brasil colonial, imperial e republicano

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Diferenças Brasil Colonial, Imperial, Rebosticano Período Colonial O período Colonial abrange do Descobrimento até a chegada da Família Real ao Brasil, período em que a colônia foi preparada para receber a monarquia e boa parte da nobreza portuguesa. O Brasil era uma porção de terras, habitadas por indígenas, negros e alguns europeus. Sua economia era voltada para a produção açucareira, visando a exportação. Quando houve a chegada da Família Real, foram implantados na Colônia um Banco, uma Biblioteca, uma Imprensa Régia e outros órgãos, marcando sua transição para o Período Imperial. Administração Colonial Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários. Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebelde, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata. Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase. A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país. A economia colonial A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu.

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Características de cada época e regime de governo e estado

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Page 1: Brasil Colonial, Imperial e republicano

Diferenças Brasil Colonial, Imperial, Rebosticano

Período Colonial

O período Colonial abrange do Descobrimento até a chegada da Família Real ao Brasil, período em que a colônia foi preparada para receber a monarquia e boa parte da nobreza portuguesa. O Brasil era uma porção de terras, habitadas por indígenas, negros e alguns europeus. Sua economia era voltada para a produção açucareira, visando a exportação. Quando houve a chegada da Família Real, foram implantados na Colônia um Banco, uma Biblioteca, uma Imprensa Régia e outros órgãos, marcando sua transição para o Período Imperial.

Administração Colonial

Para melhor organizar a colônia, o rei resolveu dividir o Brasil em Capitanias Hereditárias. O território foi dividido em faixas de terras que foram doadas aos donatários. Estes podiam explorar os recursos da terra, porém ficavam encarregados de povoar, proteger e estabelecer o cultivo da cana-de-açúcar. No geral, o sistema de Capitanias Hereditárias fracassou, em função da grande distância da Metrópole, da falta de recursos e dos ataques de indígenas e piratas. As capitanias de São Vicente e Pernambuco foram as únicas que apresentaram resultados satisfatórios, graças aos investimentos do rei e de empresários.

Após a tentativa fracassada de estabelecer as Capitanias Hereditárias, a coroa portuguesa estabeleceu no Brasil o Governo-Geral. Era uma forma de centralizar e ter mais controle da colônia. O primeiro governador-geral foi Tomé de Souza, que recebeu do rei a missão de combater os indígenas rebelde, aumentar a produção agrícola no Brasil, defender o território e procurar jazidas de ouro e prata.

Também existiam as Câmaras Municipais que eram órgãos políticos compostos pelos "homens-bons". Estes eram os ricos proprietários que definiam os rumos políticos das vilas e cidades. O povo não podia participar da vida pública nesta fase.

A capital do Brasil neste período foi Salvador, pois a região Nordeste era a mais desenvolvida e rica do país.

A economia colonial

A base da economia colonial era o engenho de açúcar. O senhor de engenho era um fazendeiro proprietário da unidade de produção de açúcar. Utilizava a mão-de-obra africana escrava e tinha como objetivo principal a venda do açúcar para o mercado europeu. Além do açúcar destacou-se também a produção de tabaco e algodão.

As plantações ocorriam no sistema de plantation, ou seja, eram grandes fazendas produtoras de um único produto, utilizando mão-de-obra escrava e visando o comércio exterior.

O Pacto Colonial imposto por Portugal estabelecia que o Brasil só podia fazer comércio com a metrópole.

A sociedade Colonial

A sociedade no período do açúcar era marcada pela grande diferenciação social. No topo da sociedade, com poderes políticos e econômicos, estavam os senhores de engenho. Abaixo, aparecia uma camada média formada por trabalhadores livres e funcionários públicos. E na base da sociedade estavam os escravos de origem africana.

Era uma sociedade patriarcal, pois o senhor de engenho exercia um grande poder social. As mulheres tinham poucos poderes e nenhuma participação política, deviam apenas cuidar do lar e dos filhos.

