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Graduado em Medicina em 2006
Pós Graduado em Medicina do Trabalho pela FAMERP
Especializado em Medicina do Trabalho pela AMB
Especializado em Perícias Médicas e Medicina Legal pela FCMSCSP
Assistente Técnico em Perícias Médicas
Médico do Trabalho / Coordenador de PCMSO e Gestor de
ambulatórios da empresa AllCare Saúde Ocupacional
Coordenador Médico na empresa TIVIT
Dr. Renato Augusto Peresi
PERÍCIA MÉDICA - CONCEITO
Souza Lima (1901) “toda sindicância determinada por autoridade policial ou judiciária acompanhada de exame em que pela natureza do mesmo, os peritos são ou devem ser médicos”.
França (1874) “conjunto de procedimentos médicos e técnicos que tem como finalidade o esclarecimento de fatos à justiça
Munoz “Toda sindicância determinada por autoridade competente (judiciária ou não), acompanhada de exames de natureza médica, para esclarecer fatos que interessam em um processo judicial ou administrativo”.
É a atividade que possibilita a construção do relatório médico-legal.
PERÍCIA
Nas hipóteses em que a prova do fato depender de conhecimento técnico especializado, o juiz determinará, de ofício ou por requerimento de uma das partes, a produção de prova pericial.
A perícia técnica tem por objetivo auxiliar o juiz com um conhecimento especializado que ele não possui, de modo a lhe dar condições objetivas para que tome a melhor decisão possível, formando seu convencimento a partir do esclarecimento técnico de questões controvertidas.
PERÍCIA
PERÍCIA
Art 156. – Novo CPC
O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico
1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
PERÍCIA
3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para a manutenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados,.
PERÍCIA
Art 157. – Novo CPC
2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibilização dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a capacidade técnica e área de conhecimento.
PERÍCIA
PERÍCIA MÉDICA
54 especialidades médicas reconhecidas
Perícia Médica é a lógica do Direito; não a da Medicina. O conhecimento da lógica do Direito torna aquele que elabora perícias em um tipo específico de especialista, o especialista em Medicina Legal e Perícias Médicas.
O perito poderá necessitar de parecer de um ou mais especialistas para subsidiá-lo em seu laudo.
Como se trata de documento dirigido a leigos em Medicina, os laudos periciais devem ter linguagem objetiva e acessível, sem linguagem médica abusiva.
TIPOS DE PROVA JÚRIDICA
A perícia médica é uma prova técnica com base científica a serviço da justiça.
Fase de Instrução do Processo
DOCUMENTAL TÉCNICACIRCUSTANCIALTESTEMUNHAL
TIPOS DE PROVA JÚRIDICA
Artigo 464 – Novo CPC
1º O juiz indeferirá a perícia quando:
I – a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico
II – for desnecessária em vista de outras provas produzidas
III – a verificação for impraticável
TÉCNICA
MEDICINA
CURATIVA PREVENTIVA NORMATIVA
MEDICINA LEGAL
*Medicina legal: É a aplicação de conhecimentos médicos e biológicos para
a elaboração e a execução das leis que delas carecem
MEDICINA
MEDICINA LEGAL
Previdenciária
Securitária
Administrativa
PERÍCIAS MÉDICAS
Criminal
Civil
Trabalhista
EXEMPLOS
Caso 1: Vendedor (pracista) - atropelado
Quadro:
Fratura de tíbia; Rotura de baço; TCE; Descompensação cardio circulatório; Transtornos emocionais.
4 PERÍCIAS
1 Alta hospitalar
IML (lesões corporais)
2 Acidente de trabalho
INSS
3 Seguro Acidente
Perícia Securitária
4 Ação civil contra
o atropelador
Perícia é todo e qualquer ato propedêutico ou exame realizado por Médico, com a finalidade
de contribuir com as autoridades administrativas, policiais ou judiciárias na formação de
juízos a que estão obrigados;
É o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de laudo sobre
questões médicas, mediante exame,vistoria,indagação, investigação,arbitramento, avaliação
ou certificação;
Os compromissos profissionais são tão distintos que o próprio Código de Ética Médica
dispõe de capítulo próprio para Perícias Médicas;
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
Resolução 1635/02 CFM: CONSIDERANDO que a perícia médico-legal é um ato médico, e
como tal deve ser realizada, observando-se os princípios éticos contidos no Código de Ética
Médica;
Resolução 126/05: CONSIDERANDO que a perícia médica caracteriza-se como ato médico
por exigir conhecimento técnico pleno e integrado da profissão; sendo atividade médico
legal responsável pela produção da prova técnica em procedimentos administrativos e ou
em processos judiciais e que deve ser realizada por médico regularmente habilitado;
CFM
PARECER no. 09/2006-CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
“ O exame médico-pericial é um ato médico, e como tal, por envolver a interação entre o
médico e o periciando, deve o médico perito agir com plena autonomia, decidindo pela
presença ou não de pessoas estranhas ao atendimento efetuado, sendo obrigatórias a
preservação da intimidade do paciente e a garantia do sigilo profissional, não podendo em
nenhuma hipótese, violar este principio ético fundamental.”
