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Brasil: industrialização e
política econômica
IFMG - Campus Betim
Professor Diego Alves de Oliveira
Disciplina de Geografia - 3º Ano
2016
Brasil: industrialização e
política econômica
grande quantidade de trabalhadores;
aumento nos fluxos migratórios;
produtos e serviços;
construção de moradias;
surgimento de novos bairros;
investimento em transportes coletivos e etc.
Industrialização brasileira
Origens da industrialização
• Começa incipiente, no século XIX (barão
de Mauá), durante a 1º Guerra Mundial,
houve um processo significativo. Ocorreu
devido a falta de mercadorias no Brasil.
• Houve uma predominância de bens de
consumo não duráveis e investimentos de
capital privado nacional (70% em 1919 e
58% em 1939).
Origens da industrialização
• As atividades terciárias (serviços, comércio,
energia, transportes, sistema bancário) sempre
apresentaram índices de crescimento maiores
do que o setor agrícola e industrial.
• Exemplo: a agricultura cafeeira (principal
atividade econômica do Brasil no início do
século XX) exigia uma rede de transportes
(ferrovias). Também houve a implantação de um
sistema bancário e comercial para atender as
cidades, integrados a economia mundial.
Origens da industrialização
• Contribuiram para o desenvolvimento industrial:
• Crise econômica de 1929, no sudeste, que reduziu o volume e importância das exportações do café, contribuindo para a diversificação da produção agrícola;
• A Revolução de 1930, tirou a oligarquia paulista do poder, abrindo espaços políticos-administrativos a favor da industrialização (apoiadores de Getúlio Vargas).
• Apesar disso, até 1970, a agricultura foi a principal responsável pelas exportações brasileiras.
Origens da industrialização
• A redução da entrada de mercadorias a partir de 1929, retirou a competição com as indústrias nacionais.
• O Café, permitiu a acumulação de capitais, que serviram para implantar a infraestrutura necessária a industrialização. Os barões do café de São Paulo, aplicavam na Bolsa de Valores, dinheiro que ficou disponível para ser usado nas indústrias e infraestrutura (ferrovias até o porto de Santos). Haviam os imigrantes, liberados dos cafezais e residindo nas cidades e uma significativa produção de energia elétrica.
Origens da industrialização
• Esses fatores se reuniram principalmente na cidade de São Paulo (capital, trabalhador qualificado, infraestrutura), mas também nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais houve um impulso da industrialização.
• Predominou o capital de origem nacional, oriundo de atividades agroexportadoras.
Origens da industrialização
• A política industrial feita pelo governo
Federal era:
• substituir as importações;
• obter um superavit na balança comercial e
no balanço de pagamentos;
• para permitir um aumento de
investimentos nos setores de energia e
transportes.
O Governo Vargas e a política de
"substituição de importações"
• Getúlio governou de 1930 até 1945, quando a economia
capitalista mundial se baseava no liberalismo
econômico. Após a crise, iniciou-se o período em que o
Estado passa a intervir na economia (keynesianismo).
• Entre 1930 até 1956, a industrialização buscou implantar
indústrias estatais nos setores de bens de produção e
de infraestrutura: siderurgia (CSN), extração de petróleo
e petroquímica (Petrobrás); bens de capital: Fábrica
Nacional de Motores (FNM) e também de extração
mineral (CVRD) e de produção hidrelétrica (CHESF).
O Governo Vargas e a política de
"substituição de importações"
• Como essas atividades não eram atraentes na época ao
capital privado, coube ao Estado fazer estes
investimentos.
• Neste período, a atuação do Estado foi decisiva para
impulsionar e diversificar o parque industrial do Brasil,
ao mesmo tempo, combatendo as dificuldades
econômicas.
• Como?: fornecer os bens de produção; serviços que os
industriais privados necessitavam; preços mais baixos
que os demais privados. Era uma política nacionalista.
O Governo Vargas e a política de
"substituição de importações"• O termo "substituição de importações" pode ser utilizado
desde o início, mas no Governo Vargas, eles surgem medidas fiscais e cambiais voltada a produção interna de mercadorias que eram importadas até então.
• Principais medidas: desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar e a implantação de leis e tributos que restringiam e às vezes proibiam a importação de bens de consumo e de produção que pudessem ser fabricados internamente.
O Governo Vargas e a política de
"substituição de importações"
• Devido a estas intervenções, a produção industrial aumentou muito, exceto no período da 2º Guerra Mundial, em média, inferior a 1% ao ano.
• A atuação do Estado foi importante para estimular o crescimento.
