boletim nº 86

24
em equipe Vida serviço Evangelho a do Discípulos que estudam a Palavra Boletim Informativo do Prado Brasil Sub-tema: Edição Nº 86 Setembro 2013

Upload: gabriel-martins

Post on 23-Jun-2015

341 views

Category:

Documents


6 download

TRANSCRIPT

Page 1: Boletim nº 86

em equipe VidaserviçoEvangelho

a

do

Discípulos que estudam a Palavra

Boletim Informativo do Prado Brasil

Sub-tema:

Edição Nº 86

Setembro 2013

Page 2: Boletim nº 86

02

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

I Editorial: Pe. Roberto Oliveira Silva (Jequié) 03

II Estudo do Evangelho: Pe.Juarez Delorto Secco (Cachoeiro) 04

III Formação Permanente: - Pe. Sérgio Braga Neto (Amargosa) 08

IV A vida de Equipe: Lugar de Discernimento - Pe. Antônio Mª Guerin (Paraíba) 11

V Testemunho: Pe. Rubens Duque (Colatina) 14

VI Cantinho dos Seminaristas

- Felipe Almeida (Paraíba ) 16

- Washington Pablo de Oliveira Moura (São Mateus) 20

VII PRADO NO MUNDO Assembleia Internacional (Pe. José Aristeu Vieira) 21

VIII Agenda: . 23

ÍNDICE

Page 3: Boletim nº 86

03

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

I - EDITORIAL Pe. Roberto Oliveira Silva (Jequié)

Caro irmão, finalmente nós conseguimos ‘ressuscitar’ o nosso Boletim tão desejado e tão esperado, depois de um ano de letargia. Agora ele está em cima de vossa mesa, entre tantos outros papéis e correspondências que chegam todos os dias. Para os particiipantes da Sessão Nacional será entregue em mãos. Depois irá certamente para junto do boletim Nº 85, que está nos arquivos bem cuidados. Este subsídio deveria ser valorizado como sinal de ‘Vida de equipe a serviço do Evangelho’, pois para muitos de nós ainda é o único veículo de comunicação neste país continental. Quem usa a internet poderá encontrá-lo também lá.

Muitos acontecimentos da graça de Deus nestes últimos tempos foram se realizando. A Assembleia Internacional deu a tonalidade e esperança de ‘anunciarmos aos pobres a insondável riqueza de Jesus’. O Diretório também deu passos importantes para a nossa organização de padres diocesanos com uma missão especial na nossa Igreja Particular.

Partilhamos aqui o Estudo do Evangelho que Pe. Juarez nos apresenta com profundo zelo meditando sobre Moisés e Pedro; Pe. Sérgio Braga ajuda-nos na nossa formação permanente: Identidade e Missão das Equipes de Base. Já o Pe. Antônio Maria nos brinda com uma reflexão profunda sobre a Vida de Equipe como lugar de discernimento, lembrando as palavras do Papa Francisco na JMJ. Presente importante foi a contribuição do Pe. Duque nos seus longos anos de ministério e conheceu o PRADO em 1986; Pe. José Aristeu nos trouxe a reflexão da Assembleia Internacional da qual fez parte como conselheiro por bons anos. Também de última hora, chegou a partilha do jovem seminarista da Diocese de São Mateus, ligando as Santas Missões Populares com o Estudo do Evangelho. "Chegou também o texto do seminarista Felipe Almeida (Arquidiocese da Paraíba), no momento em que o Boletim estava na gráfica.

Esta é a missão da nossa ‘Vida de equipe a serviço do Evangelho’. Nas nossas equipes de base somos convidados a redobrar nossos esforços para sermos ‘Discípulos que escutam a Palavra’, valorizando e marcando presença significativa nas datas propostas pela equipe nos nossos Regionais espalhados por este imenso Brasil. Assim, com certeza teremos um ministério mais profundo no nosso presbitério diocesano. Somos convidados a olhar o exemplo e testemunho de Pe. Chevrier, estudando o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.

Page 4: Boletim nº 86

04

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

II - ESTUDO DO EVANGELHO(Pe. Juarez Delorto Secco - Cachoeiro)

Vida de equipe a serviço do Evangelho Discípulos que escutam a Palavra.

Caros irmãos pradosianos neste mês de setembro onde celebramos o mês

da Bíblia é-nos proposto este tema “Discípulos que escutam a Palavra”, e rezando na Sagrada Escritura, alguns

textos bíblicos a partir deste verbo “escutar, ouvir”, encontro

logo o diálogo do Senhor com Moisés na sarça ardente. O Senhor chama Moisés e o

envia para libertar o povo de Deus que estava sendo oprimido pelo Faraó e que gritava a Deus para libertá-lo (Ex 3,1ss).

Moisés colocava vários obstáculos para ouvir o Senhor, mas não tinha jeito, o Senhor era persistente até convencer Moisés a ir libertar o seu povo: “Moisés falou ao Senhor: Se nem os filhos de Israel me dão ouvidos, como é que o Faraó vai me ouvir, a mim que não tenho facilidade de falar?” (Ex 6,12). Nota-se a agonia de Moisés em convencer o Senhor que ele era a pessoa errada para a missão, mas o Senhor estava convicto que Moisés era seu eleito e por isso insistiu e investiu em Moisés para libertar o seu povo.

Assim, finalmente Moisés acolheu e escutou a Palavra de Deus e sendo obediente foi se encontrar com o Faraó e lhe dizer tudo o que o Senhor lhe havia mandado, e depois de muitos sinais e prodígios o povo de Deus saiu do Egito passando pelo Mar Vermelho e entrando assim no deserto, que foi o lugar onde Deus, através de Moisés, educou na fé o seu povo, apurando a fidelidade e o amor do povo a Deus como podemos observar no livro do Êxodo.