CFM
NOTA TÉCNICA nº 044/2012 -CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
“Exame médico-pericial. Presença de advogado a pedido do periciando. Possibilidade. Mero
conforto psicológico. Sigilo profissional preservado. Autonomia profissional do perito.
Garantia diante da não intervenção no ato pericial pelo advogado. Direito do médico-perito
decidir a respeito da presença do advogado caso se sinta pressionado. Necessidade de
justificação por escrito.
CFM
NOTA TÉCNICA SJ Nº 31/2015 -CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA
“Pelas razões jurídicas acimas expendidas, entendemos que o advogado, no exercício de sua profissão, tem direito
assegurado pelo art. 7º, inc. I, III e VI, letras “c” e “d” do EOAB, Lei 8.906/94 de fazer-se acompanhar de seu
cliente, quando solicitado, nos exames periciais em âmbito judicial ou administrativo. Todavia, a atuação do
advogado, nestes casos, limitar-se-á a dar conforto e segurança jurídica ao periciando com sua presença, não
podendo interferir no ato médico-pericial a ser realizado, que é de competência exclusiva do médicoperito
designado para o mister. Consignamos, também, que o exame pericial é um ato médico. Assim, na hipótese do
médico-perito sentir-se, de alguma forma, pressionado por advogado que por ventura esteja acompanhando o
periciando, assiste-lhe o direito – com fundamento em sua autonomia profissional8 -, de decidir acerca da presença
do profissional da advocacia no recinto em que a perícia for realizada, mediante explicitação por escrito de seus
motivos, sob pena de recusa da realização da perícia.
CFM
CARACTERÍSTICAS DE UM PERITO
Sólida formação clínica;
Amplo domínio da legislação;
Profundo conhecimento de profissiografia,
disciplina legal e administrativa;
Atributos de caráter e personalidade.
MÉDICO PERITO
O perito deve ser imparcial e neutro em
relação aos interesses das partes,
condição que o diferencia dos assistentes
técnicos, pois estes também devem
possuir conhecimento especializado, mas
atuam em favor da parte que os elegeu.
NÃO JULGA
NÃO DEFENDE
NÃO ACUSA
TIPOS DE PERITO
O Perito oficial (marinha, INSS);
Perito AD HOC – nomeado pelo juízo em cada processo,
considerado de confiança do juiz – cível, trabalhista,
administrativo (CRM), justiça desportiva, etc.;
Assistente técnico – perito de confiança das partes no processo
(autor ou réu), contratados ou indicados para atuarem em
processos específicos.
JURISPERITO
Art 465 – O juiz nomeará perito especializado no objeto da perícia
e fixará de imediato o prazo para entrega do laudo.
1º Incumbe às partes, dentro de 15 dias contados da intimação do
despacho de nomeaçãodo perito.
I – Arguir o impedimento ou a suspeição do perito
II – Indicar assistente técnico
III – apresentar quesitos
ASSISTENTE TÉCNICO
Art 466 –
1º Os assistentes técnicos são de confiança da parte e não estão
sujeitos a impedimento ou suspeição
O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o
acompanhamento das diligências e dos exames que realizar,
com prévia comunicação, comprovada nos autos, com
antecedência mínima de 5 dias.
PERITOASSISTENTE
TÉCNICO
Defende interesses
do trabalhador
Defende interesses
do empregador
Defende interesses
sociais/coletividade
= Defende interesses
do cliente
NÃO NEGAR O QUE É LEGITIMO
NÃO CONCEDER O QUE NÃO É DEVIDO ATIVIDADE
MÉDICO PERICIAL
JUSTO VERDADE
PRAZO LAUDO E PARECER
Art 477
Perito protocolará o laudo em juízo, no prazo estipulado pelo juiz,
pelo menos 20 dias antes da audiência de instrução e julgamento.
1º As partes serão intimadas para , querendo, manifestar-se sobre
o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 dias, podendo o
assistente técnico, em igual prazo, apresentar seu parecer.
