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Brasília, 14 de maio de 2015 às 09h20 Seleção de Notícias CNI NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS Clipping Nacional

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Brasília, 14 de maio de 2015 às 09h20Seleção de Notícias

CNINEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS

Clipping Nacional

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cni.empauta.com

Valor Econômico | BRCNI

México e Brasil devem selar acordo de investimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4BRASIL | DANIEL RITTNER | FERNANDO EXMAN

CNI

Representantes do governo defendem inovação como saída da crise . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6BRASIL | ARÍCIA MARTINS

Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Tendência ao declínio secular está de volta às commodities ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8OPINIÃO

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Estatal prevê exportação 50% maior em 2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11EMPRESAS

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Entre a disputa Japão-França, Ghosn defende alianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13EMPRESAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Àsia perde apetite por chocolate e agita o mercado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Grupo argelino chega ao Brasil e quer investir US$2 bilhões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18AGRONEGÓCIOS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Recuperação nos preços dá novo alento ao petróleo de xisto dos EUA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Para investidores, Levy traça cenário positivo e diz que riscos diminuíram . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23BRASIL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

País perde espaço nas trocas comerciais com a Europa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25BRASIL | ASSIS MOREIRA

O Estado de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Plano de exportações está perto de ser anunciado, diz ministro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27ECONOMIA

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Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

'Agricultura atual não é sustentável' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Aposta é atrair investimento em infraestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31ECONOMIA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Para Levy, alta dos salários depende da produtividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32ECONOMIA

Folha de S. Paulo | BRTemas de Interesse | Colunas e Editoriais

Kenneth Maxwell . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34KENNETH MAXWELL

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Bebida de qualidade gera lucro e é caminho sem volta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35MERCADO | MAURO ZAFALON | COLUNISTA DA FOLHA

Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Pela 1ª vez em 4 anos, zona do euro supera EUA e Reino Unido . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36MERCADO

Brasil Econômico | BRTemas de Interesse | Comércio Internacional

Esforço para atrair investidores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37BRASIL

Temas de Interesse | Comércio Internacional

Dilma quer empresas chinesas em infraestrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39BRASIL

Temas de Interesse | Questões Trabalhistas

Terceirização traz avanço econômico para o Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40OPINIÃO

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14 de maio de 2015CNI

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.4

México e Brasil devem selar acordo de investimentosBRASIL

Relações externas Objetivo é dobrar comércio eimpulsionar negócios Daniel Rittner

Fernando Exman

Os governos do Brasil e do México devem firmar umacordo de promoção e facilitação de investimentos,durante visita da presidente Dilma Rousseff ao país,no dia 25. Ao todo, Dilma e o colega Enrique PeñaNieto se preparam para assinar de cinco a sete con-vênios, em áreas que envolvem intercâmbio aca-dêmico e cooperação em questões agroindustriais,além de dar um impulso nas negociações para a am-pliação dos setores cobertos por descontos nas

tarifas de importação.

"Esse conjunto de acordos reflete a amplitude dasnossas relações", afirmou ao Valor o chanceler me-xicano, José Antonio Meade, em rápida passagempor Brasília, onde se reuniu com autoridades bra-sileiras para acertar detalhesdaviagemdeDilma. Se-rá uma visita de Estado, a mais importante nosimbolismo diplomático, por tratar-se de convite re-servado a não mais do que dois líderes estrangeiros acada ano.

Meade disse que o objetivo do México é pelo menosduplicar, em dez anos, a atual corrente de comérciobilateral. Em 2014, ela foi de US$ 9 bilhões. Apesardo histórico liberalizante, os mexicanos querem umapostura realista nas discussões com o Brasil.

Por isso, o chanceler deixa claro que não pretende en-trar em conversas imediatas sobre um acordo de livrecomércio com o país e prefere seguir um caminhomais prático: ampliar o atual acordo de preferênciastarifárias, de 2002, que dá descontos mútuos nas alí-quotas de importação. Hoje, segundo o Ministério doDesenvolvimento, 792 produtos são cobertos pelosdescontos.

"Os dois países manifestam disposição para en-contrar, setorialmente e de forma gradual, esquemasque permitam uma relação comercial mais pro-funda", frisou Meade. Nessa área, não deve haveranúncios concretos na visita de Dilma, mas a ex-pectativa é de que sejam destravados obstáculos parainiciar negociações. "Essa visita permitirá aos doispresidentes e às suas delegações saber quais são oshorizontes e oportunidades existentes."

Um seminário de negócios deve reunir pelo menos80 empresários brasileiros e mexicanos durante a vi-sita. O evento está sendo organizado pelaConfederação Nacional da Indústria (CNI )e por

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14 de maio de 2015CNI

Valor Econômico

cni.empauta.com pg.5

Continuação: México e Brasil devem selar acordo de investimentos

sua congênere mexicana, em parceria com o Mi-nistério das RelaçõesExterioresecom aApex Brasil.Têxteis e confecções, brinquedos, químicos, cons-trução, alimentos, aeronaves, autopeças, tecnologiada informação, produtos de metal, eletroeletrônico ecosméticos são os principais setores envolvidos.

O acordo de investimentos com o México, uma es-pécie de versão "light" dos tratados firmados na dé-cada de 1990 com países europeus, será o primeiro doBrasil com um parceiro da América Latina. Doisacordos foram assinados pelo governo brasileiro, emmarço, com Angola e Moçambique - nenhum delescom a dimensão do convênio prestes a ser firmado. OBrasil é o maior destino de investimentos es-trangeiros do México na região. Empresas me-xicanas como América Móvil (dona da Claro),Femsa (distribuidora da Coca-Cola) e Bimbo (fa-bricante de pães) têm operações consolidadas nopaís.

Nos acordos de promoção e facilitação, foram aban-donadas cláusulas do passado, hoje tidas como ina-ceitáveis pela diplomacia brasileira. Não há mais aexigência de indenização à vista e em dinheiro no ca-so de eventuais desapropriações. Nem apossibilidade de que o investidor que se sentir pre-judicado possa recorrer a um tribunal independente -como aCâmara InternacionaldeComércio, em Paris,ou o Banco Mundial - contra um Estado nacional.

Na nova versão, um comitê conjunto de implantaçãoe monitoramento do acordo é formado por au-toridades e empresários, com o objetivo de prevenirconflitos. Cria-se a figura de um "ombudsman" pararesponder dúvidas e receber queixas dos em-presários.Além disso, passa ahaver tratamento igua-litário aos investimentos - ou seja, qualquer tipo devantagem às companhias locais precisa ser au-tomaticamente estendido. "Queremos reforçar onosso marco jurídico no campo econômico", ob-servou Meade.

Questionado sobre a Aliança do Pacífico, que tem si-do chamada reservadamente de "puro marketing"por autoridades brasileiras, o chanceler fez uma de-fesa ardorosa do bloco - formado por México, Co-lômbia, Chile e Peru.

Meade lembraquenem todos tinhamacordosde livrecomércio entre si, mas hoje 92% das tarifas entre es-ses países já foram zeradas. Também cita uma "pri-meira geração de acordos muito positivos" em áreascomo mobilidade de pessoas e de capitais. Um delespermite que ações de empresas cotadas nas bolsas devalores de qualquer um dos sócios possam ser com-pradas por cidadãos de países do bloco. Outro con-vênio eliminou a exigência de vistos para turismo.Com isso, segundo ele, o fluxo de turistas peruanosno México aumentou 50% e os colombianos sal-taram de nono para quinto na lista de visitantes.

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14 de maio de 2015CNI

Valor Econômico

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Representantes do governo defendem inovação comosaída da crise

BRASIL

Arícia Martins

Autoridades do governo defenderam ontem a umaplateia de empresários que o ajuste econômico teráduração limitada e que é preciso definir estratégiaspara que o Brasil volte a crescer depois de terminadoesse processo. A inovação, tema de congresso rea-lizado pela Confederação Nacional da Indústria(CNI ) em parceria com o Serviço Brasileiro deApoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foiapontada como peça-chave na retomada do cres-cimento do país e da participação do setor industrialna economia.

Presente no evento pela manhã, o ministro da Ciên-cia, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, afirmouque o ajuste não é um programa nem uma política dogoverno, e não terá "duração eterna". Segundo Re-belo, o objetivo das medidas fiscais é preparar o paíspara voltar a crescer e se desenvolver. Nesse con-texto, disse, o desafio érecompor o orçamento do Mi-nistério - que deve ser contingenciado em poucomenos de 30% - para que a pasta lidere os esforços deinovação no país. "Vamos fazer esforços para que oscontingenciamentos não sacrifiquem ações es-senciais do Ministério, principalmente as voltadaspara a inovação".

Para o ministro, "não é concebível" que não haja ne-nhuma obra de sua pasta no Programa de Aceleraçãodo Crescimento (PAC), preocupação que, de acordocom ele, já foi levada à presidente Dilma Rousseff.Duas sugestões que serão feitas por Rebelo à pre-sidente são a inclusão no PAC da construção do la-

boratório do projeto Sirius, em Campinas, e de umreator multipropósito.

No painel da tarde, o diretor de Planejamento do BN-DES, João Carlos Ferraz, bateu na mesma tecla: emsua visão, o ajuste fiscal será duro, e é preciso pla-nejar a saída dele para evitar impactos negativos adi-cionais na economia. "O ajuste tem que ter um tempolimitado. Se ele não estiver acompanhado de re-cuperação da atividade, confiança e etc, a históriamostra que a tendência é que o processo vá na direçãonegativa."

Ferraz aproveitou a palestra de Mariana Mazzucato,professora da Universidade de Sussex, na Inglaterra -que citou o BNDES como exemplo positivo de atua-ção do Estado na inovação - para defender a im-portância do banco como indutor do crescimento nosúltimos anos. Segundo ele, a instituição tem sido ata-cada "de maneira absolutamente absurda nos últimosanos por desconhecimento da sociedade". Comoexemplo de ação do banco como empreendedor e"networker", citou a associação entre a MobilizaçãoEmpresarial para a Inovação, grupo de empresárioscriado pela CNI, e o Plano Inova Empresa, do BN-DES, que gerou R$ 35 bilhões em contratos. "Es-tamos num contexto, num país que está num nível'deprê'. Agradeço o afago ao ego extremamente ma-chucado", acrescentou Ferraz à pesquisadora.

Destacando o atraso do Brasil na área da inovação, opresidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Fi-nep),LuisFernandes,disse queo governoestá no mo-mento de definir sua nova política industrial. Países

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14 de maio de 2015CNI

Valor Econômico

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Continuação: Representantes do governo defendem inovação como saída da crise

como Coreia do Sul e China, diz Fernandes, estão emoutropatamar quandomensuradosos gastoscom ino-vação em relação ao PIB, "o que nos coloca um pro-blema de velocidade". Ele afirmou que é preciso umtrabalho mais "eficiente e mais eficaz do poder pú-blico, inclusive na sua articulação com setorprivado".

