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Boletim da Junta de Freguesia Distribuição Gratuita Ano 23 - nº 84 - 1º Trimestre de 2012 Website | www.jfsminfesta.net Editorial PASSEIO ÀS CEREJAS 4 O EXEMPLO ANTÓNIO VILAÇA 3 CORTEJO CARNAVAL 2012 8 Um nobre dinamarquês levou muito tempo a regressar ao seu país, depois de uma peregrinação à Terra Santa. Na viagem soube de muitas histórias, entre as quais a da morte, na costa africana, de um nativo e de um marinheiro português. Aconteceu que, no contacto entre eles, as palavras lhes faltaram, e não entenderam os gestos um do outro. Então, em movimentos defensivos, mataram-se com as próprias armas. Um dia o cavaleiro teve desejo de ir mais longe, de ir até às terras desconhecidas que surgiam do mar. Então resolveu alistar-se nas expedições portuguesas que navegavam para o sul à procura de novos países. Veio a Lisboa e ai embarcou numa caravela que partia a reconhecer e a explorar as costas de África. Seguiram das margens do Tejo para as Canárias, onde pararam alguns dias. Depois continuaram viagem, aproximaram-se da terra africana, dobraram o Cabo Bojador e seguiram, à vista das costas desertas, queimadas pelo sol, sem árvores, e sem homens. Junto ao Cabo Branco ancoraram o navio num abrigo formado por altos penedos. Então homens de pele sombria, envolvidos em mantos flutuantes e montados em camelos, vieram à orla da praia negociar com os portugueses. E as caravelas continuaram a navegar para sul, muito para o sul. Uma brisa constante inchava as grandes velas e os mastros e os cabos gemiam docemente. Até que, para além das intermináveis costas nuas e vazias, sem árvores e sem sombra, surgiram as primeiras palmeiras. Depois de começarem a aparecer espessas e verdes florestas que cobriam toda a terra desde as praias brancas até aos distantes montes azulados. E dessas florestas surgiram homens nus e negros que embarcavam em pirogas e rodeavam os navios. Os marinheiros portugueses traziam ordem de se entenderem com eles. Mas isto era difícil. ...continua na página seguinte... “PALAVRAS EM VÃO”

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Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta

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Page 1: Boletim nº84

Boletim da Junta de Freguesia Distribuição Gratuita Ano 23 - nº 84 - 1º Trimestre de 2012

Website | www.jfsminfesta.net

Editorial

PASSEIO ÀS CEREJAS 4 O EXEMPLO ANTÓNIO VILAÇA 3

CORTEJO CARNAVAL 2012 8

Um nobre dinamarquês levou muito tempo a regressar ao seu país, depois de uma peregrinação à Terra Santa. Na viagem soube de muitas histórias, entre as quais a da morte, na costa africana, de um nativo e de um marinheiro português. Aconteceu que, no contacto entre eles, as palavras lhes faltaram, e não entenderam os gestos um do outro. Então, em movimentos defensivos, mataram-se com as próprias armas.

Um dia o cavaleiro teve desejo de ir mais longe, de ir até às terras desconhecidas que surgiam do mar. Então resolveu alistar-se nas expedições portuguesas que navegavam para o sul à procura de novos países. Veio a Lisboa e ai embarcou numa caravela que partia a reconhecer e a explorar as costas de África. Seguiram das margens do Tejo para as Canárias, onde pararam alguns dias. Depois continuaram viagem, aproximaram-se da terra africana, dobraram o Cabo Bojador e seguiram, à vista das costas desertas, queimadas pelo sol, sem árvores, e sem homens. Junto ao Cabo Branco ancoraram o navio num abrigo formado por altos penedos.

Então homens de pele sombria, envolvidos em mantos flutuantes e montados em camelos, vieram à orla da praia negociar com os portugueses. E as caravelas continuaram a navegar para sul, muito para o sul. Uma brisa constante inchava as grandes velas e os mastros e os cabos gemiam docemente. Até que, para além das intermináveis costas nuas e vazias, sem árvores e sem sombra, surgiram as primeiras palmeiras.Depois de começarem a aparecer espessas e verdes florestas que cobriam toda a terra desde as praias brancas até aos distantes montes azulados. E dessas florestas surgiram homens nus e negros que embarcavam em pirogas e rodeavam os navios.Os marinheiros portugueses traziam ordem de se entenderem com eles. Mas isto era difícil.

...continua na página seguinte...

“PALAVRAS EM VÃO”

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Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março - 1º Trimestre de 2012 2

...continuação...

Em geral, as pirogas não chegavam ao alcance dos navios e outras vezes mesmo os negros desapareciam entre o arvoredo mal as caravelas ancoravam. Então os marinheiros que desembarcavam eram recebidos com flechas envenenadas dos homens escondidos.

Porém, havia paragens onde os africanos e os portugueses já se conheciam e negociavam. E às vezes, em lugares da costa onde nunca um navio tinha parado, acontecia serem acolhidos com festa e alvoroço. Então, bailando e cantando os negros vinham ao encontro dos navegadores que, para corresponderem ao bom acolhimento, bailavam e dançavam também à moda da sua terra.

Mas o entendimento entre ambas as partes, muita vez, pouco mais avançava, pois uns e outros não entendiam as respectivas linguagens e mesmo os intérpretes berberes não conheciam a fala usada em tão longínquas paragens. Este desentendimento das línguas foi a causa de muitas mortes e combates.

Assim um dia a caravela ancorou em frente duma larga e bela baía rodeada de maravilhosos arvoredos. Na longa praia de areia branca e fina um pequeno grupo de negros espreitava o navio. Então o capitão resolveu mandar a terra dois batéis com homens para que tentassem estabelecer contacto com os africanos. Mas logo que os batéis tocaram na areia os negros fugiram e desapareceram no arvoredo.

- Talvez tenham tido medo por ver que nós somos muitos e eles são poucos.

- Disse um português chamado Pêro Dias. E pediu aos seus companheiros que lhe deixa-

ssem um batel e embarcassem todos no outros e se afastassem da praia. Mas os companheiros acharam este plano tão arriscado que não o quiseram aceitar. Porém, Pêro Dias insistiu tanto que eles acabaram por fazer como ele pedia e remaram o largo. O português, mal ficou sozinho, caminhou até meio da praia e ali colocou panos coloridos que tinham trazido como presente. Depois recuou até à orla do mar, encostou-se ao batel que ficara e esperou.

Ao cabo de algum tempo saiu da floresta um homem que trazia na mão uma lança longa e fina e avançava negro e nu na claridade da praia. Avançava passo por passo, lentamente, vigiando o gestos do homem branco que junto ao batel continuava imóvel. Quando chegou perto dos panos, parou e examinou com alvoroço a oferta. Depois ergueu a cabeça, encarou o português e sorriu. Este sorriu também e avançou uns passos. Houve uma pequena pausa. Depois, num acordo mútuo, os dois homens, sorrindo, caminharam ao encontro um do outro. Quando entre eles ficaram só seis passos de distância, pararam.

