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BÁRBARA DO VALE MACHADO E FANY SOUZA LINGORDO ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA EM TECIDO GENGIVAL HUMANO DE PACIENTES TABAGISTAS E DIABÉTICOS PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL NOVA FRIBURGO 2015

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BÁRBARA DO VALE MACHADO E

FANY SOUZA LINGORDO

ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS

ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA EM TECIDO GENGIVAL

HUMANO DE PACIENTES TABAGISTAS E DIABÉTICOS

PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL

NOVA FRIBURGO

2015

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BÁRBARA DO VALE MACHADO E

FANY SOUZA LINGORDO

ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS

ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA EM TECIDO GENGIVAL

HUMANO DE PACIENTES TABAGISTAS E DIABÉTICOS

PORTADORES DE DOENÇA PERIODONTAL

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia.

Orientador: Profª. Dra. REBECA DE SOUZA AZEVEDO

Nova Friburgo 2015

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BÁRBARA DO VALE MACHADO E

FANY SOUZA LINGORDO

ANÁLISE DA EXPRESSÃO IMUNOISTOQUÍMICA E DE PROTEÍNAS

ASSOCIADAS A REABSORÇÃO ÓSSEA DE TECIDO GENGIVAL

HUMANO DE TABAGISTAS E DIABÉTICOS PORTADORES DE

DOENÇA PERIODONTAL

Monografia apresentada à Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense/Campus Universitário de Nova Friburgo como Trabalho de Conclusão do Curso de Odontologia.

Aprovada em: / / 2015

Banca Examinadora

Prof. Dr. _________________________________________________________

Instituição: ______________________________Assinatura:________________

Prof. Dr. _________________________________________________________

Instituição: ______________________________Assinatura:________________

Prof. Dr. _________________________________________________________

Instituição: ______________________________Assinatura:________________

Nova Friburgo

2015

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IV

DEDICATÓRIA

Dedicamos esse trabalho primeiramente a Deus, por estar sempre presente,

proporcionando força e inspiração nos momentos difíceis, para a realização desta

conquista.

Aos nossos pais por tudo o que nos ensinaram, por todo o carinho, apoio e

principalmente por sempre acreditarem em nós, nos apoiando e ajudando em todos

os momentos. As nossas irmãs e toda família que sempre nos desejaram o melhor.

Ao Matheus que sempre nos apoiou com palavras de incentivo.

A nossa querida orientadora pelo ensinamento, disponibilidade e colaboração

demonstrada no decorrer deste trabalho. Foi um enorme prazer tê-la como

orientadora e professora. E a todos aqueles que de alguma forma tornaram possível

a realização desse grande sonho.

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V

AGRADECIMENTO

À Profa. Dra. Rebeca de Souza Azevedo pelo voto de confiança,

oportunidade, ensinamento e paciência.

A Profa. Dra. Gabriela Alessandra da Cruz Galhardo Camargo pelo auxílio

nas etapas clínicas deste trabalho.

A amiga Natalia Lucena pela amizade e companheirismo diário durante a

elaboração deste trabalho de conclusão de curso.

Às amigas Ana Paula e Daniele pelo auxílio nas diferentes etapas de

processamento laboratorial das amostras de tecido até a obtenção das lâminas que

foram analisadas.

Aos pacientes que participaram deste estudo, pela compreensão e

colaboração.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e

ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo

apoio financeiro e bolsas de estudo durante a realização deste trabalho.

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VI

RESUMO

O biofilme é o agente desencadeante da doença periodontal, porém, fatores modificadores como o tabagismo e o diabetes melito podem influenciar diretamente o hospedeiro, comprometendo sua resposta imunológica e inflamatória e o padrão microscópico do tecido periodontal. O objetivo desse estudo foi identificar a relação dos parâmetros histomorfológicos dos tecidos periodontais com o perfil imunoistoquímico de proteínas associadas à reabsorção óssea diretamente envolvidas com a doença periodontal, frente ao tabagismo e ao diabetes melito como fatores modificadores, permitindo um melhor entendimento da patogênese da doença periodontal e a influência que o tabagismo e o diabetes melito podem exercer nesta patogênese. Foram selecionadas 99 amostras de tecido gengival, sendo analisadas sob aspecto clínico, histológico e imunoistoquímico. Os resultados clínicos demonstraram a influência do tempo nas variáveis clínicas da perda tecidual. Os resultados histopatológicos evidenciaram um perfil semelhante entre os grupos com periodontite e os resultados imunoistoquímicos revelaram um perfil de ativação de osteoclastogênese nos grupos com periodontite, exceto no grupo de pacientes diabéticos. Baseado nesses resultados, a periodontite se desenvolve de forma semelhante sob todos os aspectos analisados.

Palavras-chave: doença periodontal, diabetes melito, tabagismo, imunoistoquímica, osteoclastogênese, RANK, RANKL, OPG.

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VII

ABSTRACT

Biofilm is the triggering agent of periodontal disease, but factors like smoking and diabetes mellitus can directly influence the host, compromising their immune and inflammatory response and the microscopic standard of supporting periodontal tissue. The purpose of this study was to identify the relationship between the histological and morphologic parameters of supporting and protecting tissues of the teeth with immunohistochemical profile of proteins associated with bone resorption directly involved in periodontal disease, compared to smoking and diabetes mellitus as modifying factors, allowing better understanding of the pathogenesis of periodontal disease and the influence that smoking and diabetes mellitus can play on this pathogenesis. We selected 99 samples, which were analyzed considering clinical, histological and immunohistochemical aspects. Clinical results demonstrate the influence of time on clinical variables of tissue loss. Histopathological results showed a similar profile between groups with periodontitis and immunohistochemical results revealed a osteoclastogenesis activation profile on groups with periodontitis. Based on these results, we can conclude: periodontitis develops similarly in all aspects analyzed.

Key words:periodontal diseases, diabetes mellitus, smoking, immunohistochemical, osteoclastogenesis, RANK, RANL, OPG.

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VIII

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................9

2. REVISÃO DE LITERATURA.................................................................................11

2.1. Doença periodontal.............................................................................................11

2.2. Osteoclastogênese na periodontite.....................................................................13

2.3. Relação entre tabagismo e doença periodontal..................................................16

2.4. Relação entre diabetes melito e doença periodontal..........................................18

3. MÉTODOS.............................................................................................................20

3.1. Seleção da amostra.............................................................................................20

3.2. Análise clínica......................................................................................................20

3.3. Análise histopatológica........................................................................................21

3.4. Análise imunoistoquímica....................................................................................22

3.5. Análise dos resultados........................................................................................23

4. RESULTADOS.......................................................................................................24

4.1. Perfil demográfico ...............................................................................................24

4.2. Perfil clínico.........................................................................................................24

4.3. Perfil histopatológico ..........................................................................................25

4.4. Perfil imunoistoquímico ......................................................................................29

5. DISCUSSÃO..........................................................................................................33

6. CONCLUSÃO........................................................................................................37

7. REFERÊNCIAS......................................................................................................38

8. APÊNDICES...........................................................................................................45

9. ANEXOS ...............................................................................................................47

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1. INTRODUÇÃO

A doença periodontal (DP) é um processo infeccioso que resulta em uma

resposta inflamatória acentuada de origem multifatorial de forma a comprometer os

tecidos de suporte e de proteção ao dente (LINDHE, LANG e KARRING, 2008). O

fator determinante é o acúmulo de biofilme sobre a superfície externa dos dentes,

contudo, existem fatores ambientais e sistêmicos que podem ter papel importante na

etiologia da DP, como o tabagismo e o diabetes melito (DM), que podem provocar

alterações na resposta imunológica e inflamatória do hospedeiro (RIBEIRO et al.,

2011).

