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Brasília, 10 de julho de 2015 às 09h00 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional

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Brasília, 10 de julho de 2015 às 09h00Seleção de Notícias

CNINEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

Clipping Nacional

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Valor Econômico | BRTemas de Interesse | Colunas e Editoriais

Os estadistas e a crise grega . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4OPINIÃO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Para FMI, estouro da bolha chinesa é pouco preocupante . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7FINANÇAS | SÉRGIO LAMUCCI

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Economia real e emergentes devem ser afetados, diz Rabobank . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9FINANÇAS | ALINE OYAMADA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

'Turbulência terá efeito limitado no Brasil', diz Coutinho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10FINANÇAS | ASSIS MOREIRA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Quatro grupos avaliam negócios na Argentina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12EMPRESAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Superávit com China cai 69%, mas crise já 'está na conta' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14BRASIL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

'Dificuldades temporárias' preocupam países dos Brics . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16INTERNACIONAL | ASSIS MOREIRA

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Governo chinês intervém e mercado reage . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

O elo entre as crises na Grécia e na China . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19ECONOMIA | MOHAMED A. EL-ERIAN | AUGUSTO CAUL

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Brics precisa fazer ajuste estrutural . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

FMI revisa PIB do Brasil e prevê queda de 1,5% . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23ECONOMIA | ALTAMIRO SILVA JÚNIOR

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Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Ajustes duros não tiram Brasil da crise, diz economista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24ECONOMIA

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

E eu com isso? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26MERCADO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Chineses tratam o mercado de ações como uma roleta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28MERCADO | DE SÃO PAULO

O Globo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Brics estuda criar grupo de cooperação anticorrupção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Grécia promete à UE enxugar 13 bi para receber socorro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

FMI diz que Brasil terá um ano duro, mas está no rumo certo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

'Nada poderia ser feito antes de a crise estourar' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36ECONOMIA | GUSTAVO FRANCO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Correndo atrás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37OPINIÃO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Exportações têm de depender menos da China . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39OPINIÃO

Brasil Econômico | BRCNI

CNI prevê PIB de 2015 com queda de -1,6% . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40BRASIL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Dilma defende papel do Brics em crise internacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43MUNDO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

FMI reduz projeção de crescimento global . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45MUNDO

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Cenários globais adversos abalam moedas emergentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47FINANÇAS

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10 de julho de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Valor Econômico

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Os estadistas e a crise grega OPINIÃO

Merkel precisa oferecer à Grécia um recomeço por-que é a coisa certa a fazer. Por Jeffrey Sachs

Crises de dívidas soberanas como a da Grécia podemser resolvidas apenas por meio depassos firmes tantode devedores quanto de credores. O devedor precisacomeçar de novo com uma redução de dívidas; o cre-dor precisa encontrar uma forma de oferecer tal re-dução, mas sem recompensar o mau comportamento.Para que se alcance um acordo, os dois lados pre-cisam ter suas necessidades atendidas. Portanto,reformas sérias e um grande alívio das dívidas pre-cisam andar lado a lado. É por esse motivo que aGrécia e a Alemanha, seu maior credor, precisam deum novo modus vivendi para que se retomem as ne-gociações.

Para começar, o governo grego precisa ser claro so-bre a necessidade urgente de reformas econômicas.Não é apenas o caso de que a economia sofreu um co-lapso; ela está estruturalmente moribunda. As raízesdo problema da Grécia são muito mais profundas doque a austeridade dos últimos anos.

Em 2013, por exemplo, inventores residentes na Ale-manha entraram com 917 pedidosdepatente para ca-da milhão de habitantes. Na Grécia, em contraste, o

número foi de apenas 69 pedidos para cada milhão.

Se a Grécia quiser a prosperidade inerente a uma eco-nomia tecnologicamente avançada do século XXI,vai ter de merecê-la, produzindo produtos ino-vadores, competitivos nos mercados mundiais, as-sim como a Alemanha faz. Fazer isso provavelmenteserá um desafio.

Por sua parte, a Alemanha precisa reconhecer a enor-midade do colapso da Grécia. A economia da Gréciaencolheuem tornode25% desde2009;o desempregoestá em 27%, masentre os jovensa taxa chega aquase50%. Quando a Alemanha enfrentou condições com-paráveis no início dos anos 30, seus credores deramde ombros e a instabilidade resultante permitiu a as-censão de Adolf Hitler. Depois da Segunda GuerraMundial, no entanto, a dívida da Alemanha foi cor-tada, o que lhe permitiu reconstruir-se. Dada essa ex-periência, o país deveria entender a importância dereduzir a dívida de um país quando seu cumprimentose torna insustentável.

A justificativa para que se ofereça à Grécia um re-começo financeiro é tanto econômica quanto moral.Isso torna difícil a compreensão por muitos ban-queiros, já que seu setor não conhece a moralidade -apenas o lucro. Os políticos, por sua vez, tendem a terbússolas morais calibradas pela incansável caça devotos. Encontrar soluçõesmorais eeficazes exige ge-nuína capacidade estadista - algo que vem sendo bas-tante raro durante a crise do euro.

O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, e aprimeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel,agora têm a oportunidade de mostrar-se à altura dascircunstâncias enquanto estadistas europeus. Desdeaeleição deTsiprasem janeiro,as autoridadesalemãsmal conseguiram conter sua fúria ao ver um governoesquerdista novato, de um pequeno país falido, ousardesafiar uma das maiores economias do mundo. O

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Valor Econômico

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Continuação: Os estadistas e a crise grega

ministro das Finanças da Alemanha, WolfgangSchäuble, por exemplo, buscou reiteradamente pro-vocar a Grécia para deixar a região do euro.

A respostadeTsiprasaessas provocações vem sendoclara e coerente: a Grécia deveria ficar na região doeuro e, para isso, precisa de um novo começo fi-nanceiro. Em 5 de julho, a população grega apoiouseu líder jovem e carismático votando com um ca-tegórico "Não" às pouco razoáveis exigências doscredores de seu país. Algum dia, sua decisão será vis-ta como uma vitória para a Europa, sobre aqueles quepreferiam retalhar a região do euro em vez de dar àGrécia a chance de recomeçar dentro dela.

No provável encontro entre Tsipras e Merkel nestasemana em Bruxelas, as apostas não poderiam sermais altas. Os custos econômicos do impasse foramcatastróficos para a Grécia e representam uma sériaameaça para a Europa. A ruptura das negociações nasemana passada desencadeou pânico bancário, dei-xando a economia da Grécia paralisada e seus bancosà beira da insolvência. Para que os bancos sejam rea-nimados, eles precisam ser salvos em questão dedias.

Se Tsipras e Merkel se reunirem como meros po-líticos, os resultados serão catastróficos. Os bancosda Grécia serão empurrados para a beira da quebra, oque tornará os custos para salvar a Grécia e a zona doeuro proibitivos. Se os dois líderes se reunirem comoestadistas, no entanto, eles vão salvar a Grécia, a re-gião do euro e o cambaleante espírito europeu. Comapromessa de um grande alívio de dívida para a Gréciae uma reaproximação entre Grécia e Alemanha, aconfiança econômica vai retornar. Os depósitos vãofluir de volta aos bancos gregos. A economia vai re-nascer.

Tsipras precisa assegurar a Merkel que a Grécia vaiviver dentro de seus meios, não como um pacientecrônico da Europa. Para assegurar isso, devem seradotadas reformas rigorosas ecortes nas dívidas, gra-

dualmente, seguindo um cronograma consensual,em que cada parte cumpra seus compromissos desdeque o outro faça o mesmo. Felizmente, a Grécia é umpaíscom talentosexcepcionais, capazdeerigir novossetorescompetitivosdecimaabaixo, casolhe seja da-da a chance.

Merkel precisa adotar uma atitude oposta à que seuministro das Finanças teve até agora. Schäuble é, semdúvida, umdas figuraspolíticas mais elevadasdaEu-ropa,massua estratégia desalvar aregião do euroem-purrando a Grécia para fora é mal orientada. Merkelprecisa interviragora para salvar aGrécia como parteda zona do euro - e isso significa aliviar os encargosda dívida do país. Seguir qualquer outro rumo a estaalturacriaria uma divisão irreparável entre ricosepo-bres daEuropa, entre os mais poderosos eos mais frá-geis.

Alguns argumentam - em particular, os sempre cí-nicos banqueiros - que é tarde demais para a Europase salvar. Não é. Na Europa, muitos líderes e ci-dadãos influentes ainda acreditam que mercado deveser limitado por considerações morais, como a ne-cessidade de aliviar o sofrimento econômico. Isso éum ativo inestimável. Torna possível para MerkelofereceràGrécia umrecomeço, porqueéacoisa certaa fazer e porque está de acordo com a própria ex-periência e história da Alemanha.

A ideiadeuma abordagemética para acrise grega po-de soar absurda para leitores da imprensa financeira emuitos políticos certamente a vão considerar in-gênua. A maioria dos cidadãos europeus, no entanto,poderia aceitá-la como uma solução sensata. A Eu-ropa emergiu dos escombros da Segunda GuerraMundial graças à visão de estadistas; agora, foi le-vada à beira do colapso pela corrupção e vaidades dodia a dia e pela desfaçatez de banqueiros e políticos.Chegouahoradequevolte aemergirahabilidade dig-na de estadistas - em nome das gerações atuais e fu-turas da Europa e do mundo. (Tradução de SabinoAhumada).

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Continuação: Os estadistas e a crise grega

Jeffrey D. Sachs é professor de desenvolvimentosustentável, de gestão epolíticas de saúdeediretordo Instituto Terra, da Columbia University.Tam-bém é assessor especial do secretário-geral dasNações Unidas nos Objetivos de Desenvolvimentodo Milênio. Copyright: Project Syndicate, 2015.

www.project-syndicate.org

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Para FMI, estouro da bolha chinesa é poucopreocupante

FINANÇAS

MercadosBlancharddiz que impacto sobre atividadenão será dos maiores

Sérgio Lamucci

O tombo do mercado acionário chinês não deve tergrandes consequências para a economia do país, ava-lia o economista-chefe do Fundo Monetário In-ternacional (FMI), Olivier Blanchard. Segundo ele, a"bolha estourou", mas o impacto sobre a atividadeeconômica chinesa não será dos maiores, não ha-vendo motivos para grandes preocupações.

Blanchard ressaltou ontem que o tamanho do mer-cado acionário chinês, comparando a capitalizaçãodas bolsas como proporção do Produto Interno Bruto(PIB), é bem menor do que nos EUA, por exemplo.Além disso, a maior parte dos investidores de varejonão chegou a comprometer os ganhos que haviam si-do obtidos com a valorização abrupta da bolsa, disseele.

Em menos de um ano, o índice composto da Bolsa deXangai subiu cerca de 150%, sem que dividendos oufundamentos da economia justificassem o mo-vimento, disse Blanchard. "A bolha então estourou,embora ainda tenha voltado nem perto dos níveis an-teriores." Nas últimas semanas, houve uma queda decerca de 30%. Ontem, porém, as bolsas tiveram altasexpressivas. O índice Xangai Composite subiu 5,8%e o mercado de Shenzhen avançou 3,8%.

Para Blanchard, é possível que o mergulho das açõestenha algum efeito pequeno sobre os gastos de con-

sumo, mas não se trata de uma questão ma-croeconômica relevante para a China. "Acho que éalgo bastante secundário." Blanchard disse ainda queos chineses deveriam estar acostumados com a vo-latilidade dos mercados acionários. "Esse não é o pri-meiro, e não deverá ser o último."

O economista-chefe do FMI afirmou também que ogoverno deve aceitar o fato de que "há um estouro dabolha", que os preços estavam muito altos, e que elestêm que cair. Ao mesmo tempo, é "aceitável" tomarmedidas para fazer oajuste ocorrer demodomais len-to,masé importante queas autoridadespercebam quenãopodem levar as cotaçõespara os níveis desejadospor elas, sendo importante permitir queo ajuste ocor-ra.

