bpm para todos
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BPM Para Todos
Uma Viso Geral
Abrangente, Objetiva e Esclarecedora sobre
Gerenciamento de Processos de Negcio | BPM
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BPM Para Todos Uma Viso Geral Abrangente, Objetiva e Esclarecedora
sobre Gerenciamento de Processos de Negcio | BPM
Gart Capote
1 Edio
2012
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Copyright 2012 de Gart Capote
Todos os direitos reservados. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas grficos, microflmicos, fotogrficos, reprogrficos,
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ilustrar situaes e exemplos, no tendo vnculo nenhum com o livro, no garantindo a sua
existncia nem divulgao. Eventuais erratas estaro disponveis para referncia no site do Autor:
http://www.gartcapote.com
Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil.
BPM Para Todos - Uma Viso Geral Abrangente, Objetiva e Esclarecedora sobre
Gerenciamento de Processos de Negcio / Gart Capote de Britto. 1. ed. Rio de Janeiro : Gart Capote, 2012.
Bibliografia.
ISBN-13: 978-1470005412 ISBN-10: 1470005417
1. Fluxo de Trabalho Administrao 2. Controle de Processos 3.Negcios Planejamento 4.Organizaes 5.Tecnologia de Informao I. Capote, Gart
CDD-658.4063
ndices para catlogo sistemtico 1. BPM : Business Process Management : Administrao de empresas 658.4063
2. Gerenciamento de Processos de Negcio : Administrao de empresas 658.4063
Marcas Registradas Todas as siglas e termos mencionados e reconhecidos como Marca registrada e/ou comercial
so de responsabilidade de seus proprietrios. O autor informa no ser associado a nenhum produto e/ou fornecedor citado nesta obra. No decorrer da mesma, imagens, nomes de
produtos e fabricantes podem ter sido utilizados, e desde j o autor informa que o uso
estritamente ilustrativo e/ou educativo, no visando qualquer favorecimento ou desmerecimento de produto/fabricante.
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Esta obra dedicada aos
mentores, alunos e colegas encontrados nesta to
desafiadora e divertida jornada.
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Contedo
Apresentao 11
Quem deve ler este livro 19
Crowdsourcing 23
Captulo 1 - Histrias sobre Gesto Mutantes 45
Redimensionamento J 51
Que negcio esse? 59
Caso de Polcia 69
Sade 73
Corpore Sano 79
Quero falar com o Gerente! 87
Captulo 2 - A Nova Caixa de Ferramentas Evoluo 99
A Primeira Onda (TQM | BPI) 103
A Segunda Onda (BPR | Lean | 6 Sigma) 107
A Terceira Onda (BPM) 119
Captulo 3 - Primeiros Passos 1. Descobrir os Processos Atuais 141
2. Descrever os Processos Atuais 145
3. Definir o Sentido dos Processos 149
4. Preencher a Cadeia de Valor 153
5. Certificar a Estratgia 157
6. Definir o que Importante 159
7. Diagnosticar o que Importante 161
8. Divulgar o Diagnstico 165
9. Propor o Tratamento 167
10. Fazer Acontecer 171
O que Gesto Por Processos? 175
Captulo 4 - Tendncias Foco do Cliente (Outside-in) 187
Green BPM 199
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Captulo 5 - Perguntas e Respostas
1. O que BPM?............................................................................. .......... 212
2. Para que serve BPM?............................................................................ 212
3. Quais os principais benefcios que BPM traz para as
organizaes?............................................................................................ 213
4. Que impactos BPM causa nas organizaes?........................................ 214
5. Quem precisa entender sobre BPM?..................................................... 215
6. Qual a importncia de BPM para a administrao atual?...................... 215
7. Quais reas de uma organizao podem ter BPM?............................... 216
8. Como justificar os investimentos necessrios para implantao de
BPM?.......................................................................................... ............... 216
9. Como gerenciar as mudanas que BPM causa nas
organizaes?............................................................................................ 218
10. Como evitar a armadilha de iniciativas de melhorias simultneas e
desconexas?.............................. ................................................................ 218
11. Existe benefcio na Anlise de Processos mesmo sem alinhamento
estratgico?................................................................................................ 219
12. Podemos criar indicadores de desempenho para macroprocessos e
processos?.................................................................................................. 219
13. Qual a melhor abordagem para identificar processos: Top Down ou
Bottom up?................................................................................................ 220
14. Existe "local" ideal para o escritrio de processos na estrutura das
organizaes?............................................................................................ 221
15. O que automao de processos?....................................................... 222
16. O que BPMS?................................................................................... 222
17. Qual a melhor forma de escolher um BPMS para a
organizao?.................................................................................... .......... 223
18. O que BPMN?................................................................................... 224
19. O que Foco No Cliente, Foco Do Cliente e quais as diferenas
prticas?..................................................................................................... 224
20. Como mudar para Foco DO Cliente e quais os ganhos
previstos?................................................................................................... 224
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Apresentao
Se voc leu o meu primeiro livro, Guia para Formao de Analistas de
Processos, pode pular esta apresentao e comear sua leitura na pgina
19. Se voc ainda no leu, pode comear a partir daqui mesmo.
Sou um profissional de tecnologia, mas ao mesmo tempo, estudioso
e ligado gesto por essncia. Meu envolvimento com
Gerenciamento de Processos de Negcio comeou h no muito
tempo atrs. Digo isso, pois, se considerar os diversos colegas de
profisso que trabalham com processos desde a poca de O&M,
realmente, dizer que sou consultor h menos de uma dcada pode
parecer pouco tempo em relao ao mercado. Adiante vou
apresentar um pouco do meu histrico profissional, citando parte
dos trabalhos realizados ainda neste sculo.
Devo comear dizendo que at o ano de 2002 j havia trabalhado no
suporte aos diversos sistemas operacionais em Unix, j havia atuado
como especialista em banco de dados, desenvolvimento de sistemas,
e naquele ano (2002) estava envolvido em um grande projeto de
integrao de sistemas corporativos conhecido atualmente com o
EAI/ESB. Foi a partir deste ponto que tudo comeou a mudar.
Durante este grande projeto de integrao de sistemas corporativos
(EAI/ESB), com o envolvimento dos mais modernos sistemas de
planejamento de recursos (ERP), sistemas de gerenciamento de
relacionamento de Clientes (CRM), e diversos outros sistemas e
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tecnologias legadas, ns tnhamos a necessidade de criar um
ambiente nico que garantisse toda essa comunicao heterognea.
Com a viso de um grande arquiteto de solues, o Sr. Lucio
Mattos, a equipe comeou a desenvolver um produto
conceitualmente revolucionrio para a poca. Estava sendo criado
ali no apenas mais uma soluo pontual para um problema da
organizao, mas um produto que hoje utilizado amplamente no
mundo inteiro.
Com a entrega deste projeto/produto, e em pouco tempo, novos
desafios foram lanados para a equipe, at o ponto onde
precisvamos representar os processos de negcio, que eram
altamente mutveis, dentro da camada de integrao de sistemas das
organizaes. Como premissa, tudo deveria ser muito aderente ao
negcio, ter fcil manuteno, possuir uma modelagem visual,
rpida configurao, e com uma gesto bastante simples, quase
intuitiva.
Como fazer isso tudo sem criar novos sistemas?
Foi neste ponto que entrou a aplicao dos conceitos de BPM e as
tecnologias de desenho e execuo de processos, e em 2003, nasceu
essa relao que mantenho at hoje com tanta dedicao. Antes da
vinda ao Brasil do empreendedor e estudioso de mtodos de
simulao e modelagem de processos, o germnico Kurt Wiener,
confesso que tratava o assunto gerenciamento de processos com uso
de ferramentas de TI, da mesma forma como compreendia as
solues de ERP.
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Considerava apenas uma padronizao e descrio comum de
rotinas operacionais, e sua consequente execuo sistmica.
Nosso professor e guru poca, o Sr. Kurt Wiener, no
compartilhava dessa viso, e no dia a dia foi apresentando ao grupo
os conhecimentos e habilidades necessrias para o gerenciamento de
processos efetivo. No incio eu ainda considerava o Gerenciamento
de Processos de Negcio (BPM) apenas mais um conjunto
monoltico disfarado e bastante pesado de regras de negcio,
processos operacionais e administrativos inseridos em uma grande
ferramenta, e que toda mudana necessria seria tratada como uma
longa e custosa jornada de customizao.
Alm de pouco atraente, tambm considerava a ideia como mais do
mesmo, apenas mais um acrnimo que duraria uns cinco anos.
Modismo. TI por TI. Felizmente, aps muito estudo, dedicao,
diversos projetos, muitos erros, e tambm, muitos acertos, descobri
que Eu estava completamente enganado!
Com o refinamento e evoluo dos conceitos absortos, alm do
estudo continuado desde ento, fui constatando e vendo cada vez
mais que BPM procura tratar da melhoria da capacidade competitiva
da organizao, e no da aplicao de novas tecnologias disponveis
para um melhor controle. Queira voc ou no, os processos existem
e precisam ser melhorados constantemente.
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Somente com o real entendimento, e com os devidos controles,
poderemos ajudar uma organizao a realizar sua misso com
eficincia e eficcia. Mantendo este intrito no sculo atual, posso
dizer que desde 2001 muitas ferramentas de execuo de processos
foram criadas, compradas, vendidas, evoludas e descontinuadas.