É interessante saber também, como Moisés morreu, segundo o livro do Deuteronômio (Dt 34,1-12) ele avistou a terra prometida por Deus, mas não entrou nela. “E Moisés, servo do Senhor, morreu ali, na terra de Moab, conforme a vontade do Senhor. E ele o sepultou no vale, na terra de Moab,

Page 5: Boletim nº 86

05

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

defronte de Bet-Fegor. E ninguém sabe até hoje onde fica a sua sepultura... Em Israel nunca mais surgiu um profeta como Moisés, a quem o Senhor conhecesse face a face, nem quanto aos sinais e prodígios que o Senhor lhe mandou fazer, na terra do Egito, contra o Faraó”. Moisés continua o servo do Senhor que realiza as obras de Deus para salvação de seu povo. Moisés viveu em profunda intimidade com Deus (Ex 33,11). Seu túmulo é desconhecido para que ele fique presente através de sua vida, de sua obra que são garantias de que Deus mantém suas promessas.

Eu gostaria de ressaltar que Moisés, se recusou a aceitar o convite de Deus, colocando vários empecilhos pessoais para escutar e responder ao chamado de Deus, agora no fim de sua vida, se entrega totalmente nas mãos de Deus, e se tornou o profeta que conheceu Deus face a face. Que honra, que alegria, que testemunho de discípulo que ouve a Palavra de seu Senhor!

Outro discípulo que ouviu e relutou em escutar e seguir aquilo que o Mestre mandava, pois queria seguir Jesus do seu jeito de ser, estamos falando do Apóstolo Pedro. Ele que teve muitos conflitos e fez muitos questionamentos a Jesus, por causa do seu temperamento e de seu espírito de liderança.

Vamos refletir sobre o Apostolo Pedro situado no Evangelho de Mateus. No capítulo 4 deste evangelho, temos o CHAMADO de Pedro feito pelo Senhor para ser pescador de homens. Pedro trabalha com seu irmão André. Eram pescadores e o Senhor lhes disse “Sigam-me e eu farei de vocês pescadores de homens”. E eles em resposta ao Senhor deixaram imediatamente as redes, e seguiram a Jesus. No capítulo 8, Jesus vai à casa de Pedro e curou a febre de sua sogra. É interessante que Jesus gosta muito de visitar as casas, e andar pelas redondezas, aldeias etc. Jesus é missionário e foi na casa de um discípulo. No capítulo 10, é a instituição dos 12 Apóstolos. Simão Pedro é o primeiro da lista. Interessante, é o primeiro a ser chamado, primeiro da lista dos 12 apóstolos.

No capítulo 14, temos o episódio de Jesus vir ao encontro dos apóstolos que estavam na barca longe da margem, ia sendo batida pelas ondas, pois o vento era contrário. Ele foi andando sobre o mar e aí Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água”. 29Jesus respondeu: “Venha”. Pedro desceu da barca, e começou a andar sobre a

30água, em direção a Jesus. Mas Pedro ficou com medo quando sentiu o vento 31e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me!”. Jesus logo estendeu a

mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que você

Page 6: Boletim nº 86

06

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

duvidou?”. É interessante ver que Pedro quer se aproximar de Jesus, quer estar a frente dos outros discípulos, tem espírito de liderança, mas ainda é fraco na fé.

Outro exemplo de liderança de Pedro e de proximidade com o Senhor é que ele pede para Jesus explicar a parábola no capítulo 15 de Mateus e também no capítulo 16 é Pedro que responde a Jesus

quando o mestre pergunta: quem sou eu? E Pedro responde: “Tu és o Messias, o Filho de Deus.” E por essa resposta Pedro é elogiado pelo Mestre que o chama de Pedro e sobre esta pedra edificará a sua Igreja e ele tem o poder das chaves do céu. Jesus confia a Pedro uma missão muito importante, Pedro se torna ministro de Deus, amigo, discípulo verdadeiro de Jesus.

Mas ao mesmo tempo, Pedro é pedra de tropeço, quando não entende o modo de Deus se manifestar na humanidade, quando Jesus fala da sua paixão, morte, ele não entende e logo como líder e como impetuoso que é, tenta repreender o mestre, e nesse momento vira pedra de tropeço, uma tentação, e Jesus o chama de “satanás”, pois pensa as coisas como os homens e não como Deus.

E essa imagem de Pedro, homem de Deus, mas às vezes, quando pensa como os homens somente, pedra de tropeço, também somos nós. Ao ver o apóstolo Pedro num desejo ardente de seguir Jesus mais de perto, mas ao mesmo tempo, cometendo seus erros e pecados, vejo cada um de nós hoje, que no seu acerto busca encontrar Jesus e segui-lo, mas que também tem as suas fraquezas e pecados.

O quanto, como Pedro, necessitamos da misericórdia de Deus, de sua graça e paciência, perdão para segui-lo mais de perto. Mas Jesus gostava de Pedro, nos momentos importantes da vida de Jesus narrados nos santos evangelhos Pedro estava sempre presente, na transfiguração Pedro estava lá, no Getsêmani mesmo que dormindo, mas estava presente nos momentos marcantes da vida de Jesus. É a Pedro que os fiscais do templo perguntam se o

Page 7: Boletim nº 86

07

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

mestre não paga impostos conforme o capítulo 17 de Mateus, no capítulo 18 é Pedro que pergunta ao mestre “quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim?”. É Pedro que questiona Jesus no capítulo 19,27 “Então Pedro tomou a palavra, e disse: Vê! Nós deixamos tudo e te seguimos. O que vamos receber?” Ou seja, Pedro é um líder entre os discípulos nitidamente e um grande amigo de Jesus para ter tanta liberdade com o mestre e lhe fazer tantas perguntas e estar tanto tempo na presença do Senhor.

Diante desta liberdade e desse amor ao Senhor, cheio de zelo e tentando proteger o mestre que tanto ama, Pedro não aceita a paixão do Senhor, mas devido a sua fraqueza humana e diante da dureza de tantas torturas e ameaças, Pedro nega Jesus três vezes e chora amargamente, lamentando o seu pecado e a perca do seu grande amigo e mestre Jesus Cristo, conforme o capítulo 26,33 e seguintes. Na ressurreição, segundo o evangelho de Mateus, Jesus aparece às mulheres que vão procurá-lo no sepulcro e depois aos onze discípulos juntos. E encerro com o texto do Evangelho de João onde Jesus faz uma pergunta fundamental a Pedro: “Pedro tu me amas?”.