Representantes daMEI entregaram aRebelo umma-nifesto que defende a necessidade de políticas de ino-

vação para o setor industrial. Lido por Pedro Passos,presidentedo conselho daNatura edo Instituto deEs-tudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), odocumento destacou que a indústria está se apro-ximando dos "lamentáveis" 10% de participação noPIB, equeem 2012, últimodadodisponível, o país in-vestiu apenas 0,56% de seu produto em pesquisa edesenvolvimento (P&D).

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Valor Econômico

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Tendência ao declínio secular está de volta àscommodities ?

OPINIÃO

Padrão cíclico indica que a queda dos preços decommodities não deve ser revertida. Por Artur Pas-sos

Os preços internacionais de commodities re-gistraram forte queda desde 2011. Índices agregadosmostram quedas de 50% desde o auge no primeiro se-mestre de 2011. O movimento pode ser observadonas commodities agrícolas, metálicas e energéticas,todas com quedas na mesma magnitude. Há uma ex-plicação própria para cada produto, mas o fator co-mum é o excesso de oferta em relação à demanda.

Umasérie depreçosdecommodities desde1913, emdólares americanos deflacionados pela inflação nosEUA, traz duas observações importantes sobre o ci-clo e a tendência de longo prazo.

Primeiro, a queda dos preços entre 2011 e 2014 trou-xe os preços de volta à tendência de declínio secular(ver gráfico). Por esta ótica, não é possível rejeitaruma continuidade da queda, já que os ciclos de altaanteriores foram sucedidos por preços abaixo da ten-dência.

Segundo, o ciclo de forte alta dos preços iniciado em2002 (associado à China) foi precedido de três ciclosanteriores. O primeiro, entre 1915 e 1919, pode estarassociado à Primeira Guerra Mundial. O próximocoincide com a Segunda Guerra Mundial e a re-construção da Europa no pós-guerra. O terceiro cicloparece ter começado com acrise do petróleoem 1973e deve ter continuado com o repasse de custos maio-res de energia para as demais commodities.

O padrão cíclico observado nos preços encontra umaexplicação nos fundamentos. Os ciclos de alta ten-dem a ser causados por aceleração da demanda. A al-ta dos preços incentiva investimentos. A maturação

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Valor Econômico

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Continuação: Tendência ao declínio secular está de volta às commodities ?

dos investimentos aumenta a capacidade de pro-dução. Quando este aumento coincide com o fim dociclo de crescimento anormal da demanda, os preçosrecuam por umlongoperíodo, até que o balanço entreoferta e demanda volte a níveis equilibrados.

Dos quatro ciclos observados, apenas a crise do pe-tróleo de 1973 apresentou características distintas.Neste caso, a alta começou a partir de um choque deoferta do petróleo, com os países árabes organizadosna Opep aumentando o preço do petróleo em mais de400%. O movimento em represália à política externaamericana aumentou os custos de produção e trans-porte das demais commodities, elevando os preçosde equilíbrio. A queda dos preços ocorreu somentecom a política desinflacionária dos EUA a partir dofim da década de 70.

O alinhamento da queda atual dos preços com o pa-drão cíclico "convencional" indica que a queda dospreços de commodities não deve ser revertida, e háriscos de quedas adicionais. Os ciclos anteriores fo-ram seguidos de preços abaixo da tendência de longoprazo, demodoqueacombinação dedemandaem de-saceleração, reação tardia da oferta aos preços altosem 2011 e deflação de custos pode continuar levandoa preços de equilíbrio mais baixos.

Há fatores quepodem causar altas nos preços,masto-dos representam apenas riscos. Quebras de safra,conflitos (particularmente no Oriente Médio) e aci-dentes naturais podem reduzir a produção de uma oumais commodities, mas nenhum fator localizado de-ve ser capaz de gerar uma nova alta sustentável.

Desse modo, os países devem ajustar suas políticasde médio prazo para a nova realidade dos preços dascommodities, sem esperar um retorno aos níveis ob-

servados entre 2007 e 2011.

A decomposição das commodities (em agrícolas,metálicas e energéticas) mostra uma semelhança euma diferença em relação à análise agregada. A se-melhança é que nos três grupos a queda desde 2011representa um retorno à tendência de longo prazo. Adiferença é que a tendência secular de declínio é res-trita às agrícolas, enquanto commodities metálicas eenergéticas apresentam alta em termos reais desde1926.

O fato de commodities agrícolas serem renováveisexplica adiferença: aumentodeárea plantada eavan-ços tecnológicos aumentam a oferta com custos de-crescentes. Já entre as commodities metálicas eenergéticas, os avanços tecnológicos não com-pensam a extração em locais cada vez menosfavoráveis.

A tendência de queda das commodities em termosreais não é em relação a bens manufaturados. Tanto oíndice agregado de commodities quanto o índice depreços de bens finais (da séries de preços ao produtordos EUA) mostram queda em termos reais desde1947. A queda em termos reais de commodities emanufaturados é resultado da tendência de alta dospreços de serviços.

Cabe notar queo desempenho relativo nãodeve levara políticas que prejudiquem setores cujos preçosapresentam queda secular ou a subsidiar serviços pa-ra exportação. Os tigres asiáticos atingiram elevadosníveis de renda per capita produzindo bens ma-nufaturados, enquanto Austrália, Canadá e Nova Ze-lândia mantém níveis ainda maiores dedesenvolvimento e renda com economias re-lativamente dependentes da produção de

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Valor Econômico

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Continuação: Tendência ao declínio secular está de volta às commodities ?

commodities. Na outra ponta, Índia e Filipinas sãoexportadores líquidos de serviços e não mostraramcrescimento acima do normal (dado o nível de rendaper capita) nas últimas décadas.

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Ciclos de alta tendem a ser causados por aceleração

da demanda e, no fim, preços recuam por um longoperíodo

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Artur Manoel Passos é economista do Itaú Unibancoe mestre em economia pela PUC-Rio.

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

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Estatal prevê exportação 50% maior em 2015 EMPRESAS

André Ramalho

Do Rio

Com uma meta de crescimento de 4,5% na produçãoe em meio a atrasos na conclusão de suas novas re-finarias, a Petrobras prevê intensificar suas ex-portações de óleo cru neste ano. De olho no pulsantemercado asiático, a expectativa da estatal é aumentarem 50% sua exportação de petróleo em 2015, che-gando a cerca de 350 mil barris por dia. No ano pas-sado, o aumento nos embarques foi de 12%.

A expectativa da companhia é que os Estados Uni-dos, antes o principal mercado consumidor do pe-tróleo brasileiro, perca cada vez mais espaço. "Maispetróleo está indo para a Ásia e cada vez menos paraos EUA, uma vez que a produção do shale [não con-vencional] americano subiu muito", disse ontem ogerente de Óleo Cru da Petrobras, Fernando Colares."Esperamos que os incrementos de produção tenhama Ásia como destino, principalmente a China e a ín-dia", complementou o executivo.

A Ásia, de acordo com a fonte, já é o principal mer-cado do óleo brasileiro. A consultoria WoodMackenzie estima que, em 2025, mais de 1 milhão debarris/dia do óleo produzido no pré-sal brasileiro se-ja processado nas refinarias asiáticas. A previsão éque, com o aumento da produção do pré-sal, a Pe-trobras tenha cada vez mais volumes disponíveis pa-ra exportação.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bio-combustíveis (ANP), por exemplo, projeta que a ba-lança comercial de petróleo cm no Brasil devecomeçar a ficar positiva apartir deste anoeatingirem2023 umsuperávit próximo a 1,5 milhãode barris pordia. Mesmo atingindoaautossuficiêncianaproduçãode óleo cm, a Petrobras não pretende abrir mão dasimportações. A mensagem foi dada ontem por Co-

lares durante apresentação para uma platéia com-posta em sua maioria por representantes depetroleiras e traders, na Argus Rio Oil Conference,realizada no Rio de Janeiro.

"O Brasil não é só um exportador de petróleo. Con-tinuamos importando significativamente. Mesmocom o incremento significativo da produção, aindaexistem trocas que continuamos visualizando no ho-rizonte. O Brasil vai continuar importando algum pe-tróleo cru", afirmou Colares.

O aumento da capacidade brasileira de exportação,segundo a ANP, será possível graças ao aumento dacurva de produção do país. De acordo com o diretorda agência, Waldyr Barroso, a estimativa é que a pro-dução brasileira dobre até 2025, atingindo patamarespróximos a 5 milhões de barris/dia no período. Paraefeitos de comparação, em março a produção na-cional totalizou 2,413 milhões de barris/dia, segundoos dados mais atualizados do órgão regulador.

Durante sua palestra no evento, Barroso destacou aimportância das rodadas de licitações de blocos ex-ploratórios para a atração de investidores es-trangeiros para o mercado brasileiro. Voltando deHouston, nos Estados Unidos, onde esteve na se-mana passada acompanhando a diretora-geral daANP, Magda Chambriard, para divulgar a 13 a Ro-dada, Waldyr Barroso destacou que a receptividadedas petroleiras internacionais ao leilão deste ano foipositiva.

O diretor informou ao Valor que 12 empresas, in-teressadas em participar do licitação de bloco, con-sultaram a agência após a apresentação das áreas, naOffshore Technology Conference, um dos maioreseventos da indústria petrolífera no mundo.

"Tivemos empresas manifestando interesse na par-ticipação da 13 a Rodada logo no dia seguinte à apre-

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

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Continuação: Estatal prevê exportação 50% maior em 2015

sentação das áreas que serão ofertadas. Isso é umasinalização bastante importante", disse o diretor daANP.

Segundo Barroso, as empresas que procuraram aANP são, em sua maioria, petroleiras que já atuamnopaís, mas o diretor destacou que também há novosplayers interessados em entrar no mercado bra-

sileiro, dentre eles uma companhia nigeriana.

a Rodada está marcada para 7 de outubro e deve ofer-tar 269 blocos, em dez diferentes bacias: Amazonas,Potiguar , Parnaíba, Recôncavo, Sergipe-Alagoas,Jacuípe, Camamu Almada, Campos, Espírito Santo ePelotas.

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Valor Econômico

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Entre a disputa Japão-França, Ghosn defendealianças

EMPRESAS

Veículos

The Wall Street Journal

De Yokohama

O diretor-presidentedaAliançaRenault-Nissan, Car-los Ghosn, fez uma defesa vigorosa das parcerias demontadoras globais como a união franco-japonesaque ele lidera, a qual foi perturbada no mês passadopor uma medida do governo francês para ampliar suainfluência sobre a Renault

"Somos um exemplo vivo de uma aliança de sucessoque já dura pelo menos 16 anos e onde duas empresasautônomas e independentes estão trabalhando jun-tas, desenvolvendo sinergias", disse Ghosn ontem.

Ghosn, que também ocupa o cargo de di-retor-presidente da Renault SA e da Nissan MotorCo., fez as declarações durante a divulgação dos re-

sultados do primeiro trimestre da montadora ja-ponesa, que registrou um aumento modesto no lucrolíquido. As vendas fortes da Nissan na América doNorte foram anuladas pelo enfraquecimento das ven-das no Brasil, Japão e Rússia.