- Quero paz contigo – disse o branco na sua língua.O negro sorriu e respondeu três palavras desconhecidas.

- Quero paz contigo – disse o branco em árabe.O negro tornou a rir e tornou a repetir as palavras ininteligíveis.

- Quero paz contigo – disse o branco em berbere.O negro sorriu de novo e mais uma vez respondeu as três palavras exóticas.

Então Pêro Dias começou a falar por gestos. Fez o gesto de beber e o negro apontou-lhe a floresta. Fez o gesto de comer e o negro apontou-lhe a floresta. Com um gesto de convite o marinheiro apontou o seu batel. Mas o negro sacudiu a cabeça e recuou um passo.

Vendo-o retrair-se, o português, para voltar a estabelecer a confiança, começou a cantar e dançar. O outro, com grandes saltos, cantos e risos, seguiu o seu exemplo. Em frente um do outro bailaram algum tempo.

Mas no ardor do baile e da mímica. Pêro Dias ergueu no ar a sua espada, que faiscou no sol. O brilho assustou o nativo, que deu um pulo para trás e estremeceu. Pêro Dias fez um gesto para sossegar. Mas o outro começou a fugir, e o navegador precipitou-se no seu encalço e agarrou-o por um braço. Vendo-se preso, o negro principiou a debater-se, primeiro com o susto, depois com a fúria. Com gritos roucos e sílabas guturais respondia às palavras e aos gestos que o tentavam apaziguar.

Ao longe, no mar, os companheiros de Pêro Dias avistaram a luta e precipitaram a remar para a praia. O negro viu-os a aproximarem-se, julgou-se cercado e perdido e apontou a sua lança. Pêro Dias com a espada tentou aparar o golpe mas ambos caíram trespassados. Os portugueses saltaram do batel e correram para os corpos estendidos. Do peito do negro e do branco corriam dois fios de sangue.

- Olhem – disse um moço – o sangue deles é exatamente da mesma cor.

De bordo veio o capitão com mais gente e todos durante uma hora choraram o triste combate.

O sol subia no céu e aproximava-se o calor do meio-dia. Não sabendo quando voltariam a desembarcar, o capitão resolveu não levar para bordo o cadáver de Pêro Dias. Os dois corpos foram sepultados ali mesmo, na praia. E com a lança do gentio entre os túmulos dos dois homens mortos por não poderem dialogar.

Chegado a este ponto da sua narrativa, o capitão flamengo calou-se uns momentos olhando o lume. O negociante serviu de novo vinho aos seus hóspedes e até altas horas continuaram a ouvir o marinheiro da Flandres contando as longínquas viagens, as ilhas desertas, as árvores descomunais, as tempestades, as calmarias, os povos misteriosos. No dia seguinte o Cavaleiro disse ao negociante que queria seguir por mar para a Dinamarca.

Chegando ao fim desta história, o que tenho para contar da minha parte, meus caros leitores, é que cada vez mais, nos dias de hoje, é muito, mesmo muito, importante em nome da verdade, dos valores e, sobretudo, da responsabilidade que assumimos, as palavras e os actos não serem em vão. Tal não vai, infelizmente, acontecendo.

Por isso, para terminar, não vou dizer como o marinheiro da Flandres dizia na história que no dia seguinte queria seguir por mar para a Dinamarca. O que vou dizer é que daqui a pouco tempo, não por mar, mas pelos meus próprios pés, quero seguir para junto dos meus, que me querem bem e, ainda vivo (se Deus quiser), para os poder compensar de toda esta longa ausência, motivada pela grande paixão que sempre tive de servir a minha TERRA.

O Presidente da JuntaAntónio Moutinho Mendes

“PALAVRAS EM VÃO”

Page 3: Boletim nº84

Janeiro - 1º Trimestre de 2012 Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta 3

S Mamede de Infesta ficou claramente mais pobre, quando no passado dia 3 de Março, António Vilaça da Silva nos deixou fisicamente.

Foi muito o que nos deixou da sua curta passagem por cá, imaginem o que seria se Deus permitisse que este homem bom andasse connosco mais alguns tempos.

De uma incansável vontade de ajudar os outros, o que sempre me fez nutrir por ele uma grande admiração foi a sua humildade, dando a entender que pouco fazia e que muito haveria a fazer. Sempre de sorriso aberto, nunca este homem se colocou acima de quem quer que fosse, nem nunca necessitou de dizer em voz alta eu fiz. Ele fazia, dizia que pouco fazia, e vejam só o rasto de trabalho que deixou.

Ajudou a organizar vários eventos, entre os quais a Quinzena Cultural de S. Mamede de Infesta que ainda hoje é uma referência no nosso burgo, sem nunca pretender com isso tirar outro benefício que não fosse o da satisfação de todos.

Para ele, tarefa onde entrasse seria para levar até ao fim, e passava a dormir e acordar a pensar nela. Foi assim no Rancho, foi assim na Associação de Socorros Mútuos e foi assim na ADASMI, a sua mais recente empreitada.

Conseguia também uma coisa invulgar, facilmente convencia os amigos a dar tempo e trabalho para ajudar a concretizar o projeto em que estivesse envolvido, tirando um pouco do nosso tempo de lazer para nos envolvermos em projetos sociais, e quando se fazia o balanço tinha à sua volta uma quantidade enorme de cidadãos de todos os quadrantes sociais imbuídos do espirito “António Vilaça”.

Comigo também foi assim, dividi com ele ideias, preocupações, alegrias, tristezas, tudo no mais sincero sentimento de partilha e amizade.

ANTÓNIO VILAÇAO Vilaça sempre fugiu dos conflitos, e sendo mais uma pessoa de consensos conseguia facilmente granjear a admiração de muitos e a inveja de outros tantos, mas a sua franqueza quando dizia que tinha o curso da EPE | Ensino Primário Elementar, era de uma refinada ironia que reduzia os “importantes” a gente simples e deixava espaço aos “simples” para que se sentissem um pouco mais importantes.

Brevemente com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, começará a ser visível a futura sede da ADASMI | Associação dos Doentes de Alzheimer de S. Mamede de Infesta, criada por sua iniciativa. Constituída em 2009, já com estatuto de IPSS e com todos os alicerces para vir a ser mais uma instituição de relevo em S. Mamede de Infesta, terra que este mamedense nascido em Barcelos muito serviu, sem nunca se servir. Era bom que este exemplo fizesse carreira.

“O que fazemos para nós, morre connosco. O que fazemos pelos outros e pelo mundo, continua e é imortal.”