Caros irmãos pradosianos, esta é a história de São Pedro. Muito temos que aprender com ele em sermos autênticos, verdadeiros, assumindo a nossa identidade e também as consequências de nossos atos e falhas. Pedro é realmente esta pedra com que o Senhor edificou sua Igreja, e que agora é um exemplo para todos nós. Encerrando este meu Estudo do Evangelho gostaria de citar ainda o Evangelho de João 21, 15-19 onde Jesus pergunta três vezes a Pedro: “Tu me amas?” e ele responde na terceira pergunta “Senhor tu sabes tudo, tu sabes que eu te amo”. E Jesus o convida a apascentar as ovelhas. E ele deu um bom testemunho de Pastor entregando também, totalmente sua vida a Deus através do martírio.Resumindo Moisés e Pedro, escutaram a Palavra de Deus e a colocaram em prática, não poupando a própria vida, mas pelo contrario, entregando a vida nas mãos de Deus e ambos produziram muitos frutos para a construção do Reino de Deus. Hoje somos nós os discípulos que escutando a Palavra somos chamados a entregar a nossa vida pela causa do Reino.

Pe. Juarez: [email protected]

Page 8: Boletim nº 86

08

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

III – FORMAÇÃO PERMANENTE Pe. Sérgio Braga Neto (Amargosa)

Identidade e Missão das Equipes de BaseEquipe de base - Discípulos que escutam a Palavra.

Caros irmãos

Nossa família pradosiana no Brasil vem crescendo em número, e

já estamos às vésperas de tornar-nos um Prado Canonicamente e r ig ido . Es t e e s t ág io de crescimento nos exige um maior amadurecimento espiritual, para

que o carisma concedido à Igreja por Deus, através do Pe. Antônio

Chevrier realize plenamente a vontade divina, para o bem de todo o povo de Deus.

O lugar natural de acolhida, amadurecimento e vivência do Carisma do Prado e a equipe de base, em nossas Igrejas particulares, junto aos nossos presbitérios, em Comunhão com o Bispo, no serviço incondicional ao nosso povo.

A equipe de base necessita de uma organização interna facilitando o exercício permanente da Vocação - Missão do Carisma do Prado. Destacamos aqui a importância do Coordenador; é ele quem serve a unidade do grupo e promove o que é necessário para seu bom andamento.

Sem o bom funcionamento da equipe de base o Carisma do Prado corre o risco de perder sua visibilidade e cair no anonimato estéril. É preciso um maior esforço de cada pradosiano para fortalecer nossas equipes, como Células vivas de discípulos de Jesus a serviço da Evangelização dos pobres em nossas Dioceses.

No mundo em que nós vivemos tão marcado pela pluralidade, precisamos ser sinal humilde, mas decisivo da fé em Nosso Senhor Jesus Cristo e sua ação salvadora no mundo.

É fundamental que a Equipe de base seja composta de discípulos

Page 9: Boletim nº 86

09

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

convictos de fazer o primeiro trabalho, isto é conhecer Jesus Cristo pelo estudo diário do Evangelho. Este trabalho é pessoal e nada pode antepor a ele.Dizia Pe. Chevrier, que o conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo faz o padre; neste sentido o padre pessoalmente deve investir na sua formação, tornando-se um verdadeiro discípulo da Palavra de Deus. Para melhor realizarmos este trabalho pessoal e indispensável em nossa vocação-missão, a Equipe base é um lugar de animação deste trabalho.

O Padre que entrou na família do Prado não deve só fazer estudo do Evangelho quando se reúne em equipe, mas segundo nossas constituições, em todo capítulo 5 sobre o compromisso pessoal e mais precisamente no nº 37, aconselha estudar de forma habitual o Evangelho e a passá-lo a prática nas nossas vidas, e promete: Daremos um tempo considerável a este estudo espiritual, quer pessoalmente quer comum. Assim recomendava o Pe. Chevrier: “Aquele que quiser encher-se do Espírito de Deus deve estudar Nosso Senhor todos os dias”.

A equipe de base é este lugar de onde nasce o incentivo do estudo pessoal do Evangelho, e onde se recolhe a riqueza desse estudo, mas é também de animação e incentivo para permanecermos fiéis, ao modo do Prado, a grande tradição da Igreja de viver da Palavra do seu Mestre, Nosso Senhor Jesus Cristo. Com o estudo do Evangelho, os horizontes da Equipe de base se alargam, e com maior proveito, o olhar contemplativo nós percebemos a vida dos homens, de onde, com o poder purificador da oração, se torna fonte do conhecimento de Jesus Cristo e caminho aberto para a missão.

A equipe de base é um lugar de discípulo por excelência, porque tendo como fonte o Evangelho, a vida da Igreja e a vida de homens e mulheres, ai se escuta Deus e realiza-se aquele discernimento necessário dos sinais dos tempos, que nos impulsiona para a missão. A existência de nossas equipes não se fundamenta na capacidade de empatia ou simpatia, mas na acolhida do dom. Em primeiro lugar do dom da fé, que nos irmana universalmente pela salvação em Cristo Jesus. Em segundo lugar pela Vocação-Missão do sacramento da Ordem e do Carisma do Prado que nos une como família, na realização da Evangelização dos pobres, no lugar onde fomos enviados pelos nossos Bispos.

Portanto a vida fraterna no Prado tem uma forte motivação apostólica e é em vista da eficácia apostólica, que a Equipe de base se torna um lugar

Page 10: Boletim nº 86

10

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

excelente de discipulado, onde a palavra de Deus ocupa lugar eminente, tanto do trabalho pessoal como comunitário.

