brasil de fato rj - 052

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Rodoviários: movimento grevista já sofre retaliação das empresas APESAR DO DIREITO DE GREVE SER GARANTIDO POR LEI, empresas de ônibus do Rio estão demitindo trabalhadores rodoviários em represália às paralisações realizadas no mês de maio. Segundo lideranças do movimento, “cerca de 100 funcionários” foram demitidos nos últimos dias. Em visita à Terra Santa, papa Francisco tentou mediar o conflito Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 | ano 2 | edição 52 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato Artista surrealista terá obra exposta no CCBB a partir de sexta-feira (30) entrevista | pág. 4 cidades | pág. 3 entrevista | pág. 4 esportes | pág. 15 mundo | pág. 9 “O rap é uma música feita do povo para o povo” O rap deve ter responsabilidade política e social, defende Dexter Divulgação cidades | pág. 6 Músicos quebram rotina de passageiros em transportes sobre trilhos no Rio Metrô vira palco para artistas de rua no Rio Salvador Dalí em exposição no Rio Pablo Vergara Papa oferece “sua casa” a palestinos e israelenses Divulgação Pablo Vergara Figurões da Copa Confira os craques que vão atuar nas seleções de Brasil, Argentina, Bélgica e Alemanha NeymarJRNet Boia Fria Produc o es

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Page 1: Brasil de Fato RJ - 052

Rodoviários: movimento grevista jásofre retaliação das empresasAPESAR DO DIREITO DE GREVE SER GARANTIDO POR LEI, empresas de ônibus do Rio estão demitindo trabalhadoresrodoviários em represália às paralisações realizadas no mês de maio. Segundo lideranças do movimento, “cerca de 100funcionários” foram demitidos nos últimos dias.

Em visita à Terra Santa, papa Francisco tentou mediar o conflito

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 | ano 2 | edição 52 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

Artista surrealista terá obraexposta no CCBB a partir desexta-feira (30)

entrevista | pág. 4

cidades | pág. 3

entrevista | pág. 4

esportes | pág. 15

mundo | pág. 9

“O rap é uma música feita dopovo para o povo”

O rap deve ter responsabilidadepolítica e social, defende Dexter

Divulga

ção

1 | mundocidades | pág. 6

Músicos quebram rotina de passageiros em transportessobre trilhos no Rio

Metrô vira palcopara artistas derua no Rio

Salvador Dalí em exposição no Rio

Pablo Verga

ra

Papa oferece “sua casa” apalestinos e israelenses

Divulga

ção

Pablo Vergara

Figurõesda Copa

Confira os craques que vão atuarnas seleções de Brasil, Argentina,Bélgica e Alemanha

NeymarJRNet

Boia Fria Producoes

Page 2: Brasil de Fato RJ - 052

A poucos dias da aberturada Copa do Mundo de fu-tebol, segue quente o debatesobre as vantagens e des-vantagens da realização domaior evento esportivo noBrasil. Há setores, inclusive,que apontam suas críticas,não para pressionar o go-verno por melhorias sociais,mas para jogarem a favordo fracasso do evento. Que-rendo, com isso, resultadoseleitorais favoráveis para ospartidos associados aos seusinteresses.

É notório, que o governofederal, com anuência doparlamento brasileiro nãotenha enfrentado como de-veria e tenha cedido vergo-

nhosamente às exigênciasda Fifa. Além disso, nas rarasvezes que, em defesa dos in-teresses do país, ele ousouenfrentar o poderio da or-ganizadora principal do ditoevento, essa encontrou namídia uma forte aliada.

As falcatruas da Fifa, seusesquemas de propinas e cor-rupção, documentados emprogramas jornalísticos deredes de TV como a BBC deLondres e em livros publi-cados em inúmeros países,contou sempre com o coni-vente silêncio dos meios decomunicação do Brasil. Nãoé mais segredo a troca de fa-vores e acordos sujos feitosentre a Rede Globo e os “do-

nos” do futebol brasileiroJoão Havelange e RicardoTeixeira.

As lutas populares que de-vem ocorrer durante a Copa,em sua maioria, são justas enecessárias. Diferentes seg-mentos sociais injustiçados

e desassistidos de políticaspúblicas querem aproveitaro período para ganhar forçaem suas lutas por direitos.

A atuação dos movimentospopulares é uma demons-tração do fortalecimento dademocracia de um país.

É saudável que as bandei-ras vermelhas e os rostos semmáscaras voltem a ocuparas ruas. As manifestações po-pulares estiveram semprepresentes nas lutas que pro-moveram conquistas que be-neficiam o povo brasileiro.

Já os que se limitam aoslogan “Não vai ter Copa”são tão passageiros quantoa duração do torneio. Ou al-guém imagina que esses con-

tinuarão saindo às ruas parafortalecer as lutas em defesada saúde, da mobilidade eda educação pública?

editorial | Brasil

Lutas populares durante Copa são justas e necessárias

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 02 | opinião

• Ed

Para anunciar:

Redação Rio:[email protected]

• Ed

CONSELHO EDITORIAL RIO DE JANEIRO : Antonio Neiva, Aurélio Fernandes, JoaquínPiñero, Kleybson Andrade, Mario Augusto Jakobskind, Rodrigo Marcelino, Vito GiannottiEDITORA: Vivian Virissimo (MTb 13.344) REPÓRTER: Bruno Porpetta REVISÃO: Núbia PimentelCOLUNA SINDICAL: Claudia Santiago FOTÓGRAFO: Pablo Vergara ADMINISTRAÇÃO: Carla Guin-dani e Valdinei Siqueira DISTRIBUIÇÃO: Kleybson Andrade DIAGRAMAÇÃO: Stefano Figalo

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente emtodo o país e agora com edições regionais em SãoPaulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Queremoscontribuir no debate de ideias e na análise dos fatosdo ponto de vista da necessidade de mudançassociais em nosso país e em nosso estado.

(21) 4062 7105

Riqueza de uns, pobreza da maioriaeditorial | Rio de Janeiro

• Todo ano uma revista dosEstados Unidos, a Forbes, pu-blica a lista dos mais ricosdo mundo. Entre os bilioná-rios aparecem nomes comoo do norte-americano BillGates, dono da Microsoft, ohomem mais rico do mundo,com uma fortuna de 76 bi-lhões de dólares.

65 bilionários brasileirosestão nessa lista. Chama aten-ção nessa lista a presença debanqueiros e donos de gran-des empreiteiras. Eles são amaioria dentro desse totalde 15 famílias mais ricas doBrasil. Juntas essas famíliastêm mais de R$ 270 bilhões.

Para se ter uma noção, o pa-trimônio dessas 15 famíliasultrapassa 10 vezes a rendade 14 milhões de famílias querecebem o bolsa família.

Vale dizer que esses no-mes são daqueles que de-claram oficialmente seu pa-trimônio à receita federal.Longe dessa “lista oficial”,há aquela dos que de algumaforma escondem sua rique-za. Ou ainda quem pode aténão estar no topo da lista,mas que lucra como nunca,em função da relação man-tida com o poder público.

Como é o caso dos donosdas concessões públicas, ou

seja as empresas pagas pelogoverno para administrar ser-viços como trens, Metrô, bar-cas, rodovias com pedágio eônibus. Eles financiam cam-panhas para prefeitos, gover-nadores e parlamentares edepois têm o retorno do seu

“investimento” na forma da-quela “mão amiga” que sem-pre concede um aumentozi-nho no preço da passagemou na tarifa do pedágio, semexigir melhora nos serviçosprestados a nós.

As empresas são o quechamamos de pessoa jurídi-ca. Você já viu alguma delasentrar em uma zona eleitoralpara votar? Claro que não.Pessoa jurídica não vota e,se não vota, não deveria fi-nanciar campanha de político.Essa é apenas umas das mu-danças que precisamos fazerno nosso sistema político.

Para terminar, essa sema-

na os rodoviários foram leva-dos a paralisar suas atividadesmais uma vez. Aqueles mes-mos patrões que lucram mui-to com os governos de Eduar-do Paes e de Luiz FernandoPezão estão de mesquinhariacom os trabalhadores.

A luta dos rodoviários éjusta e o aumento que exigemé pouco diante dos lucros dasempresas. Que sua batalhatraga não só melhores saláriose condições de trabalho dig-nas, mas que seja a oportu-nidade para pensarmos noquanto a riqueza dos mais ri-cos tem relação com a po-breza dos mais pobres.

