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BRASIL MONÁRQUICA: O PRIMEIRO REINADO (1822-1831) By Kadú Costa Pinto

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BRASIL MONÁRQUICA: O PRIMEIRO REINADO

(1822-1831)

By Kadú Costa Pinto

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INTRODUÇÃO

Independência:

1) Empreendimento Político Liderado Pela Classe Dominante

(Predominância da Aristocracia Rural).

2) Demais Classes Apoiaram a Independência, Mas Não

Conseguiram Influenciar o Destino Político, Econômico e Social

do Brasil.

3) Movimento Verticalizado (De Cima Para Baixo / Da Cúpula

Para a Base).

4) Não Ocasionou Modificações do Sistema Socioeconômico

do País (Reformas Profundas Não Interessavam à Classe

Dominante – “Independência Conciliada” / “Liberal-

Conservadora” / “Manutenção do Poder dos Grandes

Proprietários”)

5) Manter a Monarquia Com D. Pedro Interessava Para

Manter o País Sem Agitação ou Disputa Pelo Poder Que

Pudessem Incitar Modificações Econômicas e Políticas no

Brasil.

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ACLAMAÇÃO DE D. PEDRO I

12 de Outubro de 1822

Aclamação do Imperador D. Pedro I nas tintas de Nicolas Antoine

Taunay (1755-1830), um dos artistas da missão francesa

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A ORGANIZAÇÃO BRASILEIRA

“Criar Um Aparelho de Estado Foi Fácil! (Aproveitaram Aquilo

Que Foi Feito Por D. João VI) Difícil Foi Fazê-lo Funcionar em

Um Imenso País.”

Principais Problemas Estruturais do Primeiro Império:

- Precários Meios de comunicação;

- Regionalismos Profundos;

- Crise Econômica Inviabilizava Novos Investimentos.

Causas da Crise Econômica Iniciada Após o Período

Napoleônico:

- Acumulava a Antiga Crise Aurífera;

- Má Situação dos Produtos Brasileiros no Mercado Internacional

(Dependência Com Importação e Manufaturas Fracas);

- A Lavoura Tradicional (Açúcar, Algodão de Fumo) Apresentava

Um Quadro Pouco Animador.

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LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA

Na época, a independência não foi aceita no país todo. Em

várias Províncias brasileiras, como Bahia, Piauí, Grão-Pará,

Maranhão e Província Cisplatina, o povo pegou em armas

para combater os militares fiéis a Portugal.

BATALHA DE PIRAJÁ (Bahia)

Depois de vários combates, batalhões populares vindos do

interior da província cercaram as tropas portuguesas que

estavam em Salvador. Vendo-se sem alimentos, os soldados

portugueses tentaram furar o cerco, mas foram derrotados.

Depois, navios ingleses a serviço de D. Pedro I bloquearam

Salvador e forçaram as tropas lusitanas a deixar o Brasil em

02/07/1823.

Obs.: Todos os anos a Bahia ainda festeja sua independência.

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Antônio Parreiras (1860-1937) – Homenagem à resistência baiana. Os

Soldados portugueses não resistiram à força do povo baiano

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LUTAS PELA INDEPENDÊNCIA

BATALHA DE JENIPAPO (Piauí)

Conflito iniciou quando a Câmara de Parnaíba, cidade do norte da

província, declarou-se favorável à independência. O General

Português Cunha Fidié e suas tropas partiram de Oeiras, então

Capital do Piauí, a fim de sufocar o movimento pela independência.

2000 populares, armados de facas, foices, machados e espingardas

velhas enfrentaram em Campo Maior, interior do Piauí, os soldados

de Fidié com seus canhões e fuzis; a luta durou mais de 5 horas e

recebeu o nome de Batalha de Jenipapo.

Muitas mulheres trocaram suas joias por armas e também se

engajaram na guerra pela independência. Apesar de não terem

conseguido vencer esta batalha, os piauienses enfraqueceram as

tropas de Fidié.

Obs.: A independência também foi obtida por meio de armas no

Maranhão e no Grão-Pará.