Ao tratar do panorama para a economia chinesa,Blanchard afirmou que está em curso uma de-saceleração do crescimento, que se deve em grandeparte à queda do investimento imobiliário. Segundoele, trata-se de um processo "desejável", uma vez quehavia gastos excessivos em construção. Além disso,o ritmodecrescimento docrédito"caiu das alturas pa-ra números mais razoáveis", disse.

"O ajuste é saudável e deve continuar", resumiuBlanchard. O Fundo manteve as projeções de cres-cimento para a China em 6,8% em 2015 e 6,3% em2016, uma desaceleração considerável em relaçãoaos 7,4% registrados no ano passado. Ele observou,porém, que há hoje mais incertezas quanto a essas es-timativas.

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Continuação: Para FMI, estouro da bolha chinesa é pouco preocupante

O FMI trabalha com o cenário de que as autoridadeschinesas vão permitir uma queda moderada do ritmode crescimento. No entanto, se a desaceleração formuito mais rápida do que se espera, deverão ser to-madas medidas fiscais e monetárias para impediruma perda de fôlego muito expressiva, disse Blan-chard. Ao longodo tempo, porém, as autoridadesvão

deixar o PIB avançar a uma taxa mais fraca.

"Quando você olha além do que está ocorrendo nomercado acionário, não há nenhum motivo es-pecífico para que tenha havido uma perda de con-fiança", afirmou o economista.

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Economia real e emergentes devem ser afetados, dizRabobank

FINANÇAS

Aline Oyamada

De São Paulo

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A severa correção no mercado acionário chinês deveter impacto considerável sobre a economia real dopaís, o que pode prejudicar outros emergentes, avaliao chefe de pesquisa de Ásia do Rabobank, MichaelEvery. O economista, que fica baseado em HongKong, afirma que há espaço para as bolsas chinesascaírem mais e o principal índice da bolsa de Xangaipode voltar ao patamar de 2.500 pontos do ano pas-sado, após atingir mais de 5.100 pontos em junho.Nopregão de quinta, com novas medidas do governo, abolsa de Xangai subiu 5,79%, aos 3.709 pontos.

Valor: Apesar dos esforços do governo chinês pa-ra tentar conter a queda das bolsas, investidoresseguiram vendendo ações. Até onde o ajuste podeir?

Michael Every: Acho que o ajuste ainda vai durar atéque toda a alavancagem seja removida do sistema e opânico seja controlado. Isso deve nos levar de voltaaos patamares do verão do ano passado, em tomo de2.500 pontos, tendo como base os fundamentos daeconomia.

Valor: Qual deve ser o impacto dessa correção domercado na economia real da China?

Every: Potencialmente grande e acredito que o go-verno vai tentar compensar isso com medidas de es-tímulo adicionais, o que será um recuo em relação aoobjetivo de se introduzir reformas reais do mercado.

Valor: Há risco de o "sell-off" (venda ge-neralizada) na China atingir os ativos de outraseconomias emergentes? Quais estariam mais vul-neráveis?

Every: Qualquer um que negocie commodities de-veria estar preocupado agora. O mercado financeiroda China tem ficado isolado por conta de seus con-troles decapitais, maso impacto naeconomia real po-de ser enorme e irá derrubar os mercados por essacanal.

Valor: Antes do "sell-off", o governo chinês ca-minhava em direção a uma liberalização dos mer-cados, que ainda são muito fechados. As medidasatuais são um passo atrás nessa trajetória?

Every: Certamente. Agora o objetivo principal é a se-gurança e, como sempre pensei, a liberalização domercado é um objetivo secundário.

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'Turbulência terá efeito limitado no Brasil', dizCoutinho

FINANÇAS

Assis Moreira

A queda acentuada das bolsas de valores da China te-rá efeitos limitados sobre o Brasil porque Pequimtem agido para neutralizar a desaceleração do cres-cimento da segunda maior economia do mundo, afir-mou o presidente do Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES),Luciano Coutinho. Ele concedeu em entrevista aoValor à margem da cúpula do Brics (Brasil, China,Rússia, índia e África do Sul), em Ufá, na Rússia.

"O efeito para o Brasil se dá sobre os preços de mi-nérios de ferro, mas não vejo impacto significativosobre commodities agrícolas e outras", afirmou.

O presidente do BNDES reuniu-se com a direção doChina Development Bank, ocasião em que exa-minaram a situação. "Eles afirmaram que o problemana bolsa terá impacto limitado na economia real chi-nesa porque estão tentando neutralizar a situação",afirmou.

O efeito negativo mais imediato pode ser uma de-saceleração do consumo por causa de dificuldades fi-nanceirasde famílias chinesas. Ele enfatizou, porém,que o governo chinês adotou uma série de medidas,como redução dos juros, facilitação de crédito e deumais fôlego financeiro para as províncias. Além dis-so, há um programa de compra de ações para proverliquidez ao mercado, depois da queda de 33% so-mente na bolsa de Xangai desde seu pico em junho.

"A China tem instrumentos para neutralizar essa tur-bulência", acredita Coutinho, com base em suas con-versas em Ufá. A orientação de Pequim, como eleobserva,édarprazospara pagamento dedívidas emi-nimizar o impacto negativo que a queda das açõesnas bolsas terá sobre as famílias.

Primeiro, os chineses investiram fortemente em imó-veis,para alugar, por exemplo,eobter renda extra pa-ra compensar aposentadorias limitadas. Com adesaceleração imposta pelo governo no setor, elescontinuaram pegando empréstimos, desta vez paracomprar ações.

Entre os países do Brics, não só a China desacelerou.A queda do preço do petróleo tem afetado a Rússia,enquanto o Brasil sofre o impacto da baixa na co-tação de outras commodities, de forma que é ne-cessário buscar fontes alternativas de crescimento.

O presidente chinês Xi Jinping reconheceu "di-ficuldades temporárias" para o desenvolvimentoeconômico do Brics, na sua primeira intervenção nacúpula. Ele observou que a economia mundial está serecuperando em ritmo lento e reconheceu a de-saceleração dos emergentes, mas não entrou em de-talhes sobre a segunda maior economia do mundo.

"Ao mesmo tempo, precisamos estar conscientes deque os emergentes têm muito potencial e há muito es-paço para aumentar a cooperação", acrescentou.

Um importante negociador disse ao Valor que os re-presentantes chineses têm demonstrado aos par-ceiros do Brics "grande preocupação" com a quedano ritmo de seu crescimento. Para analistas, o mer-gulho das bolsas chinesas deve afetar ainda mais ocrescimento e a demanda por commodities.

O presidente russo Vladimir Putin, de seu lado, disseque seu país vem conseguindo atravessar as di-ficuldades atuais. A Rússia e o Brasil são os doisgrandes emergentes que terão contração da atividadeeconômica neste ano.

A presidente Dilma Rousseff afirmou que o governo

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Continuação: 'Turbulência terá efeito limitado no Brasil', diz Coutinho

brasileiro tem fortalecido as políticas macro e mi-croreconômicas para retomaro mais breve possívelocrescimento. Ela reiterou que, para estimular os in-vestimentos, seu governo busca diminuir o risco re-gulatório, aumentar a transparência e a governançadas relações entre empresas e Estado. "Lançamos um

plano ambicioso na área de infraestrutura, es-pecificamente em logística, e estimulamos a amplapresença de investidores dos países do Brics em se-tores como ferrovias, rodovias, portos e aeroportos."

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Quatro grupos avaliam negócios na Argentina EMPRESAS

Marli Olmos

De Buenos Aires

Treze anos depois de instalar-se na Argentina, a Pe-trobras prepara-se para uma saída rápida do país vi-zinho. A companhia brasileira contratou umescritório em Buenos Aires especializado em aqui-sições e comunicou a quatro empresas locais a vendada totalidade de seus ativos, avaliados em mais deUS$ 1 bilhão.

A principal candidata à compra dos ativos é a estatalYPF. Mas também receberam cartas que informamsobre a decisão da venda a Pan American Energy(PAE), a Pluspetrol e a Tecpetrol.

A PAE tem participação acionária dividida entre aBritish Petroleum (BP), que é majoritária, a chinesaCnooc e uma família argentina. A Pluspetrol per-tence a um grupo familiar argentino, mas o forte dasua atividade se concentra no Peru. A Tecpetrol é dogrupo Techint.

Segundo uma fonte ligadaaosetor,as empresas estãoagora em busca de financiamento ou organização docaixa para elaborar as suas ofertas, já que há grandeinteresse pelos ativos da estatal brasileira.

O mais interessante, sob o ponto de vista das em-presas, segundo afonte, équeo portfólio argentinodaPetrobras funciona "de maneira integrada". Além denumerosos, os ativos dacompanhia brasileira no paísvizinho são variados. Há quase trinta reservatóriospetrolíferos em Neuquén, em área próxima à regiãoonde está Vaca Muerta, uma das maiores reservas dexisto do mundo.

Além disso, a Petrobras tem uma refinaria e pe-troquímicas em Bahia Blanca e Santa Fé, e uma redede mais de 100 postos de serviço. A companhia bra-

sileira tem, ainda, uma participação majoritária nu-ma transportadora, a Gas dei Sur, e uma centraltérmica.

Nos últimos dias surgiu, na imprensa argentina, apossibilidade de outra empresa do país, a CompanhiaGeral de Combustíveis (CGC) também aparecer co-mo candidata. A CGC pertence à Corporación Ame-rica, do bilionário Eduardo Eumekian. Esse grupo jáfez negócios com a Petrobras.

Em abril a CGC comprou a participação acionáriaque a Petrobras tinha em 26 campos de petróleo e gás,na província de Santa Cruz, ao sul do país. Por meiodessa transação, que envolveu USS 101 milhões, aempresa de Eumekian, que já era sócia da Petrobrasem várias dessas áreas petrolíferas, passou a con-trolar uma superfíciede11,5 quilômetrosquadrados.

Na ocasião, o presidente da CGC, Hugo Eumekian,anunciou que a empresa argentina tinha a intenção deinvestir mais de USS 100 milhões nas áreas com-pradas porque havia "um grande potencial que nãoera totalmente aproveitado". A Corporación Ame-rica também investe em aeroportos brasileiros e re-centemente comprou participação do empresárioEike Batista numa empresa de semicondutores, quepassou a se chamar Unitec.

O negócio fechado com a CGC representou tambéma primeira venda de ativos da Petrobras desde que oescândalo que deflagrou a operação Lava-Jato veio àtona.

Em entrevista ao Valor, no fim de 2014, o presidenteda YPF, Miguel Galuccio, mostrou grande interesseem fazer negócios com aPetrobras, sobretudonaáreade gás. Não é de hoje que a YPF tenta se aproximar daPetrobras.A venda deativos dacompanhia brasileirana Argentina já foi tema de conversas que acon-teceram antes de a companhia brasileira envolver-se

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Valor Econômico

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Continuação: Quatro grupos avaliam negócios na Argentina

no escândalo de corrupção.

A proximidade da eleição presidencial na Argentina,em outubro,poderia ser outromotivo para aYPF ace-lerar a negociação para compra de ativos da empresabrasileira. Mas o fim do mandato de Cristina Kir-chner não chega a representar um impedimento. A

julgar pelas declarações de analistas próximos aoscandidatos à sucessão presidencial, é bem provávelque a YPF, frequentemente apontada como exemplode boa gestão entre as estatais do país, mantenha aatual estrutura no próximo governo.

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Valor Econômico

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Superávit com China cai 69%, mas crise já 'está naconta'

BRASIL

De São Paulo

A crise da bolsa de valores chinesa está no radar deanalistas pois afeta o preço de commodities, mas nãodeve alterar as projeções para o setor externo. Antesmesmo da turbulência, a desaceleração da economiachinesa e a queda no preço de commodities tinhampiorado abalança comercialdo Brasil com o parceiroasiático, em um movimento contrário ao comérciobrasileirocom o restodo mundo,que tem melhorado.