“A luta dos rodoviariose justa e o aumentoque exigem e poucodiante dos lucros das empresas________________

“É saudável que as bandeirasvermelhas e osrostos sem más-caras voltem aocupar as ruas_____________

Cartas dos leitores

A Linha de ônibus 771 CampoGrande x Coelho Neto nãoquer fazer integração do Bi-lhete único. É absurdo isso!Criaram esta linha para fazerintegração mais não funciona!No entanto, essa diferençasai do bolso dos TRABALHA-DORES, e eu sou uma dasTRABALHADORAS prejudi-cadas. Não adianta reclamarcom a central do Bilhete Úni-co, já liguei várias vezes e atéagora não tive resposta algu-ma. Já não aguento mais serenganada!

Maria Basilia

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Joana Havelange, filha de Ricardo Teixeira eneta de João Havelange, compartilhou emuma rede social um texto que cita que houveroubo na organização da Copa. Detalhe: ela édiretora do Comitê Organizador Local (COL)da Copa. O texto diz o seguinte: “Não vou tor-cer contra, até porque o que tinha que sergasto, roubado, já foi”. Pede pra sair!

O juiz Caio Márcio Gutterres Taranto man-dou muitíssimo bem. Ele aceitou a denúnciado Ministério Público Federal do Rio contracinco militares reformados pela morte do ex-deputado Rubens Paiva, ocorrida em 1971,durante a ditadura militar. Em sua decisão, ojuiz disse que crimes contra a humanidadenão estão amparadas pela Lei de Anistia.

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 cidades | 3

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

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mandou mal

mandou bem

Uma manifestação de professores estaduais e municipais foifortemente reprimida pela Polícia Militar na tarde destaquarta-feira (28). Os policiais usaram spray de pimenta ebombas de gás lacrimogêneo, provocando correria e protestodos educadores que estão em greve desde o dia 12 de maio.

"Acho que pode serum exemplo para que aqueles

que estão chegando vejamque eles também podem",disse Ivone Caetano, primeira

desembargadora negra do Rio de Janeiro,empossada nesta semana.

frase da semana

TiRO, PORRADA E bOMbA!

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!!Acontece nesta quinta-feira (29), às 10h, na Câmarade Vereadores, uma audiência pública que definirá odestino das 210 pessoas desabrigadas do terreno da Oi.Elas lutam pelo direito de participar do programa“Minha Casa Minha Vida” ou “aluguel social”.

Presença de 2.500 militares no Conjunto de Favelas daMaré custa R$ 1,7 milhãopor dia.

se liga!

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Marcos Fernandes deOmena se apresenta comomais um dos milhares de jo-vens negros que foram salvospelo hip-hop no Brasil. Nofim de sua adolescência po-bre, foi através da músicados Racionais Mcs, que suaconsciência despertou e lhesurgiu uma nova personali-dade. Marcos se transformouem Dexter.

Na prisão, onde ficou por13 anos e três meses, fundouo grupo 509-E. Agora, poucomais de três anos como ho-mem liberto, o rapper estáfocado na carreira solo. ODVD “Dexter e convidados– A liberdade não tem preço”será lançado em breve.

Brasil de Fato - Como vocêcomeçou no rap?Foi quando eu ouvi “Pânicona zona sul”, dos RacionaisMCs, com 17 anos. Naqueleexato momento, a músicamapeou tudo pra mim. Por-que falava de uma realidadeque eu também vivia emDiadema, e o Brown cantavasobre o Capão Redondo, nazona sul de São Paulo. Alémde me identificar com a ba-tida teve a ideia também.Foi um chamado para mim,uma convocação mesmo. As-sim como aconteceu comigo,aconteceu com milhares dejovens na década de 1990.Quando eu ouvi a música,eu entendi que existe res-ponsabilidade e que eu tinhaa minha para tentar mudaraquela realidade. A cartilhado hip-hop me disse o se-

guinte: se você quer ser bemsucedido no rap, vá estudar.Foi o que eu fiz.

Brasil de Fato - Quem cantarap tem uma responsabi-lidade de representar essacultura? O rap é uma música dife-renciada. Quem está no hip-hop conhece uma cartilha,ou pelo menos deveria co-nhecer. A primeira coisa éter respeito por essa culturaque salva vidas. O rap é aúnica coisa que reúne aspessoas para falar de cons-ciência, de autoestima, po-lítica social e racial. Enfim,é uma música feita do povopara o povo. Nós queremos

a tão sonhada revolução daspessoas. Por isso que façorap, porque acredito nelecomo válvula de escape paraa juventude que se envolvecom o crime e com a osten-tação doutrinada pela tele-visão. Eu sou um jovem quefoi salvo pelo rap. Provavel-mente já seria mais um as-sassinado pela polícia oupelo próprio crime, pelasdrogas, não sei.

Brasil de Fato - O que vocêacha do funk ostentação?Eu estive na Liga do Funkesses dias e no meio da trocade ideias com os jovens, eufalei que o rap também in-centiva as pessoas a terem

as coisas, mas de uma formaleal. O rap ensina que vocêpode ter as coisas estudando,correndo atrás de uma formalegítima e que não te preju-dique. Inclusive eu me sur-preendi que os jovens de láme disseram que esses gran-des nomes que estão na TVdizendo quantos carros, mo-tos, peças de ouro e mulherestêm, não os representam. Eme disseram que eu, oBrown, o Bill e o GOG re-presentamos. Eu achei cu-rioso e procurei entender.Percebi que está muito mais

enraizada a ideologia do hip-hop do que a da ostentação.

Brasil de Fato - Você temalgum ídolo?Vou te falar uma fita, conhecium cara que chama MalcomX. No dia que eu assisti o fil-me sobre esse cara, minhavida mudou. A história deleé parecida com a minha. Ahistória não transformou sóo Marcos Fernandes de Ome-na em Dexter, mas transfor-mou vários outros jovens,em especial os negros, emhomens e mulheres diferen-ciados. É um cara que lutoumuito pelo povo preto e nosensinou muito. Eu tenho oMalcom como referência, as-sim como tenho o Zumbi[dos Palmares], Martin Lut-her King, MV Bill, ManoBrown, Edi Rock.

Brasil de Fato - Como vocêescolhe as pautas políticascom que se envolve comoa da campanha contra asrevistas vexatórias?São pautas humanistas. Eupassei pela prisão, sei quantodói ser revistado pela políciae pelos funcionários dos pre-sídios. Eu sei como é ser re-cebido por pessoas mal in-formadas, mal treinadas, queganham pouco, que não sãoindicadas para esse tipo detrabalho. Além de tudo, tema experiência da minha mu-lher que me acompanhou12 anos, dentro da prisão.Muitas vezes ela já entrouchorando porque foi humi-lhada logo na entrada pormero capricho. O preso jáestá lá pagando sua pena.Por que o familiar tem quesofrer ainda mais?

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 4 | entrevista

Guilherme Almeida de São Paulo (SP)

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“O rap é uma música feita do povo para o povo”MÚSICA Para Dexter, o rap tem uma responsabilidade social e política

Boia Fria Producoes

Dexter: “Eu sou um jovem que foi salvo pelo rap”

“O preso já está lápagando suapena. Por que ofamiliar tem quesofrer ainda mais?_______________

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Apesar do direito de greveser garantido por lei, empresasde ônibus do Rio estão de-mitindo trabalhadores ro-doviários em represália àsparalisações realizadas nomês de maio. Segundo a co-bradora Maura Lúcia Gon-çalves “cerca de 100 funcio-nários” foram demitidos nosúltimos dias. “Isso é no mí-nimo estranho já que esta-mos falando de um setorque sofre por falta de mãode obra”, denuncia a traba-lhadora, uma das liderançasdo movimento grevista.

O motorista Laudeci daSilva Costa, ex funcionárioda empresa Santa Maria, foidemitido no último dia 9,durante a primeira parali-sação da categoria. “Eu es-tava do lado de fora da ga-ragem conversando com os

colegas de trabalho, quandoo dono da empresa passou.Logo depois veio a ordem:'demite aquele cabeludo'.Na empresa éramos dois decabelos longos e na dúvida

eles demitiram os dois”, con-ta o rodoviário. De acordocom Laudeci, somente nessedia, 15 trabalhadores forammandados embora. Como jus-tificativa a Santa Maria alegou“contenção de despesas”.

