técnicos voltados para o setor, como a ferramenta Entrega Interativa, que atualmente permite ao cliente receber alertas SMS com os status da encomenda; além das soluções alternativas de entrega, que visam diminuir as tentativas frustradas de entrega ou atrasos, entre elas

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o Clique e Retire, que permite ao cliente definir, previamente, a agência em que gostaria de retirar o seu objeto. Assim, ele pode optar por um endereço que seja mais cômodo. São sete mil unidades disponíveis, entre elas, agências com horário estendido. Tudo isso nos leva a sermos responsáveis por 40% do mercado de encomendas no Brasil e a termos 70% de participação no e-commerce.

Para melhorar ainda mais a experiência de nossos clientes, disponibilizamos mais de 50 mil dispositivos móveis para os carteiros que, agora, realizam as entregas com mais segurança, agilidade e eficiência. Pelo Sistema de Rastreamento de Objetos (SRO) Móvel, é possível informar ao cliente, em tempo real, se a entrega foi feita no horário, para quem o objeto foi entregue, além da foto da etiqueta com a assinatura de quem recebeu no respectivo endereço de entrega. Isso é bom para a empresa, que tem mais controle sobre os objetos a ela confiados e para o cliente, que tem a garantia de entrega do seu objeto com informações mais precisas.

A empresa também está desenvolvendo um projeto de monitoramento para as encomendas, com tecnologia de radiofrequência (RFID). Hoje são 384 antenas para o acompanhamento de cartas internacionais, instaladas em 18 unidades operacionais. Atualmente a tecnologia é utilizada na deteção e controle dos prazos de cartas-teste internacionais, mas nosso objetivo é ampliar esse monitoramento também para objetos nacionais, com a instalação de 1.962 antenas em 183 localidades. Seu uso permitirá o melhor controle da carga postal, pois monitora o tempo exato entre um ponto e outro, dentro da unidade ou entre unidades. Tudo isso para garantir nosso maior patrimônio: a confiança dos nossos clientes.

Desenvolvemos, ainda, uma parceria com a Receita Federal do Brasil para um novo modelo de importação pelo canal postal, com o objetivo de oferecer mais transparência e agilidade para o processo de desembaraço aduaneiro. Por meio de uma plataforma eletrônica desenvolvida pelos Correios, os destinatários de objetos internacionais poderão acompanhar o status das compras realizadas no exterior e até mesmo realizar os pagamentos dos tributos por boleto ou cartão de crédito, sem ter que se deslocar a uma unidade de atendimento. O novo modelo proporciona uma importante redução de custos relacionados à armazenagem e entrega final das

remessas internacionais, além de um aumento das atuais receitas desses serviços. Essa iniciativa consolida o posicionamento estratégico dos Correios como a primeira escolha do e-commerce internacional.

Em que pese isso tudo, entendemos que ainda resta muito por fazer para que os Correios permaneçam relevantes no mercado do e-commerce internacional e aproveitem em sua plenitude as oportunidades geradas pelo crescimento dessa modalidade em todo o mundo. É importante que o setor postal mundial reveja práticas e conceitos que já não atendem às necessidades dos clientes e implemente mudanças para favorecer o uso dos correios como suporte logístico do e-commerce transfronteiriço. A União Postal Universal precisa estar particularmente atenta a esse mercado e tomar decisões que permitam aos operadores designados atuar de forma ágil e eficiente no tratamento e entrega dos objetos originados pelo e-commerce. A par da readequação do portfólio e a redefinição das características dos serviços da UPU, apoiamos o alinhamento dos sistemas de remuneração para tornar os serviços internacionais mais competitivos e benéficos para exportadores e importadores. Também julgamos imprescindível que os grandes clientes e os operadores designados atendam aos padrões estabelecidos pela UPU quanto a embalagem, endereçamento e identificação dos objetos, para possibilitar que o fluxo pela rede postal se faça de forma contínua e com pleno uso das tecnologias de tratamento disponíveis.

Finalmente, no âmbito mais amplo das comunicações, destacamos a parceria com a EUTV, prestadora de Serviço Móvel Pessoal (SMP) autorizada pela Agência Nacional de Telecomunicações

(Anatel). Entramos no mercado de telefonia móvel com o Correios Celular, sem custo adicional para a empresa – na qualidade de credenciado, os Correios não precisaram fazer nenhum investimento, uma vez que toda a infraestrutura de telecomunicações ficou sob responsabilidade da EUTV, cabendo a nós a oferta de nossa rede de agências e a rede corporativa de dados já instalada na empresa bem como os empregados já contratados.

Para tudo isso, nos últimos meses fizemos elevados investimentos para aumentar nossa produtividade melhorarmos nossa qualidade operacional. Adotamos uma nova identidade corporativa que nos proporciona a visão de um novo horizonte e que nos leva a superar os desafios existentes e os que ainda estão por vir, para nos tornarmos uma empresa postal de alto desempenho, cada vez mais merecedores da confiança e da admiração dos nossos clientes. g

“Adotamos uma nova identidade corporativa que nos proporciona a visão de um novo horizonte e que nos leva a superar os desafios existentes e os que ainda estão por vir, para nos tornarmos uma empresa postal de alto desempenho.”

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Os grandes desafios na Era da Indústria 4.0José Luis LivramentoPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA CVT

– CABO VERDE TELECOM

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1. O Mundo conheceu a sua primeira Revolução Industrial à volta de 1784 impulsionada pela máquina a vapor, proporcionando a mecanização da produção.Em 1870, progredimos para a II

Revolução Industrial, com a eletricidade a promover a massificação da produção, as primeiras linhas de montagem e a divisão do trabalho.

