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PRÊMIO ALICE BOTTASSEXTA, ÀS 18h30, NO INSTITUTO FEMININO

Edição Diária 7169 | Salvador, terça-feira, 14.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

BRASIL

Governo Temer vira as costas para os trabalhadores

Plano privado de aposentadoria, um perigo

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Lutar contra o neoliberalismo é lutar contra a concepção que o preside, de que tudo tem preço, tudo se compra, tudo se vende, até mesmo governos e parlamentares”.

EMIR SADER – CIENTISTA POLÍTICO, SOCIÓLOGO E PROFESSOR DA USP

Amanhã, Dia Nacional de Luta, os bancários fazem paralisação durante a manhã contra a reforma da Previdência, que praticamente inviabiliza a aposentadoria. À tarde, às 15h, a categoria participa de passeata, com saída do Campo Grande. Página 3

De volta às ruas,pelo Fora Temer

Para justificar a reforma, o governo criou um rombo na Previdência, que não existe. Bancários protestam

manoel porto

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 14.03.20172 BRASIL

Compromisso do governo é apenas com o grande capital. Uma lástimaREDAçãO imprensa@bancariosbahia.org.br

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

É guerra contra o trabalhador

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

AS MEdIdAS de Michel Temer, à primeira vista, parecem mera irresponsabilidade ou delírio. Mas, ao analisar os fatos em con-

junto, fica claro que o governo formado pela aliança PSDB-PMDB-DEM está em guerra com os trabalhadores e o campo de batalha está armado.

Em apenas uma semana, três bombas foram lançadas. A primeira é o projeto de lei que padroniza as decisões dos juízes do trabalho. A segunda vem do próprio Temer, que pediu ao presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), minis-tro Ives Gandra Martins Filho, que sus-

pendesse a divulgação da lista do traba-lho escravo no Brasil.

A terceira bomba mostra o quanto os parlamentares estão comprometidos com o grande capital. O presidente da Câma-ra Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afir-mou que “a Justiça do Trabalho não deve-ria nem existir”.

Tem ainda a terceirização e a reforma da Previdência. Com tudo isso, o Judiciário de mãos atadas e os sindicatos enfraquecidos, os trabalhadores serão reduzidos a escravos e as empresas ficarão cada vez mais ricos. São tempos tenebrosos, não há como negar.

EDITAL ASSEMBLEIA EXTRAORDINÁRIA ESPECÍFICA O Sindicato dos Bancários da Bahia inscrito no CNPJ/MF sob o n° 15.245.095/0001-80, Registro Sindi-cal no 100.085.15147-1, por seu pre-sidente abaixo assinado, convoca todos os empregados bancários, as-sociados ou não, que prestam ser-viços no Banco BMG S.A, na base territorial deste Sindicato, para a as-sembleia extraordinária específica que se realizará no dia 16 de março de 2017 às 10h, em primeira convo-cação e às 10h30, em segunda con-vocação, no endereço sito. à rua Da Espanha, 2 - Edifício Martins - Sala 1 e 2 - Comércio - CEP: 40010-040 - Salvador – BA, para discussão e de-liberação acerca da seguinte pauta: discussão e aprovação dos Acordos Coletivos de Trabalho sobre Sistema Alternativo Eletrônico de Jornada de Trabalho com período de vigên-cia de dois anos, e, sobre Programa Próprio de Participação nos Resulta-dos, exercícios de 2016 e 2017 com vi-gência compreendida no período de 01/01/2016 a 31/12/2016 e 01/01/2017 a 31/12/2017 respectivamente, a ser celebrado com o Banco BMG S.A.

Salvador 13 de março de 2017.

Augusto VasconcelosPresidente

Após pressão, BTG paga hora extraOS PROTESTOS deram resultado e o BTG Pactual se comprometeu em regularizar a

situação das horas extras dos trabalhadores em um prazo de três meses. O banco infor-mou ainda que vai investir na reorientação de gestores e funcionários para que se adap-tem a mudança.

Os bancários denunciaram incessante-mente os desrespeitos. Muitos eram obri-gados a cumprir até 16 horas de trabalho por dia. Além disso, trabalhavam também aos sábados sem nenhum acréscimo de pa-gamento de hora extra no fim do mês. Um verdadeiro absurdo.