Os rodoviários que ade-riram à greve também de-nunciam diferentes tipos deretaliações e intimidações. Omotorista e cobrador Jonatasda Silva Alves teve seu carroatacado, depois que aderiuàs 24h de greve nos dias 13 e14 de maio. “No primeiro diadessa paralisação a orienta-ção era ir para a garagem,

mas não retirar os ônibus.Estacionei meu carro de pas-seio próximo à garagem elogo depois voltei, ele tinhasido atacado com uma barrametálica e ficou todo que-brado”, afirma Jonatas.

Maura Lúcia conta aindaque já teve casos de traba-lhadores do movimento gre-vista serem atacados por pes-

soas mascaradas, nas proxi-midades das garagens de ôni-bus. A Polícia Civil investigao envolvimento de gruposmilicianos na destruição deônibus, durantes as grevesque poderia ter como obje-tivo incriminar os rodoviá-rios. O caso é conduzido peladelegacia da Cidade da Po-lícia, em Jacarezinho.

Trabalhadores denunciam demissões arbitrárias, depois de mais um dia de greve

Fania Rodriguesdo Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 cidades | 5

O movimento grevistaafirma que 60% da categoriaaderiu a paralisação reali-zada nessa quarta-feira (27).E desmente a versão do con-sócio de empresas Rio Ôni-bus de que apenas 10% dosetor teria aderido ao mo-vimento grevista.

“A adesão da categoria éa mesma de outras parali-

sações. No entanto, as em-presas estão contratandopessoas sem qualificaçãopara dirigir os ônibus. Tra-ta-se de prestadores de ser-viço temporários. Essas pes-soas não são rodoviários.Pode observar que muitosdeles estão trabalhando semuniforme e sem identifica-ção (crachá)”, destaca a co-bradora Maura Lúcia Gon-çalves. Em nota, a SecretariaEstadual de Transportes afir-

mou que o governo vem rea-lizando melhorias no setor.“Podemos citar algumas comoa compra de 60 novos trenschineses, mais 10 trens queserão aditivados ao contratocom os chineses”, que repre-sentarão aumento de 576 millugares no sistema ferroviário.Em relação ao metrô, a secre-taria informou que 19 novostrens já estão em circulação eque antigos vagões foram res-taurados. (AV)

Rodoviários: movimento grevista já sofre retaliação das empresas

Rodoviários pedem aumento salarial de 40% e R$ 400 de cesta básica

•do Rio de Janeiro (RJ)

Empresas contratam motoristastemporários sem qualificação

“A próxima assembleia da categoria serárealizada nasexta-feira (30),às 16h, na Centraldo Brasil._______________

Pablo Vergara

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Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 6 | cidades

Na rua Uruguaiana, umadas mais movimentadas docentro do Rio de Janeiro,encontramos uma famíliaque ganha a vida vendendoseu artesanato. O paraenseMarcius Rodrigues e a ca-rioca Danuza Rodrigues sãocasados e viajam com suasduas filhas por diferentescidades expondo sua arte.

Eles revelam que apesarda rua ser um espaço de-mocrático, ainda enfrentamalguns problemas em suas

andanças pelo mundo. "Fa-zemos arte com nossasmãos. Em relação ao nossotrabalho é difícil, mas a gen-te sabe viver com pouco oumuito dinheiro. A gente éfeliz", contou Danuza. "Exis-tem dificuldades para tra-balhar. Aqui no Rio hoje estáliberado para o artista tra-balhar na rua, mas em mui-tas cidades isso não ocorre",completou Marcius.

O direito para que essesartistas utilizem os espaçospúblicos a fim de desenvol-verem seus trabalhos estágarantido pela lei 5.429/2012,

de autoria do vereador Rei-mont (PT) e sancionada emjunho de 2012 pelo prefeitoEduardo Paes (PMDB). Pormeio dela ficou asseguradoque "as manifestações cul-

turais de Artistas de Rua noespaço público aberto, taiscomo praças, anfiteatros,largos, boulevards, indepen-

dem de prévia autorizaçãodos órgãos públicos muni-cipais", desde que observa-do alguns requisitos. (AV)

O Rio de Janeiro é umdos principais centros dacultura brasileira. A misturade tradições é uma marcada capital fluminense, queextrapola as fronteiras dopaís e recebe diversas for-mas de arte dos mais dife-rentes lugares do mundo.Teatros e centros culturaisestão espalhados pela cida-de, mas os artistas ocupamtambém outros espaços pú-blicos. Personagens quetransformam calçadas emexpositores de artesanato,vagões de metrô em palcopara show de música.

Martin Roman e FedericoDiaz Baigorria são dois mú-sicos argentinos que se co-nheceram no Brasil e queutilizam o transporte sobretrilhos para mostrar sua arte.“Fazemos outras coisas tam-bém para ganhar a vida,mas tocar no metrô é uma

forma de ganhar nosso di-nheiro. A gente não trabalhase não tem vontade, se nãotemos nada para expressarpara alguém. É um prazerfazer o que a gente gosta eainda ganhar uma grana”, re-velou Federico.

Embarcamos com elesrumo à zona norte do Riopara acompanhar o trabalhodesses artistas. Munidoscom cavaquinho e pandeiro,os hermanos argentinoschegam de forma descon-traída ao encontro com opúblico, mas com olharesatentos para ficar bem longedos seguranças do metrô,que poderiam retirá-los dovagão. No repertório umpasseio por ritmos da mú-sica brasileira, que vão dosamba ao forró. "Tocamoso nosso pagode com sota-que. O objetivo na verdadeé levar alegria e o pessoalgosta", brincou Martin.

Felicidade expressada poraqueles que veem sua coti-diana viagem de metrô se

transformar em um momen-to de encontro com a música.Tereza Azevedo e sua mãeYole Azevedo seguiam via-gem para Vicente de Carva-lho e aprovaram o que es-cutaram. "As coisas são tãopesadas no dia-a-dia, que

quando um grupo se dispõea fazer música para ganharum dinheiro e pelo prazerde fazer aquilo que gosta émuito bom", contou Tereza."É maravilhoso viajar assim,eu não vivo sem música", co-memorou Yole.

Assim seguem esses artis-tas, cantando de vagão emvagão para conseguir pagaras contas no final do mês."Nosso salário vai emboracom aluguel, comida e forró",brincou a dupla argentina.

Arte nas ruas do Rio estágarantida por lei

Músicos quebram rotina de passageiros e enchem o vagão de canções da cultura brasileira

Aprovada em 2012, mecanismo legal assegura livre manifestação artística

A arte que ocupa os espaços públicos no Rio

do Rio de Janeiro (RJ)

André Vieirado Rio de Janeiro (RJ)

“Personagens transformam calça-das em expositores deartesanato e vagõesde metrô em palco________________

Os músicos argentinos Martin e Federico utilizam transporte sobre trilhos para mostrar sua arte

O paraense Marcius viaja expondo artesanato em diferentes cidades

Pablo Vergara

Pablo Vergara

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Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 brasil | 7

•A Federação Única dosPetroleiros (FUP) teme quea CPI da Petrobrás no Con-gresso mude o sistema deexploração do pré-sal bra-sileiro. O alvo seria o regimede partilha, criado pela lei12.351/10, que determinaa Petrobras como operadoraúnica de todos os blocos deóleo e participação mínimade 30% nos consórcios queganham licitação das reser-vas. Esse modelo regulató-rio ainda permite a parti-cipação de empresas es-trangeiras, mas garantemaior controle do Estado euma arrecadação de recur-sos superior para os cofrespúblicos em relação ao mo-delo anterior, criado pela

Lei do Petróleo, de 1995.“Os setores privatistas não

aceitam o modelo de parti-lha porque queriam a en-trega total das reservas nasmãos das empresas privadasestrangeiras. Por isso, des-moralizar a Petrobras é des-moralizar o modelo de par-tilha, que prevê a estatalcomo operadora única”, afir-ma José Antonio de Moraes,presidente da FUP.

O senador Aécio Neves(PSDB-MG), pré-candidatotucano à presidência da Re-pública e o principal porta-voz da oposição na CPI daPetrobrás já declarou publi-camente que, se eleito, po-derá rever o modelo de par-tilha. A declaração foi dadaem reunião com empresá-rios da Federação das In-dústrias do Rio de Janeiro(Firjan), em abril. “Quero

ouvir quem vive esse pro-blema. Será que o modelode concessões para deter-minadas áreas não é melhordo que esse que onera umaPetrobras já tão combalida?”,questionou Aécio.

