boletim nº 28 -2009

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Abril/Maio 09 Segurança Rodoviária NA VOZ DO COMISSÁRIO MATOS Liderança, Chefia, Gestão e Poder nas Organizações Liderança, Chefia, Gestão e Poder nas Organizações Segundo o Comandante Pacheco Santos Agente Principal João Pavia ENTREVISTA COM...

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09

Segurança RodoviáriaNA VOZ DO COMISSÁRIO MATOS

Liderança, Chefia, Gestão e Podernas OrganizaçõesLiderança, Chefia, Gestão e Podernas Organizações

Segundo o Comandante Pacheco Santos

Agente Principal João PaviaENTREVISTA COM...

Page 2: Boletim nº 28 -2009

DesportosDedicada ao tema:«Todas as modalidadesdesportivas praticadasno ISCPSI»

Récitas

Entrevista com

Agente PrincipalJoão Pavia

BTT

Campeonatos Nacionais

Tiro

2 Boletim Abril/Maio

06

0908

14

0617

05

04

Boletim

BoletimOficiais Coordenadores

Coordenador Geral

Coordenador Boletim

Colaboradores

Subcomissário Rui Pereira

Tiago Mota

Marco Pereira

Pedro Carvalho

João Lemos

Tiago Leal

Toni Pinto

Paulo Sousa

Rafael Martins

Victoria Discentivm Gloria Docentivm

Liderança, chefia,gestão e podernas organizações

ComandantePacheco Santos

Actuação Policial e Seg.RodoviáriaComissário Matos

07

BTT

Page 3: Boletim nº 28 -2009

Uma Mensagem

BoletimEditorial

BoletimOficiais Coordenadores

Coordenador Geral

Coordenador Boletim

Colaboradores

Subcomissário Rui Pereira

Tiago Mota

Marco Pereira

Pedro Carvalho

João Lemos

Tiago Leal

Toni Pinto

Paulo Sousa

Rafael Martins

Oficiais Coordenadores

Coordenador Geral

Coordenador Boletim

Colaboradores

Subcomissário Rui Pereira

Tiago Mota

Marco Pereira

Pedro Carvalho

João Lemos

Tiago Leal

Toni Pinto

Paulo Sousa

Rafael Martins

Victoria Discentivm Gloria Docentivm

Instituto Superior deCiências Policiais eSegurança Interna

Rua 1º de Maio, n.º 31349-040 Lisboa

Telf. 213 613 900Fax 1: 213 613 996Fax 2: 213 610 535

www.esp.pt

[email protected]

Editorial Boletim 3

As repúblicas acabam pelo luxo; as monarquias, pela pobreza.

Extingue-se mais um ano lectivo,mais um onde os Cadetes sobem umdegrau e os que estão já no últimodegrau se tornam Aspirantes aOficiais de Polícia. Há pouco tempo,numa entrevista, um Cadete afirmougostar mais da vertente prática doCurso. Parece-me ser natural estepensamento, acrescento, natural enecessário. Agora, que os Alunos do4.º ano vêem no horizonte próximo acomponente prática do estágio dopróximo ano, alimenta-se-lhes aadrenalina de pôr em prática aaprendizagem teórica destes últimosquatro anos. Como se relaciona entãoa prática com a teoria?

A prática deve ser sempresubtraída da teoria, deve ser-lheobediente e a teoria deve ser feita apensar na prática. Mas como disseFernando Pessoa “Só os espíritossuperficiais desligam a teoria daprática, não olhando a que a teorianão é senão uma teoria da prática, ea prática não é senão a prática deuma teoria. Quem não sabe nadadum assunto, e consegue algumacoisa nele por sorte ou acaso, chama«teórico» a quem sabe mais, e, porigual acaso, consegue menos. Quemsabe, mas não sabe aplicar - isto é,quem afinal não sabe, porque nãosaber aplicar é uma maneira de nãosaber -, tem rancor a quem aplica porinstinto, isto é, sem saber querealmente sabe. Mas, em ambos oscasos, para o homem são de espíritoe equilibrado de inteligência, há uma

separação abusiva. Na vida superiora teoria e a prática completam-se.Foram feitas uma para a outra.”

Um vez ser esta a últimaoportunidade de vos escrever queriadeixar aqui um conselho: SejamVaidosos. Não falo em ajeitarem ocabelo a cada cinco minutos ouolharem para todos os espelhos poronde passem, quando digo paraserem vaidosos digo-o para o seremcom a nossa farda. No entanto, aocontrário do que pensam, não vosdigo para envergarem vaidade comos vincos perfeitos ou os sapatosbrilhantes que possuem. Ser vaidosoquando tudo corre bem é fácil, querotambém que sejam vaidosos quandoa vossa farda se rasga, se suja desangue ou de lama, mesmo assim,sejam vaidosos, porque a nossaverdadeira vaidade não deve provirde uma farda passada a ferro, massim do facto de sermos Polícias.Enfim, sejam vaidosos, porque servaidoso é ser português e nós,Polícias, somos portugueses!

Antes de terminar, gostaria aindade agradecer a todos os que nosajudaram, falo de todos os que nospatrocinaram, todos os quecompraram o nosso Boletim, todos osque escreveram artigos e todos osque apenas nos disseram que “estábonito”.

, Coordenador Geral

Um Obrigado a todos!

Tiago Mota

Page 4: Boletim nº 28 -2009

Desportos

4 Boletim Abril/Maio

Desportos

Com o final do ano a chegar éaltura de fazer o balanço dos váriostorneios internos desportivos

vencendo por 3 sets a 0.No Basket foi a turma do 2ºB que

venceu o 4ºB após prolongamento. O

Atletas e todos os demais que nos

apoiaram. Os torneios e competições

internas decorreram sempre dentroorganizados pelos respectivosprojectos escola, e cujos resultadosfinais ainda não tinham sidopublicados no Boletim do Instituto.

