brasil marista

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9 7 7 2 1 7 5 7 0 4 0 0 7 ISSN 2175-7046 UNIÃO MARISTA DO BRASIL Instituições unem forças para o cumprimento dos direitos e garantias das crianças e adolescentes Dias melhores EDIÇ O 04 SETEMBRO/2011 UMA PUBLICAÇ O DA UNI O MARISTA DO BRASIL WWW.UMBRASIL.ORG.BR Cultura de Paz Educadores apostam no diálogo para a resolução de conflitos Ano Mariano Como ser cristão nos dias de hoje? Maria dá as respostas Felicidade é um um ótimo índice para medir o desenvolvimento de uma nação Mundo Feliz

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Boa Leitura!

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ISSN

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união maristado brasil

Instituições unem forças para o cumprimento dos direitos e garantias das crianças e adolescentes

Diasmelhores

EDIÇÃO 04 • SETEMBRO/2011

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Cultura de PazEducadores apostam no diálogo para a resolução de conflitos

Ano Mariano como ser cristão nos dias de hoje?

Maria dá as respostas

Felicidade é um um ótimo índice para medir o

desenvolvimento de uma nação

Mundo Feliz

Page 2: Brasil Marista

Nossos livros

t

êm o

compromisso com a Educação.

• língua portuguesa •matemática •

ciênci

as • his

tória • geo

grafia • inglê

s • espanhol • física •

química • biologia • artes • ensino religioso • sociologia • filosofia • literaturag

gg g fg

pf

g f ff

0800 772 2300 www.ftd.com.br

Toda vez que você abre um livro da FTD, pode ter certeza de que em cada página existe um vínculo muito forte com a Educação. Um trabalho que começou com um grupo, em 1897, e um sonho: contribuir com a educação de milhares de crianças e jovens deste imenso Brasil.

A Editora cresceu. Hoje, este mesmo trabalho, iniciado há mais de cem anos, está presente em cada uma de nossas obras. São páginas escritas e ilustradas por autores e ilustradores renomados, com talento, profi ssionalismo, originalidade e a mais alta qualidade editorial. Não é à toa que a FTD vem conquistando diferentes gerações de leitores a cada ano. É que, acima de tudo, dentro de nossos livros existe o compromisso com a Educação.

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Nossos livros

t

êm o

compromisso com a Educação.

• língua portuguesa •matemática •

ciênci

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tória • geo

grafia • inglê

s • espanhol • física •

química • biologia • artes • ensino religioso • sociologia • filosofia • literaturag

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0800 772 2300 www.ftd.com.br

Toda vez que você abre um livro da FTD, pode ter certeza de que em cada página existe um vínculo muito forte com a Educação. Um trabalho que começou com um grupo, em 1897, e um sonho: contribuir com a educação de milhares de crianças e jovens deste imenso Brasil.

A Editora cresceu. Hoje, este mesmo trabalho, iniciado há mais de cem anos, está presente em cada uma de nossas obras. São páginas escritas e ilustradas por autores e ilustradores renomados, com talento, profi ssionalismo, originalidade e a mais alta qualidade editorial. Não é à toa que a FTD vem conquistando diferentes gerações de leitores a cada ano. É que, acima de tudo, dentro de nossos livros existe o compromisso com a Educação.

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| EDITORIAL

O mundo está mudando. O ganhador do Prêmio Nobel em Economia em 2001, Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia, nos EUA, afir-ma que é preciso inventar uma nova métrica para medir a riqueza dos países. Segundo ele, o PIB não condiz com o cidadão típico. Afinal, quando se tem uma crescente desigualdade na sociedade, pode-se ter um PIB subindo, mas a qualidade de vida das pessoas piorando. E o que são países sem pessoas?

Nesta edição da Revista Brasil Marista trazemos a discussão sobre o índice de Felicidade Interna Bruta (FIB), iniciado no longíquo Butão, e que nos inspira a repensar sobre o que estamos fazendo das nossas vidas e do nosso país. Vale a pena nos conduzir pelos indicativos apresentados como fundamentais: bem estar psicológico, saúde, uso do tempo, vitalidade comunitária, educação, cultura, meio ambiente, governança e, por último, padrão de vida.

Por falar em felicidade e qualidade de vida, nada melhor que observar nossa reportagem da capa como um imenso sinal amarelo para a questão da crian-ça e do adolescente. Muitas são as conquistas destes 21 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas é preciso avançar, juntos, para garantir melhores condições para todos.

Só assim, a partir da justiça, é que poderemos pensar em paz. Numa repor-tagem excelente sobre a cultura que transforma nosso agitado dia a dia em gestos concretos de paz, apresentamos algumas ações nas escolas e universi-dades maristas.

Como você pode perceber, esta edição está muito especial. Temos ainda uma entrevista completa sobre a importância da escuta e uma colaboração bri-lhante do Ir. João do Prado sobre a missão dos Maristas na Melanésia.

Por fim, destaco o Ano Mariano que estamos vivendo, pedindo as bênçãos de nossa Boa Mãe, que nos conduza e nos ensine a trilhar os melhores caminhos em nossas instituições e nossas vidas. O mundo está mudando e são nesses momentos que os passos da Mãe nos dão a certeza de onde e como devemos caminhar.

Boa leitura!

Luís Fernando Carneiro, editor

ação U m a n o v a

O mundo está mudando e

são nesses momentos que

os passos da Mãe nos dão a certeza de onde e como

devemos caminhar

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SUMÁRIO |

8 ESCUTAR COM O CORAçãOEntrevista com Dércio Angelo Berti

14 FELICIDADE ACIMA DA MÉDIAA felicidade é um dos maiores bens da humanidade

18 A ALFABETIzAçãO E O MUNDO DAS ABSTRAçõES Artigo de Ir. Albino Trevisan

20 PORTAS ABERTAS PARA A PAzInstitutições Educacionais mostram que é possível cultivar a paz

26 MUITO POR FAzEREstatuto da Criança e do Adolescente completa 21 anos e reali-dade mostra que é preciso superar os desafios coletivamente

36 UNIDOS NA AMAzôNIAProjeto que une Irmãos maristas busca a sustentabilidade

40 ALÉM DOS MUROSQuando a universidade vai até a comunidade

44 DIFERENçAS E CONExõES A missão marista na Melanésia

48 NO COLO DA MãE Os maristas promovem um retorno às origens

54 L’HERMITAgE, UM LAR E UM PROJETOCasa Mãe, um dos principais símbolos do mundo Marista

58 RUMO AO BICENTENáRIO Irmãos, Leigos e simpatizantes do mundo marista preparam a comemoração dos 200 anos do Instituto e relembram parte da história no Brasil

62 BRASIL MARISTAUm mapa completo sobre a presença Marista no país

66 VOCê SABIA?Curiosidades especiais para você

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6 | B R A S I L M A R I S T A

| EXPEDIENTE

união maristado brasil

SCS QUADRA 4 | Bloco A | 2º ANDAREDIFÍCIO VERA CRUZ

Asa Sul | Brasília-DF | CEP 70304-913www.umbrasil.org.br

As Associadas da Umbrasil são filiadas à Anec.

Editor Luis Fernando Carneiro

Redação Vivian DE ALBUQUERQUE

Edição de Arte Mariane Esberard

REVISÃO KARIN V. CAMACHO

Rua Casemiro José Marques de Abreu, 706 Ahú CEP: 82200-130 | Curitiba – PR

Fone: 41.3018 8805 | www.editoraruah.com.br

A REVISTA BRASIL MARISTA é uma publicação da União Marista do Brasil (UMBRASIL) produzida pela Editora Ruah.

ENVIE seus comentários para a redação pelos E-MAILS [email protected] / [email protected]

Imagem da capa Shutterstock

Impressão editora ftd

Tiragem 15 mil exemplares

Conselho EditorialVALDÍCER CIVA FACHI, VALTER PEDRO ZANCANARO, LODOVINO JORGE MARIN, JOSÉ DE ASSIS ELIAS DE BRITO, MONICA KONDZIOLKOVÁ, KATIUSCIA SOTOMAYOR E ROSANGELA FLORCZAK.

Todos os direitos reservados. proibida a reprodução sem autorização prévia e escrita. todas as informações técnicas são de responsabilidade de seus respectivos autores.

Diretor-Presidente Ir. Arlindo Corrent

Diretor-Tesoureiro Ir. Délcio Afonso Balestrin

Diretor-Secretário Ir. José Wagner Rodrigues da Cruz

Secretário Executivo Ir. Valdícer Civa Fachi

Coordenador da Área de Gestão Ir. Valter Pedro Zancanaro

Coordenador da Área de Missão Ir. Lodovino Jorge Marin

Coordenador da Área de Vida Consagrada e Laicato Ir. José de Assis Elias de Brito

Coordenadora da Área de Representação Institucional Monica Kondziolková

Assessor da Área de Gestão José Messias de Almeida Pina

Assessora da Área de Missão Mércia Maria Silva Procópio

Assessor Júnior da Área de Missão João Carlos de Paula

Analista da Área de Vida Consagrada e Laicato Joaquim Alberto Andrade Silva

Analista de Suporte de TI Wellington dos Santos Costa

Coordenadora Administrativo-Financeira Celeste Tamashiro

Coordenadora de Comunicação e Marketing Katiuscia Sotomayor

Secretária Geral Núbia Azevedo dos Santos

Auxiliar Administrativo Anderson Cabral

Auxiliar de Serviços Gerais Eliane Almeida Emídio

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ENTREVISTA

Escutar com o coração

Em entrevista à Brasil Marista, o

assessor do Centro de Espiritualida-

de e Vivência Marista da Província

Centro-Sul, Dércio Angelo Berti, fala

sobre a importância de algo cada vez

mais esquecido pelas pessoas: a arte

de escutar verdadeiramente o outro e

de se comprometer com seus desejos

de crescer e de ser feliz.

Kelly

Kne

viel

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| ENTREVISTA

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EScUTAR É AlgO QUE SE ApREnDE A FAZER?

Para início de conversa, gostaria de lembrar o que diz Rubem Alves: “Vejo por aí anunciados cursos de ora-tória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer apren-der a ouvir”. O aprender a escutar está relacionado ao tempo e à paciência. Fica muito complicado escutar quando não se tem tempo e nem paciência. Para ou-vir o outro é preciso aquietar, acalmar, fazer silêncio dentro de si, ouvir sem dar resposta, misturando coi-sas que são nossas, calar o que gostaríamos de dizer.

QUAnDO TEVE InÍcIO ESSE SEU InTERESSE TÃO ESpEcIAl pElA EScUTA?

Durante meus vinte anos como assessor pastoral no Colégio Marista Santa Maria, em Curi-tiba, sempre me preocupou essa questão da escuta. Fiz uma especialização em Counseling, no Instituto Iates, curso dire-cionado à relação de ajuda, e o primeiro aspecto aprofundado foi a escuta. Muitas vezes que-remos ajudar a pessoa, mas não conseguimos ouvi-la, porque nossa vaidade, nossa arrogân-cia fala mais alto. Nossa cabe-ça está cheia de ideias que não nos deixam fazer silêncio in-terior. Só quando se consegue o silêncio interior é possível ouvir. Recordo-me de um fato que ocorreu com uma professora do Ensino Médio, no colégio onde atuei. A professora, sempre que entrava em sala, estressava-se pedindo silêncio para começar a aula. Participou de um Encontro de Formação, com a Pastoral, no qual o tema era a “arte da escuta em sala de aula”. Na semana seguinte, quando entrou, os alunos, como sempre, estavam conversando alto, brincando, etc. Dessa vez, sua atitude não foi pedir silêncio, ela se fez silêncio, se fez notar numa atitude de escuta, esperou e esperou, esperou mais um pou-co e os alunos foram se aquietando até a professora poder falar e ser ouvida.

AFInAl O QUE É EScUTAR O OUTRO?

Falar da escuta é falar de algo que nos toca profunda-mente. Escuta é um modo de fazer o outro sentir que está bem, é acolhê-lo e ajudá-lo a reencontrar seu ca-minho. É um modo de ajudar o outro a buscar dentro de si mesmo a solução dos conflitos. Não se escuta somente com os ouvidos, escuta-se com os ouvidos, com os olhos e com o coração.

O QUE É EXATAMEnTE ESSA EScUTA cOM O cORAÇÃO?

Existe em nós uma necessidade imensa de sermos amados, queridos, compreendidos, valorizados do jeito que somos. Podemos atender essa necessidade

com a escuta do coração, uma escuta profunda, que vai além da escuta dos ouvidos. É a escu-ta que traz o outro para dentro de mim. Aceito-o do jeito que é, com seu modo de ser e agir. Es-cuto-o dentro de mim, nos meus sentimentos. Quando escuto com o coração passo a ser todo ouvido e muita coisa acontece dentro do outro, e muita coisa pode acontecer, também, dentro de mim. A escuta com o cora-ção pressupõe disposição inter-na, boa vontade e compromisso com o bem-estar do outro. Nes-sa escuta me comprometo com o

outro e com ele desejo crescer e ser feliz.

SÓ QUEM É EScUTADO É BEnEFIcIADO OU QUEM EScUTA TAMBÉM “gAnHA”?

Escutar com o coração é uma escolha que nos faz felizes. Por que? Porque nessa escuta acontece a ver-dadeira relação de ajuda, a compartilha, que é a ca-pacidade de somar com os outros um gesto solidário que marca a superação do individualismo. Coloco--me à disposição para que o outro confie em mim e saia do seu mundo. Com muita frequência as pessoas aprendem desde criança a esconder o seu modo pes-soal de ser para proteger-se das humilhações, desa-fetos e brincadeiras de mau gosto e com isso nunca

“Não se escuta somente com os ouvidos, escuta-se com os ouvidos, com os olhos e com o coração”

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ENTREVISTA |

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demonstram o que são. Quem escolhe ouvir o ou-tro com o coração, ajuda-o a reencontrar o caminho perdido. Esta atitude deixa o coração da gente cheio de contentamento. Ambos são beneficiados, quem é escutado e o escutador.

SERIA A cORRERIA DO DIA A DIA A cUlpADA pOR nÃO SABERMOS MAIS EScUTAR?

Olhando a realidade em que vivemos, em geral, não existe escuta em profundidade. Estamos vivendo o tempo do tudo muito rápido, do veloz, do fast-food. Não se tem mais tempo para nada. Tudo tem que ser na hora... Não se pode perder tempo, “tempo é dinheiro”. Esse jeito de viver nos afasta do coração das pessoas, da qualidade relacional e da convivência saudável, alegre e espontânea. O mundo estressante nos devora, nos consome. Apressados, dis-traídos e cansados, não temos vontade nem tempo para con-versar calmamente com alguém. E isso nos distancia da capaci-dade de sermos bons ouvintes.

pODEMOS FAlAR EM DIFEREnTES EScUTAS?

Ser bom ouvinte é ser empático, colocar-se no lugar do outro, sentir o que outro sente, mer-gulhar no seu pensamento e in-terpretar suas opiniões a partir da sua compreensão e não do jeito que pensamos. Ser bom ouvinte é não falar de si mesmo durante a escuta, é não julgar, é não impor a própria opinião e nunca dar conselho. Quando se escuta verdadeira-mente o outro, seja cônjuge, filho, aluno, paciente ou amigo, ele próprio se escuta e quando ele se escuta, se liberta. Nada de diferente acontece na sociedade, que não acontece também na família. O ritmo alucinante afeta a todos. Não se tem tempo para conversar, to-dos estão ocupados, com mil afazeres, lição de casa, TV, computador, Facebook, Orkut, etc. Casais já não se escutam mais. Pais e filhos já não se escutam mais. Se filhos falham, pais gritam, ouvidos se fecham, ninguém se escuta. Para que um filho escute seu pai,

não precisa do grito, o grito ensurdece. “Antes de um grito, uma palavra e antes de uma palavra, um gesto e antes de um gesto, um olhar”, já dizia Maria Mon-tessori. Apenas olhe para seu filho, ele vai entender e lhe dará ouvidos. Não é nada fácil exercer, hoje, a arte da escuta atenta.

EScUTA ATEnTA? SERIA UMA FORMA AInDA MAIS ESpEcIAl DE EScUTAR?

Escuta atenta é a atenção especial que dispensamos para a pessoa que nos procura ou que precisa ser ouvida. Escutar atentamente é participar da conversa compreendendo o que a pessoa quer dizer. Não se faz nada enquanto se escuta, a não ser a escuta. Não se escuta alguém digitando, desviando olhar para

outro foco, brincando com a caneta. A escuta atenta é olho no olho, é dar sinal de que es-tamos compreendendo o que está sendo comunicado. O jeito de escutar deixa a pessoa muito confortável para expressar seus sentimentos, suas ideias, suas opiniões, porque percebe que o escutador se interessa por ela.