O superávit do Brasil com a China caiu 69% nos pri-meiros seis meses do ano em relação a igual períododo ano passado, passando de US$ 5,5 bilhões paraUS$ 1,7 bilhão. Com o resto do mundo, o Brasil saiude um déficit de R$ 8 bilhões para um pequeno su-perávit de US$ 460 milhões na mesma comparação.Somando tudo, a balança comercial do Brasil com omundo passou de um déficit de US$ 2,5 bilhões noprimeiro semestre de 2014 para um resultado po-sitivo de US$ 23 bilhões.

A piora acontece nas duas pontas: as exportaçõesbra-sileiras para o parceiro asiático caem mais e as im-portações recuam menos. De janeiro a junho, asexportações brasileiras para a China caíram 22,6%,

enquanto os embarques para o resto do mundo re-cuaram 12,5%. Nas importações, o Brasil comprou20% menos do resto do mundo, mas as importações

provenientes da China foram 9% menores.

As commodities explicam a queda mais expressivadas exportações para a China, pois 78% do que o Bra-sil exporta para o parceiro é soja, minério e petróleo.Em minério,por exemplo,aqueda nos embarques pa-raaChina foimaior quepara o restodo mundo.De ja-neiro a junho, o Brasil exportou US$ 2,6 bilhões paraaChina, 60% menor queem igual período do anopas-sado. Para os demais países do mundo, a queda foi de40%.

No caso da soja, que atende um mercado menos vo-látil, o de alimento, as exportações recuam, mas me-nos do que para o resto do mundo, sinal de que nemtodo comércio com o país asiático será afetado emigual proporção.

Octavio de Barros, diretor do Bradesco, reconhecequeacrise chinesa afetao preço decommodities me-tálicas como minério de ferro, mas diz que, como omovimento já estava no cenário da instituição, queprevia desaceleração mais forte na China do que omercado, as projeções para o setor externo não estãosendo alteradas.

Além do fator China já estar previsto e do comérciomundialestar crescendo abaixo do PIB mundial,Bar-ros pondera que a depreciação real da moeda local foitão significativa que o Brasil já registra sinais de re-cuperação da quantidade exportada em setores comocalçados. "As exportações de manufaturados e se-mi-manufaturados já mostram reação na margemcom o dado dessazonalizado", pondera.

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Continuação: Superávit com China cai 69%, mas crise já 'está na conta'

Para Rafael Ihara, do Brasil Plural, é precipitado re-ver as projeções neste momentoem razão da forte os-cilação de preços. "Mas certamente os riscos são deuma queda mais forte das exportações", diz ele. (DNe FL)

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'Dificuldades temporárias' preocupam países dosBrics

INTERNACIONAL

Emergentes Na Rússia, Dilma diz que grupo ainda émotor do crescimento

Assis Moreira

Líderes dos Brics- Brasil, Rússia, índia,China eÁfri-ca do Sul demonstraram ontem preocupação sobrecomo retomar o crescimento, em meio às recentesturbulências econômicas queos grandespaísesemer-gentes vêm atravessando recentemente.

O presidente chinês, Xi Jinping, reconheceu "di-ficuldades temporárias" para o desenvolvimentoeconômico dos Brics, na sua primeira intervenção nacúpula do bloco, em Ufá, na Rússia, quando os lí-deresse encontraram com representantes dosetorpri-vado.

O FMI alertou ontem que a desaceleração dos emer-gentes está afetando o crescimento global.

Xi observou que a economia mundial está se re-cuperando em ritmo lento e reconheceu a de-saceleração dos emergentes, mas não entrou emdetalhes sobre a segunda maior economia do mundo.

"Ao mesmo tempo, precisamos estar conscientes deque os emergentes têm muito potencial e há muito es-paço para aumentar acooperação", acrescentou. "Es-pero que possamos trabalhar juntos para ajudar osBrics a superar as dificuldades temporárias, e con-tribuir para elevar as economias para um maiornível", afirmou.

Um importante negociador disse ao Valor que os re-presentantes chineses têm demonstrado aos par-ceiros de Brics "grande preocupação" com a quedano ritmo de seu crescimento. Para analistas, o mer-gulho das bolsas chinesas pode afetar ainda mais o

crescimento e a demanda por commodities.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse por sua vezque seu país vem conseguindo atravessar as di-ficuldades atuais. A Rússia e o Brasil são os doisgrandes emergentes que terão contração da atividadeeconômica neste ano. Além disso, a China vê suasbolsas entrarem em colapso, numa espiral que podeafetar a economia "real".

Putin disse que a turbulência nos mercados globaisprejudica o desempenho dos Brics. "Estamos preo-cupados com a instabilidade nos mercados, o alto ní-vel de volatilidade nos preços de energia e matériasprimas e o acúmulo de dívidas soberanas em váriasgrandes economias", disse Putin. "Todos esses de-sequilíbrios estruturais afetam diretamente o cres-cimento."

Para a presidente Dilma Rousseff, no entanto, osBrics continuarão a ser "a força motriz do cres-cimento global", a despeito das turbulências atuais.

Em seu discurso, ela ponderou que o mundo passapor dificuldades. "A recuperação dos países de-senvolvidos tem sido lenta e frágil, e a retomada dosem desenvolvimento tem sido afetada."

Neste sentido, a presidente brasileira reiterou a im-portância da cooperação entre os integrantes dosBrics,nãosó para os paísesdo bloco, mastambém pa-ra a economia internacional. "Os Brics atuam comouma forca positiva na área internacional. O for-talecimento dos Brics equivale a fortalecer a eco-nomia mundial", disse.

Dilma afirmou que o Banco dos Brics e o fundo de re-servas, que estão prontos para funcionar, são maisumpasso para aintegraras economiasdo bloco etam-

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Continuação: 'Dificuldades temporárias' preocupam países dos Brics

bém "representam uma concreta contribuição para aestabilidade do sistema financeiro global".

A presidente aproveitou o discurso em favor dosemergentes para pedir maior participação desses paí-ses em instituições globais como o FMI e a ONU. Elareiterou ser necessária a implementação da reformado FMI decidida em 2010. A reforma, acordada na-quele ano em Seul, foi feita para aumentar o poderdos países emergentes na instituição e é uma grandebandeira do governo brasileiro.

Dilma também defendeu aampliaçãodo ConselhodeSegurança da ONU, outra bandeira brasileira. "Rei-teramos o compromisso dos Brics com o mul-tilateralismo abrangente. Um conselho da ONUampliado ereformado seria mais legítimo eeficaz pa-ra preservar a paz internacional." Por fim, disse que oBrasil defende umacordo equilibrado eambiciosonaconferência do clima que será realizada em Paris nofim do ano. "O acordo do clima deve garantir o prin-cípio da Rio+20 [conferência ambiental de 2012 noBrasil] de que é possível crescer, conservar e pro-teger."

No documento final da cúpula, os líderes destacaramtambém acorrupção como umdesafio global quemi-na os sistemas legais dos países, afeta negativamenteseu desenvolvimento sustentável e pode facilitar ou-tras formas de crime.

Nos pronunciamentos em Ufá, o chinês Xi men-cionou "tolerância zero contra a corrupção". Os cin-co países criaram um grupo de trabalho decooperação anticorrupção.

A percepção pública sobre a corrupção do setor pú-blico nos Brics está entre as mais inquietantes, con-forme relatório da ONG TransparênciaInternacional.

No seu índice de 2014, a Rússia é um dos piores emtermos de corrupção, na 136º - posição entre 175 na-ções. A China vem em seguida na 100ª posição. A ín-dia está em 85º lugar, o Brasil, em 69º e a África doSul, em 67º .

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Governo chinês intervém e mercado reage ECONOMIA

Autoridades anunciam uma série demedidas para es-tancar as perdas registradas nas últimas semanas nasbolsas

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PEQUIM

Asbolsas asiáticas fecharam em altaontem, com des-taque para as ações negociadas em Xangai, que ti-veram o maior ganho diário em seis anos. O forteavanço se deve a uma recuperação da confiança dosinvestidores, depois de o governo chinês voltar aatuar para tentar estimular as compras de papéis.

O índice Xangai Composto subiu 5,8%. Já o Shen-zhen Composto, que acompanha empresas menores,avançou 3,76%. Em Hong Kong, por sua vez, o ín-dice Hang Seng teve alta de 3,73%. Na Coréia do Sul,o Kospi teve ganho de 0,58%. E em Tóquio o índiceNikkei terminou em leve alta de 0,60%.

Na quarta-feira, o cenário era o oposto. O mercadoacionário chinês mostrou sinais de congelamento,com empresas correndo para escapar do desastre.Companhias tiveram a negociação de suas ações sus-pensas e os índices despencaram após o regulador domercado chinês alertar sobre um "sentimento de pâ-nico" dos investidores.

Medidas. Temendo a explosão de uma bolha no mer-

cado acionário chinês, a Comissão Regulatória Ban-cária do país vai permitir que os bancos rolemempréstimos garantidos por ações. Além disso, vaiencorajar as instituições a fornecerem fi-nanciamento no mercado interbancário para a ChinaSecurities Finance Corp (CSF), uma empresa apoia-dapelo governoequepodeconcederempréstimospa-ra a compra de ações.

A CSFtambém recebeuautorizaçãodaComissãoRe-guladora de Valores Mobiliários da China (CSRC)para fornecer mais liquidez para comprar ações depequeno e médio portes e ofertas públicas de fundo.

Em uma medida drástica, a agência reguladora de va-lores mobiliários proibiu que acionistas com par-ticipações superiores a 5% vendam seus papéis nospróximos seis meses.

A CSRC afirmou em seu site na noite de quarta-feiraque vai tratar com severidade qualquer violação daregra. A proibição também parece se aplicar a in-vestidores estrangeiros que detêm participações emempresas listadas nas Bolsas de Xangai ou Shen-zhen, embora a maioria de suas participações seja in-ferior a s%.

Segundo a agência estatal Xinhua, a polícia visitou oescritório da CSRC para investigar eventuais ir-regularidades em operações de venda a descoberto. /AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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O Estado de S. Paulo

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O elo entre as crises na Grécia e na China ECONOMIA

Artigo

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Países foram beneficiados com políticas eco-nômicas experimentais e ultrarrelaxadas, adotadaspelos bancos centrais

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Mohamed A. El-Erian

GLOBAL VIEWPOINT NETWORK

A primeira vista, não há muito associando as más no-tícias na China e na Grécia. A primeira reflete umabolha demercadoqueestá murchando;asegundaére-sultado de fundamentos econômicos fracos e em pro-cesso de deterioração. Mas ambas as crises partilhamum elemento comum: os países foram beneficiadoscom as políticas econômicas experimentais e ul-trarrelaxadas, implementadas pelos maiores bancoscentrais do mundo.

Os mercados globais de equity não vivem bom mo-mento, o que é compreensível. Com os mercados deações na China despencando e a Grécia apresentandoo riscodeuma saída desordenada dazona do euro,umnúmero cada vez maior de investidores decidiu re-tirar algumas de suas fichas da mesa. Alguns in-vestidores temem até que esse seja o momento emque, inflados pelas políticas experimentais do bancocentral, preços de ativos retomem a níveis mais bai-xos, justificados pelos fundamentos econômicos me-nos velozes.

Diante de uma lenta e frustrante recuperação após acrise financeira global de 2008 e contando com umaconsiderável autonomia política, os bancos centraisocidentais assumiram imensas responsabilidadesmacroeconômicas, e as demais entidades res-

ponsáveis pela elaboração de políticas de governo,que dispunham de ferramentas muito melhores, fo-ram postas de lado em decorrência da disfunção po-lítica.

A única maneira que esses bancos centrais en-contraram para buscar um crescimento econômicomais elevado foi sustentar artificialmente os preçosdos ativos financeiros. Eles o fizeram na esperançaqueo otimismonos mercados deações fizesse as pes-soas se sentirem mais ricas e, assim, se dispusessem agastar mais. Isso despertaria o "espírito animal" dasempresas, levando a mais gastos corporativos.