Nissan e Renault trabalham juntas desde 1999, quan-do a empresa francesa salvou a Nissan da beira de umcolapso. Em abril, o governofrancês, quepossui umaparticipação na Renault saiu vitorioso numa cam-panha para manter o direito de voto duplo para acio-nistas antigos, apesar das objeções de Ghosn e doconselho da Renault

A medida gerou especulações de que a Nissan po-dería tentar alterar os termos da parceria, buscando,por exemplo, uma mudança em sua participação nasações da Renault A Nissan agora vende quase duasvezes mais carros que

a francesa, mas detém só uma fatia de 15% das açõessem direito a voto da Renault A Renault, por sua vez,possui uma fatia de 43% com direito a voto na ja-ponesa.

"No momento, a Nissan é uma marca mais poderosaque a Renault", diz Antonio Ferreira, di-retor-presidente daMimotive,uma consultoriado se-tor de automóveis. "Não acho que eles serão apenasespectadores."

Ghosnfoidiscreto em suas observações, dizendo quea medida do governo francês criou uma "situaçãomuito sensível". "Estamos falando sobre o equilíbrioda aliança, a saúde da aliança. Então não vou fazerqualquer comentário", disse. "Isso, no momento, émuito mais um problema da Renault e a Nissan estáapoiando a Renault nessa questão."

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Continuação: Entre a disputa Japão-França, Ghosn defende alianças

Mas Ghosn disse esperar que a consolidação do setorcontinue. Além de sua aliança principal, a Nissan e aRenault possuem uma parceria de desenvolvimentode veículos com a Daimler AG.

Várias montadoras têm unido forças para trabalharem novas tecnologias, como célula de combustíveldehidrogênio. Ontem, aToyota Motor Corp. eaMaz-da Motor Corp. informaram que formarão uma par-ceria para colaborar em uma série de tecnologias. AToyota pode oferecer suas tecnologias de plug-in hí-brido e de células de combustível, em troca dastecnologias demotores eficientes degasolina edieselda Mazda, diz uma pessoa a par do assunto.

O diretor-presidente da Hat Chrysler AutomobilesNV, Sérgio Marchionne, tem defendido uma maiorconsolidação do setor. A Renault e a Nissan afirmamque sua aliança está a caminho de registrar uma eco-nomia conjunta de EUR 4,3 bilhões (US$ 4,8 bi-lhões) no próximo ano, comparado com EUR 3,8bilhões registrados em 2014.

Mas a intervenção do governo francês na Renault pa-ra ganhar um poder maior gerou receios de uma po-litização das parcerias internacionais,principalmente quando elas envolvem a migração daprodução e de empregos de um país para outro. O go-verno francês quer garantir que as empresas locaismantenham os empregos dentro das fronteiras dopaís,nummomentoem queo compartilhamentocres-cente de plataformas de automóveis permite que asmontadoras transfiram sua produção facilmente en-tre fábricas diferentes.

A Renault-Nissan, por exemplo, informou que, em2016, começará a produzir os carros Nissan Micra nafábrica da Renault na França. Enquanto isso, a pro-

dução da Nissan no Japão caiu para menos de 900 milveículos no ano passado, comparado com cerca de1,5 milhão em 2009.

Ghosn disse que a Nissan vai elevar a produção do-méstica para mais de 1 milhão de veículos em 2016,aproveitando adesvalorizaçãodo iene, queajuda are-duzir o custo relativo de produzir carros no Japão.

O executivo disse ainda que a Nissan vai produzirmais unidades do seu utilitário esportivo Rogue noJapão para atender à demanda crescente nos EstadosUnidos. A empresa, que é sediada em Yokohama, in-formou que suas vendas de veículos cresceram 9%nos EUA no ano fiscal encerrado em 31 de março, ul-trapassando a taxa de crescimento do setor, de 7%.

Isso permitiu a Nissan a obter uma alta de 18% no lu-cro líquido do ano,para 458 bilhões de ienes (cercadeUS$ 3,8 bilhões). O crescimento desacelerou umpouco no último trimestre, quando o lucro avançouapenas 3,3%, para 118,8 bilhões de ienes, em linhacom a previsão média de 119 bilhões de ienes feitapor analistas ouvidos pela FactSet As vendas tri-mestrais subiram 2,6% ante o mesmo período de umano atrás, para 3,29 trilhões de ienes. A Nissan prevêum lucro líquido de 485 bilhões de ienes no ano fiscalcorrente.

Ghosn disse que o setor automotivo estava en-frentando "ventos contrários" no mercado domésticodaNissan, o Japão,ondeaeconomia permanece fracadepois de um aumento do imposto sobre o consumo,no anopassado. Asvendas também estão caindo como envelhecimento dapopulação japonesa ecom aper-da de fôlego das economias do Brasil e da Rússia,dois importantes mercados emergentes.

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Continuação: Entre a disputa Japão-França, Ghosn defende alianças

Na Rússia, disse ele, as vendas totais de veículos de-vem cair mais de 30% este ano, embora a Nissan es-pere sofrer um recuo seja ligeiramente menor.(Colaborou Yoko Kuhota.)

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Àsia perde apetite por chocolate e agita o mercado THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS

Julie Wernau

The Wall Street Journal

A Ásia está economizando no chocolate.

A desaceleração do crescimento econômico e um au-mento nos preços têm derrubado ademandadaregiãopor cacau, o principal ingrediente do chocolate, aze-dando as apostas de investidores, operadores do mer-cado e grandes companhias de alimentos depois deuma disparada no consumo nos últimos dez anos.

A quantidade decacauprocessada por empresas asiá-ticas caiu 9,3% no primeiro trimestre em relação aomesmo período do ano anterior, de acordo com a As-sociação de Cacau da Ásia, e especialistas do setor di-zem que a China é responsável por grande parte dodeclínio. É a primeira vez que o dado, um indicadorda demanda dos compradores, cai três trimestres se-guidos desde que a associação começou a divulgar osrelatórios, em 2011.

A queda já pesa sobre o mercado de futuros de cacau,que movimenta US$ 2,4 bilhões anualmente. Os con-tratos futuros já recuaram 9,3% ante um pico de trêsanos e meio atingido em setembro. Desde o início doano, fundos dehedge eoutros investidores reduziramem cerca de 56% suas apostas otimistas líquidas, deacordo com aComissãodeNegociação deFuturos deCommodities dos Estados Unidos.

"A China éconsideradapor todos na indústria como apróxima fronteira do crescimento global", diz PeterJohnson, diretor da Transmar Group, uma tradingamericana de cacau. "Se esse motor de crescimentodesacelera, os preços dos grãos de cacau devem cairsignificativamente."

A China tem como meta uma taxa de 7% de cres-cimento do PIB para este ano. Em 2014, a economiachinesa se expandiu 7,4%, o ritmo mais lento em 24anos.

Em Johor, na Malásia, as vendas caíram na GuanChong Berhad, empresa que transforma os grãos emmanteiga de cacau e cacau em pó. Fabricantes de cho-colate estão encomendando menos matéria-primaporque os consumidores da região simplesmente es-tão comendo menos,diz JessyChuah,gerentedeven-das globais da processadora de cacau.

"Se as pessoas não sentem que a economia está boa,elas cortam o consumo do chocolate", diz ela.

Um boom na demanda asiática - alimentada por umaumento da renda disponível-contribuiu para umaexpansão de dez anos no mercado de cacau que alçouos preços a níveis recorde no início de 2011. Agora,os consumidores da Ásia e outras regiões estão re-cuando à medida que a economia desacelera e os pre-ços sobem no varejo, dizem analistas e executivos daindústria.

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Continuação: Àsia perde apetite por chocolate e agita o mercado

Ospreçosdeprodutos dechocolate naChina subiram5,6% em 2014, segundo a firma de pesquisa de mer-cado Euromonitor International. E a tendência devecontinuar. Em 2014, as grandes fabricantes de cho-colates Mars, Inc., The Hershey Co., Nestlé SA, Lin-dt & Sprüngli AG e Mondelez International Inc.elevaram os preços para 2015 em até 8%.

Éverdade queademandaainda está recebendoalgumalento de outras partes do mercado. A OrganizaçãoInternacional do Cacau previu, em fevereiro, que aprodução global do grão vai ficar aquém da demandaeste ano em 17 mil toneladas, o segundo déficit emtrês anos. Analistas estimam que a safra mais recentede Gana, segundo maior produtor do mundo, vai de-cepcionar, o que deve sustentar os preços nas pró-ximas semanas.

David Martin, fundador da gestora Martin Fund Ma-nagement, que administra US$ 95 milhões, está oti-mista porque acha que o enfraquecimento dademanda é temporário. "Você tem uma classe médiacrescente", diz ele. "E eles estão aderindo a essesitens."

A Hershey divulgou lucro menor que o esperado noprimeiro trimestre devido a uma queda de 47% nasvendas chinesas e reduziu sua previsão de vendas in-ternacionais para este ano.

Em fevereiro, executivos da Nestlé disseram que en-frentam desafios com o desempenho da empresa naregião da Ásia e Oceania. A demanda fraca na Ásiaacompanha aqueda no consumodecacaunaAméricado Norte e na Europa. Estas são as duas maiores re-

giões consumidoras do mundo, embora venhamapresentando um crescimento da demanda menorque o da Ásia.

No Brasil, o setor registrou queda de 9,5% no pro-cessamento durante o primeiro quadrimestre de 2015em relação ao mesmo período do ano passado, com amoagem de 72 mil toneladas. "O mercado interno es-tá fraco e a indústria do cacau está sofrendo", dizWalter Tegani, secretário executivo da AssociaçãoNacional da Indústria Processadora de Cacau (AIP-C). Tegani acredita que o processamento vai encerrarem queda em 2015 pelo terceiro ano consecutivo."Quando a economia se retrai e existe perigo de seperder o emprego, o consumidor corta o que con-sidera supérfluo", diz. O Brasil é hoje o sexto maiorprodutor de cacau do mundo. Na safra 2014/15 (maiode 2014 a abril de 2015), a produção medida pelaAIPC atingiu 215 mil toneladas, abaixo das 290 miltoneladas registradas em 2012/13, que foi a maior emmais de 15 anos. A expectativa é

que a safra 2015/16 registre nova queda devido à es-tiagem que atinge as regiões produtoras da Bahia e àredução no consumo de chocolate no mercado in-terno, já vislumbrada pelo fraco desempenho dasvendas na Páscoa, diz Tegani. Hoje, o setor de moa-gem opera com capacidadeociosa eaexportação ére-sidual, de500 toneladasem 2014, basicamentepara aArgentina, ante uma importação de38 mil toneladas.

(Colaborou Eduardo Magossi.)

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Grupo argelino chega ao Brasil e quer investir US$2bilhões

AGRONEGÓCIOS

Estratégia Cevital quer focar em logística e pro-cessamento de grãos

Mariana Caetano

O grupo argelino Cevital prepara um desembarqueretumbante no Brasil. Tradicional importadora decommodities agrícolas do país, a empresa está es-truturando um plano de negócios que prevê in-vestimentos iniciais de mais de US$ 2 bilhões noprocessamento de grãos e na logística para o es-coamento pelo Norte brasileiro. A companhia jácomeçou a adquirir terrenos e a expectativa é dar apartida nas operações em 2020.