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Ilustração baseada em pesquisa representando a Batalha de

Jenipapo, importante episódio da História do Piauí

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SITUAÇÃO DO AÇÚCAR DURANTE O PRIMEIRO IMPÉRIO:

- Açúcar de Beterraba Começava a Concorrer Com o Açúcar de Cana;

- Mercado Inglês Era Abastecido Pelas Colônias Britânicas das Antilhas;

- Mercado Americano Comprava Açúcar Cubano (Em Franco

Desenvolvimento na Época);

- Europa Era Abastecida Pelo Açúcar de Beterraba das Colônias

Francesas, Holandesas e Espanholas.

SITUAÇÃO DO ALGODÃO DURANTE O PRIMEIRO

IMPÉRIO:

- Sofria Concorrência dos Estados Unidos (Melhor e Mais Barato).

SITUAÇÃO DO FUMO DURANTE O PRIMEIRO IMPÉRIO:

- Tráfico Negreiro Em Queda no Mundo Desvalorizava o Produto Como

Moeda.

SITUAÇÃO DO COURO DURANTE O PRIMEIRO IMPÉRIO:

- Concorrência da Pecuária Argentina.

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Período de Crise Aprofundada: 1820-1850.

Consequências:

- Redução da Renda Per Capita Brasileira (Celso Furtado Afirma

Perda de 40%);

- Duas Décadas de Agitação Política (1822-1840)

Obs.: A Crise Somente Começaria a Ser Superada Após a

Década de 1840 (Segundo Império) com o Desenvolvimento da

Cafeicultura.

POLÍTICA DO PRMEIRO REINADO: GUERRAS DE

INDEPENDÊNCIA:

- Não Houve Uma Guerra de Independência Longa e Sangrenta

(Oposto da América Espanhola). Apenas Lutas Isoladas entre

Colonos e Tropas Portuguesas;

- Principais Locais de Resistência: Pará, Maranhão, Piauí, Bahia

(Combates Mais Importantes) e Cisplatina.

- Para Combteras Tropas Portuguesas D. Pedro I Recorreu a

Mercenários Ingleses e Franceses (Prática Comum Entre 1822 e

1850 – Alemães, Polacos e Suíços)

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RECONHECIMENTO ESTRANGEIRO DA INDEPENDÊNCIA:

- 1824: Estados Unidos (Doutrina Monroe);

- 1825: Portugal (Intermediação Inglesa – Empréstimo de 2 Milhões de

Libras Para Indenização) – Início da Dívida Externa Brasileira;

- 1825: Reconhecimento Inglês (Renovação dos Tratados de 1810 com

Taxas Reduzidas Por Mais 15 Anos).

ELABORAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO:

- Convocação da Assembleia Constituinte: Junho de 1822;

Obs.: Já havia uma Constituição Sendo Elaborada Pelas Cortes de

Lisboa Devido à Revolução do Porto, Mas o Modelo Foi Rejeitado Por

Brasileiros.

- Grupos Políticos Envolvidos:

* Partido Brasileiro: Representava o Interesse da Classe

Dominante Agrária e das Camadas Médias – Maioria na

Constituinte – Interesse: Legislativo Superior ao Executivo;

* Partido Português: Defendia Interesse da Burocracia Civil e

Militar do Estado, Formada Principalmente Por Portugueses –

Interesse: Poder Executivo Forte e Amplo.

Resultado: Constituinte Versus Imperador / Mandioca Versus Agonia

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O RECONHECIMENTO E O PREÇO DA INDEPENDÊNCIA

INTERESSES INTERNACIONAIS:

Estados Unidos: Primeiro país a reconhecer a independência do

Brasil (1824). O então presidente norte-americano James Monroe

defendia o lema “A América para os americanos” (Doutrina Monroe),

isto é, a américa não deveria aceitar a interferência da Europa.

Portugal: reconheceu a soberania do Brasil (1825), mas para isso

exigiu o pagamento de dois milhões de libras esterlinas (moeda

inglesa). O Brasil de D. Pedro I pediu aos banqueiros ingleses um

empréstimo. Parte do dinheiro, no entanto, nem chegou a sair da

Inglaterra, porque Portugal devia aos ingleses uma grande soma.

Inglaterra: reconheceu a independência do Brasil em 1827. Mas para

isso exigiu a renovação do Tratado de Comércio e Navegação por

mais 15 anos, portanto, os produtos ingleses continuariam pagando

apenas 15% de imposto nos portos.

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Tela de Leon Tirode representando o reconhecimento

do Império do Brasil e de sua independência.