Em 1969, a eletrónica e as ITs levam-nos à III Revolução Industrial, automatizando a produção. Entráramos na era da robótica, a primeira era digital tão bem descrita por Don Tapscott no seu livro “Economia Digital”.

Uma linda sequência, mecanização, massificação, automatização da produção. E agora?

2. Depois de um período de transição com início no ano 2000, não restam dúvidas, entramos, hoje, na IV Revolução Industrial, o Second Machine Age!Ciclos de Transformação com uma

média de cem anos, deixavam espaço a um ciclo inferior a 35 anos! Essa rapidez de transição levou um meu aluno de mestrado na Disciplina de Economia da Inovação Tecnológica a constatar que, então, ele estaria a ter a oportunidade de viver duas

revoluções industriais na sua vida! Levou logo um valor a mais pela perspicácia em identificar uma grande alavanca do mundo, hoje: a rapidez das mudanças estruturais que exige de nós uma grande capacidade adaptativa!

A BCG, Boston Consult Group, no seu estudo “Industry 4.0: The Future of Productivity and Growth in Manufacturing Industries” identifica nove determinantes desta transformação.Como se pode observar na

figura abaixo, são eles os Robôs Automatizados agora mais flexíveis e cooperativos na sua interação com outras máquinas e humanos, inspirando Erik Brynjolfsson e Andrew Mcfee no seu livro “The Second Machine Age”, o Big Data e o Analytics, com impacto nos processos das instituições, otimizando a qualidade da produção e a eficiência dos recursos na produção, a Simulação, que levará à diminuição de custos e de tempo de criação pela otimização e testes ainda na fase de conceção de produtos e processos, a Realidade Aumentada que permite a execução de tarefas à distância, como a seleção de peças ou reparações, a Integração Horizontal e Vertical de

Sistema, possibilitando a integração automatizada de uma determinada cadeia de valor, a Manufatura Aditiva, célebre pela impressão 3D, a Internet das Coisas, caracterizada por Steve Case, fundador da AOL, como a terceira vaga da Internet, o Cloud, traduzindo banco de dados com acesso a partir de qualquer parte do mundo através da Internet e, enfim, a Segurança Cibernética, resposta à necessidade de redes de comunicação eletrónica cada vez mais sofisticados e confiáveis.

Essa Transformação Digital é uma oportunidade a não perder pelos Países, Regiões, Governos, Empresas e Cidadãos, mas, ao mesmo tempo, um grande desafio para os mesmos, pois estimula o surgimento de novos negócios e torna outros obsoletos, exige novos modelos de negócio ao redefinir as cadeias de valor, alterando a forma de fazer negócios, exige novas competências e colaboração na partilha do conhecimento, pode interferir na relação de forças entre regiões, sendo sintomática a dinâmica na região asiática, aumenta a necessidade de cyber segurança, um dos grandes problemas a enfrentar, altera o relacionamento em sociedade e marginaliza aqueles que não se adaptarem à sua era.

INDUSTRY 4.0HORIZONTAL AND VERTICAL

SYSTEM INTEGRATION

SIMULATIONBIG DATA ANALYTICS

AUTONOMOUS ROBOTS

AUGMENTED REALITY

THE INDUSTRIAL INTERNET OF

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ADDITIVE MANUFACTURING

CYBERSECURITYTHE CLOUD

“Depois de um período de transição com início no ano 2000, não restam dúvidas, entramos, hoje, na IV Revolução Industrial, o Second Machine Age.”

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As Curvas-S mostram um pelotão da frente, formado pelo Cloud, Mobile, Big Data, Analytics, Visualization, IoT, Smart Machine e pelo Artificial Intelligence.

3. Entrando na esfera empresarial, o impacto da Transformação Digital está a preocupar a maioria dos executivos, com a APDC a definir, na sua edição sobre Economia Digital, 2016, quatro elementos essenciais, o primeiro a Estratégia, onde a clara definição de uma estratégia digital coerentemente integrada na estratégia global do negócio é identificada como um fator crítico de sucesso, seguida da Liderança, em que o empowerment de um líder de topo na execução da estratégia digital é de muita importância, da Cultura, em que a cultura empresarial ágil, propensa ao risco e colaborativa surge como elemento facilitador da estratégia e, finalmente, o Talento, peça-chave do necessário e complexo desenvolvimento de competências internas, ao lado da necessidade de contratar assistência externa. Um dos grandes desafios do mundo

empresarial gerados na era digital, a disrupção e novos modelos de negócio, observando, a título de exemplos, o que se passa na Aviação, com um novo modelo de negócio a ameaçar o modelo tradicional, no Setor Postal, com o correio eletrónico a destruir o correio físico, na Mobilidade, com a Uber a ameaçar os Taxistas, no Turismo, as plataformas

a substituir as Agências de Viagem, no Lazer, com a Kodak a ser destruída pela Fotografia Digital, exige dos executivos preocupações permanentes com novos níveis de Interação com o Cliente, apostando na melhoria da experiência do consumidor, com a Transformação do Modelo de Negócio pela permanente integração da inovação no negócio e com novas formas de Gestão e Organização, promovendo a eficiência na gestão e a melhoria da tomada de decisão.

