boletim salesiano corrigido

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1 Boletim Salesiano MoÇambique - Nº 62 1º Semestre 2015 Bicentenário do nascimento de Dom Bosco 1815 - 16 Agosto - 2015

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Boletim Salesiano 1 semestre

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1 Boletim Salesiano

Moçambique - Nº 62 1º Semestre 2015

Bicentenár io do nasc imento de Dom Bosco

1 8 1 5 - 1 6 A g o s t o - 2 0 1 5

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2 Boletim Salesiano

Boletim Salesiano MoçambiqueAno XV – № 62 – Primeiro Semestre de 2015Visitadoria Maria Auxiliadora

Diretor GeralPe. Marco Biaggi – Provincial

Delegado para a Comunicação SocialPe. Rogélio Arenal

EditoraElvira Freitas – MTb 2939E-mail: [email protected]

Equipe de RedaçãoIr. Paula Cristina Langa, FMAPe. Francisco Pescador Hervás, SDBIr. Luís Antônio Amiranda, SDBIr. Paulino Viana, SDBJaqueline Oecksler Calderón LangaGilberto MandamuleAlbertino JulaiZito Paqueleque

O Boletim Salesiano reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de total responsabilidade de seus autores.

Agências de NotíciasInfoANSRádio VaticanoEcclesia

RevisãoElvira Freitas

DiagramaçãoErnesto Jorge Nguenha

Correção da diagramação Begildo José

Fotos desta ediçãoElvira Freitas, Pe. Francisco Pescador, Ir. Paula Cristina Langa, Pe. Rogélio Arenal, Elena Sedano, Gilberto Mandamule, Ir. Paulino Viana, Albertino Julai, Zito Paqueleque, Emílio César, Jaqueline Oecksler Calderón Langa e Anderson Junque

Redação/ImpressãoAv. da Namaacha, Parcela 498 - Bairro Luís CabralMaputo - Moçambique +258 - 21404074 +258 - 821716573Fax: +258 – 21401145www.boletimsalesiano.org.mz

Expediente

Sumário

O sucessor de Dom Bosco 4

Aqui nasce o Carisma 6

Histórias sobre Dom Bosco 7

Somos Igreja 8

Igreja em Moçambique 10

Missionariedade 12

Em Família – FMA 14

Destaques 16

Repórter Salesiano 18

Família que Educa 22

Deus Chama 23

Movimento Juvenil Salesiano 25

Missões em Moçambique 28

Geral 31

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3 Boletim Salesiano

Editorial

Apresentar este novo número do Bo-letim Salesiano nos enche o coração de alegria, pela oportunidade de nos

comunicarmos com toda a Família Salesiana presente em nosso território. Neste ano, não foi possível publicar outros números, por causa da programação intensa do Bicentenário de Dom Bosco, que celebraremos no mês de Agosto, e pelas mudanças de tarefas do diretor do BS.Nos rescaldos da programa-ção intensa do Bicentenário de Dom Bosco, já vislumbramos os cenários de 2016 e aguardamos o texto final da Estreia que nos será apresentada pelo Reitor-Mor: “Com Jesus, percorramos juntos a aventura do Espírito!”.Com o tema da Estreia, somos convidados a percorrer um caminho de interioridade. Dom Bosco deixou-se guiar pelo Es-pírito ao longo de toda sua vida. Por isso nos deixou uma bela herança que é um projeto de Deus para a salvação da juventude. Os suces-sores de Dom Bosco enriqueceram a história da Congregação com sua riqueza espiritual e adesão radical à vontade de Deus. Dom Bosco nos oferece muitas histórias e exemplos de vida. Poderemos sempre conhecer fatos novos que nos ajudarão na vivência do Carisma Sale-siano e no nosso trabalho pastoral. Ele é uma fonte inesgotável.O Papa Francisco presenteou nossa Famí-lia Salesiana nos visitando na Basílica Maria Auxiliadora, em Turim. Revelou que com os Salesianos ele aprendeu o lado afetivo da vida. Nossa Senhora ocupa um lugar especial em nossa vida salesiana. Por isso a peregrinação no mês de maio a Namaacha e as festas de Nossa

Senhora Auxiliadora em nossas comunidades revelam o quanto de amor temos por ela.As Filhas de Maria Auxiliadora realizaram o Capítulo Geral e o estão implementando em todas as suas comunidades. Buscam fazer com que o espírito de acolhida cresça sempre mais e os jovens sejam sempre melhor preparados

para a vida. Deus continua chamando jovens generosos para o seu serviço. Este chamado se dá através de cada um de nós e de nossas comunidades, quando vivemos com coerência a nossa fé. Já estamos nos preparando intensamente também para o 4º. Capítulo Inspetorial, em Dezembro. Esta será uma grande ocasião para intensificar a aplicação do nosso Capitulo Geral 27, fazer o redesenho de nossa Visitadoria e rever os nos-sos planos de pastorais e a programação orgâni-ca. Que Dom Bosco interceda junto a Deus em favor de toda a Família Salesiana.

Pe. Marco Biaggi

Mensagem do Provincial

Pe. Marco com alunos da Escola Profissional Domingos Sávio, de Inharrime

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4 Boletim Salesiano

O Reitor-Mor, Pe. Ángel Fernández Artime, apre-sentou uma

pequena síntese daquilo que quer ser o desenvolvimento da Estreia 2016, desenvolvimento que será feito em outubro.* A vida é o lugar em que tudo se arrisca. Todos nós conhecemos bem esta experiência com a var-iedade de itinerários e opções que nos são apresentados. E é precisa-mente no itinerário da vida que o Espírito age e, com liberdade, bate à porta de cada coração humano.* De uma maneira ou de outra, todos nós também fazemos a ex-periência de ser viajantes, ad-vindo que, em algumas jornadas, percorremos longas distâncias. A experiência do itinerário ilumina-nos para entender o que pode sig-nificar percorrer uma aventura no Espírito.* O que, então, significa percorrer a aventura do Espírito?→ Antes de tudo, trilhar um camin-ho de INTERIORIDADE.→ Contudo, a interioridade, para nós, não é apenas um exercício no próprio interior, mesmo que seja um bom exercício. Para nós, como crentes, trata-se de um itinerário de ESPIRITUALIDADE, uma es-piritualidade que é cultivada e ex-pressada nas modalidades de que explicitaremos depois.* O próprio Jesus percorreu uma autêntica “aventura” de abertura ao Espírito. Ele sempre procurou a Vontade do Pai que, no seu Es-pírito, o inspirou, acompanhou, provocou, guiou...* Também Dom Bosco viveu na

abertura ao Espírito ao longo de toda a sua vida, porque o seu desejo era corresponder àquilo que Deus lhe pedia, para si e para os seus jovens. O caminho para Chieri, as suas buscas, foram uma verdadeira aventura, deixando-se guiar pelo Espírito. Ele trilhou esse caminho ao longo dos anos em vista da har-monia e da unidade pessoal, muito longe de qualquer fragmentação.* É a mesma coisa que aconteceu com o Senhor Jesus, com Maria de Nazaré – ela viveu a aventura do Espírito que era confiar em Deus, sem saber qual seria o ponto de

Estreia 2016: Com Jesus, percorramos juntos a aventura do Espírito!

chegada – e com Dom Bosco, para quem o sim ao Espírito foi uma aventura real de vida com desafios incríveis; e nós recebemos a cada dia esse convite a adentrar-nos no itinerário do Espírito, no qual poderemos deixar-nos acompan-har, conduzir e surpreender por Ele. Um itinerário que tem muito de “aventura”, no qual não há certezas, mas cujo ponto de chega-da é fascinante.* Como se expressa e se manifesta este itinerário de Interioridade e

Espiritualidade, que permite viver acompanhados pelo Espírito?→ Exprime-se numa profunda ex-periência de Fé,→ No cultivo da dimensão comu-nitária desta mesma Fé,→ Crescendo na Misericórdia e na dimensão Fraterna da vida.* Por último, desejaríamos pedir-lhes, caros jovens, que nos permi-tam trilhar juntos este itinerário. Percorramos juntos este itinerário! Aprendamos juntos, façamos ex-periência juntos, porque isso fará muito bem a todos nós. E neste “todos”, pensamos na Família

Salesiana – em suas diversas ex-pressões – como primeira desti-natária da Estreia, mas pensamos também em vocês, milhares e milhares de jovens, que vivem em todos os tipos de países, culturas e presenças salesianas, animadores de outros jovens, que os acompan-harão nesta Aventura, neste camin-ho a percorrer acompanhados por Ele, o Espírito de Deus que – como dizíamos – surpreende, estimula, provoca, entusiasma, fascina e acompanha...

O sucessor de Dom Bosco

Pe. Ángel Fernández Artime, X sucessor de Dom Bosco

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5 Boletim Salesiano

Em preparação à festa

de Nossa Senhora

Auxiliadora que foi

celebrada no domingo, 24 de

Maio, o padre Ángel Fernández

Artime, Reitor-Mor dos Sale-

sianos, escreveu uma carta à

Família Salesiana, na qual, além

das suas orações e votos de feli-

cidades, transmitiu uma intensa

mensagem pastoral e social, in-

vocando ao mesmo tempo um

novo modo de “fazer pastoral”:

a revolução da ternura.

Na carta, o Reitor-Mor relembra

intensamente o papel próprio

dos cristãos, mas não só:

“Como homens e mulheres de

boa vontade devemos continuar

a empenhar-nos, em nome de

Deus e dos nossos irmãos mais

vulneráveis, por fazer emergir

uma realidade nova, mais de

acordo com o projeto de Deus

(...). Todavia, não se trata so-

mente de uma questão de políti-

ca dos Estados ou de estratégias

das Nações Unidas. Em nossa

Família Salesiana, marcada por

uma espiritualidade profunda-

mente pascal, continuaremos a

trabalhar com todas as nossas

forças para que haja, em o nome

de Jesus, mais vida para os mais

pequenos e para os últimos”.