"O ponto central desse movimento da Cevital é o re-forço da segurança alimentar. E não apenas da Ar-gélia, mas também de países africanos vizinhos",disse ao Valor Paulo Hegg, representante do grupono Brasil. Engenheirodeformação,Hegg édafamíliafundadora da Laticínios Tirolez e cuida dos negóciosde exportação da empresa de queijos. Há cinco anos,passou a se dedicar também à produção de grãos e fi-bras no Sudão, leste da África, onde conheceu a Ce-vital.

A família Rebrab, proprietária da Cevital, estudava acompra deusinasdeaçúcarnoSudãoquandofoiapre-sentada a Hegg, em 2013. "O Ministério da Agri-cultura do Sudão, que é nosso sócio lá, sugeriu a elesque conhecessem o nosso projeto", disse o brasileiro.As conversas revelaram que a empresa já compravadoBrasil US$1,5bilhãopor anoem soja,milhoeaçú-car - montante que corresponde a 75% do comércioBrasil-Argélia, que é de US$ 2 bilhões, conformeHegg. "Mas essas negociações vinham sendo feitaspor meio de tradings e achamos que a empresa tinhaque começar a fazer originação, conhecer melhor oBrasil".

Criada nos anos 1970 - e hoje a maior empresa pri-vada argelina, com cerca de 15 mil funcionários -, aCevital originalmente se dedicava àmetalurgiaeà in-dústria de vidros. A entrada no agronegócio ocorreuapenas no fim da década de 1990, mas o setor já res-ponde por cerca de 50% do faturamento total da em-presa, que deve alcançar US$ 8 bilhões em 2015. NaArgélia, a Cevital está voltada principalmente à pro-dução de hortaliças e frutas, mas em pequenas áreas,devido às limitações geográficas.

A mudança na Lei dos Portos no Brasil, ainda em2013, que facilitou a instalação de novos terminaisprivados, foi a deixa para que a Cevital decidisse seposicionar mais firmemente no país. "Como já tem oknow-how do porto próprio [em Bejaia, na Argélia],acompanhia ficou interessada",afirmou Hegg. A Ce-vital constituiu então um grupo técnico e o brasileiropassou aajudá-la com aseleçãodelugares aserem vi-sitados, estudo de terrenos e conversas com au-toridades, preparando a implantação de umaestrutura que ainda está em formação.

As atenções do grupo se voltaram ao transporte flu-vial e, naturalmente, à saída pelo Norte do país, que

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tem sido alvo das maiores apostaspara destravar o es-coamento da produção nacional de grãos do Cen-tro-Oeste, ainda concentrado no eixo Sul-Sudeste.

A companhia argelina já adquiriu dois terrenos paraos terminais fluviais, um em Miritituba e outro emSantarém, por meio dos quais pretende movimentarde3milhõesa4milhõesdetoneladaspor ano.Em Mi-ritituba, estão previstos US$ 150 milhões em um ter-minal para transbordo, de caminhões para barcaças.Em Santarém, será absorvido um montante maior:US$ 1,5 bilhão em uma agroindústria e um terminalfluvial-marítimo, para transporte transoceânico.Conforme Hegg, esses aportes serão viabilizadoscom o apoio do Banco Africano de De-senvolvimento, do IFC (braço do Banco Mundial pa-ra investimento no setor privado) e do BNDES.

"Como a empresa tem companhia marítima, vamosotimizar essa logística, trazendo insumos a Santarémou Miritituba, e levando soja e milho", disse Hegg. Aexpectativa, acrescentou ele, é que o custo do trans-porte de uma tonelada de milho por esta via seja re-duzido em pelo menos US$ 50, em relação aos atuaisUS$ 120 no caminho para Santos (SP) ou Paranaguá(PR).

Para ajudar no fluxo de movimentação dascommodities, a Cevital tem investido também emestocagem em Mato Grosso, maior produtor na-cional de grãos. A empresa injetou entre US$ 8 mi-lhõeseUS$10 milhões nacompra deumarmazém no

município de Vera, norte do Estado, e adquiriu outra"meia dúzia" de terrenos que terão a mesma fi-nalidade. No momento,aCevital está nafasedecons-tituição de subsidiárias para solicitar as licençasambientais a cada um dos armazéns. "Não queremosfazer absolutamente nada que não esteja 100% deacordo com as condições demeio ambiente queas au-toridades definem", disse.

A Cevital também se prepara para construir umcom-plexo agroindustrial de US$ 500 milhões em Vera."O diferencial é que a Cevital é um grupo agroin-dustrial, não uma trading. Eles compram para usopróprio", destacou Hegg. O projeto envolverá umaesmagadora (inicialmente de milho), além de fábricade etanol, ração animal e eventualmente uma mis-turadora de fertilizantes, juntamente com uma pla-taforma logística. A previsão é que a indústriacomece com uma capacidade de processamento deum milhão de toneladas por ano.

O plano da empresa é que toda essa estrutura in-dustrial e logística planejada para o Brasil esteja emoperação em 2020. A Cevital estuda outras áreas emMato Grosso e no Pará, e não descarta investir di-retamente na produção agrícola - o que, nesse caso,iria requerer um sócio brasileiro, já que a legislaçãorestringe a compra de terras por estrangeiros. "Po-demos até fazer uma parceria com eles nesse sen-tido", adiantou Hegg.

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Recuperação nos preços dá novo alento ao petróleode xisto dos EUA

THE WALL STREET JOURNAL AMERICAS

Georgi Kantchev e Bill Spindle

The Wall Street Journal

Depois de reduzir a produção durante meses, as em-presas de petróleo de xisto dos Estados Unidos afir-mam que estão prontas para religar as máquinas noque será o primeiro grande teste de sua capacidade dereagir rapidamente a um aumento dos preços do pe-tróleo bruto.

Na semana passada, a EOG Resources Inc. informouque planeja elevar a produção caso os preços do pe-tróleo se mantenham nos níveis recentes, enquanto aOccidental Petroleum Corp. aumentou a produçãoplanejada para o ano. Outros produtores informaramque abrirão as torneiras se o petróleo de referêncianos EUA, o WTI (de West Texas Intermediate), che-gar aos US$ 70 por barril. O WTI fechou em US$60,50 por barril ontem, enquanto o petróleoBrent, re-ferência global, fechou em US$ 66,81.

Um aumento na produção americana, somado aocrescimento da produção de petróleo no Brasil e naRússia, pode acabar detendo a recuperação dos pre-ços do petróleobruto,que já subiram 40% desdemar-ço, e até derrubar as cotações mais tarde no ano,dizem alguns analistas.

A oferta americana poderia voltar a subir ra-pidamente em resposta à recente recuperação nospreços", diz Tom Pugh, economista de commoditiesda Capital Economics. "Com base na relação his-tórica com os preços, a redução no número de sondasde exploração já parece exagerada e a atividade devevoltar a crescer nos próximos meses."

Um fator a ser observado é se as empresas que ex-ploram as formações de xisto podem extrair mais pe-tróleo rapidamente.

Esses produtores perfuram rochas ricas em petróleohorizontalmente e depois as quebram com a injeçãode água, areia e químicos para extrair o petróleo, numprocesso conhecido como fraturamento hidráulico,ou "fracking".

O custo para explorar petróleo nesses poços variamuito. Mas os produtores podem escalonar as des-pesas, por exemplo, perfurando os poços em um mo-mento e esperando para extrair o petróleo quando ospreços no mercado atingirem níveis que permitamrentabilidade ou quando os custos de extração caem.

Por essa razão, as empresas americanas dexistoestãocada vez mais sendo consideradas como "produtoresde guinada", porque, como um grupo, elas podemelevar a produção quando os preços sobem e re-duzi-la quando os preços caem.

A implicação para os mercados globais de petróleo éque a rápida reação dos produtores de xisto dos EUAdaria ao mundo um certo contrapeso para as grandesoscilações do mercado em qualquer direção. Mas es-sa nova flexibilidade ainda não foi completamentetestada em um grande colapso de preços.

À medidaqueos preçoscaíam do anopassado, as em-

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Continuação: Recuperação nos preços dá novo alento ao petróleo de xisto dos EUA

presas de xisto começaram a interromper a produçãodas sondas de forma frenética. Vinte e duas semanasconsecutivas de cortes agressivos deixaram o setorcom 930 sondas amenos,uma redução de58% em re-lação ao pico de 1.609 alcançado em outubro, se-gundo a Baker Hugues, que monitora a atividade deperfuração.

Em um relatório, ontem, a Agência Internacional deEnergia (IEA, na sigla em inglês), que tem sede emParis e analisa a demanda dos grandes consumidoresmundiais de petróleo, previu que o crescimento daprodução de petróleo de xisto dos EUA vai perder 80mil barris por dia este mês. Mas, enquanto isso, ou-tros produtoresglobais, como aOrganização dos Paí-ses Exportadores de Petróleo (Opep), não reduziramsua produção e, em muitos casos, aumentaram a ex-tração. A IEA revisou para cima sua estimativa deprodução para países que não fazem parte da Opep.

Toda essa nova oferta pode pressionar os preços peloresto do ano. Pugh, da Capital Economics, prevê umpreço de US$ 60 por barril para o petróleo bruto tipoBrent no fim do ano.

A produção americana cresceu em 1 milhão de barrispor dia em cada ano a partir de 2011, ultrapassando 9milhões de barris diários em 2014. Embora esse au-mento seja responsável por apenas 5% da oferta glo-bal de petróleo, ele foi suficiente para ajudar aprovocar um colapso de preços em novembro. Mes-mo com o aumento da oferta global, a Arábia Sauditae outros membros da Opep mantiveram as torneirasabertas, em vez de reduzir a produção para dar sus-tentação aos preços como fizeram no passado.

A rápida respostados produtoresamericanos dexistoajudou a interromper o declínio nos preços do pe-tróleo quando o tipo Brent caiu abaixo de US$ 47 porbarril em março, ante US$ 115 por barril menos deum ano atrás. Operadores, investidores e produtoresvinham prevendo uma queda na produção nos pró-ximos meses como resultado da retração.

Mais recentemente, os preços do petróleo se re-cuperaram ainda mais e o Brent já está 40% acima damínima de março. Agora, os operadores e in-vestidores do mercado mudaram o foco, passando amonitorar com que rapidez as empresas, incluindo ospequenosprodutoresdexisto,voltamaativarseus po-ços.

O Goldman Sachs informou que se os preços do pe-tróleo WTI ultrapassarem o nível de US$ 60 por bar-ril, os produtores americanos vão aumentar aatividade, impulsionados por retornos melhores gra-ças à queda de custos com os ganhos de eficiência.Uma desaceleração nos números de sondas de-sativadas sugere que os produtores estão cada vezmais confortáveis com o atual nível de preço, afirmao Goldman. Na semana passada, 11 sondas tiveramsua produção interrompida, totalizando668, o menorrecuo desdeo iníciodeabril, depoisdadesativação de24 e 31 sondas nas duas semanas anteriores e depoisde fechar quase 100 delas por semana no início doano.

A agilidade dos produtores de xisto não é um fato in-contestável. A Opep desfrutou da posição de pro-dutor flexível porque os governos de vários de seusprincipais membros, especialmente a Arábia Sau-dita, investiram bilhões de dólares nodesenvolvimento de capacidade extra poços que po-dem ser ativados e desativados rapidamente em casode uma crise.