Jesus no Evangelho de Marcos 3,31-35, quando a família foi ao seu encontro querendo detê-lo, Ele mesmo mostra que a pertença, agora passa, não mais por vínculos de sangue, mas na realização da vontade de Deus expressa na palavra viva. Neste sentido, a Equipe não é só para a escuta, mas e a palavra mesma que lhe dá identidade e consistência.

Podemos experimentar muitos desafios no interior de nossas equipes, no que diz respeito ao jeito psicológico de

cada membro; mas não será isto a marcar, a natureza de nossa fraternidade.O que fundamenta nossa vida de Equipe é o fato de sermos discípulos

de Nosso Senhor a serviço da Missão no coração da Igreja, presente no mundo, no qual tem no fundo a sede da palavra de vida eterna.

Para incentivo e aprofundamento da questão, eis algumas pistas de reflexão que podem ser partilhadas em nossa equipe:

1 - Em que consiste a unidade de nossa Equipe de base?2 - Que tempo damos ao estudo do Evangelho na vida pessoal e em

nossos encontros?3 - Que sinais nos permitem perceber a passagem entre Estudo do

Evangelho e exercício de nosso ministério?

Pe. Sérgio: [email protected]

Page 11: Boletim nº 86

11

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

IV - A VIDA DE EQUIPE: LUGAR DE DISCERNIMENTOPe. Antônio Maria Guerin (Paraíba)

Num encontro dos pradosianos do Regional Nordeste II, refletimos sobre o papel da “vida de equipe como lugar de discernimento”. Vimos que o Estudo do Evangelho, a Revisão de Vida, os momentos de partilha de nossa vida pessoal e pastoral são momentos pr iv i legiados para descobrir a vontade do Pai, descobrir os apelos do Espírito Santo. Cada um de nós, neste encontro, mergulhou na Palavra de Deus para aprofundar este caminho do discernimento.

São Paulo (I Cor 1, 17-31) nos convida a descobrir a verdadeira sabedoria, fonte do discernimento, Esta sabedoria é bem diferente daquela que o Papa Francisco chama de “mundana”. Ter sabedoria é pensar como Deus. Ela é loucura aos olhos do mundo, pois os critérios que Jesus nos apresenta são bem diferentes dos nossos. O mistério pascal, “loucura” de Deus é o lugar central do verdadeiro discernimento: “Se o grão de trigo não cai na terra e não morre, fica sozinho. Mas se morre, produz muito fruto” (Jo 12, 24). Paulo nos diz que a linguagem da cruz é loucura. Sim, é loucura quando não é vista como amor apaixonado que vai até dar a vida. Neste sentido a cruz é poder de Deus, é poder do amor! “Destruirei a sabedoria dos sábios e rejeitarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o argumentador deste mundo? Por acaso, Deus não tornou louca a sabedoria deste mundo?” Quando o Padre Antônio Chevrier nos diz: “O raciocínio mata o Evangelho” ele nos convida a acolher a Palavra de Deus sem deformá-la com nossas ideologias e preconceitos. “Através da loucura que pregamos, Deus quis salvar os que acreditam”. A loucura do profetismo tem a sua fonte na sabedoria de Deus encontrada na sua Palavra.

A vida de equipe nos evangeliza, pois nos ajuda a discernir o

Page 12: Boletim nº 86

12

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

pensamento de Deus, recorrendo aos critérios evangélicos: “Temos o pensamento de Cristo” (I Cor 2, 16). Antônio Chevrier nos questiona: “Onde encontrar o bom Espírito?” (VD 217). Depois de mostrar que ele não está no mundo, na ciência, no gênio e nas coisas exteriores, o Padre Chevrier conclui: “O espírito de Deus ou o bom espírito está em Jesus Cristo” (VD 224). “Portanto, o que temos nós de fazer? Estudar Nosso Senhor Jesus Cristo, escutar a sua palavra, examinar as suas ações, a fim de nos conformar com ele e nos encher do Espírito Santo” (VD 225). A finalidade principal da vida de equipe está aí. Trata-se de construir nossa vida, nossa pas tora l sobre o a l icerce fundamental: Jesus Cristo (I Cor 3, 10-15).

Na Bíblia toda, Javé chama seus escolhidos a discernir a sua vontade que se manifesta através dos ou através da escuta da sua Palavra. No livro dos Números (22 - 24) Balaão vai discernir a vontade de Deus que se expressa com a... jumenta! Naqueles três capítulos Balaão mostra como fica atento aos desejos de Deus: “Fiquem aqui esta noite, e eu comunicarei a vocês o que Javé me disser” (22, 8). “Só direi o que Javé me puser na boca” (22,38). Na sua vocação Gedeão, no diálogo com Deus, discerne o apelo de Javé: “Sou eu que envio você” (Juízes 6). Eli vai ajudando o menino Samuel a escutar o chamado do Senhor: “Fala Javé que o teu servo escuta” (I Samuel 3,9). Nas nossas revisões de vida, como Balaão, Gedeão ou Samuel devemos discernir os apelos que o Senhor nos faz, discernir as pegadas de Deus na vida e na ação das pessoas.

Maria soube discernir na turbulência que ia mudar a vida dela qual era mesmo a vontade de Deus. Como Jesus que discerne no texto de Isaías a missão dele. Uma missão libertadora. Como nós resgatamos esta dimensão de libertação no dia a dia da pastoral? Em João, o Enviado do Pai só se preocupa

Page 13: Boletim nº 86

13

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

em fazer a vontade daquele que o enviou. Daí todo o tempo que Jesus passa em oração, no encontro com o Pai.

Precisamos de exercício mais profundo de discernimento para iniciar caminhos novos. O Documento de Aparecida nos chama a uma renovação total da nossa pastoral para que ela seja verdadeiramente missionária. O Papa Francisco, durante a jornada da juventude, nos convida a sair das sacristias para ir ao encontro do povo. A nossa equipe de base favorece este exercício do discernimento para orientar nosso dinamismo missionário com a liberdade fruto da ação do Espírito. “Onde existe o Espírito, existe

a liberdade” (II Cor 3,17). Na viagem do Papa ao Brasil sentimos como este homem era livre para falar e testemunhar através de tantos gestos.

