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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país ANIVERSÁRIO DE SALVADOR, 29 DE MARÇO, 468 ANOS Edição Diária 7177 | Salvador, de 24.03.2017 a 26.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos BRASIL Terceirização atende cobrança de empresas. O preço do golpe Sem condições de trabalho, o BB de Muritiba é paralisado Página 3 Página 4 O brasileiro precisa reagir. O governo Temer passa o rolo compressor e destroi tudo o que foi conquistado com muita luta. A terceirização irrestrita está liberada. O próximo passo é a reforma da Previdência. As ruas tem de ser ocupadas. Dia 31 é a chance. Página 2 Resistir a todo custo

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Page 1: BRASIL Resistir a todo custo - bancariosbahia.org.br · frenta Cartola. Às 12h, entram em qua-dra, Resenha CEF e Anônimos. Diretor reinaldo martins atesta total falta de condições

www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia

Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

ANIVERSÁRIO DE SALVADOR, 29 DE MARÇO, 468 ANOS

Edição Diária 7177 | Salvador, de 24.03.2017 a 26.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

BRASIL

Terceirização atende cobrança de empresas. O preço do golpe

Sem condições de trabalho, oBB de Muritiba é paralisado

Página 3

Página 4

O brasileiro precisa reagir. O governo Temer passa o rolo compressor e destroi tudo o que foi conquistado com muita luta. A terceirização irrestrita está liberada. O próximo passo é a reforma da Previdência. As ruas tem de ser ocupadas. Dia 31 é a chance. Página 2

Resistir a todo custo

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 24.03.2017 a 26.03.20172 BRASIL

No dia 31 tem manifestações. É preciso participar rOSe limA [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Forte reação

informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, mercês, Centro, Salvador-Bahia. CeP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: rogaciano medeiros - reg. mTe 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose lima - reg. mTe 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz leal - reg. mTe 4590 DrT-BA e rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

O gOVERNO Temer dá um gol-pe atrás do outro no brasileiro. Depois de congelar por 20 anos os investimentos públicos na educação, saúde e assistência, acaba de liberar a terceirização em todas as áreas da empresa, jogando pelo ralo os direitos ga-rantidos pela CLT (Consolida-ção das Leis Trabalhistas).

As medidas deixam claro para qualquer um quais eram

os verdadeiros motivos do golpe jurídico-midiático-parlamen-tar que tirou Dilma Rousseff da presidência. A agenda neolibe-ralista tinha de ser imposta.

O próximo passo agora é a reforma da Previdência. Mas, ainda há tempo de salvar a apo-sentadoria. As ruas devem ser ocupadas. Se não quiser virar uma “zorra total”, o país tem de parar. O dia é 31 de março.

Em Salvador, acontece pas-seata do Campo da Pólvora ao Forte do Barbalho. A concen-tração é às 9h. Agora, não é hora de temer repressão de pa-trão. Todos devem participar das manifestações e lembrar aos parlamentares que 2018 vem aí.

mulheres perdem muito com as mudanças na PrevidênciaA REfORMA da Previdência assombra os brasileiros. A pro-posta de Temer acaba com o princípio da solidariedade so-cial, que desde a Constituição de 1988 dá tratamento diferen-ciado a segmentos populacio-nais com condições desiguais de inserção no mercado.

Também ignora as desigual-dades de gênero, as relações fa-miliares e políticas públicas no país, revela estudo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioe-conômico). As mulheres são as mais penalizadas, porque me-canismos que visam compensar minimamente as inúmeras in-justiças que sofrem ao longo da vida profissional são ignorados.

Se a reforma for aprovada, as trabalhadoras perdem o direito de se aposentar cinco anos mais cedo do que os homens, ao mes-

mo tempo prolonga o tempo mínimo de contribuição.

O requisito de idade mínima valeria independentemente do fato de o trabalho ser na área ur-bana ou rural, no serviço públi-co ou na iniciativa privada, na educação ou demais ocupações.

Na categoria bancária, por exemplo, elas ocupam 49% do total de postos de trabalho e o salário médio é 23% menor do que o dos homens.

Governo Temer pego na mentiraA SAíDA para a crise precisa ser encontrada na economia, não no ataque ao trabalhador. É isso que o governo deve entender. Ao contrário do que prega, a re-forma trabalhista não contribui para geração de empregos, mas para a precarização do trabalho.

Quem se beneficia com a me-dida são os empresários, que verão os lucros maximizados. A proposta ainda ajuda a reali-zar um sonho antigo do grande capital: exterminar a legislação

trabalhista. Destruindo, de uma só vez, com o Direito do Traba-lho e a Justiça do Trabalho.