No caso concreto da disrupção nos negócios tradicionais das Telecomunicações trazida pela nova era digital, a ação das OTTs como Viber, Messenger, WhatsApp, entre outros, com impacto na queda nas receitas da voz e de outras como as SMS, quebras de valor no Roaming e os novos modelos de negócio com a integração de conteúdos levam, impreterivelmente, as empresas do setor a reposicionarem-se nas novas receitas com base na inovação tecnológica acima identificada, mas também, na inovação organizativa e no marketing.

Felizmente que os geradores da transformação digital também nos dão as ferramentas para assim proceder, justificando o dualismo ameaça/oportunidade.

4. Em resumo, os fatores críticos são tornar o digital parte integrante do negócio e investir na inovação, ter em conta a tecnologia como potenciadora dos fatores de produção, transformar os modelos operativos e, nisto tudo, foco no Capital Humano, sabendo-se que ao tradicional mercado físico, o marketplace, adiciona-se, a um ritmo estonteante, o virtual, o marketspace, devendo a vantagem competitiva se configurar, simultaneamente, nos dois para ter solidez e eficácia.No tocante à ameaça que paira

sobre as profissões, permitam-me que cite o seguinte ensinamento que permanece válido e, ouso dizê-lo, permanecerá eternamente válido: nenhuma máquina será melhor do que o ser humano. As novas invenções não vieram para nos aniquilar e sim para nos ajudar a vencer os desafios contemporâneos. Não precisamos ter medo delas, precisamos incorporá-las no nosso dia a dia e extrair o máximo delas para podermos nos dedicar com mais tempo e sabedoria a algo que elas não podem fazer: “pensar” e “decidir”.

Valorização pessoal através do conhecimento é o primeiro degrau da escalada pessoal e profissional, apesar da Inteligência Artificial, em certos processos, já ganhe aos Humanos! g

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MAIN FRAME 1964: System/360 1990: System/390

CLIENT-SERVER AND PCS Server/Host 1972: SAP 1977: PC

WEB 1.0 ECOMMERCE 1969: ARPANET 1991: Public Internet 1994: Amazon

WEB 2.0, CLOUD, MOBILE 1999: Salesforce.com 2005: Web 2.0 2006: AWS 2008: iPhone Public Cloud Mainstream

BIG DATA, ANALYTICS,VISUALIZATION 1997: Big Data 2014, IDC: 4.4 Zetabytes of data

IOT AND SMART MACHINE 1999: IOT, M2M 2010: Self-driving car

ARTIFICAL INTELLIGENCE 2007: IBM Deep Blue

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RTP: 60 Anos de credibilidade e inovação no serviço público de médiaGonçalo ReisPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA RTP

– RÁDIO E TELEVISÃO DE PORTUGAL

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A RTP assinalou em 2017 a passagem do seu 60.º aniversário

E cerca de três anos depois de assumirmos a liderança da RTP e em ano de celebração temos gosto em assinalar que a RTP se recentrou numa lógica de serviço público de qualidade, de referência e de diferenciação. E fê-lo nas suas vertentes de rádio, televisão e digital numa demonstração clara que somos uma empresa global de média, assegurando a universalidade da oferta dos conteúdos nomeadamente através de novos passos dados com a distribuição pela televisão digital terrestre e por exemplo pela disponibilização gratuita online dos arquivos históricos.

E cerca de três anos depois de assumirmos a liderança

da RTP e em ano de celebração temos gosto em assinalar que a RTP se recentrou numa lógica de serviço público de qualidade, de referência e de diferenciação.

E fê-lo nas suas vertentes de rádio, televisão e digital numa demonstração clara que somos uma empresa global de média, assegurando a universalidade da oferta dos conteúdos nomeadamente através de novos passos dados com a distribuição pela televisão digital terrestre e por exemplo pela disponibilização gratuita online dos arquivos históricos.

Sentimos que a empresa está hoje mais aberta ao risco, à mudança. Está menos conservadora nesse aspeto. A RTP percebeu que para continuar a ser relevante precisava também de ter uma presença forte numa série de outros domínios, como o digital. As equipas abraçaram essa necessidade de mudança e isso faz muito bem à cultura da RTP. É importante que uma empresa com toda a carga histórica de ser o operador público evolua para um ambiente de inovação, que aprenda a trabalhar em rede, em parceria com outras entidades, em colaboração com gente jovem. Queremos, de alguma maneira tentar trazer uma cultura de start-up a uma instituição estabelecida, sólida, que está no mercado há décadas, mas que deve assumir uma forte componente de disrupção e experimentação.

Um projeto diferenciador e sustentadoApresentámos no início de 2015

e para o triénio 2015 – 2017 uma visão clara e diferenciadora. Cremos que os cidadãos valorizam que a RTP tenha um projeto distinto, com personalidade própria. A partir do momento em que apresentamos esse projeto, é mais fácil as pessoas mobilizarem-se para objetivos que estão definidos. Um dos aspetos essenciais do nosso projeto estratégico é o propósito de voltar a fazer produção a sério na RTP. Internalizar as competências de produção é revitalizar a empresa, porque utilizamos as nossas capacidades em estúdios, equipamentos e, sobretudo, pessoas. Estamos a tentar fazer

com que a RTP volte a ser a grande escola do audiovisual em Portugal.

Por outro lado, temos trazido um particular enfoque a uma estratégia própria na área de conteúdos, fazendo aquilo que os privados não estão dispostos a fazer, em formatos como documentários, programas dedicados à cultura e às artes, apoio ao cinema português e fomento da produção independente. É este também o papel específico do serviço público.