Padre Artime lançou ainda um

Reitor-Mor destaca ternura de Maria Santíssima em carta à Família Salesiana

forte apelo na carta afirmando

que “somos chamados a um

novo modo de ‘fazer pastoral’: é

a revolução da ternura, do incli-

nar-se para os mais feridos, da

acolhida aos afastados, da pro-

posta de caminho para os últi-

mos, do acompanhamento perto

daqueles que a realidade social

marginaliza e abandona”.

E, por fim, já próximo do Bicen-

tenário de nascimento de Dom

Bosco, conclui dizendo que “a

melhor maneira de festejar o

nosso Pai é a fidelidade às suas

grandes intuições”.

Com InfoANS

O Sucessor de Dom Bosco

Pe. Ángel Fernández Artime: “somos chamados a um novo modo de ‘fazer pastoral’”

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6 Boletim Salesiano

Dos dons de Dom Bosco floresce extensafamília: a Congregação Salesiana

Dom Bosco foi um homem carismático. Recebeu vários dons de Deus, mas cultivou

muito estes dons. João Melchior Bosco nasceu no dia 16 de agosto de 1815 num pequeno lugarejo no norte da Itália, numa familia pobre de camponeses arrendatários. O país atravessava uma grande crise política e econômica. Para uma família de camponeses sobreviver tinha que arrancar o seu sustento com as próprias mãos da terra que teimava em não querer produzir. E para piorar a situação, Joãozinho ficou orfão de pai já aos 2 anos de idade. O que era difícil ficou ainda pior.

Desde muito pequeno, acabou se deixando guiar por alguns sonhos, que foram se repetindo ao longo de sua vida. Enfrentou grandes dificuldades para poder iniciar seus estudos e quando começou a estudar se deparou com a oposição do próprio irmão mais velho. Mas com o apoio da mãe conseguiu se-guir em frente, tendo que superar enormes barreiras. Acalentava um desejo de ser sacerdote, mas devido às circunstâncias em que vivia, era algo impensável e quase que impossível. Deus aos poucos foi abrindo seus caminhos. Sabe-mos que Deus prova aquele que Ele ama, e a vida de Joãozinho foi cheia de provações.

No início da adolescência, conhe-ceu o Padre Calosso, que foi um se-gundo pai, além de professor, ami-go, benfeitor e orientador espiritual. Mas isso durou pouco tempo, pois mais uma vez a morte visitou a sua caminhada, e parecia pôr fim ao sonho dos estudos e do sacerdócio.

Teve que sair de casa para estudar e amenizar as constantes brigas com

o irmão mais velho. Neste tempo de estudos na cidade grande, pôde abrir muitos horizontes, aprender várias profissões, estudar profun-damente, fazer grandes amizades e se aprimorar intelectualmente. Tudo isso a custa de muito sacrifí-cio.

Entrou no Seminário e conseguiu fazer os estudos e se ordenar sacer-dote. Teve um grande amigo, pro-fessor e orientador espiritual que foi o Padre Cafasso.

Nos primeiros dias de seu sacerdó-cio, ouviu palavras sábias, porém duras, de sua mãe, que ele seguiu até o fim da vida: “Começar a ser padre é começar a sofrer, e se al-gum dia você se tornar um padre rico, não pisarei na tua casa”.Aos poucos ele foi descobrindo que o seu carisma, a sua voca-ção era cuidar dos jovens pobres e abandonados, e foi por eles que gastou toda sua vida. Sabemos que Dom Bosco morreu aos 73 anos, gasto pelo trabalho e dedicação

aos jovens.

ao Patíbulo e muito perto do cemi-tério. Era um lugar muito retirado da cidade e de extrema pobreza. Mas foi bem ali que a Providência indicou onde a obra Salesiana de-veria nascer e florescer.

Dom Bosco teve ajuda de mui-tas pessoas da sociedade, sempre soube se cercar de colaboradores e trabalhar com jovens. Assim ele deu início a uma associação que hoje é chamada Congregação Salesiana, e uma outra que são os Salesianos Cooperadores. E deste movimento nascido na cidade de Turim surgiram mais de 130 gru-pos ou associações que levam o nome de Familia Salesiana.

O Carisma Salesiano nasceu por inspiração de Deus no coração de São João Bosco e vive hoje arraiga-do em cada Salesiano Consagrado, em cada Salesiana Consagrada, em cada Salesiano Cooperador, em cada membro da Família Salesiana.

Luís Antônio Amiranda é Salesiano Coadjutor do Brasil à disposição da Visitadoria Maria Auxiliadora

Encontrou um espaço definitivo onde acabou sendo o grande nasce-douro do Carisma Salesiano. É o

POR LUÍS ANTÔNIO AMIRANDA

Aqui nasce o Carisma

Casa onde morou Dom Bosco na infância, nos Becchi,no Piemonte, próximo de Turim, na Itália

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7 Boletim Salesiano

Um padre louco, ou um santo quemultiplicava castanhas?

POR LUÍS ANTÔNIO AMIRANDA

Muito se conhece sobre Dom Bosco. São mui-tas as historias e os fa-

tos que nos remetem a este grande santo da Igreja e da Família Sale-siana. Basta abrir um dos volumes das “Memórias Biograficas” e escolher fatos e histórias. Essa grande coleção de livros foi escrita por três escritores que recolheram muita coisa do que viram Dom Bosco fazer e viver e também do que se contava sobre ele.

Joãozinho era um garoto muito alegre, sensível, animado e que adorava estar com seus amigos.Sua mãe sempre se preocupava porque muitos meninos eram maiores que João, e às vezes ele voltava com alguns arranhões, alguns machuca-dos, mas nunca reclamava. Sua mãe, vendo que um dia chegara sangrando, perguntou o que tinha acontecido. Ele disse que tinha tomado uma paulada num jogo. A mãe quis proibí-lo de voltar a brincar com estes companheiros. Mas ele foi muito convincente ao dizer que gostava de brincar com os companheiros e que quando ele estava com eles, os meninos não falavam palavrões e não brigavam.

Outra história que se conta, acon-teceu na época em que Joãozinho esteve na casa dos Moglia. Lugar onde ele foi para trabalhar e estu-dar. Foi no período que ele saiu de casa por causa das constantes bri-gas com o irmão mais velho. Um dia quando o sino da igreja tocou, por volta das 12 horas, Joãozinho parou de trabalhar, se ajoelhou e estava a rezar o “Angelus”. O patrão ao ver aquilo se aproximou e chamou a atenção, João dizendo que era perda de tempo parar para rezar. O menino com muita calma

e tranquilidade disse ao patrão que ele reservava estes pequenos minu-tos para pedir que Maria Santissima abençoasse seu trabalho, e tinha certeza de que com a oração o que ele plantava iria fruti-ficar muito mais. Dizem que real-mente aconteceu isso.

Um fato foi pres-enciado por um jovem que era o dispenseiro. O Oratório reunia muitos meninos, adolescentes e jo-vens que tinham muita fome. A comida sempre era pouco e quase não dava, mas ninguém passava fome. Certa vez, na hora da mer-enda, o dispenseiro trouxe os pães que seriam distribuidos e também um pequeno recipiente, contendo um pouco de castanhas e avisou para Dom Bosco que não distri-buisse estas canstanhas porque não dariam para todos. Mas, enquanto um menino distribuia os pães, o Pe. João Bosco distribuia as castanhas. Eram mais de 200 meninos. Dom Bosco ia colocando a mão no re-cipiente e tirando boas quantidades para cada menino da fila. Enquanto a fila não acabou, não terminaram as canstanhas... O dispenseiro só contou este fato para alguns de seus colegas muito tempo depois.

Outro fato se deu quando alguns dos padres de Turim acreditaram que Dom Bosco tinha ficado louco e dois deles resolveram levá-lo

ao manicómio. Prepararam uma cilada. Contrataram uma carrua-gem que só se abria por fora, e combinaram com o carroceiro que eles levariam Bosco até a carrua-gem e que trancariam a porta por fora. Assim, o condutor se en-caminharia para o hospício e lá os enfermeiros estariam a esperar e fariam um tratamento de choque. Dom Bosco, não se sabe como, desconfiou da amabilidade do convite desses padres e ao chegar perto da carruagem fez questão que eles entrassem antes, e trancou a porta, dizendo ao condutor que fizesse como tinham combinado. Dess forma, Dom Bosco escapou de ir ao manicómio e os padres seus amigos tiveram muito trab-alho para explicar o ocorrido aos médicos.