Albert Pine

O EXEMPLO

SU

RIO

A E

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IPA

DirectorAntónio Moutinho MendesPresidente da Junta de Freguesia

Coordenação GeralÁureo Almeida

Editor Executivo e RedatorialAndré de Pinho Monteiro

Colaboração RedatorialEduardo da Costa Soares

Grafismo | Paginação | FotografiaAndré de Pinho Monteiro

Impressão GráficaUniarte Gráfica Lda.

Tiragem3000 Exemplares

1 Editorial

2 Editorial | Continuação

3 O Exemplo António Vilaça | Áureo Almeida

4 Grupo Dramático Musical Flor de Infesta

5 António Vilaça | Medalha de Altruismo

5 Campeonato Europeu Karaté | Medalha de Bronze

6 Associação Socorros Mútuos | 122º Aniversário

7 Concurso Pesca Desportiva de Rio | Seixo

7 Momento de Poesia | Fernando Taveira

7 Correio do Leitor

8 Carnaval 2012

9 Carnaval 2012 | Foto-Reportagem

10 Escola Secundária Abel Salazar | 25 Anos

10 Parlamento dos Jovens | ESAS

11 Notícias do Futebol Clube de Infesta

12 P'rá História da Associação Académica S. Mamede

13 It´s You | Vanessa Vai Á Luta

14 IV Encontro Double Chevron | CLAC

15 Figuras do Passado | José Artur Silva Sá e Sousa

Page 4: Boletim nº84

Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março - 1º Trimestre de 2012 4

AG

EN

DA

AB

RIL

2012

MA

IO

ABRIL14| Música | Grande Noite de Fados - Petiscos e Vinho | Salão Polivalente | 21h00

20| Poesia | “O Canto dos Pássaros” | Salão Polivalente | 21h30

21| Música | Concerto da Escola de Música do Flor | Auditório | 21h30

27| Música Beneficência* | Concerto da Escola de Música do Flor | Auditório | 21h30*Recolha de Alimentos - Bilhete de entrada | ex: 1 pacote de Arroz ou 1 Pacote Massa, etc

MAIO12| Teatro* | “Afinal Quem é o Pai” | Grupo Teatro Leça da Palmeira | Auditório | 21h30

*Espetáculo Comédia em 2 Atos

18| Noite de Poesia | “Cada Dia, Uma Vida, Uma Flor” | Salão Polivalente | 21h30

19| Deslocação Coimbra | Orquestra “Let´s Groove” & Escola de Música do Flor

31| Vários Eventos | “Dia Nacional das Coletividades” | Auditório

PASSEIOÀS CEREJAS

DOMINGO - 3 JUNHO 2012

PASSEIOÀS CEREJAS

DOMINGO - 3 JUNHO 2012

Adultos - 33 Flores | Crianças até 10 anos - 15 FloresAlmoço Incluído

S. Mamede Infesta | Flor de Infesta - 8hResende | Festa da Cereja

Viseu | Almoço Quinta dos CompadresS. Mamede Infesta | Regresso

ITINERÁRIO

GRUPO DRAMÁTICO MUSICAL FLOR DE INFESTARua Padre Costa, 118

4465 S. Mamede de InfestaTelefone: 229 027 221

Email: [email protected]

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Março - 1º Trimestre de 2012 Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta 5

No passado dia 13 de Março realizou-se uma Assembleia de Freguesia Extraordinária para decisão sobre a atribuição da Medalha da Cidade, na categoria de Altruísmo ao Sr. António Vilaça da Silva. A decisão foi como se esperava tomada por unanimidade, prova mais do que evidente do profundo reconhecimento que todos os mamedenses têm perante o trabalho associativo que António Vilaça desenvolveu, e que nesta Assembleia Extraordinária foi manifestado pelos seus representantes autárquicos.

A medalha ratificada pela Assem-bleia, a título póstumo nesta data, foi no entanto entregue ao António Vilaça no dia 27 de Fevereiro de modo a que ainda em vida pudesse sentir o apreço dos mame-denses pela sua dedicação e altruísmo ao serviço do bem comum.

Foi um momento de grande emoção vivido entre quatro amigos, António Mendes, André Monteiro, o Áureo Almeida e claro o António Vilaça momento que com certeza nos nunca iremos esquecer.

Bem hajas Vilaça, por tudo o que fizeste por S Mamede de Infesta.

É com enorme Satisfação e Honra que divulgamos o feito alcançado pela Selecção Portuguesa de Karaté que se deslocou a Baku, no Azerbeijão, para participar no Campeonato Europeu de Cadetes, Juniores & Sub21, nos dias 10, 11 e 12 de Fevereiro de 2012, onde obteve a melhor participação de sempre com a conquista de uma Medalha de Prata e duas Medalhas de Bronze sendo que uma delas foi atribuída ao jovem atleta de 16 anos Henrique Ramos, ao representar as cores de Portugal, categoria Kumité |Combate no escalão de Júnior Masculino | + 76 Kg.

É um feito inédito para um atleta de karaté no nosso concelho de Matosinhos, atleta este que estuda na nossa cidade mais precisamente na Escola Secundária Abel Salazar, por esse motivo o Boletim Informativo e a Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta, não quer deixar de felicitar o Henrique Ramos e os seus treinadores, bem como a coletividade Associação de Karaté Goju |Clube ACADEMIA ZEN, situada em Matosinhos, onde o Henrique treina regularmente.

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Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Janeiro - 1º Trimestre de 2012 6

A HOMENAGEM

122º ANIVERSÁRIOASSOCIAÇÃO SOCORROS MÚTUOS

“O Mundo só pode ser melhor que até aqui, quando consigas fazer mais pelos outros do que por ti”

A Direção entendeu ser um dia também apropriado para homenagear o seu Presidente António Vilaça, oferecendo-lhe uma lembrança alusiva ao ato, de seguida foi também descerrada uma fotografia sua, no respetivo auditório, onde nas suas paredes constam as fotos de todos os Presidentes que já passaram por esta tão honrosa associação.

A Direção da Associação dos Socorros Mútuos de S. Mamede Infesta, não podia deixar passar em claro, a passagem de mais um aniversário, daquela Associação que é considerada a mais antiga da Cidade de S. Mamede de Infesta. Fazer um programa de comemorações o mais simples que seja, é respeitar quem em 14 de Abril do longínquo ano de 1889, constituiu a Sociedade Fúnebre Familiar e que passados 100 anos passou a designar-se por Associação de Socorros Mútuos de S. Mamede Infesta.

O dia 26 de Janeiro de 2012, foi a data escolhida para comemorar os 122 anos de existência da Associação e no programa festivo incluiu-se uma Palestra sobre o tema Mutualismo, onde o Dr. Luís Alberto Silva, Presidente da União das Mutualidades, explicou a importância das Mutualidades no seio das populações, houve ainda lugar a uma outra Palestra relativa ao tema Alzheimer pela voz do médico Dr. Neto Rodrigues, onde citou alguns dos graves problemas que advém desta doença. Foram apresentadas as plantas do edifício, onde será construída a futura sede da ADASMI, informando das várias entidades que colaboram nas referidas obras, de entre as quais a Câmara Municipal de Matosinhos, REFER, Junta de Freguesia S. Mamede Infesta entre outras. Foi explicado também, como se irá desenvolver todo o processo, para dar andamento á abertura da futura Associação de Alzheimer em S. Mamede de Infesta, frisando que é um sonho de uma Direção já formada há dois anos, tendo como Presidente, um dos principais fundadores António Vilaça da Silva.

