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Revista digital Projeto desenvolvido junto a uma colega de aula. Fui responsável pela capa, verso, editorial, sumário e matéria de Machu Picchu.

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Estamos estreiando a revista BORA, uma revista descolada e prática. O pessoal da Bora presentiará com matérias sobre

lugaeres que você, viajante, sempre sonhou em conhecer, seja por mochilão, carro ou avião. Estaremos disponibilizando fo-tos, entrevistas, dicas de hospedagem, refeição, câmbio, enfim, diversas informações úteis para o viajante, além de apresen-tar belíssimas reportagens, ilustrando um pouco de cada local. Una-se a nós, vamos mergulhar neste universo que por mais que conheçamos muito temos a aprender, Bora.

EDIT

OR

IAL

Edição 01

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SUMÁRIO

1. África do Sul

2. Austrália

3. California

4. Costa Amalfitana

5. Machu Picchu

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África do SulSituada no extremo sul do continente africano, cercada de um lado pelo Oceano Atlântico e do outro pelo Oceano Índico,

a África do Sul ocupa 1.223.410 quilômetros quadrados. Possui uma flora muito diversificada, encontrando-se paisagens mediterrâneas nas zonas costeiras, florestas tropicais ao longo dos rios, savanas no altiplano e estepe semidesértica na região do Kalahari; por ter uma grande cadeia montanhosa, a variação climática é muito grande, que vai desde o clima temperado, até o desértico. A África do Sul possui onze idiomas oficiais, sendo o Afrikaans e o Inglês os principais. A seguir falaremos das três principais cidades dessa região, e seus pontos turisticos.

Recortada pelo litoral atlântico, a Cidade do Cabo é, sem dúvida, uma das mais belas do mundo. Apresenta vida noturna intensa, sen-do a cidade sul-africana mais concorrida em termos turísticos, talvez por sua localização privilegiada, que facilita a visita à Península do Cabo da Boa Esperança, às vinícolas de Stellenbosch e, ainda, à esplêndida Garden Route (Rota do Jardim). A Cidade do Cabo conta com muitas opções para a noite e é cheia de atrações turísticas, praias, aventu-ra e ecoturismo. As belas áreas costeiras de Camps Bay, Clifton, Llandudno, Bantry Bay, Hout Bay e Blouberg são excelentes. Mui-tos lugares interessantes são encontrados nos distritos da província de Western Cape, como as regiões vinícolas e Garden Route.

Garden RouteA rota jardim fica no distrito Garden Route & Klein Karoo, na costa sul da província West-ern Cape. É a única estrada de todo o mundo que costeia os oceanos Atlântico e Índico, o verde recobre quase todo o percurso, em um país marcado pela paisagem de savanas. Ao

CIDADE DO CABO

Western CapeFica no extremo sul do continente africa-no. O relevo é marca-do pelo litoral estreito e entrecortado, e pelo majestoso complexo da Table Mountain. É a provincia mais visitada pelos turistas. Pos-

sui cidades importantes como Saldanha, comum porto e relevante indústria de pes-ca; Worcester e Stellenbosch no coração da região vinícola; George, com destacada produção agrícola e turismo; e Oudtshoorn, conhecida pelas famosas cavernas Cango.

Stellenbosch, região vinícula.

Fotos de lugares que se passa no caminho da

Garden Route.

Cavernas de Oudshoorn.

longo de toda a estrada, há desfiladeiros que se tornaram alvo fácil dos praticantes de es-portes radicais. Há trilhas e bungee jumps de quase cem metros, além de rios propícios para a prática de canoagem; essa rota tam-bém passa por uma das ondas mais perfeitas de todo o mundo, como as de Jeffrey’s Bay.

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Pontos Turísticos Johannesburgo

Localizada no Oceano Índico, seu clima extremamente quente contribui para torná-la o retrato fiel da África na imaginação das pessoas, imagem essa enfatizada por seus impressionantes mercados de rua.

É o coração econômico do país, atualmente, os escritórios e lojas deslocaram-se para bair-ros periféricos, como Sandton e Rosebank. Ainda assim, a cidade vale a pena ser vista, porque conta com bons museus, restaurantes e shopping centers e, também, é o principal ponto de partida das rotas que levam ao Kruger National Park e Sun City. Boa gastronomia e intensa vida noturna nos bares e restaurantes descolados dos subúrbios do norte, como Melville e Melrose Arch; arquitetura imponen-te que começa a ser redescoberta na cêntrica região de Newtown; e uma infinidade de bons museus e centros culturais que recontam os últimos milhões de anos do continente e suas culturas complexas. O visitante não pas-

Apartheid Museum - Museu de categoria internacional, retrata a história do Apart-heid. Você se sentirá como no Apartheid, você é classificado de acordo com sua cor na entrada como nos tempos antigos, Ter-Dom 10-17hr, Há 6km do centro da cidade.

Constitution Hill - Numa colina que tem a vista de toda a cidade, já foi prisão no passado (século 19), onde brutali-dades eram praticadas nos inocentes do apartheid. A Constitution Square é uma praça muito bonita. Diariamente 9-17hr.

DURBAN

JOHANNESBURGO

Outro atrativo de Durban são as ótimas praias, que costumam ficar repletas de surfistas, e vida noturna agitada. É a prin-cipal cidade da província de Kwazulu-Natal e um importante porto do Oceano Índico. Possui quatro quilômetros de praia e orla urbanizada com pas-seios, restaurantes e bares, na foto a baixo você pode notar a in-fraestrutura desse lugar. Os muitos dias de sol durante o ano na cidade litorânea proporcionam ondas boas, e os surfistas têm uma vanta-gem em Golden Mile, nome dado a uma ex-tensão de seis quilômetros às margens do oceano Índico, onde se estabelece a maio-ria dos hotéis e restaurantes de Durban. Os muitos dias de sol durante o ano naEm Marine Parade, foi construído um píer, usa-do pelos surfistas como trampolim. Assim não precisam atravessar a arrebentação remando.

Na mesma praia estão localizados parques de di-versão para crianças e também um te-leférico conhecido é

o mercado Vitória, que concentra produtos indianos, embora a maioria dos vendedores seja zulu. Os vendedores, empolgados, of-ertam peças de artesanato feito de madeira e de marfim. Tudo isso cercado pela atmos-fera do Oriente, presente nas lojas de tem-peros, de peixes e de ouro e na infinita var-iedade de outros comércios, que mostram um pouco da mistura de culturas em Durban.