Luís Antônio Amiranda é Salesiano Coadjutor do Brasil à disposição da Visitadoria Maria Auxiliadora

Histórias sobre Dom Bosco

Grigio, cão que protegia Dom Bosco dos perigos

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8 Boletim Salesiano

Chegou por entre alas em festa, aplausos e acla-mações dos Jovens, dos

Educadores e do Povo que co-tidianamente anima a vida da Basílica de Maria Auxiliadora, de Valdocco e de todo o Bairro, há 200 anos plena periferia de Turim: o Papa Francisco, de-pois de peregrinar até a Síndone e de ter homenageado Nossa Senhora da ‘Consolata’, chegou finalmente ao coração espiritual da salesianidade.Após saudar a multidão que, havia horas, o esperava na Praça Maria Auxiliadora, o Pontífice foi acompanhado ao ingresso da Basílica, indo logo venerar os despojos mortais de Dom Bosco em seu Altar. Foi um mo-mento de oração pessoal inten-sa, feita pelo Papa jesuíta, que

nunca escondeu sua devoção a Dom Bosco e os seus traços ti-picamente ‘salesianos’.A oração a Jesus Eucaristia re-cordou depois como, à raiz da vida da Igreja, esteja sempre a

Pessoa viva de Jesus Cristo e o seu Presente feito à Humani-dade, para ser o Pão para todos.Sugestiva e sempre densa de sentido espiritual foi a oração cantada por um tenor de Livor-

Francisco encontra Família Salesiana na Basílica de Maria Auxiliadora

Somos Igreja

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9 Boletim Salesiano

no, Marcos Voleri, o qual, acom-panhado ao órgão pelo Maestro Maurizio Palazzo, interpretou a Ave-Maria, de Vavilov.Em nome da FS – “árvore de muitos ramos” – falou em segui-da o Reitor-Mor dos Salesianos, P. Ángel Fernández Artime, que em sua saudação ao Pontífice agradeceu ao Papa pela Visita e confirmou o empenho de to-dos os que se inspiram em Dom Bosco por seguir os ensinamen-tos do Papa, especialmente “no

cuidado particular pelos jovens pobres”.O Reitor-Mor entregou a seguir alguns brindes ao Papa Francis-co – outros serão entregues su-cessivamente, como uma Moto de época, feita pelos Jovens alunos do Centro de Formação Profissional, de Brá – e deu a palavra ao Papa para a sua fala de saudação, acompanhada pela récita de uma Oração especial-mente preparada para a ocasião e pela Bênção de Nossa Senhora

Auxiliadora.O esperadíssimo Encontro do Papa Francisco, na Basílica de Maria Auxiliadora, terminou. Mas não a festa, que prosseguiu por entre o entusiasmo dos pre-sentes não apenas o Santo Padre reapareceu à vista do Povo na Praça, para dirigir novamente o seu olhar e atenção aos Peregri-nos, aos Jovens e aos Fiéis que continuavam a esperar.Publicado em ANS 21-06-2015

Somos Igreja

No interior da Basílica, Francisco fala para representantes dos vários ramos da Família Salesiana

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10 Boletim Salesiano

No ano em que comem-ora seu jubileu de 75 anos da criação, a Ar-

quidiocese de Maputo reuniu, de acordo com os organiza-dores, cerca de 50 mil peregri-nos em Namaacha, nos dias 16 e 17 de Maio, para a tradicio-nal festa no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, que tam-bém completando 73 anos neste 2015. A peregrinação, que este ano teve por tema “Com Maria Cultivemos os Valores da Famí-lia”, começou já na quinta-feira, com os fiéis percorrendo a pé os 76 quilómetros que separam a Capital de Namaacha. O ponto culminante foi a celebração eu-carística, no domingo, às 7h, presidida pelo Arcebispo Dom Francisco Chimoio e concel-ebrada por seu auxiliar, dom João Carlos Nunes, e cerca de 80 sacerdotes.

No sábado já era intensa a mo-vimentação de féis por toda a vila, especialmente em frente ao Santuário, para participarem da via-sacra, ou do sacramento da Reconciliação, dentro do templo, onde dezenas de pa-dres atendiam em mutirão. O dia terminou com a procissão das velas. Foram milhares de peregrinos conduzindo o andor de Nossa Senhora de Fátima – cujas aparições, em Portugal, completam 98 anos. A procis-são foi uma demonstração de fé à Virgem Maria, pois nem o frio que fez na noite do sábado impediu que os milhares de fiéis completassem o abraço que se deu no percurso, desde a saída do santuário até sua volta, per-curso iluminado por velas, en-feitando ainda mais a noite.Mas foi no domingo que os per-egrinos provassem sua devoção

à Virgem de Fátima, no palco armado em frente ao Santuário. Por quase quatro horas, o povo, pacientemente, acompanhou a liturgia, com cânticos e dan-ças, como é tradição na Igreja moçambicana. Por isso tudo, dom Chimoio agradeceu a Deus, no início da celebração e na homilia. “Queremos agradecer a Deus, por nos ter conservado sãos e salvos até este momento e porque nos deu a possibili-dade de sairmos das nossas ca-sas e vir a este lugar, dedicado a Nossa Senhora; porque nos deu a oportunidade de rezar com nossos irmãos”.O Arcebispo lembrou ainda que, naquela celebração da Ascenção do Senhor a Igreja comemorava também o Dia Mundial das Co-municações Sociais – este ano dedicado à Família – exortando os meios de comunicação e os

Fé leva 50 mil fiéis ao Santuáriode Namaacha este ano

Igreja em Moçambique

Procissão das velas ilumina vila da Namaacha na noite da peregrinação por Nossa Senhora de Fátima

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11 Boletim Salesiano

comunicadores a exercerem seu trabalho com ética e modera-ção, sem os sensacionalismos que tão mal fazem à sociedade. Dom Chimoio pediu mais união entre as famílias, mais respons-abilidade aos namorados, perse-verança aos religiosos e justiça

aos governantes.Um dos destaques da peregrina-ção este ano, também de acordo com a organização do evento, foi a participação dos volun-tários que trabalharam nos seis postos de paragem ao longo do percurso, onde os peregrinos re-

ceberam assistência como mas-sagens rápidas, pomadas para prevenir inchaços e água para beber. Ainda, de acordo com a organização, o policiamento foi reforçado evitando acidentes e a venda de bebidas alcoólicas nas ruas da vila de Namaacha.

Igreja em Moçambique

Primeiros fiéis começam a chegar à vila da Namaacha... ... e enchem a praça antes da celebração eucarística

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12 Boletim Salesiano

Na África, Pe. Kalonji aceita grandemissão para a vida

Ele gosta de esportes. Futebol, basquete “sem nenhum especial, gosto de todos”. E de vez em quando lá está ele – no campo de terra batida, onde tem a cesta de

basquete, sem rede – correndo junto com pré-noviços e alu-nos da Escola Profissional. Ele é Pe. André Kalonji, um mis-sionário congolês de 47 anos de idade, 19 dos quais dedicados a Moçambique. Pe. Kalonji dirige atualmente a Missão Sale-siana da Moamba, missão que compreende o Pré-noviciado, a Escola Profissional, um internato e a Paróquia São João de Brito.Pe. Kalonji falou sobre sua vocação e das preparações para a vida religiosa desde o Congo e, mais do que tudo, de como os irmãos foram fundamentais em sua decisão de se tornar padre salesiano. “Os quatro estudaram numa escola salesiana e eu admirava neles o entusiasmo e a devoção mariana. Ele fez o Noviciado a Filosofia no Congo. Depois veio a Moçambique para fazer estágio como tirocinante, no Noviciado da Namaa-cha.No mês de Julho de 2001 foi ordenado diácono, em Lubum-bashi (Congo), e no dia 24 de Agosto de 2002 ele foi ordenado sacerdote, na Paróquia São José de Lhanguene. E já se pas-saram 19 anos desde que Pe. Kalomji chegou para o tirocínio,

em 1996. Além dos dois anos como assistente de noviços na Namaacha, esteve também na obra de Inharrime, de 2002 até 2005. Depois ele seguiu para Roma, onde fez a licenciatura em Espiritualidade Salesiana. Na volta de Roma, em 2007, Pe. Kalomji foi para a Matola, dirigir a Casa São Domingos Sávio, lá permanecendo até final de 2008. Em 2009 ele foi para a Moamba como diretor da obra, estando à sua frente até então.

Ir. Oliveira adota Moçambique paraservir os mais pobres do país

Francisco Oliveira é o nome recebido naquele distante 13 de Setembro de 1929, na longínqua Lapedo, na Fregue-sia de Caranguejeira, Província de Beira Litoral, que fica

a 180 quilômetros de Lisboa, terra que o viu nascer. Mas Ir. Oliveira é como ficou conhecido e é chamado desde que disse sim ao chamado de Deus à vida religiosa. Chamado que teve na família a influência primordial, com a educação recebida dos pais, reforçada pelo fato de que já havia um irmão sacerdote e uma irmã também salesiana.Só a escolha pelos salesianos é que se deveu ao amigo Manuel Costa, um coadjutor que o convidou a ir para Mogofores, onde era o Noviciado da Congregação. Depois de aceitar o convite, a amizade ficou mais estreita e eles se reencontraram em pleno continente africano. Aos 16 anos, Francisco foi para Mogofores, onde já estava seu irmão Guilhermino. Lá, o jovem morou du-rante nove anos e se preparou para ser um coadjutor.Ir. Oliveira chegou a Moçambique em 1955, diretamente na Missão de Lhanguene. Ali, ele trabalhou no Lar de São José, onde doou 41 anos de sua vida. Hoje, Ir. Oliveira contabiliza 15 anos dedicados à Missão da Moamba e 60 ao país africano, que ele considera a segunda pátria.

Missionariedade

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13 Boletim Salesiano

Se nos tempos atuais os va-lores da família vêm sendo questionados e a própria

instituição é colocada à prova, na vida do missionário Adolfo Sar-mento ela foi fundamental para que ele chegasse ao sacerdócio. Natu-ral do Timor Leste, tinha 17 anos quando decidiu ser padre. Foi na família que ele aprendeu o sentido da fé. Hoje, aos 46 anos, Pe. Adolfo adotou Moçambique como segunda pátria e no dia 13 de Junho de 1992 fez sua primeira profissão religiosa na Congregação Salesiana.Já a vinda para Moçambique é outra história. “Vim com dois mis-sionários da Índia, dois do Congo e dois de Portugal. Éramos uma equipa bem grande a reforçar os Salesianos do país. Fiquei por dois anos fazendo experiência pastoral. Nos primeiros meses fiquei na es-cola profissional da Moamba e de-pois me enviaram para a Missão de

Moatize, em Tete, onde fiquei dois anos”.Terminado esse prazo de pastoral, o jovem ti-morense seguiu para o Quénia, onde fez os quatro anos da Teologia. “Assim que terminei a formação, fui ordenado Diácono no próprio Quénia, em 2001. De-pois voltei a Moçam-bique para a ordenação sacerdotal, na Paróquia São José de Lhanguene, no dia 25 de Agosto de 2002”.Após a ordenação, Pe, Adolfo foi transferido para a Missão Salesiana da Moam-ba, onde ficou seis anos. Em 2008 foi-lhe oferecida a possibilidade de fazer uma especialização em Roma, na Itália, no curso de For-mação para Formadores, onde ele

fez a licenciatura. Em 2012 ele retornou de Roma e foi destinado à comunidade de Inharrime, onde está até hoje. “É uma grande alegria estar aqui, rodeado de jovens, onde me sinto feliz e realizado”.