A permanência do processo infeccioso em íntima associação aos tecidos

periodontais leva a ativação e a manutenção de uma resposta imune-inflamatória de

caráter crônico local, que pode levar a destruição tecidual por meio de mecanismos

que incluem a produção de proteínas envolvidas na degradação do tecido conjuntivo

e do osso alveolar constituintes do periodonto de suporte (GRAVES et al., 2008).

O tabagismo é considerado um importante fator capaz de influenciar no

desenvolvimento da DP, provavelmente pela ação da nicotina no sangue e no fluido

crevicular do paciente, que é capaz de dificultar a chegada de células inflamatórias

de defesa no tecido e sulco gengivais e de ampliar a produção de mediadores

imunológicos pró-inflamatórios e que favorecem a osteoclastogênese (CARVALHO,

SANTOS e CURY, 2008; LIMA et al., 2008; WENDELL e STEIN, 2001).

O DM é também considerado um importante fator influenciador na instalação

e progressão da DP ao promover uma alteração microvascular e, consequente

redução do número de leucócitos polimorfonucleares no sulco gengival (BRUNETTI,

2004), além de ser capaz de estimular uma maior produção e secreção de citocinas

pró-inflamatórias associadas à atividade de metaloproteinases de matriz e de

osteoclastos, atuando, portanto, no mecanismo de osteoclastogênese (MEALEY e

OATES, 2006; ALVES et al., 2007).

Dessa forma, esta pesquisa pretende avaliar comparativamente as

características morfológicas e o padrão de expressão imunoistoquímica de proteínas

associadas a osteoclastogênese – receptor de ativação do fator nuclear kB (RANK),

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do ligante do RANK (RANKL) e da osteoprotegerina (OPG) – no tecido gengival de

pacientes com DP modificada ou não pelo tabagismo e pelo DM.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Doença periodontal

A DP é altamente prevalente em indivíduos com higiene bucal deficiente e

tem como etiopatogênese uma associação multifatorial complexa. É um processo

inflamatório que acomete os tecidos de suporte ao dente em resposta à presença de

acúmulo bacteriano sobre a superfície externa dos dentes (biofilme), resultando em

um desequilíbrio entre a agressão bacteriana e outros fatores externos e a

capacidade de defesa do organismo. Caracteriza-se pela perda de inserção

periodontal devido à destruição do ligamento periodontal e pela perda do osso de

suporte (osso alveolar) (COELHO et al., 2005; GUSMÃO et al., 2005; LINDHE,

LANG e KARRING, 2008).

As características da DP expressam sinais clínicos da inflamação, como:

presença de eritema, de edema e de sangramento gengival, que em conjunto

representam um quadro clínico compatível com gengivite. Este quadro clínico pode

progredir e resultar na reabsorção do tecido ósseo alveolar com destruição do

cemento radicular e do ligamento periodontal. A progressão da doença ocorre em

surtos locais específicos ou de forma generalizada e, caso não haja tratamento,

pode levar a perda dos dentes associados (COELHO et al., 2005; KAWAMURA,

GIOVANINI e MAGALHÃES, 2005). Microscopicamente, de uma maneira geral, a

gengiva normal se caracteriza pela presença de uma inflamação discreta constituída

principalmente de plasmócitos, e que ao evoluir para a DP passa a apresentar um

infiltrado inflamatório proeminente, composto, neste momento, principalmente de

neutrófilos, macrófagos e/ou linfócitos, que passam a adquirir uma localização

perivascular (ALVES et al., 2000). Progressivamente, a DP exibe destruição das

fibras do ligamento periodontal, migração do epitélio juncional em sentido apical,

reabsorção óssea por meio de osteoclastos e formação de bolsa periodontal

(GUSMÃO et al., 2005; LINDHE, LANG e KARRING, 2008).

O biofilme, que é o fator etiológico primário da DP, é composto por diversos

tipos microbianos, que progressivamente colonizam a superfície do dente se

estendendo da superfície supragengival até a superfície subgengival, e com isso,

provocam, também progressivamente, diferentes formas de resposta inflamatória do

hospedeiro (CAWSON e ODELL, 2013). A “lesão inicial” ocorre rapidamente à

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medida que o biofilme se deposita sobre o dente. Entre 24 e 48 horas, alterações

histopatológicas vasculares podem ser evidenciadas sob o epitélio juncional. Ocorre

vasodilatação de arteríolas, capilares e vênulas, seguida de aumento da pressão

hidrostática na microcirculação e aumento da permeabilidade vascular de modo que

fluidos e proteínas exsudam para os tecidos. Neste momento, ocorre também um

aumento da migração de neutrófilos, que se depositam na região de epitélio

juncional e sulco gengival (CAWSON e ODELL, 2013; LINDHE, LANG e KARRING,

2008; SMITH, SEYMOUR e CULLINAN, 2010). A manutenção deste biofilme por

cerca de uma semana pode levar ao desenvolvimento da “lesão precoce”, que se

caracteriza pela incapacidade do hospedeiro responder a esta agressão bacteriana

e a consequente alteração no padrão inflamatório. Os vasos sanguíneos que estão

abaixo do epitélio juncional permanecem dilatados, mas ocorre um aumento em sua

quantidade (angiogênese), os linfócitos e os macrófagos passam a coexistir em

predominância com os neutrófilos, que já estavam presentes desde a “lesão inicial”.

Uma pequena quantidade de plasmócitos residentes ainda pode ser observada, e

fibroblastos começam a se degenerar (LINDHE, LANG e KARRING, 2008; PAGE e

SCHROEDER, 1976; SMITH, SEYMOUR e CULLINAN, 2010). A doença

estabelecida ocorrerá a partir da manutenção e evolução do biofilme na superfície

subgengival do dente e representa a gengivite propriamente dita. Nesta fase, ocorre

o aumento do exsudato do fluido crevicular com intensa migração de leucócitos,

particularmente os plasmócitos, que passam a ser as células inflamatórias

predominantes, e exibem uma localização superficial (próxima a papila interdentária)

e perivascular. Há perda das fibras de colágeno superficiais, contudo, a inserção

epitelial continua próxima ou na junção amelocementária e o osso alveolar e o

ligamento periodontal permanecem intactos (CAWSON e ODELL, 2013; LINDHE,

LANG e KARRING, 2008; PAGE e SCHROEDER, 1976).

O estágio final da doença pode ser conhecido como “lesão avançada” e

caracteriza a periodontite, que, assim como em todas as etapas anteriores, se

desenvolve a partir da manutenção e evolução do biofilme subgengival, que levará a

uma progressão apical contínua do epitélio juncional e, consequentemente, ao

aprofundamento da bolsa periodontal (CAWSON e ODELL, 2013; LINDHE, LANG e

KARRING, 2008; PAGE e SCHROEDER, 1976). Na periodontite, ocorre a destruição

dos tecidos de suporte do dente, fibras do ligamento periodontal e osso alveolar

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(PAGE e SCHROEDER, 1976; SMITH, SEYMOUR e CULLINAN, 2010), e este

processo pode ser desencadeado pelo biofilme por meio da ação dos componentes

bacterianos, como os lipopolissacarídeos presentes na parede celular das bactérias

Gram-negativas, ou pelo estímulo das células do hospedeiro, que, a partir da

agressão microbiana, irão secretar mediadores inflamatórios, que guiam e regulam a

resposta inflamatória passível de ser destrutiva (CAWSON e ODELL, 2013; LINS et

al., 2007; LINDHE, LANG e KARRING, 2008).