Quanto ao modelo económico da empresa, é um facto positivo que a RTP hoje não dependa do Orçamento do Estado e que viva apenas com a contribuição audiovisual e com as receitas comerciais que consegue obter. Algumas das iniciativas que temos vindo a lançar, como os arquivos online, as séries de ficção portuguesa, a TDT, implicam custos adicionais, mas temos sido capazes de prestar serviços adicionais com o mesmo patamar de financiamento. Temos conseguido encaixar essas ofertas novas no orçamento atual porque aplicámos medidas de eficiência. De qualquer modo, o custo da RTP a nível europeu é baixo. A contribuição audiovisual, que é o melhor e mais utilizado modelo de financiamento da Europa, é de cerca de 35 euros por ano por cidadão em Portugal. A média europeia é de 140 euros por ano. O nosso dever enquanto equipa de gestão é fazer o melhor possível com os recursos disponíveis e conseguimos três anos seguidos de resultados operacionais e líquidos

Portal Arquivos RTP, inaugurado por ocasião dos 60 anos da RTP (mais de 25 000 conteúdos já estão gratuitamente online)

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positivos, apesar do alargamento da oferta neste período, garantindo assim um bom nível de “value for the money” e assegurando uma rara estabilidade financeira na vida da empresa.

Um modelo de governança diverso e independenteA RTP tem um modelo de governo

rico. É um sistema que segue as

boas práticas europeias. O ponto fundamental é que a RTP seja cada vez mais vista como a televisão e a rádio do cidadão e não do Estado. O modelo de governance seguido vai nessa linha e sublinha essa filosofia. É muito interessante que haja um CGI (Conselho Geral Independente), um órgão de fiscalização, e também uma série de outras entidades, como o Conselho de

Estúdio virtual da RTP em Ponta Delgada, Açores (uma mudança de paradigma de produção)

RTP Play (de janeiro a outubro de 2017 cinco milhões de dispositivos

únicos e distintos acederam de todo o mundo ao RTP

Play. A RTP tem reforçado a sua presença online)

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“Temos apostado na inovação, no digital e no fomento de um ambiente de risco e abertura. Lançámos projetos ambiciosos na área dos arquivos online, na produção e distribuição de conteúdos.”

Opinião, a Comissão de Trabalhadores, os sindicatos, o Parlamento, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social que monitorizam, supervisionam e aconselham a atividade da RTP e o cumprimento das obrigações que decorrem do contrato de concessão de serviço público. É nosso dever ouvir, incorporar e tentar melhorar com base nessas contribuições que recebemos.

A diversidade é uma riqueza. O facto de haver vários pontos de vista, pessoas qualificadas a pronunciarem-se sobre a RTP, o facto de haver entidades que representam a sociedade civil e vários quadrantes é enriquecedor para aqueles que têm a missão de produzir diariamente ao cidadão um serviço público de audiovisual.

Com os olhos postos no futuroA inovação a par da universalidade,

independência, excelência, diversidade e transparência é um dos valores chave do serviço público de média em todo o mundo. Cabe ao operador de serviço público experimentar quer nos conteúdos quer na tecnologia e liderar os processos de transformação no audiovisual. A RTP nos últimos anos deu passos significativos nessa matéria. Desde logo correspondendo ao valor universalidade disponibilizando quatro canais na rede digital terrestre. Depois ao lançar no dia do seu 60.º aniversário um projeto único à escala europeia entre os operadores de televisão: a disponibilização gratuita ao visionamento online do seu arquivo de rádio e de televisão, memória coletiva do País nas

últimas décadas e património nacional de inestimável valor.

No digital a par da oferta cada vez mais rica e personalizada do RTP-Play e de uma crescente presença nas redes sociais, para além do lançamento de newsletters e novas apps, a RTP iniciou este ano a produção de séries de ficção feitas para a web (episódios de curta duração).

Em suma, queremos uma RTP que assuma um papel de serviço público diferenciador e que acrescente ao panorama audiovisual.

Temos apostado na inovação, no digital e no fomento de um ambiente de risco e abertura. Lançámos projetos ambiciosos na área dos arquivos online, na produção e distribuição de conteúdos. Novas iniciativas arrancam em breve, como sejam apostas estruturadas em documentários, telefilmes, continuação da edição de livros RTP acrescentando uma coleção infantil, maior personalização dos conteúdos online, dinamização da oferta internacional, programação dirigida a públicos mais jovens. Qualidade, diferenciação e inovação são as nossas metas. g

Novo Centro da RTP - Açores inaugurado em 2017 (a RTP tem vindo a fazer um forte investimento em tecnologia nos seus estúdios)

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A transformação digital exige comunicações eletrónicas modernas e competitivasJoão Cadete de MatosPRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ANACOM

– AUTORIDADE NACIONAL DE COMUNICAÇÕES

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Dimensões da transformação digital

A transformação digital é hoje uma realidade presente em todos os setores de atividade económica e em múltiplas dimensões da nossa vida em sociedade. As empresas, sejam agrícolas, industriais ou de serviços, têm vindo a basear a sua modernização e a expansão da sua atividade numa acelerada modernização tecnológica que visa tirar o máximo proveito da revolução digital em curso. Também a administração pública tem procurado exercer as suas funções de forma mais eficiente e próxima dos cidadãos através da adoção de soluções digitais. E os cidadãos, em particular as novas gerações, não dispensam as soluções digitais em diversas vertentes da sua vida, tanto no estudo, como no trabalho ou nos tempos livres, e, sobretudo, na forma como interagem entre si.