Mapa da África do Sul com suas principais cidades. Union Buildings

sará imune por Johannesburgo. É ali que se concentram atrações de forte valor histórico como o Constitution Hill, o Apartheid Museum e o Soweto, subúrbio de Johannesburgo que abriga a construção simples da antiga casa de Mandela e o Hector Pieterson Memorial Museum, um museu dedicado a outra figura negra ligada à resistência ao separatismo ra-cial. A cenográfica capital administrativa da África do Sul abriga imponentes edifícios ofi-ciais de tons amarelados erguidos sobre uma colina, conhecidos como Union Buildings.

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AustráliaC onhecida como a terra dos cangurus e dos coalas, a Austrália é praticamente uma ilha-conti-

nente do outro lado do mundo, sendo o maior país da Oceania. A ex-colônia dos ingleses é hoje umas das nações mais ricas do mundo, bem como um dos destinos preferidos de mochileiros e estudantes, pois oferece tudo do bom e do melhor: clima abrasileirado, centenas de praias bonitas e surfáveis, paisagens maravilhosas, hospitalidade, liberdade, multiculturalismo, diversão e agito.Soma-se ainda o fato da moeda local ter um câmbio melhor do que o dólar americano, o que torna a viagem mais barata. Além disso, é também um dos poucos lugares que permitem que o estrangeiro trabalhe enquanto estuda no país. Uma oportunidade única para conhecer gente de várias nacion-alidades. Sua cidade mais famosa, Sydney, foi criada há 200 anos, como colônia penal inglesa. Hoje, é uma cidade moderna e multicultural, ideal para turistas descolados e amantes de arte moderna.

Gold Coast, por sua vez, é famosa por suas águas cristalinas, clima sem extremo e muita diversão. Cidades como Melbourne, com clima europeu; Cairns, próxima à grande barreira de corais; e Perth, no lado oeste do país, também atraem visitantes em busca de lazer e cursos de curta ou longa duração. A seguir falaremos um pouco mais das cidades de Sydney, Melborne e Gold Coast.

Sydney é uma das cidades mais espetacu-lares do mundo com seus impressionantes portos e baías. É o primeiro ponto de esca-la para viajantes internacionais e há muitas opções de acomodações, excelentes conexões de transporte e muito o que se ver e fazer, o que garante que Sydney seja impressionante.Principal destino turístico da Austrália, é a cidade mais famosa do país é também mul-ticultural, carrega um quê de Europa, com uma pitada de Brasil e um pouco de Esta-dos Unidos. Isso para citar apenas três in-fluências. Não é à toa que a capital do Estado de New South Wales é um dos lu-gares que atrai mais imigrantes no mundo. Nas 40 praias da baía perfeitamente recor-tada, turistas e sydneysiders, como são con-hecidos os moradores de lá, disputam um es-

paço na areia e um lugar ao sol. Saindo das praias, mas ainda na baía, o porto de Darling Harbour é o lugar onde ferve o agito turístico. É dali que se entra para o centro nervoso da ci-dade, o chamado Central Business District, ou CBD, onde uns poucos arranha-céus cortam largas avenidas. A região guarda os principais hotéis, restaurantes e bancos locais, além dos dois maiores cartões-postais da cidade, a Harbour Bridge e a Sydney Opera House. Sydney tem um povo com uma at-mosfera bastante amigável. A presença dos imigrantes, muitos deles brasilei-ros, também ajuda - não é difícil cruzar com alguém falando português pelas ruas.Para as horas de diversão e relaxam-ento, bares, baladas, pubs e restau-rantes de todos os tipos e para todos os gostos fazem a cabeça dos viajantes.

SYDNEY

Bondi Beach e Manly, ao norte de Sydney, só é possível chegar de balsa.

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Jovem e vibrante, carregada de estilo e sofisticação. Em resumo, essa é a essên-cia de Melbourne, a capital de Victoria (o menor estado do continente) e a segunda maior metrópole da Austrália. Considerada uma das cidades australianas mais fáceis de conseguir trabalho, Melbourne lembra a frenética São Paulo, por ser o centro dos negócios, dos eventos culturais e esportivos, mas apesar de ser frenética, ela foi con-ceituada pela revista The Economist como o melhor lugar do mundo para se viver. As universidades da cidade reinam absolu-tas. E são três as mais importantes: Melbourne University, Monash University e La Trobe Uni-versity. Milhares de jovens estrangeiros que lá chegam para estudar inglês e pós-graduação. Os amantes da arte podem se esbaldar em museus, galerias e livrarias, sobretudo das regiões de Southbank e do centro, onde também é possível observar o contraste en-tre o antigo e o novo da arquitetura. O Mu-seu de Melbourne, por exemplo, é o maior da Austrália e um dos mais modernos do mundo. Apresenta coleções que abrangem diferentes aspectos da vida humana, in-cluindo ciência e tecnologia até temas liga-dos à mente e o corpo do homem, sem deixar de lado o legado da cultura aborígine. A noite de Melbourne é muito agitada, há quase um pub por esquina. Todos sem-

pre lotados no pós-expediente, sobre-tudo de sexta-feira. Mas tem que che-gar cedo, pois os bares encerram às dez da noite, pois essa é uma das leis locais. Os momentos de puro lazer em Melbourne apresentam variados níveis de adrenalina. E nos arredores da cidade há atrações interes-santíssimas. Para um contato maior com a na-tureza, a pedida é a ilha Phillip, a pouco mais de duas horas de carro a sudoeste. Lá, o tu-rista vê de perto colônias de pinguins, coalas, cangurus, focas e um mar bom para pescarias. Pouco mais à frente e na mesma direção do arquipélago, fica a Great Ocean Road, um dos locais mais bonitos na Austrália. Trata-se de uma estrada à beira-mar, de onde se avistam falésias que recortam a costa for-mando arcos e cavernas marinhas. Os pi-lares que emergem do mar como estátuas gigantes são conhecidos como os 12 após-tolos e valem uma foto para a posteridade.da noite, pois essa é uma das leis locais. Bells Beach é a praia australiana mais fa-mosa entre os surfistas situa-se a uma hora e meia ao sul da cidade. Já no inverno, Mt.Buller é uma estação de esqui e esportes na neve, localizada a nordeste de Melbourne e na fronteira com o estado de New South Wales. Todo o equipamento para esquiar pode ser alugado no local por preços razoáveis. Na cidade de Melbourne existe circuito do Aquário, Zoológico e Jardim Botânico de Melbourne, que vale a pena conhecer. Mel-bourne Observation Deck é o edifício de 260 metros de altura tem uma vista incrível de 360 graus da metrópole. Após isso, em-barque num passeio de barco pelo rio Yarra, ou de trem a vapor pelos campos do norte. O transporte mais eficiente é o tram City Circle, uma versão moderna dos bondes que circulam pelas ruas da cidade. A bor-do de um deles, é possível circular por to-