No que concerne ao Andebol, estefoi o torneio que findou mais cedo,ocorrendo a sua final ainda noprimeiro semestre. A final opôs o 3ºB contra os Aspirantes. A final foisempre bastante disputada, com osAspirantes a chegarem à vitória noúltimo segundo do jogo. O resultadofinal cifrou-se em 23 – 24.

No Torneio Interno de Orientaçãofoi a dupla do 23º CFOP constituídapor Bruno Pinto e Fábio Martins agrande vencedora. No balanço dasduas provas esta foi a equipa maisregular e que assim conseguiu vencero torneio deste ano. Em 2º e 3º lugarficaram as duplas do 22º CFOPconstituídas respectivamente porJorge Pimenta e Joel Oliveira eSérgio Antunes e Pedro Pereira.

Na final do Volley encontraram-seo 2ºA contra o 4ºB. O 2ºA chegou àfinal após a desclassificação do 3ºB,por estes últimos terem jogado com 5elementos (por não terem umarapariga, que era obrigatório). Nafinal foi o 4ºB que levou a melhor,

jogo foi sempre bastante disputado efoi necessário ir além dos 40minutosde jogo para decidir a final. 31 – 27foi o resultado final.

No futsal houve um “derby” queopôs as duas turmas do 2º Ano. Nofinal, foi a turma A que venceu por 5-4 e foi a grande vencedora. Nosmarcadores, foram 3 os jogadoresque atingiram o maior número degolos: Jorge Pimenta, João Frias eHugo Pereira, com a marca de 13golos marcados ao longo do torneio.

Para finalizar as competições faltaapenas mencionar o resultado da finalde Futebol 11. Foi o 2º ano quechegou à final contra o 4º ano. 7 a 2foi o resultado final, com o 2º ano asair como grande vencedor. Tambémaqui houve igualdade nos melhoresmarcadores: Bruno Pinto e oinevitável Jorge Pimenta foram osmelhores com 3 golos marcados.

Foi objectivo primordial destegrupo de trabalho conseguir que apar t i c ipação nas ac t iv idadesdesportivas ao longo do anodesenvolvidas não fosse encaradacomo uma “obrigação” ou um“sacrifício”, mas sim como um desafioe como uma forma de aproveitar damelhor forma o que este Projecto-Escola proporciona, ou seja, fortalecerlaços de amizade, vincar o espírito degrupo e exercitar o corpo para“refrescar” a mente.”.

Agradecemos a todos o empenho edevoção que demonstraram e queoriginou o sucesso que está patente nosresultados apresentados após mais umano de trabalho e glória para esta

.”Esperemos que para o próximo

ano os desportos corram de feição eque todos possam participar dando oseu melhor e que seja sempre desalutar o convívio e camaradagem.

Miguel Maio, Coordenador do

projecto Desporto, em declarações à

nossa publicação: “Todas as

actividades desportivas realizadas

neste ano lectivo foram o resultado

de um esforço comum entre Oficiais,

Coordenadores, Colaboradores,

da normalidade pretendida,

imperando o fair-play entre as

equipas envolvidas, mas sempre com

grande espírito competitivo.

muinobre casa

João Lemos

Page 5: Boletim nº 28 -2009

Récitas no ISCPSI

A democracia não corre, mas chega segura ao objectivo.

Projectos-Escola Boletim 5

Realizou-se no passado dia 4 de Junho, noauditório do ISCPSI, mais um espectáculo dastão esperadas “Récitas”.

Este ano lectivo, no seguimento de anosanteriores, o Projecto-Escola “Récitas” brindou acomunidade escolar com um excelenteespectáculo preenchido por representações evídeos dotados de um humor aclamadamenteinteligente.

Pese embora a época preenchida e atarefadaque preenche a vida dos Cadetes nesta altura doano lectivo estes não se enjeitaram e lotaramtodos os lugares do Auditório que se mostrouminúsculo para tamanha assistência.

Entre os muitos caricaturados sublinham-se osOficiais da casa, os Cadetes e o pessoal doQuadro Orgânico, o que de resto realça o espíritode sã convivência que une todas as pessoas nesta“nossa casa”. Relevando as palavras doCoordenador do projecto, Cadete João Moura, “não é objectivo melindrar nem ferirsusceptibilidades com estas iniciativas”, sendoque ser alvo de tão subtil e notável representaçãosó demonstra o quão importantes e acarinhadasessas pessoas são para todos nós.

Apraz-nos, pois, referir que o ISCPSI, com arealização destas encenações teatrais reforça, o jáde si forte, espírito de participação e de crítica ealimenta, estreitando laços, o convívio entre asvárias pessoas desta comunidade escolar.

Tantas vezes saudosistas do passado semprepresente resta-nos afirmar, ao contrário deoutrora, que a rir não se criticam costumes, a rirconstroem-se novos costumes.

Por outro lado, nós já estamos saudosos de umfuturo que esperamos ver realizar-se… Para oano marcamos encontro em mais uma sessão eRécitas ISCPSIais.

Marco Pereira

Page 6: Boletim nº 28 -2009

BTT

Na manhã do passado dia

5 de Abril teve lugar a 4ª edição

do Passeio de BTT do ISCPSI.

O evento organizado pelo

Projecto - Escola Solidário –

Secção de BTT, conseguiu

reunir mais de 300 participantes

num passeio de bicicletas pelos

trilhos do Parque Florestal de

Monsanto e as artérias mais

emblemáticas da cidade de

Lisboa.As inscrições para o

evento abriram durante o mês de

Março e rapidamente atingiram

o número previsto pela

organização. A afluência às

inscrições foi enorme, o

que resultou na participação de

tantas pessoas no evento.

Do valor de inscrições

cobradas, foi possível obter uma

receita de 2700 euros que foi

entregue, na totalidade à

AJUDA DE BERÇO,

associação particular de

solidariedade social cuja missão

é acolher e ajudar mulheres

grávidas e crianças dos 0 aos 3

anos.Relativamente ao passeio,

a concentração dos participantes

aconteceu a partir das 8 horas no

ISCPSI. Pelas 9 horas foram

proferidas algumas palavras

sobre o passeio, por parte dos

Coordenadores do Projecto, e,

de seguida, procedeu-se a um

sorteio de material de BTT. Às

9h30 todos arrancaram do

ISCPSI em direcção ao Parque

Florestal do Monsanto.