Na volta dos setenta e dois discípulos, naquela avaliação que fizeram depois da missão, Jesus discerne como as pessoas ficam desalienadas, libertadas da ação do demônio e como os pequeninos acolhem a Boa Nova (Lc 10, 17-21). Nossa vida de equipe nos permite avaliar sempre a q u a l i d a d e d e n o s s a v i d a d e

discípulos/missionários, a fim de discernir a vontade d'Aquele que nos envia, e “discernir de modo permanente o apelo dos pobres, tanto o apelo dos povos pobres como o apelo dos mais pobres dos nossos povos”.

As Constituições do Prado nos dizem: “Os encontros do Prado devem ser para nós lugares de discernimento, de conversão, de renovação da nossa união a Jesus Cristo e do nosso entusiasmo missionário ao serviço dos pobres é, antes de mais, recebê-lo como voz de Deus hoje” (Nº 69).

Pe. Antônio Maria Guerin: [email protected]

Page 14: Boletim nº 86

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

14

V - TESTEMUNHO Pe. Rubens Duque (Colatina).

Fui ordenado presbítero para servir a Igreja aos 03 de Julho de 1965. Quarenta e oito anos se passaram. Foram anos de graça e de muita benção da parte de Deus. O Senhor esteve sempre ao meu lado. Dezessete anos do meu ministério foram dedicados à formação na Arquidiocese de Vitória e por último na Diocese de Colatina. Foi um tempo de aprendizado que muito enriqueceu o meu ministério. Sou grato a Deus por ter me chamado para prestar esse serviço à sua Igreja - formar pastores para o seu povo. Neste tempo, tive oportunidade de participar de encontros nacionais de formação para formadores, Assembleias da OSIB, Encontros Vocacionais, Seminários e etc. Era sem dúvida desafiante essa missão. Vivemos tempos de incertezas e de inseguranças. Não sabíamos certo por onde andar.

Com a fundação da OSIB nos anos 80, com a assessoria eficiente e sábia de nosso saudoso padre Alberto Antoniazzi, nós fomos fazendo caminho e novos horizontes foram se abrindo. Juntos, elaboramos a primeira diretriz para a formação dos presbíteros da Igreja do Brasil - Doc. 30 da CNBB.

Formado nos moldes de Trento, tive que fazer um esforço muito grande de adaptação ao novo modelo de Igreja e de padre proposto pelo Concílio Vaticano II - passar de uma igreja clericalista, onde tudo centralizava na pessoa do padre, para uma Igreja Povo de Deus.

A minha primeira experiência como pároco, foi na paróquia Bom Pastor, em Campo Grande - Cariacica/ES. De início o meu ministério, foi fortemente marcado pelo espírito Tridentino, onde o Padre decidia, ordenava, e o leigo fazia. O leigo era um executor de tarefas. Não havia conselho. O Padre era o dono do pedaço. Tudo estava centralizado na Matriz. Aos poucos fui percebendo que era preciso mudar, não dava para continuar com aquele modelo Tridentino de Igreja e de Padre.

Com Medellín em 1968, as coisas começaram a mudar. Os ventos da renovação proposta pelo Concílio Vaticano II começaram a soprar. Era um

Page 15: Boletim nº 86

15

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

novo Pentecostes. A proposta das CEB's, a opção preferencial pelos pobres, o protagonismo dos leigos deu um novo dinamismo à paróquia. No início da década de 70, organizamos uma missão popular com a participação de vinte religiosas preparando a paróquia para dar um novo passo - formar uma rede de comunidades, levando a Igreja para perto do povo, abrindo espaço para uma maior participação dos leigos, preparando novas lideranças e formando os conselhos comunitários. Tudo isto, deu um novo dinamismo à paróquia. Foi também para mim, um tempo de conversão, de mudança na concepção do meu ministério, um novo modo de ser Padre.

Quando em 1975, deixei a paróquia, ela estava com uma nova organização: a matriz com uma rede de 15 comunidades, com seus conselhos, catequese, o culto dominical e dezenas de círculos bíblicos espalhados em toda a extensão da Paróquia. Esta experiência deu um novo dinamismo ao meu ministério. Foi um tempo de aprendizado muito rico. Uma escola, onde aprendi a ser padre de um modo novo, padre para o povo, inserido no meio dos pobres para servir a mesa. A Partir daí, fiz uma peregrinação por diversas paróquias: Paróquia da Ressurreição - Goiabeiras/ Vitória (1975 -1977); Paróquia Nossa Senhora da Conceição - Linhares (1977-1983); Paróquia São Pedro - Vila Rubim/Vitória (1984-1988); Paróquia Sagrado Coração de Jesus - Catedral/ Colatina (1990-1999); Paróquia Imaculada Conceição - Coqueiral/ Aracruz (2005-2010); Paróquia Nossa Senhora da Glória - Vila Lenira / Coqueiral (2010-2012).

A partir de Janeiro de 2013, renunciei os trabalhos pastorais e moro na Casa Paroquial desta última paróquia, em Vila Lenira, com um grande irmão e amigo, padre Edgar Rigoni.

Não poderia deixar de registrar a presença do PRADO na minha vida. Conheci o Prado em 1986 através de padre Marcelo Cortey. Nesta ocasião participei da Semana de Espiritualidade do Prado em Recife-PE. Desde o primeiro momento me enamorei pela proposta do Prado. Veio fortalecer as minhas convicções: ser padre pobre para evangelizar os pobres e seguir Jesus Cristo mais de perto. Tudo isso veio somar para tornar mais eficaz o seu ministério. Sou agradecido aos irmãos pradosianos espalhados por esse imenso Brasil e principalmente a nossa Equipe Regional do Espírito Santo. É a 'Vida em Equipe a serviço do Evangelho'. Vocês são a minha segunda família, 'Discípulos que escutam a Palavra'. Como é bom e agradável viver juntos como irmãos!