Diante do compromisso assumido pelo banco, espera-se que agora a Con-venção Coletiva de Trabalho seja respei-tada, sendo seis horas diárias e os sába-dos de descanso. Funcionário do BTG fez hora extra e quer receber

Presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ataca a Justiça do Trabalho. Lamentável

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, terça-feira, 14.03.2017 3BRASIL

Bancários fazem paralisações nas agências, amanhãROSE LIMA imprensa@bancariosbahia.org.br

joão ubaldo

Contra reforma da Previdência e terceirização

ESTá chegando a hora. Ama-nhã, trabalhadores de todo o país ocupam as ruas para pro-testar contra a reforma da Pre-vidência. A proposta que Temer tenta fazer o brasileiro engolir goela abaixo prevê aposenta-doria a partir dos 65 anos e 49 anos de contribuição.

Os trabalhadores de Salva-dor também devem partici-par em massa. Quanto maior a pressão, melhor. Na cidade, as manifestações começam logo cedo, às 7h, em frente ao Sho-pping da Bahia. À tarde, acon-tece uma grande passeata, com concentração às 15h, no Cam-po Grande.

O Dia Nacional de Luta, hoje, também é contra a reforma tra-

balhista e o projeto que libera a terceirização em todas as áreas, inclusive na atividade-fim. To-das as propostas tramitam atu-almente no Congresso Nacional e os parlamentares comprome-tidos com o grande capital já in-dicaram que vão aprovar tudo. Um retrocesso para o país.

“Não podemos aceitar cala-dos os ataques constantes aos nossos direitos que Temer or-questra desde que assumiu o poder. O governo quer de uma só vez precarizar as relações de trabalho, com a terceirização, flexibilizar os direitos, com a reforma trabalhista e impedir o trabalhador de se aposentar”, destaca o presidente da CTB--Bahia, Aurino Pedreira.

Bancários protestamOs bancários protestam e

fazem paralisação nas agên-cias, amanhã, Dia Nacional de Luta, até 12h. A decisão foi to-mada em assembleia, ontem, no Sindicato.

Saúde do bancário em pauta com a FenabanA SEMANA começa com as atenções voltadas para a saúde do bancário. Hoje, o Comando Nacional e a Fenaban (Federa-ção Nacional dos Bancos) deba-tem sobre assédio moral.

A prática é recorrente nas agências e contribui significa-tivamente para o aumento das doenças relacionadas ao traba-lho, sobretudo as de cunho psi-cológico.

Segundo última pesquisa fei-ta, em 2013, mais de 18.671 ban-cários foram afastados das ativi-dades por problemas de saúde,

52,7% por conta de transtor-nos mentais. Diante do número alarmante, é fundamental am-pliar o debate para combater o assédio nas agências.

Comando Nacional dos Bancários e Fenaban dedicam dois dias para debater sobre a saúde. Ontem, o encontro foi da Comissão Bipartite de Saú-de do Trabalhador, que discu-te as condições de trabalho da categoria, com o objetivo de apontar solução para os pro-blemas enfrentados pelos tra-balhadores.

Calor continua no Banco do Brasil da GaribaldiPARA variar, o Banco do Brasil promete, mas não cumpre e o calor continua insuportável na agência da Garibaldi, em Salva-dor. O problema no sistema de

refrigeração se arrasta há oito meses. Diante da situação, on-tem, o Sindicato dos Bancários da Bahia paralisou as atividades na bateria de caixas.

O atendimento aos clientes foi direcionado para o andar supe-rior e acontece de forma contin-genciada. Cinco pessoas entram por vez no local, também com problema no ar-condicionado, que funciona parcialmente.