A primeira parte do

percurso, que contava com cerca

de 26 km, desenvolveu-se na

área do Parque Florestal do

Monsanto e durou cerca de 2

horas, tendo terminado np

Parque do Calhau, onde houve

uma paragem para um reforço

alimentar. Após a paragem,

iniciou-se a segunda parte, que

começou no Aqueduto das

Águas Livres. A passagem no

monumento nacional era o

momento mais esperado por

todos. Após a passagem do

monumento, o passeio

desenvolveu-se por um percurso

de estrada pelo Parque Eduardo

VII, Praça do Marquês de

Pombal, Praça dos

Restauradores, Largo da Sé,

Santa Apolónia, Praça do

Comércio e Av. 24 de Julho, até

chegar ao fim no Largo do

Calvário, no ISCPSI.

Mais de 40 pessoas, entre

Oficiais, Aspirantes, Cadetes e

Pessoal do Quadro Orgânico do

ISCPSI, fizeram parte da

organização do passeio. Para

além desses, foi igualmente

importante a participação dos

elementos policiais da Divisão

de Trânsito do Comando

Metropolitano de Lisboa da PSP

e os Bombeiros de Cabo Ruivo.

As críticas à 4ª edição do

Passeio de BTT do ISCPSI

foram bastantes positivas,

realçando-se a qualidade do

percurso, a qualidade da

logística e da organização,

conforme se pode constatar no

Livro de Visitas do relativo

ao Projecto-Escola (em).

online

site

,

Carlos Martins

http://bttiscpsi.com.sapo.pt/

6 Boletim Abril/Maio

Page 7: Boletim nº 28 -2009

Teve lugar, na tarde dequarta-feira dia 29 de Abril,na Quinta das Águas Livres,base da Unidade Especial dePolícia, uma actividade detiro e técnicas de intervençãopolicial, levada a cabo peloscadetes do ISCPSI. Estajornada teve como principalobjectivo, proporcionar aosparticipantes um contactomais próximo com arealidade policial, tendo sidocriadas situações queobrigaram a intervenção dosparticipantes, de acordo coma Legislação existente, deforma a neutralizar assituações criadas para oefeito.

Toda a prova foipensada de forma que, osparticipantes estivessem sobcansaço, do início ao fim da

mesma, aumentando assimonível de stress. Estiverampresentes nesta iniciativa umtotal de 22 equipas, das quaisficaram melhoresclassificadas a equipa número13, do 4º ano, composta peloscadetes Sérgio Antunes e JoséCatanho, a equipa número 10composta pelos cadetes do 2ºano Edgar Castro e HélderMachado e a equipa número19, do mesmo ano, compostapelos cadetes José Rocha eCatarina Neves no 1º, 2º e 3ºlugar, respectivamente. Nofinal da prova os comentárioseram unânimes, foi umaprova original e que foi deencontro com a essência daactividade policial.

Mesmo sendo de curtaduração (a equipa mais lentanão demorou mais de 30

minutos), esta provaproporcionou aosparticipantes o contacto comsituações mais parecidas como real do que aquelas comque normalmente se deparamnas suas formações noInstituto.

A grande adesão a estaactividade extra-curricularrevela o interesse dos cadetespelas matérias policiais maispráticas, mesmo que serealizem fora do horário quenormalmente é dedicado ànossa formação.

Desta grande adesãopode também concluir-se queactividades como esta podemter umas “segundas vezes”.

Paulo Sousa

Projecto-Escola «Tiro»

Um boletim de voto tem mais força que um tiro de espingarda.

Projectos-Escola Boletim 7

Page 8: Boletim nº 28 -2009

8 Boletim Abril/Maio

Terminado o ano lectivo eterminados os campeonatosADESL, é altura deretratarmos o que se passoudurante esta longa épocadesportiva.

A equipa de andebolmasculino do ISCPSI foi vice-campeã do campeonatoADESL, tendo garantido oacesso aos nacionais que serealizaram em Vila Nova deGaia.

Depois de apenas terperdido contra a FCT noscampeonatos ADESL, a nossaequipa defrontou o ISMAI, aUniversidade do Minho e aFADEUP, contando, todaselas, nas suas fileiras comjogadores profissionais. Estefacto apenas honrou a nossarepresentação e ao ISCPSI.

Falamos com o CadeteEmanuel Pinheiro, do XXIVCFOP, sobre a épocadesportiva que passou,dizendo o mesmo que aequipa esteve muito bem aolongo da época e que soubesempre manter a coesão,referindo ainda que as trêsderrotas averbadas em Gaia se

deverem à “diferentedimensão” dos jogadores dasoutras equipas.

A nossa equipa de futsalfeminino sagrou-se campeãdo campeonato ADESL,juntando, este título, ao Inter-EMES vencido já nestapresente época.

Depois de ter dominado ocampeonato ADESL, batendona final a sua congénere daAcademia Militar, a nossaequipa participou, àsemelhança do andebol, noscampeonatos nacionaisuniversitários. As nossasCadetes defrontaram asequipas da FADEUP, IPP eAUBI, tendo perdido todos ostrês jogos.

O futsal masculino ficou-se pela segunda fase degrupos do campeonatoADESL, no entanto, ficou defora das meias-finais com osmesmos pontos do segundoclassificado. Destaca-se, ainda,a presença na taça ADESL,tendo perdido contra o IST nafinal.

Fomos falar com o CadeteRicardo Barata, do XXII

CFOP, sobre a época queagora termina. O mesmo,treinador da nossa equipa,destacou-a enquantocolectivo, tendo funcionadosempre desta forma todo oano. Referiu, ainda, a uniãogerada dentro da equipa.

No voleibol feminino, anossa equipa terminou aépoca no terceiro lugar dasegunda divisão docampeonato ADESL. A nossaequipa de voleibol masculinoterminou a época em nonolugar, tendo disputado, àsemelhança da sua congénerefeminina, a segunda divisãodo campeonato ADESL.