Para Moraes, da FUP, a dis-puta na CPI também tem um

sentido puramente eleitoraldevido a importância da Pe-trobras para o Brasil. O con-junto do setor de petróleo egás, segundo o sindicalista,representa 11% do ProdutoInterno Bruto (PIB), que é asoma das riquezas produzi-das pelo país.

A jornada de mobilizaçõessociais da Copa do Mundoregistrou o primeiro con-fronto grave entre policiaise manifestantes no DistritoFederal, a 15 dias do iníciodos jogos. O ato unificado“Copa para Quem” reuniumais de três mil pessoas emBrasília, na tarde de terça-feira (27) e terminou comum saldo de manifestantesferidos. Um policial militarchegou a levar uma flechada

disparada por indígenas.O ato foi organizado pelo

Comitê Popular da Copa, oMovimento dos Trabalhado-res Sem Teto e a Articulaçãodos Povos Indígenas do Brasil(Apib). A ideia era promoverum “julgamento popular”das violações cometidas pelaFifa, o governo brasileiro eas empresas envolvidas como bilionário negócio da Copano país. O protesto seguiupacífico até o trajeto entre arodoviária central e o estádioMané Garrincha.

Os manifestantes acusa-ram a polícia de descumprir

um acordo prévio. SegundoTiago Ávila, um dos organi-zadores do ato, houve umdiálogo com o comandanteda operação, o tenente-co-ronel Moreno, informandoo trajeto, que iria até a frentedo estádio. “Ele disse quenão ia ter repressão nemtrancamento da nossa pas-sagem. Mas, quando está-vamos a cerca de 700 metrosdo estádio, veio a cavalariada polícia e o batalhão dechoque com bombas e gáslacrimogênio. Os manifes-tantes reagiram como pu-deram”, relatou. Havia pes-

soas idosas e crianças entreos manifestantes. Indígenasusaram arco e flecha parase defender.

Em resposta aos organi-zadores do ato, a PM-DF in-formou que não foi definidolimite até onde o protestopoderia chegar e que os mi-litares teriam permanecidoa 200 metros do estádio, enão a 700. O Comitê Popularda Copa convocou novo atopara esta sexta-feira (30) eainda estão previstas mo-bilizações em todos os diasde jogos, que começa dia12 de junho. PRV

CPi pode favorecer multinacionais

PM descumpre acordo o Distrito Federal

Pedro Rafael Vilelade Brasília (DF)

Para petroleiros, oposicao quer desgastar imagem da Petrobras

Policiais bloquearam passagem e comecaram ataque, dizem movimentos

Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF)

bancários relatam perseguiçõesdurante a ditaduraNo dia 3 de junho, às19h, os ex-presidentesdo Sindicato dos Ban-cários do Rio de Ja-neiro, FernandaCarísio, Ivan Pinheiro,Cyro Garcia e RobertoPercinoto, vão darseus testemunhossobre a repressão àluta sindical e sobre astorturas a bancários,durante os governosmilitares. O encontroserá no auditório doSindicato (AvenidaPresidente Vargas,502, 21º andar).

Greve tambémna CedaeOs trabalhadores nasEmpresas de Sanea-mento Básico e MeioAmbiente do Rio de Ja-neiro fazem paralisa-ção de 24 horas no dia5 de junho. A decisãofoi tomada em assem-bleia, realizada na sededo Sindicato da cate-goria. Os trabalhadoresquerem o fechamentodo Acordo Coletivo deTrabalho 2014/2016.

Servidores dasaúde fazemato no incaNa segunda-feira (2),às 11h, os profissionaisda saúde federalfazem assembleia emfrente ao Instituto Na-cional do Câncer(Inca), com a partici-pação de usuários. Às9 horas, será servidoum café da manhã. Nofim do dia, reúnem-sena sede do Sindsprev,na rua Joaquim Silva,na Lapa.

SINDICALPETRÓLEO

COPA PARA QUEM

Divulgação

Petroleiros promoveram abraço simbólico em defesa da Petrobrás

Page 8: Brasil de Fato RJ - 052

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 8 | brasil

O licenciamento ambien-tal do projeto da barragemdo rio Guapiaçu, em Ca-choeiras de Macacu, estátemporariamente suspenso.É o que garantiu subsecre-tário estadual do Meio Am-biente, Antônio Da Hora em

reunião com uma comissãode atingidos que se reuniunesta terça-feira (27).

Uma caravana com qua-tro ônibus vindos do muni-cípio de Cachoeiras de Ma-cacu, localizada a 100 qui-lômetros do Rio, mobilizoucerca de 150 pessoas emfrente ao Instituto Estadualdo Ambiente (Inea).

Simultaneamente, umgrupo de atingidos foi re-cebido, na sede da Petro-brás, por funcionários res-ponsáveis pelo ComplexoPetroquímico do Rio de Ja-neiro (Comperj), localizadoem Itaboraí. O complexo,que atualmente está emfase de construção, poderáse tornar um dos maiores

centros de refino do mundo.A barragem do Guapiaçu sur-giu como uma compensação

ambiental imposta ao com-plexo, pelo aumento do nú-mero populacional na região.

da Redação

Atingidos conquistam suspensão de licenciamento de barragem

Cerca de 150 pessoas protestaram contra barragem do Rio Guapiaçu

PonteRio-Niterói:obras podemmelhorartráfego

Com a proximi-dade do fim docontrato de con-cessão da PonteCosta e Silva, queliga o Rio de Ja-neiro a Niterói, ogoverno começa aestudar as melho-rias que podem serfeitas no local,antes que a pontepasse para a admi-nistração de outrogrupo. Entre asmudanças que onovo administra-dor do trecho po-derá fazer nos 13,2quilômetros de ex-tensão da ponteestá a construçãode novas alças deacesso. Uma delasseria para acesso àVia Expressa Presi-dente João Goulart,conhecida comoLinha Vermelha,que liga a capitalfluminense a SãoJoão de Meriti.Outra alça seriapara acesso à Ave-nida Brasil.

Pablo Vergara

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CRESCiMENTO ECONôMiCO O combate à pobreza e os investimentos em empregos de qualidade contribuem para ocrescimento econômico sustentável, informou a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para a organização, paísesque investiram em trabalho e melhorias nas condições de emprego amorteceram a crise financeira de 2008.

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 mundo | 9

Em visita à Terra Santa,o papa Francisco convidouos presidentes da ANP (Au-toridade Nacional Palestina),Mahmoud Abbas, e de Israel,Shimon Peres, a se unirema suas orações pela paz e ofe-receu "sua casa", o Vaticano,para o início dos diálogos.

"Muitos constroem apaz dia a dia, com pequenosgestos, pequenas coisas,muitos deles sofrem até semserem conscientes disso.Nós que fazemos parte daigreja temos a obrigação de

nos converter em ferramen-tas para a paz, especialmen-te por meio de nossas pre-ces", afirmou.

Minutos depois, o por-ta-voz do Vaticano, FedericoLombardi, confirmou quea afirmação se trata de umconvite formal a ambos oslíderes para se falar da paz"em um sentido religioso",e disse que a intenção dopontífice é de que este en-contro possa acontecer noVaticano em um breve es-paço de tempo.

Papa oferece "suacasa" a palestinose israelenses

Papa tenta aproximar líderes de Israel e Palestina

Losservatore Romano

­­­

Esquerda daColômbiapode decidireleições

Embora o candidatoÓscar Zuluaga e o presi-dente Juan Manuel San-tos, candidato à reelei-ção, sejam consideradosrepresentantes da di-reita, a esquerda colom-biana poderá definir seucenário político no se-gundo turno, previstopara o próximo dia 15 dejunho. Analistas consul-tados pela Agência Brasilmostraram que o apoioda esquerda será deci-sivo para que Santosconsiga ser reeleito. Amanutenção da agenda

do processo de paz entreas Forças Armadas Revo-lucionária da Colômbia(Farc) e o governo teráum peso importante nadecisão.

EM FOCO

www.e.eita.org.br/assinebrasildefatorj

Receba o Brasil de Fato RJ por e-mail. Inscreva-se no link:

Divulga

ção

Julian Assange, editorresponsável do site Wiki-Leaks, que brindou o mun-do com informações im-portantes sobre os serviçosde inteligência dos Estados

Unidos, está há mais de700 dias, numa sala da re-presentação diplomáticado Equador, em Londres.Este herói da humanidadefoi esquecido pelos meiosde comunicação. Com asaúde abalada, Assangenão pode nem pegar sol,

porque se tentar sair deonde está será preso pelapolícia britânica e depor-tado para a Suécia e de lápara os Estados Unidos.