MELBOURNE

¹Federation Square; ²Ilha Philip;

³Great Ocean Road e os doze apóstolos;

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9dos os pontos diariamente até a meia-noite. E mais: na região do centro da cidade op-era o tram vermelho. Ele é grátis e o turista pode subir e descer quantas vezes quiser, sem colocar a mão no bolso uma única vez.

A Gold Coast está localizada na costa leste da Austrália no Estado de Queensland, a 850 Km ao Norte de Sydney. A população atual supera os 440 mil habitantes, e a cidade vem apresentado ultimamente o maior índice de crescimento na Austrália. Milhares de turis-tas a cada ano, procuram a Gold Coast por suas praias de águas cristalinas, clima sem extremos, e principalmente pela diversão. Canais navegáveis cortam a cidade, equiva-lendo em extensão à 9 vezes os canais de Veneza. Os canais foram construídos nos anos 60, aproveitando-se diversos rios da região que se conectam com o mar e servem de berçário para diversas espécies que a cada verão procuram essas águas para procriar.

Tanto o mar quanto os canais, são habitados por muitos peixes, arraias, caranguejos, gol-finhos, e tubarões, e são ótimos para pescar. As praias com águas mornas do Oceano Pacífico, são sempre um convite para um mergulho, surf, ou pesca de molinete. Redes contra tubarões cobrem toda a extensão da Gold Coast, e estão posicionadas à cerca de 500 metros da praia. A temperatura no mar é de 18 º no inverno, chegando a 26º no verão. Na terra a Temperatura, varia de 10° no in-verno e 23° Celsius no verão. A primavera e outono são as melhores, com temperatu-ras deliciosas nos 25°. Pouquíssimas vezes

durante o ano, é necessário o uso de casa-cos. Surfers Paradise é o bairro mais central da Gold Coast. Hotéis, restaurantes, boates e casas com todos os tipos de diversão pro-liferaram, e prédios, Apart-Hotéis e muitas acomodações foram construidas. Surfers Par-adise então explodiu a nível de sofisticação e fama, tanto nacional como internacional. Virou uma espécie de âncora de empregos na área de turismo, atraindo aplicantes de todas as partes da Austrália e do mundo, e por consequência, tornou-se um centro de aglomeração da “rapaziada”. Qualquer dia da semana, principalmente Sexta e Sábado à

GOLD COAST

Fotos de dia e da noite de Surfer’s Paradise

Fotos da praia e da cidade de Surfer’s Paradise

noite, esse bairro pulsa com gente desfilando em carrões novos ou dos anos 60, modifica-dos ou adaptados. Surfers conta com uma infra-estrutura turística completa, e virou lu-gar de moda e azaração. Apesar do nome, Surfers Paradise não é o paraiso dos surfis-tas, pois a praia é aberta e longa, com ondas e correntes, não muito boas para a prática do surf. Ocasionalmente, oferece um surf ra-zoável. Broadbeach é um bairro que tambem conta com ótima infra-estrutura turística, com muitos restaurantes, Shopping, Ca-sino, Boates, Hotéis, e inúmeros Cafés com mesinhas nas calçadas. A frequência é feitas mais por residentes, mas também atrai tu-ristas. Possui um excelente parque gramado à beira-mar, com pistas para caminhadas, aparelhos para ginastica, além de várias churrasqueiras públicas, banheiros, chuvei-ros, e diversas áreas para um bom picnic.

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Kirra, Rainbow Bay, Snapper Rocks e Durban com suas ondas perfeitas.

Praia de Kirra e seus tubos perfeitos, um paraíso para os surfistas.

Ao Sul, o bairro de Coolangatta, concentra uma grande quantidade das melhores ondas para surf no mundo, com praias, como Kirra, Rainbow Bay, Snapper Rocks e Duranbah se destacando pela qualidade de suas ondas. O Aeroporto Internacional da Gold Coast, re-cebe além de vôos domésticos, vôos provin-dos da Nova Zelândia e de alguns outros paí-ses. Coolangatta faz fronteira com o estado de New South Wales, e a linha divisória passa no meio da rua, no centro da cidade de Tweed Heads, causando cenas curiosas, como o vi-zinho da frente ter carteira de habilitação di-ferente, a cerveja custar mais barata devido a impostos menores, e até mesmo um tra-balhador licenciado em um estado, não ser

licenciado para trabalhar no outro lado da rua. Ao Norte, os bairros de Southport, Lab-rador, Runaway Bay e Paradise Point, estão bem em frente a uma ilha chamada “South Stradbroke”. Esta ilha de mais de 20 Km, fun-ciona como uma barreira para o mar aberto, resultando em uma baía abrigada, a “Broad-water”, onde todos os tipos de esportes aquáticos são praticados. Ultimamente, essa região tem crescido muito, com a construção de novos estabelecimentos e por consequên-cia, com grande valorização imobiliária. O Bairro de Southport, e considerado a Down Town da Gold Coast, e é onde estão a maio-

ria dos orgãos públicos, muitas escolas e cursos para estudantes internacionais, e a grande maioria de fábricas, agências de automóveis, e lojas especializadas da região. A Gold Coast é conectada com Brisbane, e de lá para outras partes da Austrália, in-cluindo o Aeroporto. O trem é muito bom, limpo, com ar condicionado, e parece flutuar no ar. As estações na Gold Coast ficam nos bairros de Robina e Nerang. O trem é ide-al para se resolver problemas ou para se passear em Brisbane, pois para bem no cen-tro da cidade. A viagem leva cerca de uma hora. Os preços até Brisbane sao: A$ 9,00 adulto; A$ 4.50 criança até 14 anos. No Aeroporto Internacional de Brisbane, a es-tação fica ao lado dos terminais doméstico e internacional, e serve a cada 30 minu-tos, à partir das 5 da manhã até as 8 da noite. O “ Air conect ticket”, é um bilhete com desconto do aeroporto até a porta da sua casa ou seu hotel na Gold Coast e vice versa.