A nossa equipa debasquetebol findou a épocaem nono lugar no campeonatoADESL, tendo sido eliminada,na primeira ronda da TaçaADESL, pela Escola Naval.

Às campeãs damos osparabéns, às restantes equipasdamos um cumprimento degrande apresso pela formacomo sempre têm dignificadoo ISCPSI e os seus valores!

Rafael Martins

Projectos-EscolaBoletim

Campeonatos Nacionais

Page 9: Boletim nº 28 -2009

JOÃO PAVIAAgente Principal

JOÃO PAVIA

ENTREVISTA COM...

Page 10: Boletim nº 28 -2009

10 Boletim Abril/Maio

EEm poucas palavras, como define a sua personalidade e as motivaçõesque o levaram a ingressar na carreira policial?

A minha personalidadepenso que se enquadra dentrodo padrão ou perfil de agentede autoridade, sou umelemento de ideias fixas,responsável, gosto imenso dedesafios, sou persistente e nãodesisto quando confrontadocom situações adversas tantoao nível pessoal comoprofissional. Os factores queme levaram a ingressar nacarreira policial foi o facto degarantir maior estabilidade enão estar sujeito a contratosde trabalho.

Concorri a diversosconcursos, tais como: GuardaFiscal, Polícia de SegurançaPública, ServiçosAdministrativos Judiciais.

Atendendo que, e emprimeiro lugar surgiu aGuarda Fiscal e conseguientrar dentro de um númerobastante elevado deconcorrentes. Penso que, naaltura fiz a opção certa.

Tendo em conta, que ocurso decorreu no Centro deInstrução da GF, em Queluz,com a duração de um anolectivo e posteriormente umestágio em várias Secções ePostos Fiscais. Após a suaconclusão e como fiquei bemclassificado (15º) tive oprivilégio de escolha nacolocação, mais propriamente

Batalhão nº 1 – Alcântara –Lisboa, ficando pertencer à 2ªCompanhia, sediada noJardim de Tabaco, nestacidade, Secção de Sacavém –Posto da Póvoa de Santa Iria.

Posteriormente e passadoum ano fui transferido para aSecção Tir de Alverca ecolocado no Posto Fiscal,onde permaneci pelo períodoaproximado de seis anos, atéà extinção da GF.

Mas porém, com aboliçãodas fronteiras terrestres e alivre circulação demercadorias dentro dospaíses da ComunidadeEuropeia, esta forçadesignada como CorpoEspecial de Tropas (GF)deixou de ter qualquersignificado ou até mesmorazão para continuar, tendosido extinta durante o ano de1993.

Neste âmbito, foramregulamentadas com base noD/L 230/93 de 26JUN, queaprovou a extinção da GF e asua integração em váriasforças e serviços desegurança, bem como a PSP,GNR, SEF e ServiçosPrisionais.

Considerando que, aminha opção, foi a Polícia deSegurança Pública, a qualimpôs condições para o seuingresso, idênticas às exigidaspara os elementosconcorrentes ao Curso deFormação de Guardas

(Agentes). Fomos submetidosa um estágio de quatro mesesna EPP, com testes e temasnos mesmos moldes dosCursos ali ministrados. (CFG)

Estavam previstas vagaspara a Polícia Municipal, asquais seriam ocupadas pelopessoal da extinta GF, tal nãoaconteceu, fomos colocadosnos Comandos Lisboa, Faro,Madeira e Açores.

No meu caso fui colocadona 2ª Divisão – Olivais, 35ªEsquadra – Moscavide,sensivelmente um ano depoisesta fechou passou a posto deatendimento, todo o seuefectivo passou a pertencer à34ª Esquadra – Olivais efazíamos serviço em toda aárea da 2ª Divisão.Atendendo a esta situação,aceitei vários convites,formalizados em Ordem deServiço do Comando, entre osquais o da Escola Superior dePolícia e actual ISCPSI.

A minha primeiracolocação nesteEstabelecimento de EnsinoSuperior, foi na Portaria,como era prática comumnaquele tempo, todos oselementos passavam por estelocal, decorridos mais oumenos seis meses passei parao Departamento de EducaçãoFísica, onde estive mais oumenos 2 anos, de referir que oexpediente entrava todo peloDepartamento e o seu efectivoera de apenas um Subchefe

Fale-nos um pouco de si,sobre o seu percursoprofissional?

Page 11: Boletim nº 28 -2009

e dois Guardas.Foi a partir daí que me foi

formalizado um convite peloSr. Comandante do Corpo deAlunos, comissário ManuelMaria dos Santos, paraprestar serviço na secretariado Corpo de Alunos, localonde neste momento estoucolocado a desempenhar asfunções de escriturário.

Sempre gostei detrabalhar com alunos, dereferir que já aprendi váriascoisas com eles, assim comoeles também aprenderam algocomigo.

Tendo em conta, quetenho dois filhos em idadeescolar, um com catorze anose outro com nove anos,ambos tem várias actividades,extracurriculares as quaisocupam parte do meu tempodisponível, sendo que,também faço parte daassociação de pais da EscolaBásica Integrada 123 do BomSucesso – Alverca, porquejulgo ser de enormeimportância a educação dosmeus educandos.

Em vários aspectos, noque toca à camaradagem emotivação nota-se umaenorme diferença. Maior

aproximação dos Cadetes aosOficiais do Corpo de Alunos.Considerando que, todo estefacto se deve aos Projectos –Escola, sendo que, estes temum Oficial coordenador, daí aquestão que o corredor quedá acesso aos gabinetes doCal, se encontre quase sempresuperlotado de Cadetes.Antes dos projectos existiremtal não acontecia, o Cadete sóse deslocava aquele local emtrês situações, ou fazia anos,para receber o respectivopostal de parabéns, ou estavade serviço de cadete dia oualuno dia ou tinha cometidoalguma falta.uma imagem muito positiva,refiro como exemplo o 22ºCFOP (4º Ano), o qual julg

o serum Curso excepcional, diriamesmo uma elite, visto que,ao nível dos Projectos –Escola, como coordenadores énotória uma enormecapacidade de resolução dosproblemas, atribuindo a cadaum determinadas tarefas. Nocaso das conferências, quedecorreram de uma formaespectacular e sempre comelevado nível de afluência, asinscrições rapidamenteesgotaram, sendo suprimidasde imediato, os temas foramsempre bem concebidos esobre assuntos de certa formapolémicos e actuais que porvezes ainda não se encontrambem esclarecidos.