Além disso, por pressão

do Departamento de Es-tado norte-americano, oherói da humanidade estásendo impedido de rece-ber doações através decartões de crédito que osite WikiLeaks recebia devoluntários de diversaspartes do mundo.

Na Suécia está sendoacusado, absolutamentesem provas, de assédio se-xual. Nos EUA, Assange es-tará sujeito a penas rigo-rosas como a prisão per-pétua ou até mesmo apena de morte, pelo “cri-me” de informar ilegali-dades dos serviços de in-teligência estadunidenses.

Mario Augusto Jakobskind é jornalista

OPINIÃO | Mario Augusto Jakobskind

Herói da humanidadecorre perigo em Londres•

Construir a paz "pode ser difícil, mas viver sempaz é um sofrimento", disse o papa

Juan Manuel Santos, candidato à reeleição

Wikipedia

“Assange está impedido de receberdoações através decartões de créditoque o site Wikileaksrecebia de diversaspartes do mundo______________

Julian Assange

Page 10: Brasil de Fato RJ - 052

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 10 | cultura

O Sesc São João de Meritirecebe no dia 30 de maio acantora Tulipa Ruiz, queapresenta o CD “Tudo Tanto”

e tem entrada a R$ 20. Comprodução de Gustavo Ruiz earranjos de cordas e soprosde Jacques Mathias e quatroanos depois do lançamentodo álbum de estreia, “Efê-mera”, a cantora mostra esse

trabalho ao público da bai-xada fluminense. O álbuminclui algumas parcerias deartistas como Criolo, Kassine Lulu Santos e está dispo-nível para download gratuitono site da cantora.

O Baile Black Bom trazuma viagem no tempo daBlack Music, com relei-turas dos maiores clássi-cos gênero, desde os anos70 até os dias de hoje exe-cutados pela banda Cons-ciência Tranquila. A es-sência do baile “BlackBom” é resgatar os bailesblack power num belo es-petáculo com Banda, DJ,Beat Box, Rap e toda avariedade de expressõesartísticas que a Black Mu-sic pode oferecer! Com-

pletando o time de atra-tivos, feira de afro-em-preendedores e distribui-ção de kits literários.Naspickups, agitando a pista,o DJ Flash (vinil / blackantigo, funk 70, R & B eCharme). O evento serátodo último sábado domês, às 16h, no SESCNova Iguaçu, que fica naRua Dom Adriano Hipó-lito, 10 - Moquetá na al-tura do km 14,5 da Ro-dovia Presidente Dutra,a entrada é franca.

Comemorando o “Dia daBaixada Fluminense”, o pro-jeto Território Baixada iniciasuas atividades na sexta-feira(30), a partir das 18h, com odebate “Mapa-Múndi Daqui:Rotas que Inspiram”, no SESICaxias. O bate-papo contarácom a participação dos co-letivos Desmaio Públiko,Imaginário Periférico e TVMaxambomba, todos reali-

zadores de ações e movi-mentos estéticos na regiãodesde as décadas de 80 e 90.Após o debate, será aberta aexposição “Percursos da Re-sistência” que homenageiaa história dos três grupos.

O projeto é uma realiza-ção do Sesi Caxias, com con-cepção e produção da Ter-reiro de Ideias: Arte, Comu-nicação, Cultura. A progra-mação continua ao longo domês de maio até início dejunho, sempre debatendo os

caminhos da criação e daprodução de grupos e artistasindependentes nos camposda literatura, cinema, patri-mônio histórico, artes cêni-cas, cultura urbana, músicae produção cultural. Apre-sentações artísticas encerramsempre os debates com ban-das, espetáculos circenses eteatrais, exibição de filmes,entre outros. Toda a progra-mação tem entrada franca.O SESI Caxias fica na RuaArtur Neiva, 100.

da Redação

da Redação

baixada Fluminense festejaarte independente

Divulgação

Marcos Lobo

baile black bom embalaNova iguaçú

São João do Meriti recebecantora Tulipa Ruiz

Coletivo Imaginário é um dos homenageados na exposição “Percursos da Resistência”

Exposição homenageia coletivos Desmaio Públiko, Imaginário Periférico e TV Maxambomba

O evento será todo último sábado do mês

Último álbum da cantora está disponível para download

SERVIÇOQuando: Sexta(30), às 20h30min. Quanto: Meiaentrada paga R$ 10, associados ao Sesc pagam R$ 5Onde: Sesc São João de Meriti www.sescrio.org.br/unidades/sesc-sao-joao-de-meritiAvenida Automóvel Clube, 66

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“Queremos mostrar o Dalísurrealista, mas tambémaquele que se antecipa aoseu tempo, que é audacioso,que defende a liberdade deimaginação do artista em suaprópria criação. Ao mesmotempo, a mostra passeia pelatrajetória artística e pessoalde Salvador Dalí”, explicaMontse Aguer, curadora (or-ganizadora) da exposição,com 150 peças do catalão, ediretora do Centro de Estu-dos Dalinianos da FundaçãoGala-Salvador Dalí. “Após a

visita, todos entenderão suaimportância como artista,não só no surrealismo, masna história da arte”, conclui.

Contraditório e ambicioso,Dalí colecionou polêmicasdurante a vida, ao se com-parar com Napoleão, em suaautobiografia “La vida se-creta”, de 1942, com suas po-sições apolíticas, e ao des-denhar dos colegas de pro-fissão. Assim como sua vai-dade, a obra de Dalí possuiextrema magnitude, com di-versas referências à sua vidapessoal, como a paixão pelaesposa Gala e as históriassofridas por ele. Salvador já

nasceu carregando o mesmonome de seu irmão, que ha-via falecido dois anos antesde seu nascimento. Logo,Dalí perdeu a mãe. Destamaneira, já na adolescência,tornou-se obcecado por es-sas perdas. “O primeiro fan-tasma de minha vida é amorte”, costumava dizer.Como uma forma de superaro sofrimento, Dalí criou ométodo paranoico-crítico,um processo consciente einconsciente de resgate dotrauma, o que explica, porexemplo, a repetição de fi-guras humanas associadasà morte em sua obra. (LC)

“O pintor não é alguéminspirado, mas sim alguémcapaz de inspirar os outros”.A partir desta premissa, Sal-vador Dalí construiu umaobra fascinante, repleta defiguras consideradas estra-nhas à primeira vista, comorelógios derretidos, girafasem chamas e formigas voa-doras. O artista catalão, nas-cido na cidade de Figueres,teve a capacidade de ob-servar e distorcer o mundo,criando uma nova realidade,imersa nos sonhos e no in-consciente.

Assim, Dalí virou um dosprincipais símbolos do sur-realismo, movimento criadopelo artista francês André

Breton, que questionava arealidade europeia do pós-guerra, com a presença degovernos antissemitas e to-talitários. O questionamen-to da lógica, a luta contra a

imposição de uma únicaverdade, a ausência de preo-cupação com a razão e sen-so estético e a influência dapsicanálise uniam o grupo,

apesar das divergências.Salvador Dalí levou tão a

sério o movimento, que che-gou a construir em sua ci-dade natal o maior objetosurrealista existente: suaprópria casa, com ovos decera no telhado, entre outrasexcentricidades. Transfor-

mada em um dos museusmais visitados do mundo,recebendo cerca de um mi-lhão de expectadores porano, a Fundação Gala-Sal-vador Dalí, assim como oMuseu Nacional Centro deArte Reina Sofía, de Madri,e o Museu Salvador Dalí,

na Flórida, terão parte doacervo exibido na mostrado Centro Cultural Bancodo Brasil, em cartaz de quar-ta a segunda, das 9 às 21h.A exposição fica até o dia22 de setembro, no Rio.

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 cultura | 11

Obra de Dali é composta por relógios derretidos, girafas em chamas e formigas voadoras

•Luísa Côrtes

do Rio de Janeiro (RJ)

Surrealista, Dali se antecipa ao seu tempo

do Rio de Janeiro (RJ)

Obra de artista possui diversas referências à sua vida pessoal

Rio recebe exposição "Salvador Dali" no CCbbMostra gratuita inicia a partir desta sexta-feira (30)

“Artista catalão teve a capacidadede observar e distorcer o mundo,criando uma nova realidade______________

Além­das­pinturas,­desenhos­e­gravuras­de­

Dalí,­o­CCBB­apresenta­três­filmes­que­simboli-

zam­a­contribuição­do­catalão­ao­cinema:­“O­cão

andaluz”­e­“A­idade­do­ouro”,­dirigidos­por­Salva-

dor­Dalí­e­Luís­Buñuel,­e­“Quando­fala­o­cora-

ção”,de­Alfred­Hitchcock,­cujas­cenas­do­sonho

foram­desenhadas­pelo­artista.