Os produtores de xisto, ao contrário, são nor-malmente muito menores e independentes e reagemaos preços - não aos caprichos de seus governos. Elestambém dependem dos recursos de investidores, nãode dinheiro público. Ainda não está claro se a inun-dação de dinheiro que ajudou a iniciar e sustentar oboomdo xisto também podeser ligadaedesligada tãorapidamente quanto às sondas de petróleo.

Nos ciclos anteriores do petróleo, as empresas tam-bém tiveram problemas para voltar a produzir depois

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Continuação: Recuperação nos preços dá novo alento ao petróleo de xisto dos EUA

de desativar seus poços - questões logísticas, comoconseguir o equipamento e atrair os trabalhadores re-cém demitidos de volta aos campos de exploração.

A IEA informou ontem que os produtores de xistodos EUA já aprenderam a cortar custos. A recente re-cuperação nos preços "está dando aos produtores [dexisto) um novo sopro de vida", informou a agência."Vários grandes produtores [de xisto] vêm con-

seguindo grandes reduções nos custos de produçãonas últimas semanas."

(Colaborou Sarah Kent.)

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Para investidores, Levy traça cenário positivo e dizque riscos diminuíram

BRASIL

Luciano Máximo

Para o Valor, de Londres

Ao concluir sua agenda de dois dias em Londres, on-de se reuniu com autoridades do governo britânico,analistas financeiros e investidores, o ministro da Fa-zenda, Joaquim Levy, voltou a manifestar otimismoem relação aos efeitos do ajuste fiscal sobre a eco-nomia brasileira.

Segundo o ministro, o ajuste se espalha "de maneirabastante equilibrada", de modo que a economia dopaís já não apresenta os mesmo riscos que preo-cupavam o mercado e o setor produtivo no início doano.

"É importante comparar a situação do Brasil hojecom a vivida no começo do ano, quando havia trêsgrandes riscos: em primeiro lugar, a questão ma-croeconômica, com um medo de um downgrade; de-pois havia o risco sobre o que iria acontecer com aPetrobras, alguns se assustaram, diziam que a em-presa tinha questões intransponíveis; por fim, havia apreocupação com o setor de energia", comentou."Três, quatro mesesdepois, esses riscos se reduziramsignificativamente, com o ajuste avançando."

Levy aproveitou a oportunidade para defender a Pe-trobras. Para ele, a companhia, afetada por es-cândalos de corrupção, também melhorou nesseperíodo. "É sempre importante lembrar que o pré-salé uma realidade; são 800 mil barris produzidos pordia."

Levy classificou sua passagem pela capital inglesacomo positiva. Disse queavisita serviupara explorarboas experiências na estruturação do financiamentode projetos de infraestrutura. "A mensagem é que o

governo está preparando uma boa carteira deconcessões, com bons ativos para divulgar em bre-ve", disse.

Alguns interlocutores do ministro avaliaram seu de-sempenho como uma tentativa de transmitir umamensagem de confiança e apresentar uma imagempositiva do Brasil, apesar do ajuste fiscal em an-damento e da desaceleração econômica. Os mais crí-ticos contaram ao Valor que faltou ao ministrointeragir mais com os participantes e detalhar os pla-nos do governo para as concessões de infraestrutura,cuja divulgação é esperada para junho.

Edward Nicholson, executivo da consultoria fi-nanceira Mercator, de Southampton, disse que ficouimpressionado com a clareza e objetividade da agen-da exposta pelo ministro, destacando a disposição dogoverno em diminuir os obstáculos de maneira geralaos investidores estrangeiros e ao comércio in-ternacional. "Me pareceu que ele está tentando fazerdo Brasil um lugar mais simples para se fazer ne-gócio, porque hoje é muito complicado, par-ticularmente as regras e regulações dos impostos."

Para Peter Collecott, da consultoria londrina TheAmbassador Partnership, especializada em co-mércio, investimentos e regulação internacionais, oministro tentou aomáximosoar positivo, embora asi-tuação econômica do país não seja boa. "O im-portante é que ele não escondeu isso. Veio pedir umvoto de confiança, que é tudo que o Brasil mais pre-cisa agora. Senti falta de ouvir uma exposição maisdetalhada sobre os projetos de infraestrutura eos pla-nos de concessão", disse.

Jaime Gomsztejn, presidente da Câmara Brasileirade Comércio na Grã-Bretanha, explicou que os po-tenciais investidores e empresas britânicas a apro-

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Continuação: Para investidores, Levy traça cenário positivo e diz que riscos diminuíram

veitar as oportunidades das futuras concessões estãono mercado de capitais, além de consultorias ju-rídicas e especializadas em desenho de regulação econstrutoras, que podem aproveitar espaços dei-xados por empresas brasileiras afetadas pela menoroferta de crédito, em parte motivada pelas re-percussões negativas da operação Lava-Jato.

Na entrevista, Levy disse que a liberação de com-pulsórios dos bancos para garantir mais recursos pa-ra o financiamento habitacional no país é umaespeculação e que a solução para a questão não traránovos impactos fiscais. Ele explicou que o governoestá estudando medidas para "tomar mais com-patível o nível derecursos no sistema quepodeser ca-nalizado para novos financiamentos".

Segundo ele, a questão está em estudo. "Quanto maiscedo se resolver essa questão, mais cedo a economiairá na direção que queremos", afirmou, sem dar mui-tas pistas sobre as alternativas analisadas pelo go-verno para driblar as recentes baixas na captação da

poupança e frisando que os recursos envolvidos nãosão públicos, mas do Sistema Financeiro de Ha-bitação (SFH), irrigado principalmente pelo Fundode Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e por de-pósitos da poupança.

Segundo Levy, o ajuste fiscal em implementaçãoatualmente tem "impacto direto" para melhoraradis-tribuição de recursos no sistema habitacional. Ele en-fatizouo esforçoem reduzir deR$ 25 bilhões para RS12 bilhões o nível de desoneração da folha de pa-gamento concedido a empresas de dezenas desetores. "Temos que resolver essa situaçãosemtrazernovos impactos fiscais para o país, por isso focamosnas desonerações. São R$ 25 bilhões de perdas de re-ceitas, quase duas vezes o orçamento do Minha CasaMinha Vida - recursos que fazem falta para financiaroutros programas do governo", disse. Ele lembrouque o programa habitacional federal é prioridade dapresidente Dilma Rousseff.

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Valor Econômico

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País perde espaço nas trocas comerciais com aEuropa

BRASIL

Assis Moreira

A zona do euro acelerou ligeiramente o crescimentono primeiro trimestre, com expansão da França, mastambém da Alemanha e Itália. Em meio a essa ex-pansão,porém, o Brasil perdeu terreno e foi superadopelo Canadá como décimo maior parceiro comercialdos europeus.

Estatísticas europeias a que o Valor teve acesso mos-tram que entre os maiores ganhadores no comérciocom os 28 paísesdaUniãoEuropeia(UE) estão os ca-nadenses, neste começo de ano. Suas exportações au-mentaram 31% para o bloco europeu e suasimportações originárias da Europa cresceram 15%entre janeiro e março.

No mesmo período, as exportações brasileiras so-freram contração de 1% para a UE e as importaçõesprocedentes da Europa caíram 2,6%. Mas em marçoas exportaçõesdo Brasil cresceram 12% em relação amarço de 2014 para o bloco comunitário, ante re-sultado negativo em janeiro e fevereiro.

Em todo caso, a fatia de produtos brasileiros no totalimportado pela UE está agora em torno de 1,6% - seumenor nível desde 2003. Em 2011, chegou a 2,3% doqueos europeuscompravam no exterior.A médiaerade 2%.

Por sua vez, países como Canadá, Índia e Turquiavêm aumentando sua fatia no total importado peloseuropeus.

"Esse resultado não está acontecendo só com a Eu-ropa", afirma Luigi Gambardella, presidente da As-sociação UE-Brasil, que visa estimular negóciosbilaterais. "O Brasil exporta sobretudo commoditiese, com menos demanda, exporta menos. Com a re-cessão,o Brasil compra também menosdaEuropa. OBrasil precisa melhorar a competitividade de sua in-dústria".

O Brasil era habituado a superávit comercial com oseuropeus,queatingiuo pico de11,6 bilhões em 2007.Desde 2012, porém, o paíspassou aacumular déficit,que atingiu 5,8 bilhões no ano passado. No primeirotrimestre de 2015, o déficit acumulado é de 1,4 bi-lhão.

Os canadenses derrubaram o Brasil da posição de 10ºparceiro europeu com trocas adicionais de 3 bilhões,dos quais quase 2 bilhões foram aumento de ex-portações para o mercado europeu. Suas vendas depeças para o setor aeronáutico, com alto valor agre-gado, quase quadruplicaram.

No caso do Brasil, o comércio com a UE sofreu con-tração de 320 milhões entre janeiro e marco. No pe-ríodo, o Brasil conseguiu aumentar a exportação decafé para a UE, assim como minério e aço. E con-tinuou importando mais produtos químicos, porexemplo.

Para Jonathan Loynes, economista chefe para Eu-ropa da Capital Economics, a inflação baixa na zonado euro deve continuar a estimular o consumo nospróximos trimestres. E o euro desvalorizado deve

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Valor Econômico

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Continuação: País perde espaço nas trocas comerciais com a Europa

ajudar exportações.Mas persistem riscos dequeacri-se na Grécia afete a recuperação.

Em abril, economistas da Organização Mundial doComercio (OMC )sugeriram que as perspectivas deexpansão das exportações brasileiras eram melhoresna UE e nos Estados Unidos do que na China em2015, por causa da desaceleração chinesa e da me-

lhora dasituaçãonas duas outrasgrandeseconomias.

Em 2014, o Brasil teve a maior queda nas ex-portações entre as grandes economias. O país caiutrês posições no ranking de maiores exportadores (de22º para 25º) eaparticipação no comércio global bai-xou de 1,3% para 1,2% do total.

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O Estado de S. Paulo

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Plano de exportações está perto de ser anunciado, dizministro

ECONOMIA

Segundo Armando Monteiro, principais pontos dopacote foram fechados em reunião realizada ontem

Lorenna Rodrigues BRASÍLIA

O governo fechou ontem os principais pontos do Pla-no Nacional de Exportações, que agora depende ape-nas da agenda da presidente Dilma Rousseff para seranunciado, de acordo com o ministro do De-senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior,Armando Monteiro Neto.

O principal entrave à divulgação do plano era o ta-manho do ção - programa pelo qual o Tesouro Na-cional cobre parte dos encargos financeiros dasexportações. O ministro do Desenvolvimento queriaumorçamento maior do queos atuais USjS1,5 bilhãoprevistos para este ano, enquanto o Ministério da Fa-zenda queria umcorte de40% naprevisão para 2015.

"Vamos poder ter uma margem maior para operar osistema", afirmou o ministro, após empresários en-tregar o plano até o fim de maio. Participaram da reu-nião deontem representantes do Itamaraty, do Banco

Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e dos ministérios do Planejamento e da Fa-zenda.