Muitas notaes j foram utilizadas para representar os processos e
atividades e muitas outras ainda sero criadas.
A cada semestre temos novas opes no campo da tecnologia de
suporte execuo de processos de negcios, os chamados BPMS
Business Process Management Suites/Systems, mas em 2008 um
importante entendimento se estabeleceu nas terras brasileiras:
O BPM trata e serve para melhorar a forma como os negcios das
organizaes so realizados e administrados.
Este foi o ano em que tive a honra de contatar e conhecer a ABPMP
- Associao de Profissionais de Gerenciamento de Processos de
Negcio Association of Business Process Management
Professionals.
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No ano de 2008 tive a felicidade de encontrar, Jos Davi Furlan,
Leandro Jesus, Mauricio Bitencourt e Srgio Mylius, quatro novos
companheiros dispostos a caminhar ao meu lado nessa longa jornada
de divulgao de conhecimentos, formao, realizao de estudos,
contnuos trabalhos, e claro, reconhecimento do BPM como
importante elemento da gesto moderna.
Assim, e ainda no ano de 2008, fundamos o Captulo Brasileiro da
ABPMP (www.abpmp.org), chamado ABPMP Brasil (www.abpmp-
br.org).
Desde sua fundao sou um orgulhoso voluntrio que, com muito
empenho e perseverana, preside esta vitoriosa associao. Tenho
tido contato com pessoas extraordinrias, e totalmente apaixonadas
e dedicadas ao que fazem. Esse o grupo fundador e gestor da
ABPMP Brasil, e com o trabalho de todos os seus membros, hoje a
ABPMP Brasil reconhecida como o maior Chapter de todos, alm
de ser referncia internacional em atividade, resultados, qualidade e
inovao.
A maior prova da mudana que a ABPMP Brasil trouxe para os
profissionais de processos do nosso pas a adeso a sua
certificao internacional profissional. Ainda em 2010 o comit
executivo da ABPMP Brasil fez a prova internacional de
certificao, e aps apurao de resultados e aprovao, recebemos
os nossos ttulos de CBPP Certified Business Process Professional
(Profissional de Processos Certificado).
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Devidamente certificados, tornava-se realidade a nossa misso de
trazer e implantar no Brasil um programa de certificao
profissional acreditado internacionalmente e completamente
independente de fabricantes de produtos ou outras organizaes com
fins lucrativos.
Desde maro de 2010 lanamos o programa de certificao CBPP
no Brasil, e j somos o pas com segundo maior nmero de
profissionais certificados... E caminhando para a liderana!
Essa uma das grandes mudanas que a ABPMP Brasil tambm nos
possibilitou tornar realidade. Estamos ajudando a mudar a cultura do
pas, que antes era tradicionalmente seguidor, para um pas que
comea a pensar e agir como lder e formador de opinio. E o mais
gratificante; Essa a viso que os chapters dos outros pases tm
sobre ns. Por esses e outros motivos, hoje tenho uma viso muito
mais completa e holstica do assunto. Acredito que vejo sua
utilizao e seu impacto como um todo, no mais como um produto,
uma iniciativa ou resposta isolada, nem mesmo como apenas um
projeto.
Hoje entendo realmente como BPM pode ajudar a organizao a
vender e lanar mais produtos e servios, como reduzir custos, como
aumentar o lucro, como reduzir riscos, como melhorar a qualidade,
enfim, como ter mais sucesso.
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Hoje entendo cada vez mais como BPM pode mudar a realidade do
Brasil em relao aos seus servios pblicos e sua administrao
como um todo.
Pode parecer paradoxo, mas acredite, muitos ainda entendem,
vendem, e realizam projetos de BPM como se fossem iniciativas
isoladas de gesto departamental. Tenho encontrado algumas
perniciosas simbioses entre a tecnologia moderna e as ferramentas e
sistemas legados. Isso no Gerenciamento de Processos de
Negcio (BPM), e ajudar a acabar com esse tipo de prtica, um
dos principais motivos para escrever este livro.
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Quem deve ler este livro
Antes de responder, gostaria de compartilhar como surgiu a ideia
deste livro.
Durante os ltimos seis anos venho disseminando diariamente o
tema BPM por todo o Brasil e constantemente sou questionado com
dvidas bastante elementares, ou num bom portugus, dvidas
caractersticas de iniciantes no assunto.
Bom, isso no um problema, mas sim um indicador da maturidade
mdia do mercado nacional. Por esse motivo, e por constantemente
ter de explicar sobre Gerenciamento de Processos de Negcio de
forma ldica, decidi escrever um livro com uma Viso Geral
Abrangente, Objetiva e Esclarecedora sobre Gerenciamento de
Processos de Negcio | BPM. Lembrou-se do subttulo deste livro?
Se voc no expert em BPM, este livro para voc.
Se voc j um profissional experiente, estudado na disciplina e
com prtica em Gerenciamento de Processos de Negcio um
expert acredito que esse livro tambm poder acrescentar algo de
novo ou interessante. Afinal, para voc chegar aonde chegou muitos
livros j passaram por suas mos, olhos e mente. No verdade?
Dito tudo isso, posso definir o pblico alvo deste livro, como:
Qualquer pessoa que considere importante conviver com melhores
servios e produtos em seu dia a dia.
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Uma ltima considerao antes de finalizar:
Voc acha que os servios pblicos precisam melhorar?
Voc acha que as empresas podem ter lucro, e ao mesmo
tempo, cuidar bem dos seus Clientes?
Voc acha que a sociedade seria melhor sem tanto
desperdcio e corrupo?
Se voc respondeu sim para ao menos uma dessas perguntas, sem
dvida alguma, este livro foi feito pensando em voc!
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Progredindo na leitura
Como escrever um livro sobre Gerenciamento de Processos de
Negcio que progressivamente conseguir conduzir o leitor
num aprendizado continuado sobre o tema?
Como tornar essa leitura atraente e, ainda assim, explicar o que
precisa ser explicado?
Como explicar para minha Me o que Eu fao para viver?
A ltima pergunta pode parecer engraada. Ok... engraada
mesmo. Porm, no se engane, no por isso que a mesma se torna
menos legtima, ou qui, uma inverdade. Afinal de contas, essa
uma grande dificuldade para a maioria dos colegas de profisso.
Espero estar enviando a ajuda esperada...
Considerando esses trs grandes enigmas, elaborei um leve e
simples roteiro. Imagine que voc precisa responder a seguinte
pergunta:
- O que , e para que serve esse tal de BPM?
Esse o principal objetivo do livro:
Eliminar de forma definitiva, clara e amigvel esta dvida que por
tanto tempo perdura em nossa comunidade. Alm disso, e por meio
do Crowdsourcing, inclu no ltimo captulo uma seleo com as
vinte perguntas mais votadas pela rede de colaboradores.
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Nota do Autor
Como o leitor j deve ter percebido, este um livro que trata de
assuntos srios, mas no necessariamente de forma sisuda e
impessoal. Se voc leu o Guia para Formao de Analistas de
Processos, sabe bem do que estou falando.
Aqui existe um profissional decidido a compartilhar o pouco que
conhece e este mesmo profissional valoriza muito a interao com
seus leitores. Portanto, gostaria de solicitar a participao de cada
um. Toda ao construtiva sempre muito bem vinda.
Participe!
Para me contatar, visite o meu site em www.GartCapote.com
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Crowdsourcing
Essa , talvez, a maior inovao na elaborao deste livro. Deixe-me
explicar.
No meu primeiro livro, o Guia para a Formao de Analistas de
Processos, busquei meios alternativos, independentes e autorais
para a publicao e distribuio da obra. Eu acreditava desde o
incio que daria certo, mas no esperava tamanho sucesso. Foi uma
grata satisfao descobrir que meu livro, logo aps sua publicao,
j estava sendo vendido em todo o Brasil, Estados Unidos, Portugal
e Angola.
Estava comprovado que sair dos padres, novamente, traria bons
resultados.
Em novembro de 2011 tive uma ideia que me ajudaria a transformar
a concepo e a reviso dos meus livros em algo mais participativo e
que tivesse a direta interveno, ou melhor, a direta colaborao da
comunidade interessada em BPM no s no Brasil, mas tambm
envolvendo a Comunidade de Pases de Lngua Portuguesa (CPLP).
Para tornar essa ideia em realidade, estou utilizando uma das
maiores redes sociais da atualidade Facebook.
No dia 18 de novembro de 2011 criei no Facebook uma pgina
dedicada ao Crowdsourcing literrio para produo, reviso e
lanamento de livros relacionados ao tema Gerenciamento de
Processos de Negcio | BPM.
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Para quem no conhece o termo Crowdsourcing, vou utilizar como
fonte de referncia na definio um grande expoente mundial do
prprio Crowdsourcing, e por isso mesmo, citar um trecho
diretamente da Wikipdia:
O Crowdsourcing um modelo de produo que utiliza a
inteligncia e os conhecimentos coletivos e voluntrios espalhados
pela internet para resolver problemas, criar contedo e solues ou
desenvolver novas tecnologias.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Crowdsourcing
Sendo assim, criei a pgina chamada BPM Books, que nada mais
do que um local de trabalho virtual para um grupo bastante varivel,
formado por profissionais voluntrios, inicialmente convidados por
mim e por outros participantes, e interessados em ajudar nos
trabalhos de reviso tcnica e ortogrfica de obras que tratam do
assunto BPM.