SAibA MAiS

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Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 12 | variedades

O sentimento altruísta permeia esteperíodo. Sentirá vontade de se mos-trar útil e solícito. Estará mais criativoe audacioso, podendo até iniciar umprojeto pessoal de muita importância.A autoconfiança está em foco.

Altos e baixos emocionais. Pode passarpor mudanças bruscas de humor ouperder a iniciativa facilmente. Por outrolado, possui grande capacidade de ob-servação, auto-crítica e regeneraçãonesta fase.

Há muita facilidade em ganhar dinheiro!Estará firme, persuasivo e usando bonsargumentos para conseguir o que de-seja. Ao mesmo tempo, tende a quererajudar os necessitados nesta fase. Equili-bre as duas energias.

Novos desafios. Terá dificuldade de co-municação com pessoas novas oumuito diferentes de você. Tente man-ter a boa vontade e abertura paracompreender os outros, mesmo quepareça impossível no momento.

Sensibilidade aguçada, facilidade emenxergar o lado obscuro das pessoas esituações. Os sentimentos pedirãopara serem reavaliados. Neste mo-mento, o ideal é ficar mais introspec-tivo e se observar.

O campo mental está fortalecido e re-novado. Poderá ter insights que con-tribuirão muito para o sucessopessoal. Fique atento à intuição, massem perder o lado prático e racionalao tomar as suas decisões.

Hora de dar atenção à praticidade eplanejamento das coisas. Não se en-volva ou acredite cegamente em proje-tos utópicos ou insensatos. Leiaatentamente qualquer documento im-portante antes de assinar.

Alta capacidade de concentração eadministração de seus projetos. Osprazeres ficarão em segundo planoagora, já que toda atividade lhe impul-siona para o trabalho. Mudanças be-néficas a caminho. Aguarde.

Há profundidade e intimidade nas re-lações pessoais, mas evite realizar atosextravagantes, excêntricos ou impen-sados. Tendência a agir com rispidez.Cuidado com conflitos e acidentes.

A vitalidade está em alta, contribuindopara o rápido restabelecimento dasaúde e vigor físico. Desejo de se des-tacar no campo profissional e começara ter a independência e liberdade quesempre quis.

Sente desejo de mudanças e de des-cartar o que não serve mais, porémcom equilíbrio e discernimento. Ob-serve-se, reveja seus ideais e necessida-des. A verdadeira transformaçãoacontece de dentro para fora.

Momento ideal para planejar sua vidae traçar novas metas. A intuição estáafiada e possui grande poder pacifica-dor. As pessoas estão lhe escutandomais e respeitando suas orientações.Aja com bom senso.

HORÓSCOPO

29 de maio a 4 de junho de 2014 Keka Campos, astróloga [email protected]

A novela “Meu Pedacinhode Chão” vem fazendo su-cesso. Não apenas pelo ce-nário impecável, pela brilhan-te atuação dos atores, masprincipalmente pelos temasque aborda. A história não serestringe aos desejos de amorpela professorinha da cidade.Nem as peripécias das crian-ças “narradoras” da trama. Anovela questiona velhas prá-ticas políticas incrustadas nahistória de nosso país, comoo coronelismo, a resistênciaàs mudanças sociais e aoacesso da população aos seus

direitos mais básicos.Nos últimos capítulos, por

exemplo, veio à tona questãodos funcionários do CoronelEpa não possuírem carteirade trabalho. É claro que o fa-

zendeiro maldosonão regularizou asituação dos tra-balhadores. Dou-tor Renato, a pe-dido a professori-nha Juliana, vai atéa escola e explicaaos alunos sobreos seus direitos tra-balhistas. Os alu-

nos e trabalhadores rurais se-quer sabiam sobre as férias.Essa não é uma realidadeapenas da ficção. Muitos tra-balhadores brasileiros care-cem deste direito básico.

"Meu Pedacinho de Chão" pauta direitos trabalhistas

NOVELA | por Joaquim Vela | [email protected]

• Divulgação

Novela questiona velhas práticas políticas

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Fuma-se por vários mo-tivos, mas um dos princi-pais se deve à nicotina,substância que causa de-pendência. Ela atinge osistema nervoso centralem cerca de 10 segundos,após as primeiras traga-das. Ela dá sensação deprazer, reduz a ansiedade,sendo para alguns umacompanhia.

Diante da dependência,ter que parar de usar o ci-garro é um desafio. Algunsargumentos, entretanto,podem nos ajudar a re-pensar o seu uso: de acordocom a OMS (OrganizaçãoMundial de Saúde), esti-ma-se que, no século 20,cem milhões de mortes fo-ram causadas pelo tabaco.Em 2013, seis milhões de

pessoas, no mundo, mor-reram devido a seu con-sumo. Entre estas, 600 milnão fumavam e desenvol-veram doenças em razãodo convívio com quem uti-liza a substância. Prevê-seque as mortes relacionadasa esse hábito subirão paramais de um bilhão ao lon-go do século 21.

Diante destes dadosalarmantes, são necessá-rios cada vez mais investi-mentos público para o cui-dado do tabagista e parapolíticas de combate ao ta-bagismo. Pensando nisso,a OMS estabeleceu o dia31 de maio (próximo do-mingo) como “Dia Mun-dial sem Tabaco”. A pro-posta é que cada fumanteexperimente passar ao me-

nos essas 24 horas sem uti-lizar a substância, além depropor o aumento do custodo tabaco – sabe-se que acada 10% de acréscimo nosimpostos sobre o tabaco,o consumo cai até 8%.

Existe ainda a possibili-dade de tratamento. Hámedicações que ajudamno controle da ansiedadee, com isso, reduzem o de-sejo de uso compulsivo dotabaco, além de outras téc-nicas como terapias nãomedicamentosas, adesivose chicletes de nicotina e omais recente (e bastantepolêmico) cigarro eletrô-nico. A escolha do melhormétodo deve ser realizadaem conjunto com o(a) mé-dico(a). E lembre-se: nuncaé tarde para parar.

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 variedades | 13

Todas as pessoas que estiverem, de alguma forma,inscritas na Previdência Social, ou seja, no INSS(Instituto Nacional do Seguro Social), seja como em-pregado, empregador, trabalhador autônomo, traba-lhador avulso, empregado doméstico e trabalhadorrural, bem como os seus dependentes terão direito areceber o salário benefício no caso de aposentadorias,auxílio doença, auxílio acidente, entre outros benefícios.

Sempre é bom lembrar que para ter direito a algunsdesses benefícios, como por exemplo, auxílio doença

e aposentadoria por invalidez, existe uma carênciamínima de doze contribuições mensais. Em outraspalavras: nesses casos, tendo contribuído com menosparcelas, não é possível conseguir o recebimento.

Para os segurados inscritos no INSS antes de no-vembro de 1999, o salário de benefício será obtidoatravés da média simples das maiores contribuições apartir de julho de 1994, que sofrerão a correção mo-netária. Para aqueles inscritos a partir de novembrode 1999, no caso de aposentadoria por idade e tempode contribuição, o salário benefício será calculadoatravés da média dos oitenta por cento de todo operíodo contributivo.

Não se pode esquecer que para os casos de aposen-tadoria por idade e tempo de contribuição se aplica ofator previdenciário. Para os casos de aposentadoriapor invalidez, especial, auxílio doença e auxílio acidentenão será aplicado o fator previdenciário para o cálculodo salário benefício.

Carlos Duarte, advogado trabalhista e previdenciário

Aprenda a fazer um “Ro-meu e Julieta” metido abesta, mas diferente e de-licioso. Essa receita prati-

camente não dá trabalhoe pode ter certeza que vaiser um "UAAAAAAU!" ga-rantido.

Modo de preparo

Derreta a goiabada com umpouco de água até ficar coma consistência de uma ge-leia. Deixe esfriar um poucoe incorpore as claras, comcarinho. Coloque em umrefratário untado com man-

teiga (ou em pequenos re-fratários untados, para por-ções individuais) e ponhano forno pré-aquecido emtemperatura alta. Depoisde uns 5 minutos, abaixe atemperatura do forno. En-quanto isso, misture emuma panela o requeijão, o

catupiri e o creme de leite,em fogo baixo, até formaruma mistura homogênea.O suflê vai estar prontoquando a casa começar acheirar gostoso e a partede cima ficar dourada. Develevar entre 10 e 15 min. Sir-va com a calda e pronto!