Em resumo, pode-se dizer que apesar da exposição dos tecidos gengivais

aos periodontopatógenos ser um pré-requisito para a inflamação e destruição

tecidual que ocorre na DP, apenas a sua presença não é suficiente para explicar o

início e a progressão da doença. Uma vez iniciado os processos imunológicos e

inflamatórios, várias moléculas como, metaloproteinases, citocinas, prostaglandinas

e outras enzimas do hospedeiro são liberadas pelos leucócitos, fibroblastos e outras

células residentes do tecido local (GRAVES, LIU e OATES, 2007). Embora estas

reações teciduais supostamente protejam o hospedeiro da invasão microbiana, a

estrutura organizacional do biofilme promove relativa inacessibilidade dos leucócitos

e dos fatores antimicrobianos do hospedeiro a estes microorganismos,

inviabilizando, assim, a sua eliminação (GRAVES, LIU e OATES, 2007). Com isso,

haverá uma perpetuação do processo imunológico e inflamatório, que, por

conseguinte, levará à destruição dos próprios tecidos de suporte do dente do

hospedeiro (KORNMAN e GIOVINE, 1998). É importante destacar que somado a

este fato, fatores de riscos ambientais e adquiridos, como o tabagismo e o DM,

podem agravar a resposta inflamatória do hospedeiro frente à agressão bacteriana

e, dessa maneira, favorecer o avanço da doença (KORNMAN e GIOVINE, 1998).

2.2. Osteoclastogênese na periodontite

O osso alveolar, assim como outros tecidos ósseos, é um tecido dinâmico,

que sofre constante processo de remodelação a partir da reabsorção da matriz

óssea por osteoclastos (osteoclastogênese) e subsequente deposição de nova

matriz óssea por osteoblastos (osteogênese) (BELIBASAKIS e BOSTANCI, 2012). É

um evento que pode ocorrer de forma fisiológica, em que se observa um equilíbrio

entre osteoclastogênese e osteogênese, ou de forma patológica, em que se observa

um desequilíbrio entre a osteoclastogênese e a osteogênese, promovendo uma

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maior reabsorção óssea,como a que acontece na periodontite (BELIBASAKIS e

BOSTANCI, 2012).

A inflamação que se instalou no local da periodontite favorece o processo de

reabsorção óssea mobilizando os osteoclastos, principalmente por meio dos

mediadores inflamatórios fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), interleucina 1 (IL-1)

e prostaglandina E2, que, por sua vez, irão ativar as proteínas associadas ao

processo de osteoclastogênese (YASSUDA et al., 1998).

Todo o processo de osteoclastogênese parece ocorrer a partir do

funcionamento do sistema denominado RANK-RANKL-OPG (BELIBASAKIS e

BOSTANCI, 2012; GIANNOPOULOU, MARTINELLI-KLAY e LOMBARDI, 2012), em

quea proteína RANK, o seu respectivo ligante RANKL, e a osteoprotegerina (OPG),

constituem os componentes moleculares do sistema de remodelação óssea. O

RANK está expresso em altos níveis em células precursoras de osteoclastos, e o

RANKL, que é seu ligante, é secretado por vários tipos celulares, especialmente os

osteoblastos. A ocorrência de uma ligação entre o RANK e o RANKL na superfície

das células pré osteoclásticas permitirá a diferenciação destas células em

osteoclastos, ativando, assim, o processo de osteoclastogênese. A OPG, que

também é secretada pelos osteoblastos, inibe o processo de reabsorção óssea ao

se ligar ao ligante RANKL, num evento competitivo que irá impedir que este se ligue

ao seu receptor, o RANK, inibindo, assim, o processo de osteoclastogênese

(BELIBASAKIS e BOSTANCI, 2012) (Figura 1).

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Figura 1 – Sistema RANK-RANKL-OPG.

O sistema RANK-RANKL-OPG é regulado por citocinas e hormônios, em que

a presença de proteínas, como IL-1β, TNF-α e IL-17 provocam inflamação e

favorece o mecanismo de osteoclastogênese por meio da indução da expressão de

RANKL pelos osteoblastos; enquanto a presença de proteínas, como OPG, IL-4 e IL-

10 inibem a inflamação e a osteoclastogênese por meio do bloqueio da sinalização

de RANKL direta ou indiretamente (ROSKAMP, VAZ e LIMA, 2006; SILVA, 2012).

Um resumo do funcionamento do sistema RANK-RANKL-OPG sob condições

normais e sob influência de inflamação local e a sua relação com a

osteoclastogênese encontra-se ilustrado na Figura 2.

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Figura 2 – Funcionamento do sistema RANK-RANKL-OPG em homeostase e

inflamação, destacando a sua atuação no processo de osteoclastogênese. Na

homeostase, há uma maior disponibilidade de OPG, que se liga ao RANKL,

impedindo, assim, a sua ligação com RANK e a consequente diferenciação dos

osteoclastos (lado esquerdo). Na inflamação, por sua vez, há uma maior

disponibilidade de RANKL, que ficará livre para fazer a sua ligação com RANK e a

consequente diferenciação dos osteoclastos que atuarão na reabsorção óssea (lado

direito) (MORAES, 2010).

2.3. Relação entre o tabagismo e a doença periodontal (DP)

O hábito do tabagismo está diretamente associado a diferentes alterações

patológicas, que inclui uma maior prevalência e incidência da DP (BARTECCHI,

MACKENZIE e SCHRIER, 1994). A associação entre tabagistas e a perda óssea na

periodontite não pode ser somente relacionada com a infecção causada pelo

biofilme, mas está também diretamente relacionada com a exposição do indivíduo

ao tabaco e aos seus efeitos locais e sistêmicos de forma dependente da duração

e/ou quantidade de cigarros consumidos diariamente (BERGSTROM, ELIASSON e

DOCK, 2011). Além disso, o consumo de tabaco pode também ter um efeito

mascarador dos sinais clínicos da inflamação, visto que a nicotina é capaz de

promover vasoconstricção na microcirculação do tecido gengival e de induzir o

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aumento da espessura do epitélio gengival, e com isso, é comum que o

sangramento gengival seja reduzido nos pacientes tabagistas (BERGSTROM,

ELIASSON e DOCK, 2011; CARVALHO, SANTOS e CURY, 2008; JOHNSON e

GUTHMILLER, 2007; MÜLLER, STADERMANN e HEINECKE, 2002).

Pacientes tabagistas com periodontite apresentam tendência maior à perda

de inserção, a perda óssea alveolar e ao aumento da frequência de dentes perdidos

quando comparados a pacientes com periodontite que não são tabagistas. Estes

fenômenos provavelmente ocorrem como resultado da nicotina, particularmente da

cotinina, que é o subproduto da nicotina e permanece por até 19 horas nos fluidos

biológicos, como urina, sangue e fluido crevicular, e que é utilizada como marcador

bioquímico do tabaco, pois sua análise permite que se estime o grau de exposição

passiva ou ativa ao tabaco (BERGSTROM, ELIASSON e PREBER, 1991; CHEN et

al., 2001; FIGUEIREDO et al., 2007; GONZALEZ et al., 1996; VAN DER WEIJDEN

et al., 2001).