Tudo começou quando Pe. Miguel Ángel Delgado, que tinha entre 21 e 22 anos, recebeu a proposta de Dom Odorico, responsável pelas Missões Salesianas, em sua

visita a Lima (Peru) e falou sobre o projeto da Congregação em Moçambique. No projeto havia aproximadamente 30 sale-sianos e alguns tirocinantes, ou seja, ainda com poucas voca-ções. Padre Miguel respondeu: “onde há falta eu vou”.“O próprio Dom Odorico acabou escolhendo Moçambique, porque eu mesmo não tinha opção. No dia 14 de fevereiro de 1998 cheguei aqui. Antes eu tinha pedido um pouquinho de tempo para preparar a família. Ela não estava de acordo com minha vocação religiosa. Mas pouco a pouco foram assimi-lando minha decisão”. Nesse tempo, o peruano foi enviado a Portugal, para aperfeiçoar-se na língua portuguesa.Depois, o jovem retornou ao Peru para iniciar os estudos de preparação ao sacerdócio. Em seu país, ele fez o pré-novi-ciado, noviciado, postulantado, Filosofia e Pedagogia. Final-mente, no dia 08 de agosto de 2004, ele foi ordenado sacerdote na Paróquia São José de Lhanguene, em Maputo.Após a ordenação, o neo-sacerdote retornou a Tete, onde ficou mais quatro anos. De lá ele foi trabalhar Matun-do, como ecónomo, seguindo depois para Inharrime, também como ecónomo, por um ano. Depois ele voltou a Maputo, onde ficou por seis anos, para animar a pastoral d e São José de Lhanguene. Novamente, ele retornou a Moamba para assumir o economato da obra. No início de 2015, com 41 anos de idade e 18 anos dedicados ao país, o missionário reassumiu a pastoral em São José de Lhanguene.

Moçambique, caminho de missão para Pe. Miguel

Para Pe. Adolfo, missão é estar disponível a DeusMissionariedade

Page 14: Boletim salesiano corrigido

14 Boletim Salesiano

Este é o titulo dos actos do 23º capitulo geral das FMA, realizado no passado ano de

2014. Participei deste grande mo-mento da vida do Instituto junto com Ir. Carolina Ilda Hermínio, como Delegada. Foi uma indelével experiência em que se percebia no dia a dia capitular a graça da uni-dade em nosso Instituto e a beleza da comunhão na diversidade.A comunidade capitular, enriqueci-da pela iluminação que chegava da caminhada da Igreja, do magistério dos últimos sucessores de Pedro, os desafios vistos como oportu-nidades vindas da sociedade con-temporânea e pos-moderna onde as comunidades das FMA vivem e se dedicam incansavelmente à missão educativa, as esposições e documentos alusivos ao ano da Vida Consagrada fizeram colher o dinamismo e a vitalidade do ca-risma salesiano. A aula capitular multicultural, intercultural e tran-scultural foi expressão palpável de um carisma vivo e actual nos cinco continentes.Os Actos do 23º Capítulo Geral que foram esperados e acolhidos com alegria e responsabilidade retra-tam, do modo próximo possível, o caminho percorrido durante a cel-ebração do Capítulo, as orientações para a caminhada das FMA e suas comunidades educativas nestes seis

anos. O ícone dos discípulos de Emaús com a interpretação artística próxima aos tempos de hoje, ilumi-nou as escolhas feitas com ousadia profética. Assim estão distribuídos os conteúdos dos actos:- Como discípulas: a narração da experiência- À escuta dos apelos de Deus- Dispostas a mudanças de men-talidade- Tempo de retomar o caminho- Coragem de ousar, juntos, gestos proféticos.Foram três dias marcados pela alegria do encontro, reflexão, partilha e definição de escolhas que correspondam às necessidades e expectativas da Província. Nestes meses, com os Actos do Capitulo

na mão, as comunidades estão em-penhadas em ler e a aprofundar as orientações que devem levar a viv-er no quotidiano a conversão pas-toral como um autêntico regresso ao Senhor, numa renovada opção de comunhão, numa transforma-ção missionária da vida e também das estruturas. Conscientes de que o tempo das decisões corajosas é hoje, a In-spectoria abraçou as três escolhas fundamentais, em vista da con-versão pastoral. As escolhas estão interligadas entre si, brotam da unidade vocacional e orientam-se num caminho de contínua con-versão pastoral. Ei-las: Tranforma-das pelo encontro – juntas com os jovens – missionárias de esperança

Alargai o olhar Com os jovens, missionárias de esperança e de alegria

Em Família – FMA

Inauguração da primeira escola Salesiana das FMA, na Namaacha,após conclusão dasobras estruturais

Celebração de Madre Mazzarello, na Escola Laura Vicunha, em Inharrime

POR IR. PAULA CRISTINA LANGA

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e alegria.Para a actuação do grande camin-ho, o capítulo indicou como es-tratégia o encontro, que forma e transforma. No encontro, podemos acolher os apelos de Deus que aguardam uma resposta sempre nova. No encontro, o caminhar com os jovens e as comunidades educativas é prioridade deve ser processo decisivo e irreversível.É sob esta senda que as comuni-dades vão caminhando, renovadas pelas celebra-ções do Bi-centenário do nascimento de dom Bosco, animadas pelos apelos da Igre-ja que chama a despertar e tor-nar-se sensível aos dramas que afligem os homens e as mulheres do nosso tempo, p r o c u r a n d o fazer com que as crianças, ad-olescentes e jo-vens não sejam destinatários no

sentido restrito da palavra, mas actores corresponsáveis e protago-nistas no processo educativo pas-toral.Algumas imagens ilustrarão a missão educativa formal e infor-mal que as Filhas de Maria Aux-iliadora em Moçambique, nas onze comunidades procuram levar a fr-ente num caminho compartilhado com as comunidades educativas e a Família Salesiana, dando opor-tunidades e esperança a mais de

12. 290 destinatários que frequen-tam as nossas escolas, internatos, oratórios e centros juvenis, cen-tros de alfabetização, centros de promoção da mulher, cursos pro-mocionais e profissionalizantes, catequese e mais. Desta maneira, as Salesianas de dom Bosco vão vivendo o seu ser missionárias de esperança e de alegria.

Ir. Paula Cristina Langa é Provin-cial das FMA em Moçambique

Em Família – FMA

Celebração de Madre Mazzarello, na Escola Laura Vicunha, em Inharrime

Filhas de Maria Auxiliadora em Moçambique se reunem em dia de festa para foto histórica

Crianças da escola das irmãs salesianas da Namaacha

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Em todas as casas e obras da Missão Salesiana de Moçambique o mês de

Maio foi ocasião para se celebrar festivamente Nossa Senhora, in-vocada com o título de Auxílio dos Cristãos, no dia 24. A celeb-ração da Visitadoria aconteceu no sábado, dia 23, na Paróquia São José deLhanguene, já que no do-mingo houve a Solenidade de Pen-tecostes.A celebração Eucarística foi pre-sidida pelo Núncio Apostólico em Moçambique, Dom Edgard Peña Parra, e concelebrada pelos padres Marco Biaggi, Provincial Salesia-no no país, e Manuel Leal, pároco da São José. Participaram também da missa o secretário da Nuncia-tura, Pe, José Luís Serrano, diver-sos sacerdotes da Congregação em

Maputo

Família Salesiana celebra com festaMaputo e de outras cidades, o em-baixador da Venezuela em Moçam-bique, Marlon José Peña Labrador, ex-aluno salesiano, e cerca de 500 fiéis.Dom Edgar falou de sua satisfa-ção por celebrar a Virgem Maria naquele dia, dizendo que era sua primeira celebração em Maputo. Na homilia, o Núncio deixou uma mensagem de esperança aos fiéis, ao falar da participação de Maria, nas Bodas de Caná, como aquela que primeiro bebe o vinho que Je-sus oferece àqueles que o querem seguir, e se coloca em permanente estado de vigilância diante das ne-cessidades dos mais pobres.“Somos todos eternos aprendizes de Maria, com ela aprendemos a ser mais solidários, a ter um ol-har de misericórdia e a dar passos

ao encontro do outro, como está a exortar-nos o Papa Francisco. Sigamos o seu exemplo, estando sempre atentos às necessidades do nosso próximo!”.

ChiúreSalesianas prestam homenagem a Maria

Durante o mês de Maio, a Missão Salesiana das Filhas de Maria Aux-iliadora de Chiúre, na Província de Cabo Delgado, viveu intensamente seu carisma. As crianças do Oratório rezaram o terço e, no dia 24, foi feita uma pequena procissão em agradec-imento e louvor à Mãe Auxiliadora. Durante a semana que antecedeu a festa, a direcção da Escola Comuni-tária Dom Bosco organizou algumas actividades novas como reflexão de textos bíblicos sobre a criança, sob orientação da Ir. Erondina , como uma preparação espiritual, além da exibição de um filme, jogos no pá-tio da escola, almoço com os pais e secção recreativa.