A EScOlA É UM REFlEXO DA SOcIEDADE, cERTO? SEnDO ASSIM, cOMO DEVE-RIA SER A EScUTA DE UM EDUcADOR?

O educador deveria ser sempre um bom escutador. O aluno é quem vai avaliar. O educador que marca a vida do aluno é essencialmente um educador que es-cuta. Ele sabe que é fundamental a atitude de escuta para a construção de um sujeito mais humano, justo e ético. Talvez o educador deva fazer uma revisão de suas crenças e atualizar sua hierarquia de valores, pois muita coisa que aprendeu ontem está obsoleta, não tem o mesmo significado hoje. O aluno que en-contra um educador significativo encontrará apoio e força no desenvolvimento de sua personalidade e não precisará chamar atenção sobre si para aplacar problemas afetivos.

“A escuta atenta é olho no olho, é dar sinal de que esta-mos compreenden-do o que está sendo comunicado”

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ESSA EScUTA nOS TEMpOS DA EScOlA É cA-pAZ DE MARcAR O AlUnO pARA A VIDA TODA?

Sim, com o passar do tempo ninguém mais vai lem-brar dos conteúdos ensinados em sala de aula, nin-guém vai lembrar do conceito de tolerância, mas vai lembrar do professor tolerante que soube ouvi-lo.

VOcÊ TERIA UMA MEnSAgEM FInAl pARA OS nOSSOS lEITORES?

Para finalizar, recordo o texto Eclesiastes 3: “existe um tempo para calar e tempo para falar”. Tempo para falar e tempo para ouvir o que é dito, é nosso desafio como educadores, pais e educandos. Aprendamos a arte da escuta para cuidar bem das pessoas. Cons-truamos uma relação de ajuda, de escuta, para tor-nar nosso mundo mais humano e feliz. Vivamos a máxima de Marcelino Champagnat: “para bem educar uma criança, um adolescente, um jovem, é preciso, antes de tudo, amá-lo”, escutá-lo com a in-teireza do nosso coração.

“Talvez o educador deva fazer uma revisão de suas crenças e atualizar sua hierarquia de valores pois, muita coisa que aprendeu ontem está ob-soleta, não tem o mesmo significado hoje”

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Somos muitos. Isso faz

a diferença.

Maristas.

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| EDUCAÇÃO

Crianças no Butão, país que analisa a felicidade do seu povo

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acima daFelicidade

médiaProjetos educacionais, Pesquisas e até a

FilosoFia, mostram que a Felicidade é um dos

maiores bens da humanidade e

um ótimo índice Para medir o

desenvolvimento de uma nação

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Foi ainda em 1972, no distante reino do Butão, pequeno país do Himalaia, que surgiu um novo conceito em termos de ín-dice para medição do desenvolvi-mento de uma nação. Era o início da história do FIB – Felicidade Interna Bruta – índice pensado pelo rei butanês Jigme Wangchu-ck, numa espécie de contrapar-tida ao PIB – Produto Interno Bruto. Desde então são longas e diversas as discussões em torno do tema. E uma das maiores pre-ocupações é com a banalização. Por que? Será porque a felicidade parece algo tão subjetivo, que seria difícil mensurar?

O índice proposto no Butão prega a análise de nove dimen-sões para se medir a felicidade de uma nação: bem-estar psicológico; saúde; uso do tempo; vitalidade comu-nitária; educação; cultura; meio ambiente; governança e, por último, padrão de vida. Itens de fácil medição e que, em conjunto, trariam a felicidade.

coordenador do Curso de Filosofia da PUCPR e professor de Ética, Jelson Oliveira concor-da com a medição, resgatando pensamentos de filósofos como Aristóteles e Epicuro. “A felicida-de é algo além do indivíduo, pre-cisa do coletivo”, comenta. “E por isso mesmo é preciso passar por uma reflexão de como estamos organizando nossa sociedade. Aristóteles dizia que a felicidade deve ser o fim da vida humana, um fim alcançado, sobretudo, pela realização pessoal. Nos reali-zamos plenamente quando somos felizes e somos felizes quando nos realizamos plenamente.”

Segundo o professor, é aí que entra o FIB. “Se pegamos só índices financeiros como métrica, eles não realizam plenamente o ser humano, apenas contribuem para isso. Ou seja, capital não é tudo. Muito mais que dinheiro, Epicuro dizia que, para sermos felizes, precisamos de três coisas: amizade, liberdade e vida autoa-nalisada. Falava em prazer natu-ral e necessário, da necessidade de fugir do luxo e da exuberância para ficar com os prazeres natu-rais da vida.”

para ilustrar, Oliveira lembra de um poema do francês Vitor Hugo, ainda do século xIx, mas muito presente na atualida-de: “Eu desejo que você tenha dinheiro, porque precisamos ser práticos, mas que uma vez na vida você coloque tudo na sua frente e diga: isso é meu; para que fique claro quem é dono de quem.”

“Será que o fim do trabalho é ganhar dinheiro ou se realizar?”, continua. “Trabalhar deve ser uma realização da finalidade da vida humana. E hoje as pessoas são obrigadas a trabalhar em coi-sas que não querem, para ganhar um salário que acham injusto e pagar por coisas das quais não precisam. Compramos produ-tos achando que eles irão trazer felicidade”, destaca.

para o professor, a falta de tempo faz com que as pessoas não pensem mais em suas vidas e em suas realizações. É preciso repensar o que nos faz realmente felizes. Repensar o lugar que a felicidade ocupa em nossa vida e onde a buscamos. Entram aí as dimensões propostas pelo FIB.

Felicidade sob medida

Conheça as 9 dimensões analisa-das no índice pro-posto pelo Butão

1. bem-estar psicológico

2. saúde3. uso do tempo4. vitalidade

comunitária5. educação6. cultura7. meio ambiente8. governança 9. padrão de vida

Rei butanês Jigme Wangchuck

| EDUCAÇÃO Div

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Será que estamos bem psicologicamente? Temos saúde? Usamos nosso tempo com coisas que compensem? Temos educa-ção, acesso à cultura? Nosso meio ambiente está preservado? Temos liberdade e segurança? Ou, será que somos realmente felizes? Pessoas completas, com amigos, liberdade e filosofia de vida?

na Zona leste de São Paulo, em Itaquera, um projeto com crianças de pouco mais de dois anos de idade faz alunos, educadores e familiares felizes no Centro Social Marista. Com o nome “Amigo, Camarada” esti-mula, o cuidado e o respeito para com o outro.

“Ficamos felizes porque podemos mostrar às crianças afetividade, carinho e amizade. É algo que vamos construindo com eles e com as famílias”, conta a educadora social Verônica Lemos de Carvalho Jesus.

O centro, que atende pouco mais de 180 crianças, predomi-nantemente da classe média baixa, resolveu trabalhar o tema da amizade como forma de felici-dade, para enfrentar o problema das mordidas, típicas das crianças naquela faixa etária - fase na qual as crianças ainda não conseguem

se expressar oralmente, mordendo para reclamar ou brigar.

“como eles gostavam muito de fantoches e de histó-rias, resolvemos criar o boneco Amorim. Os pais estão trazendo os materiais e nós o estamos montando em conjunto. A ideia é que, na próxima etapa, as crianças levem o Amorim para casa, para cuidar dele, partilhar a comida e os momentos com a família. Ou seja, para aprender o conceito de amizade”, explica.

no centro de Itaquera, as crianças de zero a quatro anos trabalham com cinco dimensões: acolhida, relações solidárias, cons-ciência planetária, religiosidade e criação. E os projetos, basea-dos nestas dimensões, surgem de acordo com as necessidades apontadas pelas próprias crianças e suas famílias.

“Educamos as crianças para pensar globalmente. Media-mos as relações desse educando para ajudá-lo, mais tarde, na sua atuação lá fora”, complementa a coordenadora pedagógica do Cen-tro, Sheila de Souza Pomilho. “Isso porque acreditamos que pessoas são pessoas através dos outros. Cumprir esta missão é algo que nos traz muita felicidade”, conclui.

“Acreditamos que pessoas são pessoas através dos outros. Cumprir esta missão é algo que nos traz muita felicidade”Sheila de Souza Pomilho, coorde-nadora pedagógica do Centro Social Marista de Itaquera

Professores preparam as atividades com o boneco Amorim, para depois apresentá-lo às crianças

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Novos FrutosO economista indiano Amartya Sen, Nobel em Economia de 1998, enfati-zou: “O potencial de fruti-ficação de qualquer novo indicador social proposto jaz tanto na discussão públi-ca que ele gera, quanto no uso técnico da métrica em si, independentemente de quão boa ela seja.”

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| ARTIGO

gostaria, neste pequeno espaço, de dar uma peque-na amostra do grande número de abstrações, esforço da memória e imaginação exigidas pelo ato de ler, na problemática da alfabetização. Para a criança de cinco ou seis anos, o mundo da escrita é árido e desértico; escondido atrás de signos de semiótica e ininteligível para ela. Nessas idades, ela é apenas capaz de reconhecer o que se apresenta sobre o pa-pel em forma de pictogramas (desenhos e imagens). Quando mal conduzido, o aprendizado da leitura pode levar a criança a um grande desencanto.

Na realidade, a escrita talvez seja a criação mais importante e sofisticada do homem. E veio para ficar. Porém, entrar no clube dos alfabetizados não é tarefa simples. No ato de ler, exige-se a capacidade de, no contexto das abstrações, saber ver e perceber aquilo que as letras e demais signos ocultam atrás de si; descobrir sentido pela percepção de novo con-texto que ela esconde, em nada relembrando o que originou cada signo. Ler é saber dar nova contextura ao que antes fazia parte do pictográfico ou era expresso nos nebulosos verbetes da fala. Sem perder-se no enredado mundo dos signos, ler é perceber pensamentos, conteúdos e ideias. Ler é, en-quanto os olhos vasculham signos, captar conteúdos que fazem esquecer o que os olhos vasculham.

Tudo pode ficar um pouco mais claro pelo exame da caminhada do percurso de abstrações de uma única letra. Veja-se, pois, o que ocorreu com o H até cons-tituir-se no o que é hoje, na função que hoje ocupa no mundo da escrita. Na verdade, no mínimo, ele passou por um refino de oito metamorfoses. No início, sua visualização evocava somente a ideia de (1) escada utilizada nas habitações lacustres para ter acesso à moradas construídas sobre lagos. Porém, a (2) pictografia da mesma, deixando de ser escada, apenas a representa. Evoluindo (3), tornou-se uma ideografia, sinal genérico de presença humana em determinado local. Também passou constituir-se na (4) 8.ª letra de nosso alfabeto. Entretanto, como letra (5), em suas nuances consonantais, assume funções diversas (lh, nh). Constitui-se (6) em letra minúscu-la ou maiúscula. Em suas formas de ser escrito (7), varia de acordo com os mais diversos tipos de alfa-betos, sem levar em conta os traçados dos manuscri-tos. Por fim, o H (8), entrando em funcionamento no contexto da leitura, ninguém mais pensa na sua identidade individual. Para completar, quem é que já se apercebeu que existe uma letra quatro em um? Pois, aqui está ela: b, d, p, q. É assim que lê, lendo, sem lembrar a história que cada letra do alfabeto ou símbolo da escrita tem: sempre indo de abstração em abstração, memorizar, imaginar e, esquecer por ser desnecessário lembrar, quando se aprendeu ler.

A alfabetização e o mundo das abstraçõespOR Ir. Albino Trevisan

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ENTREVISTA |

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| EDUCAçÃO

Instituições educacionais mostram que é possível cultivar a paz por meio do diálogo e da resolução não-violenta de conflitos pOR VIVIAn DE AlBUQUERQUE

por uma cUlTURA DE

Paz

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22 | B R A S I L M A R I S T A

| EDUCAÇÃO

Quando lemos os jornais, ouvimos o noticiário na televisão ou rádio, temos a impressão de que um de nossos maiores recursos naturais encontra-se em extinção. Não é a água, não é o verde, mas sim a capaci-dade de se solidarizar. Cada vez mais comuns, as cenas se repetem: crian-ças nas ruas, presídios abarrotados, filas intermináveis nas instituições de saúde, barbáries em escolas. Vem a inevitável pergunta: quando teremos um pouco mais de paz?

Antigamente algo mais indi-vidual e hoje cada vez mais coletivo, a paz exige, acima de tudo, mudança de postura e quebra de paradigmas. Um dos maiores desafios é o de trans-formar os valores da chamada “Cul-tura de Paz” em práticas concretas na vida cotidiana, oferecendo condições para que cada indivíduo seja capaz de respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa sem discriminações; paratican-do a não-violência especialmente em relação aos mais fracos; compartilhan-do o tempo e os recursos materiais; defendendo a liberdade de expressão e a diversidade cultural – privilegiando a escuta e o diálogo; promovendo um consumo responsável, e contribuindo, assim, para o desenvolvimento das comunidades com respeito aos princí-pios democráticos e solidários.

Mas como se faz para alcan-çar a paz? Através, sobretudo, da educação. Quem confirma são os integrantes da Cátedra Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) da Ju-ventude, Educação e Sociedade, criada na Universidade Católica de Brasília (UCB) , ainda em 2008. “Somos uma rede de Instituições de Ensino Supe-rior (IES), que se espalham por três continentes, especialmente o Brasil”, explica o coordenador da Cátedra,

professor Cândido Alberto gomes. “Fomos instados pela UNESCO a ampliar o escopo de nossas atividades e trabalhar, além da juventude, com a questão da violência escolar como um todo. Cada instituição, na rede, busca atender as necessidades do seu contexto e da comunidade na qual está inserida. Na UCB, trabalhamos com o Mestrado e o Doutorado, enfatizando as pesquisas sobre o tema, para apren-dizagem e convivência.”

Segundo gomes, já são inúme-ros os trabalhos publicados, aliados à articulação com o escritório da UNES-CO em Brasília. “A UNESCO tem na sua constituição uma afirmação que não pode ser esquecida”, comenta. “Se a guerra nasce da mente dos homens, também a paz pode ser cultivada, a partir da escola e de outras instituições de ensino. Assim, a escola deveria exercer funções formativas e infor-mativas visando a preparar o homem do século xxI. Digo deveria porque vemos situações que hoje emocionam grandes parcelas da população, como o massacre da escola em Realengo, no Rio de Janeiro. Situações que com-provam que ainda temos um longo caminho a ser trabalhado para termos uma sociedade futura menos violenta. Afinal, a escola espelha a sociedade na qual existe”, conclui.

para mostrar que a mudança é possível, o coordenador cita exemplos práticos movidos pelos parceiros da Cátedra. Na Universidade da Amazônia (UNA-MA), os parceiros prestam serviços à comunidade, voltados principalmente à Justiça da Infância e Adolescência, ONgs e redes de escolas públicas. E os bons exemplos multiplicam-se pelo país. “Dentro de uma rede, sem hierar-quias, cada parceiro desenvolve suas potencialidades da melhor maneira possível”, afirma.

“Se a guer-ra nasce da mente dos homens, também a paz pode ser culti-vada na sua mente, a partir da escola e de outras instituições de ensino”Cândido Alberto Gomes

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cOnHEcIMEnTOS, HABIlIDADES, atitudes e valores – Segundo a cartilha elabora-da pela UNESCO para trabalhar a Cultura da Paz, educar para a paz requer querer bem os aprendizes. Não há transformação sem educa-ção, nem educação sem transformação. Não se trata apenas de uma transmissão de saber, mas da formação de uma nova maneira de ser. A paz transformou-se na preocupação das pes-soas. E cada um tem ou deve ter sua parcela de responsabilidade neste processo. A educação para a Paz, ou a Cultura da Paz, é um processo através do qual se promovem conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para induzir mudanças de comportamento.

no Rio grande do Sul, um dos exemplo desta cultura vem do grupo de Estu-dos da Paz, da PUCRS. Além de trabalhar com pesquisas envolvendo professores e alunos das áreas de Direito, Ciências Sociais e Teologia, o grupo oferece cursos voltados à educação para a paz.

Um dos participantes dos trabalhos é o Padre Erico Hammes, que no ano passado esteve na Alemanha para estudos

sobre a Cristologia e a paz. “Estou trabalhando em vários textos sobre o assunto para serem compartilhados”, comenta. “É um desafio, mas não podemos mais nos contentar em enterrar os mortos. Precisamos pensar na educação para o respeito à vida. O cristianismo que se perdeu com o tempo deve ser resgatado e, com ele, a paz.”

padre Erico explica que a convivência pacífica é uma cultura possível, desde que esti-mulada. Segundo ele, gastamos mais dinheiro na educação para a guerra e para a defesa, do que na educação para a resolução não-violenta de conflitos. Educação esta baseada principal-mente no diálogo e na possibilidade de convi-ver com as diferenças de forma civilizada.