Colatina – Espírito SantoPadre Rubens Duque: [email protected]

Page 16: Boletim nº 86

16

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

VI – CANTINHO DOS SEMINARISTAS“A importância do estudo do Evangelho na vida de equipe”

Caros irmãos, Amados de Deus e chamados à santidade, graça e paz da parte de Deus

nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Eis que é chegada a hora em que somos chamados por Deus para

meditarmos o Evangelho e o acolhermos em nosso coração. A cada dia que se passa o Seu apelo para que tenhamos uma vida de intimidade com Ele por meio de Sua Palavra sussurra com mais intensidade em nossos ouvidos e, por conseguinte, bate às portas de nossos pensamentos, de tal modo que escancare definitivamente as portas de nosso coração. Confio sem cessar que, um dia nós seremos, verdadeiramente, um só corpo em torno de Cristo. Confio - de igual forma - que haverá um só Mestre e um só Pai a nos instruir e nos confortar na caminhada de fé que a cada um de nós foi confiada. Confio que haverá uma única preocupação: A do Evangelho, em favor dos mais pobres e necessitados de nossa realidade, que choram por causa da fome do pão de cada dia e, também, da falta do pão da caridade, do olhar atencioso, da escuta paciente e de uma esperança corajosa de um mundo novo, renovado e mais unido.

Escutemos a voz do apóstolo Paulo, ele que muito tem a nos ensinar, uma vez que olhando para ele e para a sua vida, nós conseguimos visualizar a Pessoa de Jesus Cristo como central e como único modelo a ser imitado.

Diz-nos um pequeno trecho de sua carta aos cristãos de Roma: “Na verdade, eu não me envergonho do Evangelho; ele é força de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1, 16). Paulo fala para cada um de nós, hoje. Assim como essas palavras do apóstolo entraram, um dia, nos ouvidos do Pe. Antônio Chevrier e repousaram abundantemente em seu coração, ao ponto de

Estou enviando este simples texto, sob a orientação do Pe. Alexandre Magno Jardim, para que o senhor publique no boletim do Prado. Espero que nos ajude a refletir mais profundamente sobre a nossa vida cristã, com os pobres, junto dos pobres.Gostaríamos, por gentileza, de receber o Botim aqui no Seminário. Já faz um tempo que tentamos receber as edições do boletim, mas nunca temos acesso. Tenho certeza que com a presença do Boletim a chama do Prado aumentaria mais em nosso meio e, consequentemente, despertaria mais verdadeiros discípulos.Desde já, obrigado pela atenção. Abraço. Felipe.

Page 17: Boletim nº 86

17

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

o nosso bem-aventurado ofertar toda a sua vida em favor dos p o b r e s , a n u n c i a n d o o Evangelho, também esse versículo vem ser apelo de Deus para nós. Em primeiro lugar, nós somos, hoje, os destinatários a quem o apóstolo dos gentios deseja comunicar uma mensagem. Em segundo lugar, se faz necessário que essa mensagem possa nos tornar uma nova criatura.

A proposta que nos é dirigida para nos fazer refletir em nossa caminhada espiritual, em nossa caminhada do Prado pode-se ser traduzida num interrogatório: “Qual a importância do estudo do Evangelho na vida de equipe?”.

Antes de tudo, convém partilhar com vocês a experiência que eu tenho vivido no grupo do Prado - seminaristas - desta Arquidiocese da Paraíba. Somos um grupo pequeno, iniciado no ano de 2010, quando, por curiosidade do significado da cruz do Prado, que estava no pescoço do Pe. Alexandre Magno Jardim, em uma conversa de finais de semanas da chamada “pastoral” que realizamos nas paróquias, e que foi o ponto de partida para a tentativa de formar um grupo em nosso Seminário. Recordo-me que a iniciativa de se formar um grupo do Prado começou com um jovem chamado Fábio Oliveira, que hoje não se encontra mais na caminhada vocacional, e eu, onde agradeço a Deus, todos os dias, por Ele me permitir continuar caminhando na busca da “vocação de Padre”, além do acompanhamento do Pe. Alexandre, que foi quem nos apresentou a história e a espiritualidade do Prado. De lá para cá, nós tivemos muitos encontros, nos quais intensos estudos do Evangelho. Também tivemos a presença dos padres Filipe Mallet, Robert Daviaud, Antônio Maria Guerin, Paulo Cabral e de Dom Esmeraldo. Cada um desses homens de Deus contribui em nossa formação espiritual, bem como eles foram “novos Paulos” nos temos de hoje, que nos motivaram a não nos envergonhamos do “Evangelho de Deus”.

“O “estudo do Evangelho” é a força de Deus para a nossa vida”. Cada um de nós, membros do Prado, deve ter sempre presente em seus pensamentos a afirmação acima. Sabe por quê? Simplesmente por que sem uma razão daquilo que fazemos, nós nos tornamos superficiais. Não que a razão deva ser a última voz. O Bem-aventurado Antônio Chevrier tem muito nos falado nessa

Page 18: Boletim nº 86

18

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

perspectiva: “O raciocínio mata o Evangelho”. E eu completo: “O raciocínio demasiado destrói o espírito missionário”. Geralmente, nas comunidades por onde passo, eu pergunto às pessoas qual é a razão de suas atitudes em querer seguir a Jesus Cristo? Sem uma razão de nossas escolhas, tudo fica na superficialidade e, consequentemente, surge um vazio. Daí o nosso intuito, neste momento, de proclamar uma primeira razão para fazermos, diariamente, pessoal ou em equipe, o estudo/meditação do Evangelho: “O “estudo

do Evangelho” é a força de Deus para a nossa vida”.Tenho duas experiências para contar: uma pessoal e a outra acontecida no

nosso grupo do Prado. As duas experiências foram em equipe. As duas com o mesmo objetivo: estudar as ações e pensamentos de Jesus Cristo e procurar pôr em prática em nossa vida.