Certamente, nestecontexto, leva as pessoas aassistir para que desta formase esclareçam, o grupo deoradores também tinha muitoa ver com os conteúdos dostemas. Estes inovaram até notipo e aspecto do certificado,por vezes até se identificavacom o tema proposto.

No aspecto do Projecto deSolidariedade, na qual estáinserida a Corrida deSolidariedade a qual projectauma imagem de grande realcedo ISCPSI, tendo em conta o

A minha relação com osalunos é uma relação derespeito e entreajuda, sempreque para tal seja solicitado,quando me apresentamqualquer dúvida ouproblema, tento a suaresolução da melhor forma,não complicando as coisas, seestiver dentro das minhascapacidades de resolução,faço questão de o solucionar,não estando ao meu alcance,transmito a quem de direitoacerca do sucedido.

Nunca em caso algumdiscuti com quer que fosse noâmbito de qualquer faltacometida.

Actualmente tenho

Quando não está no ISCPSI oque gosta de fazer?

Já conta com alguns anos detrabalho no ISCPSI. Queaspectos de mudança temverificado no ambiente destacasa nos últimos anos?

Como sabemos, desempenhafunções muito próximas dosalunos. Como descreve essarelação?

Todos os anos conhece novoscadetes, lida com elesdiariamente, com certeza queao longo dos tempos muitacoisa muda e mudará. Queimagem tem de nósactualmente e que projecçãodo futuro faz sobre nós?

«

»

Actualmente tenho uma imagem muito positiva, refiro como exemplo o 22º CFOP(4º Ano), o qual julgo ser um Curso excepcional, diria mesmo uma elite, visto que, aonível dos Projectos – Escola, como coordenadores é notória uma enormecapacidade de resolução dos problemas, atribuindo a cada um determinadastarefas.

O amor da democracia é o da igualdade.

Page 12: Boletim nº 28 -2009

12 Boletim Abril/Maio

fim a que se destina, com esteevento de grande envergadura,que põe quase todo o efectivodeste Instituto, a trabalhar paraesta causa tão nobre, de apoioàs vitimas e em parceria com aAPAV. Senão fosse estetrabalho de equipa doselementos do projecto,conjuntamente com o CAL.Não menosprezando osrestantes projectos existentes,tais como: a Divulgação doCFOP e o Desporto – Classe deGinástica e Desportos Radicaise entre outros, os quaisfuncionam como umcomplemento de serviço para aSecretaria do Cal. Nestereferido curso é notória e estádevidamente vincada aformação e os conhecimentos,diria mesmo que ostentam ocunho do seu 1º Oficial Tutor.Para todos desejo os maioresêxitos pessoais e profissionais esei que certamente não se vãoesquecer do Agente PrincipalPavia, muitos dos que jápassaram por esta casa, sempreque deslocam ao ISCPSI, fazemquestão de me vircumprimentar e perguntarcomo vão as coisas por cá.Alguns porém nas épocasfestivas, fazem questão de meenviar as boas festas, facto esteque eu agradeço e reconheço avossa amizade.

Sendo que, nos restantesCursos são tambémconstituídos por elementos degrande nível e qualidade.

No aspecto da mediação,na maioria dos casos, sou

questionado sobre os vossoscomportamentos, de referirque sempre que posso, façoquestão de os defender outentar atenuar os ânimos.

As maiores dificuldades,são o facto de passar muitashoras sem falar ou falar pouco,mas como não sou de muitaspalavras consigo resistir a estatentação. No aspecto doserviço e dado ao volume depapel que circula diariamenteneste serviço (Sec. Cal) e darresposta em tempo útil a todasas solicitações apresentadas atodos os níveis.

Os aspectos maisgratificantes, são o nível desucesso alcançado pelosalunos, Os Projectos Escola, oINTER EMES, que nosproporciona uma abertura parao exterior e a projecção daimagem deste Instituto.Aspectos negativos, sou contraas desistências, desistir épróprio dos fracos.

Aplicava um regime demobilidade e rotatividade aoquadro orgânico, não diria atodos mas aos maiscapacitados, para que nãoaconteçam situações, que sódeterminado elemento é quesabe fazer ou tratar dedeterminado assunto. Nãopermitiria colocaçõessuperiores a mais de 5 anos emcada serviço.

O atendimento é um poucodeficiente, a falta de cortesia dealguns serviços aos Cadetes, a

não duplicação de serviços outarefas, disponibilizandoapenas uma base de dadoscomum a todos os serviços.

Aproveitem ao máximo asteorias ou conhecimentos quelhes são transmitidos,conjuntamente com os valoresque fazem parte integrante devós e saibam escutar e ouvir osconselhos de quem se encontrano terreno, só assimconseguirão fazer um juízoperfeito de modo a nãotomarem decisões precipitadasou desajustadas aos problemasque nos são impostos nodesempenho da nossa missãopor uma sociedade cada vezmais exigente.

Outro aspecto importante é amediação que faz entre alunose corpo de alunos. Supomosque nem sempre será fácil essarelação. Que tem a dizer sobretal?

Quais as maiores dificuldadesque surgem no seu dia-a-diano desempenho das suasfunções, e quais os aspectosmais gratificantes, se oshouver?

O que mudaria no ISCPSI?

Alguma mensagem final quequeira transmitir à companhiade alunos?