Suflê de Goiabada

Luciana Cajado, médica da atenção básica

Parar de fumar: um desafio para quem?

NOSSOS DIREITOSBOA E BARATA Por Patrícia Ditolvo / cozinhadapatinha.blogspot.com.br

Carlos Duarte

O que é salário benefício do iNSS?

NOSSA SAÚDE

Dúvidas sobre direitos? Encaminhe e-mail para [email protected]

Divulgação

Divulgação

6 claras batidas emneve 250g de goiabada(melhor não cascão,para ficar mais liso)

3 colheres de sopa de creme de leite, de ca-tupiri e de requeijão (a ideia é ser partesiguais de cada um desses ingredientes)

ingredientes

Page 14: Brasil de Fato RJ - 052

Há um debate muito co-mum entre diferentes setorescristãos que, em geral, é feitode forma a separar a “vidafutura” do “futuro da vida”.Como se fé e obras fossemcoisas diferentes e não partede uma mesma libertação.

Quando Jesus diz: “o queé ligado na Terra tambémserá ligado nos céus” (Mateus18:18 - 20), também está in-dicando a realidade concretade que uma ação prática temefeitos espirituais.

Dois exemplos: um indi-víduo que tem sua dignidadehumana restaurada, tambémé liberto espiritualmente deuma situação miserável e hu-milhante. Uma pessoa querecebe visibilidade e valori-zação é liberta espiritual-mente de uma condição deignorância e desrespeito porparte do governo ou de ou-tros cidadãos.

Quando agimos em dire-ção à luta por algum direito,tanto através de um processono tribunal, como criando

um projeto para nossa favelaou nosso bairro, ou, ainda,participando de passeatas,demonstramos com ações e

palavras qual é o nosso desejoem oração.

É um fato, a partir de todosos exemplos de Cristo nosevangelhos (Mateus 25, João5, por exemplo) e Velho Tes-tamento (Êxodo 16, Isaías58, entre outras passagens),que a ação política, social ecultural é estritamente espi-ritual quando realizada comesse intuito.

Por isso, no "dar o pão efazê-lo junto com quem ne-cessita" a libertação da almaestá inclusa, sem precisar dedemagogias religiosas, queapresentem Cristo a pessoa.Não existe "mera ação social",porque ela mesma, já é espi-ritual (Tiago 2).

Hanier Ferrer é evangélico e coordenador

de Redes e Conexõesda Agência de Redes para

Juventude

Hanier Ferrer

Um convite à reflexão aosamigos cristãos

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 14 | opinião

O sistema tributário é oconjunto de impostos (oIR é um deles), taxas e con-tribuições que permitemao Estado – União, estadose municípios – obter os re-cursos financeiros paracumprircom suas obriga-ções. E quais são elas?

Para os políticos ditos“liberais”, deve ser mínimaa participação estatal nasatividades econômicas, in-clusive em educação e saú-de, pois a iniciativa privadateria mais competência queos governos. No entanto,não é o que diz a Consti-tuição do Brasil, que atribuiao Estado a responsabili-dade de arcar com políticasde saúde, educação, habi-tação, saneamento, previ-dência, assistência social,fiscalização, justiça e segu-rança pública.

Por justiça, a arrecadaçãode impostos deveria servirtambém para melhorar adistribuição de renda e pa-trimônio da sociedade, co-brando mais dos ricos quedos pobres. Porém, não éo que ocorre.

A maior parte das co-branças recai sobre o preçode venda de bens e serviços(compra e venda de mer-cadorias e trabalhos), naqual a população mais po-bre gasta quase tudo querecebe. A população nãosente a “dor” desses im-postos, pois eles já vêm em-butidos no preço dos ali-mentos, roupas, móveis,eletrodomésticos. Mas nofinal pesa muito no bolso.

Famílias que recebemdois salários mínimos usammetade da sua renda (50%)com o pagamento de tri-

butos, enquanto as comrenda superior a trinta sa-lários mínimos apenas umquarto do que recebem(25%). Os muito ricos pa-gam impostos insignifican-tes ou nulos pela proprie-dade de imóveis, lanchas,helicópteros e pelos lucrosde aplicações em bancos.

Por quê, então, deputadose senadores não alteram alegislação tributária? A razãoé bem simples: hoje, metadedo Congresso Nacional écomposta por empresários

e, dos que não são, muitosrecebem financiamento elei-toral de empresas.

Para enfrentar essa rea-lidade absurda, diversosmovimentos sociais reali-zarão, na Semana da Pátria,uma consulta popular so-bre a convocação de umaAssembleia ConstituinteSoberana e Exclusiva paraReforma do Sistema Polí-tico brasileiro.

Fique de olho! De 1 a 7de setembro, vote no Ple-biscito da Reforma Política.

Sérgio Imburana é do Comitê do

Plebiscito Popular daReforma Política

Sérgio imburana

Latuff impostos: quem paga a conta?

“A maior parte dosimpostos recaisobre o preço devenda de bens eserviços, na qual apopulação maispobre gasta quasetudo que recebe______________

“Criando um pro-jeto para nossa favela ou nossobairro ou partici-pando de passeatasdemonstramoscom ações e pala-vras qual é o nossodesejo em oração______________

Page 15: Brasil de Fato RJ - 052

Figurõesda Copa

Sport 0 x 0 GrêmioQuarta-feira 28/05 – Ilha do Retiro – 19h30

Palmeiras 0 x 2 botafogo Quarta-feira 28/05 – Prudentão – 19h30

Criciúma 1 x 0 Coritiba Quarta-feira 28/05 – Heriberto Hulse – 19h30

internacional 2 x 0 Chapecoense Centenário – 21h

Goiás 0 x 0 VitóriaQuarta-feira 28/05 – Serra Dourada – 21h

Corinthians 1 x 0 CruzeiroQuarta-feira 28/05 – Canindé – 22h

Atlético-PR 2 x 2 São PauloQuarta-feira 28/05 – Parque do Sabiá – 22h

Atlético-MG 2 x 0 FluminenseQuarta-feira 28/05 – Ipatingão – 22h

Flamengo x Figueirense Quinta-feira 29/05 – Morumbi – 19h30

bahia x Santos Quinta-feira 29/05 – Joia da Princesa – 21h

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014 esporte | 15

opinião | Bruno Porpetta

O passe, o gol e a presençaEm seu período áureo, o

Flamengo venceu quasetudo o que podia. Um mun-dial, uma Libertadores, ostrês primeiros Brasileiros,cinco Cariocas, entre outrostorneios internacionais queserviam de preparação aoseuropeus na pré-tempo-rada e enchiam os cofresdos sul-americanos.

Naquele tempo, era pos-sível fazer estas excursões enão passar vergonha, nemaperto no calendário. O fu-tebol brasileiro não parouno tempo, sua organizaçãosim. Os craques que antesexibíamos no exterior,com nossas camisas hojese exibem para nós com ascamisas deles. Tempoonde o estadual era mo-tivo para glorificar umtime, um craque ou umasimples presença.

Em 1983, o favoritismodo Flamengo no Carioca se

desfez aos 45 minutos dosegundo tempo. Delei car-rega a bola e enfia um belopasse pela direita para As-sis, que entra sozinho naárea e olha para o meio.

Só o olhar de Assis já erasuficiente para plantar adúvida na cabeça de Raul,que deve ter pensado: “Sedou um passo à frente, elechuta. Se não dou, elecruza.” A dúvida estava napresença de Washingtonna entrada da pequenaárea. E o “Casal 20”, harmo-niosamente, se entendiapelo olhar.

A bola passou no meioda dúvida de Raul. Gol doFluminense! Campeão Ca-rioca de 83! Além da bolade Assis, havia a presençade Washington. Hoje, nãoa temos mais.

O futebol acordou maistriste no domingo. E comsaudades.

Tabela brasileirão | 8ª rodadaO meia de 23

anos, nascido em La Lou-viere, é o maior expoente deuma geração promissorabelga. É mais um caso de jo-gador que sai muito cedo dopaís natal, seu primeiro con-trato profissional foi assi-

nado com o Lille, da França.A última temporada dele

no Chelsea acabou marcadapor altos e baixos. Apesar dobom futebol, Hazard entrouem atrito com o treinadorJosé Mourinho e os azuislondrinos acabaram per-dendo fôlego na disputa dotítulo inglês. A retranca ex-cessiva do time em momen-tos decisivos foi alvo decríticas pelo craque belga.