Num mundo permanente mais global e com maiores índices de

abertura e competitividade, apenas conseguirão sobreviver as empresas que souberem dar resposta rápida e eficaz aos novos desafios colocados por essa revolução, quer seja ao nível do processo de desenvolvimento da sua atividade produtiva, quer seja ao nível da comercialização dos produtos e serviços que oferecem aos seus clientes.

Através do recurso à Internet, os consumidores estão cada vez mais próximos e dispõem de uma capacidade de escolha crescentemente diversificada. De igual forma, as empresas passaram a defrontar-se com competidores à escala planetária que, através da Internet, passaram a estar presentes em todos os mercados.

O desenvolvimento de comunicações eletrónicas modernas e competitivas constitui um fator indispensável à transformação digital, de forma a não deixar empresas ou cidadãos marginalizados deste processo. O que é verdade quer à escala dos vários continentes e dos vários países, como também dentro de cada país ao nível da coesão do território, a qual é indispensável de forma a evitar a criação de bolsas económica e socialmente deprimidas, progressivamente desertificadas e que requer ações firmes e continuadas de combate à infoexclusão e à iliteracia digital.

As políticas públicas e de regulação no âmbito dos serviços de comunicações eletrónicas devem conferir uma especial atenção aos fatores que podem ser determinantes na sua modernização, nomeadamente no que respeita (i) ao desenvolvimento das infraestruturas; (ii) à inovação e concorrência nos serviços prestados; (iii) à expansão do comércio eletrónico.

Num mundo caracterizado por ofertas de serviços inovadores e disruptivos, pela convergência de serviços e redes e pela diluição de fronteiras entre mercados geográficos e de produto, importa assegurar uma melhor cooperação entre entidades reguladoras nos planos nacional e internacional.

Desenvolvimento das infraestruturasOs reguladores devem incentivar

o investimento em infraestruturas, privilegiando a promoção e regulação da partilha de infraestruturas e redes de comunicações. Por um lado, deverá ser fomentada a partilha de condutas, postes e outras infraestruturas aptas ao desenvolvimento das redes de comunicações eletrónicas. Como ficou evidente em Portugal no passado recente, com a extensão da devastação provocada pelos incêndios florestais que flagelaram várias regiões do país, importa também privilegiar o desenvolvimento de infraestruturas resilientes, nomeadamente capazes de responder às consequências decorrentes das alterações climáticas. Importa, igualmente, prosseguir a expansão das redes de próxima geração, tendo em vista a cobertura de todo o território, como foi o objetivo dos concursos públicos lançados em Portugal para a instalação e operação de “Redes de Alta Velocidade em Zonas Rurais”.

O acesso ubíquo e permanente responde à necessidade que os utilizadores sentem de aceder aos serviços de comunicações eletrónicas e de utilizar aplicações e conteúdos em todo o lado. A curto prazo, uma contribuição para o acesso mais ubíquo será a Iniciativa WiFi4EU da Comissão Europeia (CE), a qual visa promover o Wi-Fi gratuito em

serviços da administração pública, bibliotecas, parques e praças públicas até 2020. A ANACOM decidiu dar a sua colaboração a este projeto por considerá-lo uma excelente oportunidade para o desenvolvimento das redes Wi-Fi em Portugal.

Uma outra dimensão que importa sublinhar respeita à dinâmica facilitada pelos regimes implementados em Portugal ao nível das Infraestruturas de telecomunicações em edifícios (ITED) e das Infraestruturas de telecomunicações em loteamentos, urbanizações e conjuntos de edifícios (ITUR).

Inovação e concorrência nos serviços prestadosA inovação que se tem verificado nas

comunicações eletrónicas tem sido um elemento crucial na expansão da transformação digital. É neste quadro que se aproxima uma nova etapa, com a implementação do 5G, tecnologia que permitirá um uso mais intensivo dos equipamentos móveis, com maior largura de banda e menor latência do que a atual banda larga móvel.

Esta tecnologia proporcionará aos cidadãos nas suas deslocações um uso mais frequente e diferenciado da Internet e de aplicações diversas, uma aceleração na implementação da condução automatizada de frotas automóveis e uma maior eficácia em processos produtivos na indústria.

A ANACOM tem vindo a desenvolver estudos sobre formas mais flexíveis e seguras de gestão e de partilha do espetro radioelétrico, minimização de interferências, uso de

“A interação profícua entre a transformação digital e a mudança nas comunicações eletrónicas continuará a dar um contributo decisivo para a modernização e crescimento da atividade económica e a desempenhar um papel fundamental no aumento do bem-estar das sociedades.”

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equipamentos cognitivos e incentivos à cooperação entre operadores na minimização de problemas técnicos.

A implementação do 5G exige a instalação de um número elevado de antenas mais próximas do utilizador, interligadas com fibra ótica, requerendo igualmente investimento em redes fixas.

Os reguladores devem criar condições que assegurem a inovação e possibilitem o respetivo incremento e, simultaneamente, não poderão deixar de conferir máxima prioridade à definição de regras que facilitem e promovam a concorrência, a qual se tem revelado indispensável ao desenvolvimento sustentado das comunicações eletrónicas e constitui um fator primordial da defesa dos interesses dos consumidores e outros utilizadores, que desejam ter uma resposta que assegure a qualidade e ofereça preços competitivos.

São várias as iniciativas da ANACOM para salvaguardar os direitos dos consumidores e outros utilizadores dos serviços de comunicações eletrónicas e permitir que estes façam escolhas eficientes. Destacam-se a disponibilização do com.escolha (comparador tarifário) e do net.mede (ferramenta que estima os débitos de acesso e latências no serviço de acesso à Internet fixa e móvel).