“Os confl itos são inevitáveis. São da natureza”, explica. “O que tem de mudar é a forma de resolvê-los. Nosso trabalho no grupo é pesquisar pressupostos para dar apoio às futuras ações, isso porque acredi-tamos que o próximo passo será articular os diferentes grupos de estudos da paz numa só grande rede, levando ao público o que se está pesquisando”, conclui.

“Os conflitos são inevitáveis. São da natureza. O que tem de mudar é a forma de resolvê-los”Pe. Erico Hammes, do Grupo de Estudos da Paz, da PUCRS

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| EDUCAÇÃO

Um bom exemplo de vivência de uma Cultura de Paz é o Projeto Missio-nário Ir. Henri Vergès, que lança aos acadêmicos o desafio de enfrentar a dura realidade de uma comunidade em vulnerabilidade social, propondo ações sociotransformadoras. Os alunos participantes passam por um processo seletivo, tendo em vista seus perfis e as necessidades da localidade na qual o projeto será realizado. Em julho, dois grupos de 40 alunos estarão em Florianópolis (SC) e Cascavel (PR). Acadêmicos dos campi de Curitiba, São José dos Pinhais, Toledo, Londrina e Maringá, eles realizarão intervenções naquelas comunidades, com progra-mas de atividades e oficinas que ve-nham a atender as necessidade de cada local, previamente estabelecidas entre o Núcleo de Pastoral e as equipes.“O Projeto Missionário Ir. Henri Vergès tem em todas as suas instân-cias: antes (preparação e estudo da realidade local), durante (execução do projeto) e após (percepção de indicadores da realidade, avaliação, propostas de projetos) a construção e vivência de uma Cultura de Paz”,

explica Ana Langner, coordenadora do Núcleo de Pastoral da PUCPR. “Pois propomos uma pedagogia da paz, do cuidado com o outro, buscando levar a ele novas perspectivas de qualidade de vida, de promoção humana e de transformação social. Como Núcleo de Pastoral da Universidade, acredita-mos que é muito importante oferecer ao acadêmico, ainda em seu processo de formação, essa possibilidade de se sentir inserido, de conhecer um pouco mais de perto as diferentes realidades que fazem parte de nossa sociedade, por vezes diferente da realidade viven-ciada no dia a dia de grande parte dos universitários. Até mesmo para aqueles que já vivenciam situações semelhan-tes, esse projeto quer ser um estímulo para olhar essas diferentes realidades, aprender com elas inúmeras formas de protagonismo e ao mesmo tempo começar a perceber, como, no exercí-cio de suas profissões, poderão estar articulando e/ou favorecendo políticas públicas de inclusão, de valorização e de criação de possibilidades para todos aqueles que, por vezes, não têm como fazer com que sua voz seja ouvida.”

“O sentido marista mais radical da educação supe-rior está em sua participa-ção no desafio de contri-buir decisivamente para um mundo mais justo e fraterno, de compaixão e misericórdia ativas em favor dos excluídos dos benefícios do desenvolvi-mento”. O texto, extraído da página 41 da Missão Marista na Educação Superior, é lembrado pela coordenadora do Núcleo de Pastoral da PUCPR, Ana Langner, quando questionada sobre a Cul-tura da Paz na instituição. “Diante disso, a nossa Universidade assume a missão de formar compe-tentes profissionais e, ao mesmo, tempo empenha--se em oferecer aos seus alunos possibilidades de se comprometer com as mais diferentes realidades sociais”, explica.

projeto Missionário Ir. Henri Vergès propõe

ações transformadoras em uma comunidade

em vulnerabilidade social

Universitários em ação no apoio às comunidades em vulnerabilidade social

protagonismo

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ENTREVISTA |

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“Viver em paz ou em guerra é algo que aprendemos com a cultura e a realidade na qual estamos inseridos. Nas IES Católicas, a Cultura da Paz é central em sua mensagem, missão e atuação”, complementa a coordenadora. “Sendo assim o Ensino, a Pesquisa e a Extensão necessitam estar conscientes do que acontece no mundo, de modo a alimentar o empenho pessoal e comunitário para melhorar as condições de vida da humanidade. Quando todos têm seus direitos respeita-dos, a paz é uma consequência natural”, conclui.

Participantes do projeto Henri Vergés: constru-ção e vivência de uma Cultura de Paz

Desde 1997, a UNESCO - Brasil mantém uma linha de pesquisa que focaliza os seguintes temas: juven-tude, violência, cidadania e vulnerabilidade social. Sobre essas temáticas, um dos marcos da produção institucional foi o livro “Violências nas Escolas”, lançado em 2002, trazendo uma ampla pesquisa rea-lizada em 14 capitais brasileiras, abordando diversos temas relacionados às múltiplas formas de manifes-tação das violências no cotidiano escolar. O impacto produzido por essa publicação foi tal, que uma série de eventos e desdobramentos foram desencadeados, estabelecendo redes de parcerias entre instituições nacionais e internacionais.

Dentre esses impactos destaca-se a criação do Ob-servatório de Violências nas Escolas - Brasil, parce-ria estabelecida entre a UNESCO e a Universidade

Católica de Brasília, com as funções de incentivar a pesquisa, o ensino e a extensão, bem como propor recomendações às políticas públicas e desenvolver es-tratégias de prevenção e combate à violência escolar.

Entre os projetos de pesquisa e intervenção da UNESCO destacam-se os programas: “Abrindo Espaços - Educação e Cultura pela Paz”, que visa a estimular a integração da comunidade com a escola (por meio da abertura do espaço escolar da comuni-dade nos finais de semana, com atividades voltadas para o esporte, a cultura e o lazer) e a elaboração do “Programa de Mediação”, que objetiva a melhoria do relacionamento escolar por meio da interação pacífica, da disponibilidade para o diálogo e da transformação de escolas consideradas de “risco” em “escolas protetoras”.

Atuação da UNESCO

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Estatuto da criança e do Adolescente

completa 21 anos e realidade mostra que é

preciso superar os desafios coletivamente

por Marcela Lima

Muitopor fazer

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Fortalecimento, proteção e defesa. Estas são algu-mas das características do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que este ano completa sua maioridade, 21 anos. A partir do ECA se constituiu o Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente e foi inaugurada no país uma forma inovadora e pioneira de se perceber a criança e o adolescente. Segundo a assessora da Rede Marista de Solidariedade (RMS), Jimena Djauara Grignani, “este sistema se forma na articulação e integração das instâncias públicas governamentais e da socie-dade civil, na aplicação de instrumentos normativos e no funcionamento dos mecanismos de promo-ção, defesa e controle para a efetivação dos direitos

humanos das crianças e dos adolescentes nos níveis municipal, estadual e nacional”.

O problema é que decorridas duas décadas, as notí-cias poderiam ser bem melhores. Embora tenhamos motivos para comemorar o movimento crescente em favor das crianças e adolescentes, muitos desafios ainda persistem. Se há envolvimento do poder pú-blico, dos organismos sociais e da iniciativa privada na busca constante pelo afastamento da violência, do abandono, da luta pelo acesso à educação e à saúde, ainda são constatadas falhas no cumprimento da le-gislação, o que mantém esta faixa etária em situação de vulnerabilidade permanente.

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Há um longo caminho a ser percorrido até a completa erradicação dos diversos tipos de vio-lação dos direitos das crianças e adolescentes. Segundo Jimena, ainda falta muito investimento e qualificação para a implementação total e o fun-cionamento deste Sistema, constituído pelo ECA. “A lei garante, porém esta garantia não é efetivada. Muitas vezes por falta de vontade política de nos-sos governantes, principalmente no que se refere ao investimento público para a área da infância.”

para Ir. Valdir gugiel, Secretário de Articu-lação e representante do Brasil Marista no Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA), a falta de determinação da maioria dos governantes, a falta de compromisso ético da sociedade com a causa e competência técnica de grande parte dos operadores das medidas proteti-vas e socioeducativas são perceptíveis a cada dia.

Ele diz que se faz necessário o reconhe-cimento dos desafios e obstáculos atuais, e a busca de meios para superá-los coletivamente, sobretudo porque a cultura de respeito aos Direitos Humanos ainda é frágil. “Este processo de construção dos direitos das crianças e adolescentes tem favorecido a gestão democrática e demonstrado que ela pode e deve acontecer com a participação da sociedade civil”, constata.

para contextualizar esta necessidade apontada pelo secretário, a cada ano, segundo Jimena, os maristas têm se comprometido mais na qualificação e na participação efetiva da sociedade civil em espaços, como os conselhos de direitos em todos os níveis, conselhos setoriais de relevância (assistência social e de educação), o apoio à reali-zação de seminários e às publicações que dissemi-nam informações a respeito dos principais temas da infância.

Protagonismo juvenilAlém da promoção e universalização de direitos em um contexto de desigualdades, a participação de crianças e adolescentes em espaços de construção da cidadania e gestão da política é fundamental.

O artigo 16 do ECA diz que toda criança e adoles-cente tem, entre outros, o direito de conviver com a família, participar da vida da comunidade, brincar

e praticar esportes, além do direito a se expressar e opinar.

A constituição Brasileira e o Estatuto garantem à criança e ao adolescente a possibilidade de participar diretamente das decisões importantes de sua comunidade, cidade, estado e país, e que tenham condições de evidenciar na esfera pública suas opiniões e reivindicações.

Mas como fazer isso? Avaliando e criticando os conteúdos que lhe são oferecidos ou até mesmo produzindo e difundindo informações que lhe dizem respeito.

no entanto, para que esta participação seja incorporada como exercício de cidadania, é neces-sário que crianças e adolescentes sejam estimulados para a construção de um processo democrático e participativo. Em poucas palavras: eles precisam ser envolvidos na discussão, elaboração e acompanha-mento da política nacional.

Conferências NacionaisConvencidos de que uma política Nacional de Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes só será efetiva se for capaz de escutar, envolver, estimular, e responder aos desejos, necessidades e aspirações dos mesmos, o governo federal organiza duas conferências, oportunidades para que jovens se encontrem, partilhem suas esperanças, elenquem seus sonhos e travem suas batalhas.

A Comissão de Evangelização está em fase de mo-bilização nacional do Brasil Marista em torno da 2a ConferênciaNacional de Juventude, que acontece em dezembro deste ano. Segundo Raquel Pulita Andrade Silva, analista da Pastoral, foi iniciado o mapeamento da força Marista nos locais onde exis-tem articulações de juventude (conselhos, secreta-rias e coordenadorias de juventude).

Já a 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Crian-ça e do Adolescente, com o tema Mobilizando, implementando e monitorando a política e o plano decenal de direitos humanos de crianças e adolescen-tes nos estados, no Distrito Federal e nos municípios, será realizada de 11 a 14 de julho de 2012, em Brasília.

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O QUE AVAnÇOU cOM O EcA

Envolvimento do poder públi-co, dos organismos sociais e da iniciativa privada na busca constante pelo afastamento da violência, do abandono, da luta pelo acesso à educação e à saúde

Redução dos índices de morta-lidade na infância e o aumento do número de crianças e ado-lescentes matriculados na rede de ensino, além da criação de órgãos especializados na defesa dos direitos infanto-juvenis (como é o caso do Conselho Tutelar)

O QUE AInDA FAlTA

Falta investimento e qualifica-ção para a implementação total e o funcionamento do sistema constituído pelo ECA. A lei ga-rante, porém esta garantia não é efetivada. Muitas vezes por falta de vontade política de nossos governantes, principalmente no que se refere ao investimento público para a área da infância.

A falta de compromisso ético da sociedade com a causa e compe-tência técnica de grande parte dos operadores das medidas protetivas e socioeducativas são perceptíveis a cada dia.

Atualmente, o Brasil conta com cerca 61 milhões de pessoas com menos de 18 anos, o que representa quase 1/3 do total de brasileiros.

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| CAPA

Educadores, famílias e autoridades devem garantir às crianças a possibilidade de brincar

Desde 2009, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) atua efetivamente junto à Rede Nacional da Primeira Infância, no advocacy pelos direitos da primeira infância, assegurados na Convenção sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU) e no Estatuto da Criança e do Ado-lescente (ECA).

Participa na elaboração do Plano Nacional Pri-meira Infância, que tem como objetivo mobilizar a sociedade e os gestores públicos de todos os muni-cípios brasileiros para o desenvolvimento de estra-tégias coordenadas e multissetoriais que garantam o interesse superior da criança.

Sempre em busca de novos cenários para as in-fâncias e juventude, a RMS realiza a Campanha 10 iniciativas para incentivar o direito ao Brincar , em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Rede Nacional Primeira Infância e a Aliança pela Infância.

Segundo Viviane Aparecida da Silva, assessora de Ação Social da Rede Marista de Solidariedade, o brincar faz parte da vida da criança, desde o seu nascimento. “Educadores, famílias e autoridades públicas devem se atentar e reconhecer, nessa evidência social, a responsabilidade de garantir es-paços e condições para que as crianças exerçam as linguagens da criatividade e da alegria vivenciadas pela prática do brincar”, ressalta.

A assessora destaca que uma das marcas inconfun-díveis da criança cidadã é sempre garantida nos espaços das Unidades Sociais Maristas.

Com o objetivo de incentivar a participação ativa e constante das crianças em todos os âmbitos de convivência: comunidades, escolas e unidades sociais, a RMS elaborou e colocou em prática o Projeto Vozes. A metodologia inclui a formação de educadores e a sistematização da escuta das vozes das crianças.

Rede Marista de Solidariedade realiza campanha “10 iniciativas para incentivar o direito ao Brincar”, em parceria com o Unicef, a Rede nacional primeira Infância e a Aliança pela Infância

Brincar é coisa séria

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FMSI Em abril, a Rede Marista de Solidarie-dade recebeu a visita de alguns Irmãos da Fundação Internacional Marista para a Solidariedade (FMSI) que conheceram as experiências positivas e os trabalhos desenvolvidos na área de solidariedade. Segundo Mércia Procópio, assessora da área de Missão, Irmãos James Edward Jolley e Manuel Mendoza Prario, da FMSI, ficaram bastante entusiasmados com a abran-gência, organização e qualidade do trabalho realizado nas obras sociais e nas Províncias. “Sobretudo com a rele-vância das mesmas para a sociedade e para as crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade pesso-al e social. Ficaram também impres-sionados com a articulação política com o governo e sociedade civil e com a representatividade marista no Fó-rum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA), Secretaria de Direitos Humanos (CONANDA) e Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), relata.

Mércia Procópio diz que foi iniciado o processo de articulação do FMSI com as Províncias do Brasil e a UMBRASIL para a formatação de um trabalho conjunto no país. “Cada Província irá nomear um Irmão ou Leigo, dos setores social/solidariedade, que será responsável pelo relacionamento do FMSI em cada uma delas”.

Da UMBRASIL, duas áreas estarão mais próximas ao relacionamento com a FMSI: área de Missão e área de Representação Institucional. “Como são duas áreas envolvidas, o relacio-namento da FMSI com a UMBRASIL será articulado pelo Secretário Exe-cutivo, Ir. Faldicer Fachi, com o apoio das duas áreas”, explica.

Não Bata, Eduque!Outro desafio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) apontado pelo Ir. Valdir gugiel é o enfrentamento das diversas formas de violência. “Temos que dar respostas mais contundentes, por parte da família, sociedade e Estado. A composição familiar, responsáveis e cuidadores (as), está fragilizada e precisa ser baseada em valores éticos, morais e huma-nos, enquanto referência e teste-munho para orientação e constru-ção de identidade e caráter”, alerta.

Em razão disto, a Comissão de Solidariedade da UMBRASIL, área em que se discute, analisa e delibera questões sociais voltadas à proteção de crianças e adoles-centes, se uniu ao grupo gestor da Rede Não Bata, Eduque!. Trata-se de um movimento social formado pelo grupo gestor e por aproxima-damente 200 instituições e pessoas físicas que tem como objetivo a erradicação de castigos físicos e humilhantes, e assegurar o direito das crianças à integridade física e psicológica.

A UMBRASIL é membro insti-tucional da Rede que, com a sua forte representatividade junto à opinião pública e aos órgãos governamentais, colabora na propagação e promoção para au-mentar a participação de crianças e adolescentes nas ações da Rede. Segundo Ir. Valdir, o Brasil Marista possui capilaridade em quase todo território brasileiro. “Desta forma coletiva e articuladora, podere-mos erradicar os castigos físicos e humilhantes contra as crianças e adolescentes”, explica.

