boletim o pae - novembro 2016

4
1 A felicidade é uma atraente sensação que experimentamos de euforia, uma percepção exuberan- te; todavia ela não ocorre em con- dições contínuas e permanentes, porquanto felicidade não é o mesmo que eu- foria. Alguns procuram estados eufóricos sob efeito dos fármacos psicoativos. Em verda- de, se a felicidade não for simples, se ela for ornada em excesso, inchada de coisas inú- teis, nesse caso não é felicidade, é apenas ilusão. Há pessoas que creem que a felicidade é a posse de bens materiais. Dinheiro, realmente produz uma certa euforia, porém, muito rápida, muito momentânea, muito episódica, fugaz. O endinhei- rado entra em processo obsessivo ao imaginar que a consumolatria e a posse contínua de bens é que vão deixá-lo feliz. Porém, o que ocor- re normalmente é que ele vai ficar em estado de vazio existencial e de pungentes ansiedades. É bem verdade que o dinheiro em si não é desprezível, mas ele não é suficiente para a realização pessoal. O equívoco está quando se procura a felicidade naquilo que é secundário, em vez de procurá-la na sua fonte primária, que é o que de fato nos dá autenti- cidade para usufruir a felicidade. Os benfei- tores espirituais afir- mam que ainda não podemos desfrutar de completa felicidade na Terra. Por isso que a vida nos foi dada como prova ou expiação. De cada um de nós, porém, depende a suavização dos próprios males e o sermos tão felizes quanto possível na Terra. A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desventura de outro. Nenhuma so- ciedade é perfeitamente feliz, e o que julgamos ser felicidade quase sempre camufla penosos desgostos. O sofrimento está em todos os luga- res. As amarguras são numerosas, porque a Terra é lugar de expiação. Quando a houvermos transformado em morada do bem e de espíritos Informativo Mensal do Posto de Assistência Espírita - Ano II, Número 16 - Novembro/2016. O que é essa tal felicidade ? Editorial Jorge Hessen

Upload: o-pae-pae

Post on 11-Jan-2017

33 views

Category:

Spiritual


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Boletim O PAE -   novembro 2016

1

A felicidade é uma atraente sensação que experimentamos de euforia, uma percepção exuberan-te; todavia ela não ocorre em con-dições contínuas e permanentes, porquanto felicidade não é o mesmo que eu-foria. Alguns procuram estados eufóricos sob efeito dos fármacos psicoativos. Em verda-de, se a felicidade não for simples, se ela for ornada em excesso, inchada de coisas inú-teis, nesse caso não é felicidade, é apenas ilusão. Há pessoas que creem que a felicidade é a posse de bens materiais. Dinheiro, realmente produz uma certa euforia, porém, muito rápida, muito momentânea, muito episódica, fugaz. O endinhei-rado entra em processo obsessivo ao imaginar que a consumolatria e a posse contínua de bens é que vão deixá-lo feliz. Porém, o que ocor-re normalmente é que ele vai ficar em estado de vazio existencial e de pungentes ansiedades.

É bem verdade que o dinheiro em si não é desprezível, mas ele

não é suficiente para a realização pessoal. O equívoco está quando se procura a felicidade naquilo que é secundário, em vez de procurá-la na sua fonte primária, que é o que

de fato nos dá autenti-cidade para usufruir a felicidade. Os benfei-tores espirituais afir-mam que ainda não podemos desfrutar de completa felicidade na Terra. Por isso que a vida nos foi dada como prova ou expiação. De

cada um de nós, porém, depende a suavização dos próprios males e o sermos tão felizes quanto possível na Terra.

A felicidade terrestre é relativa à posição de cada um. O que basta para a felicidade de um, constitui a desventura de outro. Nenhuma so-ciedade é perfeitamente feliz, e o que julgamos ser felicidade quase sempre camufla penosos desgostos. O sofrimento está em todos os luga-res. As amarguras são numerosas, porque a Terra é lugar de expiação. Quando a houvermos transformado em morada do bem e de espíritos

Informativo Mensal do Posto de Assistência Espírita - Ano II, Número 16 - Novembro/2016.

O que é essa tal felicidade? EditorialJorge Hessen

Page 2: Boletim O PAE -   novembro 2016

2

............ Espaço da Codificação ............

“O Evangelho segundo o Espiritismo”Capítulo 5, item 10.

Os Espíritos não podem aspirar à completa felicidade, enquanto não se tenham tornado puros: qualquer mácula lhes interdita a entrada nos mundos ditosos. São como os passagei-ros de um navio onde há pestosos, aos quais se veda o acesso à cidade a que aportem, até que se hajam expurgado. Mediante as diversas existências cor-póreas é que os Espíritos se vão expun-gindo, pouco a pouco, de suas imper-feições. As provações da vida os fazem adiantar-se, quando bem suportadas. Como expiações, elas apagam as faltas e purificam. São o remédio que limpa as chagas e cura o doente. Quanto mais grave é o mal, tanto

mais enérgico deve ser o remé-dio. Aquele, pois, que muito so-fre deve reconhecer que muito tinha a expiar e deve regozijar-se à idéia da sua próxima cura. Dele depende, pela resignação, tor-nar proveitoso o seu sofrimento e não lhe estragar o fruto com as suas impaciências, visto que, do contrário, terá de recomeçar.

bons, deixaremos de ser infelizes, assim, enquanto houver um gemido na paisagem em que nos movimen-tamos, não será lícito cogitar a fe-licidade isolada para nós mesmos.