Merecem igualmente destaque as medidas que podem ser desenvolvidas pelos reguladores e essa tem sido uma opção estratégica da ANACOM, em termos de regulação das ofertas grossistas, o que terá impacto no

mercado retalhista, a nível do aumento da concorrência, de uma maior diversidade de escolha e de reduções de preços para os utilizadores finais.

Expansão do comércio eletrónicoA transformação digital tem

vindo a ser acompanhada em todo o Mundo por um aumento rápido dos utilizadores de comercio eletrónico.

Para o desenvolvimento do comércio eletrónico são prioritárias respostas eficazes ao nível das comunicações eletrónicas e dos serviços postais, como tem vindo a ser assinalado pelos Grupos de Reguladores Europeus (BEREC e ERGP).

Assim, importa a implementação de medidas ao nível da transparência de preços, tais como:

• Criação de plataformas para serviços de distribuição operadas por prestadores de serviços de entrega de encomendas.

• Lançamento de sítios de Internet de comparação de preços.

• Painel de avaliação dos preços e da qualidade da entrega de encomendas relacionadas com o comércio eletrónico.

São também indispensáveis medidas ao nível da monitorização da entrega transfronteiriça de encomendas, tais como:

• Abordagem harmonizada ao enquadramento legal relativamente aos mercados de encomendas e sua monitorização.

• Definição de um quadro regulamentar claro e harmonizado

para as estatísticas das encomendas transfronteiriças.

• Criação de uma avaliação comparativa de indicadores de qualidade de serviço para a entrega de encomendas transfronteiriças.

• Reforço da cooperação entre as autoridades públicas, os reguladores setoriais, as autoridades da concorrência, os organismos de proteção de consumidores, os e-retalhistas e os prestadores de serviço de entrega de encomendas.

ConclusãoSe o desenvolvimento de

comunicações eletrónicas modernas e competitivas constitui um objetivo indispensável à transformação digital, também é indiscutível o papel que os reguladores podem ter na criação e reforço de condições que incentivem e facilitem a prossecução daquele objetivo.

A interação profícua entre a transformação digital e a mudança nas comunicações eletrónicas continuará a dar um contributo decisivo para a modernização e crescimento da atividade económica e a desempenhar um papel fundamental no aumento do bem-estar das sociedades. g

“A transformação digital é hoje uma realidade presente em todos os setores de atividade económica e em múltiplas dimensões da nossa vida em sociedade.”

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› Janeiro9 a 12 Consumer Technology AssociationLas Vegas, EUA

14 a 16 CABSATDubai World Trade Centre

25 a 27 Salon de la Radio 2018Grande Halle de la Villette, Paris, France

› Fevereiro5 a 8 Email 2018 SummitSunstar Alpine Hotel, Suiça

7 Broadcast Awards 2018Grosvenor House, Londres, Reino Unido

22 a 23 The Digicomm SummitHuntington Beach, Califórnia, EUA

25 a 27 World Mail & Express Americas (by Triangle)Miami, EUA

› Março5 a 6 Seminário de Regulação AICEPPraia, Cabo Verde

5 a 8 ABU Digital Broadcasting SymposiumThe Royale Chulan Hotel, Kuala Lumpur, Malásia

12 a 15 Satellite 2018Walter E. Washington Convention Center, Washington D.C, EUA

12 a 16 Assembleia-Geral ARCTEL + Fórum e Mostra ARCTELDili, Timor-Leste

18 a 20 Radiodays EuropeViena, Áustria

19 a 23 Fórum WSISGenebra, Suíça

20 a 22 European Post and Parcel ServicesBerlim, Alemanha

21 e 22 eDelivery ExpoBirmingham, Reino Unido

› Abril7 a 12 NAB-Conferência e ExposiçãoLas Vegas, EUA

9 a 11 TDAG (grupo consultivo UIT-D)Genebra, Suíça

16 a 20 Sessões do Conselho de Operações Postais da UPUBerna, Suíça

17 a 27 Conselho UITGenebra, Suíça

23 Assembleia-Geral AICEPMacau (RAEM)

23 e 24 XXVI Fórum AICEPMacau (RAEM)

23 a 27 Sessões do Conselho de Administração da UPUBerna, Suíça

› Maio8 a 9 Asia Media Summit, Delhi, IndiaDeli, Índia

9 a 11 MOZTECH – 5.ª Edição Maputo, Moçambique

17 e 18 IPC Annual ConferenceVancouver, Canadá

› Junho11 e 12 World Mail & Express Europe (by Triangle)Londres, Reino Unido

11 a 13 Global Media ForumBonn, Alemanha

15 a 19 Festival de Télévision de Monte-CarloMonte Carlo, Mónaco

27 a 29 Shanghai Mobile World Congress Shanghai 2018Xangai, China

› Julho 9 a 13 Global Symposium of Regulators + Regional Association MeetingGenebra, Suíça

› Setembro 3 a 9 Congresso Extraordinário da UPUAdis Abeba, Etiópia

10 a 13 ITU Telecom WorldÁfrica do Sul, Durban

20 BEREC Stakeholder ForumBruxelas, Bélgica

› Outubro9 a 11 PostExpo 2018Hamburgo, Alemanha

15 a 19 Sessões do Conselho de Operações Postais da UPUBerna, Suíça

22 a 26 Sessões do Conselho de Administração da UPUBerna, Suíça

29 a 16 novembro Conferência de Plenipotenciários (PP) da UPUDubai, Emirados Unidos