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NOITE DA AGONIA:

11/11/1823: D. Pedro I Manda Cercar o Prédio da Assembleia e

Deputados Passaram a Noite em Sessão de Emergência – Noite da

Agonia.

12/11/1823: D. Pedro I Decretou a Dissolução da Constituinte

(Primeiro Golpe de Estado no Brasil Independente).

PRIMEIRA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA (OUTORGADA):

- Data de Outorga: Março de 1824.

- Período de Vigor: Até a Proclamação da República: 1889.

- Principais Artigos:

* Monarquia Constitucional Hereditária;

* Regime Unitário (Autonomia Mínima Para as Províncias);

* União Entre Igreja e Estado (Religião Católica Oficial e Padroado);

* Voto Censitário e Descoberto;

* Quatro Poderes: Moderador, Executivo, Legislativo e Judiciário.

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DETALHAMENTO

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO

Constituinte: Partido Português e Partido Brasileiro

Projeto da Constituição da Mandioca

Formação da Contituinte: Deputados de várias Províncias

brasileiras reuniram-se no Rio de Janeiro (Liderança dos Irmãos

Andradas).

* Negava o Direito de Eleição Para Estrangeiros;

* Fortalecia o Legislativo;

* Impedia o Imperador de Dissolver a Assembleia Legislativa ou

vetá-la;

* Impedia a Ocupação de Outro Trono (Soberania Nacional)

* Voto Censitário em Alqueires de Mandioca

Noite da Agonia: D. Pedro I reagiu e mandou seus soldados

fecharem a Assembleia e prenderem os Deputados.

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CONSELHO DE ESTADO

Indiferente ao descontentamento gerado com seu

autoritarismo, D. Pedro I tomou outra medida de

mesmo caráter e nomeou 10 pessoas de sua

confiança – o Conselho de Estado – e

encarregou-as de escrever uma Constituição no

prazo de 40 dias.

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Constituição de 1824 (Outorgada)

* Determinava Forma Monárquica Hereditária de Governo;

* Divisão em Quatro Poderes:

- Legislativo (Câmara – 3/4 anos e Senado – Vitalício)

- Executivo (Imperador e Ministros)

- Judiciário (Tribunais e Juízes – Nomeados pelo Imperador -

(STJ - Supremo Tribunal de Justiça))

- Moderador (Imperador)

* Estabelecia Voto Censitário e Indireto;

* Excluía Mulheres, Escravos e Pessoas de Baixa Renda;

* Garantia Direitos Individuais Básicos (Religião, Político e

Expressão);

* Determinava Religião Católica como Religião Oficial do País;

* Liberdade de Culto e Regime de Padroado (Estado Passa a

Controlar a Aplicação das Decisões Papais e Passa a Escolher

os Cargos Eclesiásticos);

* Divisão do País em Províncias.

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SISTEMA ELEITORAL

Eleitor de Paróquia (100 Mil Réis / Ano)

Eleitor de Província (200 Mil Réis / Ano)

Senador Deputado

800 Mil Réis / Ano 400 Mil Réis / Ano

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ESQUEMA POLÍTICO DO PRIMEIRO IMPÉRIO

Poder Moderador

(Imperador)

Poder Poder Poder

Executivo Legislativo Judiciário

Senado Câmara dos

Vitalício Deputados

Conselho de

Estado

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O PODER MODERADOR

- Poder Pessoal e Exclusivo do Imperador Que Intervinha Sempre

Que Surgiam Conflitos Entre os Demais Poderes Determinando a

Decisão Final do Conflito.

- Imperador Nomeava Senadores; Convocava Assembleia Geral

(Parlamento); Sancionava Decretos e Resoluções; Dissolvia a Câmara

dos Deputados; Convocava Eleições; Nomeava e Suspendia Ministros

e Suspendia Magistrados.

Obs.: A Execução Ficava a Cargo do “Conselho de Estado” (10

Membros Nomeados Pelo Imperador).

O PODER EXECUTIVO

- Exercido Pelo Imperador por Meio de Ministros Por Ele Escolhidos.

- Funções: Nomear Bispos; Convocar Assembleia Geral; Nomear

Magistrados; Nomear Funcionários Públicos; Nomear Comandantes

do Exército e da Marinha; Nomear Embaixadores e Executar Leis,

Decretos e Regulamentos.