A nossa felicidade será natu-ralmente proporcional em relação à felicidade que fizermos para os

outros. Sim, a felicidade consiste na satisfação com o que temos e com o que não temos. Poucas coisas são necessárias para fazer o homem sábio feliz, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaz a um inconformado. Tenhamos certeza: a única fonte de felicidade está dentro

Page 3: Boletim O PAE -   novembro 2016

3

Livro: O ConsoladorPsicografia: Chico XavierEditora: FEB

Questão 240:

De algum modo, pode-se conceber a felicidade na Terra?

Se todo espírito tem consigo a noção da felicidade; é sinal que ela existe e espera as almas em alguma parte. Tal como sonhada pelo homem do mundo, porém, a felicidade não pode existir, por enquanto, na face do orbe, porque, em sua generalidade, as criaturas humanas se encontram intoxicadas e não sabem contemplar a grandeza das paisagens exteriores que as cercam no Planeta. Contudo, importa observar que é no globo terrestre que a criatura edifica as bases da sua ventura real, pelo trabalho e pelo sacrifício, a caminho das mais sublimes aquisições para o mundo divino de sua consciência.

Refletindo com EmmanuelRefletindo com Emmanuel

Em função do fracasso das reli-giões tradicionais, a morte tem sido vista ao longo dos séculos como algo pavoroso, que impõe medo e está sempre envolta pelo místico e sobre-natural. Este cenário até hoje não mu-

dou. Só com a revelação espírita, a morte, racionalmente, passa a ser aceita e compreendida. Na verdade, até mesmo entre espíritas vemos a presença do atavismo religioso levando a comportamentos automa-tizados e por vezes irracionais.

Nós, espíritas convictos, não podemos agir alheios aos ensina-mentos doutrinários.

O dia de finados é um exemplo de como a sociedade trata ina-dequadamente o assunto. É uma invenção do homem que mascara a verdade e procura “aliviar” sua consciência pela ausência no trato das coisas espirituais quando, por obrigação, num determinado e conve-niente dia, lembra-se dos “mortos” com alguma disciplina e oração e

Dia dos mortosFabiano Augusto

Page 4: Boletim O PAE -   novembro 2016

4

Conselho Diretor - Presidente: Wilson Barbosa / Vice-Presidente: Jorge HessenSecretária: Diomarsi Souza / 2.º Secretário: Josias da Silva

Tesoureiro: João BatistaConselho Fiscal - José Amin, Francisco Soares e Marcos Marques

Editores - Jorge Hessen e Fabiano AugustoSite - http://opaespirita.wixsite.com/opae Blog - http://paespirita.blogspot.com.br/

QNM 40 AE N.° 02, Taguatinga Norte/DF - Fone: (61) 3491-2552

Expediente

Sábados - 18 horasDia 5 - Jorge Hessen (PAE) Dia 12 - Gilberto Amori (PAE)

Dia 19 - Walid El Koury (Cantinho da Fé) Dia 26 - Fabiano Augusto (CEFE)

Quartas-feiras - 20 horasDia 2 - João Batista (PAE)

Dia 9 - Cirne Ferreira (FEB)Dia 16 - Maria Omilta (PAE)

Dia 23 - Arildo Marques (B. Menezes)Dia 30 - Angela Maria (E. Barsanulfo)

Quadro de Reuniões Públicas e Expositores do Mês de Novembro

durante o resto do ano continua a sua triste rotina materialista.Bittencourt Sampaio, espírito sábio, registra:(...) Dia de finados! A Igreja o inventou!Homens, cujo cérebro tem alguma coisa a pensar, fora da matéria;

espíritos lúcidos que não obedeceis exclusivamente aos impulsos da carne; almas sãs e boas que não viveis somente para essa vida objetiva – eu vos pergunto: - Compreendeis o dia de finados?

Se não o compreendeis, ou se não obedeceis a esse preceito irre-gular e até imoral, criado pela Igreja romana, é que bem sabeis que a saudade não tem dia, a dor não tem horas, o sentimento, o afeto não obedecem a calendários inventados para conspurcar o que possui a criatura de mais puro e delicado – a lembrança de um ser que se evo-lou, mas que a espera. (...)1

Morre o corpo, mero instrumento de experiência para o espírito que prossegue na caminhada evolutiva. Assim, o dia de finados deve ser visto como mais um dia em que devemos elevar nossos pensa-mentos a Jesus, orando pelos que já partiram para a verdadeira vida. Apliquemos a fé racional, aquietando nossos corações na certeza que tudo está amparado na Magnânima Misericórdia Divina.

Oremos, todos os dias pelos “mortos”!1Livro: Do calvário ao apocalipse, cap. 13 / Autor: Bittencourt Sampaio

Médium: Frederico Pereira da Silva Júnior / Editora: FEB