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A casa-grande era a residência da família do senhor de engenho. Nela moravam, além da família, alguns agregados. O conforto da casa-grande contrastava com a miséria e péssimas condições de higiene das senzalas (habitações dos escravos).

O Ciclo do Ouro: século XVIII

Após a descoberta das primeiras minas de ouro, o rei de Portugal tratou de organizar sua extração. Interessado nesta nova fonte de lucros, já que o comércio de açúcar passava por uma fase de declínio, ele começou a cobrar o quinto. O quinto nada mais era do que um imposto cobrado pela coroa portuguesa e correspondia a 20% de todo ouro encontrado na colônia. Este imposto era cobrado nas Casas de Fundição.

Revoltas Coloniais e Conflitos

Em função da exploração exagerada da metrópole ocorreram várias revoltas e conflitos neste período:

- Guerra dos Emboabas : os bandeirantes queriam exclusividade na exploração do ouro nas minas que encontraram. Entraram em choque com os paulistas que estavam explorando o ouro das minas.

- Guerra dos Mascates - ocorrida entre 1710 e 1711 na capitania de Pernambuco, foi uma rebelião nativista pela disputa de poder político entre as cidades de Olinda e Recife. O conflito ocorreu, principalmente, entre a aristocracia açucareira de Olinda e os mascates (comerciantes portugueses) de ife.

- Inconfidência Mineira (1789) : liderada por Tiradentes , os inconfidentes mineiros queriam a libertação do Brasil de Portugal. O movimento foi descoberto pelo rei de Portugal e os líderes condenados.

Elevação do Brasil a Reino

O príncipe regente e futuro rei D. João VI, durante o período final do reinado de sua mãe, D. Maria I, elevou, em 1815, o Brasil da condição de vice-reinado colonial à de reino autônomo, intitulando-se desde então pela Graça de Deus Príncipe-Regente de Portugal, Brasil e Algarves, d'aquém e d'além-mar em África, senhor da Guiné, e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia. O título oficial anterior era o mesmo, apenas não incluindo a palavra "Brasil".

Império do Brasil

Sociedade

O primeiro censo nacional verdadeiro com cobertura exaustiva e ampla no território nacional foi realizado em 1872. O pequeno número de pessoas e o pequeno número de cidades relatados pelo censo revelam o enorme território do Brasil ainda pouco povoado. A pesquisa estimou a população brasileira em total de 9 930 478 habitantes.[127] As estimativas feitas pelo governo em décadas anteriores mostravam 4 milhões de habitantes em 1823 e 7,7 milhões de pessoas em 1854.[127] A população era distribuída em 20 províncias, um município neutro (a capital imperial) e outros 641 municípios.

Entre a população livre, 23,4% dos homens e 13,4% das mulheres foram considerados alfabetizados.[128] Os homens representavam 52% (5 123 869) da população total.[128] Os dados populacionais por faixa etária mostraram que 24,6% da população eram de crianças menores de 10 anos de idade; 21,1% eram adolescentes e jovens entre 11 e 20 anos; 32,9% eram adultos entre 21 e 40 anos; 8,4 % tinham entre 41 e 50 anos; 12,8% tinham entre 51 e 70 anos; e, por último, apenas 3,4 % tinham mais de 71 anos de idade.[128] Os moradores das regiões nordeste e sudeste combinados compunham 87,2% da população do país.[129] O segundo censo

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nacional foi realizado em 1890, quando a república brasileira tinha apenas alguns meses de idade. Seus resultados mostraram que a população havia crescido para 14 333 915 habitantes desde o censo de 1872.[130]