Se a Bélgica cumprir apromessa de boa campanhanesta Copa, pode apostarque Hazard será um dosdestaques da equipe.

Eden Hazard (bélgica)

O meia de 29anos, nascido em

Kolbermoor, uma cidade aospés dos Alpes, sonhou emser esquiador. Um convitepara treinar no Bayern deMunique acabou determi-nando o caminho do futebol

na vida desse meia que, como tempo, foi recuado para aposição de segundo volante.

Hoje, Schweinsteiger éum dos melhores do mundona posição, destaque emuma seleção que pecou pelafalta de experiência na Copada África, mas, passadosquatro anos, se qualificacomo uma das grandes favo-ritas ao título.

Vencer a Copa no Brasilservirá para coroar a carreiravitoriosa de Schweinsteiger,que conta com muitos títu-los pelo Bayern.

bastian Schweinsteiger(Alemanha)

O craque brasi-leiro, revelado pelo

Santos, nasceu em Mogi dasCruzes e tem 22 anos. Dosgrandes craques desta Copa,ele é o mais novo.

Por um lado, existe o as-pecto da pouca experiênciaem competições internacio-nais com a seleção, por outro,o grande vigor físico do jo-gador, justamente por contade sua juventude.

Em sua primeira tempo-rada no Barcelona, conquis-tou seu lugar no time rapi-damente e formou com Mes-si uma dupla mortal. Espe-cializou-se nas assistências,

mas também marcou seusgols. Neste ano, sofreu comalgumas lesões, mas garanteestar 100% para a Copa.

Carrega muita pressão porser o craque de uma seleçãoque joga em casa, mas jádemonstrou em outras si-tuações estar habituado àpressão, mesmo com tãopouca idade.

Neymar (brasil)

O supercraquede Rosario poderia ter sidorevelado pelo Newell’sOldBoys, mas um tratamentopara uma deficiência decrescimento – muito caropara ser custeado peloclube argentino – acaboucolocando La Pulga no ca-minho do Barcelona, quebancou o que Messi preci-sava para se tornar o me-lhor jogador do mundo emquatro temporadas.

Messi fará 27 anos durantea Copa e, depois de duas dis-putas frustrantes para a tor-cida argentina, terá a grandechance de vencer o que faltapara se igualar a Maradonano coração dos portenhos.

Vem de uma temporadade muitas lesões e sua condi-ção física é questionada. Seuestado físico pode ser funda-mental para colocar a Argen-tina como um dos grandesfavorito ao título mundial.

Lionel Messi (Argentina)

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16 | esporte

A CBF divulgou o calendáriodos confrontos que ocorrerãona terceira fase da Copa doBrasil, depois da pausa para aCopa do Mundo. Por coinci-dência, além de definir seu des-tino na competição, o Vascotambém decidirá quem coman-dará o clube nos próximos trêsanos, na mesma data.

Enquanto o jogo de ida entreVasco e Ponte Preta será dispu-tado no dia 23 de julho, no es-tádio Moisés Lucarelli, em Cam-

pinas, o confronto decisivoacontecerá em São Januáriono dia 6 de agosto, data pre-vista para o pleito vascaíno.Embora algumas ações judi-ciais possam adiar o processoeleitoral e prorrogar o mandatode Roberto Dinamite, que nãodeve disputar a reeleição.

Estão confirmadas as candi-daturas de Eurico Miranda, Ro-berto Monteiro, Tadeu Correiada Silva e Nelson Rocha. É pos-sível ainda a inscrição da can-didatura de Fernando Horta –da Unidos da Tijuca – apoiadapelo ídolo Edmundo. (BP)

da Redação

Vasco decide vaga em dia deeleição no clubeCOPA DO BRASIL Definido o calendário dos confrontospela terceira fase

botafogo vence o Pal-meiras e Sheik acusaLúcio de homofobia

O Botafogo visitou oPalmeiras em PresidentePrudente, no interiorpaulista, e conseguiu rea-gir na competição, che-gando a oito pontos ga-nhos e se afastando dazona de rebaixamento.

Os gols foram marca-dos no segundo tempopor Bolatti, aos 15 mi-nutos, e Zeballos, aos48. Apesar do time pau-lista ter criado maischances de gol, o Bota-fogo conseguiu ser mais

efetivo nas conclusõese saiu de campo com avitória.

Na saída para o inter-valo, o atacante Emer-son Sheik acusou o za-gueiro Lúcio, do Palmei-ras, com quem teve umadiscussão durante o pri-meiro tempo, de ofensashomofóbicas: “Além docaráter duvidoso, eleainda é preconceituoso.Me chamou de gay,como se isso fosse ummonstro”. (BP)

BRASILEIRÃO Alvinegro é mais eficiente e faz2 a 0 no Prudentão com gols “gringos”

• O FLAMENGO en-frenta o Figueirensenesta quinta-feira (29),no Morumbi, e NeyFranco deve promoveros retornos de Felipe,André Santos e Elanoao time. O problemapara o treinador éEverton, que está le-sionado e só retornaapós a Copa. Para ocomando do futebolrubro-negro, o clubeestá prestes a anun-ciar Felipe Ximenescomo diretor executi-vo. Ele já trabalhoucom Ney Franco noCoritiba e teve passa-gens relâmpago porFluminense e Vitória.

• A PRIMEIRA sele-ção a desembarcar noBrasil é a Austrália.Após uma escala emCuritiba (PR), a dele-gação australiana ru-mou para Vitória (ES),onde ficará concentra-da. Ao todo, a delega-ção conta com 27 joga-dores, porém quatrodeles ainda devem sercortados antes domundial. Os Socce-roos, como são conhe-cidos, disputam doisamistosos antes daCopa – contra o ParanáClube, em Cariacica(ES) e a Croácia, emSalvador (BA). A Aus-trália está no grupo B,com Espanha, Holan-da e Chile.

• JOSÉ LUIZ RUNCO,médico da seleção bra-sileira, descartou –pelo menos até o mo-mento – qualquer pos-sibilidade de cortedentre os 23 seleciona-dos para a Copa. Ape-sar de reconhecer quealguns jogadores estãomais desgastados doque outros, nenhumestá lesionado.

TOQUES CURTOS

Rio de Janeiro, 29 de maio a 4 de junho de 2014

Em noite fria na cidademineira de Ipatinga, na regiãode Belo Horizonte, o Flumi-nense enfrentou o Atlético-MG mas não conseguiu re-petir as boas atuações dosoutros jogos e saiu derrotadopor 2 a 0, com gols de Dátoloe Diego Tardelli, ambos nosegundo tempo.

Antes do jogo, o time pres-tou uma homenagem a Was-hington, ídolo tricolor nosanos 80 que formou com Assiso chamado “Casal 20”, que fezsucesso nos títulos cariocade 83 e brasileiro de 84, fale-cido no último domingo.

Quando a bola começoua rolar, o que se viu foi umFluminense com pouca ins-piração, mesmo tentando

manter a posse de bola. Apósum primeiro tempo fraco, ostimes foram para o vestiário

sem movimentar o placar.Na volta do intervalo, o

jogo começou eletrizante e

o Galo abriu o placar logoaos 7 minutos, após umasaída ruim do goleiro Fe-lipe Garcia a bola sobroupara o argentino Dátolobater no canto.

Após o gol do Atlético-MG, o Fluminense criouboas chances que esbarra-ram nas defesas de Giovan-ni. Além disto, o atacanteKennedy, que entrou na se-gunda etapa, perdeu umgol feito de cabeça, colo-cando a bola para fora.

O castigo veio em segui-da, aos 19 minutos Dátolo

fez linda jogada pela direitae cruzou na medida para Die-go Tardelli ampliar o placar edar números finais à partida.

O Fluminense ainda per-deu o atacante Michael, ex-pulso após ter pisado emAlex Silva logo após entrarem campo.

Flu não repete atuações e perde para o GaloBRASILEIRÃO Tricolor esbarra no goleiro Giovanni e em grande atuação de Dátolo

Bruno Porpettado Rio de Janeiro (RJ)

NelsonPerez/Fluminense FC

Walter tentou, mas o Flu estava pouco inspirado

Quarta-feira 28/05 – Ipatingão – 22h

FiCHA TÉCNiCA

Atlético-MG Fluminense2 X 0