boletim informativo nº 23 a 32 julgados das turmas ... · ameaça - crime - consumação ......

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BOLETIM INFORMATIVO Nº 23 A 32 JULGADOS DAS TURMAS RECURSAIS JURISPRUDÊNCIA CRIMINAL SUMÁRIO Ameaça - Apelação desacompanhada das razões ............................................................................ 3 Ameaça - Crime - Consumação ....................................................................................................... 3 Ameaça - Desabafo - Explosão de cólera ........................................................................................ 3 Ameaça - Desentendimentos verbais - Absolvição ......................................................................... 3 Ameaça - Testemunha ocular - Perseguição - Antecedentes ........................................................... 3 Apelação - Decisório homologatório - Descabimento ..................................................................... 3 Apelo desacompanhado das razões - Intimação - Preliminar .......................................................... 4 Assistência judiciária - Concessão - Citação - Correio ................................................................... 4 Assistência judiciária - Concessão - Preparo - Deserção ................................................................. 4 Ato obsceno - Local público - Fluxo de pessoas - Prova ................................................................ 4 Audiência - Presença do MP - Titularidade de ação penal .............................................................. 5 Audiência - Representação - Denúncia - Retratação ....................................................................... 5 Audiência preliminar - Ausência defensor - Aplicação pena .......................................................... 5 Audiência preliminar - Composição de danos - Parentesco ............................................................ 5 Audiência preliminar - Proposta do MP - Competência .................................................................. 5 Audiência preliminar - Proposta do MP - Decisão de mérito .......................................................... 6 Ausência de defensor - Inadmissibilidade - Nulidade ..................................................................... 6 Brigas entre marido e mulher - Incidentes domésticos .................................................................... 6 CNT - Apelação do MP - Perigo de dano - Falta de habilitação ..................................................... 6 CNT - Perigo de dano - Apelação .................................................................................................... 6 CNT - Perigo de dano - Direção inabilitada .................................................................................... 7 CNT - Recursos MP e acusado - Razões - Deserção - Perigo dano ................................................ 7 Conduta penalmente irrelevante - MP - Habilitação - Infração - CTB ............................................ 7 Condutor do veículo - Habilitação - Perigo ..................................................................................... 7 Contravenção - Arma - Porte ........................................................................................................... 8 Contravenção - Arma - Porte ........................................................................................................... 8 Contravenção - Art. 32 - CBT - Art. 309 - Revogação .................................................................... 8 Contravenção - Falta de habilitação ................................................................................................ 8 Contravenção - Falta de habilitação ................................................................................................ 9 Contravenção - Fogos de artifício - Lugar habitado -Erro .............................................................. 9 Contravenção - Inabilitação - Caracterização .................................................................................. 9 Contravenção - Inabilitação - Flagrante .......................................................................................... 9 Contravenção - Porte de arma - Faca ............................................................................................... 9 Contravenção - Vias de fato - Representação da vítima ................................................................ 10 Contravenção de embriaguez - Prova - Fatos passados ................................................................. 10 CTB - Carteira habilitação - Infração administrativo .................................................................... 10 1

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BOLETIM INFORMATIVO Nº 23 A 32