António Vilaça sentiu-se feliz pelos elogios que lhe foram dirigidos, não só pelos oradores já citados, como pelo Presidente da Junta de Freguesia António Moutinho Mendes, Presidente Assembleia Geral da ASM Jorge Silva, colega da direção Áureo Almeida e principalmente pelo carinho dado pela amiga e deputada da Assembleia da República Dra. Luísa Salgueiro.

Foi lida a mensagem transcrita na lembrança oferecida, baseada num texto de António Aleixo e que tem muito a dizer sobre a vida de António Vilaça no seio da sociedade onde reside

Os aplausos das pessoas que encheram por

completo o auditório, fizeram-se bem sentir, bem como as canções das janeiras cantadas gentilmente pelo Rancho Típico de S. Mamede Infesta encerraram um noite muito festiva. Para completar o programa, no dia 29 foi rezada uma missa em homenagem aos sócios falecidos da Associação dos Socorros Mútuos.

Alberto, Presidente da União em representação da Mutualidade de Santa Maria, a excelente colaboração entre a CMM e a Associação de Socorros Mútuos, exemplo que gostaria de ver multiplicado por outras instituições por todo o País, e que em S. Mamede de Infesta estava perfeitamente retratada, nas magníficas instalações onde se realizaria a assembleia. Em nome do mutualismo endereçou-lhe os mais sinceros agradecimentos.

Os trabalhos correram numa animada mas salutar discussão, em que esteve em destaque a legislação relativa às farmácias sociais que este novo Conselho de Administração da União pretende desenvolver e dinamizar junto das mutualidades associadas.

A assembleia encerrou cerca das 13h e 30 minutos a que se seguiu um ligeiro convívio antes que todos regressassem às suas terras, não sem antes destacarem a hospitalidade características dos matosinhenses e que os farão voltar mais tarde com mais tempo para apreciarem a nossa gastronomia. Mesmo vindos do Alentejo havia quem soubesse a que restaurante iria comer peixe, não deixando indiferente quem, residindo mais perto, não estivesse tão bem informado.

No passado dia 26 de Fevereiro, e conforme já anteriormente noticiado no Jornal de Matosinhos, realizou-se em S. Mamede de Infesta, nas instalações da Associação de Socorros Mútuos a Assembleia Geral da União das Mutualidades, instituição que agrega cerca de 1.000.000 de associados de instituições mutualistas espalhadas por todo o País.

Atento a todo o movimento da área social, nomeadamente aquele que acontece em Matosinhos, não deixou de marcar presença o Sr. Vice-Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Nuno Oliveira, que numa curta alocução e agradecendo a escolha do nosso concelho para a realização da Assembleia Geral, salientou a importância do movimento mutualista, principalmente numa altura em que o País atravessa algumas dificuldades e a importância do apoio social por esta prestada, é de grande importância. Orgulhoso por poder contar em Matosinhos com o trabalho da Associação de Socorros Mútuos de S. Mamede de Infesta, não deixou de destacar a ausência do “amigo” Antonio Vilaça desejando as suas rápidas melhoras ao mesmo tempo que a todos desejava uma jornada de trabalho frutuosa. Minutos antes havia sido reconhecido, pelo Dr. Luís

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Março - 1º Trimestre de 2012 Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta 7

…Começaria pela atuação do Rancho Típico local, que é habitual, no período de Natal, participar no Ciclo Natalício, em 17 de Dezembro participou no Salão Paroquial com mais 5 grupos de outras localidades. Depois no dia de Reis na Capela do Senhor da Boa Fortuna, à noite apresentaram as Janeiras, com uma dúzia de canções devidamente bem explicadas pelo Fernando, filho do Presidente Sr. João Sousa que deliciaram os presentes que lotaram a capela, para terminar o Ciclo Natalício estiveram na entrada da Igreja Paroquial no final da missa das 10h no dia 10 de Janeiro novamente com as Janeiras, sendo que ai teve como finalidade angariação de fundos para o Rancho, como também já é habitual todos os anos e que os Mamedenses primaram em colaborar.

Para terminar este meu já longo apontamento, iria falar do CATI que todos conhecem e que tal como falava no meu último apontamento, as obras da ampliação do Centro estão em grande avanço. Terei também de salientar a homenagem de despedida a uma funcionária da casa, de seu nome D. Ângela Oliveira, numa festa bem conseguida e muita gratidão por todos aqueles que com ela trabalharam durante 13 anos. A Direção do Cati quis assim prestar a homenagem mais que justa e isso foi patente por tudo o que lá ocorreu. A Setentuna do Cati também esteve presente cantando três canções à homenageada. Usaram da palavra vários familiares, inclusive o marido Sr. Augusto Dourado, que é elemento dos Corpos Gerentes, que comovido salientou as qualidades da esposa, como esposa mãe e avó que soube estar em todos os momentos da vida familiar. O Sr. Mendes, Presidente da Junta também usou da palavra, enaltecendo as qualidades da ex-funcionária da Junta. Depois de algumas intervenções rápidas de colegas, falou a D. Carolina Cruz que como Presidente do Cati e como não podia deixar de ser, teve palavras de muito reconhecimento à D. Ângela salientando a sua dedicação ao Cati, dando conta de que deixava de ter uma boa funcionária. A festa terminou com um lanche para utentes, funcionários e todos os que lá estavam…

S. Mamede de Infesta, Novembro de 2011

José Dias

RANCHO TÍPICO

CATI

Page 8: Boletim nº84

Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março - 1º Trimestre de 2012 8

Como já é tradição, S. Mamede de Infesta, encheu-se de cor e alegria, pela 18ª Edição, milhares de pessoas fizeram questão de estar presentes para verem o corso de Carnaval passar nas ruas da cidade.

S. Mamede de Infesta, uma das cidades com uma raiz já bem vincada no que toca ao Carnaval, conforme indicou o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Guilherme Pinto, merece bem este destaque, pois cada ano que passa, é maior o número de populares que se juntam, para ver o divertido desfile.

Foram várias as associações, coletividades e escolas da cidade que participaram neste cortejo, promovendo a todos os presentes e aos próprios, momentos de animação, boa disposição e muita, mas muita alegria. Quanto ao público presente, esse também não quis ficar atrás e vieram mascarados também, não só as crianças mas muitos adultos, pois o Carnaval não tem mesmo idade.