Uma Personalidade:

Um Local:

Uma Viagem:

Um Filme:

Um Livro:

Um Clube:

Um Prato:

Uma Frase:

Cadete John

Alentejo

Madeira

As récitas do ISCPSI

Codex - José Rodrigues dos

Santos

Sporting Clube de Portugal

Caldeirada de chocos

Falar pouco e ouvir muito

Page 13: Boletim nº 28 -2009
Page 14: Boletim nº 28 -2009

,

Aimportância da remonta àscivilizações pré-clássicas, onde osfeitos extraordinários dos gregos na

luta contra os rivais troianos eram atribuídos àintervenção de homens dotados de qualidadesextraordinárias ou sobrenaturais narradas nas obras daliteratura pré-clássica como a e a .Entre muitos outros exemplos,

, pertencem ao leque de indivíduos aquem se atribui a causalidade na realização deempreendimentos notáveis e extraordinários à escalanacional e civilizacional.

A atribuição de uma relação de causa-efeito nosucesso de um empreendimento colectivo devido àintervenção de um indivíduo particular dotado dequalidades extraordinárias, constitui uma das assunçõesmais prototípicas do conceito de liderança,independentemente de ser possível demonstrar aplausibilidade dessa relação. Esta associação do sucessocolectivo à figura e intervenção do líder, grandementealimentada por narrativas épicas e mitológicas,favoreceu a crença generalizada de que certos indivíduospossuíam qualidades extraordinárias, muitas vezessobrenaturais o que levou a que a primeira dasabordagens à ficasse conhecida como a “

” ideia que segundo Bass (1990) teriasido alimentada por um ensaio de Carlyle em (1841)sobre a vida dos heróis.

O fascínio pelo tema residia justamente no mistérioassociado à natureza do e à suaubiquidade (Yukl, 1998). Contudo, a natureza descritivae especulativa dos estudos biográficos não possibilitava

responder a questões centrais, como por exemplo,porque razão alguns indivíduos emergiam como líderes?Ou, o que faziam e como, os indivíduos a quem se atribuia responsabilidade de acontecimentos notáveis?

A desmistificação da inicia-se com oadvento das ciências sociais, em particular com osdesenvolvimentos da psicologia e sociologia no final doséculo XIX, consequentemente assiste-se à banalizaçãodo conceito de , que é atestada pelo imensovolume de trabalhos de investigação publicadosanualmente desde o início do século XX, que, segundoMcCall (1988) seriam mais de 150 por ano. Estabanalização do conceito não dispensa contudo, que seproceda a uma distinção conceptual entre conceitospróximos de

.tem sido definido de maneiras distintas, mas

em geral consigna o potencial de influência que umagente tem sobre as atitudes e comportamentos de umalvo individual ou colectivo (Yukl, 1998). éuma forma de poder legitimado, isto é, aceite por aquelessobre quem se exerce (Jesuino, 1987).constitui o efeito da modificação quer das atitudes querdos comportamentos do alvo em função do exercício de

pelo actor, isto é, corresponde ao efectivo.

Na conceptualização doproposta por Jesuino, (1987) são destacados osseguintes elementos essenciais:

. Destaconceptualização, emerge como

. Porconseguinte, enquanto exercício deestá conceptualmente mais próxima dodo que correspondendo a umprocesso que visa como resultado o

ao invés, que o

proporcionam.Colocando o conceito de

Bryman (1992) salienta que osinvestigadores têm definido enfatizando trêselementos: . Mas aocolocar a liderança no contexto organizacionalnovamente deparamos com uma nova dificuldade emdistinguir

Bass (1990) com base na conceptualização de Gibb(1969) distingue de uma vez que aprimeira é baseada na organização e não noreconhecimento dos membros do grupo, por ser o chefe enão grupo a determinar o objectivo grupal por na chefianão existir um sentimento partilhado de cumprimento do

liderança

Ilíada OdisseiaUlisses, Alexandre da

Macedónia, Júlio César, Napoleão, Mao Tse-tung,Churchill, Roosevelt, Lennin, Martin Luther King eJohn Kennedy

liderança teoriado grandes homens

processo da liderança

liderança

liderança

liderança como o poder, a autoridade e ainfluência

O poder

A autoridade

A influência

poderexercício do poder

processo de liderança

o exercício intencionaldo poder e influência por parte de um actor, a naturezacolectiva do destinatário, a preocupação comobjectivos comuns e a sua legitimaçãopredominantemente psicológica

a liderança umexercício particular de poder que é legitimado pelaintenção do actor em promover a eficácia colectivautilizando para tal meios persuasivos em detrimentode formas coercivas e do controlo de recursos

poder a liderançapoder pessoal

do poder de posição,comprometimento

dos destinatários, da sua aceitação ouobediência controlo de recursos e a autoridade

liderança no contextoorganizacional,

a liderançaa influência, o grupo e o objectivo

o conceito de liderança dos conceitos dechefia e de gestão.

chefia liderança

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Liderança, chefia,gestão e poder nas

organizações

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Liderança, chefia,gestão e poder nas

organizações

14 Boletim Abril/Maio

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Liderança, chefia,gestão e poder nas

organizações

A democracia é uma minoria bem organizada governa uma maioria organizada.

Liderança Boletim 15

Liderançaobjectivo, por existir uma distancia estatutária entre chefee os membros do grupo e porque a autoridade do chefe nãose baseia na aceitação espontânea dos membros do grupo,mas no controlo que este exerce sobre os recursos.

Os termos de liderança e gestão são frequentementeutilizados de forma intermutável, como se as diferençasconceptuais fossem de menor importância, ou talvez,como forma de evitar o desconforto que comporta adificuldade de distinção conceptual, mas a questão temsido ciclicamente erguida. Para Mintzeberg (1973) a

confinada à categoria de papéis interpessoais dosgestores, mas Kotter (1992) opta por uma posição inversa,considerando .Jesuino (1987) opta por uma posição conciliadora,considerando

e de forma inversa.