JULGADOS DAS TURMAS RECURSAIS

JURISPRUDÊNCIA CRIMINAL

SUMÁRIO

Ameaça - Apelação desacompanhada das razões ............................................................................ 3 Ameaça - Crime - Consumação ....................................................................................................... 3 Ameaça - Desabafo - Explosão de cólera ........................................................................................ 3 Ameaça - Desentendimentos verbais - Absolvição ......................................................................... 3 Ameaça - Testemunha ocular - Perseguição - Antecedentes ........................................................... 3 Apelação - Decisório homologatório - Descabimento ..................................................................... 3 Apelo desacompanhado das razões - Intimação - Preliminar .......................................................... 4 Assistência judiciária - Concessão - Citação - Correio ................................................................... 4 Assistência judiciária - Concessão - Preparo - Deserção ................................................................. 4 Ato obsceno - Local público - Fluxo de pessoas - Prova ................................................................ 4 Audiência - Presença do MP - Titularidade de ação penal .............................................................. 5 Audiência - Representação - Denúncia - Retratação ....................................................................... 5 Audiência preliminar - Ausência defensor - Aplicação pena .......................................................... 5 Audiência preliminar - Composição de danos - Parentesco ............................................................ 5 Audiência preliminar - Proposta do MP - Competência .................................................................. 5 Audiência preliminar - Proposta do MP - Decisão de mérito .......................................................... 6 Ausência de defensor - Inadmissibilidade - Nulidade ..................................................................... 6 Brigas entre marido e mulher - Incidentes domésticos .................................................................... 6 CNT - Apelação do MP - Perigo de dano - Falta de habilitação ..................................................... 6 CNT - Perigo de dano - Apelação .................................................................................................... 6 CNT - Perigo de dano - Direção inabilitada .................................................................................... 7 CNT - Recursos MP e acusado - Razões - Deserção - Perigo dano ................................................ 7 Conduta penalmente irrelevante - MP - Habilitação - Infração - CTB ............................................ 7 Condutor do veículo - Habilitação - Perigo ..................................................................................... 7 Contravenção - Arma - Porte ........................................................................................................... 8 Contravenção - Arma - Porte ........................................................................................................... 8 Contravenção - Art. 32 - CBT - Art. 309 - Revogação .................................................................... 8 Contravenção - Falta de habilitação ................................................................................................ 8 Contravenção - Falta de habilitação ................................................................................................ 9 Contravenção - Fogos de artifício - Lugar habitado -Erro .............................................................. 9 Contravenção - Inabilitação - Caracterização .................................................................................. 9 Contravenção - Inabilitação - Flagrante .......................................................................................... 9 Contravenção - Porte de arma - Faca ............................................................................................... 9 Contravenção - Vias de fato - Representação da vítima ................................................................ 10 Contravenção de embriaguez - Prova - Fatos passados ................................................................. 10 CTB - Carteira habilitação - Infração administrativo .................................................................... 10

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CTB - Carteira habilitação - Infração administrativo - Punibilidade ............................................ 10 CTB - Carteira habilitação - Transação penal - Arquivamento autos ........................................... 10 CTB - Direção inabilitada - Perigo de dano .................................................................................. 10 CTB - Direção inabilitada - Perigo de dano - Atipicidade ............................................................ 11 CTB - Dirigir veículo automotor - Habilitação ............................................................................. 11 CTB - Perigo de dano - Direção inabilitada .................................................................................. 11 CTB - Perigo de dano - Direção inabilitada .................................................................................. 11 Dano moral - Prova - Indenização ................................................................................................. 11 Defesa do acusado - Denúncia - Sentença - Contraditório ............................................................ 12 Delito de trânsito - Motorista alcoolizado - Culpa ........................................................................ 12 Denúncia - Extinção punibilidade - Atipicidade ........................................................................... 12 Direção de veículo - inabilitado - CNT ......................................................................................... 12 Direção inabilitada - Perigo de dano ............................................................................................. 13 Direção inabilitada - Perigo de dano ............................................................................................. 13 Embargos declaratórios - Interposição - Seródia e extemporânea (TRec. BH) ............................. 13 Embriaguez - Contravenção - Testemunhas - Perigo .................................................................... 13 Falta de habilitação - Conduta atípica - Perigo de dano ................................................................ 13 Habilitação - Infração administrativo - CTB ................................................................................. 13 Homicídio culposo - Pena máxima abstrata .................................................................................. 13 Homologação de proposta - Apelação - Interesse de agir ............................................................. 14 Honorários - Contrato verbal - Ônus ............................................................................................. 14 Jogo do bicho - Autoria - Recurso - Substituição da pena ............................................................ 14 Jogo do bicho - Laudo pericial - Recurso ...................................................................................... 14 Laudo pericial - Local do evento - Perito - Prova ......................................................................... 14 Legítima defesa - Caracterização - Meios ..................................................................................... 15 Lei posterior - Benéfica para o agente ........................................................................................... 15 Lei posterior - Fatos anteriores - Benéfica para o agente .............................................................. 15 Lesão corporal - Testemunhas - Boletim médico .......................................................................... 15 Lesões corporais - Culpa - Prova - Laudo ..................................................................................... 15 Lesões leves - Medicação - Legítima defesa ................................................................................. 16 Pena de multa - Aplicação - Pena - Política criminal .................................................................... 16 Pena de multa - Condição financeira do réu .................................................................................. 16 Pena não privativa - Aceitação - Irretratabilidade ......................................................................... 16 Pena privativa de liberdade - Conversão ....................................................................................... 16 Pena restritiva direitos - Antecedentes - Impossibilidade .............................................................. 16 Prazo - Alegações preliminares - Rol testemunhal ........................................................................ 17 Prazo decadencial - Lesões leves e culposas ................................................................................. 17 Procedimento especial - Injúria - Nulidade ................................................................................... 17 Processo-crime - Instrução - Retroatividade .................................................................................. 17 Proposta de conciliação - Direito subjetivo do infrator ................................................................. 17 Recurso - Preparo .......................................................................................................................... 18 Recurso - Preparo - Deserção ........................................................................................................ 18 Recurso - Pressupostos objetivos e subjetivos - Admissibilidade ................................................. 18 Recurso - Receptação - Culpa ........................................................................................................ 18 Recurso - Tempestividade ............................................................................................................. 18 Representação - Oportunidade - Irretratabilidade - Denúncia ....................................................... 19 Sentença - Além do mínimo - Fundamentação .............................................................................. 19