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| ENTREVISTA

A nova gestão do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) vai incorporar, em definitivo, meninos e meninas nos debates sobre seus próprios direitos. Para fomentar esta inserção permanente e qualifi-cada, foi realizada, em maio, uma oficina com ado-lescentes representantes dos estados e do Distrito Federal, para criar e formar um grupo protago-nista na realização da IX Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente programada para 2012.

Com a deliberação da plenária do Conselho, que aconteceu em abril, ficou definido que cada Conse-lho Estadual indicaria um adolescente, com idade entre 12 e 18 anos, para participar da oficina, e que durante este encontro seriam eleitos cinco adoles-centes que participarão efetivamente da Comissão Organizadora da IX Conferência Nacional. Sem dúvida, um desafio inédito, já que em anos ante-riores a participação dos adolescentes se restringia apenas aos dias da Conferência Nacional.

A vice-presidente do CONANDA, Miriam Maria José dos Santos, fala sobre recursos e políticas públicas.

O acesso aos recursos finan-ceiros é um entrave importante para a implantação das políti -cas necessárias?

Os Fundos para a Infância e Adolescência (FIAs) continuam não contando com recursos do orça-mento. Muitas das vezes os recursos que chegam são de doações e é com estes poucos recursos que

os Conselhos dos Direitos da Criança e do Adoles-cente (CDCAs) trabalham. Como implantar polí-ticas se a prioridade no orçamento não é executa-da? A resolução 137 do CONANDA é um marco regulatório importante, que define de onde deve vir o recurso para o Fia, onde deve ser alocado e as prioridades para esta alocação, além das formas de monitoramento e fiscalização.

Quais são as expectativas para a IX conferência nacional dos Direitos da criança e do Ado-lescente, que se realizará em 2012?

Estamos trabalhando com a comissão nacional da conferência e contamos com a participação de cinco adolescentes, um representante de cada macrorregião do país. O processo de mobilização nacional inicia a partir de julho com um seminário que o CONANDA pretende realizar e que contará com a participação de adolescentes e conselheiros estaduais.

Quais foram os principais re-sultados alcançados pela edi -ção anterior?

As mobilizações nacionais em torno da política nacional e as proposições que chegaram de todo o país através da Conferência Nacional e da Consulta Pública. E o auge, que será a aprovação da política nacional dos direitos humanos de crianças e adoles-centes e do plano decenal pelo CONANDA, ainda em 2011.

“Prioridadeexecutada”no orçamento não é

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| ENTREVISTA

Quais foram os avanços mais significa-tivos do Estatuto nestes 21 anos?

Os maiores avanços dizem respeito à redução dos índices de mortalidade na infância e ao aumento do número de crianças e adolescentes matriculados na rede de ensino, além da criação de órgãos especiali-zados na defesa dos direitos infanto-juvenis (como é o caso do Conselho Tutelar), mas ainda há muito mais a implementar. Apenas a lei não transforma a realidade. Ela não passa de um instrumento colo-cado à disposição da sociedade, que deve se utilizar dele para transformação da realidade de descaso e omissão em que ainda vivem muitas crianças e adolescentes em todo o Brasil.

como tornar a lei mais presente na vida da sociedade?

É preciso que todos conheçam melhor a lei e que a sociedade ocupe os espaços democráticos que já estão à sua disposição (como é o caso dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescen-te, as audiências públicas sobre orçamento, etc.), de modo a cobrar do Poder Público o cumpri- mento de seus deveres para com a população infanto-juvenil.

A partir do Estatuto da criança e do Adolescente criou-se uma verdadeira rede de proteção para os infantes e adolescentes. Quais os muitos desafios que ainda persistem?

A mencionada rede de proteção ainda é uma rea-lidade distante na maioria dos municípios brasi-leiros. O trabalho em rede é, por si só, um grande desafio, pois pressupõe a atuação de diversos ór-gãos, programas, serviços e autoridades em regime de colaboração e cooperação mútuas, o que muitos não estão acostumados a fazer. A articulação de ações e a integração operacional preconizadas pelo Estatuto, que são a base de um trabalho em rede, pressupõem o permanente diálogo entre os seus integrantes, que precisam, juntos, encontrar os melhores caminhos, estabelecer os fluxos de aten-dimento mais eficientes e firmar os protocolos de atendimento que se fizerem necessários. Neste mo-delo, não há margem para o estrelismo e/ou para o autoritarismo, devendo os integrantes da rede ter a consciência de que a responsabilidade pela prote-ção integral à criança e ao adolescente é de todos, e que cada um detém uma parcela do conhecimento e exerce um papel igualmente importante para que isto de fato ocorra.

“Apenas a leia realidade”

não transforma

Murillo José Digiácomo, Promotor de Justiça no Paraná

Murillo José Digiácomo, promotor de Justiça

no paraná e um grande defensor do EcA, em

entrevista para a Revista Brasil Marista,

fala dos avanços, mudanças de paradigmas,

rede sociais e a falta de recursos públicos

para garantir a proteção e os direitos de

crianças e adolescentes

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O que a lei “promete”, mas as políticas públicas ainda não asseguram?

Uma ponderação preliminar diz respeito ao que se entende por política pública: o que é isto, de fato, e quantos municípios (e mesmo estados) possuem verdadeiras políticas públicas especifica-mente destinadas ao atendimento (e à efetivação dos direitos) de crianças, adolescentes, e suas respectivas famílias? O Estatuto da Criança e do Adolescente é bastante claro ao estabelecer que a plena “efetivação” dos direitos infanto-juvenis (que na forma de seu art. 4° é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público proporcionar, com a mais absoluta prioridade), somente será alcançada por meio da im-plementação de políticas públicas intersetoriais, que por sua vez se traduzem em ações, programas e serviços dos mais variados, que devem estar articulados entre si, a partir de um planejamento estratégico que, a rigor, incum-be aos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente (que se constituem em órgãos plurais - e intersetoriais - por excelência).

Só é possível falar em política pública se hou-ver a preocupação em desenvolver um trabalho em “rede”?

Sim, e somente haverá uma verdadeira rede de proteção à criança e ao ado-lescente se todos os seus integrantes assumirem o compromisso de criá-la e mantê-la, com a defi-nição dos mencionados fluxos e protocolos de atendimento” e a elaboração e implementação, a partir do diálogo e da colaboração entre os pro-fissionais das mais diversas áreas, das melhores e mais eficazes estratégias para tornar os direitos assegurados às crianças e adolescentes não pela lei, mas pela Constituição Federal (pois foi esta, e não a Lei n° 8.069/90, que alçou crianças e adoles-centes a condição de sujeitos de direitos) de fato a todos acessíveis.

podemos afirmar que a burocracia, o corporativismo, o clientelismo e o fisio-logismo seguem impedindo a participação e a transparência que o novo direito da infância e da juventude exige?

Com certeza. A chamada mudança de paradigma (da situação irregular para proteção integral) não é uma tarefa fácil, tanto porque esbarra em questões de ordem cultural quanto porque ainda enfrenta o desconhecimento da lei e dos princípios que a nor-teiam por uma significativa parcela da população e - pasme - até mesmo por boa parte dos operado-res do Direito. A imensa maioria das faculdades de Direito em todo o Brasil não possui o Direito

da Criança e do Adolescente como disciplina curricular, fazendo com que os futuros profissionais do Direito não sejam adequadamente pre-parados para interpretar e aplicar as disposições contidas no Estatuto da Criança e do Adolescente e normas correla-tas, que demandam a correta compreensão de seu alcance e objetivos, a partir de uma filosofia própria.

como o senhor vê a pARA mobilização a IX conferência nacional dos Direitos da criança e do Adolescente?

Antes da Conferência Nacio-nal, ocorrerão as conferências

estaduais e municipais, sendo que estas ocorrerão ainda em 2011. Trata-se de um momento único para - como o próprio nome sugere - “conferir” o que o município dispõe em termos de estrutura especificamente destinada ao atendimento de crian-ças, adolescentes, e suas respectivas famílias. As Conferências de Direitos da Criança e do Adoles-cente permitem que participemos diretamente das decisões de governo no que diz respeito à política de atendimento à criança e ao adolescente, podendo contribuir de maneira decisiva para melhoria das condições de atendimento - e de vida - da popula-ção infanto-juvenil. Depende de todos nós.

“Diante das dis-posições expressas contidas na lei e na Constituição Federal, é absolu-tamente inadmis-sível a alegação da falta de recur-sos para área in-fanto-juvenil”

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| SUSTENTABILIDADE

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projeto que une irmãos maristas e parceiros de várias

entidades busca a sustentabilidade das comunidades

indígenas da Amazônia em consonância com a campanha

da Fraternidade 2011

por Vivian de Albuquerque

com colaboração de Jose Rosha, da Amazônia

unidos na Amazônia

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| SUSTENTABILIDADE

A campanha fala sobre o egoísmo humano e o Papa Bento xVI afirma que “o primeiro passo para uma correta relação com o mundo que nos rodeia é o reconhecimento pelo homem de sua condição de ser criado. O homem não é Deus, e por isso deve procurar ser mais sensível à presença de Deus em seu entorno.”

O ambiente, preocupação da campanha, não seria assim apenas o da natureza em si, mas um ambiente autêntico como um todo: a família, a inclusão dos marginalizados e aqueles que perderam ou estão perdendo tudo, ainda, em catástrofes naturais ou pela falta das mínimas condições de saúde.

Trata-se da quarta vez em que uma campanha é criada chamando a atenção para o tema. Em 1979, foi discutido o lema Preserve o que é de todos; em 2004, Água, fonte de vida; e, em 2007, Vida e missão neste chão, falando da Amazônia.

SustentabilidadeÉ da Amazônia que vem um dos projetos mais importantes dos maristas em relação à sustenta-bilidade: o trabalho desenvolvido junto aos índios Marubo.

Os Marubo são um grupo indígena da família Pano que habita o Sudoeste do estado brasileiro do Amazonas, mais precisamente a área Indígena

Vale do Javari. O povo Marubo parece resultar da reorganização de sociedades indígenas dizimadas e fragmentadas por caucheiros e seringueiros no auge do período da borracha. A região no alto curso dos Rios Curuçu e Ituí é de difícil acesso, coberta pela densa floresta amazônica.

Os Irmãos e Leigos maristas e seus importantes par-ceiros enfrentam todas estas adversidades e chegam até lá para trabalhar aspectos como a educação e a saúde, como uma forma de garantir a própria susten-tabilidade dos habitantes daquela – e naquela – região.

“Nosso plano de ação do Distrito Marista da Ama-zônica tem, em seu escopo, a dimensão da Missio-nariedade Amazônica, e ela abrange vários itens”, explica Valdir gobatto, um dos irmãos maristas envolvidos no projeto. “Manter uma comunidade de Irmãos e Leigos destinada à missão junto aos indígenas e ribeirinhos; ter um projeto em execução, realizado em parceria, para aprofundar e disseminar informações e reflexões sobre a realidade amazônica – tanto para a missão na região, quanto para o Brasil Marista; ter em execução um projeto de motivação e acolhida de Irmãos e Leigos das províncias maristas do Brasil e do Instituto para a missão no Distrito – seja para períodos curtos ou longos”, destaca.

Entre as ações executadas dentro dessa estrutura está a importante elaboração de projetos voltados à sustentabilidade, que são acompanhados semestral-mente quanto ao alcance de resultados.”

Um novo recomeço, com mais humanidade e susten-tabilidade. Eis o mote da Campanha da Fraternida-de 2011, com o lema “A criação geme com dores de parto”. Essencialmente, um convite à reflexão sobre a necessidade de transformar os problemas provocados por anos de uso inadequado dos recursos naturais e pela poluição e crescimento desenfreados

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Com os Irmãos Valdir e Nil-vo – atualmente no alto do Rio Curuçu, trabalham o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Pastoral Indigenista do Alto Solimões, entre outras entidades da região.

É do CIMI que vem o impressio-nante artigo escrito pela Ir. Edina Pitarelli, altamente reconhecida entre os índios, aqui reproduzi-do.

Entre os dias 28 de abril e 1º de maio foi realizada a II Assembleia da União das Nações Indígenas do Vale do Javari – Univaja, na co-munidade Lobo, com mais de 200 representantes dos povos Marubo, Matis, Mayoruna e Kanamari. Uma equipe do Cimi Norte I este-ve no local apoiando a iniciativa dos indígenas.

Partimos numa viagem de apro-ximadamente 900 quilômetros, pelos rios e igarapés do Vale do Javari. A cidade de Atalaia do Norte fica a 1.138 quilômetros de Manaus, a capital do Amazonas, em linha reta. Ali era o nosso pon-to de partida. Naquela região vi-vem mais de quatro mil indígenas dos povos Marubo, Mayoruna, Matis, Kanamari, Kulina, além de grupos isolados, que se recusam ao contato com a sociedade envol-vente, como os Korubo e outros 13 dos quais não se sabe o nome.

Nos últimos dez anos, muitas mortes vêm acontecendo devido

à precária assistência à saúde. Constata-se que mais de 85% da população está contaminada por um ou mais vírus da hepatite, so-bretudo do tipo “B” – que é mortal e não tem cura. Somente em 2010, num período de 40 dias, 12 crian-ças Kanamari faleceram. E outro quadro delicado fica por conta do grande número de órfãos, que também perderam os pais por causa das doenças. “Deixamos de fazer nossas festas porque estamos chorando nossos mortos”, lamenta Kurá Kanamari.

Um retrato do drama enfrentado na área da saúde foi a ausência de indígenas do povo Marubo na assembleia realizada na comuni-dade Lobo.  Apenas quatro lide-ranças da cidade participaram, enquanto muitos representantes das aldeias tiveram de ficar tam-bém chorando seus mortos.

Devido ao risco de extinção e o descaso dos órgãos governamen-tais de assistência à saúde, os indígenas decidiram promover uma campanha de abrangência internacional para sensibilizar a população e mobilizar vários segmentos em pressão ao Governo Federal.

“Povos Indígenas do Vale do Javari: Unidos Pela Saúde, Pela Vida” é o apelo dos indígenas em busca de refazer o caminho da vida no Vale do Javari, para o qual a solidariedade de todos é imprescindível.

Mortalidade

Nos últimos dez anos, muitas mortes vêm acontecendo devido à precária assistência à saúde. Constata-se que mais de 85% da população está contaminada por um ou mais vírus da hepatite, sobretudo do tipo “B” – que é mortal e não tem cura. Somente em 2010, num período de 40 dias, 12 crianças Kanamari faleceram.

Vale do

javari os caminhos da

solidariedade na Amazônia

Ir. Edina com J. Rosha e Rai, no barco, a caminho do Vale do Javari

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| ENSINO SUPERIOR

Produzir conhecimento é um dos grandes objeti-vos de uma Instituição de Ensino Superior (IES). Diariamente vários trabalhos são publicados em revistas de repercussão internacional, comprovando que o Brasil é um grande celeiro de ideias e inova-ções, através das pesquisas de alunos e professores das mais diferentes áreas do saber. Mas o que nem todo mundo sabe é que muitos destes trabalhos e projetos chegam à comunidade – pessoas e empresas - de formas distintas, gerando resultados significa-tivos no que diz respeito à melhora da qualidade de vida e desenvolvimento. Ações na área da Saúde, do Direito, da Comunicação, da Educação Física, da Inovação Tecnológica e até da Moda ganham as ruas, ultrapassando os muros das IES. Exemplos que se replicam e que orgulham a quem deles faz parte.

É emocionado que o coordenador de exposições do Museu de Ciência e Tecnologia da PUCRS, Luiz Scolari, fala sobre o Programa Museu Itinerante. Nascido ainda em 2001 como um projeto de caráter regional para levar o museu a cidades pequenas do estado, o programa ganhou repercussão e atravessou fronteiras. Hoje já são mais de 2,5 mi-lhões as pessoas atendidas, em mais de 100 municí-pios. “Passamos a ter caráter nacional a partir de 2003, como o único museu com este tipo de for-matação”, explica.

Com o lema “Se você não pode ir ao museu, o mu-seu vai até você”, o programa já foi de Porto Alegre a Brasília. Num caminhão, parte do acervo do Museu de Ciência e Tecnologia é levada a cidades com pouco mais de 30 mil habitantes. “Fazemos convê-nios com as prefeituras que têm o interesse em nos receber e pedimos apenas por um ginásio coberto”,

conta Scolari. “Nele, descarregamos os aparelhos e jogos interativos do museu, montando a exposição itinerante.”

