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Laminados a quente e a frio: semelhanças e diferenças Bons Sinais no Horizonte da América Latina A revista de negócios do aço Grips Editora – Ano 21 – Nº 141 outubro 2020

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Laminados a quente e a frio: semelhanças e diferenças

Bons Sinais no Horizonte da América Latina

A revista de negócios do aço

Grips Editora – Ano 21 – Nº 141 outubro 2020

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EDITORIAL

VITRINE

ESTATÍSTICAS

ANUNCIANTES

EVENTOS Bons sinais no horizonte da América Latina

ARTIGO TÉCNICO Aços planos: produção, redução, refino e produtos finais

RETOMADA Orgulho verde e amarelo

EMPRESAS E lá se vão 50 anos de muita história

MERCADO O Big Data é o futuro da

Construção Civil

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ÍNDICE DE MATÉRIAS

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A fantástica Ano 21 – nº 141 – outubro 2020

Siderurgia Brasil é de propriedade da Grips Marketing e Negócios Ltda. com registro definitivo arquivado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial sob nº 823.755.339.

Diretoria: Henrique Isliker PátriaMaria da Glória Bernardo Isliker

Coordenação de TI:Versão DigitalVicente [email protected]

Coordenação jurídica: Marcia V. Vinci - OAB/SP [email protected]

Produção:Editor Responsável Henrique Isliker Pátria - MTb-SP 37.567 Reportagens EspeciaisMarcus Frediani - MTb 13.953Coordenação logísticaMaria da Glória Bernardo Isliker

Comercial:[email protected]@grips.com.br

Projeto Editorial:Grips Editora

Projeto gráfico e Edição de Arte / DTP: Ana Carolina Ermel de Araujo

Capa: Criação: André Siqueira Montagem com fotos de André Siqueira

Divulgação:Através do portal: https://siderurgiabrasil.com.br

Observações:A opinião expressada em artigos técnicos ou pelos entrevistados são de sua total responsabilidade e não refletem necessariamente a opinião dos editores.TODOS OS DIREITOS RESERVADOS:Grips Marketing e Negócios Ltda.Rua Cardeal Arcoverde 1745 – conj. 113 São Paulo/SP – CEP 05407-002 Tel.: +55 11 3811-8822 - www.siderurgiabrasil.com.br Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou qualquer meio, sem prévia autorização.

recuperação econômica

NNo início do mês de março, o Brasil, a exem-plo da maioria dos países do mundo, come-çou a parar, fato que se tornou totalmente evidente em abril. Com exceção do agrone-gócio, praticamente todas as atividades da indústria, do comércio e do setor de serviços reduziram suas atividades aos níveis mais baixos de nossa história contemporânea.

O caos, definitivamente, se instalou. E, deixando de lado os antagonismos polí-ticos, a verdade é que um quadro pinta-do com cores sombrias surgiu diante dos olhos estupefatos da nação, que mal co-meçava a se reerguer de um passado ne-fasto não muito distante, “obra” de gover-nos e políticas desastradas.

Houve muitas mudanças na sociedade, que adotou diversas “máscaras”, em concei-to ampliado, não só para proteger a saúde dos brasileiros contra a pandemia do novo coronavírus, como também para tentar ga-rantir a sobrevivência dos negócios. No rol

de tais providências, nos acostumamos a as-sistir na Imprensa embates diários entre os defensores da Ciência e aqueles mais preo-cupados com o futuro da Economia, como se as duas vertentes pudessem ser dicoto-mizadas de maneira tão singela e em grau de importância no destino dos brasileiros.

Tediosas lives passaram a pulular nas telas de nossos computadores, tablets e smartphones, enquanto o home-office passou a ser deificado como solução ma-gistral para aqueles que podiam ter a sorte de trabalhar no conforto de suas casas. Na mesma esteira vieram as videoconferên-cias, ferramenta que, indubitavelmente se revelou prática e eficiente, embora te-nha relegado muitas companhias aéreas e empresas de hospedagem ao redor do mundo a um cenário de incertezas, penú-ria e até mesmo de falência absoluta.

Mas tudo tem um momento para co-meçar, e outro para acabar. E, felizmente, o mundo está assistindo atônito agora a nos-sa “retomada tupiniquim”. Aliás, aquilo que nosso ministro da Economia preconizou, talvez até na ânsia de injetar um pouco de otimismo, está realmente acontecendo.

As estatísticas não negam, e nós que acompanhamos alguns setores desde

sempre, temos registrado recordes em cima de recordes a cada mês. As usinas de aço estão se apressando a religar todos os seus equipamentos. Hoje mesmo, quando redigíamos este Editorial, a ArcelorMittal divulgou oficialmente o reacendimento de seu Alto-Forno 3, acrescendo a produção de mais 2,8 milhões de toneladas/ano de aço ao mercado. O mesmo já havia acontecido com a Usiminas, quando a empresa reto-mou a produção de seu Alto-Forno 1, no fi-nal do mês de agosto. E, agora, a CSN infor-ma que seu Alto-Forno 2 também voltará a operar com plena capacidade a partir de novembro. Chegamos até a uma situação em que os distribuidores de aço não têm produto para entregar, porque a demanda é muito maior do que a oferta, e as usinas não estão conseguindo repor os estoques na mesma velocidade do consumo.

O Boletim Focus do Banco Central, que é um termômetro da economia, acaba de re-duzir novamente a previsão de queda do PIB nacional em 2020 para 4,81%, com expecta-tivas de baixa ainda maior, quando esta, no pico da crise, chegou a ser projetada em me-nos 10%. E a mesma leitura se faz nas estatís-ticas da Anfavea, da Fenabrave, do Sindipe-ças e da Abimaq, só para ficar no âmbito das entidades que acompanhamos de perto.

Há muito mais a escrever e a relatar, mas sem querer colocar nenhum viés político fica um recado para os pessimistas de plan-tão: o Brasil está acordando. E isso é muito bom para todos nós.

Boa leitura!

HENRIQUE ISLIKER PÁTRIA

EDITOR RESPONSÁVEL

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EDITORIAL EDITORIALEXPEDIENTE

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Comemorando seus 58 anos de operações, a Usiminas integra uma ampla e diferenciada

estrutura de empresas integradas para oferecer soluções completas para os

mercados brasileiro e global. Conheça os principais destaques desta história!

Marcus Frediani

O dia 26 de outubro marcou uma data muito especial para a Usiminas. Nela, a empresa comemorou os 58 anos de opera-ções. Sem dúvida, foi uma jornada de muitas conquistas, ao lon-go da qual o aço da Usiminas também evoluiu para mais bem atender o mercado, sempre prezando pela qualidade na produ-ção e na entrega.

Tudo começou em 1962, com o acendimento simbólico do Al-to-Forno 1 na Usina Intendente Câmara, em Ipatinga/MG, con-tando com a presença do então Presidente da República, João Goulart. Três anos depois, a produção da usina passou a ser in-tegrada, a partir da inauguração das áreas de Laminação de Ti-ras a Quente e a Frio, bem como a de Acabamentos de Tiras a

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Quente. No mesmo ano, também foi inau-gurada a segunda bateria da Coqueria e o Alto-Forno 2.