Os brasileiros brancos eram descendentes dos colonizadores portugueses originais. A partir dos anos 1870 este grupo étnico também passou a incluir outros imigrantes europeus: principalmente italianos, espanhóis e alemães. Embora os brancos pudessem ser encontrados em todo o país, eles eram o grupo majoritário na região sul e na província de São Paulo.[128] Os brancos também compunham uma parcela significativa (40%) da população das províncias do nordeste do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.[128] Os negros brasileiros eram de ascendência da África subsaariana e habitavam as mesmas áreas que os mulatos. A maioria da população das províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco (as quatro últimas com os menores percentuais de brancos em todo o país, menos de 30% em cada) era composta por negros ou pardos.[128] Os índios, os povos nativos do Brasil, eram encontrados principalmente no Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas.[128]

Por causa da existência de comunidades raciais e culturais distintas, o Brasil se desenvolveu no século XIX como uma nação multiétnica. No entanto, esse dado é problemático, visto que não há nenhuma informação demográfica disponível para os anos anteriores a 1872. O primeiro censo nacional oficial foi elaborado pelo governo neste ano e mostrava que, dos 9 930 479 habitantes, 38,1% eram brancos, 38,3% pardos, 19,7% negros e 3,9% indígenas.[130] O segundo censo nacional oficial, em 1890, revelou que, de uma população de 14 333 915, 44% eram brancos, 32,4% pardos, 14,6% negros e 9% índios.[130]

Escravidão

Em 1823, um ano após a independência, os escravos representavam 29% da população do Brasil, um número que caiu durante toda a existência do império: de 24% em 1854, para 15,2% em 1872 e, finalmente, para menos de 5% em 1887 — no ano anterior a escravidão foi totalmente abolida.[152] Os escravos eram na sua maioria homens adultos do sudoeste da África[153] de diferentes etnias, religiões e línguas, que se identificavam principalmente com o seu próprio país de origem do que com uma etnia africana compartilhada.[154]

A prevalência da escravidão não era geograficamente uniforme em todo o Brasil. Em 1864, apenas cinco províncias (Rio de Janeiro com 23%, Bahia com 18%, Pernambuco com 15%, Minas Gerais com 14% e São Paulo com 5%) tinham 75% dos escravos do país, que à época perfaziam um total de 1 milhão e 715 mil indivíduos segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).[169] E já em 1887, ano anterior à Abolição da Escravatura, as cinco províncias com maior população escrava (Minas Gerais com 26%, Rio de Janeiro com 23%, São Paulo com 15%, Bahia com 11% e Pernambuco com 6%) detinham 81% dos escravos do Império do Brasil, de um total de 723.419 indivíduos segundo o IBGE.[169]

Os escravos que foram libertos imediatamente se tornaram cidadãos com todos os direitos civis garantidos. A única exceção era que, até 1881, os escravos libertos foram impedidos de votar nas eleições, embora seus filhos e descendentes pudessem participar do processo eleitoral.[163]

Nobreza

A nobreza brasileira difere marcadamente de suas contrapartes na Europa: títulos de nobreza não eram hereditários, sendo a única exceção os membros da família imperial[171] e aqueles que tinham recebido um título de nobre não eram considerados como pertencentes a uma classe social separada e não receberam nenhum apanágio, estipêndio ou emolumento.[171] Durante o reinado de Pedro II (exceto o período da Regência, durante o qual o regente não poderia conceder títulos ou homenagens[174] ), a nobreza evoluiu para uma meritocracia,[172] com títulos concedidos em reconhecimento do excelente serviço de um indivíduo para com o império ou para o bem comum. A classificação nobre não representa "o reconhecimento da ascendência ilustre".

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Governo e política[editar | editar código-fonte]

Imperador

O imperador era o chefe do poder moderador e do executivo (sendo auxiliado pelo Conselho de Estado e pelo Conselho de Ministros, respectivamente), tinha a palavra final e mantinha o controle sobre o governo nacional.[199] Ele era encarregado de garantir a independência e a estabilidade nacional. A constituição (artigo 101) deu-lhe muito poucos poderes para impor a sua vontade sobre a Assembleia Geral.