O caminhão fica do lado de fora e também é utiliza-do. Com 50 cadeiras – parte da bagagem – é trans-formado em um anfiteatro para a exibição de um filme em 3D que explica como funcionam os órgãos humanos. “Procuramos trabalhar sempre com temas de segundo grau, como Física, Química e Biologia, mas também levamos outros temas da universidade e do Museu em si. Para ativar ainda mais a ligação com o município visitado, capacita-mos monitores para a exposição entre pessoas da própria comunidade.”

Empresas em vista A parceria com as empresas tem sido um grande dife-rencial das IES. Localizado no Tecnopuc (PUCRS) – Parque Científico e Tecnológico, em Porto Alegre - o Portal Tecnopuc é um prédio de 15 andares e 22 mil m2, construído especialmente para abrigar empresas. Já são 20 no total, entre nacionais e multinacionais, das áreas de Tecnologia, Biotecnologia, Radiodifusão, Comunicação e Design. Apenas uma parte do parque, que já conta com 4 mil postos de trabalho gerados, rendeu, em 2009, o prêmio de Parque Tecnológico do Ano. Lá estão empresas como a Accenture, a Dell, a Microsoft e a HP, ao lado de outras mais de 70 empresas ainda em evolução, abrigadas pela incuba-dora Raiar. “Temos na PUCRS o ambiente adequa-do para quem deseja crescer e investir no estado e no país, com pesquisa aplicada que gera resultados práticos em negócios”, garante o diretor do Tecnopuc, Roberto Moschetta.

Quando a universidade vai até a comunidade levando seus conhecimentos

para a melhora da qualidade de vida e o desenvolvimento das populações

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Sintonia social O mesmo caminho segue a PUCPR com o Tecno-parque. Nele, empresas que querem desenvolver tecnologia e pesquisadores da instituição traba-lham em projetos comuns, o que proporciona um avanço significativo quanto à eficiência e à qualidade de serviços e produtos. “Nosso maior objetivo é o da sintonia social”, diz o diretor da Agência PUCPR – Ciência, Tecnologia e Inova-ção, Márcio Spinosa. “Uma universidade só tem sentido em existir se for relevante à comunidade na qual está inse-rida. Nesse sentido, a PUCPR tem várias frentes de atuação. A Agência surgiu há dois anos para a relação entre a univer-sidade e as empresas, reunin-do vários ativos, entre eles o Parque.”

O relacionamento envolve uma série de serviços: recrutamento de profissionais (egressos da PUCPR); acesso à produção científica (hoje há 180 com-petências de pesquisa sendo ofertadas às empresas, com 2,4 mil projetos, muitos deles já gerando tecnologia aplicada) e registro da propriedade intelectual. “O fato de as empresas poderem promover a inovação a um custo menor do que se fizessem sozinhas é um dos maiores atrativos. Nossas pesquisas indicam uma redução de até 40% no valor.”

Experimentando Laboratório do Curso de Comunicação Social – Publi-cidade e Propaganda, da Faculdade Católica do Ceará, a Agência Experimental é outro projeto interessante que visa a integrar alunos, professores, empresas e comunidade. O objetivo é capacitar os alunos na prá-tica publicitária por meio de estágio supervisionado por professores do curso. E quem também ganha são Organizações Não-governamentais e Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público, atendidas como clientes. São feitos os trabalhos de atendimento e plane-jamento, criação, produção, e os estagiários ganham desconto sobre o valor da mensalidade durante os meses em que atuam na Agência.“Os alunos são acompanhados por professores com experiência nas áre-as de mídia, atendimento, redação e direção de arte”, explica a professora Sandra Rocha, uma das coordenado-ras da agência. “Todos os docentes acompanham as solicitações enca-minhadas à Agência Experimental, incluindo as parcerias, sem fins lucrativos, como campanhas desen-volvidas para entidades com pro-postas voltadas para a coletividade e questões de cunho e responsabilida-

des sociais.” Entre elas, a professora destaca o Museu do Ceará – Fórum Estadual de Museus; a Associação Elos da Vida (Cia. de Dança sobre Rodas), e a parceria com o CONADE (Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência), na cobertura da Campanha da Acessibilidade.

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O Programa Museu Itinerante já levou conhecimento a mais de 100 municípios

Tecnopuc em Porto Alegre

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| ENSINO SUPERIOR

Acessibilidade é Moda Criar roupas infantis personalizadas a partir dos sonhos dos pacientes da ala infantil do Hospital do Câncer (ICC). Este foi o desafio lançado aos alunos do curso de Design de Moda da Facul-dade Católica do Ceará. Após meses de trabalho, o resultado pôde ser conferido pelo público com um desfile que parou o Shopping Iguatemi.

Foram apresentados 31 looks produzidos pelos próprios estudantes, fruto de pesquisas e produções práticas realizadas no eixo temáti-co de Tecnologia da Confecção, orientado pela professora Fabíola Mourão. A coleção contou com peças cuja inspiração partiu das visitas dos alunos ao Hospital do Câncer, onde eles tiveram a opor-tunidade de conversar com as crianças internadas e seus familiares. A partir desse contato, puderam conhecer as histórias de vida, os sonhos e os anseios de cada um dos pequenos pacientes. E tudo isso virou moda. As próprias crianças desfilaram na passarela.

“O intuito do evento foi chamar a atenção da sociedade para a reali-dade das crianças que estão em tratamento contra o câncer e contri-buir para elevar a autoestima de cada uma delas”, explica a profes-sora Fabíola Mourão. “Por isso, optamos por trabalhar a coleção em cima dos sonhos, dos anseios dos pacientes da ala infantil”, destaca.

Comportamento empreendedorDesenvolver o perfil dos empreendedores, suas atitudes, compor-tamento e valores é o objetivo do JaraguaTec – Centro de Inovação e Pesquisas Tecnológicas da Católica de Santa Catarina. Em regime de parceria com associações comerciais e organismos estatais, o Centro tem como função acadêmica suprir eventuais necessidades da comunidade empresarial da região, muito voltada à indústria. Localizado no município de Jaraguá do Sul, estimula o trabalho de incubação, voltado ao desenvolvimento do empreendedorismo.

Direitos garantidos Também em Jaraguá do Sul, outro Núcleo da Católica de Santa Catarina é o de Prática Jurídica. Além de proporcionar a vivência do Direito na realidade social aos alunos, possibilita o atendimento à comunidade carente da comarca do município, sem condições de arcar com despesas de processos judicias e honorários advocatí-cios. O NPJ mantém convênio com o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, oferecendo aos acadêmicos e à comunidade a Unidade Judiciária Avançada de Cooperação, possibilitando uma prestação jurisdicional mais eficaz dos processos atendidos e elaborados pelos acadêmicos estagiários.

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A Faculdade Católica do Ceará (FCC), em parce-ria com a Associação dos Deficientes do Estado do Ceará (ADDECE), está à frente de um programa pioneiro para o desporto paraolímpico cearense. Trata-se do Projeto Paraolímpico, que visa a utilizar o esporte como ferramenta de inclusão social para dezenas de deficientes físicos. O basquetebol é a mo-dalidade esportiva contemplada até o momento, mas a ideia é utilizar toda a estrutura física que a FCC oferece para permitir a prática de outros esportes como natação e atletismo.

“O Projeto Paraolímpico não é destinado unicamen-te a atletas, mas a qualquer pessoa que queira para-ticar esporte. Antes de formarmos atletas, queremos resgatar a dignidade de pessoas que, de repente, podem estar sofrendo por achar que a vida termi-nou após a diminuição das suas faculdades motoras. Nós conhecemos diversos exemplos que mostram como o esporte pode ajudar essas pessoas e esse é o sentido primordial do Projeto”, afirma Francilídio de Andrade Soares, presidente da ADDECE.

Para os alunos do curso de Educação Física da FCC, o Projeto Paraolímpico representa uma grande oportunidade de vivenciar na prática o exercício esportivo voltado para os deficientes físicos. Com a ampliação das modalidades oferecidas no Projeto, os estudantes poderão estagiar e ter um contato próxi-mo de algo que antes só era demonstrado de forma teórica, em sala de aula.

“A comunidade acadêmica não pode mais fechar os olhos para a realidade dos deficientes físicos, que hoje já correspondem a 10% da população brasileira”, comenta o professor Francelino Alves, coordenador do Curso de Educação Física da FCC. “A comunidade acadêmica também tem uma grande responsabilidade na melhoria da qualidade de vida dos portadores de deficiência física. Não adianta a elaboração de leis e estatutos. É neces-sária a conscientização das pessoas para criarmos um contexto social de inclusão. E essa conscienti-zação passa pelas universidades. O Projeto Parao-límpico é a nossa primeira resposta a um proble-ma que é de todos nós”, conclui.

Resultados práticos A participação da delegação cearense no Campe-onato Brasileiro de Seleções Regionais, organiza-do pela Confederação Brasileira de Basquetebol em Cadeira de Rodas (CBBC), foi um sucesso. O evento, realizado em abril, em Recife, consagrou o atleta Leandro Santana, que conquistou uma vaga na Seleção Brasileira Masculina Intermediária, e Francisco Lindemar, que confirmou sua perma-nência entre os selecionados que representam a equipe Regional Nordeste. Ambos os atletas fazem parte do Projeto de Desporto Paraolímpico da Faculdade Católica do Ceará.

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Um verdadeiro exemplo de inclusão social

Em quadra, os integrantes do Projeto Paraolímpico da FCC

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| MISSÃO

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por Ir. João do prado

Conexões COMO A MISSãO MARISTA NA MELANéSIA CONTRIBUI PARA O FORTALECIMENTO DAS CULTURAS LOCAIS E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA REGIãO

Diferençase

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| ENTREVISTA

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A Melanésia é uma região do oeste do Oceano Pacífico, a nordeste da Austrá-lia, que inclui os territórios das ilhas Molucas, Nova guiné, ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledônia e Fiji. O nome da região tem origem grega e significa “ilhas dos negros”.

A cerâmica Lapita é de origem mela-nésia e foi levada para outras ilhas. Ela

sugere que os melanésios são um dos povos mais antigos do Pacífico, tendo chegado à região entre 40 a 50 mil anos atrás. Eles parecem ter uma origem em comum com os aborígenes australianos.

Naquela região, o Instituto Marista está presente nos países de Papua Nova guiné, Ilhas Salomão, Vanu-atu, Nova Caledônia e Fiji. A presença de Irmãos, Leigos e Leigas maristas contribui para o fortale-cimento das culturas locais e o desenvolvimento sustentável da região por meio da educação e da evangelização das crianças e jovens.

Destino exóticoEm 20 a 28 de abril de 2011, em virtude de minha participação na Assembleia da Missão Marista, promovida pelo Distrito Marista da Melanésia, na capital Port Moresby, pude conhecer um pouco da rica cultura de Papua Nova guiné.

O país encontra-se na ilha de Papua, a qual divi-de com a Indonésia. A ilha é formada por vulcões ativos e rodeada pelas águas do Pacífico, arrecifes de coral e ainda contém selvas tropicais inexploradas, assim como intermináveis deltas fluviais povoados de uma fauna e flora exóticas.

Papua Nova guiné oferece uma história variada, marcada pela amarga batalha entre o Japão e a Aus-

trália durante a Segunda guerra Mundial. Alguns qualificam o país como o “último paraíso terrestre”. Papua Nova guiné tornou-se um país independente em setembro de 1975.

Ao aproximar-se do aeroporto Jacksons, em Port Moresby, é possível perceber a beleza das verdes montanhas e das lindas águas do Pacífico. A aco-lhida no aeroporto é bastante hospitaleira e nem por isso menos rigorosa no controle de migração e alfandegário.

Para conhecer um pouco da história e da cultura de Papua Nova guiné, vale a pena visitar o prédio do Parlamento Nacional, inaugurado em 1984, o Museu Nacional, a Biblioteca Nacional, o zoológico e os mercados de rua.

CulturaEmbora sejam faladas mais de 800 línguas em Papua Nova guiné, com o inglês é possível se comunicar, sobretudo na capital e em cidades maiores. A grande diversidade de línguas se deve às montanhas que fazem barreiras naturais entre grupos diferentes, ajudando-os a preservar suas singulares varieda-des de cultura e línguas. Por exemplo, ainda hoje é possível constatar, eventualmente, trajes típicos das pessoas que vêm do interior do país, como as saias feitas de capim, comum nas aldeias mais remotas. As roupas têm um colorido especial e as pessoas têm uma grande sensibilidade para se vestirem.

Rodas de conversasO povo melanésio gosta de narrar sua história e sua vida. Muitas vezes as conversas são animadas por uma “betel nut”, fruta local que após mascada exerce um efeito estimulante sobre a pessoa e tinge toda a boca, inclusive os dentes, de vermelho. Era uma

Arte local, Assembleia Marista e fachada do Parlamento

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tradição dos anciões das tribos e que hoje é comum até para os adolescentes. O curioso é que isso está gerando preocupação, em virtude de danos que pode provocar à saúde da população.

Os mercados de rua são outra grande oportunida-de para conhecer os produtos locais e, sobretudo, para se comunicar com os papua nova guineenses e mergulhar na sua cultura. Os mercados são muito simples, característica do país, mas com uma gama muito grande de produtos. Além de poder apreciar um bom produto da terra, é um modo de contribuir para o desenvolvimento das culturas locais.

Na Assembleia da Missão Marista foi possível contatar pessoas dos diferentes países da região em que há presença marista. Foi impressionante ouvir os relatos sobre as culturas de cada local e como o carisma marista estava inculturado naquela região e contribuía para a vida daquele povo como se fosse um carisma nascido ali mesmo.

Ao redor da fogueiraDurante esses dias em Papua Nova guiné, refletimos sobre a presença e a ação marista usando como tema “encontro ao redor da fogueira”. A fogueira, junta-mente com os tambores, fazem parte da tradição de muitas tribos da Melanésia. Ao redor dela encon-tram-se, discutem sua vida e tomam as principais decisões para comunidade. É a comunidade reunida, a grande assembleia, ao redor do fogo que a une, lhe dá vida e perenidade.

O diálogo inicial com Irmãos, Leigos, leigas maristas e pessoas da comunidade é sempre muito profundo e verdadeiro. Fala-se da vida, da história, do trabalho, das amizades, da comunidade, do povo, da cultura, sempre com muito respeito e admiração. As histórias pessoais e das comunidades são histórias conectadas,

embora diferentes. É nessas diferenças e conexões que se valoriza a própria identidade. Todos reconhe-cem na história de cada povo e de cada pessoa e a conexão com a sua história. Isso os enriquece.

EvangelizaçãoA educação e a evangelização da juventude são uma preocupação constante. O povo é de maioria católica e bastante praticante. Além de uma profunda vivência da fé, há um grande esforço para aprofundamento teológico e pastoral. As escolas são muito simples, sobretudo no interior do país. Com o apoio da comu-nidade é possível garantir as instalações mínimas para o funcionamento das escolas. A maioria dos Irmãos Maristas presentes na região são professores titulares desde a alfabetização. Eles dividem o trabalho com um grande número de Leigos e leigas das comunidades.

A construção de uma sociedade baseada em direitos é um dos desafios da educação marista na região. As políticas públicas precisam ser fortalecidas e esten-didas. A maioria da população vive da economia de subsistência. O país passa por um grande aumento de sua economia que vem sobretudo da exploração de seus recursos naturais e minerais. Infelizmente o dinheiro dessa riqueza que deixa o país não chega à população que realmente precisa.

O futuro para a presença e a missão marista na Melanésia é carregado de desafios. Não diferentes daqueles que o povo vive no seu dia a dia. Há muita esperança no futuro. O trabalho realizado hoje resultará na construção de uma nação com justiça social e qualidade de vida. Para isso é preciso que a “fogueira” continue reunindo ao seu redor Irmãos, Leigos, Leigas, jovens e comunidades capazes de pensar criticamente seu país e sua vida e a trabalhar para sua transformação.

Trabalhos da Assembleia Marista e centro da cidade

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| ANO MARIANO

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Cento e setenta e dois anos após a realização do Primeiro Capítu-lo, por Marcelino Champagnat (1839), o XXI Capítulo elege, para o mundo marista, Maria

como apelo fundamental. Realizado no ano 2000, o XX Capítulo enfrentou o desafio de pensar o Instituto para um novo milênio. Ao XXI cabe trazer contribuições concretas para a ação Marista, nos mais diferentes âmbitos.