EXAME MÉDICO PERICIAL / NEXO CAUSAL
Doença ou Lesão
Doença ou seqüela
de acidente
Doença profissional / trabalho
ou acidente de trabalho
Doença ou acidente
Morte
Incapacidade temporária ou
invalidez física e/ou mental
Exercício da
atividade laboral
Sequelas temporárias
ou permanentes
CONSULTA MÉDICA PERÍCIA MÉDICA
Objetivo Obter a cura ou melhora Definir se há capacidade ou imcapacidade
MeiosAvaliação propedêutica –diagnóstico e tratamento
Avaliação propedêutica – análise de documentos, prontuarios
Exames Complementa HD Prova objetiva
Anamnese Confiável Confiável?
Exame físico Confiável Confiável?
Examescomplementares
Realizados em locais de confiança do médico
Já estão inseridos no processo ou são trazidos pelopericiando
Atestados médicosSem muita importância para a
avaliação clínicaImportantes para o esclarecimento das datas técnicas
e para comprovação histórica
Cópia do prontuário Eventualmente solicitado Muitas vezes fundamental
Parecer final Tende atender os anseios do pacienteAtende as necessidades administrativas e legais sendo
conclusiva e embasada
DOCUMENTOS ESCRITOS POR MÉDICOS
PODEM SER DE 3 ESPÉCIES DIFERENTES
RELATÓRIOSPARECERESATESTADOS
ATESTADO MÉDICO
“É a afirmação simples e por
escrito de um fato médico e suas
consequências"
(Sousa Lima).Tais atestados,
com exceção dos de óbito, são
redigidos em papel usual de
receituário, timbrado, podendo
servir, porém, qualquer outro...
Tais documentos não têm forma
fixa.
Qualificar-se-á o paciente,
registrando-se que o documento
é passado a pedido do próprio
interessado, a fim deque não
surjam dúvidas no tocante à
regra do segredo profissional.
Constarão o estado mórbido e
demais fatos verificados e,
finalmente, em breve conclusão,
as consequências do que foi
apurado.
É a resposta a uma consulta feita por interessado a
um ou mais médicos, a uma comissão de
profissionais ou a uma sociedade científica sobre
fatos referentes a questão a ser esclarecida.
Esses pareceres constam, comumente, de quatro
partes: preâmbulo, exposição, discussão e
conclusões, faltando, é claro a parte de descrição
propriamente dita, porquanto, em geral,não há
exames a serem feitos. Mas podem existir.G B
PARECER MÉDICO-LEGAL
=
RELATÓRIO MÉDICOLEGAL
e compromissados na forma das leis....
bem metódico, constará das seguintes
RELATÓRIOMÉDICO-LEGAL
=LAUDO JUDICIAL
LAUDO MÉDICO JUDICIAL
1PREÂMBULO
2QUESITOS
3HISTÓRICO
4DESCRIÇÃO
5DISCUSSÃO
6CONCLUSÃO
RESPOSTA
AOS
QUESITOS
1. PREÂMBULO
NOME;
TÍTULO DOS PERITOS;
NOME DA AUTORIDADE QUE
DETERMINOU O EXAME;
LOCAL,DIA E HORA EXATOS.
3. HISTÓRICO
Conterá no primeiro item todos os informes, colhidos do
interessado ou seus parentes e amigos e que possam auxiliar a
ação pericial, como esclarecimento sobre um ferimento, acidente,
morte, condições de violência...
O registro desses elementos, em local distinto e especial visa pôr a
coberto a responsabilidade do perito quanto à sua veracidade.
Estes elementos, que têm a presunção de falsidade, serão
tomados, entretanto, em conta, se coincidirem com as verificações
pessoais dos peritos, assim, então, esclarecidas e completadas.
4. DESCRIÇÃO
Descrição é a parte básica do relatório, contendo o
visum et repertum.
Isenta o mais possível de informações, discussões,
diagnósticos, conclusões, essa parte do laudo deve
ser a reprodução fiel e minuciosa de todos os exames
praticados e de todas as verificações feitas.
5. DISCUSSÃO
Farão os peritos todos os diagnósticos que julgarem
necessários, exteriorizando, suas impressões
pessoais, comentando os dados obtidos pelo exame,
cotejando-os com os informes registrados no histórico,
documentando os seus acertos com referências e
citações de tratadistas adequados ao caso.
6. CONCLUSÕES
Conterão uma síntese do que
peritos conseguirem deduzir do
exame e da discussão.
RESPOSTA AOS
QUESITOS
Finalmente, a resposta aos quesitos será
sumária e a mais possível concludente e
não dubitativa.
O resultado do trabalho do
perito, expresso no laudo
pericial, tem o potencial de
influenciar decisivamente o
magistrado na formação de
sua convicção.
Poderá o juiz, também, valer-
se do parecer apresentado
pelos assistentes técnicos
das partes.
Poderão os juízes, ainda,
sempre que as suas
convicções estejam em
oposição com a opinião dos
peritos, rejeitar os laudos.