Quanto mais os bancos centrais ocidentais insistiramnessa abordagempolítica, maior apressão sentida pe-los demais bancos no sentido de adotar também maispolíticas de simulação. A resposta política coletivateve sucesso em sustentar os preços globais dos ati-vos, mas foi muito menos eficaz em engendrar a de-colagem econômica.

Essa barreira acabaria vencida de duas maneiras pos-síveis: da melhor, com a melhoria dos fundamentos,validando assim os preços, ou de uma forma pior,com os preços recuando para níveis justificados pe-los fundamentos enfraquecidos. E aqueles ocupadoscom a análise dessa dissociação se preocupavamcom a possibilidade de um choque antes que os fun-damentos tivessem tempo de melhorar, causado porum erro na política econômica e/ou acidente de mer-cado.

Agora, a situação na Grécia corre o risco de re-presentar o erro na política econômica, e a situação naChina corre o risco de ser o acidente de mercado.

A Grécia e seus credores estão envolvidos em ne-gociações prolongadas e azedas. Não faltaram cú-pulas de lideranças europeias, reuniões de ministrosdas finanças da zona do euro e encontros técnicos en-

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Continuação: O elo entre as crises na Grécia e na China

tre funcionários do governo grego e as "instituições"da Comissão Européia e do FMI. Mas todas elas fra-cassaram em produzir os quatro resultadosnecessários: reformas estruturais abrangentes, aus-teridade menor e mais inteligente, perdão de dívida efinanciamento externo suficiente. Enquanto isso, asituação nas ruas vai de mal a pior.

Com os bancos fechados há mais de uma semana, aeconomia grega está implodindo numa velocidadealarmante. Na China, as autoridades se sentem im-potentes enquanto uma notável fase de prosperidadeno mercado de ações, que atraiu um número cada vezmaior de cidadãos, se converteu em queda livre. Equanto mais as ações despencam, maior a corrida deinvestidores rumo à saída, apesar de esforços do go-

verno para estabilizar o mercado.

E quanto ao futuro? O sistema global tem a ca-pacidade de administrar cada um desses choques,mas não sem um certo desgaste. Podemos até lidarcom os dois problemas ao mesmo tempo, desde quenada mais dê errado. Mas o sucesso não é garantido.Para tanto, são necessárias políticas econômicasmuito mais abrangentes e mais bem coordenadas en-tre si. Se continuarmos com dificuldades nessas res-postas, o preço dos ativos seguirá caindo, encerrandoa grande dissociação entre as perspectivas das eco-nomias avançadas e emergentes./ tradução deAUGUSTO CAUL

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Brics precisa fazer ajuste estrutural ECONOMIA

Essa éa conclusão dos cinco países do bloco em reu-nião de cúpula na Rússia

Andrei Netto, Fernando Nakagawa

A reunião de cúpula do Brics (Brasil, Rússia, índia,China e África do Sul), realizada em Ufá, na Rússia,terminou ontem com o reconhecimento dos cincopaíses de que é preciso realizar reformas estruturais eajustes domésticos para manter a rota de crescimentoeconômico sustentável. "A recuperação global con-tinua, ainda que o crescimento seja frágil e com con-sideráveis divergências entre países e regiões", diz odocumento final do encontro. "Reformas estruturais,ajustes domésticos e promoção da inovação são im-portantes para o crescimento sustentável e para pro-ver uma contribuição forte e sustentável para aeconomia mundial."

Apesar de reconhecer que a situação econômica glo-bal está menos positiva e influencia negativamentecada vez mais os emergentes, a presidente brasileiraDilma Rousseff reafirmou a aposta na importânciados países emergentes para o crescimento global."Os países emergentes, especialmente os do do Bric-s, eu estou certa, continuarão a ser a força motriz docrescimento global", disse.

O encontro foi realizado, no entanto,no momentoemque a China, a segunda maior economia do mundo,passa por forte turbulência em seu mercado interno,com aperda de30% do valor demercadodas ações deempresas do país desde junho. Para Dilma, o governochinês "tem recursos suficientes" para lidar com es-ses problemas. Segundo ela, que teve uma reunião bi-lateral com o presidente Xi Jinping, "oscilações dabolsa de valores são normais".

De acordo com Dilma, Xi Jinping não demonstroupreocupação particular sobre a turbulência, que jácustou US$ 3,5 trilhões desde junho, quando a ins-tabilidade se acentuou. "Eu achei o presidente nessaquestão bastante tranquilo", afirmou, referindo-se aolíder chinês. "Não mostrava nenhuma grande preo-cupação e demonstrou até clareza de que o mercadoiria se recuperar."

Projeções. Sobre os indicadores econômicos no Bra-sil, como o desemprego, que bateu recorde em trêsanos, chegando a 8,1% e a decisão do Fundo Mo-netário Internacional (FMI) de rebaixar a projeção deretração do Brasil de -1% para -1,5% em 2015, Dil-ma voltou a evocar problemas externos como maiorexplicação para a recessão.

A presidente lembrou que a China deve registrar nes-te ano o pior desempenho do Produto Interno Bruto(PIB) em 25 anos. "O mundo está passando por umprocesso bastante complicado. Todas as estatísticasdo FMI estão sendo reduzidas para baixo, em qual-quer lugar do mundo", justificou.

De acordo com a presidente, o Brasil passa por "ummomento extremamente duro", o que justificaria olançamentodoPrograma deProteção aoEmprego pe-lo governo. "Não inventamos a roda. Nós olhamos asmelhores experiências internacionais e con-sideramos que a melhor era a alemã, por isso, cons-truímos o programa tentando garantir a presença das

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Continuação: Brics precisa fazer ajuste estrutural

condições de recuperação", sustentou.

Inflação. Dilma voltou a alegar que a inflação é con-juntural, e não estrutural, causada pela des-valorização cambial, e que as reservas internacionaissão uma garantia de estabilidade para o País. "O Bra-sil tem uma forte base de reservas, que nunca teve navida - no passado, as crises pegavam o Brasil naquiloque o ministro (Mario Henrique) Simonsen dizia: 'A

inflação aleija e o câmbio mata'. Acho que não se-remos nem aleijados pela inflação nem mortos pelocâmbio", disse a presidente. Questionada sobre seacredita que a retomada do crescimento será rápidano Brasil, a presidente evitou fazer projeções. "OBrasil tem estruturalmente fundamentos para se re-cuperar rápido."

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FMI revisa PIB do Brasil e prevê queda de 1,5% ECONOMIA

Projeção anterior do fundo monetário apontava paraqueda de 1% da economia brasileira neste ano

Altamiro Silva Júnior

Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a re-duzir a previsão para o crescimento do Brasil. Em2015, a projeção é que o Produto Interno Bruto (PIB)do País tenha queda de1,5% - piordo queaestimativadivulgada em abril, durante a reunião de Primaverado Fundo em Washington, quando se previa que oPaís fosse encolher 1% este ano. Foi um dos maiorescortes nas projeções entre os principais países emer-gentes, de acordo com um relatório do FMI di-vulgado nesta quinta-feira.

Além de a recessão ser maior que o esperado em2015, o FMI espera que a recuperação do Brasil em2016 seja mais fraca. A previsão é que o PIB avance0,7%, abaixo da alta de 1% prevista no relatório di-vulgado em abril. Os economistas brasileiros, deacordo com o boletim Focus, que reúne as es-timativasdemais de100 instituições financeiras, pre-veem queda de 1,5% no PIB este ano e alta de 0,5%em 2016.

Desde 2012, o FMI vem cortando as projeções decrescimento para o Brasil a cada novo relatório quedivulga. Em 2015, o desempenho do PIB brasileiroserá pior que a média da economia mundial, que devecrescer 3,3%. Também deve ficar abaixo da médiados países emergentes e da América Latina, com pre-visão de expansão de 4,2% e 0,5%, respectivamente.Entre os maiores paísesemergentes, só aRússia deveter pior desempenho que o Brasil este ano, en-

colhendo 34%.

O documento divulgado ontem não traz mais co-mentários sobre o Brasil, além das previsões para oPIB. Mas em relatórios anteriores, os técnicos doFMI apontavam a piora da confiança de empresáriose consumidores como um dos fatores que explicam ofraco desempenho da atividade. Além disso, citavamos reflexos do escândalo de corrupção na Petrobrásnaatividade econômica, com aprópria petroleira cor-tando gastos e as construtoras envolvidas nas in-vestigações Lava Jato paralisando operações.

Sobre a America Latina, o FMI ressalta que a quedados preços das commodities segue pesando ne-gativamente no desempenho da região, que caminhapara o quinto ano consecutivo de PIB fraco. Para2015, aprojeçãoédeexpansão de0,5%, ante 0,9% dorelatório de abril.

O México foi um dos países emergentes, junto com oBrasil, que teve maior corte nas estimativas. Emabril, o FMIesperava queaeconomia mexicana fossecrescer 3% este ano, número reduzido para expansãode 24%. O corte é reflexo do desempenho mais fracoque o esperado nos Estados Unidos por causa do in-verno rigoroso, fortalecimento do dólar e greve dosfuncionários dos portos na Costa Oeste.

Previsão

3,3% é a média de crescimento da economia mun-dial neste ano

4,2% é a media dos emergentes

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Ajustes duros não tiram Brasil da crise, dizeconomista

ECONOMIA

Para a economista Laura Carvalho, da USP, é precisomudar a meta de inflação e o regime fiscal

João Villaverde

A crise econômica brasileira não será resolvida comajustes duros. Essa éaavaliaçãodaeconomista LauraCarvalho, professora da Universidade de São Paulo(USP), doutora pela New School for Social Re-search, em Nova York (EUA) e voz do pensamentodesenvolvimentista. Para Laura, a crise pode ser re-vertida se a equipe econômica da presidente DilmaRousseff fizer mudanças no regime fiscal e na metade inflação.

Laura é coautora do recém-lançado livro Indústria eDesenvolvimento Produtivo do Brasil, feito em par-ceria com os economistas Nelson Marconi e Mau-rício Pinheiro, além do ministro do Planejamento,Nelson Barbosa. Laura divide com o ministro a mes-ma bagagem acadêmica: ambos fizeram graduação emestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) e doutorado na New School, berços de-senvolvimentistas no Brasil e nos Estados Unidos,respectivamente.

"A meta fiscal deste ano claramente não será cum-prida, mesmo depois de todos os esforços até aqui,que envolveram fortes cortes de investimentos pú-blicos, o aumento de alguns impostos e a restrição debenefícios trabalhistas. Agora, o governo deve re-duzir a meta, mas isso não resolve o problema es-trutural", disse Laura, em entrevista ao Estado.Segundo ela, o governo Dilma deveria aproveitar arecessão, que reduz a arrecadação, para fazer uma re-forma no regime fiscal.

Bandas. De acordo com a economista, o governo de-veria introduzir um regime de metas fiscais em que o

volume do superávit primário (a economia de re-cursos públicos voltada ao pagamento dos juros dadívida pública) é ajustado ao ciclo econômico e contacom "bandas" para administração. Isto é, caso o Paísatravesse uma recessão, como ocorre agora, a metafiscal pode ser administrada de acordo com as cir-cunstâncias.

"Apesar de todo o ajuste que foi conduzido no pri-meiro semestre, a confiança dos empresários e dosconsumidores continuou caindo. É hora de o governoaumentar o investimento público e sinalizar que ha-verá uma melhora, e não de buscar mais ajuste", disseLaura, para quem esse aumento de gastos com in-vestimentos poderia ser financiado com o aumentode impostos sobre a renda e sobre a herança - comoparte do governo defende.

A professora da USP entende que o atual patamar dasmetas fiscais deste ano e do próximo "impõe" ao go-verno o caminho das manobras contábeis e das "pe-daladas fiscais", combinadas com a busca incessantede receitas extraordinárias. "Esse foi um caminhoque deu errado, mas como chegar em uma meta fiscaltão altavivendo uma recessão? O governodeveriase-guir o caminho atual, que acaba com as manobras epedaladas, mas aprofundar uma nova estratégia, mu-dando todo o regime", disse ela.