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Sentença homologatória - Transação penal - Incidentes execução ................................................ 19 Sentença homologatória - Transação penal - Sucumbência .......................................................... 19 Suspensão competência do processo - Homicídio culposo ........................................................... 19 Suspensão do processo - Rejeição de denúncia ............................................................................. 19 Transação - Aceitação - Homologação - Apelação ....................................................................... 20 Transação penal - Arquivamento dos autos - Carteira de habilitação ........................................... 20 Transporte de carvão - Desmatamento ilegal - Autorização ......................................................... 20 Valor da causa - Obrigação - Consumidor .................................................................................... 20 Vias de fato - Representação - Laudo pericial ............................................................................... 21 Vias de fato - Vítima - Rixa anterior - Lesão corporal .................................................................. 21 Violação de domicílio - Substituição da pena - Apelação ............................................................. 21

Ameaça - Apelação desacompanhada das razões“Ameaça. Apelação desacompanhada das razões. Apelação desconhecida. Observação ao

artigo 82, § 1º, da Lei nº 9.099/95” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 002/99 – Rel. Julg. 27/05/1999).Boletim nº31

Ameaça - Crime - ConsumaçãoAMEAÇA - CRIME - FORMA - CONSUMAÇÃO.Consumação desde que a vítima se sinta intimidada, pouco importando se o agente é ou

não inimigo da vítima, principalmente havendo registro de agressões antecedentes. Crime caracterizado - Condenação Mantida. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 009/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Márcio Welson G. de Castro).Boletim nº25

Ameaça - Desabafo - Explosão de cólera“O crime de ameaça não se configura quando o agente, não se dirigindo diretamente à

vítima, faz apenas um desabafo relatando o fato para familiares, constituindo apenas uma explosão de cólera, não agindo dolosamente e não intimidando a vítima, ensejando, assim, sua absolvição” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 018/98 – Rel. Juiz José Maria do Nascimento).Boletim nº31

Ameaça - Desentendimentos verbais - AbsolviçãoAMEAÇA – MEROS DESENTENDIMENTOS VERBAIS – INOCORRÊNCIA DE

ATEMORIZAÇÃO REAL E CONCRETA – ABSOLVIÇÃO MANTIDA.Simples desentendimentos com ofensas verbais não caracterizam o crime de ameaça se

não provocam na vítima um fundado temor de mal injusto e grave. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 025/97 – Comarca de Andrelândia – Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Ameaça - Testemunha ocular - Perseguição - Antecedentes“Configura o crime de ameaça quando o agente leva a mão a cintura, dizendo matar ou

queimar, levando a vítima a entender que estivesse armado, confirmado por testemunha ocular, e reforçado pela perseguição que fazia à vítima e diante de seus péssimos antecedentes” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 021/99 – Rel. Juiz Jorge Druda Gomes).Boletim nº31

Apelação - Decisório homologatório - Descabimento

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“APELAÇÃO CONTRA DECISÓRIO HOMOLOGATÓRIO DE ACORDO CELEBRADO NOS TERMOS DA LEI Nº 9.099/95 - DESCABIMENTO:

Incabível o recurso de apelação contra decisório homologatório de acordo celebrado nos termos da Lei nº 9.099/95, não sendo a via recursal aquela adequada para acolher e dar guarida ao arrependimento da parte, em face do acordo celebrado” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.230 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

Apelo desacompanhado das razões - Intimação - Preliminar“Artigo 34 da Lei de Contravenções Penais. Defensoria Pública. Apelo desacompanhado

das razões. Razões juntadas após 60 dias da intimação da sentença. Falta do requisito de tempestividade. Preliminar acolhida. Apelação não conhecida” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 015/98 – Rel. Juiz Guilherme Fraga – Julg. 27/05/1999).Boletim nº31

