borra de caf!:: reavallaÇÃo de seu valor nutritivo … · os níveis até 20% de borra ......

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B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 42(1 ):93·106, jan./jun. 1985 BORRA DE CAF!:: REAVALlAÇÃO DE SEU VALOR NUTRITIVO E EMPREGO NO ARRAÇOAMENTO DE VACAS LEITEIRAS (1) (Coitee ground waste - its nutritivé va/ue revaluated and use for milking cowsl EDGARD LEONE CAIELLI (2) RESUMO: A borra de café foi reavaliada quanto ao seu valor nutritivo através de ensaios de digestibilidade "in vivo", pelas técnicas do saco de náilon e "in vitro' e pelo forneci- mento a vacas em lactação. Nove dietas constitu ídas de feno de pangola (Digitaria decumbens, Stent) (100, 90, 80, 70, 60 e 50%), borra de café (O, 10, 20 e 30%) e torta de algodão (10 e 20%), foram oferecidas a carneiros machos castrados da raça ideal. Com o aumento da borra nas dietas ocorreu um decréscimo linear no consumo de maté- ria seca e um acréscimo curvilíneo na digestibilidade da protefna e no NDT. O NDT, cal- culado por via indireta, através de equações simultâneas, foi respectivamente; 116,92 e 108,46% para os n(veis de 10 e 20% de torta de algodão. Borras tratadas com soda cáustica a: O; 0,5; 1; 2; 2,5; 4,5; 7,5; 8 e 10% e uréia; 2ml/20mg de protefna, avaliadas pela técnica do saquinho de náilon, apresentaram diferenças estatisticamente significa- tivas (P < 0,01): Os valores extremos encontrados foram: 22,8 e 61,6%. Borra tratada com uréia (0,5%) e fornecida em mistura com 60% de feno de pangola e 20% de torta de algodão, a vacas em lactação, provocou quedas semanais sucessivas na produção; 8,5; 6,5; 4,6 e 4,2 retornando ao nfvel de 6,5kg na semana subseqüente à retirada do concentrado com borra. INTRODUÇÃO o emprego do grão de café e de seus subpro- dutos na alimentação animal tem sido bastante pesquisado. CAMPBELL et alil" estudaram a digestibilidade e diurese da borra de café em ra- ções de bovinos, através da fermentação ruminal "in vltro" e do crescimento de ratos. Os mesmos AA. verificaram que, com o aumento percen- tual dos grãos de café nas rações, ocorria um decréscimo no consumo e nos coeficientes de di- gestibilidade aparente da proteína e energia. MATHER &APGAR JR 12 forneceram borra de café para vacas em lactação, verificando diminuição de seus pesos, mas não da produção de leite. Os mesmos AA. estimaram a digestibilidade da proteí- na em 10,2 ± 3,0% e o NDT em 55,8 ± 3,6%. BARTLEy2 estudou o valor nutritivo da borra aos níveis de 0,5 a 10% em rações de vacas em lactação. As rações com 10% de borra tiveram seu consumo e produção de leite dim inu ídos em relação às outras. A digestibilidade aparente dos componenetes da análise aproximada foi determinada indiretamente por FORNAROLl & PEROTTI 7 . Esses AA. concluíram que a digestibilidade da proteína deve estar entre 2,2 e 7,8%, conforme a quantidade em- pregada na mistura. O aumento da borra de café na mistura diminui a digestibilidade dos outros componenetes: extrato etéreo, fibra bruta e extra- tivos não nitrogenados. Estes dados não concordam inteiramente com os de CAMPBE LL et alli", que encontraram coeficientes de digestibilidade do extrato etéreo crescentes com o aumento da borra na ração. Essa divergência talvez possa ser expli- cada pela diferença nos teores desse componente nos dois tipos de borra. CAIELLl 3 estudou o valor (1) Projeto financiado pelo acordo CICOBRA-IZ n? 460. Recebido para publicação em fevereiro de 1985. (2) Da Seção de Avaliação de Forragens, Divisão de Nutrição Animal e Pastagens. 93

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Page 1: BORRA DE CAF!:: REAVALlAÇÃO DE SEU VALOR NUTRITIVO … · os níveis até 20% de borra ... adicionando-se NaOH em níveis crescentes de O a6% em ... Tratamento com uréia - Uma

B. Indústr. anim., Nova Odessa, SP, 42(1 ):93·106, jan./jun. 1985

BORRA DE CAF!:: REAVALlAÇÃO DE SEU VALOR NUTRITIVOE EMPREGO NO ARRAÇOAMENTO DE VACAS LEITEIRAS (1)