Acordos. Para melhorar o comércio exterior bra-sileiro, além do plano de exportações, o ministro doDesenvolvimento também vem defendendo a ne-cessidade denegociações deacordosbilaterais. Mon-teiro já declarou que o fato de o Brasil excluir o Paísde acordos com outras partes do mundo.

Monteiro também defende urgência na aprovação deum acordo entre o bloco sul-americano e a União Eu-ropéia, que vem sendo negociado há tempos. Paraele, o Brasil tem mais pressa no acordo do que outrospaíses do Mercosul, e podem ser criadas alternativaspara permitir que cada país do bloco possa aderir emprazo diferente.

principais pontos do Plano Nacional de Exportações,que agora depende apenas da agenda da presidenteDilma Rousseff para ser anunciado, de acordo com oministro do Desenvolvimento, Indústria e ComércioExterior, Armando Monteiro Neto.

O principal entrave à divulgação do plano era o ta-manho do ção - programa pelo qual o Tesouro Na-cional cobre parte dos encargos financeiros dasexportações. O ministro do Desenvolvimento queriaumorçamento maior do queos atuais USjS1,5 bilhãoprevistos para este ano, enquanto o Ministério da Fa-zenda queria umcorte de40% naprevisão para 2015.

"Vamos poder ter uma margem maior para operar osistema", afirmou o ministro, após reunião demais detrês horas com a presidente Dilma Rousseff e in-tegrantes da equipe econômica.

Monteiro disse que foram encontradas "soluções sa-

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O Estado de S. Paulo

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Continuação: Plano de exportações está perto de ser anunciado, diz ministro

tisfatórias" para os impasses em tomo do plano. Oprograma prevê ainda o aperfeiçoamento de me-canismos de exportação e de tributos incidentes so-bre a cadeia e estímulos para que bancos privadosdeem garantias aos exportadores brasileiros.

"Ospilares doplano estão sendo definidos eestouoti-mista em relação à posição final", disse Monteiro.

A expectativa era que o plano fosse anunciado em fe-vereiro, mas, em ano de ajuste fiscal, o impasse or-çamentário impediu a divulgação. Sem acordo entrea equipe econômica e o Ministério do De-senvolvimento, a decisão sobre o PNE ficou para apresidente Dilma, que prometeu a

empresários entregar o plano até o fim de maio. Par-ticiparam da reunião de ontem representantes do Ita-maraty, do Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico e Social (BNDES) e dos ministérios doPlanejamento e da Fazenda.

Acordos. Para melhorar o comércio exterior bra-sileiro, além do plano de exportações, o ministro do

Desenvolvimento também vem defendendo a ne-cessidade denegociações deacordosbilaterais. Mon-teiro já declarou que o fato de o Brasil excluir o Paísde acordos com outras partes do mundo.

Monteiro também defende urgência na aprovação deum acordo entre o bloco sul-americano e a União Eu-ropéia, que vem sendo negociado há tempos. Paraele, o Brasil tem mais pressa no acordo do que outrospaíses do Mercosul, e podem ser criadas alternativaspara permitir que cada país do bloco possa aderir emprazo diferente.

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Vendas externas "Vamos poder ter uma margemmaior para operar o sistema."

"Os pilares do plano estão sendo definidos e estouotimista em relação à posição finaL"

MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO. IN-DÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR

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O Estado de S. Paulo

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'Agricultura atual não é sustentável' ECONOMIA

José Graziano da Silva, presidente da Organizaçãodas Nações Unidas para a Alimentação e a Agri-cultura (FAO)

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Para Graziano, produção agrícola hoje tem de con-ciliar produtividade, sustentabilidade e inclusão so-cial

Jamil Chade

"Cultivar e preservar". Esse terá de ser o modelo daagricultura nos próximosanos, o queexigiráuma mu-dança profunda nos modelos de produção. A afir-mação é do brasileiro José Graziano da Silva,diretor-geral da Organização das Nações Unidas pa-ra a Alimentação e a Agricultura (FAO), que deixaclaro que, hoje, o campo "não é sustentável". Can-didato à reeleição em meados do ano, Grazianopromoveu uma reforma interna na entidade e re-colocou a erradicação da fome como sua prioridade.Mas insiste que o desafio ambiental será uma exi-gência. A seguir, os principais trechos da entrevista:

Qual o motivo de a fome no mundo ainda atingirmais de 800 milhões de pessoas?

Por falta de vontade política. Infelizmente, muitosgovernantes ainda não dão prioridade à erradicaçãoda fome e da miséria. Mas as coisas estão me-lhorando. Em primeiro lugar, é preciso dizer que atendência da fome no mundo é de queda. De 1990 até2014, o número absoluto de pessoas subalimentadascaiu de 1,015 bilhão para 805 milhões. Freamos ocrescimento e reduzimos o total. A proporção de pes-soas com fome também caiu cercade40% nesse mes-mo período, de 19% para 11%.

E por que a fome continua?

Diversos fatores explicam a persistência da fome. Oprincipal é a falta de acesso adequado a alimentos.Significadizer que,no geral, nãofaltacomida: faltamrecursos às famílias pobres para produzi-la ou com-prá-la. Daí a importância de medidas que favoreçamo acesso - caso do Bolsa Família e da alimentação es-colar - equedeem aos agricultores familiares crédito,assistência e a acesso à terra.

Então não existe de fato uma faltade alimentosnomundo?

No nível agregado, não. Nos últimos 70 anos, a po-pulação mundial triplicou, mas a oferta per capita decomida aumentou em 40%. Tivemos um aumentosignificativo da produção a partir dos anos 70 graçasàRevoluçãoVerde, à introduçãodesementes de trigoearroz melhoradaseaouso intensivo deinsumos ere-cursos naturais. No ano passado o Papa Francisco es-teve na FAO e lembrou como, em 1992, o então PapaJoão Paulo II já falava no "paradoxo da abundância":de um lado, alimentos suficientes; do outro, per-sistência da fome. O paradoxo segue.

O modelo agrícola atual é sustentável em termos

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Continuação: 'Agricultura atual não é sustentável'

ambientais?

Não, não é. Somos herdeiros da Revolução Verde,que intensificou o uso de insumos químicos e ma-quinário. Não podemos esquecer que a RevoluçãoVerde ajudou a salvar a vida de centenas de milhõesde pessoas no sudeste asiático, quando a fome erauma calamidade decorrente da falta de alimentos. Is-so não pode ser minimizado. No entanto, o uso in-tensivo de recursos naturais também contribuiu parao avanço do desmatamento, a degradação de solos, acontaminação da água e a perda de biodiversidade ede recursos genéticos. Esses fatores mostram, cla-ramente, os limites desse paradigma.

Que tipo de reformas deveria ocorrer no modeloagrícola para garantir sustentabilidade?

Hoje, não basta produzir alimentos, é preciso fazê-loconciliando produtividade com sustentabilidade, re-siliência às mudanças climáticas e inclusão social.Esses são os alicerces daagenda do desenvolvimentosustentávelno século XXI.Não háumcaminhoúnicoa seguir.

Muito se falou que o Brasil podería ganhar com aagricultura. Mas os preços de commoditiestiveram uma queda enorme. O Brasil precisariapensar em um novo modelo agrícola?

O Brasil ganha com a agricultura. Ela é um dos mo-tores de crescimento do País. A próxima safra degrãos deve atingir a marca histórica de 200 milhõesde toneladas. Segundo dados do Ministério da Agri-cultura, o saldo da balança comercial agropecuáriaestá na casa dos US$ 8o bilhões desde 2011. E, em-bora os preços das commodities agrícolas estejamem queda, eles subiram muito entre 2000 e 2011 e se-guem acima da média histórica. As previsões de mé-dio prazo indicam que isso deve continuar. Avalorização do dólar frente ao real também favoreceas exportações brasileiras. Além disso, a demanda

mundial por alimentos continuará crescendo: se-gundo as previsões da FAO, o planeta terá de pro-duzir 60% mais de alimentos para alimentar apopulação em 2050. O Brasil ganhou mercados e li-derança internacional na área de agricultura. Nãodevemos abrir mão desse espaço.

E quais são os desafios ?

O desafio agora - do Brasil e do mundo - é aumentar asustentabilidade desse entrelaçamento e alavancar aprodutividade dos pequenos produtores, além da lo-gística de escoamento. É um desafio mundial, mas oBrasil, por estar na frente em esferas técnicas e so-ciais, tem muito a contribuir já está contribuindo. So-mos referência em agricultura tropical. Inúmerastecnologias e variedades desenvolvidas pela Em-brapa como plantio direto, integraçãolavoura-pecuária e sementes melhoradas estão sendoadaptadas e transferidas a outros países.

0 sr. é candidato único à reeleição na FAO. Quaisseriam as prioridades para um segundomandato?

O desafio é consolidar o processo de transformaçãoqueestá em curso. Vamos no caminhocerto. Ao mes-mo tempo, vamos aprimorando nossa forma de tra-balhar. Essas não são questões meramente internas.Esse conjunto permitirá à FAO dar uma contribuiçãomais decisiva para superar os desafios do nosso tem-po. O ano de 2015 é chave para isso. Marca o fim dosObjetivos de Desenvolvimento do Milênio e o inícioda era dos Objetivos de Desenvolvimento Sus-tentável. Em 2015, a FAO também comemora seu70º. O aniversário. Nos seus primeiros 70 anos, aFAO deu uma contribuição importante ao aumentodaprodução agrícola no mundo.Agora, queremos er-radicar a fome. E acredito que o mundo está prontopara assumir esse compromisso.

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O Estado de S. Paulo

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Aposta é atrair investimento em infraestrutura ECONOMIA

LONDRES

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, fez um ba-lanço positivo das reuniões com investidores rea-lizadas na rápida viagem à capital britânica. "Asreuniões foram bastante interessantes. É o começo deuma conversa com os investidores", afirmou em en-trevista na Embaixada do Brasil em Londres.

Após os diversos encontros realizados desde a ter-ça-feira, o ministro salientou que há interesse dos in-vestidores nos novos projetos de infraestrutura que ogoverno deverá lançar brevemente. "A gente viu nosúltimos anos novas áreas com participação ebastantedemanda. O governo tem expectativa de bastante de-manda nos portos", disse, ao lembrar que o Brasil

"tem histórico bastante positivo em relação àsconcessões".

Levy usou como exemplo o bem-sucedido recenteleilão da concessão da ponte Rio-Niterói. "Ele mos-trou como é importante ter leilões bem desenhados.As pessoas têm confiança no programa de con-cessão. Temos bons ativos ehá possibilidade de ex-plorar financiamento além do BNDES", disse.

Ele também confirmou que o governo estuda al-ternativas para oferecer mais recursos ao fi-nanciamento imobiliário diante da saída de depósitosdas cadernetas de poupança. Sinalizou, porém, que asolução para a falta de recursos não deve sair do caixado governo. / F.N.