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CalifórniaA Califórnia, privilegiada pela natureza e sede de Hollywood, é, sem dúvida, o mais cin-

ematográfico dos estados norte-americanos. Vale a pena planejar uma viagem mais prolongada e você pode escolher entre alugar um carro e percorrer livremente o estado pela Highway 1, com suas curvas a beira mar, ou embarcar em um roteiro descolado com outros jovens do mundo todo. Se a sua opção for a independência de um trajeto de carro, a sugestão é iniciar a viagem pela descontraída San Diego, é bom reservar alguns dias para curtir Los Angeles, e San Francisco é a escolha perfeita para encerrar sua viagem

A cidade de San Diego, fica bem no sul do estado, quase na fronteira com o México. Ela é uma das cidades mais antigas da Califórnia. Até 1870, foi desenvolvida em torno do presí-dio, o forte militar dos espanhóis, na área agora chamada de Old Town San Diego State Historic Park. A parte antiga foi preservada. Praias limpas, parques bem arquitetados e um skyline deslumbrante é o que os cerca de 16 milhões de turistas anuais e 1,3 mil-hão de moradores encontram em San Di-ego, no sul da Califórnia (EUA). Costeira e ensolarada, a cidade surpreende pela bele-za natural e alta qualidade de vida. É “eco-friendly”, antitabagista, antialcoólica e tem entretenimento para todos os gostos, do surfe à Legolândia — parque de diversões em que os brinquedos são feitos de Lego. A grande San Diego tem cerca de 90 mu-seus, grandes anfiteatros, 117 km de praias, cidade histórica e parques com atrativos su-ficientes para manter o turista ocupado du-rante dias. Além de seus encantos naturais,

SAN DIEGO é porta de entrada para Tijuana —cidade do México que fica na fronteira com os Estados Unidos, cerca de 30 km ao sul de San Diego. O clima da cidade é quente e seco, com tem-peraturas agradáveis durante quase todo o ano. A média anual é de 21ºC e a mínima, de 4ºC, no inverno. A umidade do ar é baixa, e as chu-vas se concentram entre dezembro e março. Entre as principais atrações turísticas de San Diego estão o Balboa Park —que abriga 15 museus, teatros, jardins, centros de arte e zoológico —, o Mission Bay Park, as praias, La Jolla, Coronado Island, Old Town, Embarcadero, Sea World e Legolândia.

Um dos principais pontos turísticos de San Diego, o Balboa Park.

Flame Cardif, uma das muitas praias de San Diego.

É permitido fazer piqueniques nos parques e nas praias, mas cerveja e vinho devem es-tar fora do menu. Por força de lei municipal, é proibido fumar e ingerir bebida alcoólica nos parques e praias de San Diego. A multa pode chegar a US$ 1.000, e turistas tam-bém estão submetidos à regra. Quem quer beber tem de ir a um bar ou restaurante, e quem quer fumar deve ficar a, pelo menos, cem metros de distância de qualquer pré-dio, praia ou parque público. A cidade apre-senta grandes festivais de música, cinema, balé e ópera durante todo o ano. Music-ais da Broadway também vão a San Diego.

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Los Angeles é a maior cidade da Califórnia e a segunda mais populosa dos EUA. A combinação de parques temáticos, estúdios de cinema, museus e espetáculos de músi-ca e dança é o que leva cerca de 26 milhões de visitantes por ano a Los Angeles, nos Estados Unidos. A Meca do cinema é também uma das capitais mundiais do entreteni-mento, ao lado de Las Vegas, Orlando e Nova York. A cidade, que oferece atrações para públicos de todas as idades, é uma ótima opção para viagens de férias com a família. A visita a Los Angeles mostra a realidade dos cenários de cinema. Lá estão Hollywood, Beverly Hills, Malibu, Long Beach, Downtown e a até a violenta South Central, onde é gra-vada boa parte dos filmes americanos que têm como temática as brigas de gangues. Os estúdios de Walt Disney, da Universal, Warner Bros., ABC, CBS e NBC também estão insta-lados na cidade. A 50 km do centro, em Anaheim, fica a Disneylândia, o primeiro parque temático erguido por Walt Disney, criador dos personagens Mickey Mouse e Pato Donald.

LOS ANGELES

Fotos de Beverly Hills, Hollywood, Malibu e Downtown.

A cidade é um convite à prática de es-portes. A Grande San Diego tem cerca de 90 campos de golfe e quadras espor-tivas. Nas praias, alugam-se caiaques e pranchas de surfe. Quem gosta de correr tem à disposição uma longa orla marítima. Veja o Sea World, construído nos mes-mos moldes dos outros parques ma-rinhos que exibem animais. As baleias orca fazem espetáculo à parte. Há também o fantástico zoológico de San Diego. Graças a um conceito inovador de climatização de ambientes, os bicho vivem tão felizes com sua imitação de habitat que dão verdadeiros espetáculos espontâne-os, não treinados. Em vez de grades, sim-ples paredes e vidro separam os animais das pessoas, tal qual gigantescos aquários habitados por hipótamos, pandas e gorilas. A primeira cidade a ser colonizada e a ter-ceira maior em população da Califórnia, San Diego não é tão conhecida como suas vizin-has Los Angeles e São Francisco, mas ofer-ece lugares atraentes como os bairros mexi-canos de Old Town e Gaslamp Quarter e a existência de diversos museus, só em Bal-boa Park. Abaixo fotos do parque SEA World.