Por Ir. Inácia Muchanga

ISDBProvincial destaca tradição da festa

No Instituto Superior Dom Bosco (ISDB) a Festa de Maria Auxili-adora aconteceu no dia 22. As cel-ebrações iniciaram-se às 8h40 com a tradicional missa, este ano pre-sidida pelo Provincial Salesiano da Visitadoria Maria Auxiliadora, Pe. Marco Biaggi. Concelebraram com ele os padres José Ángel Ra-

joy, diretor do ISDB, Francisco Pescador, vigário da Visitadoria e professor no Instituto, e Rafael Estêvão, Director da Casa Dom Bosco. Ao inicar a homilía, Pe. Marco relembou a tradição da cel-ebração da Festa de Maria Auxili-adora, como Auxílio dos Cristãos, instituída pelo Papa Pio VII, em 1816, e de como ele marcou a vida e o sacerdócio de Dom Bosco. A mensagem transmitida enfatizou a importância de Dom Bosco e de Maria Auxiliadora para os salesia-nos em todo o mundo.

Por Jaqueline O. Calderón Langa

Visitadoria Maria Auxiliadora

Missa festiva presidida pelo Núncio Apostólico em Moçambique homenageia Auxiliadora

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17 Boletim Salesiano

Maria Auxiliadora, sua padroeira

Durante a missa, 15 mulheres da comunidade, preparadas pelo Pe. Miguel Ángel Delgado, receberam a fita de novos membros da As-sociação de Maria Auxiliadora

(ADMA). As fitas foram ent-regues por Dom Edgar e por Pe. Marco.Após a Ação de Graças, crian-ças e adolescen-tes da Paróquia coroaram a Virgem Maria com Rainha do Céu e da Terra, emocionando a assembleia, pois, apesar de a coroação de Nossa Senhora ser tradição em diversos países, sobretudo da América do Sul,

MoatizeProcissão percorreas ruas da VilaEm Moatize, na província de Tete, a festa de Maria Auxiliadora, este ano, teve a procissão da imagem da Virgem doada pelo irmão carmelita do Pároco da Parróquia São João Batista, Pe. Francisco Lourenço. A procissão aconteceu no sábado, com início às 15h30, saindo da Co-munidade São Vicente de Paulo, no bairro 4, passando pela estação da Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), à praça so Trabalhador e pela estrada nacional da cidade, até chegar à Paróquia, onde aconteceu a celebração da Eucaristia, com a igreja cheia de fiéis. A procissão durou 90 minutos e durante todo o percurso, diversos grupos e comu-nidades se revezaram na animação, nas reflexões e na récita do terço.

Por Pe. Rogélio Arenal

foi a primeira vez que tal gesto aconteceu em terras moçambicanas. Terminada a missa, a comunidade partilhou almoço no saguão do Centro de formação Profissional.

MoambaTalentos do desenhosão premiadosNo dia 31 de Maio, a Paróquia São João de Brito, na Moamba, cele-brou festivamente a Eucaristia e, após a missa, o andor de Nossa Senhora saiu em procissão às ruas do bairro, na já tradicional Pr-ocissão das Velas, para agradecer à Nossa Senhora por todos os bene-fícios por intermédio dela rece-

bidos ao longo do mês, de modo especial pelas realizações feitas, como a caminhada dos peregrinos a Namaacha. Já a festa de Maria Auxiliadora aconteceu na Escola Profissional da Moamba, com cel-ebração Eucarísica presidida pelo Pe. José Ángel Rajoy que, depois da missa, no momento de recrea-ção, fez a entrega dos prémios aos vencedores do concurso de desenho.

Por Gilberto Mandamule

Visitadoria Maria Auxiliadora

Missa festiva presidida pelo Núncio Apostólico em Moçambique homenageia Auxiliadora Embaixador da Venezuela, Marlon Peña Labrador, Dom Edgar e Pe. Marco Biaggi cortam o bolo de Dom Bosco

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18 Boletim Salesiano

Os Salesianos Cooperadores (SSCC) da Paróquia Bom Pastor, no Jardim, es-tiveram reunidos no dia 12 de Abril,

para uma manhã de formação e retiro espiri-tual. Os SSCC, cuja coordenação é de Judite Manuel Macatego Zualo, refletiram sobre Espiritualidade Salesiana. A palestra foi dada pelo Ir. Coadjutor Luís Antônio Amiranda, mis-sionário brasileiro encarregado do acompan-hamento do grupo. Ir. Amiranda falou sobre a fé de Dom Bosco, que sua espiritualidade veio a partir de sua experiência com Deus; Depois, com os ensinamentos de sua mãe, Mamã Mar-

garida e, por fim de seu amor pelos jovens. “É essa espiritualidade que Dom Bosco quer que tenha toda a Família Salesiana, inclusive os SSCC, porque ele acredita que todos os jovens são bons”.

Salesianos Cooperadores do Jardim têm manhã de formação

Aconteceu no dia 08 de Abril, na sede da Visi-tadoria, a reunião do Conselho Provincial para tratar de vários assuntos, entre os quais a con-vocação para o 4º Capítulo Inspetorial-2015, a se realizar em dezembro. O regulador, Pe. Francisco Pescador, apresentou o cronograma de preparação do CI04-2015. No Capítulo será feito o redesenho da Visitadoria, a partir de sugestões apresentadas pelos próprios salesia-nos sobre suas comunidades, em consultas re-alizadas na fase preparatória. Outra questão foi sobre as tentativas de parceria entre a comuni-dade de Inharrime com o Instituto Médio de

Administração e Gestão Empresarial, bem como a devolução do terreno para construção da casa dos professores ao governo da Província, com possi-bilidade de permuta no futuro.

Conselho prepara 4º CapítuloInspetorial-2015

De 27 a 31 de Maio, Pe. Marco Biaggi, pro-vincial dos salesianos de Moçambique, es-teve em visita canónica ao Noviciado Sa-grado Coração de Jesus, na Namaacha, onde estão em formação dez noviços. Ele se en-controu com jovens do Centro Juvenil, com os padres que vivem lá (Luís Piccoli e José Lopez) e ainda assistiu a uma partida de futebol entre noviços e CJ. Celebrou missa, rezou terço. O provincial falou também dos desafios da Visitadoria: insuficiência de pes-soal (SDB); falta de pessoal formado e sus-tentabilidade. Ao final da visita, ele concluiu,

entre outras coisas, que o Noviciado é bem dinâmico e que lá a vivência da vida religiosa é exemplar.

Provincial visita Noviciado da Namaacha

Repórter Salesiano

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19 Boletim Salesiano

Entre os dias 26 e 29 de março, o Provincial Sale-siano da Visitadoria Maria Auxiliadora, Pe. Marco Biaggi, realizou vista canónica à Paróquia São José de Lhanguene e às suas obras sociais e edu-cacionais. Entre as muitas atividades desenvolvi-das, Pe. Marco encontrou-se com o Pároco, Pe, Manuel Leal, e coms os demais sacerdotes e leigos daquela missão: padres Pedro Meia, Lucas Escova e Miguel Ángel Delgado, o Ir. Coadjutor Joaquim Gomes e o seminarista Albertino Julai Coutinho. Pe. Marco conheceu o Lar São José (internato), a Escola Comercial, o Centro de Formação Profis-sional, Oratórios Festivos e a Comunidade Beata Anuarite. O Provincial esteve também com outros

grupos da Família Salesiana, como Catequistas e membros da Associação de Maria Auxiliadora (ADMA). A visita encerrou-se com a procissão e missa do Domingo de Ramos.

Visita canónica agita Missão de São José de Lhanguene

Entre os dias 22 e 24 de Abril, a Sra. Andreas, chefe da Organização de Desenvolvimento do governo austriaco, foi visitar o projecto que o seu governo, com a ajuda da ONG salesiana Junged Eine Welt, realiza na missão de Moatize há varios anos. Ela conheceu o projecto quando não existia nada e, agora, após vários anos de tra-balho da equipa técnica da Missão de Moatize, viu o fruto de tantos anos de trabalho. Ela viu e ouviu sobre como os camponeses cresceram em conhecimento de novas técnicas agropecuárias, assim como o benefício económico que foi para a economia familiar de cada um. A visita ter-minou com um encontro geral em Inhangoma,

Representante da Austria visita projeto em Moatize

do qual participaram representantes dos 1.068 beneficiários de todas as comunidades onde o projecto é uma realidade.

Repórter Salesiano

Com a participação do Delegado Provincial para a Comunicação Social da Visitadoria Maria Aux-iliadora de Moçambique, Pe. Rogélio Arenal, aconteceu no dia 20 de Junho, na sede Visitadoria em Maputo, o Encontro Inspetorial dos Comuni-cadores Sociais.O encontro foi aberto pelo Provincial, Pe. Marco Biaggi, que relembrou um pouco a estrutura da CS da Visitadoria, falando da necessidade de se criar condições para que ela seja mais rápida, sob a pena de se perder seu sentido. Entre os assuntos da pauta, avaliaram-se as publicações inspectori-

ais de CS: BS impresso e a recém-criado News-letter Boletim Salesiano. Após o encontro, foi criado o Grupo de CS no WhatsApp.

Comissão de CS avalia projetos de 2015

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20 Boletim Salesiano

Entre os dias 15 e 19 de Abril, o provincial Salesiano, Pe. Marco Biaggi, esteve na Comunidade Salesiana da Moamba para uma visita canónica. Os salesianos que lá atuam são os padres André Kalonji, Luís Gonzaga Belo, Jorge Bento e Ar-lindo Matavele, além do irmão coadjutor Francisco Oliveira e dos seminaristas Albertino Khinguilosse e Gilberto Man-damule. As comunidades educativo-pastorais desta presença são: Pré-Noviciado, Escola Profissional, Internato e Oratório Festivo. Durante a visita, o Provincial se encontrou com os religiosos, ouviu os leigos, funcionários e professores da Es-cola Profissional, analisou balanços financeiros, conheceu o

Provincial participa da reunião da CIF na comunidade da Moamba

Programa de Vida Comunitária e ainda participou de reunião da Comissão In-spetorial de Formação (CIF).