Embora a Crise e a Troika, fosse o mote para muitos dos carros alegóricos, a falta de tolerância de ponto, foi o que mais marcou este corso, segundo o presidente da Junta de Freguesia, António Moutinho Mendes, o facto de “não existir tolerância de ponto, pois não foi concedida pelo Governo, prejudicou-nos o corso, pois logo duas instituições não puderam participar ativamente no mesmo…”. Mas mesmo assim António Moutinho Mendes, fez questão de ressalvar e agradecer a quem tornou possível, e de sucesso o cortejo deste ano, “..um agradecimento sincero a todas as coletividades, Bombeiros, Casa da Juventude, Associação de Pais de todas as Escolas, Zés Pereiras-Águias, Moto Clube, P.S.P. e claro a todos os Mamedenses e demais presentes, pois sem eles nada faria sentido, pois no fundo é a pensar nos cidadãos pequenos e graúdos que este tipo de iniciativas é feito, Obrigado a TODOS…”

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9Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março º Trimestre de 2012 - 1

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Escola Secundária ABEL SALAZARS. Mamede de Infesta | MatosinhosS. Mamede de Infesta Matosinhos|

Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março - 1º Trimestre de 2012 10

25 ANOS ESCOLA SECUNDÁRIA ABEL SALAZAR

A escola foi inaugurada no dia 27 de Outubro de 1986 e o arranque do ano letivo de 2011 | 2012 concentrou-se na preparação das comemorações dos 25 Anos da ESAS.

No dia 27 de Outubro de 2011, o grande dia de aniversário brilhou com muitas atividades, apesar de ter amanhecido chuvoso e frio, não houve aulas, mas a escola estava cheia de atuais e antigos alunos, professores, funcionários, pais e membros de vários organismos e associações todos quiseram marcar presença logo pela manhã.

As comemorações iniciaram-se com o hastear da Bandeira Verde, que a escola ganhou pela 2ª vez consecutiva, revelando a consciência ecológica da comunidade escolar

Logo depois simbolicamente foi plantada uma laranjeira, árvore emblemática da escola, pelo terreno ter sido em tempos idos, a conhecida Quinta das Laranjeiras.

Durante todo o dia, funcionou um atelier para criação de azulejos, consistiu num desafio artístico a toda a comunidade, com a pintura individual de um motivo, num azulejo a integrar um painel global, inserido na temática da ESAS.

Durante a manhã, realizaram-se no pavilhão os Jogos Sem Idade, conjugando o suor, esforços e vontade de alunos, professores e funcionários!

Ao inicio da tarde um momento musical, onde o Grupo Coral do CATI deu um espetáculo numa das varandas do Bloco B, momento especial onde a música foi um veículo transgeracional bem-sucedido.

Como não podia faltar, toda a gente se reuniu para cantar os Parabéns e saborear o bolo comemorativo, um Mega Bolo, construído por bolos de diferentes tamanhos e sabores, que durante toda a manhã foram sendo entregues por dezenas de alunos, no final e com muita criatividade, o resultado foi o tal Mega Bolo.

A terminar este longo dia de comemorações, decorreu a Sessão Solene que teve lugar no polivalente com a presença da comunidade educativa. Estiveram também presentes algumas entidades oficiais como o Diretor Regional da Educação do Norte, o Presidente e o Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, o Presidente da Junta de Freguesia de São Mamede de Infesta, os antigos diretores da escola e representantes dos organismos com que a escola tem parcerias.

Sessão repleta também ela, de vários momentos marcantes, a começar desde logo com o descerrar de uma placa comemorativa da autoria de uma professora da escola, Manuela Campos, momento musical de canto lírico, várias intervenções, e entrega de medalhas comemorativas forma de homenagear antigos diretores da ESAS e também docentes e funcionários ao serviço da escola há 25 anos.

A cerimónia culminou com a entrega dos diplomas de Excelência e Mérito e diplomas de Quadro de Honra aos alunos que se distinguiram no ano letivo anterior, fechando-se com chave de ouro: atuação da banda do professor Manuel Teixeira, composta por alunos da Escola de Música do Flor e que proporcionou um momento de revivalismo musical e de descontração.

Houve ainda diversas atividades realizadas no dia anterior e nos dias seguintes, algumas das quais, o Sarau no dia 26 de Outubro. Desde o dia 31 de Outubro a 4 de Novembro, esteve patente uma exposição no espaço emblemático da Casa-Museu Abel Salazar, com trabalhos artísticos de índole variado realizados pelos alunos ao longo de 25 anos. Ainda no dia 31 de Outubro a Dra. Felisbela Martins, docente da escola durante vários anos, realizou uma palestra sobre o tema “Vi e vivi (n)a ESAS”, uma outra palestra teve lugar no dia 4 de Novembro, a cargo da Dra. Luísa Fernandes, diretora da Casa-Museu Abel Salazar, que encerrou as atividades decorrentes naquele espaço com uma conferência - “As várias faces de Abel Salazar” - sobre a figura incontornável do patrono, o Professor Abel Salazar, figura importantíssima da ciência e cultura

No âmbito do Projeto Parlamento dos Jovens que, como vem sendo hábito já há alguns anos, se desenvolve na Escola Secundária Abel Salazar, em S. Mamede Infesta, ocorreu no passado dia 9 de Janeiro pelas 15h, um debate subordinado ao tema “Redes Sociais: Combate à Discriminação”, dinamizado pela Deputada da Assembleia da República, Dra. Luísa Salgueiro, para um público de cerca de 60 alunos do ensino básico. Este evento contou, ainda, com a presença do Vereador da Educação e da Cultura da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Correia Pinto bem como com o Diretor da Escola, Dr. José Faria.

PARLAMENTO DOS JOVENS

Escola Secundária ABEL SALAZAR

portuguesas e que grande parte da sua vida viveu em S. Mamede de Infesta, ficando, assim, a cidade para sempre associada à sua história de vida. Por ser uma personalidade multifacetada, para muitos o “Leonardo Da Vinci” Português, a escola continuará a apostar na divulgação do seu trabalho, dos seus escritos e dos seus lemas de vida, para que ele seja sempre um exemplo para os alunos. A terminar todos estes dias de comemorações, no dia 5 de Novembro, Missa na Igreja Matriz celebrada pelo Padre Américo Aguiar, antigo aluno da ESAS, neste mesmo dia realizou-se o Jantar Comemorativo dos 25 Anos, um verdadeiro reencontro de atuais e antigos alunos, funcionários e corpos diretivos, a respetiva animação esteve a cargo de um também antigo aluno bem conhecido Miguel Correia, um “habitué” dos jantares de Natal da ESAS.

No dia 11 de Janeiro, na Escola Secundária Abel Salazar, pelas 15 horas no auditório, realizou-se uma palestra dinamizada pelo Dr. João Lima, Mestre em multimédias, Professor universitário em Oxford, subordinada ao tema “Redes Sociais : Participação e Cidadania”. O evento contou também com a participação da Dra. Isolina Leite, subdiretora da Escola.