(Coitee ground waste - its nutritivé va/ue revaluated and use for milking cowsl

EDGARD LEONE CAIELLI (2)

RESUMO: A borra de café foi reavaliada quanto ao seu valor nutritivo através de ensaiosde digestibilidade "in vivo", pelas técnicas do saco de náilon e "in vitro' e pelo forneci-mento a vacas em lactação. Nove dietas constitu ídas de feno de pangola (Digitariadecumbens, Stent) (100, 90, 80, 70, 60 e 50%), borra de café (O, 10, 20 e 30%) e tortade algodão (10 e 20%), foram oferecidas a carneiros machos castrados da raça ideal.Com o aumento da borra nas dietas ocorreu um decréscimo linear no consumo de maté-ria seca e um acréscimo curvilíneo na digestibilidade da protefna e no NDT. O NDT, cal-culado por via indireta, através de equações simultâneas, foi respectivamente; 116,92 e108,46% para os n (veis de 10 e 20% de torta de algodão. Borras tratadas com sodacáustica a: O; 0,5; 1; 2; 2,5; 4,5; 7,5; 8 e 10% e uréia; 2ml/20mg de protefna, avaliadaspela técnica do saquinho de náilon, apresentaram diferenças estatisticamente significa-tivas (P < 0,01): Os valores extremos encontrados foram: 22,8 e 61,6%. Borra tratadacom uréia (0,5%) e fornecida em mistura com 60% de feno de pangola e 20% de tortade algodão, a vacas em lactação, provocou quedas semanais sucessivas na produção;8,5; 6,5; 4,6 e 4,2 retornando ao nfvel de 6,5kg na semana subseqüente à retirada doconcentrado com borra.

INTRODUÇÃO

o emprego do grão de café e de seus subpro-dutos na alimentação animal tem sido bastantepesquisado. CAMPBELL et alil" estudaram adigestibilidade e diurese da borra de café em ra-ções de bovinos, através da fermentação ruminal"in vltro" e do crescimento de ratos. Os mesmosAA. verificaram que, com o aumento percen-tual dos grãos de café nas rações, ocorria umdecréscimo no consumo e nos coeficientes de di-gestibilidade aparente da proteína e energia.

MATHER &APGAR JR12 forneceram borra decafé para vacas em lactação, verificando diminuiçãode seus pesos, mas não da produção de leite. Osmesmos AA. estimaram a digestibilidade da proteí-na em 10,2 ± 3,0% e o NDT em 55,8 ± 3,6%.BARTLEy2 estudou o valor nutritivo da borra aos

níveis de 0,5 a 10% em rações de vacas em lactação.As rações com 10% de borra tiveram seu consumoe produção de leite dim inu ídos em relação às outras.A digestibilidade aparente dos componenetes daanálise aproximada foi determinada indiretamentepor FORNAROLl & PEROTTI7. Esses AA.concluíram que a digestibilidade da proteína deveestar entre 2,2 e 7,8%, conforme a quantidade em-pregada na mistura. O aumento da borra de caféna mistura diminui a digestibilidade dos outroscomponenetes: extrato etéreo, fibra bruta e extra-tivos não nitrogenados. Estes dados não concordaminteiramente com os de CAMPBE LL et alli", queencontraram coeficientes de digestibilidade doextrato etéreo crescentes com o aumento da borrana ração. Essa divergência talvez possa ser expli-cada pela diferença nos teores desse componentenos dois tipos de borra. CAIELLl3 estudou o valor

(1) Projeto financiado pelo acordo CICOBRA-IZ n? 460. Recebido para publicação em fevereiro de 1985.(2) Da Seção de Avaliação de Forragens, Divisão de Nutrição Animal e Pastagens.

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nutritivo da borra de café, nos níveis de O, 10, 20e 30%, em misturas com feno de pangola e melaço,em carneiros. Com o aumento do teor de borra namistura, houve um aumento na digestibilidade doextrato etéreo. Já com relação à digestibilidade daproteína, houve um efeito curvil íneo, baixandoos níveis até 20% de borra e subindo novamente a30%. O valor nutritivo da borra de café não podeser determinado por via direta em razão da ausênciade consumo.