A visita canónica do Pe. Marco Biaggi, Provincial Salesiano, à comunidade de Matundo, em Tete, acorreu de 24 a 30 de Abril. Lá vivem os padres André Kazembe, diretor; Filipe Ajuda, vigário; Alfiado Francisco, ecônomo; e Sanon Mu-rula, tirocinante. Também integram a comunidade dois voca-cionados: Olívio e Sérgio As obras educativo-pastorais desta presença são: Escola Profissional Dom Bosco, Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição; e Oratório Festi-vo. Neste período, o Provincial encontrou um ambiente de alegria, pois os oratorianos da casa e os de Moatize estavam a disputar campeonatos desportivos. Pe, Marco visitou tam-bém a Paróquia Salesiana de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Zobuè, na divisa com o Malawi.

Campeonato desportivo marca visita canónica a Matundo

A Escola Primária Completa São João Batista de Moatize, na província de Tete – uma das obras salesianas de Moçambique – foi escolhida para abrir as comemorações do Dia Mundial da Saúde Oral de 2015, dia 20 de março. Promovida pelo Ministério da Saúde, em parceria com o Minis-tério da Educação, a campanha deste ano teve por lema “Criança sorridente, escola feliz”. As festividades aconteceram no campo de futebol da Missão Salesiana e reuniram mais de mil crian-ças, entre alunos de escolas do distrito, além de funcionários e pais de alunos.A cerimônia contou com a participação do gover-nador da Província de Tete, Paulo Auadi, da repre-

sentante do Ministério da Saúde, Marta Domin-gos, e da administradora do distrito de Moatize, Elsa da Barca, entre outras autoridades civis e militares.

Escola Salesiana abre Dia Mundialde Saúde Oral

Repórter Salesiano

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21 Boletim Salesiano

O Instituto Superior Dom Bos-co (ISDB) inaugurou, no dia 25 de março, sua nova Oficina de Mecânica. A solenidade contou com a presença do Ministro da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Jorge Olímpio Penicela Nham-biu, da representante do gov-erno de Flandres – responsável pela construção e equipamentos da oficina – Geraldine Reyme-nants, do provincial dos Sale-sianos em Moçambique, Pe. Marco Biaggi, do diretor geral do ISDB, Pe. José Ángel Rajoy Troitiño, além de outras auto-ridades civis e militares, bem como de professores, alunos e funcionários do Instituto.A Oficina vem agregar valor aos cursos já oferecidos pela insti-tuição, cujo objetivo inicial de

ISDB aumenta qualidade de cursos com nova Oficina de Mecânica

criação foi a formação de pro-fessores e gestores para a Edu-cação Profissional. Aprovado pelo decreto nº51/2006 o ISDB oferecia o grau de bacharela-to. Com a Lei nº 27/2009 (lei do Ensino Superior) refez sua grade curricular segundo a nova lei e o novo Regulamento do

Quadro Nacional de Qualifica-ções do Ensino Superior. Os no-vos currículos foram aprovados pelo Ministério da Educação em 2013. Os cursos oferecidos são: Licenciatura em Educação nas áreas de Contabilidade e Gestão, Recepção e Guias Turísticos, Mecânica e Eletricidade.

Os professores Itelvina Andrade e Halénio Nuaila, do Instituto Su-perior Dom Bosco (ISDB), o Pe. Alfiado Francisco e o seminar-ista Bélgio Paiva participaram do Congresso Internacional da Ped-agogia Salesiana, realizado en-tre 19 e 21 de Março, em Roma, cujo tema foi “Com Dom Bosco Educador dos Jovens do nosso Tempo”. O Congresso foi orga-nizado pela Universidade Pon-tifícia Salesiana (UPS) e contou com a participação dos diversos ramos da Família Salesiana e del-egados do mundo inteiro, reun-indo cerca de 300 delegados. O congresso foi aberto pelo Reitor-Mor, Pe. Ángel Fernández Ar-

time, que enfatizou a importância do evento, num contexto em que se celebram os 200 anos do nas-cimento de Dom Bosco. “Dom Bosco continua a ser a inspiração

de todo nosso trabalho”. Pe. Ar-time reafirmou seu compromisso e de toda a congregação com a educação, sobretudo dos jovens, com base no Sistema Preventivo.

Moçambicanos participam de Congresso Salesiano em Roma

Repórter Salesiano

Representantes de Moçambique no Congresso Salesiano de Roma posam com Reitor-Mor, Pe. Ángel Fernández Artime, durante pausa de palestras

Ministro Jorge Olímpio Nhambiu descera placa alusiva a inauguração da nova Oficina de Mecânica do Instituto Superior Dom Bosco, dia 25 de Março

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22 Boletim Salesiano

A contagem regressiva já começou: pouco mais de 180 dias para o VIII En-

contro Mundial das Famílias, que acontecerá entre os dias 22 e 27 de setembro, na Filadélfia (EUA). O Papa Francisco já confirmou pre-sença na abertura do encontro e, de acordo com o arcebispo da Filadé-lfia, Dom Joseph Chaput, O.F.M, são esperadas entre 10 mil a 15 mil fiéis, número que pode aumentar até lá. O tema oficial do encontro é “O amor é a nossa missão: a famí-lia plenamente viva”. Um slogan, disse Dom Chaput, construído so-bre as palavras de Santo Irineu: “A glória de Deus é o homem vivo”.Em suma, um tempo de preparação para o encontro em nome da famí-lia e para gritar ao mundo as pala-vras do Papa Francisco: “A família é realmente o motor da história e da humanidade”. É um momento muito importante, não somente para rezar e apresentar as necessi-dades das famílias à Virgem Maria, mas também para refletir e apro-fundar sobre a realidade cotidiana de vida em família.É recorrente entre educadores, psicólogos, sociólogos e outros especialistas a responsabilidade da família na formação do cidadão, servindo de apoio no processo de adaptação e educação, para se viver em sociedade. Uma boa ed-ucação no seio familiar, uma boa convivência com os pais, garante uma base sólida e segura para o enfrentamento das adversidades, bem como para se adquirir o ama-durecimento social.Ao falar sobre o Encontro das Famílias da Filadélfia, o cardeal Dom Vicenzo Paglia, presidente

do Pontifício Conselho para a Família, lembrou as mudanças pelas quais a instituição familiar vem passando. “Desde o início do processo de industrialização, a so-ciedade sofre transformações que resultam mudanças na estrutura fa-miliar. Com o ingresso da mulher no mercado de trabalho diminuiu o tempo disponível para o convívio da mãe para com filho, que antiga-mente, dedicava exclusivamente à formação dos filhos. Essa ausência familiar gera graves consequên-cias na formação, dentre elas, o individualismo, o egocentrismo, as vaidades, a acomodação, às di-versões eletrônicas, dentre outras, que fragiliza a estrutura familiar”.O ex-ministro Desenvolvimento Social e Combate à Fome, do Brasil, Patrus Ananias, disse em um de seus pronunciamentos: “A banalização do consumismo e da sexualidade é um desserviço para a formação dos jovens e influencia diretamente na formação da famí-lia. Esta desconstituição tem muito a ver com a mídia e a propaganda, que em nome do consumo não se tem nenhum pudor em despertar

além do razoável, de uma forma desrespeitosa, a sexualidade das crianças”.Por isso, um bom aliado dos pais é a formação escolar, que antes desempenhava uma ação educado-ra profissional e hoje é formadora também da consciência cidadã dos jovens e crianças. A escola é con-siderada a extensão da família e, trabalhando juntas, as duas insti-tuições desempenham o papel de educadores. É nos dois contextos que se desenvolve a sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico das crianças e jovens.Mas, para que tal seja possível, é necessário que os pais possam ter opções por escolas cujo projeto educativo seja consistente com o padrão de valores originalmente transmitido na família. Também é necessário que os professores possam criar (ou aderir a) projetos educativos de qualidade em que os pais acreditem e possam escolher. Isto é, tem de existir liberdade de aprender e de ensinar. Essa é a base da interação família/escola e, con-sequentemente, da melhor forma-ção dos cidadãos de hoje.

Família plenamente viva: tema do encontro mundial nos EUA

Família que Educa

Papa Francisco abençoa criança apresentada por família em visita ao Vaticano

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23 Boletim Salesiano

No dia 01 de Maio, como já é tradição, a co-munidade salesiana do Noviciado Sagrado Coração de Jesus, na Namaacha, convocou

os jovens para celebrarem juntos a Páscoa. No tem-po de acolhimento, a comunidade preparou um chá para os participantes. Às 8h30 iniciou o encontro. No campo do Centro Juvenil, os noviços animaram os jovens com cantos e danças que permitiram criar um ambiente de família e de festa entre os partici-pantes. Em seguida, houve as apresentações e o grupo se deslocou para o salão, onde aconteceu a celebração penitencial com as confissões, preparada e animada pelo formador dos noviços, Pe. Luís Gonzaga Piccoli.

O ponto alto do encontro foi a Eucaristia, cuja celebração foi presidida pelo Vigário da Visitadoria Maria Auxili-adora e Delegado para a Pastoral Juvenil, Pe. Francisco Pescador Hervás, celebração que foi devidamente preparada e ensaiada, sobretudo os cânticos. Fazendo referência ao ambiente pascal, o celebrante destacou a figura de São José Operário como homem de fé e justo, convidando os jovens a viverem a experiência de fé na vida de cada dia, particularmente no trabalho, fazendo-o com amor.Depois da Eucaristia houve um momento de descanso e jogos. Ao voltar ao salão, a comunidade organizou uma rifa entre os jovens e só depois começou a reflexão do encontro: a confiança em Deus. Pe. Piccoli, servindo-se do filme intitulado “Enfrentando gigantes”, transmitiu aos jovens a mensagem pascal “Não temáis”, pois nada é impossível ao lado de Deus.Depois desta reflexão, o grupo partilhou o almoço e mais jogos desportivos aconteceram, prolongando-se por toda a tarde. O encontro terminou com o convite à oração do Terço às 18 horas naquele primeiro dia do mês de Maio.