Segundo a economista, as reformas na política eco-nômicadeveriam atingir também o regimedemetadeinflação, que, tal qual o superávit primário, foi in-troduzido em 1999 e faz parte do "tripé ma-croeconômico", que é completado com o câmbioflutuante.

O mercado financeiro estima que a inflação deve fe-char o anocom umavanço próximo a9%, o maior em12 anos. No esforço para reduzir a alta de preços, o

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Continuação: Ajustes duros não tiram Brasil da crise, diz economista

Banco Central (BC) vem elevandoataxa básica deju-ros há mais de um ano. Hoje, o juro básico está em13,75% ao ano e o mercado projeta novos aumentos.Para Laura, no entanto, essa política do BC reforça oajuste fiscal ao"inibir" os investimentos privados,sem ter efeito preciso sobre os preços.

"O próprio BC registra em seus relatórios e atas que ainflação está alta pela correção dos preços con-trolados e pelo efeito câmbio. Com recessão, a de-manda caiu, então como que continua subindo tantoos juros para controlar aumento de preços que não es-

tão reagindo à demanda?", questiona.

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Contramão

"É hora de o governo aumentar o investimento e si-nalizar que haverá uma melhora da economia, e nãode buscar mais ajuste." Laura Carvalho, PRO-FESSORA DA USP

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E eu com isso?

MERCADO

A bolsa da china

1 O que aconteceu com as ações chinesas? Os doisprincipais índices das Bolsas chinesas, o de Xangai eo de Shenzhen, caíram 32% e 40%, respectivamente,desde meados de junho

2 Mas as Bolsas não vinham subindo? Sim, desdejulho de 2014, e a alta se acelerou a partir de marçodeste ano. Em 12 meses, a Bolsa de Xangai teve ga-nhos de 155%, e a de Shenzhen, de 192%.

Apesar das quedas recentes, os índices ainda têm va-lorização de cerca de 70%

3 Como as ações subiram tanto? Uma das ex-plicações é o estouro da chamada "bolha imo-biliária", no começo de 2014. Os preços de imóveiscaíram e os investidores transferiram seus recursospara o mercado de ações, elevando os preços dos pa-péis.

Essa alta atraiu ainda mais investidores, e muitos seendividaram para comprar ações, aumentando o vo-lume denegócios e impulsionandoainda mais os pre-ços.

Quando o governo tentou limitar o valor dos em-préstimos, os índices já haviam chegado ao pico

4 Por que os preços despencaram agora? Por umlado, as ações estavam sobrevalorizadas, segundo

analistas. Na semana passada, alguns bancos li-mitaram o crédito para que investidores já en-dividados cumprissem as exigências de garantiafeitas pela Bolsa, o que pode ter detonado um epi-sódio de pânico: acionistas correram para venderseus papéis, derrubando ainda mais os preços.

5 O governo da China tem como controlar a que-da? A China ampliouo programa de compra de açõesdeUS$19 bipara US$42 bi, suspendeu as ofertas ini-ciais de ações e limitou operações especulativas queapostam na queda dos preços. Metade das ações ti-veram sua negociação suspensa. O banco centralcriou linhas adicionais para queos investidores cum-pram as exigências de garantia pedidas pela Bolsa.

6 A queda de ações afeta a economia chinesa? Oimpacto nos consumidores deve ser pequeno, porquesó uma pequena parcela da poupança chinesa está nomercado de ações.

Mas há temores de instabilidade financeira e sociais,o que deve ampliar a intervenção do governo

7 E o restodo mundo? A queda nos preçosdas açõestambém provocou uma baixa nos preços decommodities, principalmente minérios --a China é omaior mercado global para esses produtos -- e afetoupaísescomo Canadá, Austrália eBrasil. A redução daatividade chinesa também reduz o comércio in-ternacional geral

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Continuação: E eu com isso?

8 Qual o impacto para o Brasil? Os chineses sãograndes compradores de petróleo, soja, minério deferro e outras commodities brasileiras, e o Brasil po-de ser afetado tanto por redução nas exportaçõesquanto pela queda ainda mais acentuada no preço dascommodities.

A possibilidade de impacto em países emergentestambém faz com que as moedas desses países se des-

valorizem em relação ao dólar.

Uma terceira forma de contágio seria a retração nosinvestimentos diretos chineses, com os quais o Bra-sil conta para ampliar sua infraestrutura.

VINICIUS TORRES FREIRE O colunista está emférias.

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Chineses tratam o mercado de ações como umaroleta MERCADO

Para especialista, crédito em excesso elevou riscosdas bolsas chinesas, mas danos não devem ser ex-tensos

Especialista em economia chinesa, Arthur Kroeber,afirmou à Folha que "os chineses tratam o mercadode ações como uma roleta".

Segundo ele, a maioria dos investidores na Bolsa é depessoas físicas com pouca experiência e informação,o que deixa o mercado volátil.

Sócio da consultoria Kavekal Dragonomics, Kroeberdiz que as ações despencaram porque esses in-vestidores estavam comprando papéis com dinheiro

emprestado.

Segundo ele, o nível desse financiamento hoje naChina é parecido com o que existia no mercado ame-ricano à beira do crash de 1929.

No entanto, o especialista afirma que o contágio daeconomia real será muito pequeno, minimizando osefeitos para o Brasil e o resto do mundo. Isso porquemenos de 15% da poupança das famílias está na Bol-sa. A seguir, trechos da entrevista.

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Folha - Por que as ações chinesas desabaram?Arthur Kroeber - A principal razão é a ala-vancagem [uso de crédito para pagar os depósitos degarantias exigidos na transação]. Esse financiamentomais do que quadruplicou entre meados de 2014 emaio deste ano. No auge, atingiu 3,5% do valor dasempresas. É mais ou menos o mesmo nível que exis-tia no mercado acionário americano à beira do crashde 1929.

Esse financiamento magnifica os ganhos quando asações estão subindo, masacelera as perdasquandoospapéis começam a cair. As pessoas precisam vendersuas ações para atender as exigências das corretoras.Quanto mais os preços caem, mais se pedem ga-rantias e mais se vendem ações.

Como é a regulação? A regulação do mercado deações chinês é fraca, mas o maior problema é a faltade compradores institucionais grandes e dis-ciplinados.

Cerca de 80% das 49 milhões de pessoas que aplicamna Bolsa são investidores individuais com pou-quíssima sofisticação. Eles tratam o mercado como

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Continuação: Chineses tratam o mercado de ações como uma roleta

uma roleta.

Criar grandes investidores, como fundos de pensão,seria a maneira mais efetiva de tornar o mercado chi-nês mais disciplinado e menos volátil.

Essa turbulência pode ser o estouro de uma "bo-lha"? Existem duas escolas de pensamento. Algunsacreditam que a "bolha" já estourou e que os preçosdas ações vão cair mais. Outros dizem que a queda demais de 30% nas últimas semanas é só uma correçãotemporária e que os preços voltarão a subir.

A primeira visão é baseada no fato de que, antes dacorreção, os preços das ações já estavam ex-tremamente altos para a desaceleração do cres-cimento do país e dos lucros.

Pela segunda avaliação, o apoio maciço do governojá estabilizou o mercado.A população tem ainda umapoupança enorme em busca de onde investir. Antes,ela ia para o mercado imobiliário, mas agora o setortem vacância alta e é pouco provável que os preçosdos imóveis subam mais. Logo, a poupança iria paraa Bolsa, puxando os preços para cima.

A turbulência pode afetar a economia real? Muitopouco. Apenas 5% da poupança das famílias está nomercado de ações (a maior parte está em depósitosbancários) emenosde10% das famílias têm qualquerexposição à Bolsa. Assim, praticamente não tem im-pacto na capacidade dos consumidores de gastar.

Pode afetar o financiamento das empresas? Vaiter pouco impacto na capacidade das empresas de sefinanciar. A maior parte do financiamento vem pelosempréstimos bancários e pelos próprios lucros dasempresas.

A crise na Bolsa pode atrasar as reformas na eco-nomia? Osriscos são baixos.As reformas financeirase fiscais, como a reestruturação da dívida dos go-vernos locais e a liberalização das taxas de juros, es-tão caminhado rapidamente. A reforma dasempresas estatais está caminhando mais devagar,mas principalmente por causa da resistência políticanessas empresas. O mercado de ações é basicamenteum show a parte.

Haverá um novo ciclo de queda no preço dascommodi ties? O impacto de curto prazo se deveu aofato de que os investidores tiveram de liquidar suasaplicações em vários ativos, incluindo as ações emHong Kong e as commodities, para atender às exi-gências de depósitos das corretoras.

Foi isso o que provocou uma forte queda do preço docobre no início da semana. Se os preços das ações naChina se estabilizarem --e nesta quinta (9) havia si-nais de que podia ter começado-- o impacto será pe-queno.

O Brasil pode ser afetado? A queda no mercado deações chinês não deve ter muito impacto no Brasil ouno restante do mundo porque o sistema financeirochinês ainda é muito isolado e a Bolsa tem pouca re-levância para a economia real.

Eu venho repetindo em minhas visitas ao Brasil, queproblemas econômicos do país são criados in-ternamente.Eesse continuasendo o caso.O Brasil fa-lhou em aproveitar os lucros do boom decommodities criado pela China para investir em in-fraestrutura e educação. Agora que esse boomacabou sobraram poucas alternativas de ganhos deprodutividade.

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Folha de S. Paulo

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Continuação: Chineses tratam o mercado de ações como uma roleta

NA INTERNET Leia a íntegrafolha.com/no1653897 >

ANÁLISEA bolsaéavida para o governochinês, es-creve Clóvis Rossi folha.com/no1653889

RAQUEL LANDIM TONI SCIARRETTA DESÃO PAULO

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O Globo

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Brics estuda criar grupo de cooperação anticorrupçãoECONOMIA

Em declaração, grupo diz que recuperação da eco-nomia ainda é 'frágil'

A corrupção está na mira dos cinco integrantes dogrupo do Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e Áfricado Sul. O tema faz parte dos propósitos contidos nadeclaração final da sétima cúpula do Brics, realizadana cidade russa de Ufá. Mesmo amargando clas-sificações pouco honrosas nos rankings de or-ganizações internacionais sobre corrupção, o Bricsdefiniu o assunto como um "desafio global" e ex-tremamente nocivo. Nesta linha, o grupo demandamaior colaboração internacional e sinaliza, in-clusive, com a criação de um grupo de trabalho para acooperação anticorrupção.

No documento, o grupo de cinco países avalia que arecuperação da economia mundial ainda é "frágil"com "consideráveis divergências entre países e re-giões" Na visão do grupo, há sinais de melhorias nasperspectivas econômicas de países avançados, mas aaposta recai sobre os emergentes como atores im-portantes para o crescimento global. O grupo alertaque os riscos para a economia global persistem, comdesafios que incluem patamares elevados de dívidapública,desemprego, pobreza edesigualdade. Por is-so, os emergentes reivindicam um esforço maior dos

países ricos no contexto do G20 para a diminuiçãodestes riscos, inclusive com mais facilidade para aobtenção de recursos financeiros por parte das eco-nomias em desenvolvimento.

MAIS REPRESENTATIVIDADE NO FMI

O texto retoma ainda reivindicações recorrentes en-tre os integrantes do Brics. O grupo defende com fir-meza uma ampla reforma das Nações Unidas e de umsistema de representatividade com maior poder paraos emergentes no Fundo Monetário Internacional (F-MI). China e Rússia, membros do Conselho de Se-gurança da ONU, reiteram na declaração seu apoio aumpapel mais importante de Brasil, índia e África doSul na organização. Mas, sem, no entanto, explicitarseu apoio à entrada destes países no Conselho.