Governo provincial[editar | editar código-fonte]

Com a emenda constitucional de 1834, conhecida como Ato Adicional, os Conselhos Gerais de Províncias foram suplantados pela Assembleias Legislativas Provinciais. As novas Assembleias gozavam de uma autonomia muito maior em relação ao governo nacional.[207] A Assembleia Provincial era composta por 36, 28 ou 20 deputados eleitos, número que dependia do tamanho da população da província.[208] A eleição de deputados provinciais seguia o mesmo procedimento usado para eleger deputados gerais para a Câmara dos Deputados.[208]

As responsabilidades da Assembleia Provincial incluíam definir orçamentos e cobrar os impostos necessários para financiar as provinciais e os municípios, proporcionar o ensino primário e secundário (o ensino superior era de responsabilidade do governo nacional), de fiscalizar e controlar os gastos provinciais e municipais e prever a aplicação da lei e a manter as forças policiais.

Eleições

As eleições ocorriam em duas etapas. Na primeira fase os eleitores escolhiam eleitores que, em seguida, selecionavam uma chapa de candidatos ao senado. O imperador iria escolher um novo senador (membro do Senado, a câmara alta da Assembleia Geral) a partir de uma lista de três candidatos que receberiam o maior número de votos. Os eleitores também escolhiam os deputados gerais (membros da Câmara dos Deputados, a câmara baixa), deputados provinciais (membros das assembleias provinciais) e vereadores (membros dos conselhos municipais), sem o envolvimento imperial em uma seleção final.[219] Todos os homens com mais de 25 anos com uma renda anual de pelo menos 100 mil réis (o equivalente em 1824 a 98 dólares[220] ) eram elegíveis para votar na primeira fase. A idade mínima para votar foi reduzida para 21, para homens casados. Para se tornar um eleitor era necessário ter uma renda anual de pelo menos 200 mil réis, salário que um lixeiro ganha hoje em dia.

O sistema brasileiro era democrático, por um período durante o qual as eleições indiretas eram comuns nas democracias. A exigência de renda era muito maior no Reino Unido, mesmo após as reformas de 1832.[221] No momento os únicos países que não exigiam um nível mínimo de renda como uma qualificação para a votação eram França e Suíça, onde o sufrágio universal só foi introduzido em 1848.[222] [223] É provável que nenhum país europeu na época tivesse uma legislação tão liberal como a do Brasil.[221] A exigência de renda era baixa o suficiente para que qualquer cidadão do sexo masculino empregado pudesse se qualificar para votar.[220] [223] Por exemplo, o funcionário público com menor salário em 1876 era o zelador, que ganhava 600 mil réis por ano.[221]

Economia

O comércio internacional do Brasil atingiu um valor total de Rs 79.000:000$000 entre 1834 e 1839. Este continuou a aumentar a cada ano até chegar a Rs 472.000:000$000 entre 1886 e 1887: uma taxa de crescimento anual de 3,88% desde 1839.[262] O valor absoluto das exportações do império em 1850 foi o maior na América Latina e o triplo do da Argentina, que ficou em quarto lugar. O Brasil iria manter a sua alta posição em exportações e crescimento econômico geral até o fim da monarquia.[263] A expansão da economia brasileira,

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especialmente depois de 1850, podia ser comparada a dos Estados Unidos e de nações europeias.[264] A receita fiscal nacional totalizou Rs 11.795:000$000 em 1831 e subiu para Rs 160.840:000$000 em 1889. Por 1858, as receitas fiscais nacionais eram classificadas como a oitava maior do mundo.[265] O império era, apesar de seu progresso, um país onde a riqueza era distribuída de forma muito desigual.[266] No entanto, para fins de comparação, de acordo com o historiador Steven C. Topik, nos Estados Unidos "em 1890, 80 por cento da população vivia na margem da subsistência, enquanto 20 por cento controlavam quase toda a riqueza."[267]