Pesquisa, sustentabilidade e privatizaçãoNos anos seguintes, a Usiminas seguiu

uma trajetória de crescimento, marcada por iniciativas como a inauguração, em 1971, dos laboratórios do Centro de Pesquisa da Usiminas – o maior em siderurgia da Amé-rica Latina –, instalação que deu origem ao seu atual Centro de Tecnologia, considera-do um dos mais modernos do continente. Em 1974, mais uma inauguração: a do Al-to-Forno 3, que possibilitou à Usiminas au-mentar a sua capacidade de produção para 3,5 milhões de toneladas de aço por ano. Já

a década de 1980, começou com a inaugu-ração da nova sede da Usiminas, em Belo Horizonte/MG, seguida, em 1984, pela reali-zação da primeira edição do Projeto Xerim-babo, iniciativa de cunho socioambiental da companhia.

No início dos anos 1990, com o país em crise, mas já mirando a reabertura de sua economia, o governo brasileiro deu início ao ciclo de privatizações conhecido como Plano Nacional de Desestatização (PND). Perfeitamente alinhada e preparada para o novo momento que o Brasil passava a viver – e, também, por estar em melhores condi-ções financeiras e operacionais –, no dia 24 de outubro de 1991, a Usiminas foi escolhida para ser a primeira empresa estatal do país a ser privatizada, o que lhe permitiu fazer parcerias e expandir ainda mais os negó-cios da Usiminas. Seguindo sua trajetória de expansão, dois anos depois, no contex-to do mesmo PND, a empresa assumiu o controle acionário da Companhia Siderúr-gica Paulista (Cosipa), alocada em Cubatão/SP. E, fechando a década, inaugurou sua área de Laminação a Frio 2, com capacida-de para produzir 1 milhão de toneladas de aços laminados por ano.

A chegada do novo séculoO novo milênio se iniciou com uma gran-

de conquista para a Usiminas: a inaugura-ção da Unigal, em Ipatinga (MG), fruto da joint-venture entre a Usiminas e a Nippon

Steel Corporation. Essa parceria permitiu à empresa produzir a Linha de Galvanização a Quente (HDG), a fim de atender a uma grande demanda por parte das montado-ras por aços área estampagem, bake har-dening e dual phase, entre outros. E, em 2009, nasce a Soluções Usiminas (SU), uni-dade que veio a reforçar a atuação da em-presa em serviços, transformação e distri-buição do aço a partir de plantas instaladas em quatro estados brasileiros.

No ano seguinte foi criada a Mineração Usiminas (MUSA), em Itatiaiuçu/MG, ori-ginada por meio da joint-venture com a

Nippon Steel Corporation. No mesmo ano é implantada a tecnologia CLC na Usina de Ipatinga, permitindo a fabricação de chapas grossas com características es-peciais para o mercado naval e de óleo e gás, entre outros. E, em 2011, a estrutura da companhia foi mais uma vez reforçada com a introdução da nova Linha de Gal-vanização por Imersão a Quente, que du-plicou a capacidade de produção de aços galvanizados da companhia.

Em 2012, ao completar a marca de 50 anos de atividades, a Usiminas colocou em fun-cionamento a nova Linha de Tiras a Quente

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Clique na foto e confira o vídeo especial da Usiminas

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na Usina de Cubatão, uma das mais mo-dernas em operação no mundo. Dois anos depois, ainda na unidade de Cubatão, foi feita a inauguração da Decapagem 3, com o objetivo de atender à crescente de-manda do mercado por aços decapados de alto valor agregado. E essa ampliação de sua base produtiva também contribui para que, em 2015, a companhia fosse se-lecionada como principal fornecedor de aço para a fábrica da Jeep no Brasil, ins-talada em Goiana/PE, principalmente em função de sua ampla e diversificada oferta de aços para o mercado automotivo, além da capacidade de adequação de seus pro-dutos às demandas dos clientes.

Já 2018 foi um ano marcado pela cria-ção de uma significativa inovação da

Usiminas: o lançamento do Usi Solar, o primeiro aço exclusivo para o mercado de plataformas fotovoltaicas. O produto con-tou com o desenvolvimento da Soluções Usiminas e de seu Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, trazendo como diferen-cial a alta resistência do produto à corrosão atmosférica, sem necessidade de pintura ou galvanização. Assim, durante sua produção há um menor gasto energético, o que torna seu custo mais acessível e com um maior benefício ambiental.

Inovação e transformação digitalHoje, com uma vasta gama de produ-

tos derivados do aço, a companhia atua em toda cadeia de valor por meio de uma ampla e diferenciada estrutura de em-

presas integradas para oferecer soluções completas para os mercados brasileiro e global, que, como se viu, vão desde a mi-neração à transformação do aço.

Com uma atuação focada no mercado interno, que, de maneira geral, responde por cerca de 85% de suas vendas,  atual-mente a Usiminas tem seus principais negócios nas áreas automotiva, de distri-buição e de outras indústrias. Quase se-xagenária, a ela também se consolidou como produtora de aço em bobinas, cha-pas grossas e produtos processados para os segmentos de máquinas rodoviárias, naval, construção civil, agrícola, bens de capital, eletroeletrônico, utilidades domésticas e máquinas e equipamentos em geral. Entre seus principais produtos estão placas, chapas grossas, laminados a frio, galvanizados por imersão a quente e eletro-galvanizados.

Dando continuidade ao seu processo de evolução constante, em seus novos tempos a Usiminas tem investido na parceria com startups de diversos setores de atuação, buscando novas soluções que agreguem valor a seus produtos, processos e serviços, sejam os diretamente ligadas à área indus-trial, sejam os de backoffice. Desde o lan-çamento da sua plataforma InovaAí, em fe-vereiro de 2019, a Usiminas tem estreitado seu relacionamento com empresas de base tecnológica. O esforço rendeu à companhia a integração à lista das 50 companhias bra-sileiras que mais interagem com startups, impulsionando a inovação aberta no país, e entre as 100 mais inovadoras no uso da Tecnologia da Informação (TI).

Novos tempos, novas realizaçõesSempre atenta a todas as movimen-

tações do mercado de aço no Brasil e no

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Nmundo, a Usiminas entrou em 2020 – ano em que completa o seu 58º aniversário – com vigor especialmente renovado, con-centrando seus esforços de maneira mui-to intensa no desenvolvimento de várias ações pontuais, sempre com o suporte das startups, para vencer os desafios da pandemia do novo coronavírus. Entre elas, merecem especial destaque o lançamen-to do “Desafio de Inovação COVID-19”, em parceria com seu braço social na área de Saúde e Educação, a Fundação São Fran-cisco Xavier, e, ainda, a implementação um programa de ideias focado em intra-empreendedorismo e inovação aberta, com a participação de todos os seus cola-boradores. Além disso, também se tornou uma das empresas “madrinhas” do maior

programa do país de aceleração dessas unidades-celeiros de inovação para a in-dústria, o Fiemg Lab 4.0, que tem por objetivo levar a cultura da inovação para outros setores e aplicar novas ideias e so-luções em diversos processos.

Complementarmente, no último dia 26 de agosto, em evento que contou com a presença do presidente Jair Bolsonaro, a empresa retomou oficialmente a opera-ção do Alto-Forno 1 – equipamento consi-derado um símbolo da siderurgia brasilei-ra, com capacidade de produção de 600 milhões de toneladas/ano – e da Aciaria 1, ambos instalados em Ipatinga. A partir dessa religação, e somada à produção do Alto-Forno 3, a atual capacidade compa-nhia alçou-se a 2,8 milhões ton/ano.