A noite de Los Angeles é tão agitada quanto o dia. Hollywood, Venice e Sunset Boulevard têm casas noturnas, bares e cozinhas de todos os tipos, mas quem não faz reserva antecipad-amente pode ter de esperar até uma hora por uma mesa em um dos restaurantes da moda. Quem vai a Los Angeles na expectativa de fazer compras pode sair frustrado. A cidade é cara, e os artigos de luxo têm preço para super stars. Vale a pena visitar a Rodeo Drive, um dos centros comerciais mais sofisticados do mundo, mas quem quer economizar deve comprar nas lojas de pechinchas de Chinatown, no centro, ou na Third Street(foto), em Santa Monica, onde

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13se encontram grifes mais jovens, com artigos mais acessíveis do que os de Rodeo Drive. A cidade é ensolarada durante quase todo o ano. O clima é quente, com baixo nível de umidade, e as temperaturas médias da região ficam em 13ºC e 23ºC. Chove pou-co, a temperatura da água é mais agradáv-el e não há ventos frios na maior parte do ano. Nudismo, bebida alcoólica e fumo não são permitidos nas praias de Los Angeles.

Em Hollywood, cidade celebrizada pela in-dústria do cinema, as chances de se ver algum rosto conhecido das telonas são bem mais nas ruas arborizadas e mansões nababes-cas de Bervely Hills, a poucas quadras dali. Beverly Hills é uma cidade independ-ente de L.A. que desde o início dos anos 20 é o endereço preferido da indústria cin-ematográfica. O lugar dos ricos e de suas mansões localizadas, em sua maioria, na Sunset Boulevard. Na visita a essa cidade não pode faltar um passeio em Rodeo Drive, uma rua que abriga as lojas mais exclusi-vas dos EUA, lojas de estilistas internacion-ais, galerias de arte, museus e restaurantes. As praias de Manhattan Beach, ao sul, e Malibu, ao norte, são as mais badala-das e popular. Já Hermosa Beach é uma praia freqüentada por famílias, indicada para quem gosta de esportes à beira-mar. O clima festivo de Venice Beach nunca deix-

ou de existir. No início do século passado a cidade foi projetada para ser uma espécie de Veneza americana, com canais substitu-indo ruas, pontes conectando avenidas e etc. Hoje quase todos os canais foram aterrados. No calçadão, nos finais de semana, homens e mulheres passam em bicicletas, patins, skates, enquanto uma multidão de artistas de rua entretém as pessoas. A Venice Beach é segura para caminhar de dia, mas é mel-hor evitá-la de noite. As fotos abaixo mostam um pouco dos ares de Venice, sua pista de skate na praia, seu pier e o famoso calçadão.

A atmosfera em Santa Monica é tipicamente californiana, com lojas charmosas, bons res-taurantes e pessoas de todas as idades an-dam de patins, bicicleta, surfam, tomam sol, caminham e aproveitam a boa vida. A lo-calização de Santa Monica garante um clima ameno, com sol praticamente todos os dias do ano. Um cenário de palmeiras, praias e montanhas muito populares nos filmes.

Ela é facilmente reconhecível pelo seu fa-moso píer com uma montanha russa em cima - aquele que sempre aparece nos filmes ambientados na Cidade dos Anjos. Na praia de Santa Monica, há um pier que é uma unanimidade entre moradores e turis-tas. Têm várias atrações típicas de cidade de praia, como pipoca, algodão doce, carrinhos bate-bate e uma galeria com brinquedos. O visitante não pode passar por Santa Mon-ica sem conferir a Third Street Promenade, que transformou-se em um dos lugares da moda em L.A. Um imenso calçadão de três quadras, oferece várias lojas, livrarias, bares, restaurantes e cafés, sendo muito procurado à noite, quando artistas fazem diversas apre-sentações de música, dança e teatro ao ar livre.

Pier de Santa Monica, um dos mais famosos da Califórnia, já apareceu em vários filmes.

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San Francisco fica na costa Oeste dos EUA e é a quarta maior cidade da Califórnia em população, depois de Los Angeles, San Di-ego e São José. São Francisco é uma ci-dade jovem, apesar da aparência de velha emprestado pelas milhares de casinhas vi-torianas que recobrem suas colinas. Ou-sada e sempre pronta a experimentar, suas ruas já balançaram ao som de acordes psi-codélicos das guitarras hippies, no verão do amor de 1967, e foram enfeitadas com ban-deiras coloridas, para apoiar o movimento pelo orgulho gay, nas décadas de 70 e 80. Na ensolarada Califórnia, São Francisco, ou “Frisco”, como a denominam seus habitantes, é uma das cidades mais animadas dos Es-tados Unidos: caleidoscópio de vibrantes at-rações, famosa por suas ladeiras e por seus bondes, com grande diversidade cultural, vi-brante, interessantíssima e cosmopolita, of-erece milhares de possibilidades ao viajante. San Francisco encanta pela geografia, ar-quitetura, música, gastronomia, pelo cli-ma, pelos parques, passeios e pelas boas compras. A cidade foi construída em meio a 43 montanhas e colinas. Tem como cenário o mar do Pacífico, ladeiras, artis-tas de rua, espigões que contrastam

SAN FRANCISCO com casas vitorianas, museus importantes, grandes casas de espetáculo e uma ponte que é considerada uma das maravilhas arquitetônicas do mundo -a Golden Gate Bridge. A cidade oferece atividades de cultura e de lazer durante o ano inteiro. Depend-endo da estação, o turista pode acompanhar temporadas de balé, de óperas, o SFJF (San Francisco Jazz Festival), a parada do orgulho gay, maratonas, festas de Hal-loween (Dia das Bruxas) e até Carnaval - normalmente acontece em maio ou junho. Na bagagem, até os mais calorentos devem levar um casaco. O clima de San Francisco varia bruscamente num mesmo dia. Mesmo no verão, a temper-atura pode cair até 9ºC, da manhã para a noite. É comum enfrentar frio de 16ºC nos meses de junho e julho. O clima é seco, variando entre quente e frio.