Certa vez, quando eu fiz pastoral na Paróquia de São Pedro e São Paulo, em num bairro chamado Tibiri II, Santa Rita-PB, e me foi confiada a missão de passar um semestre dando formações sobre a “Igreja” para um grupo de 20 pessoas. Essa experiência me aconteceu no ano de 2012. Sempre nos encontrávamos nos sábados às 19:30h. Vez por outra, eu levava a proposta de fazermos o estudo do evangelho, procurando meditar a Palavra de Deus. Era como que uma Lectio Divina. Em uma frase eu resumiria esses momentos tão preciosos: “O estudo do Evangelho é a força de Deus para a nossa vida”. Quem está dizendo isso não é apenas a minha pessoa, mas é a voz do povo, simples e humilde, que sentira um bem enorme para as suas vidas no decorrer daquelas semanas.

E a outra experiência se realizou com o grupo do Prado. O nosso último encontro, recentemente, se deu na casa do Pe. Antônio Maria Guerin, situada no bairro do Rangel, em um lugar muito simples, numa rua aparentemente perigosa. Fizemos o encontro com a presença do Pe. Alexandre. Lá meditávamos a Palavra de Deus e partilhávamos juntos. Éramos um grupo de 6 seminaristas. E o quanto nós aprendemos naquela manhã de sábado, onde depois fomos almoçar juntos.

Ouvimos o apóstolo nos dizer de que ele não se envergonha do Evangelho. Se naquele tempo, mediante tantas perseguições, tantos desafios, tantas noites mal dormidas, Paulo ainda teve a ousadia de não se desanimar do Evangelho, porquê nós, hoje, frente ao mundo secularizado, teríamos vergonha do mesmo Evangelho? O Evangelho de que Paulo declara é a Pessoa de Jesus Cristo. Não se trata apenas de uma doutrina sobre Jesus Cristo. Temos diante de nossos olhos o pensamento do “Evangelho” como se referindo a uma Pessoa. E

Page 19: Boletim nº 86

19

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

essa Pessoa é, de fato, o próprio Deus. Assim como Paulo procurou assumir a sua missão de apóstolo com fidelidade e amor, também devemos tomá-lo como exemplo a ser seguido.

Estudar o evangelho em equipe nos possibilita a graça de sermos mais irmãos. A equipe cresce cada vez mais. Ao contemplar o rosto do nosso irmão, nós estaremos contemplando o próprio Jesus. De fato, Jesus Cristo se faz muito presente na vida do irmão. Seja o irmão de nossa casa, seja o irmão de nossa paróquia ou comunidade ou mesmo o irmão que se aproxima de nós. Estudar o evangelho em equipe nos dá a oportunidade de já naquele momento da meditação, iniciarmos o nosso exercício cristão, centrado na caridade e na fraternidade.

Eu testemunho: “A Palavra de Deus nos orienta realmente”. Eu espero que você também acredite de verdade nessas palavras. E que, jamais, tenhamos vergonha de proclamar a Pessoa de Jesus Cristo ao mundo e, de modo muito especial, se fazendo pobre junto com os pobres.

Sigamos adiante em Jesus Cristo!Abraço a cada um de vocês.Rezem por nós! Estamos rezando por vocês!

Seminarista Felipe AlmeidaE-mail: [email protected]

3º ano de Teologia(Arquidiocese da Paraíba)

Page 20: Boletim nº 86

20

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

CANTINHO DOS SEMINARISTAS (II)

“Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês” (Jo 20,21).

Iluminada pelos 50 anos do Concílio Vaticano II e pelo Documento de Aparecida, consciente da mudança de época em que vivemos, a Diocese de São Mateus propõe que todas as suas forças vivas se unam em prol das Santas Missões Populares (SMP); um tempo propício para experimentar a graça de Deus e fortalecer a fé.

Esse projeto audacioso e bem estruturado que visa traçar uma caminhada até 2017, iniciou de forma brilhante com o 1° Retiro Diocesano, que aconteceu nos dias 23 a 25 de agosto na Catedral em São Mateus. Assessorado pelo Pe. Luís Mosconi e contando com a participação do bispo, padres, religiosas, seminaristas e 1.200 leigos e leigas de todas as paróquias, o retiro foi uma experiência profunda de oração, aprendizagem, animação e renovação do ardor missionário.

Pe. Luís Mosconi, grande idealizador das SMP, falou com entusiasmo da metodologia das SMP, do dever da Igreja de ser missionária e insistiu na necessidade de se estudar os evangelhos, ressaltando a importância do missionário que se compromete a fazer um verdadeiro caminho de discipulado, seguindo os passos da missão de Jesus, nosso Senhor e Salvador.

Para nós seminaristas, o retiro diocesano foi um momento especial onde estivemos presentes no meio do povo santo de Deus, recordando a nossa origem e revitalizando o amor primeiro da nossa vocação: o serviço às pessoas, sobretudo aos pobres e oprimidos. Sentimos uma sintonia muito grande com a proposta do PRADO, quando Pe. Luís falava do “Estudo do Evangelho”. É a 'Vida em Equipe a Serviço do Evangelho'. Movidos por esse grande projeto de amor à humanidade, peçamos a Maria, Missionária do Pai, que nos auxilie na missão de sermos mais humanos, 'Discípulos que escutam a Palavra'; gente evangelizando gente. Somente assim a missão pode ser de fato, santa e popular.

Seminaristas do Seminário Maior de São Mateus.(Washington Pablo de Oliveira Moura, 2° ano de Filosofia)

[email protected].

Page 21: Boletim nº 86

21

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

VII -PRADO NO MUNDOAssembleia Internacional

(Pe. José Aristeu Vieira)

“No mundo inteiro se proclama que vós acreditais” (Rom 1,8).

Caros irmãos pradosianos,

A vós todos que Deus chamou para viver da graça dada ao Bem-aventurado Padre Antônio Chevrier ao lado dos mais pobres do nosso mundo: saúde, paz e alegria no Senhor!