Num período marcado pela retomada econômica do país, a Usiminas encerrou o terceiro trimestre do ano com resulta-dos positivos em diversos indicadores. No período, o lucro bruto da companhia foi de R$ 892 milhões, enquanto o lucro lí-quido ficou em R$ 198 milhões. No geral, seu caixa encerrou o período com uma alta de 49%, ficando em R$ 3,7 bilhões, o mais elevado valor em sete anos. No período, os volumes de vendas de aço, atingiram 934 mil/ton, com alta de 54% na comparação ao 2T20, e de minério de ferro, com alta de 21%, enquanto a receita líquida foi de R$ 4,4 bilhões, 80% maior do que o registrado no 2T20.

“O cenário está mudando, e o viés é de retomada. Estamos trabalhando em duas frentes, para atender à reposição dos es-toques – que, é lógico, ficaram defasados em função da paralisação dos negócios das empresas no período –, bem como para atender à tendência de crescimento do consumo real de aço, que é bem forte, respeitando, naturalmente, o leading time da produção, que é de 45 a 75 dias, depen-dendo do produto”, afirma, Sergio Leite, presidente da Usiminas, empresa que, em agosto último, já com sinais de retomada da economia, reativou diversos equipa-

mentos de suas unidades de Ipatinga e de Cubatão. “O único que continua parado é o nosso Alto-Forno 2. Mas, como temos mui-ta flexibilidade, isso não nos preocupa neste momento. Não temos pressa: a decisão de reativá-lo só deverá ser tomada no primei-ro trimestre de 2021”, pontua o executivo.

No terceiro trimestre, a companhia re-gistrou outras importantes conquistas também no que diz respeito à Sustenta-bilidade, com projetos nas áreas social, econômica e ambiental. Exemplo disso, em setembro, foi o início das operações integradas da Central de Monitoramen-to Ambiental da Usina de Ipatinga. Nesse âmbito, merecem destaque também suas iniciativas em prol da Diversidade e Inclu-são, que acabam de render à Usiminas a conquista do Prêmio Steelie Awards, da World Steel Association, na categoria “Ex-celência em Sustentabilidade”.

“Inclusão, para nós, é prioridade. Com esse objetivo, uma das frentes nas quais estamos trabalhado com mais vigor é na-quela de aumentar exponencialmente o número de mulheres em nosso corpo exe-cutivo. E aí eu faço o convite: mulheres de todo o Brasil, venham trabalhar na Usimi-nas! Estamos de portas abertas para rece-be-las”, finaliza Sergio Leite.

Em ritmo de retomada

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Bons sinais no horizonte

A indústria do aço se recupera gradativamente para atender à maior demanda na América Latina. Porém, há muita lição de casa para

fazer antes de chegar ao estágio ideal. E reindustrializar a região é uma das mais

importantes delas.

Marcus Frediani

Depois de ser duramente afetada pela pandemia do novo co-ronavírus, a indústria siderúrgica na América Latina dá sinais de recuperação gradual. E, embora essa movimentação positi-va não seja uniforme entre as nações da região, ela vem sendo sentida de maneira mais consistente e muito especial a partir da tabulação dos resultados apresentados por alguns países do continente, tais como o Brasil, o México, a Colômbia e, mais re-centemente, o Peru. E uma das boas notícias para as siderúrgi-cas brasileiras é que o país continua no protagonismo da oferta Fo

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EVENTOS EVENTOS

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de aço, respondendo, no segundo trimes-tre de 2020, por 57% da produção de aço bruto na AL, que, atualmente, beira as 60 Mt/ano, volume, porém, distante do recor-de emblemático alcançado pelo continen-te no ano de 2014, que bateu nas 72 Mt/ano.

“As usinas da América Latina refletem a atual tendência de retomada dos negócios a partir dos reestabelecimentos dos fornos e expandindo suas operações de aço. Até o momento, em alguns países a reativação é exibida em formato “V” – ou seja, aque-la em que, após uma queda forte, pas-sa a apresentar indicadores de retomada rápida e acentuada –, embora, é claro, esta esteja longe de retornar aos níveis anterio-res à crise da COVID-19”, explica Francisco Leal, profissional com mais de 25 anos de experiência em processos e vendas de aço e atual CEO da Asociación Latinoamerica-na del Acero (Alacero), entidade que reúne a cadeia de valor do aço latino-americana, responsável também pelo cômputo das

estatísticas regionais. Nesse cenário, os últimos números da

produção de aço bruto divulgados pela entidade, referentes ao mês de agosto de 2020, mantiveram trajetória positiva, so-mando um total de 4.807 milhões de to-neladas, o que representa um aumento de 7,9% em relação ao mês anterior. Contudo, apesar do aumento da produção no mês – puxado pelo Brasil, México e Argentina – o resultado ficou 2,4% abaixo no comparati-vo com agosto do ano passado. Em lami-nados, a produção de aços longos cresceu 9,5% no mês, ante 15,9% nos planos. No en-tanto, a produção de tubos sem costura continua deprimida. Apesar do aumento de 17,9% em relação ao mês anterior, a pro-dução mantém queda de 62,9% em rela-ção a agosto do ano passado.

As menores importações contribuíram para uma melhor balança comercial, cujo déficit atingiu o menor nível desde outu-bro de 2011. “Para acompanhar o aumen-to da demanda, a indústria vem se recu-

perando com maior produção, reiniciando altos-fornos e aumentando a produção de aço”, explica Leal.

Aproveitamento de oportunidadesCom a aplicação de uma política restritiva

do governo dos Estados Unidos diante das disputas e tensões comerciais com a Chi-na, tendo no outro lado da equação o au-mento dos custos de produção, o processo de fragmentação e desacoplamento das cadeias de valor globais – que estimularam dinâmicas de realocação nacional (resho-ring) – também se acentuou. Segundo o executivo-chefe da Alacero, diante desse cenário é absolutamente fundamental que os governos abracem como missão atual a promoção da competitividade regional da indústria do aço, bem como de suas ins-tituições e de sua infraestrutura, a fim de atrair investimentos neste momento críti-

co, no qual, entretanto, existe, sim, um le-que de oportunidades para os países lati-no-americanos.

Uma das maiores delas é, sem dúvida, a retomada das obras paralisadas em toda a América Latina, por conta da pandemia da COVID-19, e mesmo antes dela, em ra-zão de diferentes (cada país tem as suas) distensões de ordem política e econômica, que também acabaram por produzir ondas massivas de desemprego e de substanciais perdas de negócios. Outra que aparece no horizonte vem, ainda, do aproveitamen-to da maré de coisas boas que, com toda a certeza, vai ser alimentada pelo aumen-to da atividade da Construção Civil – o que, aliás, já vem acontecendo – e que, em ter-mos gerais, representa 51% do consumo aparente de aço na América Latina, bem como da já anunciada expectativa de cres-cimento da Indústria Automobilística, res-

As usinas da América Latina refletem a atual tendência de retomada dos negócios a partir dos reestabelecimentos dos fornos e

expandindo suas operações de aço.

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Francisco Leal, CEO da Asociación Latinoamericana del Acero (Alacero)

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EVENTOS EVENTOS

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ponsável por quase 19% desse montante. “Tudo isso, é claro, alinhado à base de ante-visão do PIB para a região, nosso principal indicador, que embora deva registrar uma queda de 8,1% nela em 2020, já conta com previsão de evolução positiva de 3,6% em 2021, segundo o Fundo Monetário Interna-cional (FMI)”, anima-se Francisco Leal.