À medida que novas tecnologias surgiram e com o aumento da produtividade interna, as exportações aumentaram consideravelmente. Isso tornou possível alcançar equilíbrio na balança comercial. Durante os anos 1820, o açúcar constituía cerca de 30% do total das exportações, enquanto o algodão constituído de 21%, o café 18% e couros e peles 14%. Vinte anos depois, o café alcançaria 42%, o açúcar 27%, couros e peles 9% e o algodão 8% do total das exportações do império. Isto não significa uma redução na produção de qualquer um desses itens e, na verdade, ocorreu o oposto. O crescimento ocorreu em todos os setores, alguns mais do que outros. No período entre 1820 e 1840, Fausto diz que "as exportações brasileiras dobraram em volume e triplicaram em valor nominal", enquanto a valorização denominada em libras esterlinas aumentou em mais de 40%.[268] O Brasil não foi o único país onde a agricultura desempenhou um papel importante nas exportações. Por volta de 1890, nos Estados Unidos, até então o país mais rico das Américas, os produtos agrícolas representaram 80% de todas as exportações.[269

Desenvolvimento

Um desenvolvimento econômico de larga escala ocorreu durante este período no país, antecipando avanços similares em países europeus.[277] [278] Em 1850, havia cinquenta fábricas com um capital total de Rs 7.000:000$000. No final do período imperial, em 1889, o Brasil tinha 636 fábricas, o que representa uma taxa anual de crescimento de 6,74% em relação ao número de 1850 e com um capital total de cerca de Rs 401.630:600$000 (o que representa uma taxa de crescimento anual no valor de 10,94% entre 1850 e 1889).[279] O "campo ecoou com o som estridente das linhas de ferro que estavam sendo colocadas como ferrovias, no ritmo de construção mais furioso do século XIX; na verdade, a construção em 1880 foi a segunda maior em termos absolutos em toda a história do Brasil. Na década, apenas oito países em todo o mundo construíram mais quilômetros de ferrovias do que o Brasil."[105] A primeira linha férrea, com apenas 15 quilômetros de trilhos, foi inaugurada no dia 30 de abril de 1854[280] em um momento em que muitos países europeus não tinham serviço ferroviário.[277] Em 1868, havia 718 quilômetros de linhas ferroviárias[281] e até o final do império, em 1889, essa rede chegou a 9 200 quilômetros de extensão, com outros 9 000 quilômetros em construção,[282] tornando-se o país com "a maior rede ferroviária na América Latina".[105]

Fábricas foram construídas por todo o império em 1880, permitindo modernizar as cidades brasileiras e "receber os benefícios do gás, da eletricidade, do saneamento, do telégrafo e das empresas de bonde. O Brasil estava entrando no mundo moderno."[105] O país foi o quinto no mundo a instalar modernos esgotos urbanos, o terceiro a ter tratamento de esgoto[277] e um dos pioneiros na instalação de um serviço de telefonia.[283] Além de melhorias anteriores na infraestrutura, o império também foi o primeiro país da América do Sul adotar um sistema de iluminação elétrica público (em 1883)[284] e o segunda das Américas (atrás apenas dos Estados Unidos) a estabelecer uma linha telegráfica transatlântica, ligando-o diretamente com a Europa em 1874.[277] A primeira linha telegráfica nacional surgiu em 1852 no Rio de Janeiro. Em 1889, havia 18 925 quilômetros de linhas telegráficas ligando a capital do país às províncias brasileiras distantes, como o Pará, e até mesmo ligando o império a outros países da América do Sul, como Argentina e Uruguai.[285]

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Brasil Ré publicano

A república e a continuação do fracasso da pseudo-nação brasileira

Neste dia 15 comemora-se a proclamação da república no Brasil. Se analisarmos bem não há motivos para comemorar. A república apenas piorou, e muito, os graves podres já existentes na monarquia, além de criar outros piores.