Os que participarem efetivamente nos grupos de trabalho e atuarem
diretamente nas atividades de reviso, tero seus nomes
devidamente evidenciados nos livros, na pgina do BPM Books, no
meu Blog e onde mais eu puder evidenciar esta incrvel entrega
pessoal e profissional.
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Fica registrado aqui o meu agradecimento formal para todos os
queridos colaboradores desta primeira obra pensada e revisada
colaborativamente. Muito obrigado!
Vocs esto fazendo histria.
Para conhecer mais, e claro, participar das nossas aes, visite a
pgina do BPM Books em:
www.facebook.com/gartcapotebpm
Nota 2013:
Alteramos o local para centralizar as aes. Todas as atividades
foram direcionadas para o endereo acima.
No se esquea de curtir e compartilhar com seus amigos. Pense no
seguinte:
Nossa realidade somente mudar para melhor quando a maioria
acreditar que possvel mudar, e principalmente, quando
igualmente souber promover a mudana e agir. Esse o nosso
papel.
A seguir temos o nome de todos os colaboradores que ajudaram na
seleo das perguntas e na reviso desta obra.
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Crowdsourcing
Reviso Tcnica
Realizada por profissionais certificados
ABPMP CBPP Certified Business Process Professional e
OMG OCEB OMG Certified Expert in BPM
1. Alexandre Guimares, CBPP
2. Alexandre Mota, CBPP
3. Bruno Soares, CBPP
4. Fernando de Albuquerque Guimares, CBPP
5. Filipe Pinto, CBPP
6. Giovanni Almeida Santos, CBPP
7. Gustavo Tavares, CBPP
8. Mnica de C. B. Pacheco, CBPP
9. Samyra Salomo, CBPP
10. Sandra Camelo, CBPP
11. Sergio Roberto L. Calura, CBPP
12. Tayza Carvalhaes, CBPP
13. Ulisses Sampaio Soares, OCEB
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Crowdsourcing
Reviso Geral
14. Alberto M. Vsquez
15. Alessandra Gouva
16. Ana Ceclia Cmara Bastos
17. Andr Luiz Matos Rodrigues da Silva
18. Andr Mange
19. Antnio Neto
20. Claudio Bastos Boaventura
21. Daniel Salles
22. Erika da Silva de Castro
23. Haylla Balzani
24. Higor Monteiro
25. Jefferson Fabrcio Floriano
26. Juliana Abadia S. Rocha
27. Lorena Guimares Amaral Marques
28. Luciana Andrade de Oliveira
29. Ludmila Belchior
30. Luis Fernando Forti
31. Luis Henrique Souto
32. Luiz Humberto Ferreira Carneiro
33. Marcelo Peres
34. Marcelo Wecchi
35. Marco Gandra
36. Mariana Soares Ferreira
37. Marcus Vinicius Espoladore
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Crowdsourcing
Reviso Geral
38. Maurcio Mattos
39. Osiris Silva Jr.
40. Paulo R Granja
41. Ricardo Batista Miluzzi
42. Rodrigo Carnaval
43. Rosane Ferreira
44. Srgio Vianna
45. Tomiato
46. Vanessa Meneguel Rocha
47. Vera Lucia Raposo Calixto
48. Waldecir Liberato
49. Walter Kock
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Captulo
1 Histrias sobre Gesto
Como ficamos assim?
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Os Processos esto por toda a parte
Sem envolver neste livro qualquer convico ou opo religiosa,
filosfica, esotrica, podemos dizer que nossa vida diria nada mais
que o resultado da soma de inmeros processos - conscientes ou
no.
Com a grande maioria dos processos que interagimos, ns no
temos controle verdadeiro. Somos apenas participantes eventuais e
pontuais.
Toda vez que compramos um produto em um site, em uma loja
fsica, contratamos um servio particular, ou utilizamos um servio
pblico, estamos verdadeiramente participando do processo no
apenas consumindo seu produto ou seu servio.
Entender e aceitar que somos corresponsveis (igualmente
responsveis) pelo resultado de todos os processos que nos cercam
uma grande mudana de pensamento e, esta mesma mudana nos
far agir de forma diferente. Preferencialmente, esta mudana nos
tornar melhores profissionais. Melhores pessoas.
Pense em processos que corriqueiramente somos participantes e em
outros que nem temos conscincia de que somos elementos ativos.
Tente imaginar a sua vivncia, a sua interao e, mais ainda, a sua
expectativa nestes processos dirios, tais como:
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- A Preparao de Refeies
- O Transporte Pblico
- O Atendimento Mdico-Hospitalar
- A Criao de Livro ou Artigo
- O seu Trabalho Dirio
- A Produo de Alimentos
- O Aprendizado Humano
- Planejamentos Diversos
- Desenvolvimento de Solues
- Reclamaes Jurdicas
- Manuteno do Lar
E muito mais...
Um dos grandes responsveis pela excelncia produtiva japonesa, o
norte-americano Willian Edwards Deming, sabiamente dizia:
Se voc no capaz de descrever o que voc faz como um
processo, voc no sabe o que est fazendo.
Sem o desenvolvimento e o controle contnuo de processos, nossa
vida seria ainda mais catica do que j nos parece ser.
Se o governo no comear a pensar e planejar suas aes de forma
mais estruturada, ou seja, na forma de processos, os servios
pblicos sero ainda piores.
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Se uma empresa de telefonia, por exemplo, no pensar em realizar
os servios vendidos de forma estruturada, a telefonia brasileira ser
ainda pior.
A boa notcia que a grande maioria das organizaes entende a
importncia de ter processos bem definidos, realizados e
controlados.
A m notcia que a mesma grande maioria no tem seus processos
bem definidos, realizados e controlados.
Devemos nos sentar, lamentar e aceitar essa realidade?
Sem medo de errar, digo enfaticamente:
No! No devemos mais aceitar as coisas como so.
Est mais do que comprovado que est errado!
Est na hora de promovermos a verdadeira mudana. A mudana
que nasce no conceitual, mas ali no se encerra. a mudana que
todos ns tornaremos em prtica vigente.
O Gerenciamento de Processos de Negcio (BPM) a mudana de
mentalidade necessria a toda e qualquer organizao, com ou sem
fins lucrativos, de iniciativa pblica ou privada, que reconhece que
seus processos so a chave para um bom planejamento. E que um
bom planejamento pode levar aos melhores, mais desejados e to
necessrios resultados.
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Se voc est lendo este livro, porque voc tambm acredita que a
mudana necessria.
J est na hora de voc assumir o seu lugar e seguir em frente com
BPM. Vamos seguir juntos na transformao deste planeta em
algo muito melhor.
BPM no uma atividade burocrtica e enfadonha feita pela rea de
qualidade de algumas organizaes.
BPM no uma iniciativa contnua para documentao e impresso
incessante de processos.
BPM no um trabalho criado para obedecer a normas obtusas e
com isso obter certificaes de qualidade - j comoditizadas e que
no so realizadas na prtica.
BPM a certeza de que tudo pode e deve ser melhor.
BPM esta mesma certeza transformada em disciplina estruturada
de gesto e conduzida por pessoas realmente engajadas.
So tantos os desafios que o profissional vai encontrar ao tentar
promover a mudana, que se no for algum realmente envolvido de
corpo e alma, sua fora no ser suficiente para mover as barreiras
existentes. Digo isso com convico, pois essa a minha realidade
diria desde 2004.
- Ok, Gart, mas o que , conceitualmente, um processo?
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BPM Para Todos
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Basicamente, podemos dizer que um processo nada mais que uma
srie de aes, ou passos, que so realizados para se alcanar
determinados objetivos. Vamos ver um exemplo bastante trivial.
Para se entregar uma refeio, preciso seguir alguns passos que
compem minimamente este processo, tais como: escolher o
cardpio, separar os ingredientes, preparar os alimentos e,
finalmente, servir (entenda estes passos como atividades).
Um processo precisa receber insumos para seu incio. A esse
elemento do processo, damos o nome de Entrada (Input).
Considerando o preparo de uma macarronada como um processo,
devemos, por exemplo, considerar como seus insumos: o macarro,
o tomate, a gua, o sal, a carne e outro ingrediente que seja utilizado.
Uma vez com as entradas definidas e recebidas, o processo com
sua mirade de possveis configuraes de sequncia de atividades
pode finalmente ser realizado e produzir um resultado, com maior
ou menor variabilidade.
Continuando no preparo da macarronada, considere que, antes de
colocar o macarro na panela (que um recurso do processo),
preciso colocar gua na quantidade certa (a gua um insumo, e a
quantidade certa equivale a uma regra ou procedimento do
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BPM Para Todos
38 w w w . G a r t C a p o t e . c o m
processo). A pessoa que estiver preparando a macarronada precisa
ser instruda sobre a forma de realizao do processo, saber a sua
sequncia, e claro, suas condies.
O resultado do trabalho realizado pelo processo, que chamado de
Sada (Output) em ltima instncia, o produto ou servio pelo
qual pagamos, recebemos e utilizamos no dia a dia.