Complementarmente, essas, sem dúvi-da alguma também, são ações de forta-lecimento mútuo que vão definir o futuro da indústria latino-americana do aço da-qui para a frente. E exemplos não faltam. Nesse contexto, por exemplo, o México é uma opção lógica de nearshoring devido à sua proximidade com o mercado dos Es-tados Unidos e à existência do T-MEC (Tra-tado Norte-Americano de Livre Comércio, sucessor do Nafta) com esse país e o Cana-dá. Já a Colômbia poderia se beneficiar de seu fuso horário favorável e da perspectiva de melhora econômica no médio prazo, o que também poderia acontecer com ou-tros países da região, tais como o Brasil.

“Com foco na valorização da regionali-dade, alguns países da América Latina já estão alinhavando acordos entre eles, com vistas à formação de blocos representati-vos de interesses comuns. E isso é muito positivo em termos de oferta de opções para os grandes compradores internacio-nais porque, embora a China seja hoje o maior produtor de aços no mundo e os venda a preços muito baixos, países como

o Brasil estão muito mais perto dos Esta-dos Unidos e de algumas nações da Euro-pa do que aquele gigante asiático, não é mesmo?”, pondera, de maneira clara e ob-jetiva, o CEO da Alacero.

O futuro em CongressoCom foco na discussão e no desenvolvi-

mento de soluções adequadas para o for-talecimento da cadeia do aço na América Latina neste momento tão delicado, a Ala-cero promoverá, no dia 10 de novembro, o Congresso Virtual Alacero 2020, que terá como tema a “Reindustrialização do con-tinente latino-americano como oportuni-dade para o cenário pós-pandêmico”.

“A escolha dele, aliás, é muito oportuna porque, ao mesmo tempo em que, dian-te da forte retração dos mercados globais são grandes as chances de a China vir com tudo para cima deles como forma de es-coar seu enorme excedente de aço, na ou-tra ponta vivenciamos um momento mui-to especial de maior conscientização da sociedade para a importância do consumo local. Então, é o momento certo para tra-zer a reindustrialização para nossa região, fomentando a oferta não só para nossos produtos, como também de nossos ser-viços de primeira linha para os clientes. E entre as ações possíveis está a fiscalização mais efetiva das políticas de garantia de qualidade aplicadas às importações, bem como a indicação de todos os instrumen-

tos estabelecidos pela Organização Mun-dial do Comércio (OMC). Isso é muito im-portante para a gente”, enfatiza Leal.

Este ano, em formato totalmente online para continuar a promover o setor, o even-to contará com a participação de altíssimo nível, tais como  Dani Rodrik, professor da Universidade de Harvard e um dos 100 eco-nomistas mais influentes do mundo;  An-drés Malamud, cientista político com sólida e reconhecida trajetória;  e Andrés Oppe-nheimer,  apresentador da CNN, autor de vários livros e um dos intelectuais mais in-fluentes da América Latina, que integrarão um painel moderado por Paolo Rocca, pre-sidente e CEO do Grupo Techint. 

“Além deles, contaremos também com a presença da Secretaria de Economia do México, Graciela Márquez Colín, em uma palestra moderada por Sergio Leite, dire-

tor presidente da Usiminas, e, fechando a agenda do dia, com um Painel de CEOs das maiores empresas produtoras de aço, que compartilharão suas perspectivas na América Latina e os desafios que teremos adiante. Nele, estarão presentes Máximo Vedoya, CEO da Ternium; Gustavo Werneck, CEO da Gerdau; Carlos Arturo Zuluaga, pre-sidente corporativo de Acerias de Colôm-bia (ACESCO); e Raúl Gutiérrez Muguerza, diretor geral da Deacero. E todos os even-tos do Congresso terão interação via chat, por meio do qual todos os participantes vir-tuais poderão enviar suas perguntas aos in-terlocutores”, finaliza, confiante e cheio de boas expectativas, Francisco Leal.

Para realizar sua inscrição no Congresso Virtual Alacero 2020 acesse https://congresovirtual2020.alacero.org/.

A Asociación Latinoamericana del Ace-ro (Alacero) é a entidade civil sem fins lucrativos que, há mais de 60 anos, reúne a cadeia de valor da indústria do aço da Amé-rica Latina para promover os valores da in-tegração regional, inovação tecnológica, excelência em recursos humanos, segu-rança no trabalho, responsabilidade corpo-

rativa, sustentabilidade socioambiental, e o networking entre os profissionais do setor. Fundada em 1959, é composta por mais de 60 empresas produtoras e coligadas, cuja produção se aproxima de 60 milhões de toneladas por ano, e é reconhecida como um órgão consultivo especial pela Organi-zação das Nações Unidas (ONU).

Integração regional

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EVENTOS EVENTOS

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NO ano de 1970 ficou marcado pela euforia que tomou conta da maciça maioria dos brasileiros, pois mesmo para aqueles que não gostavam de futebol foram contagiados com a conquista do Tricampeonato pela Seleção Brasileira, no México. Sob o comando do lendário Mário Jorge Lobo Zagallo, Pelé – já consagrado como “Rei do Futebol”, com três Copas do Mundo no “currículo” –, juntamente com ou-tros nomes como Rivellino, Jairzinho, Tostão, Gerson e Car-los Alberto compuseram a equipe dos sonhos, marcada pela genialidade e o talento que encantou as torcidas dos quatro cantos do planeta.

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EMPRESAS EMPRESAS

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EMPRESAS

E lá se vão 50 anos de muita história

Tetraferro comemora data histórica no momento em que desafios exigem tomadas de posições arrojadas dos

dirigentes da empresa.

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dades não surgem do nada. Correr atrás de qualquer chance para se fazer negócios virou, então, a motivação principal do grupo, até porque naquele momento econômico favo-rável no qual a Tetraferro foi fundada, a con-corrência era acirrada, e os negócios eram fechados com estreitas margens de lucro, o que, naturalmente, não dava nenhum espa-ço para erros ou indecisões. Por conta disso, abrir e manter novos clientes virou prioridade.

Movidos por esse espírito e pela vontade de evoluir sempre, no início das operações da empresa, os quatro amigos comparti-lhavam absolutamente todas as tarefas, tra-zendo para si a responsabilidade sobre as compras, vendas, emissão de documentos fiscais e até subir no caminhão para fazer as entregas. Entretanto, com o passar do tem-po – e com imersão cada vez mais sensível dos filhos no negócio – a Tetraferro se profis-sionalizou, e tais atividades passaram a ser delegadas a departamentos específicos.

Agora, em 2020, quando completa seus 50 anos de fundação, a empresa que conta há 25 anos com a participação da família Teixeira Posses em sua composição acioná-ria é dirigida por Paulo Sérgio de Aro que diz: “Manter a tradição em uma empre-sa familiar é algo muito importante para nós. Prezamos muito esta situação e nos orgulhamos de já estarmos em nossa ter-ceira geração, caminhando para a quarta”. Os membros da família De Aro e Teixeira

Posses que trabalham conosco se prepara-ram para assumir suas responsabilidades e trabalhar pela empresa e dividem harmo-niosamente espaço com profissionais alta-mente gabaritados e especializados, que, de certa forma, também fazem parte da nossa família”, enfatiza Paulinho.