Assim, de forma genérica, é possível afirmar que a nicotina tem sido

associada a várias alterações celulares que podem contribuir para o início e

posterior progressão da DP. E, apesar da nicotina ser capaz de aumentar o número

de células inflamatórias na corrente sanguínea, ela promove a redução do número

destas células no tecido periodontal ao induzir a secreção de epinefrina, que ativará

o sistema nervoso simpático, causando uma vasodilatação inicial, a qual se segue

uma vasoconstricção, que acaba dificultando a chegada das células inflamatórias no

tecido e sulco gengivais, comprometendo, dessa maneira, o sistema de defesa local.

Além disso, a nicotina é capaz de prejudicar a quimiotaxia de neutrófilos e

macrófagos, induzir a apoptose de neutrófilos e comprometer a fagocitose exercida

pelos macrófagos, o que aumenta a susceptibilidade a infecção microbiana

(CARVALHO, SANTOS e CURY, 2008; LIMA, 2008). A nicotina também aumenta a

produção de outros mediadores imunológicos, como TNF-α, IL-1 e IL-6, que são

mediadores pró-inflamatórios e que favorecem a osteoclastogênese (WENDELL e

STEIN, 2001).

Neste contexto, é importante destacar que é sabido que à medida em que a

infecção periodontal provoca destruição do periodonto, ocorre também uma tentativa

de reorganização dos tecidos periodontais, ou seja, há um processo de reparo

concomitante ao processo de destruição, que acontece por meio da formação de um

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novo tecido conjuntivo (GAMAL e BAYOMY, 2002). Todavia, este evento costuma

ser afetado pelo tabagismo, já que, a nicotina também altera a proliferação e a

migração dos fibroblastos, células responsáveis pela produção da matriz extracelular

do tecido conjuntivo (TANUR et al., 2000).

Diante do exposto, pode-se concluir que os pacientes tabagistas costumam

exibir maior severidade e prevalência da periodontite associada a uma menor

resposta imunológica, mas é importante que se ressalte que a diminuição do hábito

e da frequência do consumo de tabaco costuma melhorar as condições periodontais

e o processo de reparo (BERGSTROM, ELIASSON e DOCK, 2011).

2.4. Relação entre o diabetes melito (DM) e a doença periodontal (DP)

O DM consiste num grupo de doenças metabólicas caracterizadas pela

hiperglicemia resultante de falha na secreção ou na ação da insulina, podendo ser

dividido em três principais tipos: DM tipo 1 (diabetes insulinodependente), DM tipo 2

(diabetes não-insulinodependente) e DM gestacional (que ocorre durante o período

de gravidez).

Estudos epidemiológicos têm evidenciado um risco aumentado entre 3 e 4

vezes para o desenvolvimento da gengivite e da periodontite no grupo de pacientes

com DM1 ou DM2, na comparação com os pacientes não diabéticos (CORREIA,

ALCOFORADO e MASCARENHAS, 2010). O princípio básico para o entendimento

das complicações periodontais em pacientes diabéticos está na hiperglicemia e na

consequente ativação da resposta imune inata do hospedeiro, que ocorre porque o

estado hiperglicêmico afeta as funções de sinalização celular (BARBOSA, 2013).

Além disso, a hiperglicemia altera o microambiente da bolsa periodontal, uma vez

que a alta concentração de glicose no fluido crevicular afeta a composição do

biofilme, promovendo um aumento do número de bactérias anaeróbicas Gram-

negativas, que costumam estar presentes em grandes concentrações na

periodontite (GRAVES et al. ,2006).

A hiperglicemia também será responsável por promover o acúmulo de

produtos finais da glicosilação (AGEs) no sangue e, particularmente nos tecidos

periodontais. Os AGEs se formam por meio da glicosilação e oxidação de proteínas

e lipídeos e têm a capacidade de se ligar a receptores de membrana de diferentes

tipos celulares, incluindo as células endoteliais e os monócitos/macrófagos. Ao se

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ligarem aos receptores de monócitos/macrófagos, há um aumento do estresse

oxidativo celular, o que resultará numa maior produção e secreção de citocinas

inflamatórias, como TNF-α e IL-1, que estão associadas à diferenciação e a

atividade de osteoclastos e também à produção de metaloproteinases de matriz, que

são enzimas responsáveis pelo remodelamento da matriz extracelular do tecido

conjuntivo, atuando, portanto, efetivamente no mecanismo de osteoclastogênese,

contribuindo, dessa forma, para a progressão e a severidade da DP (ALVES et al.,

2007; MEALEY e OATES, 2006). É importante destacar que a formação dos AGEs

está relacionada ao tempo em que o organismo ficou exposto à hiperglicemia,

portanto, quanto maior a duração do DM e quanto pior for o controle glicêmico do

paciente, maior será a quantidade destes produtos circulando e acumulados nos

tecidos periodontais (ALVES et al., 2007).

Um resumo do papel do DM no desenvolvimento e progressão da DP

encontra-se ilustrado na Figura 3.

Figura 3 – Fisiopatologia da periodontopatia associada ao diabetes melito. Fonte:

Adaptado de ALVES et al., 2007.

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20

3. MÉTODOS

3.1. Seleção da amostra

Este é um estudo transversal que engloba as partes clínica e histopatológica

do projeto de pesquisa intitulado “Avaliação clínica, histopatológica e microbiológica

de tecido gengival humano de pacientes portadores de doença periodontal”

(aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Hospital

Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense (UFF) – CAAE

0158.0.258.000-10 – Anexo A).

Foram selecionados 99 dentes oriundos de pacientes, atendidos nas Clínicas

Odontológicas da Faculdade de Odontologia da UFF, Campus Universitário de Nova

Friburgo (FOUFF/NF), que apresentavam dentes com extração indicada por motivos

ortodônticos, periodontais ou condenados por destruição avançada de cárie,

diabéticos ou não diabéticos, tabagistas ou não tabagistas e que não tinham

realizado nenhum tipo de tratamento para a doença periodontal. Os indivíduos que,

durante a anamnese, apresentavam qualquer evidência de outros fatores

modificadores locais e/ou sistêmicos que podiam interferir diretamente na conclusão

do trabalho, como o etilismo, a osteoporose, a imunodeficiência adquirida ou

induzida, foram excluídos do estudo. As mulheres grávidas ou lactantes e os

pacientes com candidíase bucal também foram excluídos do estudo.

3.2. Análise clínica

Os pacientes foram inicialmente submetidos a um exame clínico para avaliar

a sua história médica e social e as condições de saúde bucal e periodontal – índice

de placa (IP), índice de sangramento à sondagem (SS), profundidade de sondagem

(PS), recessão gengival (RG) e nível de inserção clínico (NIC).

Após a indicação da exodontia, foram realizados os procedimentos

convencionais que seriam realizados independentes dessa pesquisa para realização

de exodontia nas dependências da FOUFF/NF. A remoção do tecido gengival foi

realizada na face vestibular e lingual ou palatina do dente selecionado, utilizando-se

lâmina de bisturi 15C inclinada em 45º por meio de uma incisão intrasulcular a 2 mm

da margem gengival e com o auxílio de uma cureta para remoção do colar gengival.