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DATAS A RETER

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Visão A AICEP é:

› A Associação das Comunicações da Lusofonia

› O Espaço de Convergência dos Parceiros do Setor das Comunicações

Missão Promover e Apoiar o Desenvolvimento Sustentável das Comunicações da Lusofonia, através de:

› Partilha de informação e reflexão

› Ações de formação

› Projetos de desenvolvimento e cooperação

› Promoção e participação em projetos de interesse comum

› Divulgação de iniciativas e de melhores práticas

Estratégia A estratégia alicerça-se em 7 pilares complementares e interativos:

› Pilares de base Em articulação entre operadores e reguladores

OperaçãoAções com vista à melhoria da

Operação dos Membros AICEP, nomeadamente, nas áreas de Rede, Gestão, Organização, Qualidade de Serviço e respetivos Meios Tecnológicos de Suporte, numa perspetiva de divulgação de boas práticas, de cooperação, de convergência e de complementaridade intersectorial.

RegulaçãoAções com vista à informação,

à reflexão e ao conhecimento dos aspetos regulatórios, designadamente: definições de obrigações de operadores, de igualdade de acesso, de regime de licenciamento e de padrões de qualidade, numa perspetiva de divulgação de boas práticas e tendo em conta uma visão integrada inserida em contextos socioeconómicos específicos.

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á 27 anos – no momento da sua constituição, em 1990 – a AICEP foi visionária e pioneira quando

integrou no seu seio os operadores de comunicações, independentemente de serem postais ou de telecomunicações, demonstrando uma clara visão de convergência e complementaridade entre as duas vertentes do setor. Foi também visionária quando congregou os seus membros, não por critérios geográficos, mas sim pela proximidade da língua e das culturas. Posteriormente, em 2000 e em 2010, na sequência de revisões estatutárias, inovou quando considerou que no desenvolvimento das comunicações, a integração no seu seio dos reguladores e posteriormente considerou que a relação entre operadores e reguladores era muito forte, complexa e interativa e que sendo órgãos distintos fazem parte do mesmo corpo que são as comunicações.

E acompanhando o natural dinamismo e desenvolvimento estratégico do setor das comunicações, nomeadamente nas telecomunicações, o qual, nos

tempos de hoje, não se pode dissociar dos conteúdos, e continuando a inovar, em 2013, com uma nova revisão estatutária, a AICEP incorporou no seu seio os conteúdos (televisão), reforçando e consolidando, assim, o seu papel de Associação representativa e cada vez mais inclusiva das várias áreas das comunicações no mundo da lusofonia. Hoje a AICEP é constituída por 34 operadores de correios, de telecomunicações, de conteúdos (televisão) e 6 órgãos reguladores de comunicações dos países e território de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste).

Somos a 1.ª Associação Empresarial dos Países de Língua Oficial Portuguesa e a única Associação Internacional que congrega correios, telecomunicações, conteúdos (televisão), reguladores, indústria e serviços, constituindo um espaço de convergência dos parceiros do setor das Comunicações, com extensos planos de formação e cooperação para o desenvolvimento. g

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› Pilares Transversais Numa visão integrada e de futuro do setor das comunicações

CorreiosAções orientadas para o apoio

aos Membros da Associação com vista ao desenvolvimento do setor postal nos respetivos Países, tanto numa adequação às estratégias postais, nomeadamente, as emanadas da UPU, como às práticas organizacionais e operacionais, bem como o apoio à preparação dos respetivos Recursos Humanos.

TelecomunicaçõesAções orientadas para o apoio ao

desenvolvimento dos Membros da Associação no que diz respeito às boas e melhores práticas do setor, bem como ao apoio à preparação dos respetivos Recursos Humanos.

Conteúdos (Televisão)Ações que tenham como

objetivo os conteúdos (televisão), o seu desenvolvimento e os seus impactos, tanto na sua vertente de produção (operadores de produção e divulgação de conteúdos de

televisão), como na sua vertente de distribuição (operadores de rede multimédia), instrumentais para a afirmação da Lusofonia no Mundo das Comunicações.

InstitucionalAções baseadas nas relações

institucionais e de parceria com as entidades e organismos das Comunicações e do Mundo da Lusofonia, com vista a ser o Parceiro natural das Comunicações Lusófonas e a ter um papel ainda mais relevante no debate de ideias, fundamental para o acrescentar de valor às atividades dos Membros da AICEP.

Responsabilidade SocialAções orientadas para 3 vertentes

significativas de responsabilidade social, designadamente, para com:

• a Sociedade e a Economia, dado o caráter estruturante das várias áreas do setor das Comunicações para o desenvolvimento socioeconómico sustentado dos países;

• os Colaboradores pelo facto de os Membros da AICEP serem, em cada país, grandes empregadores;

• o Ambiente, em virtude dos impactos do setor no ecossistema.

› Princípios da Boa Governação A Associação orientar-se-á, permanentemente, na sua gestão e ação quotidiana por uma Otimização dos Recursos e por uma melhoria da Comunicação Externa.

Otimização de RecursosOs recursos que a Associação dispõe

para a sua ação (humanos, físicos e financeiros) são objeto permanente de uma adequada racionalização e boa gestão, não só por serem escassos, mas também por forma a permitirem um retorno acrescido às contribuições quer dos Membros, quer de outros financiadores e, assim, aumentarem o valor da atividade da Associação. A permanente e adequada otimização dos seus recursos é, pois, um imperativo da boa gestão quotidiana da Associação.