Linha completaA Tetraferro está aberta para fazer negó-

cios com todos os segmentos atendidos pela distribuição de aço, principalmente na capital e interior do estado de São Paulo. Em sua atual carteira de clientes se destacam aqueles de implementos agrícolas e rodo-viários, autopeças, máquinas e ferramentas, estruturas metálicas e produtos das linhas branca e amarela. Seus principais produtos oferecidos ao mercado são chapas lami-nadas a quente ou a frio, chapas grossas e chapas galvanizadas, perfis dobrados e cus-tomizados, perfis em “W” e tubos e chapas cortadas em blanks ou slitters.

Neste momento em que a retomada das atividades no pós-pandemia vem demons-trando viés de crescimento favorável, a em-presa, que assim como muitas outras teve a necessidade de dispensar funcionários para se adaptar ao momento mais duro da cri-se, a Tetraferro está ampliando seu quadro atual e muito perto de chegar novamente aos 100 colaboradores diretos, por meio da recontratação de empregados.

Por aqui, a conquista do “Tri” também serviu de combustível para consolidação do movimento do “Pra Frente Brasil!”, mar-chinha homônima lançada no auge da di-tadura militar, para elevar o moral dos bra-sileiros e servir de pista de decolagem para uma nação que, virtualmente, tudo podia realizar ao acordar do “berço esplêndido” no qual jazia entorpecida em sono profun-do há séculos.

No campo empresarial, esse sentimen-to de identidade e de prosperidade na-cional era alimentado pelo “Milagre Eco-nômico”, política capitaneada, entre 1967 e 1974, pelo então ministro da Fazenda Prof. Delfin Netto, período no qual o PIB brasileiro alcançou picos de crescimento de até 14% ao ano. Nesse tempo, a grande estrela era a indústria de transformação, que chegou a atingir incríveis 25% em sua taxa de expansão.

E foi nesse ambiente em que o futuro pa-recia ter finalmente chegado à realidade daquele “Gigante pela Própria Natureza” saudado em rimas e versos no Hino Nacio-nal Brasileiro, que o empresário Manoel de Aro Filho convidou três amigos que assim como ele eram sócios minoritários da Co-mercial Importadora Teixeira Posses (CI-TEP) para, no dia 16 de setembro de 1970, fundar a primeira célula daquela que viria se tornar o que é hoje a vitoriosa distribui-dora de aço Tetraferro.

Entre os objetivos declarados pelo quar-teto na época, havia o desejo dos sócios do novo empreendimento iniciarem seus fi-lhos no mercado de trabalho, abraçando suas carreiras profissionais no mercado do aço. “Mais do que um sonho, meu pai e seus amigos tinham uma inquebrantável vonta-de de vencer. E nós, os filhos, fazíamos par-te desse sonho. Por isso, eles não hesitaram

um só segundo em envidar todos os esforços para viabilizar essa conquis-ta”, enfatiza o filho de Manoel, Paulo Sérgio de Aro, carinhosamente cha-mado de “Paulinho” por todos na rede de distribuição.

Mudando para melhorAssim, cientes dos enormes desa-

fios que viriam pela frente, os quatro sócios logo se dispuseram a “cavar fundo”, uma vez que as oportuni-

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EMPRESAS EMPRESASFo

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A Tetraferro opera em sede própria de 7.500 metros quadrados, no bairro do Ja-çanã, na confluência de duas das maiores rodovias do estado de São Paulo, (Dutra e Fernão Dias) e também muito próximo da marginal Tietê. A empresa tem condições de crescer cerca de 30% sem alterações significativas em sua estrutura física ou de máquinas e equipamentos. Mantendo estreita relação – e visando à racionaliza-ção de custos –, compartilha instalações administrativas com o Grupo Pires do Rio--CITEP, além de possuir um escritório de representação no Rio de Janeiro.

Rumo à normalidadeEm termos de oportunidades de negó-

cios atuais, Paulinho diz acreditar muito no mercado spot – aquele que abrange, basicamente, operações diretas no balcão de negócios –, que vem dando inúmeras provas de vigor, principalmente em fun-ção das construções metálicas, que por sua vez estão a cada dia em crescimento e maior aceitação no Brasil, assim como são na Europa e Estados Unidos, algo que encara como um fator muito positivo. Nos demais mercados, a Tetraferro mantém clientes fiéis e acrescenta constantemen-te novos parceiros ao seu portfólio. “E isso vem fazendo com que a gente consiga atingir regularmente nossas metas pro-postas, a despeito da acirrada concorrên-cia”, comemora ele.

Olhando para a situação da economia do Brasil como um todo, assim como a maioria dos empresários acredita que o país está caminhando rumo à normalida-de, e que ela poderá vir bem antes do es-perado. Porém, soma sua voz às de toda a classe empresarial, cobrando maior em-penho do Congresso na definição dos parâmetros da Reforma Tributária. “Con-vivemos com um processo em que a bu-rocracia e a complexidade do regime tri-butário brasileiro impõem às empresas altos custos e muitas distorções, muitas vezes inviabilizando negócios e causando

danos incompreensíveis”, afirma o presi-dente da Tetraferro.

No tocante à passagem dos 50 anos da empresa, Paulinho se diz muito grato aos clientes, fornecedores, colaboradores e amigos pela constante parceria. “Sinto-me muito honrado em comandar um em-preendimento que representa não só uma simples razão social, mas toda uma vida de uma família unida, com suas vitórias e difi-culdades, sempre mantendo a retidão nos negócios, e a crença na luta constante para alcançarmos o sucesso e os nossos melho-res objetivos”, finaliza.

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Aços planos: produção, redução, refino

ProduçãoEm uma operação regular a produção de aço passa pe-

las seguintes etapas no processo siderúrgico:

Preparação das cargas: (minério de ferro, carvão mine-ral e fundentes)

Antes de irem para o alto forno e após seleção de matérias primas o minério de ferro e outros fundentes, passam pela Sinterização, processo onde são aglomerados e transfor-mados em Sinter, que são triturados para adequação do seu tamanho e utilização.

Por sua vez o Carvão mineral é transformado em Coque metalúrgico, em fornos especiais, são as chamadas coquerias.

Apresentamos por este informativo sucinto o processo de fabricação do aço plano, produção, pré-processamento de

produtos gerados e aplicações.

Henrique Pátria*

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MERCADO

e produtos finais

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ARTIGO TÉCNICO

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O Coque metalúrgico é o produto obtido através da destilação do carvão e consti-tui-se no combustível base utilizado para fusão da carga metálica.

Após tais processos, o coque e o sínter, são transferidos para o alto forno para pro-dução do ferro gusa. Está dado inicio o processo para produção do aço.

ReduçãoCompreende as atividades de transfor-

mação no alto forno, do minério de ferro em gusa líquido e no final, em aço líquido.

No alto forno o carbono do coque é quei-mado pelo oxigênio do ar lá soprado, ge-rando calor e gás com alto poder redutor. Este gás provoca a redução dos óxidos de ferro e consequentemente a fusão das cargas metálicas depositadas no equipa-mento denominado cadinho sob a forma de gusa e escoria.