O assunto será tratado em reunião com a Superintendên-cia da instituição financeira, hoje, às 16h. É inadmissível que uma instituição financeira com o porte do BB negligencie com as condições de trabalho e de atendimento. Temperatura alta no BB da Garibaldi Em assembleia, ontem, bancários decidem engrossar protesto Fora Temer

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, terça-feira, 14.03.20174

SAQUE

RETROCESSO

Trabalhador não tem garantias. Valor do benefício é menorREDAçãO imprensa@bancariosbahia.org.br

Previdência privada é um esparro

O TRABALhAdOR deve se li-gar. A reforma da Previdência de Michel Temer tem muito mais prejuízo do que se pode imaginar. Os pré-requisitos para que o brasileiro garanta aposentadoria integral são tão rígidos que, se aprovada, a me-dida praticamente impede o ci-dadão de requerer o direito.

Na real, o que o governo quer é acabar com a Previdên-cia pública para atender aos in-teresses do sistema financeiro.

No entanto, é bom ficar aten-to aos números. Um estudo da Anapar (Associação Nacional dos Participantes do Fundo de Pensão) aponta que um homem que começa a trabalhar aos 26 anos com média salarial de R$ 937,00 deve se aposentar aos 63 anos, com aposentadoria de R$ 942,62 pela Previdência Social. Já com o plano privado, o va-lor cai para R$ 352,15. Um tre-mendo esparro.

Vale destacar ainda que a Previdência Social é assegu-rada pelo Estado e pela Cons-tituição federal, por meio de impostos e contribuições, ao contrário dos planos priva-dos que não oferecem nenhum tipo de garantia além do con-trato com o banco.

Campanha em favor do povo indígena de BanzaêA PARTIR de amanhã, o Sindi-cato dos Bancários da Bahia pro-move um mutirão para a entrega de donativos em favor dos habi-tantes do município indígena do Banzaê, Nordeste do Estado.

A campanha humanitária acontece até o dia 22. Os interes-sados devem doar um quilo de alimento não perecível, no Giná-sio de Esportes, ladeira dos Afli-tos, Centro.

A estiagem tem castigado os

moradores do local.Muitos mi-gram para outros municípios à procura de trabalho.

Povo de Banzaê sofre com estiagem

EXCEÇÃO A decisão da juíza Cristina Inokuti, da 3ª Vara Cível de São Paulo, que mandou retirar do site do PT críticas ao ex-ministro da Justiça e hoje ministro do STF, Alexandre de Moraes, só faz reafirmar o temeroso caminho rumo ao Estado de exceção tomado pelo Brasil pós golpe. A ruptura institucio-nal do impeachment do ano passado abriu espaço para todo tipo de excepcionalidade e intolerância à diversidade.

PEQUENO "Castrar a potencial candidatura de Lula é café pequeno. A angústia reacionária decorre da impossibilida-de ontológica de raptar seu gigantesco simbolismo de grande eleitor". Do cientista político Wanderley Guilherme dos San-tos, sobre a maior obsessão das elites ultraconservadoras no momento, que é prender ou inabilitar, de qualquer jeito, o líder disparado na corrida presidencial.

RIBALTA Para o jornalista Andrei Meireles, do blog Os Di-vergentes, nos próximos dias o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), “vai para a ribalta da Lava Jato”. Tomara que isso realmente aconteça, pois até agora os tucanos e demo-cratas delatados têm passado incólumes na operação.

INTERESSEIROS Ao insistirem na descriminalização do caixa dois no caso dos financiamentos de campanha pratica-dos até a última eleição, os presidentes da Câmara Federal, Ro-drigo Maia (DEM-RJ), e do PSDB, senador Aécio Neves (MG), advogam em causa própria. Os dois foram citados diversas ve-zes nas delações premiadas da Odebrecht e muitas outras.

SIGILO O único jeito de driblar a rigorosa seletividade da Lava Jato é quebrar o sigilo não apenas nas delações da Ode-brecht, mas de toda a operação. Afinal, até agora o que se vê é extremo rigor para uns e muita complacência para os “amigos do rei” e do grande capital.

PEdALAdA A reforma da Previdência proposta por Temer não passa de uma “pedalada constitucional”, na opinião do economista Eduardo Fagnani, professor da Unicamp. Ele lem-bra que ao meter mão nos recursos do CSLL e do Cofins, o que acontece desde 1989, o governo se retirou do sistema tripartite de Seguridade Social, hoje mantido apenas pelos trabalhadores e patrões. A proposta só atende ao grande capital.