PARABÉNS ESAS

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Março - 1º Trimestre de 2012 Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta 11

A CAMINHO DOS 100A Academia FC Infesta prepara-se para receber o seu

aluno nº 100, sendo este um momento simbólico e revelador de todo o trabalho realizado até à data.

FORMAÇÃO COERVERNo passado dia 18 de Março a Academia organizou em

parceria com a Coerver Portugal uma acção de formação para treinadores de futebol. Este método foi desenvolvido nos anos 70 pelo técnico holandês Will Coerver, com o intuito de estabelecer um método passível de ser aplicado universalmente, com o objectivo de desenvolver as técnicas individuais de cada atleta, dando-lhe uma panóplia de recursos que o vão ajudar a responder durante o jogo às mais diversas situações impostas.

O RITUAL DA ARROTEIAAos sábados no Parque de Jogos da Arroteia a saudação

inicial dos alunos ao público e a saudação final é feita ao som do hino da “Champions League”. Algo inovador que já nos mereceu elevados elogios pela criatividade e pelo entusiasmo que provoca nos alunos, pais e público.

No andebol, a equipa sénior terminou na 7ª posição da tabela com 31 pontos e vai disputar a fase de manutenção da 2ª Divisão Nacional com metade dos pontos conquistados. O Infesta inicia com 16 pontos, os mesmos de Alavarium e Ginásio de Santo Tirso e as restantes três equipas, Sismaria, S. Paio de Oleiros e Santana ficam com 19 pontos. Na primeira jornada, o Infesta recebe o Santana.Na formação, o destaque vai para os juvenis. A equipa principal deste escalão, mantém-se na luta pela subida à 1ª Divisão Nacional, enquanto a equipa B, que foi criada devido ao excesso de atletas que este escalão tem, tem surpreendido tudo e todos ao estar neste momento, a lutar pelo título distrital. Os iniciados, que estão a disputar a 1ª Divisão Nacional, têm a manutenção garantida.

Na formação, os juniores, terminaram a primeira fase no 10º lugar e estão a disputar a fase de manutenção na 2ª Divisão Nacional. O Infesta iniciou a participação em Paredes com uma importante vitória por 0-1, tendo na jornada seguinte perdido em casa com o Candal por 1-2. Nas restantes cinco jornadas, o Infesta tem de anular a desvantagem de seis pontos, para as equipas que estão imediatamente acima da linha de água.

Quanto às restantes equipas de formação, o destaque vai para os juvenis que terminaram a primeira fase na 2ª posição e vão disputar a série dos segundos classificados onde se terminarem na liderança, ascendem à 1ª Divisão Distrital.

O Infesta alcançou um lugar nos seis primeiros classificados na primeira fase que terminou no domingo, dia 11 de Março com uma estrondosa vitória por 0-4 no terreno do líder da classificação, o Cesarense. Significa assim que a equipa de José Manuel Ribeiro, vai disputar a fase de promoção à 2ª Divisão B, garantindo desde já, a manutenção na 3ª Divisão Nacional. Esta fase de promoção, terá dez jornadas onde as seis equipas, irão defrontar-se entre si a duas voltas, iniciando com metade dos pontos alcançados na primeira fase.

O Infesta parte com 20 pontos na 2ª posição, tendo apenas o Cesarense na sua frente com mais dois pontos. O Sousense com 19, Grijó e Vila Real com 17 e Rebordosa com 16 pontos, fecham o lote de equipas, onde só os dois primeiros, conseguirão um lugar na 2ª Divisão B na próxima temporada. A primeira jornada está marcada para o próximo dia 25 de Março e o Infesta recebe o Sousense.

FUTEBOL SÉNIOR

FUTEBOL DE FORMAÇÃO

ANDEBOL

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Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março - 1º Trimestre de 2012 12

P'RÁ HISTÓRIA DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE S. MAMEDE

SOBRE A CRÓNICA ACIMA...

“A Académica de S. Mamede e o Voleibol (pré) Histórico.

O campo era ligeiramente inclinado, no sentido da entrada nos Bombeiros de S. Mamede.O terreno era de saibro. Tinha umas pedrinhas aqui e ali, e um pequeno rego que corria das escadas dos exercícios para a porta.Após os dias de chuva o chão ficava enlameado, e corria água pelo rego abaixo.

Era ali que jogávamos as nossas acaloradas partidas de voleibol, lá nos meados dos anos 50. Claro que a lama e a água atrapalhavam. Lembro-me que o saudoso (e inimitável) Fernão berrava-me:

- Oh pá! Passa-me a bola para cá do rego...Nas defesas baixas, conforme o local, menos saibro, mais pedras, esfolávamos os joelhos e os cotovelos sangravam às vezes; mas ninguém se queixava, fazia parte do jogo...

Mas também tirávamos partido destas inóspitas condições. O franzino (mas malandrote...) Joãozito (onde páras, amigo?), antes de bolar enlameava a bola, e servia “de rosca”, que era tramado para a equipa adversária receber...

Bons, ou maus tempos? Sei lá!Vistos do alto das modernas tecnologias (e Pavilhões) actuais, eram condições inacreditáveis! E nós, jogadores, também éramos (aos olhos de hoje) “inacreditáveis” para jogar voleibol.O castiço Borginhos (onde páras também tu, amigo?). do alto do seu 1 metro e 50, nunca tentou sequer chegar ao topo da rede, mas puláva, saltáva e jogava como gente grande...

Eu hoje, quando vejo na T.V. os jogos e os praticantes actuais, uns mastodontes que puxam quase sem saltar, gostava de os ver a jogar por cima do tal rego...Búlgaros, eslavos, brasileiros, sei lá que raças, quem tiver menos de 1 metro e 80, já é baixo, não tem lugar... Com a altura do Borginhos é que eu gostava de os ver “puxar”...E também gostava de os ver mergulhar naquele terreno pedregoso dos Bombeiros de S. Mamede, ou... de receber um serviço do Joãozito, com a bola enlameada e com uma ou outra pedrinha à mistura...

Bons, ou maus tempos? Sei lá! Mas saudosos, e quase que irreais, isso foram com certeza.

Mas esses internacionais gigantes de hoje não devem é rir-se dos nossos tempos, nem de como jogávamos. Não havia ainda a manchete, era tudo à base de dedinhos, bolava-se por baixo, à padeiro, também não havia táticas, ou jogadas estudadas, era consoante a inspiração de momento e de cada um.Mas esses internacionais gigantes de hoje não devem rir-se de nós, repito. Devem olhar-nos com o mesmo respeito com que os cientistas olham para o homo de neandertal: com curiosidade, mas com respeito!E que se lembrem só: eles hoje brilham, do alto da sua envergadura, em pavilhões luxuosos, nivelados e aquecidos, mas se não tivéssemos sido nós a desbravar o caminho, se calhar nem existia o voleibol!