O ferro gusa é composto basicamente de ferro + carbono + silício e manganês, tendo como principais impurezas o enxo-

Placas

Nas laminações, nos laminadores pró-prios para a fabricação de aços planos, as placas serão transformadas em produtos, cada qual com a sua especificação, apli-cação, características e obedecendo as se-guintes sequências de produção:

• Chapas grossas• Bobinas laminadas a quente• Bobinas laminadas a frio• Bobinas revestidas

Chapas grossas

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As placas reaquecidas a aprox. 1200°C, são laminadas e cortadas em espessuras de aproximadamente 100 mm, já servindo neste estágio para aplicações em navios, plataformas marítimas, tubos de grandes diâmetros, vasos de pressão, construção civil e diversas outras.

Bobinas laminadas a quenteAs placas reaquecidas a aprox. 1200°C, são

laminadas para redução até a espessura desejada (dentro das limitações possíveis dos equipamentos), sendo geradas bobi-nas que serão utilizadas como matérias--primas para a produção de laminados a frio ou simplesmente processadas para serem utilizadas na fabricação de peças para veículos, estruturas metálicas, tubos, implementos agrícolas, botijões, equipa-mentos rodoviários e outras aplicações.

Bobinas laminadas a frio

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Na laminação a frio, as bobinas laminadas a quente sofrem processo de redução nas suas

fre e o fósforo. Vazado a uma temperatura de aproximadamente 1500°C, é transpor-tado para a aciaria por carros torpedos.

Refino:O refino primário é uma operação onde

o ferro gusa é transformado em aço líquido pela injeção de oxigênio a uma temperatura de aproximadamente 1700°C. Este proces-so de soprar oxigênio acontece em gran-des recipientes denominados converte-dores que recebem carga sólida, sucata e o ferro gusa e caracteriza-se pelas reações da oxidação parcial do carbono, manganês, silício, fósforo e outros elementos contidos no gusa líquido, permitindo ainda, a redu-ção do teor de fosforo estabilizado em uma escoria básica formada durante o refino.

Após o refino o aço líquido é vazado em panelas onde são adicionadas ferros-ligas havendo assim a desoxidação. Esta mis-tura confere ao aço as propriedades me-cânicas especificadas para o produto. Em função da aplicação desejada, o aço líqui-do poderá passar por um refino secundá-rio, no forno, panela ou no desgaseificador, para ajuste fino da temperatura, composi-ção química e limpidez.

Nessa fase o aço líquido está pronto para ser vazado para a formação de lingotes.

O aço líquido é vazado nas máquinas de lingotamento continuo, para solidificação e transformação em placas, que estarão prontas para serem laminadas.

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Minério de Ferro

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ARTIGO TÉCNICO ARTIGO TÉCNICO

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espessuras, dentro das limitações dos equi-pamentos. (até o limite de aprox. 0,20 mm)

A laminação a frio é composta por várias etapas:

1. Decapagem, que é o processo que eli-mina das superfícies do aço, a cama-da de óxido denominada carepa, que foi gerada durante a laminação da bo-bina a quente.

2. Laminação a frio, que é o processo que reduz a espessura da chapa, com pre-cisão, bom acabamento superficial e boa planicidade.

3. Limpeza eletrolítica, que é o processo que remove resíduos de óleo de lami-nação, através de um banho das cha-pas em tanques com uma solução al-calina.

4. Recozimento, que é o processo de tratamento térmico que visa conferir maleabilidade e adequação do mate-rial para a sua utilização.

5. Encruamento, que é o processo que define a rugosidade na superfície da chapa ajustando as propriedades me-cânicas do aço.

Os laminados a frio são normalmente utilizados por indústrias automobilísticas, móveis, eletrodomésticos, motores, cons-trução civil, esquadrias metálicas e outros.

Bobinas revestidas (Galvanizadas)Processos para deposição de uma ca-

mada de zinco sobre a superfície do aço

laminado a frio de acordo com os processos a serem utilizados, o que lhe conferirá uma proteção contra a corrosão.

As bobinas galvanizadas são normalmen-te utilizadas por indústrias automobilísticas, móveis, eletrodomésticos, motores, constru-ção civil, esquadrias metálicas e outros.

Pré-processamento dos aços planos.São caracterizados pela transformação

nos formatos dos aços planos, através dos seguintes processos de corte:

Corte longitudinal – Slitter

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Corte através de equipamentos com fa-cas rotativas, conhecidos como Slitter, que processam bobinas laminadas a frio, lami-nadas a quente (decapadas e oleadas ou pretas) e galvanizadas, gerando rolos, po-dendo controlar e garantir tolerâncias di-mensionais, rebarbas e diâmetros interno e externo.

Utilização:Na alimentação de equipamentos de

produção contínua de peças e compo-nentes utilizados em grande escala nas in-dústrias em geral, tais como: automotivas, moveleiras, eletroeletrônicas, construção civil, esquadrias, motores, eletrodomésti-cos, perfilados, tubos com costura, fecha-duras, ferragens, embalagens e outros.

Corte transversal - Chapas Corte através de equipamentos com faca

transversal, que processam bobinas lami-nadas a frio, laminadas a quente (decapa-das e oleadas ou pretas) e galvanizadas, gerando chapas, podendo controlar e ga-rantir tolerâncias dimensionais, superfícies, planicidades e acabamentos.

Utilização:Na alimentação de equipamentos para

produção de peças e componentes utili-zados em grande escala nas indústrias em geral, tais como: automotiva, naval, move-leira, construção civil, linha branca, moto-

res elétricos, compressores, implementos agrícolas e rodoviários, botijões, cilindros de gás, caldeira, vasos de pressão, entre outros.

Tiras ou blanks

Corte através de blanqueadeiras com ali-mentação em rolos, para produção contí-nua ou processados em guilhotinas a par-tir de chapas, podendo controlar e garantir tolerâncias dimensionais, superfícies, pla-nicidades e acabamentos.

Utilização:Na alimentação de equipamentos para

produção de peças e componentes utili-zados em grande escala nas indústrias em geral, tais como: automotiva, naval, move-leira, construção civil, linha branca, moto-res elétricos, compressores, implementos agrícolas e rodoviários, botijões, cilindros de gás, caldeira, vasos de pressão, entre outros.

*Henrique Pátria é editor chefe do portal e revista Siderurgia Brasil. Meus agradecimentos ao Engenheiro Laércio Maciel que colaborou com a supervisão técnica deste artigo.

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ARTIGO TÉCNICO ARTIGO TÉCNICO

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Tecnologia e Construção Civil sempre caminharam lado a lado. E essa parceria

deve se estreitar ainda mais no futuro, por meio do melhor acesso e aproveitamento

das informações do Big Data.

Marcus Frediani

HHistoricamente, a construção civil sempre agiu como um forte motor da economia. Desde os tempos da Revolução Industrial – e mesmo antes desta – ela sempre foi terreno fértil na arte de dominar técnicas, ferramentas, materiais e equipamentos que possibilitaram à humanidade ex-pandir fronteiras, melhorar a infraestrutura das cidades e a qualidade de vida da população. Isso tudo, é claro, sem falar nas grandiosas obras arquitetônicas que impressio-nam o mundo com suas belezas. E transportada para a realidade do século 21, o que vem despontando maior in-teresse nela vem sendo o aporte cada vez maior a dados e informações.