Se o processo foi corretamente realizado, ou seja, utilizou os
insumos nas atividades corretas, na sequncia correta e conforme a
receita descreve (procedimentos e regras), provavelmente teremos
uma refeio (sada produto ou servio) de qualidade, que,
conforme previsto, pode sofrer variaes maiores ou menores, mas
ser essencialmente uma macarronada conforme detalhado na
receita (o processo descrito).
Muitos tambm me perguntam se processo sinnimo de
excelncia, padronizao, eficincia, e, at mesmo, burocratizao.
Os menos experientes em BPM chegam a pensar processos apenas
como atividades automticas realizadas por sistemas eletrnicos e
mquinas complexas.
Muitos acreditam que falar em processos meio caminho para
reduo de custos, com reduo de trabalho e utilizao de uma
srie de ferramentas fsicas e digitais.
Bem... Sim e no.
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Somente descrever, observar e pensar no processo no garantia de
alcanar reduo de custos ou excelncia. Para alcanar esses
resultados e, ainda assim, melhorar o relacionamento com os
consumidores dos processos, preciso muito mais do que apenas
falar sobre o assunto, escrever manuais, diagramar atividades em
grandes folhas e depois pendur-las nas paredes do escritrio.
Utilizei o exemplo da preparao da macarronada propositalmente
para ajudar a tirar da mente a ideia de que processos s existem
dentro das organizaes, que so realizados durante o expediente, e
por pessoas contratadas para tal. Sim. Essa uma das realidades,
mas no a sua totalidade.
Tudo processo. Saiba voc ou no. Queira voc ou no.
Se uma macarronada pode ficar horrvel dependendo do cozinheiro,
imagine o que pode acontecer com o resultado de grandes e
complexos processos que dependem de tantos cozinheiros ao
longo do caminho.
Para encerrar este bloco, alguns outros elementos que compem os
processos precisam ser citados, sendo:
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40 w w w . G a r t C a p o t e . c o m
Objetivo
a verdadeira razo para a realizao do trabalho.
Todo processo precisa ter o seu objetivo definido e declarado. a
partir do entendimento do objetivo do processo que teremos
condies de realizar mudanas, alinhamentos e proposies de
melhoria.
Sem saber o objetivo formal do processo, qualquer mudana
perigosamente vlida.
Evento
um acontecimento real que provoca uma ao, podendo iniciar a
execuo de um processo, mudar seu caminho afetando a sua
execuo ou comportamento, e tambm concluir um processo. Os
eventos de um processo podem ser de trs tipos:
1. De Incio
2. Intermedirios
3. De Fim.
Ator / Participante
o elemento encarregado pela realizao das atividades e tarefas
descritas no processo.
Dono de Processo
o elemento (pessoa ou grupo) na organizao que possui
responsabilidade direta pelo resultado do processo.
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BPM Para Todos
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Stakeholders
Compreendem todos os envolvidos em um processo, podendo ser de
carter temporrio (como um projeto) ou duradouro (como o
negcio ou a misso de uma organizao).
Veremos mais adiante no livro, como a disciplina de Gerenciamento
de Processos de Negcio (BPM) pretende apoiar as organizaes na
conquista evolutiva de uma maior maturidade no tema processos e,
principalmente, como possvel alcanar a atual trplice coroa
organizacional:
1. Reduo de Custos
2. Excelncia Operacional
3. Melhor Relacionamento com Clientes
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BPM Para Todos
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Nota do Autor
Apenas ratificando a proposta deste livro, importante lembrar que
os temas aqui tratados sero apresentados sempre de forma mais
simples e ldica. Este livro sobre BPM para Todos, no apenas
para os iniciados na profisso. como dizem:
A sofisticao est na simplicidade.
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BPM Para Todos
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Os Responsveis
Vamos fazer uma troca de chapu neste momento.
Por favor, deixe de lado o pensamento de leitor de livros tcnicos
sobre Gerenciamento de Processos de Negcio, no pense como um
profissional preocupado somente em aprender e levar para sua
organizao os principais conceitos e fundamentos de BPM. No
seja apenas um estudante que busca conhecimento.
Neste momento, preciso que voc se torne no que realmente :
UM CLIENTE!
Para simplificar a nossa vida, vamos chamar o cidado, o
consumidor, ou qualquer outra variao existente, apenas de Cliente.
Sim, Eu sei que voc sabe que todos ns somos Clientes, mas
quando pensamos em processos, infelizmente, tendemos a pensar
como empresas e, aps esta estranha mutao involuntria, nos
tornamos seres mais frios, inconsequentes e distantes das
necessidades mais elementares da humanidade...
Portanto, querido leitor, neste ponto do livro, volte a ser apenas um
ser humano, ou o chamado cidado comum.
Voc precisa pensar que algum que enfrenta filas, paga contas,
anda de transporte pblico, perde horas em engarrafamentos, acha
uma porcaria o atendimento de Call Center, fica doente e precisa de
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hospitais, no aguenta mais ouvir notcias de furto do dinheiro
pblico, de corrupo generalizada, superfaturamento de obras
pblicas nababescas interminveis e, principalmente, voc algum
que paga impostos muitos e pesados impostos, e no v o retorno
por parte do Estado.
J est pronto?
J est pensando como um cidado comum?
J capaz de sentir frustrao, raiva e, ainda assim, ter muitas
expectativas?
timo! Vamos em frente.
Ento, meu querido Cliente, voc sabe me dizer por qual motivo os
servios de telefonia, de TV a cabo, a construo civil, a conexo
com a internet, os hospitais, as escolas, o trnsito, as empresas
areas (...) so to terrivelmente ruins?
Se voc chutou que os culpados so os processos, voc acertou
cinquenta por cento da questo. Faltou apenas dizer que os
processos so definidos por pessoas. Ou seja, ns somos os culpados
por tudo isso.
Sim, voc, o poderoso Cliente, tambm responsvel pelo pssimo
produto ou servio que recebe.
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Mutantes
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Permita-me trazer um exemplo real desta mutao pseudo-
intelecto-conceitual que nos acomete de segunda a sexta e
imediatamente aps passar pela catraca instalada na recepo das
organizaes.
Em 2011, estava palestrando em um grande evento sobre BPM aqui
no Brasil e, durante a fase de perguntas da plateia, um participante
me perguntou se o Gerenciamento de Processos de Negcio, ou
BPM, teria algo a acrescentar em termos de melhoria para sua
organizao, j que a mesma, um importante rgo pblico nacional,
possui uma rea interna que cuida da excelncia de seus processos e
que, inclusive, j possui diversas certificaes de qualidade e
excelncia pblica.
Confesso que, ao ouvir o nome do rgo pblico famoso por sua
incapacidade estratgica-operacional e notria precariedade de
resultados na viso de seus profissionais e gestores esta mesma
organizao havia galgado nveis de EXCELNCIA e
QUALIDADE, precisei respirar fundo e contar at dez...
Recuperado do choque, no respondi sua pergunta, mas devolvi
outras que nos ajudariam no diagnstico. Educadamente, falei ao
colega da plateia:
- Quem disse que vocs so excelentes?
- Voc deixaria seu filho a merc desse servio pblico?
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- Desculpe, mas eu - enquanto cidado brasileiro - nunca fui
consultado para saber se acho vocs excelentes!
Certo silncio aconteceu. Era de se esperar, mas eu continuei e
expliquei o que vou descrever aqui.
Em nenhum momento, quis brigar, ofender ou deixar o colega
constrangido. Mas vocs sabem que, de vez em quando, preciso
sacudir e chocar um pouco para conseguir tirar a pessoa do mundo
imaginrio - formado e abastecido diariamente por rotinas
corporativas.
Quando o questionei, no estava colocando em xeque a certificao
A, B ou C, muito menos a capacidade do profissional e a sua tima
inteno. Mas estava, sim, tentando traz-lo para a nossa realidade.
A realidade do Cliente.
Veja. A organizao trabalhou tanto para conseguir a tal certificao
de Excelncia, que se esqueceu de perguntar se NS tambm
achamos o servio excelente.
Ora bolas, se voc presta um servio qualquer tipo de servio
voc precisa saber se o seu Cliente acha excelente, e no se o
auditor-certificador corporativo acha que est excelente.
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No mais possvel aceitar esse tipo de coisa. Est na hora de dizer
e mostrar que ns Clientes no concordamos com os ndices que
nos so jogados goela abaixo.
Existe um livro de Charles Bukowski que tem o ttulo perfeito para
essa anomalia: Fabulrio Geral do Delrio Cotidiano.
Vamos ser sinceros. No conheo uma s pessoa capaz de dizer:
- Eu confio plenamente, e acho excelentes, os servios pblicos
brasileiros. Inclusive, j estou pensando em cancelar o plano de
sade da famlia, andar apenas de transporte pblico e colocar as
crianas na escola pblica. Afinal de contas, os rgos seguem as
normas internas e alcanaram a certificao de Excelncia Nvel
10 Master Plus Advanced.
Isso no existe.
No hoje.
No aqui, no Brasil de 2012.
Para no parecer que tenho implicncia com os nossos servios
pblicos, o que realmente no verdade, vamos entender e analisar
uma situao bastante corriqueira para o cidado comum, a to
temida Ligao para a Central de Atendimento...
Chego a ter calafrios s de pensar nisso.
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Redimensionamento J
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O que vou relatar aqui tambm uma situao real e vivida mais de
uma vez. Sei que voc vai se identificar comigo.