Zaleznick (1977) tenta resolver esta questãoenunciando um conjunto de características, relativas “àmotivação, história pessoal e forma de pensar e agir” (p.70) que distinguiram líderes e gestores. Este esforçomeritório peca contudo por duas questões teóricasfundamentais, em primeiro lugar os líderes sãoconsiderados indivíduos possuidores de característicasespecíficas (i.e., inatas) equiparadas ao talento de umartista e em segundo lugar os líderes e os gestores sãopessoas diferentes (i.e., inconciliáveis). A primeirapremissa constitui um retorno à teoria dos “grandeshomens” cujos pressupostos são de difícil verificaçãoempírica. A segunda perspectiva, igualmente de difícilverificação, sugere que os gestores não poderão liderar eque os líderes não poderão gerir.

Esta última perspectiva é rejeitada por váriosespecialistas que consideram despropositado assumir-se

, preferindoantes sublinhar que

(Bass, 1990; Hickman, 1990; Kotter, 1992;Yukl,1998). Contudo o artigo de Zaleznik (1977) tem o méritode despertar a consciência por vezes adormecida dosinvestigadores, ou como refere Bedeian (2006) a“amnésia académica” (p. 198) relativa à necessidade declarificação das fronteiras conceptuais entre os conceitos.Esta confusão parece ter tido origem nos estudospioneiros sobre levados a cabo pelasuniversidades de Ohio e Michigan, que seleccionarampara as suas investigações indivíduos que ocupavamcargos de chefia e gestão. O peso que estasinvestigações tiveram no desenvolvimento dainvestigação dalevou à criação do estereótipo de que os gestoresocupando posições de chefia seriam líderes ou estariamem funções de liderança. Mas há que ressalvar quenestes estudos pioneiros a escolha destes indivíduospara o estudo da liderança “não pressupunha que essesmesmos fossem de facto líderes” (Bedeian, 2006, p.199).

Uma estratégia mais adequada será explorar asdiferenças conceptuais entre . A

maioria das definições de gestão considera-a como umprocesso de optimização dos recursos (i.e., recursosmateriais, financeiros e humanos) para o alcance dosobjectivos organizacionais (Leroy, 1991; Madureira,1991; Weihrich & Koontz, 1993). O processo de gestãoencerra tradicionalmente as actividades de planear,organizar, dirigir e controlar e a liderança diz respeito aaspectos mais directamente relacionados com as pessoas,isto é, a direcção e controlo (Jesuino, 1987).

Roste & Smith (1992) tocam num ponto central quedistingue , o estácircunscrito ao plano da relação formal estabelecida entregestor e gerido, isto é, ao que a relação formal prescreve aambas as partes, é uma influênciaque está para além desta relação formal, característica queé também sublinhada por Katz & Kahn (1978).

Uma outra distinção que frequentemente permiteclarificar a diferença entre prende-secom a dimensão estabilidade versus mudançaorganizacional, estando a

e a

celebrizada na máxima de Bennis &Nanus (1985) “os gestores sabem o que devem fazer, oslíderes são pessoas que sabem o que deve ser feito”.Também Kotter (1992) salienta esta distinção conceptualconsiderando a

.O facto de terem sido sistematicamente utilizados na

os gestores como objecto deestudo e as organizações como contexto privilegiado,associado ao facto

, constituíram factoresque muito contribuíram para um panorama de utilizaçãoinapropriada dos conceitos de .Contudo é pertinente salientar que a

porque não requerer entre líder eliderados uma relação

(i.e., entre chefe esubordinado), embora essa relação possa existir àpartida. Na oconsentimento do alvo (i.e., os liderados, ou seguidores)é fundamental para legitimar a acção do líder.

Por outro lado o ganhasentido, perante novos problemas, ou problemas maldefinidos, na sua formulação, na proposição de novassoluções e na forma como se implementam essassoluções, enquanto o serve melhor amanutenção e optimização de sistemas. Confrontadosque estamos com uma envolvente altamente volátil, amudança perdeu o estatuto de fase, para se instalarcomo rotina organizacional e nunca como agora aliderança se tornou tão relevante perante um cenário deelevada incerteza e de desânimo generalizado emrelação ao futuro, tanto no nível macro-social, como aonível organizacional, logo também no contexto dasinstituições públicas.

A competição que a envolvente coloca àsorganizações, nomeadamente nos desafios que colocam

liderança é uma actividade subsidiária da gestão

a gestão uma sub-actividade da liderança

a gestão como subsidiária da liderança nosníveis estratégicos a liderança comosubsidiária da gestão nos níveis operacionais de gestão

que líderes e gestores são pessoas distintas sendoimpossível ser líder e gestor ao mesmo tempo

a gestão e a liderança são processosdistintos

liderança

liderança em contexto organizacional

gestão e liderança

liderança de gestão processo de gestão

o processo de liderança

gestão e liderança

gestão e os gestores associadosà manutenção de sistemas liderança e os líderesassociados à perspectiva de mudança e transformaçãoorganizacional

gestão um processo que permite articulara complexidade organizacional e a liderança o processode lidar com a mudança

investigação da liderança

da gestão e da liderança visarem oalcance de objectivos colectivos

gestão e liderançaliderança se

distingue da gestãohierárquica formal como na

relação entre gestor e gerido

liderança como processo de influência

processo de liderança

processo de gestão

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16 Boletim Abril/Maio

aos seus gestores, sugere a necessidade dedesenvolvimento da sua capacidade de liderança (Yukl,1998). Os programas de desenvolvimento de liderançarepresentam um negócio anual de vários biliões dedólares, só nos Estados Unidos, o que atesta aconvicção generalizada da sua importância (Fulmer &Vicere, 1996; Dolezalek, 2004) e evidencia ocomprometimento das organizações com odesenvolvimento da liderança dos seus gestores(Conger & Benjamin, 1999), assistindo-se a umaumento crescente nos orçamentos destinados a estesprogramas (Gibler, Carter, & Goldsmith, 2000).