O Big Data é o futuro da

construção civil

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MERCADO MERCADO

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de dados, gerar relatórios, criar estatísticas e fazer previsões – vem ganhando cada vez mais destaque na Construção Civil, alinhan-do e agilizando, por meio de alguns cliques no computador, diversos fatores que podem influenciar sua operação, tais como valores, prazos, quantidade de materiais disponível a pronta-entrega, condições de pagamen-to. Com mais informações e melhor acesso a elas, o setor se torna mais democrático para toda a cadeia, proporcionando um “ganha--ganha” que permitirá às empresas fecha-rem melhores negócios e acelerar a econo-mia neste momento crucial de retomada.

“Outro aspecto interessante é que quando você tem informação correta, você tem me-nos desperdício. E quando há menos desper-dício e você sabe exatamente o que tem que fazer, isso reflete em um aumento de produ-tividade. Em relação a orçamento também: quando o cliente precisa fazer um orçamen-to e consegue contatar as empresas de for-ma ágil, ele ganha produtividade e não per-de tempo atrás dessas informações. Então, o uso do Big Data acaba reduzindo também os atrasos nas obras. Uma coisa está ligada a outra, porque quando você desperdiça um material ou precisa refazer um trabalho, você perdeu produtividade e a obra fatalmente vai atrasar”, explica o CEO da Prospecta Obras.

Aço: “puxador” de demandaE se, por tudo isso, o Big Data surge como

ferramenta primordial para conduzir a Cons-trução Civil a um auspicioso estágio de con-

quista de novas oportunidades, legítimo também é pensar que a siderurgia pode e, efetivamente, vai desempenhar um papel de protagonismo cada vez maior no futuro do pós-pandemia, cristalizando o consenso que já existe entre usinas e distribuidores de aço, de que a dinâmica crescente de realização de obras irá “puxar” fortemente a demanda interna pelo produto nos próximos meses, em sintonia com a proposta de renascimen-to das cidades e da reinvenção dos espaços e dos centros urbanos no pós-COVID, conside-rando vários aspectos de valor.

 “O setor do aço é, e sempre foi, um mer-cado muito forte. E, de fato, existe essa pre-visão de que o futuro da construção civil seja bastante apoiado pela utilização de aço nas obras, especialmente pelo menor prazo de execução, redução em até 30% do custo das fundações, maior organização do canteiro de obras, preservação do meio ambiente e liberdade no projeto arquitetônico. Traba-lhamos com algumas empresas fabricantes desse material na Prospecta Obras. Já existe, sim, uma tendência da adoção do Big Data nas indústrias do setor, porque, além dos be-nefícios citados, ele ainda pode ajudar essas empresas a abrirem novas possibilidades à cadeia da Construção Civil, por meio de ofer-tas e prazos de entrega mais atrativos. Então, a difusão e o acesso ao amplo acervo de da-dos e informações que ele é capaz de pro-porcionar irão contribuir para a acelerar cada vez mais a utilização do aço no setor”, conclui Wanderson Leite.

Contudo, embora isso ainda aconteça muito por aqui, a boa notícia é que, como acesso à informação, esse cenário pode mudar. E, por incrível que pareça, segundo Wanderson, a COVID-19 teve impacto positi-vo para turbinar essa virada de mesa. “Com ela nós reaprendemos alguns hábitos, como a nos comunicarmos de forma mais eficien-te com nossos clientes via internet (redes so-ciais, WhatsApp, e-mail), algo que, antes, de-pendia muito dos meios convencionais de comunicação, tais como telefonemas e con-tatos pessoais, que, muitas vezes, exigiam grandes deslocamentos. Assim, a Constru-ção Civil deu um salto enorme em relação à Transformação Digital, as empresas enten-deram que precisam estar conectadas para mais bem exercer o seu papel. E, hoje, esse processo mais ágil já se torna um legado da pandemia no setor”, pontua.

Aumento de produtividadeE é assim que a tecnologia do Big Data –

capaz de compilar uma grande quantidade

Verdade seja dita, porém, a Construção Civil é um setor que ainda não se conscien-tizou da quantidade de dados que produz. E, muitas vezes, essas informações estão concentradas nas maiores empresas, per-petuando um ciclo de domínio no merca-do que impede as menores de crescer.

“Isso se dá, principalmente em função de uma questão cultural. Não só no cantei-ro de obras, como também no comércio, tudo é ainda muito artesanal. Profissionais, como pedreiros e mestres de obras, pre-cisam ser mais qualificados e valorizados por sua profissão. Além disso, as informa-ções dentro de uma obra não são tão inte-gradas e isso dificulta o processo de men-suração de dados, ainda mais em um país de proporções continentais como o Brasil”, dá a pista Wanderson Leite, CEO da Pros-pecta Obras, empresa dona de um siste-ma de captação de obras, que, por meio de uma plataforma online exclusiva, forne-ce informações completas sobre todas as obras em andamento e a serem iniciadas em todas as regiões do país.

Quando você tem informação correta, você tem menos desperdício. E quando há

menos desperdício e você sabe exatamente o que tem que fazer, isso reflete em um

aumento de produtividade.

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Wanderson Leite, CEO da Prospecta Obras

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MERCADO MERCADO

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DNovos números na produção

brasileira de açoDepois do novo presidente do Instituto Aço Brasil, Marcos Eduardo Faraco, ter dito em uma entrevista em que ele foi ofi-cialmente apresentado à imprensa que o setor de vergalhões tinha ba-tido o recorde na produção de ver-galhões em setembro, produto prio-ritariamente dirigido à construção civil os aços planos também fizeram a sua parte.

Segundo informações divulgadas pelo Instituto Aço Brasil – IABr, no mês de se-tembro de 2020 a produção brasileira de aço bruto foi de 2,6 milhões de toneladas, o que representa uma alta de 7,5% frente

ao apurado no mesmo mês de 2019. Já a produção de laminados foi de 1,9 mi-lhão de toneladas, 2,6% inferior do que

a registrada em setembro de 2019. A produção de semiacabados para vendas foi de 456 mil toneladas, uma redução de 31,9% em relação

ao ocorrido no mesmo mês de 2019. O consumo aparente de produtos si-

derúrgicos foi de 1,9 milhão de toneladas, 8,2% superior ao apurado no mesmo perí-odo de 2019. As vendas internas cresceram 11,8% frente a setembro de 2019 e atingi-ram 1,8 milhão de toneladas.

As exportações de setembro foram de 756 mil toneladas, ou US$ 379 milhões, o que resultou em queda de 20,9% e 27,4%, respectivamente, na comparação com o ocorrido no mesmo mês de 2019.

As importações de setembro de 2020 foram de 142 mil toneladas e US$ 171 milhões, uma redução de 22,9% em quantum e 19% em va-lor na comparação com o registrado em se-tembro de 2019.

Segundo declarações de Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do Insti-tuto Aço Brasil, quanto ao problema de de-sabastecimento: “As vendas internas de la-minados no mês de setembro ficaram 15,5% acima da média das vendas ocorridas em 2018 e 2019. Não procede, portanto, as espe-culações de que estaria havendo desabaste-cimento do mercado interno, devido ao re-

tardamento no religamento dos altos fornos do setor e ao incremento das exportações. Estas, em setembro, ficaram 14,2% abaixo da média das exportações realizadas em 2019. No tocante ao consumo aparente de produ-tos siderúrgicos, em setembro, este subiu 8% em relação a agosto, devido preponderante-mente ao crescimento das vendas internas”.