Ir a São Francisco e não passear de cable car, os charmosos bondinhos que percorrem os principais pontos turísticos da cidade, é mais ou menos como visitar o Rio e não subir até o Cristo Redentor. O bondinho é todo aberto. Seu design ainda é o mesmo de quando começaram a operar os primeiros cable cars, no fim do século passado. Na época, eles eram um dos principais meios de transporte da cidade. Havia mais de 600 deles operando mais de 21 rotas. Com o terremoto de 1906, esse sistema de transporte foi destruído. Chegou a haver uma tentativa de eliminar os bondinhos, mas um movimento popular preservou-os. Desde 1982, restaurados pela prefeitura, os cable cars voltaram a funcionar, agora com forte apelo turístico. O bilhete custa US$ 2 e o passeio completo demora cerca de uma hora.

Na Ilha de Alcatraz, em seus tempos áureos a estadia do mafioso Al Capone, bem no meio da Baía de São Francisco. A cadeia hoje desativada já foi tema de vários filmes de Holly-wood. A ilha já foi uma importante base militar americana antes de ser uma cadeia. Hoje, Alcatraz é um museu visitado por 1,2 milhão de pessoas por ano, interessadas em descobrir os mistérios que rondam a ilha e também em desfrutar uma das mais belas vistas da baía e da cidade de São Francisco. Devido a alta procura, é melhor reservar a visita à ilha com pelo menos duas semanas de antecedência, principalmente no verão. De Fisherman’s Wharf partem vários barcos para o museu. O passeio custa US$ 15 e inclui visita às celas de pri-sioneiros e caminhadas pela ilha. O tour é narrado por ex-presidiários e guardas e dura cerca de uma hora.

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Costa AmalfitanaA Costa Amalfitana é um trecho de 60 km do litoral da Campânia, entre Sorrento e Saler-

no, servido uma estrada costeira que é uma passarela estreitíssima, esculpida, em boa parte, no precipício. Ao longo da estrada, entre uma vista vertiginosa e outra, en-contram-se cidades históricas como Amalfi (à beira do mar Tirreno) e Ravello (no alto da montanha), além de um lindo vilarejo que escorrega pela encosta até a praia: Positano.Já Capri é um destino cobiçado desde a época dos imperadores romanos – Otaviano e Tibério construíram palacetes por lá. Por sua proximidade à Costa Amalfitana, pode ser visitada na mesma viagem.

Em Sorrento que você leva o primeiro susto – no bom sentido é claro. É aqui que a es-tradinha vinda de Pompéia escala os penhas-cos à beira mar e se transforma, oficialmente, na Costeira Amalfitana. Daí, até Salerno, são 60km de curvas (centenas), túneis (alguns) e emoções (muitas), sempre vendo o litoral de uma posição privilegiada, seja dentro de um carro ou de um ônibus de excursão. Se for ôni-bus, brigue para ficar na janela, no lado direito no sentido Sorrento-Salerno. Se for de carro, parabéns: você poderá parar para apreciar a vista sempre que quiser, o que é muito melhor. Antes de seguir em frente, porém, saiba por que Sorrento era a cidade favorita de En-rico Caruso, o tenor que deu fama mundial à canção Torna Sorrento. Explore seus mi-rantes, pegue a estradinha até Nerano, onde estão às primeiras praias da Costa Amalfi-tana, e, no dia seguinte, deixe o carro em uma garagem e tome o barco para Capri. De volta à Costiera, prepare-se, então para o encontro com a cidade mais charmosa de

POSITANO todo o roteiro: Positano. Rode devagar, que são apenas 17km até lá e Positano merece ser comida com os olhos calmamente. A cidade, empilhada quase verticalmente sobre a mon-tanha, tem a forma de uma pirâmide e lem-bra Veneza pelo labirinto de becos e ruelas, só que num sobe-desce que não acaba mais. Assim que achar vaga em um estaciona-mento (o que não é tão fácil) deixe o carro e faca um passeio que dá mais prazer em Positano: aquele em que você se perde e acaba descobrindo sem querer, um terraço para tomar um drinque à espera do pôr-do-sol, ou um atalho que vai dar na praia. Caso se perca de verdade, pergunte pelo Le Sirenuse, hotel mais romântico da cidade, que serviu de cenário para o filme Only You, em que os personagens de Marisa Tomei e Robert Downey Jr. Descobrem em Positano que haviam nascido um para o outro. É o lugar ideal para fazer a grande extravagân-cia da viagem, jantando a luz de velas com a pirâmide branca de Positano a seus pés.

¹Posiano Beach;²Sua cidade que lembra a forma de uma pirâmide.

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Se ficar em dúvida, pare o carro. E sempre que encontrar um punhado de au-tomóveis estacionados à beira da estrada, pare sem a menor dúvida. Essas são as re-gras básicas para quem quiser conhecer tudo o que vale a pena na Costeira Amalfi-tana. Se não for assim, você corre o risco de passar batido pelas praias mais escondidas, como Furore, que é cercada por um Fiorde de 300m de altura, que mais parece saído da Noruega. A maioria das praias fica no tre-cho entre Positano e Amalfi, a cidade que dá nome a costa inteira. Além de Furore, pas-sa-se por Praiano, Sant’Andrea, Marmoratta e outras. Um pouquinho antes de chegar a

RAVELLODE POSITANO A RAVELLO

Foto 1 (ao lado): FuroreFoto2 (a cima): Sant’Andrea

Vista da Villa Rufolo Vista das Masões da Villa Cimbrone.

Amalfi, há uma atração diferente: a Gruta Es-meralda., cujas águas límpidas que refletem a luz e deixam ver um presépio submerso. Amalfi lembra Positana na maneira como ocupa as en-costas. É uma cidade de trajetória curiosa:

mil anos atrás era a grande rival de Pisa e Genova no comercio do Mediterrâneo, mas hoje não tem nem sombra da importância econômica de antes. Continua sendo, porém, uma potencia na fé e na gastronomia. Sua catedral vistosa, herança daqueles áureos tempos, guarda o tumulo do apostolo Santo Andre, padroeiro da cidade. E seus restau-rantes servem consagrados pratos do mar.Já Ravello, quem vem logo após Amalfi, é um caso à parte. Ao contrario das demais atrações da Costiera Amalfitana, não fica ao nível da estrada nem abaixo dela, mais aci-

ma. Para chegar lá, é preciso encarar uma subida em caracol, que vai dar em um platô de onde se tem a vistoria mais ampla da cos-ta. Difícil é dizer se a mais bonita das visões é a que se tem da Villa Rufolo ou da Villa Cimbrone, as duas mansões mais luxuosas de Ravello, hoje transformadas em museus.Há um detalhe, porem que torna a Villa Ru-folo mais especial. Ela serviu de residên-cia ao compositor Richard Wagner no pas-sado e serve hoje como palco de boa parte dos concertos apresentados quase diaria-mente na cidade de março a novembro. Os concertos são apresentados nos jar-dins da mansão, ao ar livre, e melhor de frente para a costa mais bonita da Itália.