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O Estado de S. Paulo

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Para Levy, alta dos salários depende daprodutividade

ECONOMIA

Em evento em Londres, ministro da Fazenda diz quesociedade já entendeu que os salários só podem subircom alguma contrapartida

Fernando Nakagawa

O Brasil não pode continuar oferecendo reajuste desalários sem aumento da produtividade. A afirmaçãofoi feita ontem pelo ministro da Fazenda, JoaquimLevy, durante evento na capital britânica. "Sem umforte ganhodeprodutividade, nãopodemosapoiar sa-lários mais altos", disse, durante abertura do "BrazilCapital Market Day", na Bolsa de Valores de Lon-dres.

A uma plateia de investidores e analistas britânicos,Levy disse que a sociedade brasileira já teria en-tendido que os salários só podem subir com algumacontrapartida. "É útil que você tem mais a percepçãoentre os formadores de opinião, empregadores e po-pulação em geral de que o ganho em produtividade éessencial para manter os salários crescendo", disse.De acordo com oministro,o temasalários versus pro-dutividade está na agenda do governo. "É uma coisaem que nós estamos trabalhando em muitas das nos-sas medidas."

A defesa de Levy tem semelhanças com a opinião doex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. Es-

colhido pelo tucano Aécio Neves como ministro daFazenda em casodevitóriadoPSDBnas eleições pre-sidenciais de 2014, Fraga causou polêmica quandodisse em entrevista ao jornal O Estado de S. Pauloque era preciso ter melhor correlação entre o au-mento do salário e a produtividade. "Mesmo as gran-des lideranças sindicais reconhecem que, não apenaso salário mínimo, mas o salário em geral, precisaguardar alguma proporção com a produtividade, sobpena de, em algum momento, engessar o mercado detrabalho", disse Fraga em abril do ano passado, antesda campanha eleitoral.

Aosinvestidores, Levy afirmou queo Brasil vem mu-dando as condições da economia para reduzir riscose, assim, abrir espaço para o capital privado. "Re-duzir riscos agregados é essencial para motivar aspessoas a tomarem riscos idiossincráticos. Isso sig-nifica investimentos", disse.

Levy explicou aos presentes esperar uma reversãono sentimento econômico "nos próximos meses" noBrasil. "A desaceleração da economia é temporária,em parte pela incerteza. E a confiança começa a es-tabilizar com uma política mais clara da atual ad-ministração", afirmou.

O ministro comentou que a melhora das condiçõeseconômicas vai permitir o aumento dos in-vestimentosprivados,o queserápositivo também pa-ra o lado da oferta. Se você reduz o riscogovernamental, você tem mais espaço para risco pri-vado , disse. Isso também é crucial para amortecerqualquer pressão inflacionária dataxa de câmbio.

De acordo com o ministro, o Brasil está em boa for-ma para voltar a crescer. Ele pediu, porém, paciênciaaos investidores, já queo processo deajuste levaráal-gum um tempo. "Eu acho que nós temos um plano

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O Estado de S. Paulo

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Continuação: Para Levy, alta dos salários depende da produtividade

forte. Tenham paciência conosco porque estamos emumprocesso de ajuste, mas estou confiante de que va-mos ver os resultados de tudo isso no próximo ano",disse Levy.

Entre as condições propícias àvolta daexpansão eco-nômica, Levy disse que o País será mais "aberto"."Nós vamos estar mais abertos em muitos aspectosda economia e mais competitivos", disse, ao co-mentar que o governo tem trabalhado para melhoraras condições da economia e também para aproveitaras vantagens competitivas do País.

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Futuro

"Eu acho que nós temos um plano forte. Tenham pa-ciência conosco porque estamos em um processo deajuste, mas estou confiante de que vamos ver os re-sultados de tudo isso no próximo ano."

Joaquim Levy MINISTRO DA FAZENDA

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Colunas e Editoriais

Folha de S. Paulo

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Kenneth Maxwell KENNETH MAXWELL

Kenneth Maxwell

Petróleo e ferro

O "Financial Times" reportou esta semana queaChi-na ultrapassou os Estados Unidos como maior im-portador de petróleo cru. Dados alfandegárioschineses demonstram que as aquisições de petróleodo país no exterior atingiram um pico histórico de 7,4milhões de barris diários em abril. O total excede os7,2 milhões de barris diários de importações dos Es-tados Unidos. A mudança surgiu em parte pelo au-mento das importações da China Oil junto ao Irã,Omã e Abu Dhabi. O Irã pode ter oferecido descontosaos chineses, e também está ansioso por atrair maisinvestimentos da China.

O preço do petróleo cru padrão Brent se recuperou deUS$47 por barril em janeiroamais deUS$65 esta se-mana. De acordo com o Citigroup, a Rússia precisaque o preço do petróleo seja de US$ 90 por barril paraconseguir equilibrar seu orçamento. Iraque, de US$98, Arábia Saudita, de US$ 105, e Irã, de US$ 137. Osprodutores na Dakota do Norte (EUA) precisam deUS$70. O preço de equilíbrio do petróleo brasileiro éestimado em US$ 75.

A Vale, mineradora de ferro brasileira, é uma dasquatro fornecedoras dominantes do planeta. A Valeparece preparada para reter parte de sua produção emumesforço por desacelerar a queda dos preços do mi-nério de ferro. Luciano Siani, o diretor de finanças daVale, disse ao "Financial Times" que a companhiapode reduzir seus planos de crescimento no ano quevem. Ele também disse ao jornal britânico que a Vale

"promoveria a maior produção possível" do minériode ferro de mais alto teor, que obtém os preços maisaltos junto às siderúrgicas, e que ela levaria adiante odesenvolvimento deuma minadebaixo custoedemi-nério dealto teor conhecida como S11D,o maior pro-jeto de minério de ferro em desenvolvimento noplaneta.

Esse vastoprojeto, na região deCarajás, no Pará,cominfraestrutura de conexão ferroviária com o porto deSão Luís, no Maranhão, deve começar a produzir em2016 e atingir nível de produção de 90 milhões de to-neladas de minério de ferro em 2018. Seria des-necessário dizer que esse projeto de extração a céuaberto em plena selva amazônica atraiu muita opo-sição de ambientalistas, tanto no Brasil quanto noexterior.

É irônico que tanto o petróleoquanto o ferrodo Brasilreproduzam hoje algumas das respostas surgidas noboom de mineração anterior do país, no século 18. Oouro era produzido avaramente, e quanto mais me-lhor. Mas os diamantes requeriam controles dra-conianos, os quais limitavam o acesso do mercadoeuropeu a eles, e assim aumentavam seu valor. Asduas coisas dependiam de trabalho escravo. Mas otempo provou queouro ediamantes eram produtos fi-nitos. E, com o tempo, o petróleo e o minério de ferronão serão diferentes.

KENNETH MAXWELL escreve às quintas-feirasnesta coluna.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Seção Economia - mídia nacional

Folha de S. Paulo

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Bebida de qualidade gera lucro e é caminho semvolta MERCADO

O horizonte para o cafeicultor é um produto que gereuma bebida de qualidade. Diminuiu o espaço para ochamadocafé "commodity",quecada vez mais éme-nos aceito no mercado, além de não dar receitas parao produtor.

Os números da evolução do consumo indicam essapreferência do consumidor. A expansão da demandados cafés especiais --os mais bem cuidados, desde ocultivo, a colheita até a preparação da bebida-- é de15% anuais. Já os tradicionais têm evolução próximade 2% ao ano.

O Brasil, maior produtor mundial de café e semprevisto como um país que perseguia pouco a qualidade,começa a mudar.

Ao menos 25% das exportações já são consideradascomo cafés diferenciados e, portanto, com mais qua-lidade, apontam dados do Cecafé (entidade dos ex-portadores).

Internamente, o consu- midor também adere cadavez mais ao café com qualida- de. Os dados mais re-centes da Abic (que representa as indústrias do setor)indicam que84% dos consumido- res brasileiros ain-da tomam o café filtrado, mas que 4% já utilizam asmonodoses ou cápsulas.

A saída para os produtores, portanto, é investir noscafés de qualidade. Não menos importante, no en-tanto, é abrir canais de venda para que ele seja re-munerado conforme o valor do produto.

O mercado de café evoluiu muito, tanto no exterior

como no Brasil. A bebida deixou de ser feita só nocoador, passou por cafeterias de luxo, por máquinasem bares e restaurantes e, agora, volta-se cada vezmais para o lar, principalmente com as monodoses eas cápsulas.

Embora as cápsulas apenas estejam chegando aoBra-sil, algumas empresas já investem pesado em buscado novo passo para a preparação dessa bebida.

A opção do consumidor por um produto com maisqualidade deve auxiliar, também, o aparecimento denovas pequenas empresas no país voltadas para essesetor.

Nos últimos anos, houve uma grande concentraçãona industrialização e na distribuição de cafés, prin-cipalmente quando se trata de marcas nacionais.

Esse ambiente de café com qualidade permite às pe-quenas indústrias disputar mercados regionais, in-clusive com monodoses ou cápsulas.

Atéexportadores, quetêm uma variedade decafés es-peciais nas mãos, já sinalizam para a abertura de pe-quenas empresas para oferecer esse produtodiferenciado.

A busca pelo café de qualidade é um caminho semvolta, principalmente porque os mercados que seabrem para essa bebida, entre eles o da China, estãose acostumando a um produto diferenciado.

MAURO ZAFALON COLUNISTA DA FOLHA

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Folha de S. Paulo

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Pela 1ª vez em 4 anos, zona do euro supera EUA eReino Unido

MERCADO

PIB do bloco cresceu 0,4% no primeiro trimestre, al-ta mais forte em dois anos

A melhoradas economias francesa e italianaajudou oPIB da zona do euro a ter, no primeiro trimestre, ocrescimento mais rápido em quase dois anos.

Com o avanço de 0,4% em relação ao quarto tri-mestre de 2014, o PIB dos países que compartilham oeuro como moeda superou a expansão registrada pe-los EUA epelo Reino Unido --éaprimeira vez que is-so ocorre desde o primeiro trimestre de 2011.

A economia americana cresceu 0,1% de janeiro amarço, e a britânica, 0,4%.

A França, segunda maior economia da zona do euro,foi um dos destaques. O PIB teve alta de 0,6%, o rit-mo mais acelerado em dois anos, após a estagnaçãono último trimestre do ano passado.

No caso do PIB italiano, a expansão foi modesta(0,3%), mas ainda assim foi a mais forte em quatroanos para o terceiro maior PIB do bloco.

Um outro ponto positivo do primeiro trimestre foi aalta de 0,9% obtida pela Espanha, a expansão maisforte na região de 19 países.

Os resultados de França, Espanha e Itália ajudaram acompensar em parte a desaceleração da Alemanha,principal motor econômico europeu. Após crescer0,7% de outubro a dezembro do ano passado, a eco-nomia alemã registrou avanço de 0,3% no primeirotrimestre deste ano.

Os países da zona do euro parecem estar sendo be-neficiados neste ano pelos preços baixos de energia ealimentos, pelo euro mais fraco e pelos estímuloseconômicos do Banco Central Europeu (BCE), quevem injetando recursos na economia.

Mas, com o preço do petróleo voltando a subir e oscustos de financiamento dos governos em alta no-vamente, apesar das compras de títulos feitas peloBCE, há dúvidas sobre se o bloco vai manter o ritmono resto do ano.