Na mesma ocasião Marco Polo falou sobre os resultados da apuração do ICIA: “Nesse mês, o ICIA – Índice de Confiança da Indús-tria do Aço alcançou 85,2 pontos após cres-cer 13 pontos na comparação com o apura-do em setembro. A rápida recuperação da atividade da indústria do aço elevou a con-fiança dos empresários do setor para pata-mares recordes em todos os indicadores de situação atual e de perspectivas”.www.acobrasil.org.br

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ESTATÍSTICAS ESTATÍSTICAS

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Page 20: Bons Sinais no Horizonte da América Latina Laminados a

SDistribuição de aços:

continua a reaçãoSaíram os novos números da distribuição e processamento de aços e desta vez, em se-tembro, o crescimento das vendas mostrou novamente que o setor deve superar com folgas os resultados dos anos anteriores.

Há uma reclamação de alguns setores sobre a falta de aço, mas o que se pode apurar é que mesmo os distribuidores vendendo mais, a demanda ainda é maior e não houve tempo da retomada se dar de forma mais organizada.

As vendas do setor em relação ao mesmo mês de setembro do ano passado apresen-tou um fantástico crescimento de 39% atin-gindo um montante de 403,1 mil toneladas. Já em relação ao mês passado quando re-gistramos vendas de 373,8 mil toneladas o crescimento foi de 7,8%.

As compras junto às usinas acompanha-ram o movimento de vendas e mostraram um crescimento de 29,2% em relação ao ano passado, com um montante de 316,7 mil toneladas. Já em relação a agosto, o volume foi superior em 2,6% pois naquele mês o registro de compras foi de 245,1 mil toneladas.

Com esta movimentação o estoque dos distribuidores aponta para uma queda em

números absolutos de 7,8% perfazendo agora um montante nas mãos dos distribuidores de 703,5 mil toneladas o que representa 1,7 mês de estoque. Já comentamos acima sobre este ocorrido.

As importações apresentaram alta de 13,5% em relação ao mês anterior com um volume de 67,3 mil toneladas. Se compararmos com

o mesmo mês de 2019, houve uma queda de 22,5%.

E o futuro? Segundo o Bole-tim do Inda as expectativas são de que as compras junto as usi-nas permaneçam no mesmo pa-tamar deste mês de setembro, mas as vendas poderão sofrer al-guma acomodação e recuar até 5% dos números de agora. www.inda.org.br

S

Siderurgia se recupera na América Latina

Conforme comunicado da Alacero o desempenho da indústria siderúrgica na América Latina vem gradativamente melhorando.

Segundo a nota: “Depois de ser afetada pela pandemia, a América Latina dá sinais de recuperação gradual. A indústria side-rúrgica da região reflete essa tendência, restabelecendo for-nos e expandindo suas opera-ções na produção de aço. Até o momento, em alguns países a reativação é exibida em formato “V”, em-bora ainda não tenha retomado aos níveis anteriores à crise da Covid-19. Nesse cená-rio, os números da produção de aço bruto do mês de agosto mantiveram trajetória positiva, somando um total de 4.807 mi-lhões de toneladas (Mt), o que representa

um aumento de 7,9% em relação ao mês anterior (julho 2020)”.

Apesar do aumento da produção no mês, puxado por Brasil, México e Ar-

gentina, o resultado ficou 2,4% abaixo de agosto do ano passado. Em laminados,

a produção de aços longos cresceu 9,5% no mês, ante 15,9% nos planos. No entan-to, a produção de tubos sem costura con-tinua deprimida. Apesar do aumento de 17,9% em relação ao mês anterior, a pro-dução mantém queda de 62,9% em rela-ção a agosto do ano passado.

O consumo de aço na América Latina cresceu 2,9% em julho em relação ao mês anterior, principal-mente devido ao desempenho de Argentina, Colômbia, México e Bra-sil, que registraram o melhor mês do ano. Porém, diminuiu 19,7% em relação a igual mês de 2019 e tam-bém caiu 15,4% no acumulado de janeiro a julho em relação ao mes-mo período do ano anterior.www.alacero.org

Produção Mensal de Aço Bruto

jan/20 fev/20 mar/20 abr/20 mai/20 jun/20 jul/20 ago/20

INDA Evolução das Vendas

maio/2016 maio/2016 setembro/2020

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Kton.

VENDAS - Mensal

2015 2016 2017 2018 2019 2020

DICI – Departamento de Inteligência Competitiva INDASiderurgia Brasil | Outubro/2020 Outubro/2020 | Siderurgia Brasil38 39

ESTATÍSTICAS ESTATÍSTICAS

Page 21: Bons Sinais no Horizonte da América Latina Laminados a

ANUNCIANTES

Aços Especiais Iguatemi Ltda. .......................................................................................................................................... 17

Centrasa Centro de Serviços do Aço Ltda. ..........................................................................................................................9

Lubrimatic Comercial Ltda. - EPP ..................................................................................................................................11

Revista Agrimotor ................................................................................................................................................................4a capa

Tetraferro Ltda. ........................................................................................................................................................................................25

Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A. ...........................................................................................................2a capa

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, que avalia as tendências econômicas, os eco-nomistas que fazem parte do Top 5 (Os que mais acertam as previsões) consultados pelo BC (Banco Central) melhoraram a previsão para o PIB – Produto Interno Bruto em 2020 que agora é de ( - ) 4,81% contra ( - ) 5% previsto na semana anterior.

Na contrapartida estimaram uma inflação maior neste ano. A nova expectativa é de um

IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2,99%, contra 2,65% anterior. Mesmo assim ela continua abaixo da meta que é de 4% para 2020. A previsão para a cotação do dólar ao final deste ano também piorou, com estimativa de R$ 5,40 – na semana anterior era R$ 5,35 e para concluir a expectativa para a taxa básica de juros (Selic) foi mantida.www.bcb.gov.br/publicacoes/focus

Melhora a expectativa do PIB para 2020

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Pelas mãos dos empregados e pes-quisadores da Aperam, cuja trajetória se aproxima dos 76 anos nasceram nos úl-timos anos importantes produtos, ma-teriais e equipamentos que ganharam projeção nacionalmente e internacio-nalmente, em áreas como o agronegó-cio, setor energético, de transporte, en-tre muitos outros segmentos.

Entre as soluções de inovações mais recentes da Aperam estão a Betoneira Ultraleve, onde o aço inox amplia a vida útil do equipamento, a caçamba em aço inox para cami-nhões de carga, o carro forrageiro, solução de agronegócio utilizada para alimentação animal, e uma aplicação inédita de aço inox para caminhões de lixo, que reveste a caixa coletora reduzindo o desgaste e mau cheiro gerados pelo chorume. www.brasil.aperam.com

Aperam lança novos usos para o aço Inox

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A Prolata, associação sem fins lucrativos criada em 2012 pela cadeia de valor dos fabricantes de latas de aço no Brasil para incentivar a reciclagem de latas de aço pós-consumo, está de casa nova. A nova sede administrati-va agora fica na rua Afonso de Freitas, 559, conj. 81, no Paraíso, em São Pau-lo, capital.

A Prolata também repaginou seu portal, canal que reúne todas as infor-mações sobre a associação, desde sua missão, mercados de atuação e notícias, até mate-riais sobre reciclagem e legislação.www.prolata.com.br

A Prolata e a reciclagem de latas de aço estão de casa nova

Siderurgia Brasil | Outubro/2020 Outubro | Siderurgia Brasil40 41

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