Assim, o Ano Mariano reflete o desejo dos maristas de voltar à fundação do Instituto. Voltar às fontes e devolver a Maria seu lugar no modo de ser e de viver de cada marista. Todos são convidados a participar: Leigos, Ir-mãos, crianças, jovens e adultos. “Vamos olhar para as virtudes marianas e colocá-las em prática no dia a dia”, comenta Ir. José de Assis Elias de Brito, coordenador da Área de Vida Consagrada e Laicato da UMBRASIL. “Era assim que Marcelino pensava. Virtudes como a humildade e a modéstia, para que Irmãos e

Leigos possam viver sua espiritualidade junto a ela, junto a Maria.”

Ir. Assis conta que, faltando pouco para ter-minar o mandato do último Capítulo, foram enviadas várias cartas para apreciação e muitas delas traziam Maria como tema. Numa das reuniões, um dos capitulares teria pedido a palavra e falado: “Maria entrou neste Capítulo pela porta da frente.” A presença foi realmente tão forte e decisiva, que assim foi escolhido o apelo fundamental – “Com Maria para uma nova terra”.

“Maria provou dos desafios e beleza do ser humano”, comenta. “Daí o viés de tomar consciência de Maria no caminho de conver-são do XXI Capítulo, estabelecendo itinerários com Maria e Champagnat.” Ir. Assis conta que foram dadas três pistas para o caminho: uma nova vocação religiosa consagrada; presença significativa entre as crianças pobres, e uma nova relação entre Irmãos e Leigos.

Elegendo Maria como apelo fundamental, os maris-tas promovem um retorno às origens da fundação

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| ANO MARIANO

Momento de reflexão

Colaborador na Área de Vida Consagrada e Laica-to da UMBRASIL, o leigo Joaquim Alberto Andrade Silva fala de Maria como também uma leiga, jovem e mãe, tida como uma das primeiras fundadoras do Instituto Marista. “Com o apelo fundamental, suscitamos a presença de Maria na vida das pessoas, reavivando sua importância na nossa igreja particular”, comen-ta. “É um momento para reavaliarmos de que for-ma fazemos com que as virtudes marianas estejam presentes na nossa vida. Em casa, no trabalho, no dia a dia.”

Antigamente a visão de quem era Maria, na história e na reli-gião, baseava-se muito no que dizia a igreja. Uma figura divinizada de carac-terísticas excepcionais. Hoje, o que se vê é uma pluralidade de perfis, reflexo da própria pluralidade da sociedade contemporânea, que mescla a divin-dade e a proximidade do ser humano, principalmente por aspectos como a ternura e a maternidade.

Por isso mesmo, o Ano Mariano torna-se tão importante. “Ele deverá nos ajudar – maristas – a redescobrir este jeito de ser cristão, que Maria nos mostra e nos ensina”, comenta Ir. Afonso Murad, uma das principais referências em Mariologia nos dias de hoje. “Não deve ser apenas para aumentar a devoção, mas para nos ajudar a descobrir o real lugar de Maria, como uma referência para nós, traduzida em tantas qualidades e em tantos valores.”

Segundo Ir . Murad, o perfil de muitos valores precisa ser contem-plado com fundamentos da narração bíblica. Maria como humana situada na realidade do seu tempo, que fez o caminho da fé e que canta as ma-ravilhas de Deus, anunciando a Sua presença. “O perfil humano de uma pessoa que se coloca no caminho de Jesus, como mãe e educadora, mas também sua discípula. É preciso equilibrar estes dois elementos, numa perspectiva católica”, complementa.

O porquê disso? Porque hoje há também vários perfis não católicos de Maria com os quais os maristas precisam “conversar”. “As igrejas evan-gélicas marcadas pelo protestantismo de missão veem o cristianismo católico como uma forma de paganismo”, conta Ir. Murad. “Eles pedem que se abando-ne a devoção à Maria. Por outro lado, o protestantismo histórico nos aponta algo muito importante a ser observa-do. Ele diz que a centralidade do culto tem de estar em Jesus. Isso é um alerta para os católicos evitarem o exagero no culto à Maria. Espero que neste Ano Mariano reencontremos o lugar Dela.”

O Irmão lembra ainda que, independentemente de religião, há vários outros perfis de Maria, elabo-rados por pessoas que “puxam” das diferentes religiões os valores que mais as atraem. Imagens como a de mãe, mulher, o lado feminino do mistério da divindade, numa mescla, novamen-te, de história e religião.

O que fica disso tudo? A característica da proximidade de Maria, que só encontramos voltando à leitura dos evangelhos de Lucas e João. “Ela se faz próxima. Isso é que é bonito de se perceber em Maria. Jesus per-guntou: ‘quem se fez próximo a quem estava jogado à beira da estrada?’ Ma-ria, com certeza, se fez. Dos discípulos, da cruz, de nós. Maria nos leva a Jesus. Ela sempre o tem ou nos braços ou no coração”, conclui Ir. Murad.

MARIA DE HOJE

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“Jesus perguntou: ‘quem se fez próximo a quem estava jogado à beira da estrada?’ Maria, com certeza, se fez.

Dos discípulos, da cruz, de nós. Maria nos leva a Jesus.

Ela sempre o tem ou nos braços ou no coração”

Maria no coração da Igreja programação do Ano Mariano

No dia 25 de março de 2011, a União Marista do Brasil (UMBRASIL) inaugurou o Ano Mariano, na perspectiva de reavivar a presença de Maria na vida da Igreja. Desen-volvido em parceria com a Conferência Nacional dos Bis-pos do Brasil (CNBB) e a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Padres, Irmãos e Irmãs maristas, a proposta é contribuir para o resgate do perfil mariano da Igreja como preparação para a comemoração dos 200 anos de nascimento da Sociedade de Maria (1816-2017).

Com o tema “Maria no coração da Igreja” e o lema “Com Maria para uma nova terra”, o desenvolvimento do Ano Mariano se apoia em dois eixos fundamentais: mística e espiritualidade mariana - formação e celebração. Di-versas atividades já foram realizadas, com destaque para o Simpósio de Mariologia em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), no Colégio Arquidiocesano em São Paulo, em julho, a peregrinação ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida e o curso de formação em Mariologia via EaD, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio grande

do Sul (PUCRS), e cujos trabalhos finais (artigos científicos) mais qualificados serão publicados em

revista digital.

Para fortalecer a integração do Brasil Marista e ce-lebrar o Ano Mariano, foi lançado, ainda, o CD “Com

Maria para uma nova terra”, com 13 composições que inspiram e encorajam a busca para ser presença significativa na vida de crianças e jovens pobres, ten-

do Maria à frente desse ideal. A editora Paulinas, em parceria com a UMBRASIL, disponibilizou também

o livro “Maria no coração da Igreja – múltiplos olhares sobre a Mariologia”, com o registro das conferências do Simpósio.

O encerramento do Ano Mariano está marcado para 8 de dezembro, quando se celebra a Concei-

ção Imaculada de Maria.

Para conhecer mais sobre o Ano Mariano e ter acesso a outras informações, visite o site

www.umbrasil.org.br.

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| MUNDO MARISTA

Na França existem quatro lugares especiais aos que se consideram verdadeira-mente maristas: Rosey, La Valla, Les Maisonnettes e L’Hermitage. Foi enfrentando dificuldades, arriscando e vislumbrando o futuro, que Marcelino Champagnat construiu, ainda em 1824, o que chamou de “lar”, o L’Hermitage, hoje conhecido como “Casa mãe”.

Foi nela que Marcelino passou a maior parte de sua vida, cultivando, com as primeiras gerações de irmãos, o caráter ao estilo de vida e a missão de todo o Ins-tituto. É também em L’Hermitage que se encontra a sepultura do fundador e seu relicário, bem como toda a história de vida e crença dos maristas.

O Instituto Marista encaminha-se para celebrar o bicentenário de sua fundação em 2017. E, nesses duzentos anos, a semente lançada às margens do Rio gier se desenvolveu, estendendo seus ramos e frutos por mais de 79 países.

Idealizada ainda em 1824 por Marcelino champagnat, a

casa Mãe continua como um dos principais símbolos do

mundo marista, agregando conhecimento, história e fé

por Vivian de Albuquerque

colaborou o Ir. Miro Reckziegel, da França

um lar e um projetoL’Hermitage Fo

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Vivendo no L’Hermitage

“Habitar sob o teto da casa construída pelas mãos do Pe. Champagnat e dos primeiros Irmãos é sem dúvida uma graça ímpar, dom difícil de avaliar e apreciar na sua amplitude e profundi-dade. Cada dia que vivo aqui é como acumular um tesouro em pequeninos grãos; é um afago na alma que nutre e dá brilho à existência de consagrado Marista e à missão. A Casa, assim como suas acomodações e recursos coloca-dos à disposição dos hóspedes, está muito bem e temos recebido inúmeras apreciações e boas referências dos que aqui passaram desde a Páscoa de 2010. Acredito que a recuperação desse pa-trimônio das origens Maristas foi uma decisão acertada dos nossos Superiores e a criação da Comunidade Interna-cional e Mista uma alavanca de ouro para impulsionar o Carisma Marista pelo mundo, após a canonização do Pe. Marcelino. É também um revigoramen-to da Missão, sob as bênçãos de Deus, a materna intercessão da Boa Mãe Maria e da santidade de São Marcelino Cham-pagnat, nosso querido Fundador.”

Ir. Miro Reckziegel

O espírito de L’HermitageMuito mais que um lar, o L’Hermitage é, na realida-de, um grande projeto no qual a missão marista se faz ainda mais presente. Missão reforçada com a ca-nonização de Champagnat, em 1999, que imprimiu um novo ardor na realização da missão de evangeli-zar pela educação de crianças, jovens e adultos.

Em junho de 2007, a Conferência geral dos Supe-riores Maiores, realizada em Roma, dedicou sua reflexão e decisão em torno da renovação física e da missão da Casa de L’Hermitage, com o slogan: Rei-vindiquemos o Espírito de L’Hermitage. Slogan que passou para a ação com a criação de uma comissão para coordenar a restauração do prédio na França e a indicação de nomes para compor a nova co-munidade do centro. Ao mesmo tempo, no vale do gier, um canteiro de obras se armou, dando início à restauração.

ComunidadeHoje, o L’Hermitage tem novo visual e uma comu-nidade intercultural e internacional. Um grupo complexo e complementar que partilha estudos, reflexões, reuniões de planejamento e avaliação, momentos de oração e trabalhos e lazer comunitá-rios. Como uma casa mãe, acolhe grupos de peregri-nos provenientes de todo o mundo. Irmãos, Leigos, crianças, jovens e adultos, interessados em vivenciar de perto o legado de Champagnat.

O espírito da Primeira Comunidade Marista está muito presente, não apenas pelos espaços físicos que falam do Fundador e de diversas salas que levam o nome dos primeiros Irmãos, mas principalmente pelo engajamento de toda a Comunidade em viver e testemunhar a constante presença e intercessão de Maria; e pelo compromisso de todos no anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo, para torná-lo mais conhe-cido e amado entre as pessoas do nosso tempo.

Como Maria, a Comunidade Marista de Notre Dame de L’Hermitage deixa um mandato aos que por lá peregrinam: vão depressa, com Maria, para suas terras e levem a Boa Nova a todas as pessoas às quais são enviados. E a todo mundo Marista, a recomendação de Maria: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

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| MUNDO MARISTA

ReinauguraçãoA inauguração da casa renovada se deu ainda em setembro de 2010, com a participação de irmãos, autoridades, ami-gos e simpatizantes da obra marista. Convidados que, na companhia do arquiteto Joan Puig-Pey, puderam conferir numerosos detalhes do trabalho realizado, intercalando reflexões sobre a pessoa e o carisma de Champagnat com explicações técnicas sobre a obra. O projeto preservou aspectos importantes da arquitetura histórica, adaptado às necessidades atuais.

Em sua mensagem durante o ato inaugural, o Ir. Emili Turú, Superior geral, sublinhou que “tanto a construção de L’Hermitage pelo Padre Champagnat quanto o Hermi-tage renovado são a expressão de um ato de fé no futuro, cheio de esperança”. Destacou ainda que, para o Instituto, o Hermitage renovado é ícone de uma Igreja-comunhão, com rosto mariano; ícone da espiritualidade marista e ícone do trabalho de renovação que se realiza no Instituto. “Que o Hermitage renovado continue sendo fiel ao espírito de universalidade, audácia e criatividade que animava o Padre Champagnat”, finalizou.

No pátio de São José foi deixado, como lembrança, um quadro escrito em árabe, feito pelos pintores de religião muçulmana que intervieram nos trabalhos da casa, como manifestação de sua gratidão e admiração, pelo tratamento recebido e pela experiência que viveram. O texto é um pro-vérbio árabe e diz que: “É impossível ocultar os raios do sol nem se pode apagar a luz da verdade”. Outra placa registra, em ordem alfabética, o nome de todos os que atuaram na construção, sem distinguir arquitetos, engenheiros ou res-ponsáveis pela obra. Sinal de uma comunidade de trabalho, marcada pelo carisma marista da comunidade de Irmãos.

E é assim que caminha o projeto, lado a lado com a casa mãe. Assim como o lar, acolhe Irmãos e Leigos interessados no carisma marista: pessoas que viajam ao L’Hermitage para conhecer a história e partilhar reflexões e conhecimentos em prol de um futuro ainda melhor.

A casa mãeconheça alguns dados inte-ressantes sobre l´Hermitage

• A Casa da Acolhida tem disponibi-lidade para alojar até 103 hóspedes;

• Os apartamentos estão localizados nos prédios Rochedo e Champagnat e em ambos os prédios existe uma lavanderia à disposição dos hóspedes.

• Há várias salas para reuniões de grupos, uma sala com computa-dores para internet, duas salas de descanso e atividades de lazer

• O Centro reúne três oratórios, dois deles com o Santíssimo Sacramento permanente, mais a capela grande, que recebe até 130 pessoas sentadas.

• Há também um Salão de Conferên-cias, para 150 pessoas, com cabine de tradução simultânea, multimídia instalada e três salas anexas para grupos.

• A diária é de 55 Euros, incluídas as três refeições e as reservas devem ser feitas com pelo menos três meses de antecedência, devido à grande procura.

• A propriedade, como um todo, tem 13 hectares e é ideal para cami-nhadas e passeios entre bosques e o Rio gier.

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“Foi uma oportunidade indescritível visitar L´Hermitage e os locais que marcaram a vida de Marcelino Champagnat. Foi como tocar de leve a mística e a espiritualidade que inspiraram nosso fundador e que

nos convidam para essa experiência nos dias de hoje. Além disso, poder conviver com os colegas, criando um clima de confraternização e amizade foi muito saudável para a organização.”

Maysa Simões, coordenadora de Comunicação e Marketing da APC

“Estar num lugar como L’Hermitage é renovar meu espírito Marista. É renovar todas as motivações que me fizeram querer ser Irmão Marista e entrar nesta Instituição há 20 anos. Ver os locais por onde pisou o Pe. Champagnat, onde construiu sua

casa e formou sua comunidade de Irmãos, cortando a rocha para, sobre ela, fazer brotar o carisma Marista me fez sentir o quanto esta Instituição vem de Deus, o quando foi auxiliado por alguma força muito superior àquela que ele próprio teria. Fica a lição de que se nós realmente queremos ser melhores e fazer as coisas acontecerem, precisamos estar decididos a isso. Esta Instituição tem uma finalidade muito nobre e me sinto responsabilizado, depois desta visita, ainda mais, pelo seu sucesso. Estar atentos aos sinais de Deus e aos sinais dos tempos, como fez Champagnat.”

Ir. Paulinho Vogel, Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios

“Abrir a janela do quarto que um dia foi do Pe. Champagnat e ouvir o som do Rio gier ecoando pelas paredes de pedra de L’Hermitage foi uma experiência única. Deste mesmo lugar nosso fundador

vislumbrou seu sonho tornar-se realidade, formando Irmãos Maristas amparados em valores. Cada centímetro foi revitalizado focado na preservação da memória, cada ambiente construído para contar a história de dois séculos. A união do moderno com o histórico são um elogio ao trabalho do Arquiteto espanhol Joan Puig-Pey. Espaços claros e amplos associados às pesadas pedras quebradas pelo próprio Pe. Champagnat para cada construção dão um tom único ao vale do Rio gier e sua água corrente cortando o terreno de ponta a ponta.”

William Strauss Fleming, coordenador de comunicação e marketing da ABEC/UCE

“O conhecimento e vivência intensiva que tivemos durante toda a viagem nos fazem ter maior comprometimento e engajamento com os objetivos e a missão da Instituição. Algo que vai além da percepção racional e que passa

pelo coração. É impressionante ver tudo os que fundadores passaram, numa história totalmente voltada ao bem. Somos os herdeiros de um sonho e cabe-nos levá-lo adiante e mantê-lo vivo. Nossa peregrinação fez isso saltar aos olhos a todo o momento.”