Imagine que voc se interessou em ter uma assinatura mensal de TV
a cabo, com um pacote de internet de alta velocidade e ainda se
convenceu de contratar da mesma empresa o seu servio de telefonia
fixa. At aqui, tudo perfeito, no fosse a necessidade de efetivao
do servio. Ou seja, a necessidade de um tcnico comparecer em sua
residncia e instalar os equipamentos necessrios para a operao
ser efetivada.
Durante o processo de contratao da assinatura, sim, isso j um
processo, voc agenda a visita do tcnico, recebe um nmero de
protocolo e comea a rezar para tudo acontecer conforme planejado.
Bom, este o padro.
Sei que existem raras excees nas quais no precisamos rezar, pois
tudo d certo e o tcnico comparece conforme combinado. Mas,
como no estamos tratando das excees neste exemplo, voltemos
ao padro...
Chegada a to sonhada data, voc consegue tirar o dia de folga e fica
em casa total disposio do tcnico da empresa.
Apelando para todas as crenas e mandingas que conhece, voc
torce para que ele comparea.
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Aps oito horas de espera - sem nem mesmo ter ido ao banheiro,
pois voc sabe que o tcnico bater porta ou chamar ao interfone
no exato e inexorvel momento em que voc relaxar (toda ateno
pouca durante esses momentos que definem nossa vida na terra) -
voc comea a aceitar que ele provavelmente no vem mais.
Ok, voc pensa... Vou aguardar por mais uma hora.
O relgio marca nove horas da noite. Nada do tcnico.
Agora, voc est realmente convencido de que aquele no foi
mesmo o seu dia de sorte.
Aps a pronncia exacerbada de algumas palavras de baixo calo,
voc sabe que precisa fazer algo, e movido por uma coragem sobre-
humana, disca os nmeros do apocalipse relacional, ou melhor,
disca os nmeros do telefone da central de atendimento.
J musicalmente atualizado devido ao vasto repertrio da URA
(Unidade de Resposta Audvel aquela mquina que te pede para
digitar tudo e no salva nada), voc faz seu primeiro contato com
um ser humano, que munido de um linguajar bastante peculiar, tenta
- sempre no gerndio estar descobrindo o que houve.
- Senhor... O tcnico informou que o senhor no estava em casa.
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Cuidado. neste ponto que voc precisa manter a calma, pois ao
menor sinal de alterao de voz ou humor, o atendente pode se
ofender e rapidamente desligar a sua ligao. Se isso acontecer, voc
ter que repetir todo o processo novamente. No isso que voc
quer.
Aqui vai uma dica:
Respire lentamente e pense em boas lembranas da infncia.
Resumindo.
Hoje, a maior parte das centrais de atendimento, e digo isso por j
ter trabalhado com as maiores durante alguns anos, no est ali para
reverter algum problema, agradar, e muito menos, fazer o que voc
realmente precisa.
Hoje, as centrais de atendimento no passam de grandes feridas
corporativas expostas ao sol.
Diga se no verdade. Na maioria das vezes que voc precisa falar
com uma central de atendimento, tem certeza absoluta de que a
pssima imagem que voc tem sobre a empresa, realmente faz
sentido, e provavelmente, corresponde a mais pura e cruel verdade:
eles no esto preocupados com a sua satisfao, apenas se
preocupam em receber o seu dinheiro.
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Tempos atrs, fui chamado por um Cliente para ajudar no
redimensionamento de sua central de atendimento. Chegando l,
aps ouvir um breve resumo sobre o cenrio atual da empresa,
brinquei com o diretor da rea.
Minha soluo bem simples. O operador que no trabalhar com
a venda direta dos produtos da organizao deve ser dispensado.
Deixaremos apenas um atendente para receber as ligaes dos
eventuais problemas previstos e mais uma ou outra exceo. Fora
isso, ningum mais na operao do Call Center. Acabou a farra!
Este meu Cliente, alm de espirituoso, j conhecia minha
abordagem, e riu da minha soluo. Em outro cenrio, ou seja, com
um novo Cliente, ou algum que no entenderia com tanta facilidade
as entrelinhas e o subtexto da minha soluo, eu precisaria dizer:
A soluo para o problema de superpopulao em sua central
de atendimento no nada trivial e, muito menos, de resultado
imediato. Precisaremos peneirar dentre as reclamaes recebidas,
quais as principais ocorrncias, e com esse mapa de problemas,
comearemos a levantar quais so os processos que interagem
direta e indiretamente na produo destes pssimos resultados.
No adianta contratar mais operadores.
No adianta mudar o sistema.
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No adianta reduzir ou aumentar o TMA (tempo mdio de
atendimento).
No adianta bonificar ou punir.
preciso entender o que estes gritos dos processos (problemas
evidenciados) esto realmente tentando informar.
Quando propus a soluo de eliminar 90% da operao, estava
fazendo uma brincadeira anloga condio de que, para pensar na
soluo, precisaremos levantar, representar, estudar, melhorar,
executar e controlar os processos da organizao.
Uma grande central para atendimento de reclamaes e problemas ,
por si s, a maior evidncia dos grandes problemas nos processos da
organizao.
Uma central de atendimento deve ter por premissa cuidar do
relacionamento com os Clientes, e no ficar apagando incndios
provocados por processos, produtos e servios defeituosos.
Voltando ao nosso exemplo, quele no qual o tcnico para variar -
no compareceu. Voc consegue imaginar qual foi o meu
sentimento sobre a empresa que eu estava contratando?
Voc recomendaria esta mesma empresa para um amigo ou
familiar?
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Imagine esse sentimento multiplicado e compartilhado por milhares
nas redes sociais e voc entender a importncia dos processos para
as organizaes.
O mercado no est mudando. Ele j mudou.
O que antes era aceitvel hoje funciona como um sinal do fim para
determinados produtos e servios.
Em uma economia cada vez mais baseada em servios, cuidar para
que os processos entreguem o que foi planejado e vendido, no
uma opo. uma questo de sobrevivncia.
As organizaes precisam desenvolver cada vez mais a melhoria no
relacionamento com seus Clientes, e principalmente, promover uma
maior fidelizao, pois as alternativas dirias so inmeras e em
rpido e constante crescimento.
Quando eu era mais jovem se dizia:
Um Cliente satisfeito conta para mais um possvel Cliente. Um
Cliente insatisfeito reclama com mais dez pessoas.
Multiplique por mil, adicione o imediatismo na comunicao, e esta
afirmativa continuar verdadeira nos dias de hoje.
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Que negcio esse?
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Que bom que voc chegou at aqui. Pelo visto, ou voc muito
perseverante, ou a leitura est agradando.
Bom, considerando as duas possibilidades, gostaria de fazer umas
perguntas, mas peo que voc pense na resposta por alguns minutos
antes de prosseguir na leitura e alcanar as respostas. Combinado?
Ento, vamos l:
1. Voc sabe dizer qual o negcio da Polcia Militar?
2. Voc sabe qual o negcio do Ministrio da Sade?
No nada disso que voc imaginou. Deixe de pensar besteira!
Vou dar outra chance:
3. Voc sabe qual o negcio de um fabricante de carros?
Essa foi fcil. Certo?
Afinal, o negcio do fabricante de carros nos bastante familiar. Ele
pesquisa, projeta, constri, anuncia e vende carros.
No se preocupe se voc no sabe exatamente qual o negcio da
Polcia Militar, e muito menos, qual o negcio do Ministrio da
Sade. Essas dvidas so bastante comuns e tem uma boa
explicao para o cidado brasileiro no saber de bate-pronto todas
as respostas.
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BPM Para Todos
62 w w w . G a r t C a p o t e . c o m
Antes de responder, vamos entender primeiro o que um negcio.
Para isso, vou recorrer a um trecho do meu outro livro, o Guia para
Formao de Analistas de Processos, lanado em 2011.
Negcio:
Grupo de indivduos interagindo para realizar um conjunto de
atividades e entregar valor aos clientes (fins lucrativos ou no).
Todos ns somos Clientes. Portanto, um Negcio sempre deve
entender o que seus Clientes valorizam, pois s assim ser capaz de
elaborar suas estratgias para a entrega de um produto ou servio de
valor.
Imagine o fabricante de automveis.
Se ele no tiver uma clara compreenso de quais so os tipos de
Clientes de seus carros, dificilmente conseguir produzir e entregar
o que considerado de valor.
Imagine um fabricante de carros de luxo superesportivos, que sem
conhecer as condies financeiras e de infraestrutura do norte do
nosso pas, decide que abrir uma loja para expor e vender seus
luxuosos veculos em uma cidade no interior do Acre...
Ok. Este um exemplo bastante exagerado. Mas, este mesmo
exagero, acontece com muito mais frequncia do que imaginamos.
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A diferena que no vemos carros esportivos sendo vendidos no
meio do Pantanal Mato-grossense ou da selva Amaznica, mas
temos diariamente absurdos igualmente desalinhados com a real
necessidade dos Clientes.
Est duvidando?
Sou carioca, e apesar de ter vivido em vrias cidades do nosso pas
inclusive em duas cidades no Acre, resolvi voltar a viver na minha
cidade natal em 2007. Desde o meu retorno para o Rio de Janeiro,
tenho observado algumas das situaes mais absurdas, que seriam
at cmicas se no fossem tragicamente reais e de muito mau
gosto.