Páscoa jovem anima Noviciado Sagrado Coração de Jesus

A comunidade do noviciado e filosofado de Kan-sebula, no Congo, iniciou o período pascal com a presença do Senhor Ressuscitado, que continua a se manifestar à sua comunidade de discípulos – Igreja dos novos tempos, com um retiro espiritual. O retiro começou no Domingo da Ressurreição e terminou dia 11 de Abril. O tema foi as “As Bem-aventuran-ças”, inspirado no ano da Vida Consagrada, aberto pelo Santo Padre no ano passado. O retiro foi prega-do pelo padre Jerônimo, franciscano e professor de Filosofia em Kansebula. Terminado o retiro e tam-bém período de férias, os estudantes retornaram às aulas no dia 13 com um olhar para o final do ano. É o último período do ano em que cada estudante redobra suas energias e se empenha ao máximo para terminar bem o ano; entregar os trabalhos elabora-dos e já se preparar para os exames.

Por Ângelo Nhantumbo (no Congo)

Seminário de Kansebula, no Congo,promove retiro pascal-2015

Deus Chama

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24 Boletim Salesiano

Um encontro de Tirocinantes (assistentes salesianos) da Visitadoria Maria Auxiliadora realizou-se no dia 13 de Junho, na Comunidade São Domingos Sávio, na Matola (Maputo). A abertura foi feita pelo Provin-cial Salesiano no país, Pe. Marco Biaggi. No encon-tro, houve fortes momentos de partilha sobre as ex-periências assistenciais e de vida fraternal. Na mesma ocasião, também foi estudado e refletido o tema de “Fidelidade à Vocação Salesiana”, orientado pelo Pe. Donatien Mambepa, Director comunidade. Ele falou sobre os “Atos do conselho geral da Sociedade Sale-siana nº 410” do Pe. Francisco Cereda, vigário do Re-itor-Mor. Por fim, persistiu-se

Tirocinantes refletem sobre fidelidade vocacional

que cada um fosse feliz e fizesse esforço para perceber a vocação como um dom. Por Ir. Paulino Viana

Vocacionados fazem formaçãona Namaacha, em Maio

Nos dias 02 e 03 de Maio, 20 jovens das comunidades de Namaacha, Goba,

Nossa Senhora da Assunção, São Francisco de Assis e Bom Pas-tor participaram de um encontro de vocacionados organizado pelo Noviciado Sagrado Coração. Os jovens, depois de terem partilhado a Páscoa Jovem, dormiram nas sa-las do Centro Juvenil. No sábado participaram, junto da comunidade do Noviciado, da Eucaristia con-clusiva do encontro dos religio-sos, que teve lugar no Santuário de Nossa Senhora de Fátima.

Em seguida, o director do Novi-ciado, Pe. Luís Gonzaga Piccoli fez uma breve reflexão, na qual a preo-cupação maior foi o cuidado com a vida, a partir da consciência da vida como dom de Deus. Ele convidou os jovens a viverem profundamente e com alegria a vida na entrega aos outros.

À tarde, os jovens encontraram-se com o Pe. Francisco Pescador, Delegado da Pastoral Juvenil Sale-siana. O sacerdote encorajou os jo-

vens a viverem o dia-a-dia como experiência de encontro, apro-fundando nas pequenas coisas, comprometen-do-se a fazer o bem em todo momento com gestos simples, concluindo que não se pode son-har ser salesiano quem não sabe ajudar e entregar-se no dia-a-dia.Logo a seguir, Pe. Piccoli colocou o filme da vida do profeta Jeremias, proporcionando oportunidade de diálogo sobre a vocação de cada um, o chamado de Deus e as ex-igências da resposta. Concluída a reflexão, os jovens tiveram um mo-mento de desporto e higiene pessoal até o momento da oração. Rezaram o terço e a seguir as vésperas.

Depois do jantar e orientados pe-los noviços, o grupo teve um bo-nito momento de expressão cultural com teatro, dança e poesia, quando

puderam exprimir a alegria e famil-iaridade que se respirou todo o dia.No domingo, os jovens participa-ram da celebração eucarística na comunidade de Maria Auxiliadora, presidida pelo Pe. Pescador. O en-contro encerrou-se com a refeição do domingo. A presença e animação dos noviços foi sem dúvida um el-emento fundamental para o sucesso do encontro. Os jovens vocaciona-dos manifestaram gratidão pela ex-periência vivida e retornaram às suas casas com algum material para o trabalho pessoal e o coração encora-jado para seguir os passos de Jesus.

Deus Chama

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25 Boletim Salesiano

No dia 25 de Maio, o Oratório do Centro Juvenil do districto da Namaacha abriu festivamente o Campeonato Desportivo dedicado ao Mês Mariano. A abertura foi feita pelo Pe. José Lopes, que destacou a importância e o cuidado que se deve ter para com o próximo, ou seja, para com o irmão com o qual se procura partilhar a experiência não apenas de comunidade, mas social e desportiva também. Ele concluiu a abertura di-zendo: “amados adolescentes e jovens, nesse ambiente, pro-curemos criar um clima onde deve reinar a paz, a alegria e acima de tudo o respeito entre todos”.

Campeonato desportivo movimenta Oratório do Centro Juvenil da Namaacha

Nas meias finais a Imperadores e Chigunfo se enfrentam e Imperadores derrotaram a equipa adversária por 19 a 0.

Movimento Juvenil Salesiano

Pe. Piccoli destaca que campeonato não é sim-plesmente levantar o troféu, mas formar moral de cada atleta.

ISDB leva voluntários à Escola Primária Completa Unidade 6

O Instituto Superior Dom Bos-co (ISDB) iniciou sua ativi-dade com os voluntários em 2015, no final do mês de Abril, na Escola Primária Completa Unidade 6 (EPC U6), no bairro Luís Cabral, em Maputo. No dia 01 de Junho, por volta das 8h30min, aconteceu o início da marcha das crianças partindo do ISDB até a EPC U6. As ativi-dades foram realizadas em duas etapas: na parte da manhã, com três voluntários e na parte da tade, seis voluntários.Enquanto as crianças camin-havam, os voluntários aguarda-vam na escola, preparando a ani-

mação cultural, junto com a direcção da EPC U6, bem como de seus professores e funcionários. Devido às ac-tividades aca-démicas, a maioria dos v o l u n t á r i o s chegou à festa por volta das 10h. Mas, desde que se fizeram presente naquele espaço, eles animaram e brincaram com as crianças ali presentes, princi-palmente as que não estavam

integradas nos pequenos grupos de concursos previamente cria-dos pela direcção da escola.A animação dos voluntários foi desenvolvida do seguinte modo: reuniram-se todas as crianças

POR HÉLIO FERNANDO LANGA

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Internato da Domingos Sávio é só alegria nas noites de convívio social

Os 36 internos da Escola Profissional Domingos Sávio de Inharrime já se acostumaram: nas noites de sábado e domingo, quando estão dispensados das tarefas escolares, passam o tempo dedicado ao convívio de forma saudável e criativa. Eles se utilizam do teatro, da dança e da música para transmitir mensagem sobre tudo que vivencia-ram durante a semana. E a criatividade é muita.

Movimento Juvenil Salesiano

que não estavam integradas nas actividades no alpendre da esc-ola e com a ajuda dos professo-res trouxeram duas bacias com água, que serviram de base para diversos jogos de competição entre rapazes e raparigas. Todos os participantes, independente-mente de terem ganhado ou não o jogo, tiveram direito a receber um doce. Ajudaram também a organizar os alunos que iriam receber o lanche, em salas de aulas separdas. Nas salas fiz-eram uma fila só de rapazes e outra de raparigas. A fila tinha forma de comboio, sendo que a cabeça do comboio era um vol-untário que os ia distribuindo em grupos de 50 alunos, nas salas indicadas pela direcção da escola.Uma vez distribuidas e anima-das, as crianças mantiveram-se

nas salas indica-das com um ou mais voluntários e um professor. A brincadeira criada pelos vol-untários atingiu o topo depois do lanche, quando um deles vestiu-se de palhaço e animou todas as salas. Este mo-mento arrancou o sorriso não só das crianças, mas também de todos que ali estavam.Por fim, os voluntários ajuda-ram a distribuir brindes aos alu-nos que tinham comprado a rifa organizada pela direcção da es-cola. Os alunos que tinham rifa foram reunidos em salas separa-das, para receberem os brindes

da escola e os dos voluntários, como balões, doces, pipocas e apitos. A festa terminou por volta das 14h.

Na base do improviso, dependendo do número de participantes e da plateia, os adolescentes e jovens são capazes de criar peças teatrais sobre a vida cotidiana, ambiente familiar, mercado de trabalho, numa demonstração de maturidade avançada para a pouca idade que têm. É Dom Bosco guiando seus jovens ainda hoje.

Hélio Fernando Langa é secre-tário Pastoral Juvenil da Visita-doria Maria Auxiliadora

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Movimento Juvenil Salesiano

Após dois meses de jogos, campeonato em Inharrime chega ao final

Três escolas da vila de Inharrime participaram do Campeonato de Desporto que começou no dia 08 de Março e se prolongou até 03 de Maio. Foram elas: Escola Secundária Laura Vicuña, Es-cola Secundária 04 de Outubro e Escola Profissional São Do-mingos Sávio. A equipa campeã foi a da Escola Secundária 04 de Outubro, com 16 pontos. A premiação ocorreu no início do mês de Junho.

Cerca de 60 jovens participaram do Curso de Animadores, realizado na Comunidade São Domingos Sávio, na Ma-tola (Maputo), nos dias 13 e 14 de Junho, cujo tema foi “Líderes no Espírito de Dom Bosco”. Provenientes das diversas casas salesianas em Maputo, os jovens trocaram experiências e receberam formação não só como líderes de grupos, mas também para a vida diária. O primeiro momento foi orientado pelo professor André Máximo, do Instituto Superior Dom Bosco (ISDB), que falou so-bre “Exercício da Liderança”; o segundo tema, “O Evan-gelho de alegria, uma leitura missionaria”, foi debatido por Ir. Bendita Mpate; o terceiro tema foi “Com Dom Bosco, com jovens: Carisma protagonismo e serviço”, dirigido por Ir. Ivone Zandamela, ambas FMA. Além da formação, houve também momentos de recreação, com jogos e muita música.