Melhoria da Comunicação ExternaO universo em que a AICEP se insere,

constituído pelos seus Membros (Operadores, Reguladores, Indústria e Serviços), pelas Entidades com quem se articula estreitamente (CPLP, UPU, UIT e outros Organismos das Comunicações e não só) e pela própria Associação, desenvolve inúmeras ações, iniciativas, eventos, etc.

Importa criar, através de uma procura criativa e inovadora, novos suportes de informação para, de forma alargada e regular, divulgar e partilhar mais profunda e amplamente as iniciativas próprias e as de terceiros. Assim se desenvolverá uma coesão e cooperação mais fortes entre os seus Membros, incrementando simultaneamente a visibilidade da Associação.

Melhorar, Inovar a Alargar a Comunicação é, assim, um desígnio de toda a Associação e dos seus Membros. g

CORREIOS

TELECOMUNICAÇÕES

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RESPONSABILIDADESOCIAL

INSTITUCIONAL

Diagrama Estratégia AICEP

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A Associação é composta pela Assembleia-Geral, pela Direção e pelo Conselho Fiscal, cujos membros foram eleitos para um mandato de 3 (três) anos, na reunião da Assembleia-Geral, realizada em Lisboa, em Portugal, em 27 de abril de 2015.

Mahomed Rafique JusobMahomedVOGAL

em representação da TDM – Telecomunicações de Moçambique

José LuísLivramentoVOGAL

em representação da Cabo Verde Telecom

Guilherme Campos JúniorVOGAL

em representação da Empresa Brasileira de Correios do Brasil

João Correiade OliveiraVOGAL / ROC

SROC – Oliveira e Vergamota

Derby LauWai MengSECRETÁRIO

em representação da Direção dos Serviços de Correios e de Telecomunicações de Macau

Álvaro Damiãodos SantosVOGAL

em representação do Instituto Angolano das Comunicações (INACOM)

Valdemar JessenVOGAL

em representação da Empresa de Correios de Moçambique

Jorge FrazãoVICE–PRESIDENTE

em representação da CST – Companhia Santomense das Telecomunicações

João CabozSantanaPRESIDENTE

em representação dos CTT – Correios de Portugal

Manuel AntónioPRESIDENTE

em representação da Angola Telecom

Manuel FrexesPRESIDENTE

em representação da TVCABO MoçambiqueA

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s A par dos Órgãos Sociais, a Associação tem um Secretário-Geral e uma Equipa de Colaboradores.

Nelson GarcezCONSULTOR

Isabel TavaresCONSULTORA

Maria AlexandraPintoSECRETARIADO

Joana SintraCOMUNICAÇÃO

Lucilia Iria RESPONSÁVEL

ADMINISTRATIVA

Luís Portinha CONTABILIDADE

Rui MarquesSECRETÁRIO–

–GERAL

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S Angola

• Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola, E.P.

• Angola Telecom, EP• Angola Cables• Movicel Telecomunicações, S.A. • UNITEL, S.A.• INACOM – Instituto Angolano

das Comunicações• MSTelcom, S.A.• TVCABO Angola• ZAP Angola

Brasil

• ECT – Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos

Cabo Verde

• Correios de Cabo Verde, S.A.R.L. • CVMóvel, S.A.• CVTelecom, S.A.• UNITEL T+

Guiné-Bissau

• C.G.B. – Correios da Guiné-Bissau• Companhia de Telecomunicações

da Guiné-Bissau, S.A.R.L.• Guinétel, S.A.• ARN – Autoridade Reguladora

Nacional das Tecnologias de Informação e Comunicação

Macau

• CTM – Companhia de Telecomunicações de Macau, S.A.R.L.

• CTT – Direção dos Serviços de Correios e Telecomunicações de Macau

Moçambique

• Empresa Nacional dos Correios de Moçambique, E.P.

• TDM – Telecomunicações de Moçambique S.A.

• mCel – Moçambique Celular, S.A.• TVCABO Moçambique• Vodacom Moçambique• SOICO – Sociedade Independente

de Comunicação• TVM – Televisão de Moçambique,

E.P.• INCM – Instituto Nacional das

Comunicações de Moçambique

Portugal

• CTT – Correios de Portugal, S.A.• Fibroglobal – Comunicações

Eletrónicas, S.A.• RTP – Rádio e Televisão de Portugal,

SGPS, S.A.• SIC – Sociedade Independente

de Comunicação, S.A.• ANACOM – Autoridade Nacional

de Comunicações

São Tomé e Príncipe

• Empresa de Correios de São Tomé e Príncipe

• CST – Companhia Santomense de Telecomunicações, S.A.R.L.

• TVS – Televisão Santomense• AGER – Autoridade Geral de

Regulação

Timor-Leste

• Correios de Timor Leste• Timor Telecom, S.A.

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10,7MILHÕESde km²

255MILHÕESde falantes lusófonos

Nos 5 continentes o universo lusófono representa

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ANGOLA

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MOÇAMBIQUETIMOR-LESTE

MACAU

O mundo AICEP representa

TELECOMUNICAÇÕES

TRABALHADORES 158 200

RECEITAS 16 500 MILHÕES DE EUROS

INVESTIMENTO 1 600 MILHÕES DE EUROS

RESULTADOS 2 000 MILHÕES DE EUROS

REGULADORES

CORREIOS

CONTEÚDOS

93,7% 0,5%5,8%

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67,2% 31,5% 1,8%