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

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Esforço para atrair investidores BRASIL

Levy disse esperar que a desaceleração econômica seja temporária e que ocrescimento retome em 2016

Levy disse esperar que a desaceleração econômica seja temporária e que ocrescimento retome em 2016

Em apresentação na Bolsa de Londres, ministro daFazenda, Joaquim Levy, defendeu que país está vol-tando aos eixos

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Os riscos macroeconômicos vistos no início do ano,bem como aqueles derivados dasituaçãoenergéticaea possibilidade de racionamento, além da ins-tabilidadepolítica gerada pela Operação Lava JatonaPetrobras, diminuíram significativamente, disse oministro da Fazenda, Joaquim Levy, ontem. Em en-trevista a jornalistas em Londres, Levy também afir-mou que há disposição em explorar financiamentos,além dos que já são ofertados pelo Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A avaliação foi feita em meio a negociações rea-lizadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseffpara definir novos instrumentos de financiamentos àinfraestrutura, em renovada tentativa de estímulo aosinvestimentos. O ministro, quecumpre agenda naca-pital da Inglaterra, tem se reunido com investidoresestrangeiros ebuscado transmitir uma mensagempo-sitiva sobre o país, indicando que a nova orientaçãoda política macroeconômica melhorará o nível deconfiança.

Com inflação alta e sem crescimento, o Brasil atra-vessa uma situação macroeconômica difícil, mar-cada também por desaceleração do investimentos eavanço do desemprego. A fim de afastar riscos sobrea solvência e recolocar a combalida economia na rotado crescimento, o governo federal coloca em práticaum duro ajuste das contas públicas.

Defendendo a organização fiscal e a simplificaçãotributária, o ministro comentouainda queaeconomiabrasileira precisa ser eficiente independentemente daajuda governamental. "Nossa economia tem que fun-cionar sem ser totalmente amparada pelo governo",disse Levy.

O ministro daFazenda afirmou também esperar queadesaceleração econômica no Brasil seja "tem-porária" e que a disciplina fiscal continua sendo umpilar central da política econômica do pais, conformea alta dos preços das commodities enfraquece.

Falando diretamente aos investidores, Levy disseque a disciplina fiscal é necessária para proteger aeconomia contra os efeitos inflacionários da de-preciação do real, algo sobre o qual o Banco Central(BC) deve continuar "bastante vigilante". "O Brasilestá passando por um período de ajuste econômico.Nossa prioridade tem sido garantir a sustentabilidadedas finanças públicas como a base de um novo ciclode crescimento", salientou Levy, durante apre-sentação na Bolsa de Valores de Londres.

"Esperamos que a atual desaceleração de nossa eco-nomia seja temporária. Estou confiante de que até opróximo ano começaremos a ver resultados", acres-centou o ministro.

Analistas consultados na pesquisa Focus do BancoCentral (BC) projetam contração do Produto InternoBruto (PIB) neste ano de 1,20%, o que seria o pior re-sultado em 25 anos e a primeira contração desde

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Continuação: Esforço para atrair investidores

2009. A expectativa para a inflação é de 8,29%, bemacima do teto da meta do governo, de 4,5% com mar-gem de 2 pontos percentuais para mais ou menos.

Em abril, o Fundo Monetário Internacional (FMI)es-timou que a economia brasileira vai encolher 1% em2015, e avaliou, na terça-feira, que o objetivo do BCde levar a inflação para o centro dametaem 2016 exi-girá um aperto adicional na política monetária aindaneste ano.

Levy reiterou que o governo vai em busca de sua me-tade superávit primário, algo que o FMI disse ser cru-cial para reconquistar a confiança dos investidores.O ministro acrescentou que a economia brasileira éflexível o suficiente para garantir que o atual ajuste,como outros na história recente, seja relativamentecurto. "A confiança empresarial deve começar a me-lhorar nos próximos meses", ressaltou.

Levy afirmou ainda queo governobuscalevar os gas-

tos discricionários de volta aos níveis de 2013. Eleainda destacou que o país precisa reduzir os encargoscom a dívida devido ao peso sobre o crescimento, pe-dindo que o BC permaneça vigilante em relação à in-flação. E "clara a responsabilidade do BCpermanecer bastante vigilante... para que qualquermudança nos preços que aconteça não se traduza emum processo inflacionário", disse. Reuters

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"O Brasil está passando por umperíodo deajuste eco-nômico. Nossa prioridade tem sido garantir a sus-tentabilidade das finanças públicas , como a base deum novo ciclo de crescimento "

Joaquim Levy

Ministro da Fazenda

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Comércio Internacional

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Dilma quer empresas chinesas em infraestrutura BRASIL

Acordo de livre comércio também deve entrar napauta de conversas

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A presidentaDilma Rousseff espera achegadado pri-meiro ministro chinês, Li Keqiang, na próxima se-mana com um ambicioso plano: discutir uma novafase de investimentos do país asiático em in-fraestrutura e iniciar a possibilidade de um tratado delivre comércio.

O programa de negociações foi anunciado pela pre-sidenta em entrevista ao jornal "China BusinessNews". Na entrevista, Dilma salienta o interesse doBrasil no desenvolvimento de ferrovias, rodovias,portos e aeroportos.

"Vamos discutir investimentos em infraestrutura,nossoacordo naárea deinfraestrutura. Esperoqueha-ja um maior entendimento do fluxos de comércio en-tre Brasil e China", disse a presidenta.

"A questão do livre comércio entre Brasil e China émuito importante e tem que estar na agenda. Temosum acordo com os países do Mercosul, em que pre-cisamos tratar certos assuntos dentro do bloco, o quenão é um obstáculo. Até acredito que é uma opor-tunidade", acrescentou a presidenta, referindo-se àsnormas do acordo comercial que impedem a ne-gociação semo consenso dos outros membros do blo-co econômico: Argentina, Paraguai, Uruguai eVenezuela.

Mas, a possibilidade de abrir caminhos alternativosque permitam negociar com outros países ou blocos,sem o consentimento de todos os membros, já contacom um princípio de consenso no Mercosul, se-gundo disse, na terça-feira, o chanceler do Uruguai,Rodolfo Nin Novoa. A ideia é impulsionada peloUruguai, além do Brasil e do Paraguai.

O primeiro ministro chinês. Li Keqiang, chegará aBrasília na próxima terça-feira, 19, onde terá reu-niões no Palácio do Planalto e na Embaixada da Chi-na. O encontro será mais um capítulo na relação jáintensa com o Brasil.

Além deter o statusdesócioestratégico, desde2009 aChina é o principal aliado comercial e uma das maio-res fontes de investimentos externos do Brasil. O in-tercâmbio comercial entre os dois países integrantesdos Brics saltou de US$ 3,2 milhões a US$ 83,3 mi-lhões entre 2001 e 2013. O saldo da balançacomercial de 2014 do Brasil gerou um superávit deUS$ 8,7 milhões. AFP

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Questões Trabalhistas

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Terceirização traz avanço econômico para o Brasil OPINIÃO

HÉLIO COSTA

Presidente do Conselho de Ética e Regulamentaçãoda Associação Brasileira de Telesserviços (ABT)

O Brasil entra na vanguarda das relações tra-balhistas com a aprovação do projeto de lei que re-gulamenta a terceirização no país. A nova medidaabrange todos os setores de atividade e, permitindoos contratos entre empresas e prestadoras de serviçosterceirizados, garanteo cumprimento de todos os di-reitos trabalhistas, pagamentos das contribuições eimpostos devidos. A proposta, que ainda deverá seranalisada pelo Senado, segue tendência aplicada empaíses desenvolvidos, como Alemanha, Canadá e Ja-pão.

Éumerroassociar aflexibilizaçãodas relaçõesdetra-balho ao desemprego. Ao contrário, a terceirizaçãogera milhares de empregos. Apenas no setor de con-tact center, foram criados 72 mil postos de trabalhoeste anono Brasil. A terceirizaçãoainda impulsionaacompetitividade e incentiva a inovação, já que em-presas que atuam no segmento operam em atividadescom alto grau de especialização e eficiência.

Na prática, a legitimação da terceirização viabiliza odireitoconstitucionalda livre iniciativa, essencialpa-ra a sobrevivência do mercado. As montadoras de au-tomóveis, por exemplo, adquirem peças de empresasespecializadas em diversos estados brasileiros.

Outro ponto que precisa ser deixado bem claro é que

os salários eos direitos dos trabalhadores brasileiros,assim como suas garantias, estão mantidas na re-gulamentação. E ainda, o projeto de lei garante maisproteção aos terceirizados, que passam a ter os mes-mos direitos dos contratados diretos, inclusive oacesso a restaurantes, transporte e assistência am-bulatorial.

Na verdade, haverá maior segurança jurídica paramais de 12 milhões de trabalhadores brasileiros quehoje prestam serviços terceirizados, já que as em-presas contratantes também terão responsabilidade,além da obrigação de fiscalizar mensalmente o cum-primento dos direitos trabalhistas, pagamentos de sa-lário, 13º, contribuições ao FGTS e previdência,inibindo a possibilidade do trabalho precarizado.

Todas as empresas terceirizadas deverão ter capitalsocial compatível com o serviço oferecido e realizarseguro garantia de 4% do valor do contrato, para qui-tação de eventual débito trabalhista.

A terceirização legitima o crescimento de postos detrabalho. O setor de contact center, que é o que maisemprega no Brasil, é um exemplo disso, pois registra1,5 milhãodevagasde trabalho terceirizado com car-teira assinada. O número de postos formais de tra-balho terceirizado cresce, em média, 7% ao ano,segundo dados da Associação Brasileira de Te-lesserviços (ABT). Caso a terceirização no setordeixasse de existir, o número de desempregados po-deria chegar a mais de um milhão.

A aprovação do projeto é um importante passo para aadequação de direitos e deveres trabalhistas, pois vaidefinir as responsabilidades de todos os envolvidos

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14 de maio de 2015Temas de Interesse | Questões Trabalhistas

Brasil Econômico

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Continuação: Terceirização traz avanço econômico para o Brasil

de forma clara e objetiva. Flexibilizar as relações detrabalho no Brasil é o início de um processo que de-verá ser refletido positivamente a longo prazo. Irápermitir enfrentar o desemprego, ampliar a pro-dutividade com mão de obra especializada e gerarpossibilidades de desenvolvimento econômico parasuperar o cenário de crise.

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Os salários e os direitos dos trabalhadores, assimcomo suas garantias, estão mantidas naregulamentação. E o projeto de lei garante maisproteção aos terceirizados

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cni.empauta.com pg.42

Índice remissivo de assuntosCNI4, 6

Temas de Interesse | Comércio In-ternacional4, 8, 16, 18, 20, 23, 25, 27, 29, 37, 39

Temas de Interesse | Indústria6

Temas de Interesse | Colunas e Edi-toriais8, 34

Temas de Interesse | Seção Economia -mídia nacional11, 13, 27, 29, 31, 32, 35, 36

Temas de Interesse | Infraestrutura11, 18, 23, 31

Temas de Interesse | Competitividade25, 40

Temas de Interesse | Questões Tra-balhistas40