Sobre areforma no sistema derepresentação depoderno FMI, uma demanda dos países em de-senvolvimento desde 2001, o Brics manifesta maisuma vez seu "profundo desapontamento" com a de-mora na sua aprovação e efetivação. O texto assinala,pela primeira vez, a intenção de procurar im-plementar a reforma por meios não tentados até agorapara contornar a conhecida resistência do Congressodos Estados Unidos. (Fernando Eichenberg)

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O Globo

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Grécia promete à UE enxugar 13 bi para recebersocorro

ECONOMIA

De olhoem reestruturação dadívida, Tsiprascede emimpostos e privatizações

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-ATENAS- Faltavam apenas três horas para o prazofinal quando a derradeira proposta grega de reformasfiscais chegou à mesa do presidente do Eurogrupo,Jeroen Dijsselbloem. E o documento enviado peloprimeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, indicaque Atenas aceitou mais medidas de austeridade emtroca de um socorro financeiro de EUR 53,5 bilhõesdurante três anos - e uma promessa de reestruturaçãoda dívida. O ajuste visa ao corte de EUR 13 bilhõesnos gastos públicos através de elevação de impostos,fim de benefícios tarifários para as ilhas gregas, re-formas previdenciárias e privatizações. O pacote, po-rém, será submetido ainda hoje à aprovação doParlamento grego e, amanhã, à apreciação dos mi-nistros da zona do euro, em Bruxelas.

De acordo com o jornal grego"Kathimerini", Tsiprasenfrentou oposição dentro do próprio governo, so-

bretudo, nas alas mais à esquerda do partido Syriza,capitaneadas pelo ministro da Energia, PanagiotisLafazanis. E isso porque o plano anterior previa cor-tes de até EUR 8 bilhões. Mas espera-se o sinal verdedo Legislativo.

A Grécia se comprometeu a cumprir uma meta de su-perávitprimáriode1% este ano; 2% em 2016;3% em2017 e, finalmente, 3,5% em 2018. A alíquota do atéagora polêmico Imposto sobre Valor Agregado(IVA ,uma espécie de ICMS local) será elevada a23%, incluindo restaurantes - algo ao qual, ini-cialmente, Atenas se opunha. Hotéis, alimentos bá-sicos e serviços como energia e água serão taxados a13%, e uma taxa reduzida, de apenas 6%, será apli-cada a remédios, livros e teatro.

PORTOS E AEROPORTOS PRIVATIZADOS

No início da madrugada, a proposta grega acabou re-velada na internet pelo jornal "Naftemporiki". O pa-cote prevê, ainda, elevação de impostos paraempresas; fim dos benefícios tarifários para as ilhasaté o dezembro de 2016; extinção de alguns be-nefícios previdenciários até o fim de2019;altade im-postos para companhias de transporte marítimo ecriação de uma tarifa sobre publicidade na TV. Alémdisso, o texto determina o corte de EUR 300 milhõesno Orçamento militar até o fim do próximo ano. Umasérie de privatizações de portos e aeroportos seráanunciada já em outubro.

Segundo analistas, as concessões de Tsipras podemser uma estratégia. Aceitar um arrocho maior sig-nificaria dar garantias concretas aos credores eu-ropeus - ao mesmo tempo em que, para justificar apolítica de austeridade ao eleitorado grego, tenta bar-ganhar a reestruturação da dívida ou, ao menos,algum alívio nos encargos cobrados pela chamada

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Continuação: Grécia promete à UE enxugar 13 bi para receber socorro

(Banco Central Europeu, Fundo Monetário In-ternacional e Comissão Europeia).

Ontem, apesar da resistência alemã, alguns lídereseuropeus se mostraram dispostos a dar esse trunfo aTsipras. E o sinal mais claro veio do presidente doConselho Europeu, Donald Tusk.

- A Grécia precisa ter como resposta uma propostaigualmente realista em relação à sustentabilidade dadívida por parte dos seus credores. Caso contrário,iremos continuar a dança letárgica que temos dan-

çado nos últimos cinco meses - afirmara Tusk, maiscedo.

Um dos paísesmais hesitantes, porém, éaAlemanha.A chanceler federal Angela Merkel disse se recusar a"uma restruturação a clássica".

- Eu já disse que um perdão clássico da dívida está fo-ra de questão para mim. Minha opinião não mudouentre ontem e hoje - sentenciou.

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FMI diz que Brasil terá um ano duro, mas está norumo certo

ECONOMIA

Fundo estima queda de 1,5% no PIB. Dilma vê saídarápida da crise

Flávia Barbosa, Correspondente

O ano do Brasil "será duro", mas os apertos nas po-líticas fiscal e monetária estão na direção certa e cria-rão um ambiente propício à retomada da atividadeeconômica já em 2016, avaliou Olivier Blanchard,economista-chefe do Fundo Monetário In-ternacional (FMI), ao divulgar as novas projeções doorganismo. Na edição trimestral do relatório Pa-norama daEconomia Mundial (WEO,nasigla em in-glês), a expectativa de retração do Produto InternoBruto (PIB) brasileiro em 2015 foi ampliada de 1%para 1,5%, e a recuperação no próximo ano foi re-duzida de crescimento de 1% para 0,7%.

De acordo com Blanchard, duas forças atuam na eco-nomia brasileira hoje acentuando a recessão. A pri-meira é a baixa confiança de empresários e famílias,que reduziu investimentos e consumo. O outro são asmedidas deausteridade econtroleda inflação para re-verter a trajetória da confiança, a partir do acentuadocorte de gastos e elevação de impostos pelo governofederal e do aumento de juros pelo Banco Central (B-C).

IMPACTO NA AMÉRICA LATINA

Combinados, estes fatores estão deprimindo a de-manda e derrubando o crescimento,

- Este éclaramente o conjunto certo depolíticas, mas,no curto prazo, você fica com a confluência de baixaconfiança afetando gastos e as medidas com o ob-jetivo de resgatar a confiança também reduzindo asdespesas. Por isso, nós achamos que o Brasil passarápor recessão (em 2015) mas retomará (o cres-cimento) no ano seguinte - afirmou Blanchard, paraquem "este ano será duro"

As dificuldades de implementação plena do ajustefiscal não devem ser responsabilizadas pelo de-sempenho fraco do Brasil, acrescentou o vice-diretordo Departamento de Pesquisas do FMI, Gian MariaMilesi Ferretti.

- É muito difícil isolar o ajuste fiscal como não tendosido eficiente em elevar a confiança quando há mui-tasoutrascoisasacontecendo, como Petrobras, acon-fiança do consumidor de forma mais geral, adesaceleração dos preços das commodities, pres-sões inflacionárias - disse Ferretti. Achamos que épreciso dar tempo para o plano de ajuste Fiscal seconsolidar e exercer seus efeitos positivos sobre aconfiança na economia brasileira de forma geral.

Blanchard afirmou ainda que o desempenho do Bra-sil terá impacto negativo para a América Latina, umavez que o país é sua maior economia. A região ficaráquase estagnada em 2015, com expansão de 0,5%,0,4 ponto percentual abaixo do projetado há três me-ses. Os números também foram revisados para 2016,com o crescimento estimado caindo de 1% para0,7%.

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Continuação: FMI diz que Brasil terá um ano duro, mas está no rumo certo

Brasil e América Latina não foram casos isolados. OFMI destacou que o resultado muito fraco do pri-meiro trimestre nos EUA contaminou os grandespar-ceiros Canadá e México, cujas previsões decrescimento foram cortadas em 0,7 e 0,6 ponto per-centual, respectivamente, para 1,5% e 2,4% em2015.

DILMA: BRASIL NÃO ESTÁ SOZINHO

A projeção para os EUA caiu 0,6 ponto, para 2,5%,após o inverno rigoroso, a greve nos portos da Ca-lifórnia e a forte queda dos investimentos na ex-ploração de petróleo e gás. O resultado teve efeitoscolaterais para o mundo,prevê o FMI.Os países ricoscrescerão agora 0,3 ponto menos, a 2,1%, e a eco-nomia global crescerá 3,8%, queda de 0,2 ponto per-centual em relação à previsão de abril.

Confrontada com as últimas projeções do FMI e como índicede8,1% dedesemprego divulgado ontem pe-lo IBGE, a presidente Dilma Rousseff admitiu, emUfá, na Rússia, que o Brasil está passando por "ummomentoextremamente duro" Mas alegou queo paísnão está sozinho na crise:

- Todas as estatísticas do FMI estão reduzindo, emqualquer lugar do mundo. Vários países passam porcrises muito graves. A China tem hoje a menor taxade crescimento dos últimos 25 anos. A Europa nãotem conseguido sairdacrise. Eaboanotícia équeare-cuperação americana, apesar de não ser aquilo que seesperava, continua firme. Então, espero também quea situação internacional ajude de forma importante atodosos paísesdomundoater uma saída maior dacri-se.

Ela não vê erros em sua política econômica e des-cartou qualquer mea culpa, que qualificou como "u-ma visão um tanto religiosa" para ser aplicada nagestão de governo. Dilma defendeu o programa deproteção ao emprego lançado pelo governo e disseacreditar que o Brasil possui os "fundamentos es-truturais" para sair da crise em curto prazo:

- Não é só uma questão de achar ou não. Nós apos-tamos nisso. Não porquetemos uma visãoróseadasi-tuação. Não temos, não. Nós sabemos que o queempurra a inflação é conjuntural, não é estrutural.

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'Nada poderia ser feito antes de a crise estourar' ECONOMIA

Corpo a corpo

GUSTAVO FRANCO

Ex-presidente do BC rebate críticas sobre demora naatuação e diz que governo Dilma tentou 'reinventarmacroeconomia'

Que analogia o senhor faz entre a crise de 1999 e a dehoje?

A crise de1998/99parececom acrise de2008em me-nor escala, pois foi de natureza financeira e vinha doexterior. A de hoje não tem nada a ver com o que vemdo exterior, contrariamente ao que diz nossa pre-sidente. Isso é um equívoco ou a tentativa de ocultar ofato de que a crise que vivemos hoje decorre de qua-tro anos de política econômica errada praticada pelogoverno Dilma Rousseff.

O senhor era contrário à desvalorização abrupta doreal em 1999. Em retrospecto, acha que ela se deu deforma atrasada?

Euera favorávelauma modificaçãodiferente, em umtiming diferente. Mas tenho absolutamentecerto quenada poderia ou deveria ser feito antes de a crise fi-nanceira ter estourado no exterior. Não foi pro-priamente com a Rússia, mas com um hedge fundamericano, o LTCM.Atéaquelemomento, a situaçãocambial era uma que, se o Banco Central (BC) re-solvesse não atuar, o câmbio valorizaria. Depois, se oBC não atuasse, o câmbio explodiria. Foi uma mu-dança muito rápida e, dentro do governo, a opinião detodos, não só a minha, era que não devíamos fazer na-da abrupto.

Mas, quandoo senhor deixou o BC eChico Lopesen-

trou, houve uma mudança importante no câmbio...

Pois é. O presidente, em janeiro, no início do novomandato,preferiu asolução do Chico para amudançacambial. Era uma decisão do presidente. Ao fazê-lo,eu saí e o Chico entrou.

Qual era sua proposta?

Eu tinha uma outra fórmula, de, basicamente, chegarao que parecia inevitável, a flutuação. Nossa di-ferença de opinião não tinha que ver tanto com issomas com a ideia de que, ao fazer a flutuação, era pre-ciso aumentar os juros. Em um ambiente de jurosmaiores, a flutuação seria feita com mais suavidade.

Para muitos críticos, o senhor deveria ter tomadouma providência sobre o câmbio antes. Como o se-nhor responde a isso?

O argumento de que demorou está errado! A de-monstração disso veio, anos depois, quando o go-verno peüsta se viu diante da apreciação cambialproduzida pelo mercado. O que aconteceu de 1994até acrise de1998 équevivemos umperíodo deabun-dância de divisas. Quando se tem abundância de dó-lar, nem que você reze muito o câmbio vaidesvalorizar.

O senhor vê no atual governo um afastamento do tri-pé macroeconômico?