Pegue o carro e vá pela Costeira Amal-fitana na direção de Positano. São ap-enas 23km, que podem ser percorridos tranquilamente em menos de meia hora de carro – mas esta é uma viagem em que a pressa não tem o menor sentido. Rode devagar e não perca a oportuni-dade de parar em cada brecha que en-contrar à beira da estrada para curtir o visual. Positano, que ocupa de alto e baixo uma encosta íngreme, parece desafiar a gravidade de tão verti-cal. E é bonita de mais, de qualquer ângulo de se olhe. Perca-se o quan-to antes em suas ruelas, parando no charmoso Hotel Le Sirenuese para um café. Praiano, 6km adiante, é a mel-hor opção para um banho de mar. Reserve o final do dia para Rav-ello, 13km depois de Praiano, que é a cidade mais alta da Costa Amalfi-tana. Você terá dificuldade em decidir de onde se tem melhor panorama ao pôr-do-sol, se dos jardins da Villa Ru-folo ou Da Villa Simbrone, em Rovello.

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Capri é tão bonita que é mesmo de deix-ar qualquer um indeciso sobre por onde começar. Quando você acha que não pode haver nada mais bonito do que a vista que se tem logo ao chegar à ilha, do mirante ao lado da estação do bondinho, entra na trilha ao Arco Natural (um portal de pedra, esculpido pela natureza, à beira-mar) e fica em dúvida. Então, vai até Punta Tragara, dá de cara com os Faraglioni (três rochedos que se erguem no mar), e decide: sim, este é o canto mais especial da ilha. Mas pode mudar de idéia de novo e de novo, quando contornar a ilha de barco, embrenhar-se de canoa na Gruta Azul, assistir ao nascer do sol nas ruínas de Villa

ILHA DE CAPRI

Jovis (a maior das casas de Tibério) ou per-ambular pelos jardins de Villa Saum Michelle, em Anacapri, a segunda cidade da ilha. Não é a toa que Capri, mesmo só tendo pouco mais da metade do tamanho de Fern-ando de Noronha, chega a receber quase dois milhões de visitantes por ano, que é o número a que se chega somando o movi-mento das barcas que partem de Nápoles, Sorrento, Positano, e Amalfi – alguns privile-giados chegam de helicóptero e iates particu-lares, mas essa já é outra história. A maior parte desses turistas desembarca de manhã e vai embora à tarde, depois de bater perna pelas trilhas principais e dar um mergulho na

praia de Marina Piccola. É que não existe es-trutura na ilha para acomodar tanta gente. Também por falta de espaço, o transporte dentro da ilha é restrito a um bondinho que liga o porto à cidade de Capri, e aos ônibus e taxis que circulam entre as duas cidades. Por isso, para conhecer a ilha na intimi-dade é preciso caminhar bastante. A van-tagem é que assim você acaba vendo mais. *Capri não faz parte da Costa Amalfitana, é uma ilha separada dessas, porém mui-tos turistas que vão essa costa aprovei-tam e já visitam Capri por ser perto, por isso botamos ela nesse capítulo.

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MACHU PICCHUCrônicas por Maurício Tonetto

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Após quase oito horas de subidas e descidas pelas altitudes do vale sagrado dos incas, chegamos à ferrovia que conduz aos pés de machu picchu. Durante o trajeto fomos presenteados com um visual deslumbrante e místico, muito característico das paisagens andinas. o nosso guia disse, numa charla, que os índios andavam pelo vale sagrado há mais de cinco séculos buscando o lugar prometido onde deveria ser erguida a cidade perdida. É difícil imaginar como eles conseguiam sobreviver em meio a um ambiente selvagem, úmido e alto. Mas os incas sabiam bem mais do mundo do que nós.A van parou na ferrovia ao lado da hidrelétrica de machu picchu, onde fomos obrigados a descer com as mochilas e seguir o resto do trajeto até aguas calientes a pé. esta pequena cidade, cujo nome oficial é machupicchu pueblo, transformou-se num ponto de parada obrigatório dos mochileiros de toda parte do mundo que seguem para as mais impressionantes ruínas incas.

Nesta matéria será apresentado o percurso percorrido da cidade de Cusco à Machu Picchu por um grupo de 8 mochileiros, sob o olhar do jornalista Mauricio Tonetto, integrante do grupo e blogueiro de viagens.

A trilha na ferrovia começou excitante e terminou desgastante. Mesmo que a caminhada tenha sido uniforme e plana, a altitude e a umidade da selva desidratam e sugam as forças.

Cada um seguia o trecho no seu ritmo,

mascando folhas de coca e ouvindo o som

do rio urubamba. Forte e vigoroso, ele descia

do alto da montanha com uma velocidade

incrível. afluente do soberano amazonas, o

urubamba pode ser observado em machu

picchu.

Quando começou a anoitecer, a caminhada

ficou um tanto dramática. com lanternas nas

mãos, enxergávamos um palmo na frente

e escutávamos apenas o rio e os animais.

como que pressentindo uma força maior, o

sandália comentou comigo o seguinte: estou

me sentindo observado.

A sensação foi essa mesmo! como se alguém

estivesse dizendo que era preciso muito

respeito pelo lugar onde estávamos… Como

se essa força estivesse nos ajudando e ao

mesmo tempo nos controlando. em silêncio,

Estamos sendo observadoschegamos a aguas calientes, tema do próximo

post. De noite, no hall do albergue, deu para

observar a silhueta da majestosa montaña

vieja. Estava de costas para nós, esperando

o encontro.