Juros, câmbio e tributos
O Governo Dutra (1946-1951)
• Vargas foi deposto em 1945 e assumiu a
Presidência o general Dutra, que instituiu o
Plano Salte, investindo em saúde, alimentação,
transporte, energia e educação.
• O resultado favorável da balança comercial
durante a 2º Guerra foi utilizado no governo
Dutra para importação de máquinas e
equipamentos para indústrias, reequipamento
dos transportes e incremento de extração de
minerais e energia.
O Governo Dutra (1946-1951)
• Houve uma abertura à importação de bens de
consumo (creme dental, geladeira, chocolates,
brinquedos), contrariando os interesses da
indústria nacional, que defendia a reserva de
mercado.
• Utilizando as reservas, o governo desvalorizou a
moeda (cruzeiro) em relação ao dólar e emitiu
mais papel-moeda, provocando inflação e suas
consequências.
Fórmulas para o crescimento
• Durante a 1º metade do século XX,
existiam várias teorias para promover o
crescimento econômico: a neoliberal; a
desenvolvimentista-nacionalista e a
nacionalista radical.
• Texto da página 17.
O retorno de Getúlio e da política
nacionalista
• Retornando por meio do voto do povo em 1951, Vargas retomou seu projeto nacionalista: investir em setores que deram suporte e impulsionaram o crescimento econômico (transporte, comunicações, energia elétrica e petróleo); e restringiu a importação de bens de consumo.
• Exemplo: criação da Petrobrás (1953) e do Banco Naciona de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES (1952).
O retorno de Getúlio e da política
nacionalista
• Getúlio representava a política nacional-desenvolvimentista e seus opositores defendiam a fórmula neoliberal.
• Os liberais diziam que o crescimento industrial dependia da exportação de produtos primários (assim, qualquer crise ou queda de preços desses produtos, resultava em crise nesse setor).
• Obs: Em 1954, em meio a crise política, vargas suicidou-se. Café Filho, seu vice, assumiu até 1956.
Juscelino Kubitschek e o Plano de
Metas
• Este período - 1956 a 1961 experimentou
um grande crescimento econômico, por
meio do Plano de Metas, que investiu em
agricultura, saúde, educação, energia,
transportes, mineração e construção civil,
tornando o Brasil um pólo de investimento
estrangeiro.
Juscelino Kubitschek e o Plano de
Metas
• Com o lema "50 anos em 5", interiorizou a ocupação do território integrando parte meio rural aos grandes centros urbano-industriais. A construção de Brasília (1960) buscava a modernização do país, ainda dominado por estruturas do período agrário-exportador.
• 73% dos investimentos foram para energia e transportes (hidreletricidade, carvão mineral, nuclear, pretróleo) na construção de rodovias e sua pavimentação, melhoria de portos, aeroportos e muito pouco nas ferrovias.
Juscelino Kubitschek e o Plano de
Metas
• Ao mesmo tempo em que houve grande
investimento estatal em infraestrutura e
incentivos, também ocorreu grande investimento
de capital estrangeiro, resultando em
crescimento da produção industrial, nos setores
automobilístico, químico-farmacêutico e de
eletrodomésticos. Assim, o parque industrial
brasileiro passou a produzir bens de consumo
duráveis, continuando a política de substituição
de importações.
Juscelino Kubitschek e o Plano de
Metas
• Neste período, consolidou-se o tripé da produção industrial do Brasil:
• - bens de consumo não duráveis (vem desde a 2º metade do século XIX) com amplo capital privado nacional;
• - bens de produção e bens de capital com investimento estatal no governo de Vargas;
• - bens de consumo duráveis, com forte participação de capital estrangeiro.
Juscelino Kubitschek e o Plano de
Metas• As consequências do Plano de Metas foram o aumento da
inflação e da dívida externa, contraída para financiar os investimentos.
• A opção pelo modal rodoviário, não recomendável ao Brasil, diminuiu a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional.
• Acentou-se a concentração de indústrias na região sudeste, aumentando os contrastes regionais, aumentando as migrações internas, provocando o crescimento acelerado e desordenado dos grandes centros urbanos.
• Esta concentração promoveu a criação de uma política federal de planejamento para o desenvolvimento das demais regiões como a SUDENE (1959), SUDAM, SUDECO, SUDESUL e a CODEVASF. Estas foram extintas ou transformadas em agências no início da década de 1990.
O Governo João Goulart e a
tentativa de reformas
• Ele havia sido ministro do Trabalho de Vargas e Vice Presidente de JK e Jânio Quadros. Seu governo começa com a renúncia de Jânio, em 1961, associado com os problemas econômicos de JK, dívida externa e inflação.
• Sua posse ocorreu após a implantação do Parlamentarismo, devido a crise institucional dos setores militares, que desqualificavam Jango por motivos de segurança nacional.