Comparativamente com a extensa investigaçãorelativa à liderança, a literatura sobre

(Collins, 2002), nomeadamente na caracterização dotipo de programas que pode melhorar o

(Sogunro, 1997). No entanto parecesubsistir uma forte convicção de consultores eo rg a n i z a ç õ e s , d e q u e o s p r o g r a m a s d edesenvolvimento de liderança se

(Colins & Holton, 2004; Moxnes & Eilertsen, 1991).Uma conclusão que se pode retirar da investigação

sobre oé de que o seu impacto organizacional não é

directo nem imediato, mas que depende de muitosfactores que facilitam a transferência destascompetências para o contexto organizacional (e.g., oapoio e incentivo das chefias, uma culturaorganizacional que valorize a aprendizagem, o sucessoe a mudança).

As instituições, que por natureza são organizaçõesmais conservativas, tendem a experimentar maioresdificuldades de adaptação aos ventos da mudança eneste contexto o papel dos líderes pode ser decisivo.Parece então prudente que estas instituições dediquemmelhor atenção à selecção das suas chefias e queapostem na formação e desenvolvimento da sualiderança, uma vez que se trata de um processolongitudinal e não é algo que se vá comprar a uma lojade conveniência, quando as crises batem à porta.

desenvolvimentode liderança e sobre o seu impacto é bastante modesta

desempenhoorganizacional

traduzem emmelhorias nas competências de liderança e que estas sereflectem em melhor desempenho organizacional

desenvolvimento das competências deliderança

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The social psychology oforganizations

Managing people in organizations.

Iniciação ao controlo de gestão

Introdução à gestão. Lisboa

Perspectives on behaviour in organization

The nature of managerial work

European Management Journal, 10,

Evaluation Review, 21Management a global

perspective

Leadership in organizations,

Harvard Business Review, 55

th

Joaquim Pacheco Santos

Gabinete de PsicologiaEscola Naval

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ANão obstante da eficá-

cia das acções já realizadas naUnião Europeia, o número devítimas rodoviárias mantém-seinaceitavelmente elevado: 1,3milhões de acidentes rodoviári-os por ano, responsáveis por40.000 mortos e 1,7 milhões deferidos. A sinistralidade rodo-viária tem sido alvo de cescen-te atenção em toda a UE,tendo sido proposta uma metaambiciosa: reduzir em 50% onúmero de vítimas até 2010.Na verdade, a frieza dosnúmeros impõem uma reflexãoprofunda na forma de aborda-gem desta problemáticaporquanto o seu combate,muitas vezes, traduz-se nadefesa do direito à vida, dadignidade da pessoa humanae, em última análise, dosdireitos do homem, já para nãofalar das gravíssimas conse-quências colaterais de índolematerial. De acordo com PauloMarques, Presidente da ANSR,baseado em dados de 2007,cada vítima mortal nasEstradas Portuguesas custaaproximadamente um milhãode euros, ou seja, 0,5% doproduto interno bruto.

De acordo com a Matrizde Haddon, no que concerne

ao comportamento dos utentesda via, a velocidade, oconsumo de álcool esubstâncias psicotrópicas, ocansaço e a não utilização decinto de segurança oucapacete, são reconhecidoscomo das principais causas dasinistralidade rodoviária oupelos menos, factores queagravam as consequências dosacidentes de viação.

Portugal, representavaem 2006, 2,2% do total demortes nas estradas da UE,com 91 fatalidades por cadamilhão de habitantes (6%acima da média europeia). EmPortugal, em termos desinistralidade rodoviária, o anode 2008 foi excepcional a todosos títulos. Registaram-se osvalores mais baixos de sempreno número de mortos (772), nonúmero de feridos graves e nonúmero de feridos ligeiros. Emrelação a 2007, houve menos82 mortos (-9.6%), menos 529feridos graves (-17%) e menos2.457 feridos ligeiros (-5.7%),pelo que relativamente aospontos referenciados quecontribuiram decisivamentepara uma efectiva melhoria dasegurança rodoviária, surge aadequada fiscalizaçãorodoviária, como um dosinstrumentos privilegiados nocombate à sinistralidaderodoviária.

No entanto, atendendoquer à complexidade dofenómeno quer à diversidadede áreas de intervenção, paraa prossecução eficaz de umobjectivo nacional de reduçãosistemática da sinistralidaderodoviária é indispensáveldispor-se de um planointegrado, técnica ecientificamente fundamentado,com metas quantificadas parahorizontes temporais bemdefinidos, como suporte dasacções a empreender. Peloque foi definido para o períodode 2008 a 2015, comohorizonte temporal para aimplementação de uma

Estratégia Nacional deSegurança Rodoviária. Odocumento engloba umconjunto de medidas que vãoser tomadas até 2015, com oobjectivo de diminuir de 850para 579 o número de mortosnas estradas portuguesas ecolocar Portugal nos dezprimeiros países da UniãoEuropeia com menor taxa desinistralidade rodoviária. Deacordo com a AutoridadeNacional de SegurançaRodoviária (ANSR),actualmente apenas secontabilizam em Portugal onúmero de mortos fornecidospelas Forças de Segurança,mas a nível europeu a taxa demortalidade nas estradas temem consideração os feridosgraves que morrem no períodocompreendido entre omomento do acidente e os 30dias subsequentes, pelo queesta forma de contagem seráimplementada em Portugal até2015.

Uma adequadafiscalização por parte dasForças de Segurança, constituium importante instrumento deprevenção e de segurançarodoviária, podendo produzir acurto/médio prazo resultados,especialmente no queconcerne à diminuição dasinistralidade rodoviária e dassuas consequências. Existe apremente necessidade daintensificação da fiscalizaçãodos limites gerais davelocidade, especialmentedentro de localidades, visto queuma diminuição da velocidademédia iria acarretar, que asconsequências dos acidentesde viação fossem menosgravosas. Igualmente, oaumento do número de testesde alcoolémia (1.500.000testes anuais) irá produzirindirectamente a curto prazo,uma diminuição do número defatalidades rodoviárias. Umincremento da fiscalização,especialmente no queconcerne à utilização dos

ctuação Policial ea SegurançaRodoviária

Prevenção Rodoviária Boletim 17

Prevenção Rodoviária

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