O principal motivo do fracasso brasileiro como nação é o centralismo político-administrativo. País nenhum dá certo sem dar poderes administrativos às suas subdivisões. Se os EEUUAA não dão certo, mesmo sendo quase uma confederação, o Brasil menos ainda.

A ausência desta é a ruína para qualquer país. Basta vermos a história de nosso continente. Os pernambucanos, uruguaios e farroupilhas contra o Brasil; os confederados contra os EEUUAA; os texanos e californianos contra o México; os panamenhos contra a Colômbia. O Novo Mundo está cheio de exemplos de países que enfrentaram revoltas por mais independência política.

Hoje em dia estas nações citadas, assim como tantas outras, têm movimentos e partidos políticos que buscam maior autonomia. Décadas se passaram, mas nada mudou. Como diziam os ulyssistas de Xaxim: “A mudança é agora”. Se não mudarmos agora, será tarde demais.

Seja monarquia, república, América, Europa, ou o que for, deve-se saber administrar e legislar corretamente uma nação. Além do caso de antes, consideremos os desastres econômicos causados pela república. Do encilhamento em 1890, até a hiperinflação em 1990. Passam-se os séculos, mas os desastres do governo central continuam. Mudou-se o regime, mudaram-se as constituições e os governantes, mas os únicos beneficiados sempre foram as piores corjas de bandidos, incluídos os governantes.

MONARQUIA REPÚBLICA

O Monarca, sendo vitalício, pode inspirar e conduzir um projeto nacional, com obras de longo alcance e longo prazo.

O Presidente tem quatro anos para elaborar e executar o seu projeto de governo, cujo alcance é forçosamente limitado.

O Monarca não tem interesse em interromper os projetos de seus antecessores, dos quais participa antes mesmo de subir ao trono.

O Presidente quer executar o seu próprio projeto e, com freqüência, interrompe as obras dos antecessores. Em geral, não consegue completar os projetos iniciados por ele, que serão igualmente abandonados por seu sucessor.

O Brasil no final Império, era um país do primeiro mundo, junto com os Estados Unidos da América, Inglaterra e Alemanha.

A República conduziu o Brasil à condição de país do terceiro mundo, do qual a tendência é descer mais.

Se tivéssemos mantido a Monarquia, os sucessores de D. Pedro II, até agora,

No mesmo periodo de um século, tivemos 44 Presidentes, apenas 8 eleitos democraticamente

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teriam sido apenas três. terminaram seu mandato, com igual número de mudanças de rumo e outro tanto de crises, golpes, instabilidades e ditaduras.

Na Monarquia, o Monarca é um amigo e aliado do seu Primeiro Ministro.

Na República, o Presidente é um concorrente ou um inimigo de seu Primeiro Ministro.

O Monarca é o símbolo vivo da nação, personifica sua tradição histórica e lhe dá unidade e continuidade.

O Presidente da República tem mandato de apenas quatro anos e é eleito por uma parte geralmente minoritária da nação. Por isso não a personifica, nem lhe dá unidade.

É função do Monarca, segundo o Imperador Francisco José da Austria, defender o povo contra os seus maus governos.

Rui Barbosa afirmou que "o mal irremediável da República é deixar exposto às ambições menos dignas o primeiro lugar do Estado", isto é, o Chefe de Estado.

O Monarca não está vinculado a partidos nem depende de grupos econômicos, por isso pode influir, com maior independência, nos assuntos de Estado, visando o que é melhor para o país.

O Presidente se elege com o apoio de partidos políticos e depende de grupos econômicos, que influem nas suas decisões, em detrimento das reais necessidades do povo e do país.

O Monarca é educado desde criança para reinar com honestidade, competência e nobreza, e durante toda a vida acompanha os problemas do país e colabora em sua solução, com independência política e partidária.