A determinação do valor nutritivo de qualqueringrediente de ração por via indireta pode ser feitapor diferentes técnicas(SCHNEIDER & F LATTI 3),quase sempre ressalvadas em um ou outro asoecto.CARBERY et alíis e KNIERIEMIO propuseramum método de equações múltiplas através deequações do tipo Y = aXI + bX2, onde: Xl = quan-tidade de ingrediente ou ração basal consumido;X2 = consumo de ingrediente a ser medido; Y =matéria seca total digeri da, e a e b frações diges-tivas de Xl e X2. O método de arraçoamento pro-posto por esses AA. emp regava dois ingre-dientes, sendo um deles dado em quantidades fixas

e, o outro, em quantidades variáveis em dois oumais níveis, fixando-se, porém, o consumo. Ante-riormente a eles, KNIERIEMIO usou dois ingre-dientes em quantidades opostas em duas rações.

A adição de álcalis para modificar a estruturada fibra (ou parede celular) vem sendo tentadapor muitos autores. CLAR KE& SWAN6 mostraramque, adicionando-se NaOH em níveis crescentesde O a 6% em palhas cujo teor de fibra era de cercade 40% e de FDN (parede celular) de 80%, aumen-tou progressivamente a digestibilidade da matériaseca. A baixa digestibilidade da proteína talvez sejadecorrência da formação de complexos de Maillarddurante a torração dos grãos de café, que é partedo processo de preparo do solúvel. MARANGOS& CONSTANTINIDESl1 utilizaram, com sucesso,uréia 8M como agente de dissociação das proteínasmusculares de peixes.

Uma série de experimentos foi efetuada, coma finalidade de estudar diferentes aspectos do valornu.tritivo da borra de café e seus reflexos na pro-dução de leite.

MATERIAL E MJ:TODOS

Vários ensaios procurando avaliar o potencialda borra de café, como possível ingrediente derações para ruminantes, foram realizados na EstaçãoExperimental Central de Nova Odessa, SP, entre1975e 1979.

I. Ensaio de digestibilidade com carneiros

A determinação da digestibilidade da borra decafé por via indireta foi efetuada através de umaadaptação do método proposto por CARBERY etaliis e KNIERIEMlo. As modificações introduzi-das levaram em consideração que os métodos ante-riores fixavam o consumo, quando, na realidade,sendo ele o principal componente na determinaçãode valor nutritivo das forragens, é diretamenteafetado pelos componentes das rações. Nestetrabalho foram propostas diferentes misturas deum ingrediente básico (no caso feno de pangolal,um suplemento protéico em dois níveis fixos(torta de algodão) e o produto a ser medido emquatro porcentagens: O, 10, 20 e 30%. Equações

de regressão lineares foram calculadas para maté-ria seca, P.B., E.E., F.B. e E.N.N., considerandoXI = consumo de M.S. da ração padrão (feno +torta de algodão), X2 = consumo de M.S. doingrediente a ser medido (borra de café) e y =

M.S. digestível total.

Os coeficientes de digestibilidade foram calcu-lados matematicamente pelo método dos quadradosmínimos.

Para o cálculo das digestibilidades por viaindireta, através de regressões, foram compostasnove misturas, conforme descrição do quadro 1.

A borra de café usada neste trabalho eraretirada diretamente da indústria em tamboresde ferro a uma temperatura inicial de cerca de1000C. Depois de esfriar, sofria uma fermentaçãonatural com duração de aproximadamente vintedias. Terminada a fermentação, a água sobrena-dante era retirada e a borra úmida colocada sobreuma folha de plástico preto e seca ao sol. Cadatratamento foi fornecido a quatro carneiros em

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duas repetições de dois animais. A metodologiaseguida foi a mesma já descrita por CAIE LU3

.

11. Ensaios de digestibilidade estimada pelastécnicas "in vitro" e do sequinho de náilon,em amostras de borra, submetidas a tratamen-to com NaOH e uréia

Amostras de borra de café tratadas ou nãocom NaOH e uréia foram submetidas à técnica dedigestão "in vitro" pelo método de Tilley e Terry,modificado por HAR RIS9. Amostras semelhantesforam suspensas no rúmen pela técnica do saquinhode náilon da seguinte maneira: saquinhos de náilonmedindo 10 x 5cm com malha de 100 mesh eramfixados com barbante de náilon e suspensos emuma arruela de plastico com doze furos na extremi-dade, igualmente espaçados, e fixa na extremidadede urn bastão de PVC rígido de 30cm de compri-mento, preso na boca externa da cânula ruminal,conforme mostra a figura 1. A quantidade deamostra usada foi de 59 e o tempo de permanênciano rúmen, de 72 horas. Os saquinhos retiradosdo rúmen, lavados em água corrente e postos a

secar em estufa de ar forçado a 1050C por 24 horas,permaneciam num dessecado r, sendo pesadosdepois de frios. O peso inicial da amostra era cor-rigido para a matéria seca a 1050C. A diferençade peso entre a amostra final e a inicial foi consi-derada como matéria seca desaparecida, e usadapara a estimativa da digestibilidade.