Na sequência, as amostras foram numeradas e acondicionadas em frascos plásticos

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contendo formol tamponado a 10%, onde permaneciam até o dia do processamento

histológico. Após a exodontia, os pacientes foram medicados conforme o protocolo

medicamentoso convencional para a realização de exodontia nas dependências da

FOUFF/NF e a remoção da sutura foi realizada 7 dias após o procedimento cirúrgico.

Todas as amostras removidas foram classificadas em 5 grupos de acordo

com a análise periodontal e a presença ou não do DM e do tabagismo seguindo a

Tabela 1.

Tabela 1– Grupos de estudo.

Grupo Perfil clínico e periodontal

DM+DP Pacientes diabéticos e com perda óssea (periodontite)

T+DP Pacientes tabagistas e com perda óssea (periodontite)

S+DP Pacientes não diabéticos e não tabagistas e com perda óssea

(periodontite)

S+G Pacientes não diabéticos e não tabagistas e com sangramento

gengival (gengivite)

CONTROLE Pacientes não tabagistas e não diabéticos sem qualquer DP

3.3. Análise histopatológica

As amostras de gengiva removidas foram mantidas armazenadas no formol

tamponado a 10% por pelo menos 48 horas para início das técnicas de preparação

dos tecidos para confecção das lâminas histológicas e observação ao microscópio.

Cada amostra foi analisada macroscopicamente, e após clivagem, foram mantidas

por mais 48 horas antes do processamento histotécnico por um processador

automático de tecidos. O material obtido do processamento foi incluído em blocos de

parafina, que foram submetidos a cortes de 3μm de espessura e foram corados em

hematoxilina e eosina seguindo o protocolo de coloração do Laboratório de

Patologia Oral da FOUFF/NF.

Todos os casos foram avaliados em microscópio óptico pela professora

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orientadora, uma aluna de pós-graduação e duas alunas de graduação para análise

de cada uma das características morfológicas previstas para esta análise

(Apêndices A e B).

3.4. Análise imunoistoquímica

Para a reação imunoistoquímica foram selecionados 52 casos que continham

material suficiente e adequado para a realização de todas as reações e que foram

submetidos a cortes histológicos adicionais de 3μm em lâminas silanizadas.

Para a reação imunoistoquímica, os cortes histológicos foram

desparafinizados em xilol e hidratados em concentrações decrescentes de álcool até

água corrente. Em seguida, foi realizada a recuperação antigênica dos casos em

forno de microondas usando ácido cítrico (pH=6,0) ou EDTA/TRIS (pH 9.0), de

acordo com o anticorpo utilizado. Após os cortes serem resfriados em temperatura

ambiente, eles foram lavados em água corrente, e posteriormente, colocados em

peróxido de hidrogênio (20 volumes) com 5 trocas de 5 min para inibir a ação da

peroxidase endógena. Os anticorpos primários foram preparados com albumina

bovina sérica a 1% (BSA) e incubados com cada amostra a 8º C (em geladeira)

overnight (Tabela 2). Após a incubação com os anticorpos primários, os cortes foram

tratados com os anticorpos de amplificação do sistema LSAB (Dako), e a revelação

foi feita por meio do cromógeno Diaminobenzidina (SIGMA) para visualizar a

atividade da peroxidase. Ao final, as lâminas foram contra-coradas com hematoxilina

de Carazzi.

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Tabela 2 – Anticorpos primários utilizados no estudo.

Anticorpos

primários

Clone Fabricante Diluição Solução para

recuperação

antigênica

RANK H-300 Santa Cruz 1:800 CITRATO

RANKL N-19 Santa Cruz 1:50 TRIS-Edta

OPG N-20 Santa Cruz 1:50 TRIS-Edta

A expressão dos marcadores imunoistoquímicos foi classificada de forma

subjetiva em 0 (indetectável), 1 (até 25% das células positivas), 2 (entre 26% e 50%

de células positivas) e 3 (mais de 50% de células positivas), baseada na média de

células coradas em até 10 campos em objetiva de 40x de cada espécime sob

microscópio óptico e foi realizada pelos alunos de graduação e pós-graduação de

forma independente, e posteriormente por todos os pesquisadores em conjunto sob

supervisão da orientadora.

3.5. Análise dos resultados

Os resultados foram apresentados de forma descritiva tentando associar as

características mais prevalentes em cada um dos grupos estudados.

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4. RESULTADOS

4.1 Perfil demográfico

A amostra foi composta de 99 tecidos gengivais, que envolviam

principalmente os dentes molares e eram oriundas de 84 pacientes, sendo 41

homens e 43 mulheres com idade média de 44 anos, a maioria integrante do grupo

de estudo S+DP (Tabela 3).

Tabela 3– Características demográficas da população do estudo.

Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE

N (%)

12 (11,9%) 22 (21,8%) 35 (34,6%) 16 (15,8%) 14 (13,9%)

Dente

Anterior

Pré-Molar

Molar

4 (33,3%)

4 (33,3%)

4 (33,3%)

4 (18,2%)

8 (36,4%)

10 (45,4%)

4 (11,4%)

10 (28,6%)

21 (60%)

4 (25%)

5 (31,3%)

7 (43,7%)

0 (0%)

7 (50%)

7 (50%)

Sexo

Feminino

Masculino

2 (16,6%)

10 (83,4%)

7 (46,7%)

8 (53,3%)

16 (53,3%)

14 (46,6%)

10 (71,4%)

4 (28,6%)

8 (61,5%)

5 (38,5%)

Idade média

(variação)

50,6

(32-67)

49,6

(32-60)

46,4

(30-63)

38,2

(26-38)

37,3

(21-59)

4.2 Perfil clínico

Todas as amostras removidas foram classificadas em 5 grupos de acordo

com a análise periodontal e a presença ou não do DM e do tabagismo, sendo

importante destacar que todos os pacientes portadores das condições modificadoras

da DP avaliadas, apresentaram DP. Ou seja, nenhum paciente tabagista ou

diabético tinha a gengiva e/ou periodonto de suporte inalterado.

Na análise periodontal foram descritas 5 variáveis: IP, SS, PS, RG, NIC. Os

pacientes do grupo CONTROLE exibiram menor índice de todas as variáveis

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analisadas, exceto a PS, que exibiu um índice um pouco menor no grupo S+G. Além

disso, os pacientes S+DP exibiram os maiores índices de SS e de OS, os pacientes

DM+DP exibiram os maiores índices de RG e NIC e os pacientes T+DP exibiram o

maior índice de IP (Tabela 4).

Tabela 4 – Características periodontais da população do estudo.

Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE

N (%) 12 (11,9%) 22 (21,8%) 35 (34,6%) 16(15,8%) 14 (13,9%)

IP

(variação)

62,5

(0-100)

93,18

(25-100)

75,71

(0-100)

65,62

(0 - 100)

12,5

(0 - 100)

SS

(variação)

83,33

(0-100)

80,68

(0-100)

89,28

(0-100)

64,06

(0 - 100)

16,07

(0 - 75)

PS

(variação)

3,72

(1,25-5,25)

4,25

(1,75-8,75)

4,80

(3-7,25)

2,26

(1,25 - 3)

2,35

(1,75 - 3)

RG

(variação)

1,66

(0-5,5)

0,63

(0-5,5)

0,87

(0-7)

0,125

(0 - 1,25)

0

(0 - 0)

NIC

(variação)

5,39

(2,75-10,75)

4,98

(1,75-10,75)

5,25

(3-11,25)

2,39

(1,25 - 3,75)

2,35

(1,75 - 3)

4.3 Perfil histopatológico

A análise histopatológica incluiu a avaliação de características do tecido

epitelial e do tecido conjuntivo. No tecido epitelial, foi possível observar que todos os

grupos exibiram um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, sendo

preferencialmente hiperplásico nos grupos DM+DP, S+DP e CONTROLE. Além

disso, a presença de exocitose foi frequentemente observada em todos os grupos,

exceto o CONTROLE, e a presença de colônias bacterianas foi frequentemente

observada somente nos grupos DM+DP e S+DP. No tecido conjuntivo, foi possível

observar que ele era constituído de um tecido conjuntivo primariamente denso em

todos os grupos, contudo exibindo elevada celularidade somente no grupo DM+DP.

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O infiltrado inflamatório foi preferencialmente identificado como acentuado em todos

os grupos com periodontite (DM+DP, T+DP e S+DP), sendo do tipo crônico em

praticamente todos os casos independente do grupo de estudo. A intensidade da

vascularização foi mínima em todos os grupos de estudo, exceto no grupo

CONTROLE, cuja vascularização foi classificada como leve na maioria dos casos

(Tabelas 5 e 6) (Figura 4, 5 e 6).

Tabela 5 – Características microscópicas do tecido epitelial da população de estudo.

Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE

N (%) 12 (11,9%) 22 (21,8%) 35 (34,6%) 16 (15,8%) 14 (13,9%)

Espessura

Normal

Hiperplásico

Atrófico

4 (33,3%)

8 (66,7%)

0 (0%)

11 (50%)

11 (50%)

0 (0%)

17 (48,6%)

18 (51,4%)

0 (0%)

10 (62,5%)

6 (37,5%)

0 (0%)

6 (42,8%)

8 (57,2%)

0 (0%)

Queratinização

Sim

Não

12 (100%)

0 (0%)

22 (100%)

0 (0%)

35 (100%)

0 (0%)

16 (100%)

0 (0%)

14 (100%)

0 (0%)

Hiperqueratinização

Sim

Não

5 (41,6%)

7 (58,4%)

11 (50%)

11 (50%)

13 (37,1%)

22 (62,9%)

3 (18,7%)

13 (81,3%)

5 (35,7%)

9 (64,3%)

Exocitose

Sim

Não

9 (75%)

3 (25%)

12 (54,5%)

10 (45,5%)

23 (65,7%)

12 (34,3%)

9 (56,2%)

7 (43,8%)

5 (35,7%)

9 (64,3%)

Colônia bacteriana

Sim

Não

7 (58,3%)

5 (41,7%)

8 (36,3%)

14 (63,7%)

18 (51,4%)

17 (48,6%)

3 (18,7%)

13 (81,3%)

2 (14,3%)

12 (45,7%)

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27

Figura 4 – Características microscópicas do tecido epitelial (HE). (A) Epitélio

estratificado pavimentoso paraqueratinizado encontrado na maioria das amostras

(x10). (B) Exocitose observada frequentemente em todos os grupos do estudo, com

exceção do grupo CONTROLE (x40).

A B

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Tabela 6– Características microscópicas do tecido conjuntivo da população de estudo.

Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE

N (%)

12(11,9%) 22(21,8%) 35(34,6%) 16(15,8%) 14(13,9%)

Densidade

Denso

Frouxo

11 (91,7%)

1 (8,3%)

12 (64,5%)

10 (54,5%)

28 (80%)

7 (20%)

13 (81,2%)

3 (18,8%)

13 (92,8%)

1 (7,2%)

Celularidade

Bem celular

Pouco celular

8 (56,6%)

4 (33,4%)

7 (31,8%)

15 (68,2%)

15 (42,8%)

20 ( 57,2%)

7 (43,8%)

9 (56,2%)

5 (35,7%)

9 (64,3%)

Infiltrado Inflamatório

Ausente

Leve

Moderado

Acentuado

1 (8,3%)

2 (16,7%)

3 (25%)

6 (50%)

1 (4,5%)

5 (22,7%)

7 (31,9%)

9 (40,9%)

2 (5,7%)

5 (14,3%)

9 (25,7%)

19 (54,3%)

2 (12,5%)

4 (25%)

7 (43,7%)

3 (18,8%)

4 (28,6%)

6 (42,8%)

2 (14,3%)

2 (14,3%)

Tipo de Inflamação

Ausente

Aguda

Crônica

Mista

0 (0%)

0 (0%)

9 (75%)

3 (25%)

1 (4,5%)

1 (4,5%)

19 (86,5%)

1 (4,5%)

1 (2,8%)

1 (2,8%)

32 (91,6%)

1 (2,8%)

2 (12,5%)

0 (0%)

14 (87,5%)

0 (0%)

2 (14,3%)

0 (0%)

10 (71,4%)

2 (14,3%)

Vascularização

Mínima

Leve

Moderado

Acentuado

4 (33,3%)

5 (41,7%)

3 (25%)

0 (0%)

11(50%)

9 (41%)

1 (4,5%)

1 (4,5%)

18 (51,4%)

5 (14,3%)

8 (22,8%)

4 (11,5%)

7 (43,7%)

4 (25%)

4 (25%)

1 (6,3%)

4 (28,6%)

7 (50%)

3 (21,4%)

0 (0%)

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29

Figura 5 - Características microscópicas do tecido conjuntivo (HE).

Tecido conjuntivo denso e vascularização mínima, ambos encontrados em todos os

grupos de estudo (x10).

Figura 6 – Características microscópicas do tecido conjuntivo (HE). (A) Intenso

infiltrado inflamatório, encontrado frequentemente nos grupos com periodontite,

saudável sistematicamente ou não (x10). (B) Intenso infiltrado inflamatório crônico -

com presença de linfócitos e plasmócitos (x40).

4.4. Perfil imunoistoquímico

A análise imunoistoquímica revelou que a proteína RANK foi expressa em

todos os grupos de estudo, sendo importante destacar que seu percentual de

expressão mais frequente foi de até 25% das células do tecido conjuntivo em todos

os grupos de estudo, exceto no grupo S+DP, que também exibiu frequente

percentual de expressão entre 26 e 50% de suas células do tecido conjuntivo. Além

A B

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30

disso, é importante ressaltar que não houve nenhum percentual de expressão de

RANK superior a 25% nos casos do grupo CONTROLE e que somente o grupo S+G

exibiu considerável número de casos com percentual de expressão de RANK

superior a 50% de suas células do tecido conjuntivo (Tabela 7 e Figura 7).

A expressão imunoistoquímica da proteína RANKL também foi identificada em

todos os grupos de estudo, sendo importante destacar que ela foi frequentemente

expressa em mais de 50% das células do tecido conjuntivo dos grupos DM+DP,

S+DP e T+DP, embora RANKL também tenha sido expresso de forma frequente em

até 25% das células do tecido conjuntivo deste último grupo (T+DP). Esse elevado

valor de RANKL provavelmente significa uma maior diferenciação dos osteoclastos e

a ativação da osteoclastogênese, principalmente nesses grupos onde a perda

tecidual é maior. É importante ainda ressaltar que a maioria dos casos do grupo

CONTROLE exibiu expressão indetectável de RANKL, que nenhum caso do grupo

S+G exibiu expressão de RANKL superior a 25% e que nenhum caso do grupo

S+DP foi indetectável para a expressão de RANKL (Tabela 7 e Figura 8).