Sim. A tal da nova matriz era uma tentativa de rein-ventar a macroeconomia. Se desse certo, o ministro(Guido) Mantega teria vencido o Nobel, e o Brasil es-taria crescendo mais que a China. Mas, como nãoexiste mágica nesse ramo, deu muito errado.

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10 de julho de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

O Globo

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Correndo atrás OPINIÃO

JOSÉ PAULO KUPFER

Mais uma vez, o "Panorama econômico mundial",exercício de projeção do comportamento da eco-nomia global, aqueo Fundo Monetário Internacionalse dedicaacada trimestre, veio, naediçãodejulho, di-vulgada ontem, com estimativas em geral piores doque nas edições anteriores. Desde a crise de 2008, tri-mestre a trimestre, tem sido recorrente a apre-sentação de revisões para baixo em relação à última.

O documento faz menção ao caso da Grécia e à cha-coalhada de momento no mercado acionário chinês,mas não entra em detalhes e nem avança na análisedos seus impactos sobre o desempenho da economiamundial. Indicativo de que, provavelmente, a batidados cortes das previsões prosseguirá na atualizaçãodas projeções em outubro e o FMI continuará cor-rendo atrás do prejuízo. São rasas, a propósito, al-gumas das justificativas para a nova revisão. Aprincipal delas éafrustração com o crescimento ame-ricano no primeiro trimestre, quando a economia dosEUA ficou praticamente estagnada, em razão, se-gundo o FMI,do inverno rigoroso edeuma greve nosportos da costa oeste.

No cenário atualizado do FMI para 2015, o cres-cimento mundial vai encolher 0,2 ponto percentual,na comparação com as previsões de abril, caindo de3,5% para 3,3%. Ospaísesavançados terão expansãode 2,1% neste ano, menos 0,3 ponto sobre a es-timativa do trimestre anterior, com os Estados Uni-dos puxandoo trem em marchaaré,com crescimentode 2,1% neste ano - recuo de 0,6 ponto ante os 3,1%anteriormente projetados.

Os países emergentes, de acordo com o "Panorama",continuarão a dar algum gás ao PIB mundial, mas es-te impulso tem sido consistentemente menor, nos úl-timos anos. Depois de um crescimento de 5% e 4,6%,em 2013 e 2014, a previsão de alta recuou para 4,2%,em 2015. A China, a locomotiva da economia globalaté agora, começou a resfolegar e, nos exercícios doFMI, avançará, pela primeira vez em 25 anos, menosdo que 7%. A previsão é de uma expansão, em 2015,de 6,8% (e de 6,3%, em 2016).

Atrasados na projeção da trajetória da economia bra-sileira, os técnicos do FMI aceleraram o passo nosajustes de julho, cortando 0,5 ponto percentual da va-riação do PIB nacional. Em abril, quando as pro-jeções domésticas já apontavam contração acima de1,5%, o FMI ainda acredita num recuo de 1%. Agora,no momento em que as expectativas locais são de umretração mais próxima de 2%, os economistas doFundo ajustaram suas previsões para menos 1,5%. (ecrescimento de0,7%, abaixo daprojeçãoanterior,pa-ra 2016).

Não há bola de cristal capaz de antecipar o que podeacontecer nos próximos tempos com a economiamundial e, principalmente, com o comércio in-ternacional. Mas atendência dedecepção com as pro-jeções foi reforçadadepoisdaeclosão dacrise grega edas turbulências financeiras naChina. Mesmo queosefeitos mais diretos, no caso da Grécia, sejam cir-cunscritos à Europa e que, quanto à China, as ins-tabilidades venham a ser rapidamente controladas,fica difícil evitar um certo pessimismo em relação àansiada e até aqui não concretizada retomada de umnovo ciclo de prosperidade global.

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Continuação: Correndo atrás

Estudos do começo da presente década, em que fo-ram analisados 45 episódiosde formação eestourodebolhas financeiras desde 1930, encontraram um pa-drão, segundo o qual decorrem entre sete e dez anosentre o início da absorção da crise e a retomada docrescimento. Até setembro, quando o Federal Re-serve decidir se adiará mais uma vez ou finalmentedeterminará o início da retomada do ciclo de alta dosjuros, as incertezas quanto à recuperação deverãoprevalecer.

A ver se a atual crise, que já se arrasta por oito anos,seguirá o padrão.

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Novas revisões para baixo nas projeções para o cres-cimento global mostram que o FMI continua atra-sado em suas avaliações

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Exportações têm de depender menos da China OPINIÃO

O mercado acionário chinês acabou dando um sustoem todo o mundo pelo receio de alguma crise estar seformando por lá. Estouros de "bolhas especulativas"em mercados financeiros desencadearam crises re-centes em várias economias. No caso da China, a tor-cida épara queo queacontece com aBolsadeValorestenha pouca possibilidade de contaminar os setoresprodutivos.

Após um crescimento espantoso por anos con-secutivos, a economia chinesa vem reduzindo o rit-mo. Chega a surpreender que isso tenha demorado aocorrer, contrariando muitas previsões baseadas nosciclos econômicos.

A China é o país que mais importa do Brasil. Aindaque essas compras se concentrem em poucos pro-dutos básicos (soja, minério de ferro e petróleo), taisexportações é que proporcionam um saldo com oschineses. Assim, tudo que acontece na economia daChina hoje é de especial interesse para o Brasil.

As exportações cumpriram papel relevante na re-tomada da economia brasileira após o ano 2000, poissaíram de um patamar de US$ 65 bilhões e chegarama alcançar a casa de US$ 250 bilhões, recuando noano passado para a faixa de US$225 bilhões.

O salto nas vendasexternas teve avercom amudançado regime de câmbio, que passou a flutuar em 1999, ea outros fatores: ganhos de eficiência decorrentes dasreformas feitas após o lançamento do real e das pri-vatizações, expansão demercados em paísesdaAmé-rica do Sul, e o "boom" nas cotações de commoditiesocasionado pela forte demanda da China por ma-térias-primas e produtos básicos. O aumento dasexportações contribuiu para uma considerável me-

lhora nas contas externas do país e para a economiabrasileira obter o grau de investimento no conceitodas agências internacionais classificadoras de risco.

No entanto, essa melhora fez com que o real se va-lorizasse muito. Por um lado, a apreciação favoreceuo combate à inflação, mas, por outro, tiroucompetitividade das exportações de manufaturadose impulsionou as importações dessas mercadorias. Oencolhimento que se verificou na indústria de trans-formação é em parte atribuído à valorização ocorridano câmbio.

Mas o cenário mudou. O real voltou a se depreciar ejá se espera para 2Ó15 um saldo acima de US$ 10 bi-lhõesnabalança comercial (em 2014, o país registrouseu primeiro déficit no comércio desde o ano 2000).Já não há um "boom" de commodities, pois o ritmoda China continuará desacelerando. Do Merco sulnão se deve esperar muito, em face dos problemas naArgentina e da situação crítica na Venezuela. Porém,não é momentode desistir. O governo lançou umpro-grama para estimular as exportações, com o pro-pósito de identificar oportunidades e removerobstáculos à venda de produtos no exterior. Enfim,uma estratégia, que estava fazendo falta. Não se podecontinuar a depender basicamente de des-valorizações cambiais para sustentar o comércio ex-terior.

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País volta a registrar saldo na balança comercial comajuda do câmbio depreciado, mas deve é pôr em prá-tica uma estratégia para aumentar as vendas ao ex-terior

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CNI prevê PIB de 2015 com queda de -1,6% BRASIL

Relatório trimestral de análise de conjuntura da in-dústria traça um panorama sombrio para este ano,com a inflação acima de 9,1% e uma redução dos in-vestimentos de 7,7%

Deco Bancillon

Em seu relatório trimestral de conjuntura, aConfederação Nacional da Indústria (CNI )prevêpara 2015 um ano perdido para o setor produtivo.Diante da fraqueza da economia e da falta de per-spectivas de melhora ou retomada do crescimento apartir do segundo semestre, a entidade projeta re-visou de 1,2% para 1,6% da queda do Produto In-terno Bruto (PIB) deste ano. A previsão da CNI éainda mais pessimista que o consenso do mercado fi-nanceiro e do Fundo Monetário Internacional (FMI),que apostam em retração do PIB brasileiro de 1,5%em 2015.

Mas não é só o crescimento economia que preocupa aindústria. Diante da concentração de reajustes de pre-ços administrados este iníciode ano e da disparada dodólar frente ao real, a tendência é que a inflação - quejá vem batendo recordes de alta - feche o ano acimade 9,1%. Para completar, diante da total falta de con-fiança dos empresários e do encolhimento da rendadas famílias, a tendência é que os investimentos pro-dutivos tombem 7,7% este ano.

Para a CNI, o Brasil se depara atualmente com uma"conjugação perversa de causas conjunturais e es-truturais que limitam nosso desempenho". Não poroutro motivo, a entidade espera que a retomada docrescimento ocorra apenas a partir de 2016, em fun-ção da "forte deterioração" da atividade no primeirosemestre, que ocorre em meio à alta da inflação e doaprofundamento da recessão - "que já alcança outrossetores da economia e não apenas a indústria".

Os empresários acreditam, porém, que a saída da cri-

se já está sendo construída, via maior rigor com ospreços e uma política fiscal mais robusta do que a dosúltimos anos. "A pedra angular (da retomada do cres-cimento) é o reequilíbrio das contas públicas", sen-tenciou a CNI, acrescentando que será"indispensável" assegurar aos agentes produtivos econsumidores que o crescimento dos gastos está sen-do contido pelo governo. "Apenas assim, as in-certezas quanto à extensão do ciclo de ajuste fiscal emonetário serão eliminadas", pontuou a entidade,que não parece ter confiança que o governo con-seguirá cumprir ametadesuperávit primáriode1,1%do PIB. "Nossa estimativa é de um primário de ape-nas 0,4% do PIB", avisou o gerente-executivo de Po-líticas Econômicas da CNI, Flávio Castelo Branco.

A falta de esperanças de uma retomada do cres-cimento no segundo semestre e a cobrança por tunapolítica fiscal mais prudente no futuro deixa claroque, para a indústria, será impossível reverter osmaus resultados colhidos em 2015. Ainda que, emmaio (último dado disponível), a produção industrialtenha operado no azul, interrompendo uma se-quência de três meses de perdas, os números do setornão permitem avaliação otimista. Na comparaçãocom maio de 2014, a indústria caiu 8,8%; no acu-mulado do ano, a queda é de 6,9%.

Em junho, o índice de Confiança do Empresário In-dustrial da CNI cravou 38,9 pontos, numa escala dezero a 100. Para se ter uma ideia da fraqueza do nú-mero, o índice ainda está 17,2 pontos abaixo da mé-dia histórica, de 56,1 pontos. Sem confiança nofuturo, o empresário tem pouca propensão a investir.Prova disso é que o índice de Intenção de In-vestimento, também da CNI, acumula queda de 11,2pontos entre junho de 2014 e o mesmo mês de 2015.

Para o economista-chefe da Gradual Investimentos,André Perfeito, é pouco provável que esse índiceapresente melhora no segundo semestre. "A prin-

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Continuação: CNI prevê PIB de 2015 com queda de -1,6%

cipal variável do ajuste que está sendo posto em prá-tica pelo governo não é fiscal, nem monetário, é narenda eno consumodas famílias. Então, faz sentido opessimismo da indústria, porque, no fundo, o em-presário não investe porque o juro está baixo, masporque tem demanda para seus produtos", frisou oeconomista, que vê pouca chance de melhora no cur-

to prazo.

Em junho, o índice de Confiança do Empresário In-dustrial da CNI cravou 38,9 pontos, numa escala dezero a 100 - 17,2 pontos abaixo da média histórica

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Dilma defende papel do Brics em crise internacional MUNDO

Grupo promete ação coordenada para defender suaseconomias diante da preocupação com a volatilidadedos mercados globais

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Redação

Os países emergentes que integram o Brics in-formaram ontem que vão coordenar esforços paramanter suas economias estáveis diante da preo-cupação com a volatilidade dos mercados fi-nanceiros globais e com os preços do petróleo.Líderes de Brasil, Rússia, índia, China e África doSul, reunidos na cidade russa de Ufá, na VII Cúpulado Brics, anunciaram o primeiro resultado ins-titucional do grupo: um banco de desenvolvimento eum arranjo contingente de reservas.