A estrutura física da borra foi modificada pormoagem (moinho Wiley, peneira 1 mesh) e aqueci-mento (temperatura próxima a 1000C por 10 minu-tos).

Para que se pudesse comparar com as borrasem estudo, foi importada dos EUA uma borra decafé comercializada com o nome de "Cherco Meal"e que vem sendo utilizada como ingrediente deração para ruminantes.

Tratamento com NaOH - Amostras de borraforam tratadas com soda nas porcentagens de: O;0,5; 1; 2; 2,5; 4; 5; 7,5; 8 e 10. Antes de misturar,a soda era dilu ída em água em quantidade suficien-te para sua solubilização.

QUADRO 1. Composição percentual em termos de matéria seca dos ingredientes das nove misturas expe-rimentais

TratamentosIngredientes

A B C D E F G H

c Feno de pangola 100 90 80 80 70 70 60 ÔO 50Torta de algodão 10 20 10 20 10 20 10 20Borra de café 10 10 20 20 30 30

Tratamento com uréia - Uma solução de uréia8M foi preparada e misturada na proporção de2ml por 20mg de proteína da borra.

111. Medida de consumo e digestibilidade comcarneiros de amostras tratadas ou não comuréia

Foram compostas duas rações contendo borratratada ou não com uréia: cuja composição constano quadro 2.

Cada tratamento foi fornecido a quatro carnei-ros machos castrados, sendo a rnetcdoloqla usadajá descrita anteriormente (CAIE LU3).

QUADRO 2. Composição percentual de duasdietas escolhidas, avaliadas nutricionalmentecom carneiros, sendo a A fornecida a vacas emlactação

Tratamentos (%)

IngredientesA B

Feno de capim-coloniãoBorra de caféTorta de algodão

6020 + 0,5 de uréia20

602020

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Fig. 1 - Conjunto de bastão e suporte dos saquinhos de náilon

IV. Fornecimento das rações constantes do quadro2 a vacas em produção de leite

restantes, de controle e retirada de amostras deleite, para análise dos níveis de cobre e aflatoxina.

As rações descritas foram fornecidasigualmente a quatro vacas por um período de 17dias, sendo os primeiros 7 de adaptação e os

V. A borra foi submetida à análise aproximadasegundo A.O.A.C.1 e de constituintes daparede celular, segundo GOERING &SOEST8

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

I. No quadro 3 aparece a composição bromatoló-gica, a digestibilidade dos componentes da aná-lise aproximada, o N.D.T. dos diferentes trata-mentos e o consumo da matéria seca em relaçãoao peso metabólico.

Nas figuras 2,3,4 e 5 estão registrados os efei-tos dos níveis crescentes de borra de café dasmisturas no consumo e digestibilidade da matériaseca, bem como nos teores de N.D.T. Pelo quadro3 e pelas figuras 2 e 3, pode-se verificar que a mis-tura de maior valor nutritivo foi a do tratamentoC, com 80% de feno e 20% de torta de algodão.Considerando o consumo pelo peso metabólico,verifica-se. que o tratamento E (70% de feno,20% de torta de algodão e 10% de borra de café)vem logo a seguir. Depois dele, segue-se o trata-mento B e depois deste os demais, num mesmo n (-vel, verificando-se que um aumento de N.D.T. foianulado por uma diminuição no consumo, confor-me foi aumentando a perticipação da borra namistura. A digestibilidade da M.S. não acompanhouos valores de N.D.T., como é comum em outrostipos de mistura.

As equações de regressão linear para calcular adigestibilidade dos componentes da análise aproxi-mada deram para a borra de café os valores cons-tantes do quadro 4.

Os valores de digestibilidade aplicados à com-posição das misturas básicas (feno + torta dealgodão) e borra de café servem para calcular osteores de N.D.T. das rações. Desta forma, os valo-res obtidos são os seguintes:

90% feno + 10% tortade algodão

38,15Borra de café

116,92

80% feno + 20% tortade algodão

46,24Borra de café

108,46

Com esses valores, foram calculados os teoresde N.D.T. das misturas com 10% e 20% de tortade algodão, conforme mostra o quadro 5.