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A ansiedade tomou conta de todo mundo na véspera da escalada a machu picchu. chegamos em aguas calientes cansados, com fome, sede e loucos para se atirar na cama. O outro dia seria inesquecível. o principal objetivo do mochilão pela américa latina estava quase cumprido. Quando fizemos o roteiro e saímos de santa maria, o pacto era o seguinte: aconteça o que acontecer, temos que conhecer machu picchu! e lá estávamos, bem próximos do nosso objetivo.Um redemoinho de pensamentos e emoções tomou conta de mim com tanta força que aguas calientes me passou praticamente desapercebida. Não que a cidadezinha que foi construída após o descobrimento de machu picchu seja sem graça. Pelo contrário… Na entrada do povoado há uma piscina com águas termais quentes, o ambiente é rústico, há muitas lojinhas bacanas e gente do mundo todo. Só que eu estava com o pensamento fixo em machu picchu. Não conseguia parar de pensar na montaña vieja e no seu misticismo. O fato de poder observar a sua silhueta envolta na noite andina reforçava esta minha quase obsessão. Não sei explicar o porquê disso. era uma coisa mais forte do que eu e eu deixei tomar conta.Um ano depois, me lembro nitidamente que estava sentado nas escadas em frente ao hostel enquanto o pessoal se arrumava para jantar e olhava as costas da montanha. é difícil de traduzir em palavras o passeio que a mente deu até um dos locais mais enigmáticos deste planeta. talvez você já tenha sentido algo semelhante alguma vez na vida. É como se o tempo parasse e uma imagem ficasse imortalizada. uma imagem com milhões de significados. Uma imagem que pode valer por toda uma existência.Os olhos se fecharam e se abriram como num toque. A noite durou um minuto. Às 4h30min da madrugada as mochilas estavam nas costas e o cajado pronto para subir.

Noite de um minuto

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A escalada

O despertador do celular tocou às 4h15min. Acordar nesse horário, normalmente, é um horror (quem trabalhou em rádio sabe). Mas como toda regra tem uma exceção para confirmá-la, nunca levantei tão animado e curioso ao mesmo tempo. Tinha 15 minutos para lavar o rosto, escovar os dentes, calçar os tênis, colocar a mochila nas costas, pegar o cajado e começar a trilha para machu picchu.A noite estava silenciosa e fria. Uma garoa fina anunciava uma caminhada complicada. às 4h30min foi entregue o kit-lanche, que pulou para dentro da mochila. Não tinha fome nem sede, apenas a vontade de entrar logo na trilha e conferir o que estava para acontecer.Saímos os oito juntos e naturalmente fomos nos dividindo na subida. Cada um mantinha um ritmo diferente e não tinha sentido esperar para fazer a trilha em conjunto. O engraçado era que em determinados pontos a gente se encontrava, mas era difícil falar e respirar do fundo do pé ao mesmo tempo…O ar rarefeito castiga. Como se respira menos – e pior -, o enjoo e a dor de cabeça são recorrentes. Todos os nossos limites são testados na altitude, ainda mais quando se caminha para cima.A trilha para machu picchu é feita de pedras talhadas em forma de degraus. algumas vezes é preciso se agarrar nelas para não perder o equilíbrio. O incrível é que há 500 anos os índios percorriam esses caminhos com um fôlego de dar inveja a qualquer atleta de hoje.

O QUE ESSE INCAS TINHAM DE ESPECIAL?Eles não deixaram livros para contar a sua história. todos os seus ensinamentos foram transmitidos oralmente e terminaram deturpados pelos espanhóis. os seus líderes foram degolados. toda a linhagem.Por qual motivo os conquistadores temiam tanto a presença dos incas?Quanto mais machu picchu se aproximava, mais esses questionamentos ganhavam força. Impossível passar incólume a esta experiência.

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Na vastidão da terra juntai todos / os silenciosos lábios derramados / e do fundo falai-me toda esta longa noite / como se eu estivesse anco-rado convosco, / contai-me tudo, cadeia a ca-deia, / contai elo por elo, e passo a passo, / afiai os facões que conservastes, / ponde-os em meu peito e em minha mão, / como um rio de raios amarelos, / como um rio de tigres enterrados, / e deixai-me chorar, horas, dias, anos, / idades cegas, séculos estelares. / dai-me o silêncio, e a água, e a esperança. / dai-me o combate, dai-me o aço e os vulcões. / trazei a mim os corpos como ímãs. / acudi minha boca e minhas veias. / falai pelo meu verbo e por meu sangue. (altu-ras de macchu picchu por PABLO NERUDA in canto geral)Ninguém melhor do que o maior dos poetas latinos para decifrar o sentimento de estar em Machu Picchu. Um dia Pablo Neruda também andou entre as montanhas e sentiu na alma um arrepio inexplicável. Um dia che guevara, lendo neruda, tocou as pedras das antigas casas incas e sentiu na alma um arrepio inexplicável.Porque machu picchu vai além das explicações históricas. Construída no século 15 sob as or-dens do inka Pachacuti, a “cidade perdida” pode ter sido um grande palco para rituais ou um es-tratégico ponto de controle da água que abaste-cia cusco. Existe ainda a hipótese de que machu picchu tenha sido um refúgio seguro para o inka. quem sabe as três coisas ao mesmo tempo…

Uma lenda inca diz que durante muitos anos os índios peregrinaram pelos altiplanos atrás de um local sagrado que simbolizasse as quatro pontas da cruz andina. as quatro montanhas que circundam as ruínas da cidade perdida teriam sido o terreno perfeito.Deve ter sido muito difícil erguer a cidade per-dida por causa dos rigores da selva. no seu auge viviam mais de mil pessoas de diferentes class-es sociais. Cercada de mistérios, machu picchu é um dos locais mais intrigantes do mundo. ainda não conheço as pirâmides do egito, mas posso afirmar que a comparação com as obras faraônicas é cabível.Toda grande cultura que passou pelo planeta deixou algo marcante. nas américas, não há nada superior a machu picchu neste quesito. Nos próximos posts vou descrever o que senti e o que vi caminhando pelas ruínas.Há pessoas que veem machu picchu como um amontoado de pedras históricas. Há outras pes-soas que acham interessante a história e fotogra-fam tudo o que podem. E há pessoas que ficam sensibilizadas de tal forma com machu picchu que esta experiência modifica as suas vidas. Eu me enquadro na última categoria.

Nas alturas de Machu Picchu

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