A presidenteDilma Rousseff defendeu anecessidadede reforçar a atuação dos emergentes diante da criseinternacional. Dilma destacou a importância do in-vestimento entre os paísesdo Brics, lembrandoo pro-grama de investimento em infraestruturarecentemente lançado no Brasil. "Neste momento decrise internacional, nós devemos reforçar, cada vezmais, o papel do Brics, tão importante para o de-senvolvimento global", disse a presidenta. "Estamospreocupados com a instabilidade dos mercados, a al-ta volatilidade dos preços da energia e dascommodities e o acúmulo de dívida soberana por di-

versos países", disse o presidente russo Vladimir Pu-tin. "Esses desequilíbrios afetam a taxa decrescimento e as nossas economias. Nessas cir-cunstâncias, o Brics pretendem usar suas própriasfontes e recursos internos para o desenvolvimento",acrescentou.

Dilma, que conversou reservadamente ontem com opresidente chinês, Xi Jinping, disse estar "tranquila"com a situação das Bolsas da China, com a suspensãode negócios de boa parte de empresas negociadas emXangai e Shenzen. Segundo ela, Xi não demonstrou"nenhuma grande preocupação" sobre esta tur-bulência, jáque "a China tem recursos suficientes pa-ra segurar isso". A presidenta reafirmou que o NovoBanco de Desenvolvimento, o chamado Banco doBrics, será importante na intermediação de recursospara projetos de infraestrutura. Ela ressaltou a ne-cessidade de que ele seja "ágil e eficaz" para iniciarsuas operações no começo de 2016.

Foi assinado também o acordo operacional entre osbancos centrais dos países para implementar o Ar-ranjo Contingente de Reservas no dia 30 de julho.Dilma observou que, até 2020, os países em de-senvolvimento precisarão de um volume de in-vestimento em infraestrutura superioraUS$1 trilhãopor ano. "Atingir essa cifra não será tarefa simples. Oinvestimento externo mundialcaiu quase50% nos úl-timos cinco anos. É nesse cenário que o novo bancode desenvolvimento terá um papel importante na in-termediação de recursos para projetos de in-fraestrutura e desenvolvimento sustentável emnossos países e, posteriormente, em outros países emdesenvolvimento".

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES) anunciou que assinou acordo paracooperação com o Banco do Brics, juntamente comas instituições de fomento de Rússia, índia, China eÁfrica do Sul. Os bancos de desenvolvimento desses

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Continuação: Dilma defende papel do Brics em crise internacional

países se dispõem a explorar possibilidades de coo-peração na mobilização de recursos para fi-nanciamento de projetos de infraestrutura e dedesenvolvimento sustentável, explicou o BNDES.Dentre as possibilidades a serem adotadas estão em-préstimos, emissões de títulos, estruturação de fun-dos de investimento e criação de programas paraapoio financeiro por meio de "project finance", emque a garantia é dada pelo próprio projeto. Segundo oBNDES, o acordo "abre caminho para que potênciasemergentes estreitem relações econômicas em pro-

jetos de interesse mútuo dentro e fora dos países dobloco". Com ABr Reuters

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O BNDES assinou acordo com o chamado Banco doBrics; os bancos de desenvolvimento do grupo vãocooperar no financiamento de projetos de in-fraestrutura

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FMI reduz projeção de crescimento global MUNDO

Estimativa do Fundo Monetário Internacional paraeste ano também piora para o Brasil, com per-spectiva de contração de 1,5%, e para o conjunto dospaíses emergentes

A previsão para o crescimento da economia globalpara este ano foi reduzida pelo Fundo Monetário In-ternacional (FMI): 3,3%, um pouco abaixo dos 3,4%do ano passado. O organismo também piorou a suaprojeção para o Brasil, passando a ver uma contraçãona economia de 1,5% em 2015, segundo o PanoramaEconômico Mundial (WEO, na sigla em inglês), di-vulgado ontem. No relatório anterior, deabril, o Fun-do previa uma contração de 1% para o país. Para2016, o FMI passou a ver um crescimento mais mo-desto para o Brasil, de 0,7%, contra a projeçãoanterior de 1%.

Entre os fatores que influem na projeção global está adesaceleração dos emergentes, que deverão crescer4,2% neste ano (em 2014 o crescimento foi de 4,6%).Estesmercados foram impactados pela queda no pre-ço de commodities e pelas condições mais apertadasde financiamento externo, particularmente na Amé-rica Latina. O FMI citou nominalmente o Brasil.

Além da contração do Brasil, o Fundo prevê uma re-tração de 3,4% para a Rússia. Se a China expandiu7,4% em 2014, este ano a previsão é de 6,8% e de

6,3% em 2016. Entre os emergentes, a índia é o paíscom a melhor perspectiva: crescimento de 7,5% nes-te ano e em 2016.

Mas apesar da previsão de um crescimento globalmenor, a instituição disse que as perspectivas para omundo no próximo ano permanecem intactas. A cri-se da dívida da Grécia e a recente volatilidade nosmercados financeiros chineses tiveram alguma in-fluência, mas não o suficiente para alterar o cenáriomais amplo.

Na atualização de seu relatório de abril, o organismorebaixou a previsão para este ano. Há três meses, es-tava 0,2 ponto percentual acima dos 3,3% projetadosagora. O crescimento deve acelerar para 3,8% nopróximo ano, disse a entidade, percentual inalteradoem relação à previsão anterior.

Para justificar a previsão reduzida para o cres-cimento global neste ano, o FMI atribuiu boa parte daculpa à projeção para os Estados Unidos. A eco-nomia norte-americana sofreu contração no primeirotrimestre, impactada por nevascas ex-cepcionalmente pesadas, um dólar ressurgente e pa-radas nos portos da Costa Oeste.

O Fundo Monetário Internacional disse esperar que aeconomia dos Estados Unidos cresça 2,5% este ano.O organismo havia reduzido a estimativa para o paísno mês passado ante 3,1% em abril. O Fundo tam-bém disse quea lentidão econômica nos EstadosUni-dos irá afetar Canadá e México. "(Mas) a fraquezainesperadanaAméricadoNortedeve se provarumre-vés temporário", ressaltou o FMI no relatório.

Foram mantidas as previsões para uma retomada nocrescimento na zona do euro, apesar da crise grega,com chances de o país sair do bloco europeu de moe-da única. "Os desenvolvimentos na Grécia não re-sultaram, até agora, em qualquer contágio

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Continuação: FMI reduz projeção de crescimento global

significativo", disse o FMI. "Uma ação de políticaoportuna deve ajudar a gerenciar tais riscos se foremse materializar", afirmou o Fundo, que prevê avançode 1,5% para o PIB da zona do euro em 2015 e de1,7% no ano que vem. Redação, com Reuters

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Os emergentes foram atingidos pela queda no preçode commodities e pelas condições mais apertadas definanciamento externo, principalmente na AméricaLatina

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Cenários globais adversos abalam moedasemergentes

FINANÇAS

Crises da Grécia e das bolsas da China pressiona saí-dadedólares desses países; real desvaloriziu 21,81%no ano

A conjugação da crise na Grécia com a maior corridaem duas décadas para vender ações chinesas estápressionando as moedas dos mercados emergentes.Um índice de taxas de câmbio de países em de-senvolvimento caiu mais de 5% desde meados demaio e ficou a 0,9% de um recorde estabelecido emmarço.

A expectativa é de que as perdas continuarão. Es-trategistas consultados pela Bloomberg projetamque 18 de 24 principais moedas de mercados emer-gentes vão se desvalorizar até meados do próximoano.

Embora os declínios tenham ajudado a diminuir osdéficits comerciais de países como a Turquia e a Áfri-ca do Sul, eles estão alimentando a inflação do Brasilaté a Rússia, o que poderia prejudicar o crescimento.Isso está redobrando a pressão sobre moedas já aba-ladas pela perspectiva do aumento das taxas de jurosnos EUA, que está afastando investimentos, e pelodesmoronamento dos preços do petróleo e dos me-tais.

"As moedas dos mercados emergentes estão no-

vamente sob uma forte pressão para venda nessesdias e enfrentam uma tempestade perfeita com a de-saceleração do crescimento na China, as agitações naGrécia, aexpectativa dos temores deumaumentodastaxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) e a quedadas commodities", disse BerndBerg, estrategista doSociété Générale SA em Londres. "O impulso docrescimento nos mercados emergentes continuarádesmoronando".

O Morgan Stanley, que dois anos atrás cunhou a ex-pressão "cinco frágeis" para descrever as moedas depaíses emergentes mais vulneráveis a uma queda nosinvestimentos estrangeiros, disse nesta semana que o"ponto ideal" para as taxas de câmbio dos mercadosemergentes estava sendo "difícil de achar".

O banco norte- americano continua baixista em re-lação às moedas de países emergentes e disse que owon da Coreia do Sul está particularmente propensoà fraqueza. As cinco frágeis mencionadas são o realbrasileiro, o rand da África do Sul, a rúpia da In-donésia, a lira turca e a rúpia da índia. No Brasil, a va-lorização do dólar sobre o real acumulava alta de21,81% no ano até ontem.

O escopo do declínio é amplo. Todas as moedas demercados emergentes de importância, exceto cinco,caíram frente ao dólar nos últimos trinta dias, li-deradas pelo real e pelo zloty da Polônia. Ambas de-clinaram mais de 3 por cento, para o valor mais baixodesde março.

Na AméricaLatina, depressões mais prolongadas fo-ram exacerbadas depois que um indicador da Bloom-berg sobre commodities, as principais fontes deexportação da região, atingiu a menor leitura desde2002. O peso mexicano chegou a um valor mínimorecorde na terça-feira, o chileno despencou para a

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Continuação: Cenários globais adversos abalam moedas emergentes

menor cotação em seis anos e o colombiano foi ne-gociado a seu nível mais fraco em uma década.

Os investidores extraíram US$ 1,4 bilhão de fundosnegociados em bolsas demercados emergentes nase-mana encerrada em 3 de julho, o maior montante des-de março, segundo dados compilados pelaBloomberg.

O fluxo de saída continuou nesta semana, enquantoos ministros de Economia da Europa tentavam che-gar a um acordo sobre um pacote de resgate para aGrécia que mantivesse o país na zona do euro. O paístem tempo até uma cúpula de líderes da zona do eurono domingo para concordar com um pacote ou po-derá ser expulso do bloco da moeda única.

"É difícil achar o ponto ideal para as moedas de mer-cados emergentes", escreveram estrategistas doMorgan Stanley liderados por James Lord em umanota na quarta-feira. A recuperação "depende emgrande parte dequeos responsáveispela política eco-nômica no mundo dos mercados emergentes ar-rumem a própria casa a fim de atrair novamente ocapital internacional e aumentar a competitividadedas exportações".

Um índice de taxas de câmbio de países em de-senvolvimento caiu mais de 5% desde meados demaio e ficou a 0,9% de um recorde estabelecido emmarço. A expectativa é de que as perdas continuarão

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Índice remissivo de assuntosTemas de Interesse | Colunas e Editoriais4

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia na-cional7, 9, 10, 12, 18, 19, 21, 23, 24, 26, 28, 31, 32, 34, 36

Temas de Interesse | Comércio Internacional9, 10, 14, 16, 23, 26, 28, 34, 37, 39, 43, 45, 47

Temas de Interesse16

Temas de Interesse | Infraestrutura

23, 32, 45

Temas de Interesse | Reforma Tributária32

Temas de Interesse | Competitividade39, 47

CNI40

CNI | Diretoria de Políticas Estratégicas | FlávioPinheiro de Castelo Branco40