Pelos valores determinados, pode-se dizerque a mistura com a borra de café promoveuuma associação negativa quanto ao N.D.T. e diges-tibilidade da M.S. nas rações com 10% de torta de

Consumo de matéria seco gramas/quilogramas de PVO,75-------- Aumento de consumo com o aumento de proteína no ração básico-X-l(- Decréscimo 00 nível de 20% de torto de algodão_e_._ Decréscimo 00 nível de 10% de torto de algodão

ti)

""o'>a,

~ 01..x:<, 8001

C 70o(1)<Il 60c~ 50

'(1).•..o 40E(1) 30

""C

C 20E::3 10<Ilc:ou

Tratamentos- - - 20% de torto de algodão

---- 10% de torto de algodão

• O % de torto de algodão

IA B C I

sem borra de caféID E F G H I I

com borra de caféTratamentos

por unidade de peso metabólico nos tratamentosFig.2-Consumo de matéria seca de A o I

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Quadro 3. Composição bromatol6gica, digestibilidade aparente na matéria seca (M.S.) e consumo gramas/quilograma p.V.O,75 dos tratamentos estudados.

Composição bromatol6gica (1 ) Digestibilidade aparente na M.S. Consumo g/kg

p.V.O,75

Tratamentos ---M.S. P.B. F.B. E.E. E.N.N. M.M. M.S. P.B. F.B. E.E. E.N.N. NDT M.S. M.S.

digest.

CO00

% %

A 89,4 5,7 34,9 2,5 46,4 10,5 34,8±1,4 0,4 49,9 2,1 34,5 33,4 ± 1,2 42,3 14,7

B 89,7 7,6 34,5 2,6 45,7 9,6 37,7 ± 1,1 18,7 56,2 13,1 37,8 37,O±O,7 48,6 18,3

C 89,4 10.2 32,7 2,4 44,3 10,4 47,6 ± 1,1 38,3 56,7 37,3 49,7 51,1 ± 1,1 68,8 32,7

D 92,7 8,2 32,9 5,1 40,2 13,6 38,4 ± 1,4 22,0 48,4 56,5 22,0 33,7 ± 1,3 42,0 16.0

E 89,9 10,6 33,6 4,5 42,2 9,1 38,6 ±O,8 28,8 45,5 52,9 41,3 41,O±O,9 49,5 19,1

F 90,3 9,3 34,4 5,9 41,6 8,8 43,0 ±O,8 19,7 55,5 66,1 41,2 47,1 ±O,9 31,3 13,5

G 90,6 10,3 35,7 8,5 37,2 8,2 40,3 ± 1,5 31,6 47,5 76,1 35,9 48,8 ± 1,0 29,5 11,9

H 91,3 10,5 34,8 11,5 36,1 7,0 38,8 ± 1,1 32,1 37,0 77,8 43,3 52,5 ± 1,4 27,8 10,8

I 91,4 12,1 37,8 11,3 30,9 8,0 41,5 ± 1,2 40,3 54,7 82,0 17,6 52,3 ±0,5 25,4 10,5

(1) Médias de duas repetições.

!O;-D-e-::='••:::J~.Z

~Oa.lX'"!"cn:tI

t(b~.g0;'?.::::,c?

co00(J1

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algodão, pois os valores encontrados são menoresdo que os calculados. Nas rações com 20% detorta de algodão, a associação foi negativa quantoao N.D.T., mas positiva quanto à digestibilidadeda M.S.

Considerando apenas os tratamentos em quefoi feita a adição de borra de café, tanto com 10como com 20% de torta de algodão, verifica-seque equações lineares podem prever os teoresde N.D.T. para os dois níveis e para a digestibili-dade de M.S. nos tratamentos com ,20% de tortade algodão. Não há correlação entre os valoresobtidos para os tratamentos com 10% de tortade algodão.

São as seguintes as' equações obtidas:

N.D.T. (10% T.A.) = 25,6 + 0,94X; r = 0,97;N.D.T. (20% T.A.) = 36,1 + 0,565X; r = 0,93;D.M.S. (20% T.A.) = 37,2 + 0,145X; r = 0,995.

Consumo de matéria seco (kg)---- --- Aumento de consumo com aumento de proteína ou torto de

algodão no racõo bósica.