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O PODER JUDICIÁRIO

- Exercido Pelos Tribunais Provinciais e Pelo Superior Tribunal de

Justiça (STJ).

O PODER LEGISLATIVO

- Exercido Pela Assembleia Geral Dividida em Dois Ramos:

* Câmara dos Deputados (Mandato de 4 Anos);

• Senado (Nomeados Pelo Monarca e Vitalícios).

TIPOLOGIA DAS ELEIÇÕES:

- Indiretas;

-Tipos de Eleitores: Paróquia – 100 Mil Réis/Ano (Elegiam Os

Eleitores de Província) e Província – 200 Mil Réis/Ano (Elegiam Os

Deputados).

- Para Se Eleger Deputado Eram Necessário Renda de, No Mínimo,

400 Mil Réis/Ano e Para Senador Mínimo de 800 Mil Réis/Ano.

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DECLÍNIO DA POPULARIADADE DO IMPERADOR

- 1824-1831: Crise Política Permanente com

Progressivo Desgaste da Imagem de D. Pedro I e do

Partido Português, Culminando na Abdicação de D.

Pedro em Abril de 1831.

- Fatores Contribuidores da Queda na Popularidade:

* Violenta Repressão à Confederação do Equador

Ocorrida em Pernambuco em 1824 (Adesão do Ceará,

Rio Grande d Norte e Paraíba);

* Envolvimento de D. Pedro I na Crise Sucessória

do Trono Português (Morte de D. João VI em 1826);

* Guerra Cisplatina (1825-1828) – Entre Brasil e

Argentina que Teve Como Resultado a Independência

do Uruguai (Antiga Província Cisplatina).

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CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (Respeito à Autonomia)

* Motivo: Fechamento da Assembleia Constituinte em 1823 e a

Nomeação, Francisco Pais Barreto para Presidente da Província de

Pernambuco e crise econômica (queda do preço do açúcar, algodão e

fumo e altos impostos cobrados por D. Pedro I).

* Veículo de Revolta: Jornais Guarita de Pernambuco, Sentinela da

Liberdade (Cipriano Barata) e Tífis Pernambucano (Frei Caneca).

* Líderes: Frei Caneca, Paes Andrade e Cipriano Barata

* Ações:

1) D. Pedro I, tentando negociar, retira Francisco Barreto do cargo e

coloca Mayrink da Silva Ferrão.

2) Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba se unem a

Pernambuco para o levante mas a questão escravista dividiu

revoltosos.

3) Revoltosos tomam o poder e criam uma República (02/07/1824)

através da instauração de um Governo Provisório (Junta Governativa) e

uma Constituição baseada na Constituição Colombiana.

4) Governo Pede ajuda a Mercenários Ingleses e um empréstimo de 1

milhão de libras, conseguindo vencer e condenar os envolvidos.

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DETALHES CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR

Houveram ataques governamentais por mar e terra:

Comando do Almirante britânico Thomas Cochrane

(por mar) e do Brigadeiro Francisco de Lima e Silva

(por terra)

Execução de Frei Caneca

Julgamento sumário, sem direito de defesa, sendo

condenado à morte na forca.

Como não foram encontrados carrascos que aceitassem

fazer o trabalho, a sentença foi modificada para

fuzilamento.

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GUERRA CISPLATINA (1825-1828)

* Líder: Lavalleja (Líder Argentino que apoiou os

descendentes de Indígenas e Espanhóis)

* Objetivo: Separar a Região Cisplatina do Brasil

* Pontos Principais:

1) Governo Brasileiro Teve Grandes Gastos no Conflito

2) Inglaterra Interferiu Diplomaticamente no Conflito,

não Deixando a Região Para o Brasil ou Para a

Argentina (Interesse em um Novo Mercado Consumidor)

3) Gerou a Falência do Banco do Brasil em 1829

Obs.: Balança Comercial Desfavorável + Inflação =

Impopularidade

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Embarque para a Cisplatina

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MORTE DE D. JOÃO VI (1826)

Abdicação de D. Pedro I o trono português e tentativa de D.

Miguel de aplicar um golpe contra Maria da Glória e seu irmão.

PROCESSO DE ABDICAÇÃO

* Assassinato do Jornalista Líbero Badaró em São Paulo (1830)

* Tentativa de reconquistar prestígio (Campanha do Prestígio): D.