Quem faz duras críticas à re-forma é a ministra do TST (Tri-bunal Superior do Trabalho), Delaíde Alves Miranda Aran-tes, ao chamar de inverdade o argumento do governo Temer de que a legislação é obsoleta. Segundo a juíza, a CLT (Conso-lidação das Leis do Trabalho) já teve 75% dos artigos alterados, preservando os direitos básicos.

mídia alternativa é a soluçãoA cOMuNIcAÇãO alternativa tem crescido no Brasil. Graças a Deus. Com as redes sociais muita coisa mudou. Cada vez mais internautas buscam outros pontos de vista.

O assunto foi destaque, on-tem, no Seminário de Comu-nicação. O diretor de Comu-nicação do Sindicato da Bahia, Adelmo Andrade, participou.

A entidade, inclusive, expe-rimenta a nova fase, com a am-pliação da rede de comunicação.

Além do jornal O Bancário, do site e do programa de TV Agên-cia Cidadania, novas ferramen-tas aproximam o SBBA dos bancários e população.

SBBA em debate de comunicação

Brasileiros preparam reação contra Temer e a base aliada no Congresso

Trabalho no campo é mais cruel...

...do que na área urbana, onde os empregados têm um ambiente melhor

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, de 24.03.2017 a 26.03.2017 3TERcEIRIZAÇãO

O patrão agora vai deitar e rolar em cima do empregadorAFAel BArreTO [email protected]

Empresas livres para explorar o trabalhador

PARA as grandes corporações, a aprovação do projeto de lei 4302/1998 traz muitos benefí-cios. Agora, vão pagar, em mé-dia, 25% a menos do que pagam aos contratados diretos, exigir jornadas mais longas, cerca de 3 horas. Também não precisam dar férias, muito menos pagar o 13º salário.

Outro ponto da proposta aprovada pela base aliada de Temer, sob o comando do pre-sidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), livra as empresas de boa parte das ações judiciais.

Vale a pena se atentar. No texto, existe uma alteração nas responsabilidades legais da em-presa contratante. Atualmen-te, a responsabilidade é solidá-ria, ou seja, o trabalhador pode acionar contratante e terceiriza-da ao mesmo tempo.

Com as mudanças, a res-ponsabilidade passa a ser ape-nas subsidiária, ou seja, o gran-de capital fica livre de culpa de

Projeto do “arco da velha”O ANO era 1998. Fernando Henrique Cardoso estava sendo reeleito e a promessa das privatizações e terceiri-zação assustava. No futebol, o brasileiro chorava a perda da Copa do Mundo e nos cinemas, o filme Titanic era lançado e fazia sucesso inter-nacionalmente. Só desastre.

É verdade. Já tem muito tempo. Muita coisa mudou. Mas, para a Câmara Federal vale tudo para beneficiar as empresas. Até desengavetar projetos daquela época, desa-tualizados e fora da realida-de, como o PL 4302.

A proposta, que vai à san-ção, tramitou em tempo re-corde. Graças a arbitrarie-dade do presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM/RJ). Agora, milhões de brasileiros vão sentir na pele a precari-zação nas relações de traba-lho, com a perda de direitos como férias e 13º salário. Tudo o que o capital finan-ceiro e empresarial queria.

O povo que paga o pato deve ter tudo em mente e não se deixar enganar pela grande mídia. Ano que vem tem eleição. Será uma ótima chance para dar o troco.

qualquer débito trabalhista ao prestador e só pode ser proces-sado se a terceirizada não tiver mais bens.

O problema é que, em muitos

casos, a terceirizada simples-mente some do mapa, sem dei-xar vestígios. Quem pode ficar de mãos abanando é o trabalha-dor. Complicado.

Grave bem esses rostos. Eles estão contra o povoDOS 33 deputados baianos na Câmara Fe-deral, 19 votaram pela terceirização irres-trita. Para quem não sabe, a prática acaba

com os direitos garantidos na CLT (Conso-lidação das Leis Trabalhistas).

É bom gravar bem o rosto de cada um

para, na eleição de 2018, não cometer o erro de votar em quem está à serviço das empre-sas. O Bancário mostra.

Governo dá carta branca para a empresa atolar funcionários de trabalho

José Carlos Aleluia (Dem)

Arthur maia (PPS)

Paulo Azi (Dem)

Benito Gama (PTB)

Cacá leão (PP)

Cláudio Cajado (Dem)

elmar (Dem)

João Carlos Bacelar (Pr)

João Gualberto (PSDB)

José Carlos Araújo (Pr)

José Nunes (PSD)

José rocha (Pr)

Jutahy Júnior (PSDB),

márcio marinho (PrB)

Negromonte Júnior (PP),

Paulo magalhães (PSD)

roberto Britto (PP)

ronaldo Carleto (PP)

Sérgio Brito (PSD)

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, de 24.03.2017 a 26.03.20174

SAQuE

cONDIÇÕES DE TRABALHO

Poucos funcionários têm de dar conta de uma demanda gigantesca. O caos é totalrAFAel BArreTO [email protected]

Sindicato paralisa o BB de Muritiba

O SINDIcATO dos Bancários da Bahia paralisou as atividades do Banco do Bra-sil de Muritiba, ontem, por falta de con-dições de trabalho. Os caos na unidade é demais, segundo atesta o diretor de Saúde da entidade, Reinaldo Martins.