- x- x- Decrésci mo de consumo com ou mento de borro e 20% de torto dealgodõo. Rações com teores acima de 20% de borra teriam consumo 0%

-._.- Decréscimo de consumo com aumento de borra o 10%de torto dealgodão. Rações com teares acima de 60% de borro teriam consum o 0%

./'"

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I --.-1-.___ <,I I ---__:-xI I ;I I I

1.000ao

0,900ç -><:

o 0,800oQ,)

0,700IJ)

o 0,600 '"•.. '"'Q,)- 0,500oEQ,) 0,400-o

o O,~OE::J 0,20001)

co 0,100u

Por estas equações, o N.D.T. da borra decafé estimado seria 119,6 e 92,6 respectivamentepara os tratamentos com 10 e 20% de torta de algo-dão, não diferindo muito dos valores encontradospela equação simultânea.

QUAD RO 4. Digestibilidade calculada doscomponentes da análise aproximada da borra.de café, nos dois conjuntos estudados, com

10 e 20% de torta de algodão

Torta de algodãoComponentes

10% 20%

M.S. +46,9 - 3,1P.B. +72,1 - 80,9F.B. +29,3 +4,3E.E. +192,0 +196,5E.N.N. -19,7 +83,0

Tra ta m entos

--- 20% de torta de algodão

---- 10% de torta de algodão

• o % de torto de algodão

,A B C,sem borro de cof~

,D E F G H 1,borrá de cafécom

Troto mentos

Fig.3-Consumo de matéria seco diário por

99animal nos tratamentos de A a I

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~ 50o

o.s 40Q)..-o....a.o 30

"O

Q)"Oo

"O 20..o+-CJ)

~ 10O

- - - 20% de torta de algodão

10% de torta de algodão

• O % de torta de algodãoI/,,

I,I

/1/ I

;/ III

II,

/I

//

II

I

IA B CI ,D E F G H 1,sem borro de ca fé com borro de café

TratamentosFig.4-Variabilidade da digestibilidade da protefno nos tratamentos de A 01

o 40ao::

I-o 30z

--- 20% de torta de algodão

6010% de torta de algodão

• 0% de torta de algodão

// - -- - --1//r •... --- .-,,/:::-1 I/ I '" .-'/ /.'"./ I/

I/ I ///r I//

/ I I~/ I II I I II I I III I I II I I II I I II I I

I

50

20

10

IA B C I 10 E F G H I ,sem borro de café com borro de cofe'

TratamentosFig. 5-Variabilidade dos teores em NDT nos tratamentos de A a 1

100

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11. Os resultados da digestão "in vitro" ou emsaquinho de náilon foram os seguintes:

Amostras em quadruplicata da borra de caféforam avaliadas pela técnica de saquinho de náilon.O valor médio de matéria seca desaparecida foide 38,2%. Determinações de digestibilidade "invitro " deram o valor de 4,3%. Provavelmente,a baixa digestibilidade da prote ína tenha afetadoa digestão da matéria seca. A borra moída temuma digestibilidade "in vitro" de 15,0%.

A fim de contornar essa baixa digestibiiidade,foi experimentado o tratamento da borra com sodacáustica a 5%, além de combinado com aquecimen-to e/ou moagem. Os resultados obtidos (Quadro6) mostram que o tratamento com soda foi sufici-ente para elevar a digestibilidade (estimada) a cercade 90%.

Com esses dados, parecia que se tinha encon-trado o caminho definitivo para melhorar a dlqes-tibilidade da borra. Entretanto, desde então, foramefetuados inúmeros outros ensaios, cujos resulta-dos jamais se aproximaram dos conseguidos ante-riormente.

Como teste final, foi realizado um últimoensaio, a fim de verificar os fatores que poderiamafetar a digestibilidade da borra de café, avaliadaatravés da técnica do saquinho de náilon. Usou-seum delineamento em rede, sendo estudados osseguintes fatores: A: efeito do tipo (borra decafé solúvel de consumo interno ou de café solú-vel tipo exportação); B: borra fermentada ou não;C: adição de soda cáustica (a 5%) ou não. A análisede variância mostrou que o fator isolado queproduziu o maior aumento na digestibilidade foia fermentação, indo de 34,9% para 44,2%.

QUADRO 5. Comparação entre os teores de NDT calculados e encontrados nas rações em estudo

10% Torta de algodão 20% Torta de algodãoN.D.T. Dig. da M.S. N.D.T. Dig. da M.S.

Det. Cale. Det. Cale, Det. Calc. Det. Cale.