Marco Cândido, Superintendente da APC

L’Hermitageconfira alguns depoimentos do grupo da província

centro-Sul que visitou a França no início do ano

B R A S I L E M

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58 | B R A S I L M A R I S T A

| MUNDO MARISTA

Irmãos, leigos e simpatizantes do mundo marista preparam a comemoração

dos 200 anos do Instituto e relembram parte da história no Brasil

Transformar a realidade a partir do que há de melhor nos corações e mentes das pessoas comprometidas com os valores humano-cristãos. Foi com esta missão em vista que os maristas deram início a uma história que agora se aproxima dos 200 anos.

Em 1917, Marcelino Champagnat fundava o Instituto Marista. Um visionário para a época, ele já tinha a cer-teza de que seria um árduo, mas gratificante trabalho. Os resultados de tanta dedicação ao longo de toda a sua vida hoje estão distribuídos pelo mundo e, como não poderia deixar de ser, em várias regiões do Brasil.

Em 1840, quando faleceu, o instituto já contava com 280 membros trabalhando em 48 escolas no atendi-mento a sete mil estudantes. Números pequenos se comparados aos atuais, mas extremamente significati-vos para aquela época, diante de tantas dificuldades.

Ao final do século xIx, já eram mais de cinco mil Ma-ristas guiados pelos ideais de Champagnat em vários países da Europa, ásia, áfrica, América e Oceania. Comprometidos com a formação cidadã e cristã de crianças e jovens, hoje são mais de 50 mil Irmãos, Leigas, Leigos e colaboradores espalhados em 79 países dos cincoo continentes. Atores da história que levam a ideologia Marista a aproximadamente 600 mil assistidos por meio de centros educacionais, trabalhos sociais e outras ações.

Brasil MaristaO Brasil responde por 42% da distribuição dos maristas no mundo. O Rio grande do Sul é um dos grandes centros de concentração de Irmãos e Leigos e de boa parte da história do mundo Marista. São 111 anos de presença no estado, contabilizando mais de

20 escolas, uma universidade (PUCRS), um hospital (São Lucas) e 22 centros sociais.

Por isso, celebrar os 111 anos significa reconhecer a relevância e vitalidade da obra fundada em Bom Princípio, pelos desbravadores Irmãos Weibert, Marie Berthaire e Jean Dominici, em 1900. A missão, que teve início numa pequena escola paroquial, já nos cinco primeiros anos frutificou em novas fundações, gerando um cenário promissor para a educação cató-lica e fazendo surgir educandários que se tornariam referência no estado.

Os Irmãos vindos da Europa eram habilitados para a múltipla docência em áreas como Cristologia, Ma-riologia, Filosofia, Línguas, Química, Estudos Sociais, Arte, Música e Pedagogia. O êxito da educação pri-morosa era baseado em três pilares: amizade sincera entre professores, alunos e famílias; a seriedade dos estudos com aperfeiçoamento cultural e a profunda dimensão religiosa da vida de cada um.

Cultivando A História Natural da cidade de Rio grande, o Ir. Nadir Bonini Rodrigues emitiu os primeiros votos religiosos maris-tas em 1955, em Veranópolis. A carreira de magisté-rio foi iniciada no Colégio Marista Rosário, em Porto Alegre. Depois, vieram os estudos em geografia e História na PUCRS. Foram vários os trabalhos a que se dedicou e continua se dedicando, mas em 1995 o professor foi pesquisar nos arquivos maristas da Europa – Roma, Paris, Madrid e Lisboa, para escre-ver a história do centenário dos irmãos maristas no Rio grande do Sul. “Tenho me dedicado a escrever para valorizar as pessoas que realizaram a obra de

Rumo ao Bicentenário

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ENTREVISTA |

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Ir. Nadir Bonini Rodrigues, que se dedica a escrever a História dos Maristas no Brasil

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educação no nosso estado. Consi-dero uma maneira adequada e bem amparada na verdade para estimu-lar a tantas pessoas a continuarem a empreender a ação educativa e apostólica para glorificar a Deus, exaltar a Boa Mãe Maria e nosso Santo fundador”, comenta.

Entre suas obras estão a história do Colégio Champagnat – antiga sede provincial e casa de formação e o centenário Marista no Sul do Brasil – relatadas nos livros Assim nossos Irmãos escreveram e Ação Inovadora dos Irmãos Maristas no Sul do Bra-sil, além de São Marcelino Cham-pagnat - O vencedor de desafios.

50 anos do Marista de BrasíliaO Colégio Marista de Brasília completa 50 anos quase ao mesmo tempo em que a cidade. A tradi-cional instituição de ensino conta com uma extensa programação e relembra a presença marista na capital federal.

“Iniciamos no prédio do Maris-tinha, onde atualmente funciona a Educação Infantil e o Ensino Fundamental”, relembra o Ir. Valter Pedro zancanaro, diretor do co-légio. “Depois surgiu o Maristão e é preciso dar um grande destaque para a Banda Marcial, que come-mora seus 40 anos também no ano de 2012”, conta.

Em comemoração à data, todas as festividades de 2011 estão voltadas aos 50 anos. Uma comissão já foi formada para pensar todo o calen-dário de 2012, com destaque para o lançamento da Cápsula do Tem-po, na qual todos os presentes serão convidados a depositar suas lembranças e projetos para os pró-ximos 10 anos, época prevista para sua abertura.

“Esse aniversário não é apenas do colégio, então as comemorações não se restringem aos colaborado-res e alunos”, explica Ir. Valter. “Os ex-alunos serão convidados a um encontro de várias gerações, para resgatar a história de todos esses que foram importantes e contribu-íram para a construção da cultura Marista em Brasília.”

Uma bonita história“O bispo do Rio grande do Sul, sediado em Porto Alegre, Dom Cláudio Ponce de Leão, sentiu muito com a Revolta da Degola, entre 1893 e 1895, quando 10 mil pessoas foram degoladas por questões políticas. Ele não fez in-tervenções e optou pela educação e evangelização. Foi duas vezes à Europa pedir aos superiores das congregações religiosas para que enviassem missionários e educadores. Na área da coloniza-ção alemã, houve um movimento liderado pelos Padres jesuítas, que motivaram os paroquianos a recolherem o dinheiro para pagar a passagem dos primeiros Irmãos Maristas. Assim, a primeira obra no RS foi estabelecida em Bom Princípio. Na área de colonização italiana, os Freis Capuchinhos in-sistiram na presença dos Irmãos em garibaldi e Veranópolis, atendendo depois às solicitações de guaporé, Bento gonçalves, Farroupilha e Vacaria. Na área central do Estado, na campa-nha, no litoral e no planalto, os Maristas estabeleceram escolas em Santa Maria, Uruguaiana, Santana do Livramento, São ga-briel, Rio grande, Passo Fundo, Erexim, getúlio Vargas e Santo Ângelo. Depois das escolas, veio a universidade em mais 111 anos de uma bonita história.”

Fonte: Ir. Nadir Bonini Rodrigues

Ir. Valter Pedro Zancanaro, de Brasília

Atividades comemorativas no colégio Marista em Brasília

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BRASIL MARISTAcOnHEÇA AS UnIDADES MARISTAS EM TODO O pAÍS

REGIÃO nORTEACREcRUZEIRO DO SUl | PRé-POSTULADO RIO BRANCO E PRé-POSTULADO

TARAUAcá | PRé-POSTULADO

AMAZONASláBREA | RESIDêNCIA MARISTA

MAnAUS | RESIDêNCIA MARISTA

TABATIngA | POSTULADO

PARÁBElÉM | COMUNIDADE MARISTA DE BELéM

COLéGIO MARISTA NOSSA SENhORA DE NAZARé

ESCOLA MARISTA ChAMPAGNAT DE BELéM

RONDÔNIAJI-pARAná | RESIDêNCIA MARISTA

pORTO VElHO | SEDE DISTRITAL E CENTRO EDUCACIONAL E SOCIAL MARISTA (CESMAR)

RORAIMABOA VISTA | RESIDêNCIA MARISTA

TOCANTINSpAlMAS | COMUNIDADE MARISTA DE PALMAS

CENTRO MARISTA DE PASTORAL - CMP COLéGIO MARISTA DE PALMAS

REGIÃO nORDESTEALAGOASBARREIRA DE SÃO MIgUEl | CENTRO CATEQUéTICO MARISTA

MAcEIÓ | COMUNIDADE MARISTA DE MACEIó

COLéGIO MARISTA DE MACEIó

ESCOLA MARISTA ChAMPAGNAT DE MACEIó

SECRETARIADO DE ASSISTêNCIA SOCIAL E JUVENóPOLIS/CASA DOS MENINOS(PARCERIA COM A UNBEC)

TEATRO IRMÃO TOMé

BAHIASAlVADOR | COLéGIO MARISTA PATAMARES

MOVIMENTO COMUNITÁRIO ChAMPAGNAT (PARCERIA COM A UNBEC)

FTD – FILIAL SALVADOR

CEARÁARAcATI | COMUNIDADE MARISTA DE ARACATI

CENTRO DE FORMAÇÃO PARA EDUCADORES MARISTAS DE FONTAINhAS

COLéGIO MARISTA ARACATI

PROJETO SOCIAL IRMÃO LOURENÇO (PARCERIA COM A UNBEC)

IgUATU | COMUNIDADE MARISTA DE IGUATU

OBRA SOCIAL MARISTA SÃO MARCELINO ChAMPAGNAT

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B R A S I L M A R I S T A | 63

FORTAlEZA | COMUNIDADE MARISTA DA MARAPONGA

CASA DA ACOLhIDA MARISTA DE ABREULâNDIA

CENTRO MARISTA DE FORMAÇÃO DE MARAPONGA

COLéGIO MARISTA MONDUBIM

ESCOLA MARISTA DE ENSINO FUNDAMENTAL SAGRADO CORAÇÃO

ESTúDIO DE ÁUDIO E VÍDEO - NUPA

FACULDADE CATóLICA DO CEARÁ

TEATRO MARISTA CEARENSE

FTD – FILIAL FORTALEZA

MARAngUApE | CENTRO MARISTA DE FORMAÇÃO DE MARANGUAPE (NOVICIADO)

MARANHÃOBAlSAS | COLéGIO SÃO PIO X

COMUNIDADE MARISTA DE BALSAS

FRATERNIDADE NOSSA SENhORA DA CONCEIÇÃO

SÃO JOSÉ DE RIBAMAR | COLéGIO MARISTA DO ARAÇAGy

SÃO lUÍS | COMUNIDADE MARISTA DE SÃO LUÍS DO MARANhÃO

CASA DA ACOLhIDA MARISTA OLhO D’ÁGUA

PARAÍBABAnAnEIRAS | ESCOLA NOSSA SENhORA DO CARMO (PARCERIA COM A UNBEC)

JOÃO pESSOA | CENTRO CULTURAL MARISTA DE JOÃO PESSOA

CENTRO DE PASTORAL MARIA TEREZA ChIRAT

CLUBE DO MENOR TRABALhADOR (PARCERIA COM A UNBEC)

COLéGIO MARISTA PIO X

ESCOLA MARISTA ChAMPAGNAT DE JOÃO PESSOA

lAgOA SEcA | CENTRO DE FORMAÇÃO PARA EDUCADORES MARISTAS DE LAGOA SECA

PIAUÍTERESInA | CENTRO MARISTA CIRCUITO JOVEM - TERESINA COMUNIDADE MARISTA DE TERESINA

PERNAMBUCOITAMARAcá | CENTRO MARISTA ITAMARACÁ

pAUlISTA | COLéGIO MARISTA SÃO MARCELINO ChAMPAGNAT

REcIFE | CENTRO MARISTA CIRCUITO JOVEM - RECIFE

COLéGIO MARISTA NOSSA SENhORA DA CONCEIÇÃO

COLéGIO MARISTA SÃO LUÍS

ESCOLA MARISTA ChAMPAGNAT DE RECIFE

FACULDADE MARISTA – RECIFE

hISTORIAL DE APIPUCOS

PRODUTORA DE VÍDEO E CINEMA

RECANTO MARISTA NAZARé

FTD – FILIAL RECIFE

SURUBIM | COMUNIDADE MARISTA DE SURUBIM

COLéGIO MARISTA PIO XII

SERGIPEpROpRIá | COLéGIO DIOCESANO DE PRóPRIA (PARCERIA COM A UNBEC)

RIO GRANDE DO NORTEEXTREMOZ | CENTRO DE FORMAÇÃO PARA EDUCADORES MARISTAS DE EXTREMOZ

nATAl | COMUNIDADE MARISTA DE NATAL

CENTRO MARISTA DE PASTORAL – CMP

COLéGIO MARISTA DE NATAL

ESCOLA MARISTA ChAMPAGNAT DE NATALREGIÃO cEnTRO-OESTEDISTRITO FEDERALBRASÍlIA | COMUNIDADE MARISTA DE BRASÍLIA

COLéGIO MARISTA JOÃO PAULO II

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE BRASÍLIA (COMUNIDADE)

COLéGIO MARISTA DE BRASÍLIA – EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO

FUNDAMENTAL (MARISTINhA)

COLéGIO MARISTA DE BRASÍLIA – ENSINO MéDIO (MARISTÃO)

RESIDêNCIA MARISTA DE BRASÍLIA (COMUNIDADE)

INSTITUTO MARISTA DE SOLIDARIEDADE - IMS

SAMAMBAIA | ESCOLA E CENTRO SOCIAL MARISTA IR.FRANCISCO RIVAT

BRASIlânDIA | VILA ChAMPAGNAT

cEIlânDIA | CENTRO MARISTA CIRCUITO JOVEM – CEILâNDIA

CENTRO MARISTA DE EDUCAÇÃO INFANTIL CIRCUITO DA CRIANÇA

NúCLEO BANDEIRANTE

ESCRITóRIO PROVINCIAL UBEE-UNBEC

(UNIÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ENSINO /

UNIÃO NORTE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA)

TAgUATIngA | ADMINISTRAÇÃO CENTRAL UBEE-UNBEC

(UNIÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ENSINO /

UNIÃO NORTE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E CULTURA)COLéGIO MARISTA ChAMPAGNAT

INSTITUTO MARISTA DE ASSISTêNCIA SOCIAL – IMAS

NúCLEO MARISTA DE PRODUÇÃO

GOIÁSgOIânIA | CASA DA ACOLhIDA MARISTA DE GOIâNIA

COLéGIO MARISTA DE GOIâNIA

TEATRO MARISTA DE GOIâNIA

FTD – FILIAL GOIâNIA

ApAREcIDA DE gOIânIA | CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL MARISTA DIVINO PAI ETERNO – CEMADIPE

COMUNIDADE MARISTA MADRE GERMANA

SIlVânIA | COMUNIDADE MARISTA DE SILVâNIA

APRENDIZADO MARISTA PADRE LANCÍSIO

MATO GROSSO DO SULDOURADOS | CENTRO SOCIAL MARISTA DE DOURADOS

RESIDêNCIA MARISTA DE DOURADOS (COMUNIDADE)

REGIÃO SUlPARANÁAlMIRAnTE TAMAnDARÉ | ESCOLA ECOLóGICA MARCELINO ChAMPAGNAT

cAScAVEl | COLéGIO MARISTA DE CASCAVEL

CENTRO SOCIAL MARISTA ChAMPAGNAT

RESIDêNCIA MARISTA DE CASCAVEL (COMUNIDADE)

cURITIBA | RESIDêNCIA PROVINCIAL MARISTA (COMUNIDADE)

RESIDêNCIA MARISTA COLéGIOS (COMUNIDADE)

RESIDêNCIA MARISTA PUCPR (COMUNIDADE)

ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE CULTURA – APC (MANTENEDORA)

CENTRO ADMINISTRATIVO ABEC E UCE

CENTRO DE INTEGRAÇÃO SOCIAL DIVINA MISERICóRDIA

CENTRO MARISTA MARCELINO ChAMPAGNAT – CMMC

CENTRO SOCIAL MARISTA DE CURITIBA

CENTRO SOCIAL MARISTA SABARÁ

COLéGIO MARISTA PARANAENSE

COLéGIO MARISTA SANTA MARIA

PUCPR – EDITORA UNIVERSITÁRIA ChAMPAGNAT

PUCPR - FARMÁCIA UNIVERSITÁRIA

PUCPR - TECNOPARQUE

hOSPITAL DE CARIDADE

hOSPITAL N. SA. DA LUZ / PLANO DE SAúDE IDEAL

hOSPITAL UNIVERSITÁRIO CAJURU

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64 | B R A S I L M A R I S T A

| BRASIL MARISTA

IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICóRDIA DE CURITIBA – ISCMC