A seguir, irei citar apenas um exemplo real, dentre os muitos
disponveis, em nossa rica diversidade nacional.
Uma favela - agora chamada de comunidade na tentativa de
minimizar a terrvel realidade vivida pelos seus moradores um
local onde as classes mais pobres vivem. Nas favelas no se tem
escolas, hospitais, saneamento bsico, calamento, luz, rgos
pblicos, segurana e principalmente, o morador de uma favela no
recebe do seu governo, e da populao em geral, a dignidade
mnima necessria para qualquer ser humano.
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Recentemente, um grande conglomerado desordenado,
desestruturado, precrio, violento e abandonado pela sociedade e
pelo governo por dcadas a fio, localizado na zona norte do Rio,
recebeu um carro de luxo superesportivo para rodar em suas vielas
sem calamento. Deixe-me explicar melhor.
No estou dizendo que a favela um lugar terrvel de se viver na
tentativa de chocar o leitor, mas, novamente, minha inteno traz-
lo para a nica realidade de quem realmente importa. A realidade do
Cliente.
Se voc vivesse em uma favela, tenho certeza de que o seu maior
desejo, enquanto Cliente do governo, seria sair de l o mais rpido
possvel. E se voc pensar um pouco mais sobre o assunto, diria at
que o seu desejo que no existam mais favelas no mundo!
Ningum gosta de viver margem da dignidade. Alguns se
acostumam, e por necessidade, aceitam.
Agora eu te pergunto:
Voc acha que os moradores do Complexo do Alemo (o tal
conglomerado de favelas que citei) estavam ansiosos para ter um
TELEFRICO alegrico como meio de transporte?
Eu posso apostar que no.
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BPM Para Todos
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Tenho quase certeza de que o pai de famlia que cria seus filhos no
complexo do alemo gostaria mesmo era de ver seus filhos saindo
de l. No para outra favela, presdio ou cemitrio. Mas, que seus
filhos saiam da favela devido ao seu prprio mrito e movidos pela
ascenso social por eles alcanada.
Como isso seria possvel?
Se os investimentos fossem realmente preocupados com a
eliminao das favelas pela ascenso social, teramos muitas
escolas, professores, mdicos, hospitais, creches, segurana,
infraestrutura, saneamento bsico e tudo mais que temos acesso
quando fora das favelas.
Resumindo essa triste histria, pense no investimento que foi feito
para se colocar um telefrico atravessando favelas, becos e esgotos a
cu aberto que por l ainda existem. Foi um projeto milionrio e
que levou muitos anos para ser concludo.
Hoje, alm desse ponto turstico de gosto duvidoso que o
telefrico se tornou, o que sobrou foi uma populao carente de
atendimento e com as mesmas necessidades anteriores chegada do
desengonado, espaoso e custoso elefante branco. Alm disso, para
utiliz-lo mais de duas vezes ao dia, o pobre morador ainda precisa
pagar - novamente.
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BPM Para Todos
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Alm da misso social que todo governo possui, vamos voltar ao
tema o que um negcio e relembrar a definio anteriormente
apresentada:
Grupo de indivduos interagindo para realizar um conjunto de
atividades e entregar valor aos Clientes (fins lucrativos ou no).
Voc acha que o governo realizou um bom trabalho gastando
milhes de reais para entregar esse telefrico?
Voc acha que o cidado, morador do local, recebeu o que realmente
precisa e valoriza?
No vou entrar em questes de corrupo e desvios de carter, mas
sou levado a crer que no mnimo o governo vem constantemente
esquecendo qual o seu negcio. Pior ainda, os governantes no
esto preocupados em entregar valor para seus Clientes Ns, os
brasileiros.
Ns no precisamos de telefrico em favelas.
Ns no precisamos de barracos coloridos na entrada da favela.
Ns no queremos ter favelas para o governo adornar.
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Quando me perguntam o que BPM, e isso acontece quase que
diariamente, sempre fico na dvida de como responder de forma
clara e definitiva.
No vejo utilidade alguma em responder essa pergunta desferindo
uma srie de acrnimos, e tantos outros termos que somente os
profissionais da rea seriam capazes de entender.
Acredito que j est mais do que na hora do nosso pas entender o
que BPM realmente pode significar para a nossa realidade.
Sim. BPM uma disciplina de gesto, mas no apenas isso.
BPM a mais verdadeira insatisfao dos Clientes ns todos,
estruturada e traduzida em conceitos, tcnicas, tecnologias e aes
para a transformao social e organizacional que tanto precisamos.
No apenas no Brasil, mas em todo o planeta.
Quando voc pensar no Gerenciamento de Processos de Negcio
(BPM), no pense apenas em diagramas, procedimentos,
tecnologias, custos e lucro. Isso s uma parte. muito pouco.
Pense em BPM como uma mudana de mentalidade, e que esta
mudana, cada um de ns ir desenvolver e levar para o nosso
cotidiano na forma de aes holisticamente responsveis. Sempre.
Ser que me fiz entender?
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BPM Para Todos
68 w w w . G a r t C a p o t e . c o m
Voltando finalmente, e respondendo as minhas duas primeiras
perguntas; qual o negcio da Polcia Militar e qual o negcio do
Ministrio da Sade, acho que ficou mais fcil imaginar suas
respostas aps o desditoso e verdico exemplo do telefrico.
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Caso de Polcia
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A Polcia Militar
Um dia estava ministrando um treinamento para a Polcia Militar do
estado de So Paulo, e durante o intervalo conversando com os
militares que participavam do curso, surgiu justamente uma questo
sobre qual seria o negcio da PM. Todos os policiais sabem qual a
misso da organizao e qual o objetivo do seu trabalho na
sociedade.
Em termos leigos, podemos considerar como primordial o
policiamento ostensivo (visivelmente presente), e a preservao da
ordem pblica como um todo. Mas qual o negcio da PM?
Para saber a resposta bem simples, basta pensar se voc valoriza
NO ser assaltado na rua, em casa ou no trabalho?
Pronto. Est definido o negcio da Polcia Militar.
Considerando que a percepo de valor do seu Cliente est
diretamente relacionada inexistncia de crimes, podemos dizer que
o negcio da Polcia Militar evitar crimes e no prender
criminosos. O trabalho de investigao e captura muito mais afeito
ao negcio da Polcia Civil que descobrir e capturar os
criminosos que cometeram os crimes que, por exemplo, o
policiamento ostensivo no conseguiu evitar.
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BPM Para Todos
72 w w w . G a r t C a p o t e . c o m
A Organizao conhecida como Polcia Militar precisa ter
claramente o entendimento de sua misso em todas as aes que
planeja e realiza. Seus comandantes so os responsveis pela
definio e elaborao das estratgias mais efetivas para a vida do
Cliente. Porm, sabemos que, por melhor elaborada que seja uma
estratgia, a sua efetivao operacional est sujeita a inmeras
variaes, incluindo o envolvimento e a capacitao dos
profissionais e outros aspectos externos e independentes da vontade
da prpria corporao.
Estas influncias externas so oriundas de um ambiente sobre o qual
no temos muito controle - tambm conhecidos como mercado ou
ambiente de negcio (por exemplo: A poltica nacional, a
educao da populao, a diversidade cultural e tnica,
oportunidades de trabalho, e claro, distribuio de renda). Tais
aspectos, por serem essencialmente externos e de pouco ou nenhum
controle, podem tornar a misso da Polcia mais ou menos vivel, e
consequentemente, tornam a qualidade de vida do Cliente (ns
cidados) melhor ou pior.
Partindo do mesmo princpio de que todo negcio deve trabalhar
para entregar valor aos Clientes, vamos entender a seguir qual o
negcio do Ministrio da Sade.
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Sade
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O Ministrio da Sade
Tenho certeza que deduzir qual o negcio do Ministrio da Sade
(MS) ficou bem mais fcil aps o exemplo da PM. Certo?
Vamos analisar a definio de funo do MS, extrada do site do
prprio ministrio:
O Ministrio da Sade tem a funo de oferecer condies para a
promoo, proteo e recuperao da sade da populao,
reduzindo as enfermidades, controlando as doenas endmicas e
parasitrias e melhorando a vigilncia sade, dando, assim, mais
qualidade de vida ao brasileiro.
Voc percebeu que o MS cita a reduo de enfermidades e a
promoo de mais qualidade de vida para o cidado brasileiro?
timo! Ento, vamos inverter a ordem.
O que preciso fazer para nos oferecer mais qualidade de vida
ainda no mbito da sade?
So inmeras as aes e polticas possveis. No serei irresponsvel
ou pueril em tentar oferecer uma soluo definitiva neste livro, at
porque, duvido muito de solues definitivas. Afinal, a nossa nica
certeza a mudana...
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Considerando as ponderaes e declaraes anteriores, voc no
concorda que, no final das contas, o negcio do Ministrio da Sade
no ter brasileiros doentes?
Sendo assim, e de maneira bastante abstrata e ldica, podemos
considerar que, todo e qualquer investimento do Ministrio da
Sade, precisa estar diretamente relacionado entrega do valor que
ns cidados percebemos NO ficar doentes.
Para isso precisamos, dentre muitas outras coisas, de bons hospitais,
de boas campanhas pblicas, vacinas, mdicos, tcnicos,
infraestrutura etc.