A expressão imunoistoquímica da proteína OPG, como em todas as proteínas

até então estudadas, também foi identificada em todos os grupos de estudo, mas o

seu percentual de expressão foi um pouco mais variável em cada grupo de estudo.

Ainda assim, de um modo geral, foi possível perceber que em todos os grupos com

periodontite houve uma expressão frequente de OPG num percentual de expressão

superior a 25% de suas células do tecido conjuntivo. Além disso, no grupo

CONTROLE esta expressão de OPG foi relativamente bem distribuída em todos os

grupos de percentual de expressão de até 50% das células do tecido conjuntivo, e

no grupo S+G esta expressão de OPG se distribui somente entre os percentuais de

expressão variando até 50% das células do tecido conjuntivo. E, para finalizar, é

fundamental também destacar que, embora a expressão de OPG num percentual

superior a 50% das células do tecido conjuntivo seja um achado frequente em todos

os grupos com periodontite, a expressão de RANKL num percentual de expressão

superior a 50% das células do tecido conjuntivo é superior nestes grupos com

periodontite, com exceção do grupo de pacientes diabéticos (DM+DP) (Tabela 7 e

Figura 9).

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Tabela 7–Características imunoistoquímicas da população de estudo.

Grupo de estudo DM+DP T+DP S+DP S+G CONTROLE

N (%)

RANK

Indetectável

Até 25%

Entre 26% e 50%

Mais de 50%

11(20,4%)

2 (18,2%)

5 (45,4%)

3 (27,3%)

1 (9%)

12 (22,2%)

3 (25%)

6 (50%)

2 (16,7%)

1 (8,3%)

12 (22,2%)

3 (25%)

4 (33,3%)

4 (33,3%)

1 (8,3%)

11(20,4%)

1 (9%)

5 (45,4%)

2 (18,2%)

3 (27,3%)

8 (14,8%)

1 (12,5%)

7 (87,5%)

0 (0%)

0 (0%)

RANKL

Indetectável

Até 25%

Entre 26% e 50%

Mais de 50%

OPG

Indetectável

Até 25%

Entre 26% e 50%

Mais de 50%

3 (27,3%)

3 (27,3%)

1 (9%)

4 (36,4%)

1 (9%)

2 (18,2%)

2 (18,2%)

6 (54,5%)

1 (8,3%)

5 (41,7%)

1 (8,3%)

5 (41,7%)

0 (0%)

3 (25%)

5 (41,7%)

4 (33,3%)

0 (0%)

2 (16,7%)

2 (16,7%)

8 (66,7%)

0 (0%)

1 (8,3%)

6 (50%)

5 (41,7%)

2 (18,2%)

9 (81,8%)

0 (0%)

0 (0%)

0 (0%)

7 (63,6%)

4 (36,4%)

0 (0%)

5 (62,5%)

0 (0%)

1 (12,5%)

2 (25%)

2 (25%)

2 (25%)

3 (37,5%)

1 (12,5%)

RANKL/OPG

Indetectável

Até 25%

Entre 26% e 50%

Mais de 50%

3

1,5

0,5

0,7

0

1,7

0,2

1,25

0

2

0,3

1,6

0

1,3

0

0

2,5

0

0,3

2

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Figura 7- Imunomarcação da proteína RANK em células inflamatórias de um caso

do grupo S+G (x100).

Figura 8 - Imunomarcação da proteína RANKL nas células inflamatórias de um caso

do grupo S+DP (x100).

Figura 9 - Imunomarcação da proteína OPG nas células infamatórias de um caso do

grupo S+DP (x100).

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33

5. DISCUSSÃO

A DP, como já foi exposto, é um processo infeccioso que resulta em uma

resposta inflamatória acentuada de origem multifatorial que compromete os tecidos

de suporte e de proteção ao dente (LINDHE, LANG e KARRING, 2008). Dessa

forma, o alvo da presente monografia é o estudo da patogênese da periodontite a

partir da análise comparativa das características clínicas, histopatológicas e

imunoistoquímicas da gengiva de pacientes tabagistas, diabéticos e sem qualquer

outro fator de risco.

O perfil epidemiológico dos pacientes com periodontite é formado por adultos

com idade superior a 40 anos, enquanto o grupo de pacientes com gengivite é

formado por adultos jovens, não apresentando relação de prevalência ao sexo, que

quando existe, se refere ao sexo masculino (BRENNAN, SPENCER e SLADE, 2001;

BRODEUR et al., 2001; MEDEIROS e ROCHA, 2006). Tal descrição é parcialmente

reproduzida em nossa amostra, cujos pacientes com periodontite exibiam idade

média de 49 anos e os pacientes com gengivite exibiam uma idade média menor de

38 anos. Não identificamos também relação de prevalência de sexo, havendo uma

distribuição relativamente equilibrada entre ambos os sexos, numa relação de cerca

de 1 mulher para cada 0,95 homem, provavelmente por se tratar de uma pesquisa

conduzida em uma faculdade de odontologia, que geralmente conta com um número

maior de pacientes do sexo feminino cadastrados e em atendimento. Além disso,

como já citado, a idade média aumentou consideravelmente nos grupos com a

periodontite já instalada, uma vez que o tempo é um fator importante para a

progressão da doença ea perda óssea lenta e gradual (SUDA et al., 2000; HUGOSO

e LLAURELL, 2000; TIMMERMANN et al., 2000).

A análise do perfil clínico periodontal evidenciou que as variáveis avaliadas

exibiram menor índice nos pacientes do grupo CONTROLE, ou seja, os pacientes

que apresentavam saúde gengival não evidenciaram sinais clínicos da DP. E, os

grupos constituídos de pacientes com periodontite apresentaram os maiores valores

nas variáveis clínicas. O grupo DM+DP exibiu os maiores índices de RG e NIC, o

que evidencia que este grupo de pacientes exibiram uma maior perda tecidual. Tal

achado pode ser justificado pelo fato dos pacientes portadores de DM apresentarem

mecanismos de supressão da atividade osteoclástica e osteoblástica, sendo a

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supressão da formação óssea muito maior do que a reabsorção (BARBOSA, 2013).

Além disso, estes pacientes apresentam complicações vasculares que geram a

exacerbação da destruição periodontal (BARBOSA, 2013). O grupo T+DP, por sua

vez, exibiu o maior índice de IP, corroborando com Reis et al., (2012) e

contradizendo Carvalho, Santos e Cury, (2008).

A análise histopatológica avaliou a histomorfologia do tecido epitelial e do

tecido conjuntivo. O epitélio de superfície identificado em todos os casos foi do tipo

estratificado pavimentoso queratinizado, que é comum a todo epitélio de

revestimento oral, incluindo a gengiva. Todos os grupos, exceto S+G, exibiam um

epitélio preferencialmente hiperplásico, característica que pode estar relacionada a

presença de bactérias atuando como agentes agressores no sulco, capazes de

instituir um processo inflamatório local e a consequente resposta de hiperplasia

epitelial (PAGE e SCHROEDER, 1976). Talvez, um menor número de casos

exibindo hiperplasia epitelial no grupo S+G seja resultado de uma colonização

bacteriana e processo inflamatório ainda precoces na gengivite. A exocitose foi

frequentemente observada em todos os grupos, exceto no grupo CONTROLE, o que

era de se esperar visto que na gengiva inflamada ocorre uma migração de células

inflamatórias do tecido conjuntivo para o epitélio de revestimento, formando assim,

uma barreira entre o tecido e o biofilme. Entretanto, o mesmo não seria esperado em

uma gengiva sadia visto que não há biofilme suficiente que estimule a permanência

do processo inflamatório (SMITH, SEYMOUR e CULLIMAN, 2000). Adicionalmente,

um estudo que relaciona a presença da exocitose nos tecidos periodontais afirma

que o biofilme, agente etiológico da periodontite, uma vez acumulado no sulco

gengival libera várias toxinas provocando uma reação inflamatória desencadeando a

presença das células inflamatórias no epitélio (TWINIG, 1984).