LUMEN CENTRO DE COMUNICAÇÃO

PUCPR – CâMPUS CURITIBA

RÁDIO CLUBE FM

RÁDIO CLUBE REDE ELDORADO AM

FTD – FILIAL CURITIBA

cOlOMBO | hOSPITAL ALTO MARACANÃ

FAZENDA RIO GRANDE

PUCPR – FAZENDA EXPERIMENTAL GRALhA AZUL

TApEJARA D’OESTE | CENTRO SOCIAL MARISTA TAPEJARA D’OESTE

ESCOLA ESTADUAL IR. ISIDORO DUMONT

RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

lOnDRInA | CENTRO DE FORMAÇÃO MARCELINO ChAMPAGNAT

(COMUNIDADE/POSTULADO)

CENTRO SOCIAL MARISTA IRMÃO ACÁCIO

COLéGIO MARISTA DE LONDRINA

PUCPR – CAMPUS LONDRINA

FTD – FILIAL LONDRINA

MARIngá | RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

RECANTO MARISTA

CENTRO SOCIAL MARISTA IR.BENO TOMASONI

COLéGIO MARISTA DE MARINGÁ

PUCPR – CAMPUS MARINGÁ

pOnTA gROSSA | RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

CENTRO SOCIAL MARISTA SANTA MôNICA

COLéGIO MARISTA PIO XII

SÃO JOSÉ DOS pInHAIS | RESIDêNCIA MARISTA SÃO JOSé (COMUNIDADE)

PUCPR – CAMPUS SÃO JOSé DOS PINhAIS

TOlEDO | PUCPR – CAMPUS TOLEDO

SANTA CATARINAcAÇADOR | CENTRO SOCIAL MARISTA CAÇADOR

cHApEcÓ | RESIDêNCIA MARISTA SÃO FRANCISCO (COMUNIDADE)

COLéGIO MARISTA SÃO FRANCISCO

CENTRO SOCIAL MARISTA – ESPAÇO SÃO PEDRO

CENTRO SOCIAL MARISTA – ESPAÇO CENTRO

CENTRO RURAL AURORA

cRIcIúMA | COLéGIO MARISTA DE CRICIúMA

CENTRO SOCIAL MARISTA IR. WALMIR ORSI

FlORIAnÓpOlIS | RESIDêNCIA MARISTA SÃO JOSé (COMUNIDADE)

CENTRO DE FORMAÇÃO ChAMPAGNAT (COMUNIDADE/ESCO-LASTICADO)

RECANTO ChAMPAGNAT

CASA DO ESTUDANTE MARISTA

CENTRO SOCIAL MARISTA IR. CELSO CONTE

CENTRO SOCIAL MARISTA MONT SERRAT

JARAgUá DO SUl | COLéGIO MARISTA SÃO LUÍS

CENTRO DE FORMAÇÃO MARISTA (COMUNIDADE/PRé--POSTULADO)

CENTRO SOCIAL MARISTA DE JARAGUÁ DO SUL

JOAÇABA | RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

COLéGIO MARISTA FREI ROGéRIO

CENTRO SOCIAL MARISTA DE JOAÇABA

pOUSO REDOnDO | RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

CENTRO SOCIAL MARISTA DE POUSO REDONDO

SÃO BEnTO DO SUl | ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA SÃO BENTO

SÃO JOSÉ | CENTRO SOCIAL MARISTA SÃO JOSé

RIO GRANDE DO SULBEnTO gOnÇAlVES | COLéGIO MARISTA APARECIDA

CENTRO SOCIAL MARISTA DE BENTO GONÇALVES

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE BENTO GONÇALVES (COMUNIDADE)

BOM pRIncÍpIO | CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE BOM PRINCÍPIO (COMUNIDADE E POSTULADO)

cAcHOEIRA DO SUl | COLéGIO MARISTA ROQUE GONÇALVES

COMUNIDADE MARISTA

cAnElA | COLéGIO MARISTA MARIA IMACULADA

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE CANELA (COMUNIDADE)

cRUZ AlTA | COMUNIDADE NOSSA SRA. DE FÁTIMA

EREcHIM | ESCOLA MARISTA MEDIANEIRA

gARIBAlDI | CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE GARIBALDI (COMUNIDADE)

gRAVATAÍ | CENTRO SOCIAL MARISTA MARIO QUINTANA

ITAARA | RECANTO ChAMPAGNAT

lAJEADO | CENTRO MARISTA IRMÃO EMÍLIO

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE LAJEADO (COMUNIDADE E JUVENATO)

nOVO HAMBURgO | COLéGIO MARISTA PIO XII

COLéGIO MARISTA SÃO MARCELINO ChAMPAGNAT – EJA

CENTRO MARISTA DE CANUDOS

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA (COMUNIDADE)

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE CANUDOS (COMUNIDA-DE)

pASSO FUnDO | COLéGIO MARISTA N. SRA. DA CONCEIÇÃO COMUNIDADE MARISTA CONCEIÇÃO

INSTITUTO MARCELINO ChAMPAGNAT (CENTRO SOCIAL E COMUNIDADE)

pORTO AlEgRE | CENTRO MARISTA DE SOLIDARIEDADE – (COAS)

COLéGIO MARISTA PROFESSORA IVONE VETTORELLO

CENTRO SOCIAL MARISTA DE PORTO ALEGRE – CESMAR

CASA MARISTA DA JUVENTUDE – CAJU

CREChE MARISTA RENASCER

CREChE MARISTA TIA JUSSARA

ARTESANATO MARISTA SANTA ISABEL

CENTRO MARISTA IRMÃO DONATO

CENTRO MARISTA N. SRA. APARECIDA DAS ÁGUAS

CENTRO SOCIAL MARISTA IR. ANTôNIO BORTOLINI

PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL à FAMÍLIA

PROJETO INCLUSÃO DIGITAL MARISTA

PROJETO SORRISÃO MARISTA

PROJETO MARISTA GURIZADA NOTA DEZ

COLéGIO MARISTA ROSÁRIO

COLéGIO MARISTA ASSUNÇÃO

COLéGIO MARISTA ChAMPAGNAT

COLéGIO MARISTA SÃO PEDRO

COLéGIO MARISTA IPANEMA

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA ChAMPAGNAT (COMUNIDADE – SEDE PROVINCIAL)

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA ROSÁRIO (COMUNIDADE)

COMUNIDADE SANTO TOMÁS DE AQUINO

CENTRO SOCIAL MARISTA (COMUNIDADE)

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DAS ILhAS (COMUNIDADE)

COMUNIDADE MARISTA DA GLóRIA

PUCRS – PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATóLICA DO RIO GRANDE DO SUL

PUCRS – CAMPUS APROXIMADO NOSSA SENhORA DE FÁTIMA

PUCRS – hOSPITAL SÃO LUCAS

SEDE PROVINCIAL – (UNIÃO SUL BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ENSINO – USBEE / SOCIEDADE MERIDIONAL DE EDUCAÇÃO – SOME)

CENTRO MARISTA DE COMUNICAÇÃO – CMC

VIDEOMARIS

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RECANTO MARISTA DO LAMI

FTD – FILIAL PORTO ALEGRE

RIO gRAnDE | COLéGIO MARISTA SÃO FRANCISCO

CENTRO SOCIAL MARISTA DO RIO GRANDE

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA DE RIO GRANDE (COMUNIDADE)

CASA DE VERANEIO DOS IRMÃOS MARISTAS

SAnTA cRUZ DO SUl | CENTRO MARISTA N. S.ª DA BOA ESPERANÇA

COLéGIO MARISTA SÃO LUÍS

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA (COMUNIDADE)

SAnTA MARIA | CENTRO SOCIAL MARISTA SANTA MARTA

COLéGIO MARISTA SANTA MARIA

ESCOLA MARISTA DE ENSINO FUNDAMENTAL SANTA MARTA

COMUNIDADE MARISTA SANTA MARIA

RESIDêNCIA MARISTA DO CERRITO (COMUNIDADE)

COMUNIDADE MARISTA SANTA MARTA

CENTRO MARISTA DE EVENTOS – CME

SAnTO ângElO | COLéGIO MARISTA SANTO âNGELO

CENTRO SOCIAL MARISTA DE SANTO âNGELO

CENTRO DE FORMAÇÃO MARISTA (COMUNIDADE E PRé--POSTULADO)

SÃO FRAncIScO DE pAUlA | CENTRO DE PESQUISAS E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA – PUCRS

TRAMAnDAÍ | CASA DE VERANEIO JARDIM DO éDEN

URUgUAIAnA | COLéGIO MARISTA SANT’ANA

COMUNIDADE MARISTA

VERAnÓpOlIS | RECANTO MARISTA MEDIANEIRA – RMM

INSTITUTO NOSSA SENhORA MEDIANEIRA (COMUNIDADE)

VIAMÃO | CASA SÃO JOSé (COMUNIDADE)

CENTRO EDUCACIONAL MARISTA GRAÇAS

COMUNIDADE MARISTA NOSSA SRA. DAS GRAÇAS

INSTITUTO MARISTA GRAÇAS

MEMORIAL ChAMPAGNAT

PUCRS – CAMPUS VIAMÃOREGIÃO SUDESTEESPÍRITO SANTOcOlATInA | COMUNIDADE MARISTA DE COLATINA

CENTRO MARISTA DE PASTORAL – CMP

COLéGIO MARISTA DE COLATINA

ESCOLA MARISTA SÃO MARCELINO ChAMPAGNAT

TEATRO MARISTA

VIlA VElHA | COMUNIDADE MARISTA NOSSA SENhORA DA PENhA (POSTULADO)

CASA DA ACOLhIDA MARISTA DE VILA VELhA

CASA MARISTA DE SEMILIBERDADE

CASA MARISTA DE PONTA DA FRUTA

CENTRO SOCIOEDUCATIVO MARCELINO ChAMPAGNAT – CMC (PARCERIA COM A UBEE)

COLéGIO MARISTA NOSSA SENhORA DA PENhA

COMUNIDADE MARISTA NOSSA SENhORA DA PENhA

TEATRO DOMÍCIO MENDES

MINAS GERAISBElO HORIZOnTE | COMUNIDADE MARISTA DA BETâNIA

CASA DA ACOLhIDA MARISTA DE BELO hORIZONTE

CENTRO DE ESTUDOS MARISTAS – CEM

CENTRO DE PRODUÇÃO DE TV E VÍDEO - CPTV

CENTRO MARISTA CIRCUITO JOVEM -BELO hORIZONTE

CENTRO MARISTA CRERSENDO

CENTRO MARISTA DE EDUCAÇÃO E CIDADANIA – CEMEC

CENTRO MARISTA DE PASTORAL – CMP

COLéGIO MARISTA DOM SILVéRIO

COMUNIDADE MARISTA DA BETâNIA

ESCOLA MARISTA ChAMPAGNAT DE BELO hORIZONTE – EJA

JUNIORATO ChAMPAGNAT

FUNDAÇÃO L’hERMITAGE: PROJETO AMIGO DA ÁGUA,

RÁDIO 98 FM, RÁDIO RIO VERMELhO

LAR MARISTA JOÃO BATISTA BERNE

MARISTA hALL (ChEVROLET hALL) – TEATRO DOM SILVéRIO

FTD - FILIAL BELO hORIZONTE

MOnTES clAROS | COMUNIDADE MARISTA DE MONTES CLAROS

CENTRO MARISTA DE PASTORAL – CMP

COLéGIO MARISTA SÃO JOSé

pATOS DE MInAS | COMUNIDADE MARISTA DE PATOS DE MINAS

COLéGIO MARISTA DE PATOS DE MINAS

RIBEIRÃO DAS nEVES | CENTRO MARISTA REFLORESCER

RECANTO MARISTA - REMAR

SÃO VIcEnTE DE MInAS | CENTRO MARISTA DE PASTORAL – CMP

COLéGIO MARISTA SÃO VICENTE DE MINAS

TEATRO MARISTA IRMÃO EXUPERâNCIO

UBERABA | COMUNIDADE MARISTA DE UBERABA

CASA DA ACOLhIDA MARISTA DE UBERABA

COLéGIO MARISTA DIOCESANO

UBERlânDIA | COLéGIO MARISTA ChAMPAGNAT

VARgInHA | CENTRO MARISTA FLORESCER

COLéGIO MARISTA DE VARGINhA

TEATRO MESTRINhO

RIO DE JANEIROMEnDES | CENTRO MARISTA SÃO JOSé DAS PAINEIRAS

pETRÓpOlIS | VILA MARISTA SÃO FRANCISCO

RIO DE JAnEIRO | COMUNIDADE MARISTA DA TIJUCA

CASA DA ACOLhIDA MARISTA DO RIO DE JANEIRO

CENTRO CULTURAL MARISTA DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE PRODUÇÃO DE TV E VÍDEO – CPTV

COLéGIO MARISTA SÃO JOSé – TIJUCA 61

FTD – FILIAL RIO DE JANEIRO

SÃO PAULOcAMpInAS | CENTRO DE FORMAÇÃO MARIA MÃE DA IGREJA – NOVICIADO

INSTITUTO NOSSA SENhORA MEDIANEIRA

CENTRO SOCIAL MARISTA IR. ELIAS DAVID

SÃO pAUlO | RESIDêNCIA MARISTA DA ACOLhIDA (COMUNIDADE)

VILA MARISTA BORACéIA

RESIDêNCIA MARISTA IRMÃO LOURENÇO (COMUNIDADE)

COLéGIO MARISTA ARQUIDIOCESANO COLéGIO MARISTA NOSSA SENhORA DA GLóRIA

CENTRO SOCIAL MARISTA IR. LOURENÇO

CENTRO SOCIAL MARISTA IRMÃO JUSTINO

CENTRO SOCIAL MARISTA ITAQUERA I

CENTRO SOCIAL MARISTA ROBRU

EDITORA FTD S.A.

FTD – FILIAL SÃO PAULO

gUARUlHOS | PARQUE GRÁFICO

RIBEIRÃO pRETO | COLéGIO MARISTA DE RIBEIRÃO PRETO

RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

CENTRO SOCIAL MARISTA IR. RUI LEOPOLDO DEPINé

SAnTO AnTônIO DA AlEgRIA | RESIDêNCIA MARISTA (COMUNIDADE)

CENTRO RURAL ÁGUAS DA PARATA (FAZENDA)

SAnTOS | CENTRO SOCIAL MARISTA LAR FELIZ

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| MUNDO MARISTA A cada edição uma nova curiosidade para você

Um M cheio Veja como é formada a marca marista

A marca marista é reconhecida em 79 países em todo o mundo e representa os va-lores comuns a toda e qualquer instituição marista, no Brasil e no mundo. Mas você sabe quais significados estão por trás do “M” Marista?

O emblema marista é composto por um “A” no meio do “M”, iniciais da expressão “Ave Maria”. As letras, entrecruzadas e estilizadas, foram unidas para identificar a espiritualidade marial.

de significados

1. Mãe de Jesus

2. Companheira fiel de José

3. Discípula de Jesus

4. Mãe da comunidade cristã

5. Atenta à necessidade das pessoas

6. Caminhante na fé

7. Missionária

8. Perseverante nas crises e nas dificuldades

9. Iluminada pelo Espírito Santo

10. Aprendiz da vida

11. Toda de Deus e tão humana

12. Profeta da justiça e da esperança

EstrelasA coroa de estrelas representa os doze privilégios que Maria, mãe de Jesus, recebeu:

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MULTIPLICAMOS BOAS NOTÍCIAS

Palavras podem andar depressa e até voar. Podem construir, registrar, bendizer, eternizar. A especialidade da Editora Ruah é reuni-las, organizá-las e multiplicá-las em revistas. Fazemos isso pelo Grupo Marista com as revistas Em Família (Rede de Colégios), Vida Universitária (PUCPR), Brasil Marista (Umbrasil) e podemos fazer pela sua empresa também.

Palavrastêm vida

www.editoraruah.com.br

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O nosso Sistema de Ensinotem FTD em seu DNA.

O FTD Sistema de Ensino já nasceu com o DNA da FTD, uma editora conectada à Educação brasileira há mais de 100 anos. O nosso Sistema apresenta os conteúdos das diferentes disciplinas em um único material, para que o aluno forme, ao final do curso, um conjunto equilibrado de conhecimentos. O FTD Sistema de Ensino é sinônimo de educação e conhecimento. E, como ele, não tem nada igual.

0800 729 3232 www.ftdsistemadeensino.com.br