Mas, principalmente, precisamos de educao com qualidade para
toda a populao precisamos de educao orientada a capacitao.
Alis, posso dizer que este um item diretamente ligado existncia
de favelas, doenas e crimes. No verdade?
Ou voc acredita que uma pessoa com ensino fundamental ou
mdio, sem os instrumentos de uma especializao profissional
(capacitao), ter as mesmas oportunidades de ascenso que seus
irmos - profissional e tecnicamente mais hbeis?
O Brasil no possui como maior problema profissional e social o
pouco nmero de Mestres e Doutores, mas sim o impiedoso vale que
existe entre o conhecimento mnimo da maior parte da populao, e
claro, o conhecimento mdio geral.
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A manuteno deste vale sabidamente uma das armas polticas
mais poderosas em muitas sociedades.
Portanto, qualquer organizao, que por ns conduzida, e est
verdadeiramente preocupada em entender qual o seu negcio, e
assim, trabalha constantemente para alinhar seus processos em
direo entrega de valor aos seus Clientes, uma organizao
incapaz de produzir o mal. Seja ele qual for.
Este o cerne de toda a questo.
Fazer Gerenciamento de Processos de Negcio aceitar essa
incontestvel necessidade. assumir que, qualquer esforo que no
esteja consonante com estes princpios, um esforo intil, e por
isso, deve ser considerado um desperdcio, e por isso mesmo,
precisa o quanto antes ser eliminado da organizao. Precisa ser
eliminado de nossa sociedade.
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Corpore Sano
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Nova Bolsa Sade
Em 2011, ministrei um treinamento para vrios oficiais, praas e
servidores da Marinha do Brasil e, numa das conversas aps as
aulas, um comandante, que tambm era profissional da rea de
sade, me disse:
- Gart, por que no trabalhamos para incentivar o cidado a no
utilizar as instalaes de sade pblica?
Aquilo me pareceu estranho em princpio, mas continuamos a
conversa e at que a ideia mostrou-se interessante e original. Seria
vivel? Somente estudando, refinando e testando para sabermos.
Deixe-me contar um pouco desta inusitada e divertida conversa.
J que o governo investe tanto em programas de erradicao da
pobreza, ajuda alimentar, ajuda para famlia de criminosos presos,
ajuda para manter os filhos na escola, ajuda para comprar gs, ajuda
para comprar remdios e tantas outras que nem mesmo conhecemos,
deveramos buscar premiar o cidado que no fica doente.
Nascia ali o conceito central de Bolsa Sade Reversa!
Em poucas palavras, seu pensamento era o seguinte:
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Devemos focar os esforos na educao do cidado. Na educao
elementar, na educao profissional e, principalmente, nos
princpios da boa sade - na reeducao alimentar. O povo precisa
no apenas se alimentar, mas se alimentar corretamente.
O governo deve prover meios para que o cidado consiga se
alimentar e criar sua famlia, mas tambm pode prover uma estrutura
preventiva que eduque o cidado na melhor forma de uso de tudo
que ele tem acesso.
Afinal, o mesmo montante de dinheiro que consegue comprar
comida industrializada de baixa qualidade e rica apenas em gordura
e conservantes, tambm consegue comprar frutas, legumes, carnes e
temperos para a realizao de refeies saborosas, nutritivas e
funcionais.
uma ideia simples. Elementar. Bsica.
Talvez, e por isso mesmo, seja to difcil realiz-la nos dias de hoje.
Com a adoo desta ideia, haveria uma progressiva e positiva
inverso de valores por parte da sociedade como um todo, onde no
mais o povo brigaria para ter atendimento mdico de qualidade em
j lotados e sobrecarregados hospitais.
Com o passar do tempo a populao iria precisar cada vez menos de
hospitais, haja vista que, boa parte dos atendimentos prestados so
decorrentes de fumo, bebida, endemias e m alimentao.
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A reinvindicao social estaria em exigir mais postos de educao e
direcionamento nutricional, e postos de acompanhamento
preventivo - muito menos custosos que centros cirrgicos,
emergncias e CTIs.
A mquina pesada e cara que existe para manter os nossos precrios
hospitais, e prestando servios igualmente ruins, daria lugar a uma
estrutura leve.
Esta estrutura flexvel na sua operao seria formada por uma rede
de locais e profissionais cobrindo todas as nossas cidades.
O foco do profissional de sade seria criar a conscincia pblica de
que realmente muito melhor prevenir as doenas se alimentando
corretamente.
Anualmente, de forma evolutiva, o Cidado teria seus pronturios de
sade analisados e pontuados.
Quem alcanar as metas estabelecidas conforme seu perfil de idade,
profisso etc., e tiver pouca utilizao da estrutura de sade pblica
para internao e medicao, seria beneficiado financeiramente.
Crdito para continuar se alimentando corretamente, para fazer
esportes etc.
A indstria farmacutica mantm estreito relacionamento com a
classe mdica e por isso consegue mapear a venda de seus produtos,
ou seja, percebe o comportamento de seu mercado. O mapeamento
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do Ministrio da Sade seria para averiguar se a populao da regio
atendida est ficando mais ou menos doente, percebendo assim, a
real efetividade de suas aes.
Ok, Gart, mas o que isso tem a ver com BPM?
Tudo a ver!
Toda iniciativa de melhoria e gesto de processos precisa estar
diretamente alinhada com a entrega de valor para o Cliente dos
processos.
Ns somos os Clientes dos processos dessa Bolsa Sade Reversa.
No existe valor maior que a nossa sade.
Pensar na quantidade de processos, estratgias e integraes
necessrias para uma poltica desta magnitude se tornar realidade,
nos faz querer participar. Porm, como ns bem sabemos, por
muitas vezes, a melhor soluo deixada de lado, unicamente para
garantir e agradar polticos e polticas que nada entregam de valor
para o Cidado.
preciso ter f de que isso um dia vai mudar.
preciso agir para isso tudo um dia mudar.
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Este o principal trabalho do profissional de BPM. Mudar tudo para
melhor. No trabalhar apenas para dar mais lucro e reduzir custos
nas organizaes. Isso muito fcil, e j est mais do que provado
que todos sabemos fazer!
O difcil promover o bem organizacional unssono com o bem
estar social global. Essa eu quero ver voc ajudar.
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Quero falar com o Gerente!
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Afinal de contas, como foi que nossa sociedade ficou desse jeito?
O consumo desenfreado e a cobia organizacional extrapolam toda e
qualquer dimenso de pensamento. Afinal de contas, no que foi que
nos tornamos?
Chame o Gerente. Pare o mundo que Eu quero descer!
. Talvez no seja possvel descer. Alis, talvez no seja mesmo
disso que nosso mundo est precisando de mais desertores ou de
mais um punhado de conformistas. Certamente no precisamos de
mais pessoas dizendo que isso utopia, iluso, besteira, que isso
nunca acontecer e todos os outros jarges comuns aos fracos.
Conforme j falei anteriormente, aqui neste livro, e em todas as
outras oportunidades que tenho, realmente no acredito que
deixaremos um mundo melhor baseando nossas aes na
irracionalidade da sobrevivncia imediata.
Explicitamente, isso quer dizer que, no ser acordando todos os
dias pela manh, apenas preocupados em como pagar os boletos no
final do ms, que iremos construir e deixar algo melhor do que
encontramos. At as minhocas na terra conseguem deixar algo de
bom. Por que ns, seres to evoludos e inteligentes, no
conseguimos fazer o mesmo?
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Voc acha que tudo o que podemos deixar so estradas, prdios de
cem andares, avies, televisores e bilhes de aparelhos de celular em
uso e mais outros tantos bilhes no lixo?
Vou ser bem sincero com voc.
Esse no um livro de autoajuda, e muito menos tenho a inteno
de ser dono de qualquer verdade absoluta.
Porm, eis aqui um profissional que, na falta de termo melhor, est
dando a cara tapa por uma causa, ou por uma necessidade, que
de todos.
Eu realmente acredito, e preciso continuar acreditando, que ns
todos ainda vamos ser e fazer muito melhor do que atualmente
somos e fazemos. Isso vale para tudo.
Vale para quando estamos em nossa residncia e nos preocupamos
em no incomodar os vizinhos. Quando estamos dirigindo e no
somos os espertinhos que trafegam pelo acostamento quando o
trnsito est engarrafado.
Quando somos um poltico, que eleito pelo povo, usa e abusa de
suas prerrogativas para enriquecer ilicitamente e beneficiar seus
amigos.
Tudo isso, que tantos nos irrita no dia a dia, que nos cala e entristece
a alma ao assistir o noticirio nada mais que um grande e doloroso
reflexo da nossa postura egosta e imediatista sobre essa nossa
atribulada vida.
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Isso tudo vale para a forma como entendemos a nossa funo nas
organizaes, e principalmente, como estruturamos e realizamos a
sua misso.
Voc encara o mercado como um ambiente inspito cercado de
concorrentes desleais e que faro de tudo para acabar com sua
organizao?
Voc far de tudo, doa a quem doer, para alcanar suas metas mais
ousadas e conquistar o Eldorado do monoplio capitalista, ensinado
por outros tantos infelizes pensadores e lideranas?