A sobrecarga de trabalho ultrapassa to-dos os limites. Além dos clientes da cida-de, a agência de Muritiba atende a deman-da de São Félix, Cachoeira e Maragogipe, que estão com as unidades fechadas por conta dos ataques aos bancos.

Apenas cinco funcionários trabalham na agência para atender toda demanda. Para se ter ideia, só do INSS são 10 mil contas. Mesmo com a chegada de dois no-vos bancários, de São Félix, não dá para socorrer a todos.

O espaço físico do local também não suporta tanta gente. “O Sindicato está cer-to em paralisar. É preciso que haja me-lhorias. Os funcionários não têm culpa”,

apoia a empresária Luciana Magali Sam-paio. De fato, o banco precisa tomar uma atitude urgentemente.

O Sindicato entrou em contato com o superintendente regional, José Soares, e marcou reunião para semana que vem, para tratar do caso. O superintenden-te adiantou que vai tentar equacionar a questão. É esperar para ver.

em Guanambi,debate sobre os bancosHOjE, o Sindicato dos Bancários da Bahia participa de audiência pública, em Guanambi, sobre o atendimento nas agências bancárias. Os debates acontecem a partir das 18h, na Câ-mara de Vereadores.

A participação de todos é funda-mental, principalmente no momen-to em que o desmonte das institui-ções públicas está em curso com força total. A política do governo Temer vulnerabiliza o trabalhador e reflete no atendimento ao cliente, que tem um serviço precário.

Futsal no sábadoSÁBADO é dia de futsal dos bancários. Uma ótima programação para livrar a tensão da semana, seja na quadra ou na torcida. O que vale é esquecer a enxurrada de notícias ruins.

Os jogos começam às 9h, no Ginásio de Esportes, ladeira dos Aflitos. Dólar e Cash FC abrem a segunda rodada do Campeonato. Logo depois, às 10h, Ressa-ca encara o Elite. Às 11h, Pressão VIP en-frenta Cartola. Às 12h, entram em qua-dra, Resenha CEF e Anônimos.

Diretor reinaldo martins atesta total falta de condições no BB e agência é fechada

A bola rola na quadra dos bancários. Só emoção

IMPORTANTíSSIMO Depois de muito tempo – no golpe do impeachment se limitou a uma manifestação pública -, a CNBB volta à cena política na defesa direta dos interesses maiores do povo mais necessitado. A Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil lançou nota em que convoca “cristãos e pessoas de boa vontade” a se mobilizarem contra a re-forma da Previdência.“Deus nos abençoe”, afirma o texto. Um apoio fundamental, deci-sivo para a derrubada do projeto.

DIREITO A nota da CNBB chamando to-dos os cristãos à luta contra o fim da aposen-tadoria reafirma uma tendência progressista na Igreja Católica nos últimos anos, a partir do Papa Francisco. “A previdência não é uma concessão governamental ou um privilégio, mas sim um direito assegurado na Consti-tuição de 1988”. A reforma de Temer eleva o tempo de contribuição para 49 anos e a idade mínima sobe para 65 anos. Impraticável.

PREOcuPANTE O Brasil continua a se-guir o perigoso rumo do desprezo ao Estado de direito e às garantias individuais. Três dias depois de o juiz Sérgio Moro atropelar a li-berdade de imprensa e coagir um profissional de comunicação para que revelasse a fonte de uma informação que o desagradou, o STF nega mais dois recursos à defesa do ex-presi-dente Lula. Um pedia a anulação do grampo ilegal de conversa telefônica com a presidenta deposta Dilma Rousseff. O outro apontava a suspeição de Moro e solicitava a transferên-cia da ação para o Supremo Tribunal Federal. Prevaleceu a excepcionalidade.

gRAVE Os ataques do juiz Sérgio Moro à livre circulação de informações e ideias, ma-terializada na condução coercitiva do blo-gueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Ci-dadania, repercutiu mundialmente. A OEA (Organização dos Estados Americanos) pro-testou publicamente. “Não se combate a cor-rupção sem liberdade de imprensa”, condena em nota pública a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

DEMAIS Os dois principais expoentes tu-canos, pré candidatos a presidente, são acu-sados pelo empresário Marcelo Odebrecht de terem recebido propinas milionárias da construtora. Ele garante ter repassado R$ 23 milhões para José Serra (SP) e R$ 50 milhões para Aécio Neves (MG), presidente nacional do partido. Mas, o procurador federal Deltan Dallagnol diz não haver motivo para a Lava Jato investigar o PSDB por não ter integrado a base de apoio dos governos Lula e Dilma. Não precisa dizer mais nada.