Respeito, pois. E muita saudade, desses tempos e dessa corajosa malta.

António Xavier”

NOTA: O Joãozito e o Borginhos já não fazem parte do mundo dos vivos, assim como o Rui Silva Leal, da fotografia.

1954| Da Esquerda p/ DireitaAntónio Xavier, Carlos Silva Leal, António Leão, Vasco Sá e Borginhos

Ajoelhados | Joãozito, Rui Silva Leal e António Silva Leal

Caríssimo Eduardo Soares:

...após a nossa troca de correspondência, mando-te aqui, em separado, um papel com uma crónica dos bons velhos tempos, como quem está a sonhar, ou a relembrar um passado nebuloso e quase irreal.

António Xavier

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Março - 1º Trimestre de 2012 Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta 13

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Boletim da Junta de Freguesia de S. Mamede de Infesta Março - 1º Trimestre de 2012 14

www.clac.org.pt

Realizou-se no passado dia 17 de Março de 2012 o IV passeio Double Chevron dedicado à marca Citroën, como sempre efetuado em data próxima do início da Primavera. Dada a simpatia colhida no evento de 2011 foi decidido esse ano manter o destino a Oliveira de Frades, contando o nosso Clube com, uma vez mais, o apoio do nosso Associado Paulo Nunes sempre auxiliado pelo nosso pioneiro José Ribeiro.

Sendo este o IV Evento Double Chevron não deixa de ser curioso que apenas no I Encontro S. Pedro não fez a sua aparição, tendo este ano brindado novamente a nossa caravana com muita chuva que mesmo assim não impediu a presença dos nossos Associados como sempre vindo de todos os cantos de Portugal.

A concentração ocorreu junto ao Museu Municipal de Oliveira de Frades onde foi possível apreciar as magníficas máquinas presentes quer XM, 2 CV, CX, BX, AX e uma fantástica 7 A, uma verdadeira raridade, de 1934 do nosso Associado holandês Robert que, mesmo com um tempo muito desfavorável não deixou de estrear o seu fantástico Citroën, após o respetivo e meticuloso restauro. Seguiu-se o desfile até ao restaurante D. Alves, onde o dono também é um aficionado da Marca Citroën. O repasto foi excelente, com o prato principal a ser uma fantástica vitela à Lafões.

Após o almoço a caravana dirigiu-se para uma visita ao Convento de São Cristóvão de Lafões ou Real Mosteiro de São Cristóvão de Lafões que fica situado num morro sobre a ribeira da Landeira. A fundação deste convento (calcula-se que em 1123) pelos frades da regra dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que aderiram logo em seguida à Ordem de São Bernardo ou Beneditinos. A fundação do mosteiro é anterior à fundação de Portugal, embora tenha sido totalmente reconstruído no século XVIII. Foi o abade João Cirita que, juntando os eremitas que pelas encostas do Vouga viviam isolados, e com o apoio de D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques, obteve licença para a sua construção. Em 1163 o convento adere à ordem dos monges cistercienses, como aconteceu a quase todos os mosteiros beneditinos.

A sua igreja, depois de ter sofrido dois incêndios, foi reconstruída pela terceira vez em 1704, apresentando um plano octogonal. O convento foi extinto por um decreto publicado pelo regime liberal, em 30 de Maio de 1834,

juntamente com todas as ordens religiosas existentes em Portugal. Atualmente este convento foi transformado em turismo de habitação, tendo para o efeito sido completamente recuperado, mas perdendo um pouco do seu aspeto secular. Foi classificado como Monumento de interesse público (MIP) pelo IGESPAR em Junho de 2010.

Após esta visita cultural a caravana regressou a Oliveira de Frades para uma visita ao Museu Municipal. Muito interessante este espaço que reúne coleções de arqueologia (moedas romanas, cerâmica castreja e romana, marcos miliários), etnologia (ciclo do linho, agricultura) e metrologia (pesos e medidas). Seguiu-se no auditório do Museu a entrega de lembranças de presença e agradecimentos a todos os intervenientes.

Para terminar é-nos grato referir o crescimento exponencial deste movimento sendo cada vez maior o número de Citroënistas presentes ganhando esta Seção mais espaço dentro do Clube Lusitano do Automóvel Clássico. A presença de novos Associados, alguns em estreia absoluta, e as novas viaturas presentes, algumas com restauros recentemente concluídos, são o melhor sinal para o futuro. Até 2013!

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Para que não fique na noite do esquecimento, quero, nesta crónica, enaltecer o nome de um bom e leal amigo que tive, que deixou nesta freguesia uma obra a todos os títulos excepcional, sempre pautada por um entusiasmo desmedido pelas causas em que se envolveu, e que, por via disso, se tornou respeitado no seio da comunidade que o acolheu a partir de 1952, altura em que para aqui veio viver.

José Artur da Silva de Sá e Sousa, um nome comprido, num corpo pequeno, tinha uma alma grande! Amigo de todas as ocasiões, conheci-o logo após assentar arraiais nesta terra, depois de sua Mãe ter ficado viúva, com os encargos de o criar a si e à sua irmã. Era natural de Santa Marinha, Vila Nova de Gaia, onde nasceu no dia 25 de Outubro de 1934, filho de Edgar Cunha Sá e Sousa e de Diana Lídia da Silva Cunha Sá e Sousa. Após feita a instrução primária, tirou o curso comercial na Escola Comercial de Oliveira Martins, no Porto.

Ora, chegado aqui e levado pela mão de um amigo, facilmente se integrou no âmbito de um clube que, estando a desabrochar para a prática do Desporto, dentro da maior cordialidade e vivência salutar entre todos os que o compunham, passou a ser o associado nº 163 da Associação Académica de São Mamede, onde, com o seu espírito jovial e brincalhão, ganhou imediatamente a simpatia dos seus pares. E, dado que, na década de 50, quando os clubes filiados na Associação de Voleibol do Porto eram obrigados a nomear dois representantes seus, como árbitros, pois oficialmente muito poucos havia, logo o Zé aderiu a essa determinação, tendo sido indicado pelo clube para essa missão tão difícil quanto espinhosa e, até, perigosa! E, já na mesma década, quando a Académica de São Mamede se filiou na Associação de Ténis de Mesa do Porto, foi um dos praticantes dessa modalidade, chegando a disputar o Campeonato Regional da Promoção. Mais: dado que a Académica de São Mamede foi a introdutora do Badminton, na Região Norte, em 1954, juntamente com o Acemista de Desportos, o Zé fez parte, em 1955, de uma das equipas que disputou alguns torneios dessa modalidade.