Jovens participam de curso para animadoresPOR IR. PAULINO VIANA

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Missões em Moçambique

AEscola Profissional Do-mingos Sávio, em Inhar-rime, província de In-

hambane é uma das oito Missões Salesianas de Moçambique. Ela foi inaugurada em 2002, pelo então presidente da República, Joaquim Alberto Chissano, e recebeu as bênçãos do bispo de Inhambane, Dom Alberto Setele. Tem uma história relativamente recente, principalmente se com-parada à presença salesiana no país, que começou em 1907 e foi interrompida em 1913 para só recomeçar em 1952. Os alunos têm entre 15 e 18 anos.

A Missão de Inharrime foi devi-damente preparada pelos Sale-sianos, tanto assim que logo de-pois da inauguração começaram os cursos profissionalizantes. E eles iniciaram-se num ano particularmente especial para o país: o da reforma do ensino técnico profissional. Foi funda-mental o apoio que a Sociedade Salesiana teve dos parceiros internacionais, como, naquele caso específico, da Cooperação Espanhola, e dos parceiros do governo moçambicano que inve-stiram na Rede Salesiana e esta pudesse abrir mais escolas pro-fissionais, para responder à de-manda de ensino técnico no país.

Tendo por Director Pe, Adolfo Sarmento a Escola Profissional Domingos Sávio mantém cur-sos de Eletricidade, Construção Civil (formação de pedreiros e serventes), Serralheria Mecânica e Carpintaria (com foco princi-

pal em marcenaria). A proposta é que os alunos saiam sabendo gerir uma oficina. Este ano, são 275 alunos matriculados, dos quais 45 são do sexo feminino e 230 masculinos. São 26 professo-res docentes e dez não docentes.

Mais que acrescentar conhecimentos, formar cidadãos; lema da Missão de Inharrime

Professores mantêm atenção de estudantes nas teóricas com programa de ensino actualizado e que despertam interesse em cada disciplina específica

Aula prática do curso de Serralheria Mecânica prende atenção dos alunos, ocupando grande parte do tempo em actividades pedagógicas e estudos

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Missões em Moçambique

O Lar de São José é uma das obras que compõem a Missão Salesiana de São José de Lhanguene, fundada e erigida canonicamente em 1957. O Lar localiza-se no bairro de Cha-manculo C, na cidade de Mapu-to. Tem por diretor o Pe. Lucas Romão Escova e por coordena-dor de trabalhos o Tirocinante Albertino Julai Coutinho. O Lar acolhe crianças e adolescentes entre 11 e 17 anos, a maioria ór-fãos ou que foram abandonados pelos pais.

“Nas últimas pesquisas que fizemos constatamos que mui-tas dessas crianças são filhas de pais que vão trabalhar fora, na África do Sul, por exemplo, e não têm com quem deixar os filhos; há também os pais que não assumem os filhos, mas há os que não conseguem criar os filhos por falta de recursos. Em qualquer dessas circunstâncias, nós as acolhemos”, esclarece Albertino.

A obra social tem capacidade para 65 crianças e este ano es-tão matriculados 64. Lá, elas participam de atividades recre-ativas e de formação religiosa. Estão divididas em dois grupos: as que cursam a escola primária

(6ª e 7ª classe) são entregues às Ir. Franciscanas Hospitaleiras, na Escola Primária Rainha So-fia. Os demais vão para Escola Comercial, outra unidade da Missão Salesiana de São José de Lhanguene, para estudar Contabilidade.

Lar de São José: obra que acolhe menores em situação de vulnerabilidade social

Há, porém, algumas crianças que se destacam das demais, tan-to em comportamento como em aproveitamento escolar que são encaminhadas à União Geral de Cooperativas (UGC), para um período de três anos. De lá saem com o ensino médio concluído

Com o Provincial, acima, internos fazem festa na quadra de desporto...enquanto na hora da refeição o convívio social deixa adolescentes sérios

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Missões em Moçambique

A Missão Salesiana em Moatize, na Província de Tete, é compos-ta pela Paróquia São João Bap-tista, pela Rádio Comunitária Dom Bosco, as Escola Paroqui-ais São João Baptista (sede) e a de São Carlos de Lwanga. As três formam uma Zona de In-fluência Pedagógica (ZIT). Elas contam com um diretor, Pe. An-tónio Ernesto, 53 funcionários: dez homens e 43 mulheres.

Essas escolas sob a direção dos Salesianos oferecem as sete classes iniciais de ensino. Na São João Baptista, este ano, estão matriculadas 1.600 crian-ças. Na São Carlos de Lwanga 725 e na Cachoeira 485, totali-zando 2.810 alunos, nos turnos da manhã e tarde. A idade dos alunos varia entre 07 a 15 anos.As três unidades têm 14 sa-las e comportam em média 60 alunos em cada sala. Isso só já seria motivo de orgulho se as crianças não tivessem de as-sistir aulas sentadas no chão. As salas não têm carteiras, ape-nas algumas. Sem contar que a sede está em avançado estado de degradação.Nem por isso as crianças se empenham menos ou faltam às

Escolas Salesianas de Moatize, mesmo sem infraestrutura, são modelo em ensino

aulas e quando o fazem, geral-mente é por doença, o que não é incomum. Nem os professo-res são mais acomodados di-ante desta situação. Estão lá to-dos os dias, exceto pelo mesmo motivo das crianças: doença.

Apesar disso, a Escola Pa-roquial São João Batista é considerada das melhores de Moatize, não só pelo nível de ensino que oferece aos alunos, como também pela formação humanística e religiosa.

Salas não têm carteiras obrigando crianças a assistirem aulas no chão

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A Congregação Salesiana de Moçambique perdeu um de seus padres mais jovens. Joaquim de Jesus Miguel

Bambo, nascido a 27 de Agosto de 1972, faleceu no dia 1º de março, no Hospital Agostinho Gemelli em Roma, em consequência de um câncer no cérebro, do qual se tratava desde dezembro de 2014. Padre Bambo, como era conhecido, tinha 42 anos e estudava Comunicação Social na Uni-versità Pontifícia Salesiana (UPS). O funeral aconteceu em Tete, província de Moatize, no dia 14, sendo acom-panhado por mais de mil pessoas. Todo um ritual foi feito ao baixar o caixão à sepultura, quando os pais, irmãos e familiares, além de muitos jovens joga-ram terra sobre a campa e plantaram, simbolicamente, flores nela.

As mesmas centenas de pessoas par-ticiparam antes da missa de corpo presente presidida pelo bispo da Dio-cese de Moatize, dom Inácio Saure, na Paróquia São João Batista de Tete, e concelebrada pelo superior dos sale-sianos da Visitadoria Nossa Senhora Auxiliadora, padre Marco Biaggi. Também participaram diversos sac-erdotes salesianos e de outras con-gregações e muitos jovens. A igreja foi pequena para comportar o grande número de fiéis presentes nas homena-gens prestadas ao padre Bambo que, nas palavras de dom Inácio, “morreu no vigor da juventude e estava se dedi-cando aos estudos, porque ainda tinha muito por fazer”.

Muitas foram as manifestações de pesar pela morte de padre Bambo, a começar pela missa de exéquias, pre-sidida pelo Reitor-Mor, padre Angel Fernandez Artime, no dia 5, na capela da UPS, concelebrada por mais de 200 sacerdotes. Participaram da celebra-ção colegas da faculdade, médicos e funcionários do hospital Gemelli e a embaixadora de Moçambique na Itália, Carla Elisa Luis Micavi.Segundo padre Francisco Pescador, vigário da Visitadoria Maria Auxili-adora de Moçambique, que também participou da celebração em Roma, quando estava organizando os per-

tences de padre Bambo para entregar à família, encontrou uma nota datada de 28 de Janeiro deste ano escrita pelo próprio sacerdote, após a cirurgia e já no agravamento da doença, quando fora informado da irreversibilidade da situação.

Dizia a nota: Um tempo de graça de Deus e de gratidão por este momento de doença, que se transformou em tem-po de oração. O nosso Deus é surpresa e providência; deu-me a oportunidade de uma experiência única, experiência de fragilidade. Ser operado em dia de sexta-feira, aprender a desplanificar e a colher com fé, com o fim do ano, as surpresas de Deus, afinal, tudo é dele. Somos mais frágeis do que pensamos. Sou dele, como salesiano SDB há 20 anos, celebrando o 200º aniversário de Dom Bosco, celebrando o Ano da

Vida Consagrada, celebrando o ano de Santa Teresa de Jesus, aprender a laisser faire – deixar fazer – com os médicos e leigos que me tratam como um bambino – menino – mudando-me de fraldas cada dia.

Tantas pessoas que rezaram por mim e a tantas delas nem conheço. Tor-nei-me centro de peregrinação e de oração. Exigiu coragem. Vi um alto funcionário de banco junto de mim que não aceitava fazer as coisas nas fraldas e depender. Foi mesmo uma escola. As várias visitas dos irmãos da comunidade da UPS, dos colegas da faculdade, das irmãs das diversas congregações e dos irmãos de Pisana (Casa Geral). Por isso digo: mesmo que tenha de atravessar vales ten-ebrosos não temerei, porque o Senhor é meu pastor.

Morte de Pe. Bambo deixa lacuna no clero Salesiano de Moçambique

Geral

Pe. Bambo, com seu sorriso constante, deixa saudade entre os jovens

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Paróquia São José de Lhanguene,primeira obraSalesiana em Maputo