O Presidente não é educado para o cargo. Não raro, surge como resposta aos interesses de um partido. É como um passageiro de avião, que é eleito pelos demais para pilotar a aeronave, sem que para isto esteja habilitado.

A dotação de D. Pedro II era de 67 contos de réis por mês, e não se alterou durante os 49 anos de reinado. Com essa dotação ele manteve sua família e sustentou os estudos de muitos brasileiros

Após a proclamação da República o salário de Deodoro, destinado apenas às suas despesas pessoais - não às do seu cargo -, foi ajustado em 120 contos de réis por mês, e os dos Ministros foram dobrados em relação aos do Império.

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famosos, como Carlos Gomes, Pedro Américo e o próprio Deodoro. Não havia mordomias.

Na Monarquia, a nação sustenta apenas uma família.

Na República brasileira, além do Presidente, a nação sustenta hoje mais 7 ex-Presidentes e suas viúvas.

Na Grã-Bretanha, com toda a sua pompa e circunstância, o custo anual para o povo britânico sustentar a Rainha, sua família e todo o aparato é de US$ 1,87 per capita, e no Japão não chega a US$ 0,50.

No Brasil, estima-se que a Presidência custe à nação entre US$ 6,00 e US$ 12,00 per capita por ano.

As viagens de D. Pedro II eram pagas com o seu próprio dinheiro, e a comitiva não passava de 4 ou 5 pessoas.

As viagens presidenciais são pagas com o dinheiro do povo, e a comitiva já chegou a lotar dois Jumbos.

No Império havia 14 impostos, e uma norma que dizia: "Enquanto se puder reduzir a despesa, não há direito de criar novos impostos".

Hoje, o Brasil tem 59000 impostos, e a todo momento surgem propostas para aumentar a carga tributária.

O menor salário do Império equivaleria hoje a US$ 275,00 e a diferença entre o menor e o maior era de 12 vezes.

O salário-mínimo republicano tem sido inferior a US$ 100,00, e a diferença entre ele e o maior salário de cargo público ultrapassa 200 vezes.

O salário mínimo de professora equivalia, no Império a US$ 730,00.

Hoje, os professores recebem salário "de fome", desestimulando o ensino..

A inflação média do Império foi de 1,58% ao ano, apesar das enormes despesas com a guerra do Paraguai.

A inflação acelerou logo nos primeiros dias da República, e em 108 anos atingiu 64,9 quatrilhões por cento. Em passado recente chegou a 82,4% ao mês.

A favela surgiu em 1898, quando o governo

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republicano não pagou o salário dos militares

CARACTERÍSTICAS:

Nome do país – Império do Brasil

Carta outorgada (imposta, apesar de aprovada por algumas câmaras municipais da confiança de D. Pedro I).

/ Monarquia hereditária e constitucional

Quatro poderes (Executivo / Legislativo / Judiciário / Moderador (exercido pelo imperador)

O mandato dos senadores era vitalício

Voto censitário

Estado confessional

Foi a de maior vigência (durou mais de 65 anos)

Obs.: foi emendada em pelo ato adicional de 1834, durante o período regencial, para proporcionar mais autonomia para as províncias.

2) Constituição de 1891

CONTEXTO:

Logo após a proclamação da república predominaram interesses ligados à oligarquia latifundiária, com destaque para os cafeicultores. Essas elites influenciando o eleitorado ou fraudando as eleições ("voto de cabresto") impuseram seu domínio sobre o país ou coronelismo.

CARACTERÍSTICAS:

Nome do país – Estados Unidos do Brasil

Estado Ditadorial Oligárquico / República Presidencialista

Três poderes (extinto o poder moderador)

Voto Universal só que não (para todos desde que fossem homens com mais de 21, não militares, não religiosos, outras exceções )

Estado Laico (separado da Igreja)

Modelo externo – Paga pau da constituição dos Estados Unidos

Obs.: as províncias viraram estados, o que pressupõe maior autonomia.