39,3 38,2 37,7 40,0 46,6 46,2 47,6 43,333,7 46,0 38,4 40,7 41,0 52,5 38,6 38,747,1 53,9 43,0 41,4 48,8 58,7 40,3 34,052,5 61,8 38,8 42,1 52,3 64,9 41,5 29,4

Tratamento

Borra 0%Borra 10%Borra 20%Borra 30%

QUADRO 6. Matéria seca desaparecida pela técnica do saquinho de náilon de amostras de borra de cafésubmetidas ou não à moagem, aquecimento e tratamento com NaOH a 5%

Tratamentos

Sem moer

+ aquecimento -aquecimento + aquecimento -aquecimento + moído

Moído Aquecido

-NaOH +NaOH -NaOH + NaOH -NaOH + NaOH -NaOH + NaOH -NaOH + NaOH

Rep.1 O 41,7 23,4 87,2 4,0 93,8 29,9 91,9 O 42,7Rep.2 O 45,8 13,8 89,4 9,0 91,7 25,5 93,6 0,8 47,5TOTAL O 87,5 37,2 176,6 13,0 185,5 55,4 185,5 0,8 90,2m O 43,5 113,6 89,3 6,5 92,7 27,7 92,7 0,4 45,1

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Os dados de todos os efeitos obtidos constamdo quadro 7.

A borra tipo exportação, fermentada e na qualforam adicionadas soda e uréia, teve a digestibilida-de mais alta, seguida do mesmo tipo mais uréia,sem adição de soda. Esse resultado indicou apossibilidade de se obter um efeito positivo coma adição de uréia à borra fermentada de tipo expor-tação.

111. Amostras de borra tipo exportação e fermen-tadas, tratadas ou não com uréia e fornecidasa carneiros, não confirmaram os resultadosobtidos com saquinho de náilon.

As rações A e B (Quadro 2) foram fornecidasa carneiros, com resultados sumarizados no quadro8. Verifica-se que a adição de uréia com a finali-dade pretendida não foi atingida, não se encontran-do diferenças quanto à digestibilidade da proteínae provavelmente afetando negativamente o con-sumo.

IV. O fornecimento a vacas leiteiras confirmouo resultado obtido com carneiros (Quadro 9).

O consumo de ração não foi suficiente paraexplicar esses nrveis de produção, pois não houvealterações quantitativas durante as cinco semanasmedidas.

QUADRO 7. Desaparecimento da matéria seca pela técnica do saquinho de náilon em amostras de borrade diferentes origens e submetidas a tratamentos qu Irnlcos e biológicos

Tratamentos

Biológico Químicom(%)

Bioquímico

+ Uréia •..• 48,8- Uréia 38,0

+ Uréra?" 42,5-Uréia 40,8

+ Uréia** 40,2-Uréia 37,5

+ UréiaB 22,8- Uréia 27,1

+ Uréia*· 61,6-Uréia 33,6

+ Uréia*" 56,9-Uréía 41.4

+ UréiaB 36,6-Uréia 28,2

+ Uréia** 44,3-Uréia 32,2

Origem

Fermentado **

Consumo interno

Não-fermentado

+ NaOH

-NaOH

+NaOH

-NaOH

Fermentado **

Exportação

Não-fermentado

+ NaOH

- NaOH

+NaOH

-NaOH

** Efeito significativo dos tratamentos (P< 0,01), uréia e fermentado e das interações: uréia x fermentado,uréia x tipo e soda x tipo.

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QUADRO 8. Resultados do ensaio metabólico com carneiros

TratamentosItens

A B

Consumo de matéria seca (kg)

Digestibilidade da proteína (%)

N.D.T. (%)

± 499,3

±32,8

± 23,0

± 850,8

± 31,3

± 20,7

QUADRO 9. Média de produção de leite diária uma semana antes e outra depois e em três semanas dedo período experimental

Tratamentos

A B

Produção de leite diária

kg8,4 8,7

6,2 6,94,5 5,23,7 4,6'

6,5 6,5

Semana

Semana pré-experimental

Experimental H2~311

Semana pós-experimental

QUADRO 10. Consumo de silagem e concentrado nas rações A e B

Consumo diário (kg)

Ração

A B

Como oferecido M.S. Como oferecido M.S.

Silagem de milho

Concentrado

18,0

3,0

5,4

2,7

24,0

3,0

7,2

2,7

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QUADRO 11. Composição bromatológica das misturas de concentrados

Em 100% de M.S,

Misturas de concentradoM.S. P.B. F.B. E.E. M.M. E.N.N.