Bem, se voc acredita que as perguntas anteriores foram capciosas e
retricas, que so apenas mais uma tentativa de desmerecer as
conquistas que voc e outros tantos lutam diariamente para
conseguir, ento, este livro no para voc. BPM no para sua
organizao.
Mas, se voc disse no ao que perguntei antes, seja muito bem vindo
ao meu mundo. Ns temos uma bela e longa jornada pela frente.
Difcil, mas igualmente viva e gratificante.
Talvez este trecho do livro esteja um tanto quanto pessoal, ou
superlativo, mas no vejo problema nisso. Afinal, quem foi que
disse que nossa vida profissional no uma questo igualmente
pessoal? Desde quando no podemos falar aos que nos querem
ouvir?
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Sei que muitos podem estranhar um livro tcnico onde o autor
expressa constantemente sua opinio. Ora, eu no sou apenas festa,
nem tampouco somente trabalho.
Tudo o que sei, e me dispus a compartilhar com voc nesta obra,
no foi criado e consolidado em um imunizado ambiente de
laboratrio. Pelo contrrio, tudo aqui descrito foi vivido
intensamente e, principalmente, o resultado vivo decorrente de
muitos erros, acertos, frustraes e felicidades.
Se no temos paixo pelo o que fazemos, o simples fazer, realmente
no nos importa.
Fique vontade para considerar este ltimo trecho como um tratado
informal. um tratado que ns podemos criar e evoluir. apenas
um tratado entre quem realmente importa. Todos ns!
Ns somos as pessoas que faro esta mudana acontecer. Acredite.
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Captulo
2 A Nova Caixa de
Ferramentas
O que existe de novo?
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Muito bem. Chegamos at aqui.
Acredito que voc j tenha entendido que Gerenciamento de
Processos de Negcio (BPM), no uma ferramenta de
burocratizao organizacional, ou apenas, um pouco de mais do
mesmo - criado apenas para movimentar o mercado de consultoria
e treinamentos.
Se voc leu com ateno todo o captulo anterior, tenho certeza de
que j est na sua mente que BPM, alm de ser uma disciplina de
gesto, muito mais que isso. uma grande mudana de
mentalidade, que nasce com os profissionais, permeia as
organizaes e espalha seus resultados por toda a sociedade.
Voc tambm j deve ter entendido que, para BPM, nada mais
importante que a entrega de valor para o Cliente, e que a grande
dificuldade organizacional, est em entender e entregar o que o
Cliente realmente valoriza.
J deve saber que, ao falar de Cliente, estamos falando de todas as
pessoas que consomem utilizam os servios e produtos
fornecidos por organizaes privadas, pblicas, com ou sem fins
lucrativos. Agora j deve de estar mais claro que voc o verdadeiro
Cliente do Governo, no apenas um passivo e pacfico Cidado.
E finalmente, se cumpri bem a minha misso no captulo anterior,
voc deve ter ficado bastante incomodado com alguns absurdos
exemplificados.
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Deve ter percebido que, o profissional de BPM, no pode e nem
deve aceitar estes mesmos absurdos como se fossem a nica forma
de se fazer as coisas. Para voc j est claro que, a principal
caracterstica ao se adotar a disciplina de BPM, a constante e
incansvel busca da melhoria, da eliminao de desperdcios, do
compromisso em entregar para o Cliente (ns mesmos) somente o
melhor, sempre da melhor forma e com os melhores meios, custos e
impactos sociais.
O leitor j deve ter reparado que a linguagem deste livro no a
mesma utilizada em tantos outros livros tcnicos. Sabe por qu?
Porque acho extremamente enfadonho (chato) ficar apenas
referenciando infinitamente outras proposies, escrevendo na
terceira pessoa etc. Alm disso, acho que a leitura fica cansativa e
nos faz perder boas oportunidades oportunidades estas que o autor
poderia explorar bem melhor.
Esta proximidade entre autor e leitor faz parte do meu estilo de
escrita, estilo esse que foi consagrado pelos milhares de gentis
leitores do meu primeiro livro.
Espero que voc tambm esteja se beneficiando dele, pois a ideia
no ser um autor irreverente, mas permitir que a fluidez, e a
simplicidade de uma conversa, realmente tragam entendimentos e
insights que um texto distante, e demasiadamente formal, no
permitiria.
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Todos ns temos conhecimentos adquiridos e amadurecidos ao
longo dos anos de uso e desuso dirio. Basta decidir se vamos
escrever e compartilhar com outros.
Dessa forma, vamos continuar a nossa conversa, lembrando que
BPM Para Todos foi escrito declaradamente com o intuito de
desmistificar o tema e torn-lo de fcil compreenso para os que
ainda no atuam na rea.
Para os estudiosos da disciplina, e demais profissionais de BPM,
espero que esta conversa simples e direta tambm traga bons
ganhos.
Portanto, est na hora de apresentar mais alguns conceitos formais
da disciplina de Gerenciamento de Processos de Negcio -
igualmente importantes para a evoluo do leitor e do livro.
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Evoluo
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Observando um pouco das iniciativas de garantia de qualidade,
reestruturao de trabalho, eliminao de desperdcios e melhoria de
processos, a seguir vamos entender um pouco da evoluo da gesto
organizacional nos ltimos 40 anos.
Antes de qualquer coisa, vamos ver alguns elementos essenciais da
anlise que apresentarei neste captulo, sendo que a minha proposta
principal mostrar os esforos que as organizaes realizaram e
ainda realizam constantemente na busca do que se convencionou
chamar de Trplice Coroa. Seus componentes so:
1. Melhoria de Servio
2. Reduo de Custo
3. Aumento de Lucro
A busca incessante por melhores servios, reduo de custos e o
aumento constante do lucro, uma busca que tende a mudar o ponto
focal de observao do ambiente organizacional. Essa busca vem
gradativamente mudando a perspectiva e a viso dos gestores e
estrategistas organizacionais.
Cada vez mais preciso observar e entender a organizao
observando-a pelo lado de fora pelo lado de quem convive com os
resultados dos processos organizacionais. Pelo lado dos Clientes.
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Mais adiante no livro tratarei com detalhes os principais conceitos e
tcnicas que direcionam este esforo de mudana de percepo
organizacional e realinhamento de processos conhecido
mundialmente como Outside-in De fora para dentro.
Por enquanto, vamos compreender melhor como a busca da trplice
coroa tem movido as organizaes em direo a uma percepo cada
vez mais refinada e eficiente das necessidades e expectativas dos
seus Clientes.
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A Primeira Onda
TQM | BPI
Consideremos as dcadas de 70 e 80 como ponto inicial desta breve
anlise. Neste perodo o mundo corporativo-organizacional
promoveu grandes esforos para alcanar resultados perceptveis na
melhoria da qualidade de seus produtos e servios.
Oriundo da dcada de 50, mas se destacando efetivamente a partir
de 1970, um dos maiores expoentes foi TQM Total Quality
Management ou Gesto da Qualidade Total. Em TQM, o princpio
mais evidente era a necessidade de se criar uma conscincia
organizacional comum sobre a importncia da qualidade nos
processos produtivos e gerenciais, envolvendo elementos externos
ao controle original da organizao, tais como o relacionamento
com fornecedores e demais parceiros na realizao do negcio da
organizao.
O principal foco de TQM era a padronizao dos processos de
trabalho e a sua anlise detalhada buscando uma contnua melhoria.
Desta forma, as mudanas se concentravam principalmente em
mudanas nas atividades mais operacionais, e por isso, causavam
pouco impacto no gerenciamento do negcio como um todo.
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O TQM teve grande adoo no Japo durante o perodo, onde se
desenvolveu e foi aprimorado, trazendo com relevncia em sua
abordagem a viso de que a participao de todos os colaboradores
da organizao, atravs de suas diversas atribuies em cada nvel
hierrquico, era fator determinante para o atingimento dos objetivos
da organizao como um todo.
Essa mudana de postura para com os colaboradores tem por
premissa que haja uma constante e apurada comunicao
organizacional, envolvendo todos os nveis hierrquicos. Essa
eficiente e eficaz comunicao organizacional , talvez, o principal
elemento da ento reajustada dinmica da organizao.
J para o BPI Business Process Improvement ou Melhoria de
Processos de Negcio, a anlise da situao atual de cada processo
da organizao (chamado de processo As Is) o ponto focal para
permitir a proposio de melhorias futuras e uma nova realidade
para o processo (chamado de processo To Be). BPI teve sua mais
notria abordagem definida na dcada de 90 com a metodologia
Rummler-Brache.
Sem entrar nos detalhes dessa poderosa metodologia, basicamente
podemos dizer que a os autores, Geary Rummler e Alan Brache,
produziram uma abordagem clara e definida sobre como estruturar,
conduzir e medir as organizaes com base em seus processos.
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Podemos dizer que as principais consideraes sobre BPI so
resumidas em:
1. Os processos precisam de constante realinhamento com as
metas do negcio;
2. A mudana uma constante e o Foco no Cliente uma
necessidade de qualquer organizao;
3. Os resultados devem ser mensurados, e se possvel,
comparados com Benchmarks internos ou externos a
organizao;
4. Os processos precisam ter Donos de Processos, sem isso no
h efetivo controle sobre o atingimento dos objetivos e
metas.
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A Segunda Onda
BPR | Lean | 6 Sigma
Na dcada de 90, talvez o grande expoente da segunda onda d