A análise do tecido conjuntivo deste estudo evidenciou que, independente da

presença de maior ou menor inflamação, a maioria dos casos de todos os grupos

era constituída de um tecido conjuntivo denso (fibroso), o que vai de encontro a um

estudo realizado por Pinchbacket al. (1996), que revelou a presença tecido

conjuntivo fibroso na gengiva que exibia mínima quantidade de inflamação. O

infiltrado inflamatório se mostrou acentuado em todos os grupos de pacientes com

periodontite (DM+DP, T+DP e S+DP), moderado no grupo de pacientes com

gengivite (S+G) e leve no grupo de pacientes com saúde gengival (CONTROLE), o

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que reflete que a resposta inflamatória progride de acordo com a evolução da DP

(ALVES, 2000; NEVILLE et al., 2005; PAGE e SCHROEDER, 1976). A

vascularização, por sua vez, se revelou preferencialmente mínima em todos grupos

de estudo, o que não se aplicou a afirmativa de que há um aumento da

vascularização nos tecidos com maior quantidade de inflamação (ALVES, 2000;

NEVILLE et al., 2005).

O sistema RANK, RANKL e OPG está diretamente ligado ao processo de

reabsorção óssea, tanto fisiológico quanto patológico. Sua ação se dá através

ligação de RANKL ao seu receptor RANK provocando a ativação dos osteoclastos.

Por outro lado, a ligação de OPG ao RANKL inibe a capacidade de RANKL se ligar

ao RANK, provocando assim, a inibição da osteoclastogênese (GIANNOPOULOU,

MARTINELLI-KLAY e LOMBARDI, 2012).

O grupo CONTROLE, representado por pacientes com gengiva clinicamente

sadia, de um modo geral, exibiu uma baixa expressão imunoistoquímica de RANK e

de RANKL e uma elevada expressão imunoistoquímica de OPG, corroborando

assim com a literatura que relatou maiores expressões de RANK e OPG em

pacientes com gengiva clinicamente sadia, sugerindo, assim, a inibição da

osteoclastogênese (LUCENA, 2011). Neste ponto, é importante também destacar

que, reforçando este resultado, nossos achados clínicos também identificaram uma

menor perda tecidual neste grupo de pacientes com gengiva sadia.

A expressão de RANK, RANKL e OPG no fluido crevicular de pacientes com

gengiva saudável, com gengivite e com periodontite foi avaliada por Bostanci et al.

(2007), que identificaram baixos níveis de RANKL e OPG nas gengivas saudáveis e

com gengivite, de forma similar ao que identificamos neste estudo, refletindo, assim,

um provável equilíbrio no processo de osteoclastogênese dos tecidos envolvidos nas

doenças que não são caracterizadas pela perda óssea alveolar.

Todos os grupos de pacientes portadores de periodontite (S+DP, DM+DP,

T+DP), exibiram, de uma maneira geral, o mesmo padrão de porcentagem de

células positivas entre as proteínas avaliadas. A proteína RANK apresentou mais

frequentemente o percentual de expressão de até 25% das células positivas, RANKL

apresentou o percentual de expressão de mais de 50% das células positivas em

todos os grupos e OPG com o percentual de expressão de até 50% das células

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positivas, exceto no grupo DM+DP que apresentou mais de 50% das células

positivas para essa proteína. Com exceção do grupo de pacientes diabéticos,

nossos resultados indicam maior índice de osteoclastogênese visto que RANKL foi

mais expresso em relação a OPG, o que caracteriza um aumento na atividade

osteoclástica, e consequentemente, maior severidade da doença (LU et al., 2006;

BOSTANCI et al., 2007).

Ao analisar especificamente o grupo de pacientes DM+DP, é possível

observar que há uma elevada expressão imunoistoquímica de OPG, o que

desfavorece o processo de osteoclastogênese. Neste contexto, apesar de estudo

realizado por Duarte et al. (2007) sugerir que o DM poderia exercer um papel

modulador em indivíduos com periodontite por inibição da produção de OPG, estudo

realizado por Costa et al. (2010) revelou que pacientes portadores de DM

apresentavam elevadas concentrações salivares de OPG, podendo tal fato estar

relacionado ao envolvimento da microvasculatura no DM, em que elevadas

concentrações de OPG podem representar um mecanismo de defesa contra

calcificações arteriais e outras formas destes prejuízos vasculares.

Ao analisar especificamente o grupo de pacientes T+DP, é possível observar

que há um certo equilíbrio entre a expressão imunoistoquímica de RANKL e OPG,

embora haja uma maior expressão do primeiro, favorecendo um pouco a

osteoclastogênese. Neste contexto, um estudo realizado por Buduneli et al. (2006)

revelou que os pacientes tabagistas com periodontite exibiam maiores valores de

PS, NIC, maiores níveis de RANKL e menores níveis de OPG, quando comparados

aos pacientes não tabagistas com periodontite, indicando, dessa forma, o

favorecimento da osteoclastogênese, de forma semelhante ao nosso estudo, exceto

pelos parâmetros clínicos periodontais, que foram inferiores no grupo de pacientes

tabagistas.

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6. CONCLUSÃO

Com base nos resultados deste estudo foi possível verificar que os pacientes

do grupo CONTROLE exibiram os menores índices do perfil clínico periodontal

associados a ausência de exocitose e a uma baixa expressão imunoistoquímica de

RANK e de RANKL e elevada expressão imunoistoquímica de OPG, evidenciando,

dessa forma, a influência das variáveis clínicas na perda dos tecidos periodontais e

a ação de inibição da osteoclastogênese. Os grupos de pacientes portadores de

periodontite (S+DP, DM+DP, T+DP), de uma maneira geral, apresentaram

resultados semelhantes em todas as análises, em que se observa elevados índices

do perfil clínico periodontal associado a uma elevada expressão de RANK e de

RANKL e uma menor expressão de OPG, destacando, assim, a importância clínica e

destes marcadores no processo de osteoclastogênese. É importante destacar que

pacientes do grupo T+DP apresentaram uma maior expressão imunoistoquímica de

RANKL, que favorece a osteoclastogênese e pode justificar a maior índice de

biofilme visível seguido de perda óssea. Além disso, ao contrário do que se

esperava, observou-se uma elevada expressão imunoistoquímica de OPG no grupo

DM+DP, o que desfavorece o processo de osteoclastogênese, que pode ocorrer por

outros mecanismos.

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8.APÊNDICE

Apêndice A - Ficha de análise microscópica desenvolvida para este estudo.

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Apêndice B - Ficha de revisão da análise microscópica desenvolvida para este

estudo.

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9. ANEXO

Anexo A -Parecer do Comitê de Ética