Nós éramos cinquenta e sete delegados, reunidos de 02 a 19 de julho em Limonest para a Assembleia Geral do nosso Instituto e não cessamos de pensar em vós! Nós nos alegramos muitas vezes com a fé que nos anima e com a sua irradiação - inclusive no meio das dificuldades - a partir do tema “Anunciar aos pobres a riqueza de Jesus Cristo”.

No decurso da nossa primeira semana, tivemos a sorte e a alegria de ouvir comunicações e testemunhos vindos de todos os nossos Prados. Isso nos permite compreender melhor as realidades sociais, culturais e eclesiais dos nossos diferentes países, assim como os desafios que nos esperam para viver junto dos “pobres, ignorantes e pecadores”, com as particularidades das sociedades onde vivemos. Todos nós percebemos a urgência de que os pobres não sejam somente “os objetos” da nossa preocupação pastoral, mas que sejam eles próprios sujeitos do anúncio do Evangelho nas nossas respectivas igrejas.

Nos dias seguintes, nós igualmente pensamos muito em todos vós

Page 22: Boletim nº 86

22

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

deixando-nos conduzir pelo Espírito Santo, no momento de eleger o nosso novo Responsável Geral: Pe. Michel DELANNOY (França), os seus dois assistentes (Pe. Xosé Xulio RODRIGUEZ – Espanha; Pe. Armando PASQUALOTTO – Itália) e os seus conselheiros (Pe. Pedro JU SU OUK – Coreia do Sul; Pe. Joseph MUSSER – França; Pe. Francisco Javier GARCIA CADIÑANOS – Espanha e Pe. Hector VILLA – México).Ao aceitar responder sim, todos os sete têm a viva consciência de estar ao serviço de todo o nosso Instituto, mas também da vocação de todos os pradosianos, na nossa diversidade.Ao mesmo tempo, demos graças ao Senhor pelo belo testemunho e pelo trabalho do nosso precedente Conselho Geral. Convosco e em vosso nome, nós dissemos um caloroso obrigado ao Pe. Robert DAVIAUD, pelos seus doze anos como Responsável Geral, assim como a Pe. José Aristeu VIEIRA, Pe. Yves DELAVOIS, Pe. Angel MATESANZ RODRIGO e Pe. Job Yo Bi KOO.Segunda-feira, 08 de julho, celebramos a Eucaristia sobre o túmulo do Padre Chevrier, presidida pelo Cardeal Philippe BARBARIN, arcebispo de Lyon. Era também uma outra maneira de nos sentirmos ligados espiritualmente a vós, assim como a todos os que nos precederam, na comunhão da Igreja Universal.Queremos também dar-vos conta da importância do que vivemos no sábado, 13 de julho. Nesse dia, escutamos longamente os outros membros da nossa família espiritual (fraternidade dos leigos consagrados; irmãos do Prado; membros leigos do IFP; diáconos permanentes; leigos associados).

O seu testemunho deu-nos o gosto e o desejo de reforçar os nossos laços de família tanto quanto possível, em cada um dos nossos Prados e ao nível internacional, em ordem a tornar-nos, todos em conjunto, mais eficazes para anunciar a riqueza de Jesus Cristo a todos os pobres, de acordo com o nosso carisma comum e de modo adaptado a cada continente, a cada cultura e a cada situação.Nas nossas orações e no nosso estudo do Evangelho quotidiano, através da qualidade da nossa vida fraterna, graças ao bom espírito que presidiu aos nossos diálogos simples ou mais profundos, mas também nos momentos de descanso e até na pequena festa cultural que vivemos alegremente no sábado, 13 à noite, vós estáveis também conosco!Finalmente, nós estivemos naturalmente em comunhão convosco no

Page 23: Boletim nº 86

23

Boletim Informativo do Prado

Edição Nº 86 - Setembro 2013

momento de fixar as orientações que nos poderão guiar, sob a responsabilidade do nosso novo Conselho para os seus anos futuros, cujo texto vos chegará em breve. Desde já , nós vos comunicamos o das nossas convicções.

C a r o s i r m ã o s , n ó s podemos verdadeiramente dar graças a Deus por este momento forte do nosso Instituto.E nós pedimos ao Espírito Santo para que apoie sempre a nossa resposta generosa a Deus, Ele que a todos nos chamou a trabalhar para fazer expandir a luz de Jesus Cristo junto dos pobres, do nascer ao pôr-do-Sol, no Sul como no Norte do nosso planeta.Porquê “no mundo inteiro se proclama que vós acreditais” (Rom 1,8).Nós todos, delegados à Assembleia:

da África (Burkina Faso, R.D. Congo e Madagascar),da América (Brasil, Caribe, Chile, Colômbia, Equador, México e

Peru),da Ásia (Coreia do Sul, Índia e Vietnam),da Europa (Itália, Espanha, França, Portugal e Suíça),e do Médio Oriente (Líbano e Egito).

Pe. José Aristeu Vieira: [email protected]

VIII - AGENDA:09-13 de Setembro 2013, Sessão Nacional - Mar Grande BA.

04-06 de Novembro 2013, Conselho - Convento São Francisco, Salvador.

Page 24: Boletim nº 86

E X P E D I E N T E:

Boletim do Prado do Brasil Nº 86 / Setembro 2013Coordenador do Prado Brasil: Pe. Roberto Oliveira Silva.

Colaboradores na Edição: Pe. Antônio Maria Guerin, Pe. José Aristeu Vieira, Pe. Juarez Delorto Secco, Pe. Roberto Oliveira Silva, Pe. Rubens

Duque, Pe. Sérgio Braga Neto e Seminarista Washington Pablo de Oliveira Moura e Felipe Almeida.

Revisão: Pe. Alexandre, Pe. Jésus, Pe. Roberto e Pe. Sérgio.

Atualização, acerto de endereços e sugestões: .

Este Boletim está também no site: www.pradodobrasil.org.br/site

[email protected]

Pe. Aldir Roque LóssRua Barão dos Aymorés, 5629 930-420 São Mateus - ES

Associação dos Padres do Prado do Brasil