O Governo João Goulart e a
tentativa de reformas
• Durante seu governo, ele não conseguiu
estruturar uma diretriz de política econômica,
houve inflação, desemprego, redução nas taxas
de crescimento e greves em 1962.
• Houve um plebiscito em janeiro de 1963,
quando o país decidiu o retorno ao
presidencialismo com 82% dos votos, o que
confiou muitos poderes ao presidente.
• Foram propostas então as reformas de base.
O Governo João Goulart e a
tentativa de reformas
• Era uma ampla reforma dos sistemas tributário,
bancário, eleitoral, regulamentação dos
investimentos estrangeiros, remessa de lucros
ao exterior, reforma agrária e mais
investimentos em educação e saúde.
• Era uma política nacionalista (tachada de
comunista) pelos setores conservadores,
criando condições para 31 de março de 1964.
• Ler 2º§ da 2º coluna da página 21.
O Período Militar
• A partir de 1º de abril de 1964, o país foi governado por uma estrutura de poder ditatorial.
• Neste período, houve um crescimento econômico muito significativo (43º para 9º PIB do mundo capitalista).
• No entanto, a desigualdade social agravou-se muito no período, e o endividamento externo também.
• Texto As distorções do "milagre brasileiro". Pág. 21.
O Período Militar
Os 20% mais ricos
Década 1960 54% da renda nacional
Década 1970 62% da renda nacional
1989 67,5% da renda nacional
O Período Militar
• Entre 1968 e 1973, ocorreu o chamado "milagre econômico". Ver gráfico da evolução anual do PIB da pág. 22.
• Causa: ivestimento estatal na expansão de serviços: energia, transporte, telecomunicações (Ex: Transamazônica). Várias obras tinham necessidade, rentabilidade ou eficiência questionáveis.
• O capital estrangeiro entrou em vários setores da economia, principalmente em minerais metálicos (Carajás), expansão de áreas agrícolas (monoculturas), indústrias química e farmacêutica e fabricação de bens de capital (máquinas e equipamentos) utilizados em outras indústrias de bens de consumo.
O Período Militar
• "Fazer o bolo crescer para depois repartí-lo."
• Ler texto da página 23, 1º e 2º§.
• Problema da inflação versus trabalho x qualificação x concentração eterna da renda x acesso aos serviços públicos....
• No fim da década de 1970, os EUA elevaram a sua taxa de juros no mercado internacional, provocando redução de investimento em países em desenvolvimento e aumento dos juros da dívida externa, devido as taxas flutuantes.
O Período Militar
• "Exportar é o que importa" foi a saída do governo.
• Mas como os produtos do Brasil seriam competivivos?
• Qualidade?
• Preço?
• Investimento em tecnologia?
• Mercadorias de um país em desenvolvimento.
O Período Militar
• Consequências para o mercado interno de consumo:
• - redução do poder de compra dos assalariados (arrocho salarial);
• - subsídios fiscais para exportação;
• - negligência com o meio ambiente;
• - desvalorização cambial: a valorização do dólar em relação ao cruzeiro (moeda da época) facilitava as exportações e dificultava as importações.
• - diminuição do poder aquisitivo das famílias para combater o aumento dos preços.
O Período Militar
• As medidas favoreceram a venda de
produtos no mercado externo, mas
prejudicaram o mercado interno.
• Paradoxo: a economia cresce, mas o povo
empobrece.
• Texto página 24: 3º§.
O Período Militar
• A ciranda financeira, a crise mundial em
1979 e a elevação da inflação:
• 1º§ da 2º coluna da página 24.
O Período Militar
• Investimento estatal na economia para as
empresas ineficientes.
• 2º§ da 2º coluna da página 24.
• Gráfico página 25.
O Período Militar
• Este período ficou marcado pela
imposição das necessidades de
crescimento econômico (das empresas
com o apoio do Estado) em detrimento
das ações de desenvolvimento humano.
• O objetivo de qualquer governo é
aumentar a produção econômica.
O Período Militar
• O objetivo de qualquer governo é
aumentar a produção econômica.
• O problema é saber como atingir isso,
sem comprometer investimentos em
serviços públicos, que permitam a
melhoria da qualidade de vida da
população.
O Período Militar
• Os processos de industrialização e
urbanização (principalmente pelo intenso
êxodo rural) resultaram em melhoria da
natalidade e mortalidade (queda) e
aumento da expectativa de vida.
• Nas cidades aumentou o acesso a
saneamento básico e atendimento
médico-hospitalar, remédios, vacinação.
O Período Militar
• Resumo: texto "depois da tempestade,
vem o "milagre", pág. 25.