Pedro I é recebido com vaias em ouro Preto (Assassino!

Assassino!...) – Igrejas mineiras tocaram o DOBRE DE

FINADOS.

* Na volta de D. Pedro I para o Rio de Janeiro, é recebido com

festa e banquete pelo Grupo Português.

* Noites das Garrafadas (Entre 12 a 15 de março de 1831).

* Tentando negociar D. Pedro I estabelece o Ministério de

Brasileiros, mas 15 dias depois efetiva o Ministério dos

Marqueses (Apenas Portugueses)

* Pressões aumentam e D. Pedro I acaba abdicando do trono em

07/04/1831

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Morte de D. João VI

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CURIOSIDADE:

ENVENENAMENTO DE D. JOÃO VI

Faleceu em Março de 1826, após adoecer por alguns dias. De

sua causa mortis, suspeitou-se ter sido por envenenamento.

Recentemente uma equipa de pesquisadores exumou o pote de

cerâmica chinesa que continha as suas vísceras e que se

encontrava enterrado sob as lages da capela dos Meninos da

Palhavã no mosteiro de São Vicente de Fora. Pedaços do seu

coração foram reidratados e submetidos a análises, num estudo

dirigido pelo Prof. Doutor Armando Santinho Cunha, o que veio a

comprovar a suspeita de envenenamento por arsênico. Contam

as lendas que o rei fora envenenado com laranjas colhidas no

palácio de Belém. Sabe-se que de fato o rei comeu laranjas, pois

isso consta dos relatórios médicos da época, e só depois de ter

comido tais laranjas é que D. João adoeceu.

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DETALHAMENTO: ABDICAÇÃO DE D. PEDRO I

- Após a Guerra Cisplatina a Imagem de D. Pedro I Ruiu Totalmente;

- Eleições Legislativas de 1830: Governo Perdeu as Eleições

(Partido Brasileiro Elegeu a Maioria dos Deputados);

- “Campanha da Popularidade”

* Dezembro de 1830: Viagem Desastrosa a Minas Gerais;

* de 12 a 14 de Março de 1831: Noites das Garrafadas”

(Brasileiros Versus Portugueses).

- 17 de Março de 1831: Manifesto Contra D. Pedro I Levou à

Formação do Ministério dos Brasileiros (Nomeado em 19 de Março);

- 15 Dias Depois: Dissolução do Ministérios dos Brasileiros e

Nomeação do “Ministério dos Marqueses”, Formado Apenas Por

Portugueses.

“Estou Pronto a Fazer Tudo Para o Povo;

Nada, Porém, Pelo Povo”

- 7 de Abril de 1831: D. Pedro Abdica ao Trono Em Favor de Seu

Filho Pedro (5 Anos na Ocasião)

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(ENEM-2004) Constituição de 1824:

“Art. 98. O Poder Moderador é a chave de toda a organização política, e é delegado

privativamente ao Imperador (…) para que incessantemente vele sobre a manutenção

da Independência, equilíbrio, e harmonia dos demais poderes políticos (...) dissolvendo

a Câmara dos Deputados nos casos em que o exigir a salvação do Estado.”

Frei Caneca:

“O Poder Moderador da nova invenção maquiavélica é a chave mestra da opressão da

nação brasileira e o garrote mais forte da liberdade dos povos. Por ele, o imperador

pode dissolver a Câmara dos Deputados, que é a representante do povo, ficando

sempre no gozo de seus direitos o Senado, que é o representante dos apaniguados do

imperador.”

(Voto sobre o juramento do projeto de Constituição)

Para Frei Caneca, o Poder Moderador definido pela Constituição outorgada pelo

Imperador em 1824 era:

a) Adequado ao funcionamento de uma monarquia constitucional, pois os senadores

eram escolhidos pelo Imperador.

b) eficaz e responsável pela liberdade dos povos, porque garantia a representação da

sociedade nas duas esferas do poder legislativo.

c) arbitrário, porque permitia ao Imperador dissolver a Câmara dos Deputados, o poder

representativo da sociedade.

d) neutro e fraco, especialmente nos momentos de crise, pois era incapaz de controlar

os deputados representantes da Nação.

e) capaz de responder às exigências políticas da nação, pois supria as deficiências da

representação política.