Feno de colonião ++ torta de algodão + 85,9 14,8 39,4 7,3 7,3 31,2+ borra com uréia

Feno de colonião ++ torta de algodão + 89,8 14,1 37,4 6,7 7,1 34,7+ borra sem uréia

QUADRO 12. Composição bromatológicada borra de café utilizada neste trabalho emconfronto com uma amostra proveniente

dos EUA

Elementos

Borra de café (1) Cherco Meal

Com 100%de M.S.

Com 100%de M.S.

MS.P.B.F.B.EEMM,ENNCálcioFósforoPotássioMagnésioFerroSódioCobreCafeínaFDNFDAHemiceluloseCeluloseLignina

10012,247,122,6

1,316,81,210,020,0470,9370,0830,55

29 ppm0,67

80,467,612,847,120,0

10010,044,024,0

1,021,0

88,376,711,646,821,3

( 1) Fornecida pela Cia. Nestlé.

Os valores de consumo constam dos quadros10, 11 e 12.

A menor produção do tratamento A pode terocorrido apenas devido ao menor consumo deração.

A composição bromatológica das misturasde concentrados consta do quadro 11.

V. Nas análises efetuadas na borra de café foramidentificados os componentes do quadro 12.

A borra de café, quando tratada com 5% desoda, apresentou as seguintes alterações na porçãofibrosa: FDN - 68,52, FDA - 73,2%, lignina (per-manganato) - 26,0% e celulose - 46,8%.

Pela diferença entre FDN e FDA, tem-se oteor de hemicelulose, que neste caso foi negativa.Ao mesmo tempo, deu-se uma elevação no teorde lignina.

CONCLUSÕES

A borra de café nas diferentes provas a que foisubmetida demonstrou possuir matéria seca debaixa digestibilidade, particularmente da proteína.Os teores de N.D.T. se distanciam dos da matériaseca digestrvel em razão dos altos teores de E.E.digestível. Estimativas de N.D.T. da borra de caféindicam um valor aproximado de 100%. Nenhum

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tratamento químico modificou de forma significa-tiva a estrutura composicional. Provavelmente,em decorrência do processo de fabricação de cafésolúvel, dar-se-ia a formação de complexo deMaillard, o que torna a proteína quase indigestrvel,ao mesmo tempo que a porção fibrosa, em virtudedo alto teor em lignina, também é de baixa digesti-tibilidade. Seu uso em misturas de concentradoestá provavelmente limitado ao nível de 10% emsubstituição parcial a uma fonte de energia. A

",'

possibilidade de destruir a estrutura dos compo-nentes indigestíveis está sendo tentada por proces-sos biológicos. Outras misturas poderão ser testa-das; entretanto, não parece que quantidades maioresque 10% serão usadas, antes que se descubram osfatores que determinam a baixa digestibilidade dematéria seca. A adição de soda cáustica ocasionouuma destruição da hemicelulose; contudo, .nãoafetou de forma significativa a digestibilidade damatéria seca.

SUMMARY: Dried coffee groundwaste (Coffeaarabica L.I (CGWI was given in digestiontrials with castrated male sheeps in the percentages of; O, 10, 20 and 30% in mixtureswith 10 and 20% of cotton seed meal (Gossypium spp., seeds, solv. extd. grnd. IFN4 - 11 - 7441 and 90, ao, 70, 60 and 50% of pangola hay (Digitaria decumbens, hay,S.C. midbloom IFN 1 - 10 - 3841. A control treatment was made with 100% pangolahay. Increasing coffee grounds in the diets resulted in a linear decrease in dry matterconsumption and a curvilinear increase in protein digestíbilities and TDN values. Calou-lated TDN values of coffee grounds were respectively; 116.9 and 108.5% for 10 and20% levels of cotton seed meal. CGW treated wtih O, 0.5, 1, 2, 2.5, 4.5, 7.5, 8 and10% of sodium hidroxide and urea at 2ml/20mg of protein, was evaluated by the "insitu" nylon bag technique. Treatments were significantly different (P < 0.01 I andthe extremes values were; 22.8 and 61.6%. CGW (20%1 treated with urea (0.5%1 inmixture with 60% pangola hay and 20% cotton seed meal, plus corn silage was givento dairy cows. Milk production had an weekly reduction from 8.5 to 6.5, 4.6 and4.2kg/day. Taken off CGW from the ration increased production to 6.5kg/day oneweek later.

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