Finalmente, e após a sua passagem pelas secções desportivas acima citadas, chegou a altura de fazer parte dos Corpos Gerentes, pelo que foi eleito em 16 de Janeiro de 1963, como 1º Secretário da Direcção, demonstrando aí qualidades de muito mérito para exercer tal cargo. Mas, o seu verdadeiro lugar na Direcção, era o de Tesoureiro, que desempenhou com eficácia e um rigor contabilístico exemplar, nas gerências de 1964 a 1969, ainda que, de início, as condições financeiras do clube não fossem muito animadoras e as mais desejáveis. Felizmente que, a partir de 1965, as contas foram-se equilibrando, pelo que, depois de adquirido o terreno na Avenida da Pedra Verde, em 3 de Março desse ano, foi mais tarde com perseverança e empenho da Direcção e dos associados e, ainda, com a indispensável ajuda das entidades oficiais, construído o Pavilhão Gimnodesportivo, inaugurado em 13 de Dezembro de 1969. Em 1971, nas “Bodas de Prata” da Associação Académica de São Mamede, é atribuído a José Sá e Sousa o Diploma de Medalha de Ouro de “Serviços Distintos”; anteriormente, tinha já recebido a Medalha de Prata de “Mérito Desportivo”, tudo como reconhecimento pela forma exemplar como deixou assinalada a sua passagem pelo clube.

Contraíra, entretanto, matrimónio. O convite que me dirigiu, e que ainda conservo, diz o seguinte: “O casamento de José e Beatriz Maria, realiza-se no Santuário do Sameiro, no dia 25 de Outubro de 1964, e o “copo d'água” será servido pela Confeitaria Benamor, nos Salões de Santa Marta da Falperra.”

Deste casamento nasceram dois filhos.Desde então, com uma acrescida responsabilidade

na vida e senhor de um padrão de comportamento rectilíneo, bem como sagaz no desempenho profissional ao serviço de uma empresa comercial do ramo de materiais eléctricos, acaba por fundar, com um amigo, a sua própria firma (Afonso & Sousa, Lda.), onde, depois de demonstrar uma vontade indómita de vencer, mesmo tomando em linha de conta que o sector era de grande competitividade, consegue, por fim, ganhar o seu espaço, com inegável sucesso, junto dos seus mais próximos concorrentes.

“ ”FIGURAS DO PASSADOJOSÉ ARTUR DA SILVA SÁ E SOUSA

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Passa a viver na Avenida da Pedra Verde, onde adquire uma moradia.

Até que, no ano de 1975, sendo o associado nº 264, é convidado para integrar o elenco directivo da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de S. Mamede, sendo-lhe destinado o lugar de Vice-Presidente da Direcção, que aceita. No ano seguinte pede que o dispensem, mas regressa em 1977, para o lugar de Presidente da Direcção, onde permanece durante 14 mandatos consecutivos, até 1990! Durante esse longo período de tempo desenvolve uma actividade constante, sendo o principal responsável pelo progresso sempre crescente da Corporação, a ponto de ter

merecido a atenção de altos dignitários da Liga dos Bombeiros Portugueses, tendo, por isso mesmo, feito parte, por mais de uma vez, de lugares de grande importância e de muito prestígio não só para ele, mas também para a Associação Humanitária que repre-sentava. E, sempre atento aos problemas da Cor-poração, com um relevante e inegável trabalho ao serviço do voluntariado, de razão humanitária, dá conta que as instalações do quartel da Avenida do Conde, para além de inadequadas para o volume sempre crescente do parque automóvel, estavam um tanto prejudicadas pela localização, dado que o constante trânsito naquela artéria demorava e não facilitava a saída das viaturas, quer para o transporte de feridos e doentes, quer para os pedidos de socorro a incêndio e outros, pelo que, com a aquisição do terreno na Avenida Marechal Gomes da Costa, empreende, con-juntamente com todos os seus colegas da Direcção, com o Comando e o Corpo Activo, edificar um novo quartel, capaz de, na sua volumetria, fazer face, mais adequadamente, ao progresso emergente da Corporação. Assim, com o auxílio de todos e principalmente das entidades oficiais, consegue levar avante a construção do novo quartel, com uma situação magnífica e com espaços suficientes e largos para o bom desempenho de todas as missões para que fora criado. A inauguração do novo quartel ocorreu na dia 15 de Outubro de 1989, com a presença do Ministro do Planeamento e Administração do Território, Prof. Dr. Luís Valente de Oliveira e do Ministro do Emprego e Segurança Social, Dr. José Albino da Silva Peneda (ilustre filho desta terra), de toda a Direcção e Comando e, ainda, do Corpo Activo e da Fanfarra, representados na sua máxima força. Presentes, ainda, o Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, o Presidente da Junta de Freguesia e, ainda, altas

individualidades ligadas à Liga dos Bombeiros Portugueses e variadíssimas Corporações congéneres. Não faltaram, também, muitos e muitos associados, muito povo e todas as Colectividades da freguesia. Foi uma data inesquecível que ficou, ainda, assinalada, com o descerramento de uma placa com letras gravadas a ouro, conforme fotografia aqui publicada, de homenagem a José Artur da Silva de Sá e Sousa e a todos os membros da Direcção.

Findo o seu mandato, em 1990, é eleito Presidente da Assembleia-Geral em 1991, que exerce com a sua costumada eficácia e dignidade até 1998. E, é ainda, o Vice-Presidente da Assembleia-Geral de 1999 até 2003, até que, pela grave

doença que o atacou, desiste da causa humanitária que lhe tomou muitas horas de sua vida, com total entrega e sentido de ajuda e recolhe-se à sua casa, na Póvoa de Varzim, onde passou os últimos anos, sempre com o total apoio de sua esposa e filhos.

Recebeu da Liga dos Bombeiros Portugueses vários louvores e a Medalha de Serviços Distintos (Grau Ouro), assim como a Medalha de Altruísmo (Dourada), da Câmara Municipal de Matosinhos. O seu retrato foi descerrado no Salão Nobre da Associação e o seu nome gravado na placa que indica os nomes de todos os Pres identes desde a fundação, em 18 de Fevereiro de 1918, até aos nossos dias.

Faleceu na Póvoa de Varzim no dia 20 de Julho de 2010. No seu funeral, a “sua” Corporação fez-se representar ao mais alto nível pela Direcção, Comando e Corpo Activo, sendo de-positada uma coroa de flores junto do féretro, como gra-tidão da Associação Hu-mani tár ia que e le tão

dignamente serviu. A Associação Académica de São Mamede, representada pelo seu Presidente da Direcção, levou-lhe, também, flores de despedida. Presentes, igualmente, uma delegação dos Bombeiros Voluntários de Leixões e muitos amigos.

E assim, um Homem de forte personalidade, que pautava todos os actos de sua vida com uma extraordinária nobreza de carácter, repousa, agora, para todo o sempre, no Cemitério da Póvoa de Varzim, em jazigo de família. Que descanse em Paz.

Eduardo da Costa Soares

“ ”FIGURAS DO PASSADOJOSÉ ARTUR DA SILVA SÁ E SOUSA