Assistência judiciária - Concessão - Citação - Correio“ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - CONCESSÃO - PEDIDO NA PRIMEIRA

OPORTUNIDADE DE SE MANIFESTAR NOS AUTOS - SIMPLES ALEGAÇÃO DE CARÊNCIA - DEFERIMENTO - JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - CITAÇÃO PELO CORREIO - ENTREGA EM MÃOS DE TERCEIROS - NULIDADE DO PROCESSO:

Concede-se assistência judiciária, mesmo o postulante sendo assistido por advogado, se faz o requerimento na primeira oportunidade que se manifesta nos autos, declarando a impossibilidade do pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios.

A citação é ato formal que exige seja feita em mãos próprias, quando feita por correspondência, com aviso de recebimento, a rigor do artigo 18, I, da Lei nº 9.099/95.” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Recurso nº 1034 - Rel. Juiz Antônio Sérvulo - Julg. 26/06/98).Boletim nº 29

Assistência judiciária - Concessão - Preparo - Deserção“JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA - CONCESSÃO

APENAS PARA RECORRER - IMPOSSIBILIDADE SE O RECORRENTE CONTRATOU ADVOGADO ANTERIORMENTE - FALTA DE RECURSOS NÃO DEMONSTRADA - FALTA DE PREPARO - DESERÇÃO - NÃO CONHECIMENTO:

No Juizado Especial Cível não se concede assistência judiciária apenas para recorrer, se o postulante foi assistido por advogado contratado desde a primeira fase do processo e não demonstrou a necessidade de assistência.

É deserto o recurso não preparado, nos termos do artigo 54, parágrafo único, c/c artigo 42, § 1º, da Lei nº 9.099/95”.(Turma Recursal de Belo Horizonte - Recurso nº 1066 - Rel. Juiz Antônio Sérvulo - Jug 26/6/98).Boletim nº 29

Ato obsceno - Local público - Fluxo de pessoas - Prova“ATO OBSCENO – AGENTE QUE URINA DEBAIXO DE MANGUEIRA. LOCAL

PÚBLICO. DISTANTE TRÊS METROS DA VIA PÚBLICA. CIDADE PEQUENA EM FESTA. MAIOR FLUXO DE PESSOAS NAS VIAS PÚBLICAS. PROVA TESTEMUNHAL. ATO PRESENCIADO POR TERCEIROS. CONDENAÇÃO MANTIDA. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 233 DO CÓDIGO PENAL:

O delito em questão se consuma com a assistência, por terceiros, para efeito de prova, sendo esta a publicidade a que alude a norma penal, ocasionando ofensa ao pudor público.

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Para a configuração da conduta criminosa basta que o ato seja presenciado por pessoas” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 010/98 – Rel. Juiz Guilherme Fraga – Julg. 27/05/1999).Boletim nº31

Audiência - Presença do MP - Titularidade de ação penal“Não se pode realizar audiência sem a presença do Promotor de Justiça, posto que a

titularidade da ação penal é indelegável e exclusiva do parquet, devendo o Juiz remarcar a audiência e comunicar o fato ao Procurador-Geral de Justiça” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 004/99 – Rel. Juiz José Ricardo de Oliveira).Boletim nº31

Audiência - Representação - Denúncia - Retratação“O fato do ofendido, posteriormente, à audiência preliminar, representação e denúncia,

ter celebrado acordo com o autor do fato na esfera cível, objetivando obter o ressarcimento dos prejuízos sofridos, por si só, não importa na retratação da representação formulada no Juizado Especial Criminal, pois não se pode afirmar que, ao fazer acordo no juízo cível, o ofendido tivesse a intenção de que o autor do fato não fosse processado criminalmente.

Age com indisfarçável e inequívoca imprudência aquele que estaciona o seu veículo à direita em via pública, cujo tráfego é intenso, e abre a porta, sem verificar se vinha ou não outro veículo ou bicicleta” (Turma Recursal de Cataguases - Rec. nº 016/98 - Rel. Juiz Jorge Druda Gomes).Boletim nº26

Audiência preliminar - Ausência defensor - Aplicação penaAUDIÊNCIA PRELIMINAR – AUSÊNCIA DE DEFENSOR – ACEITAÇÃO DE

PROPOSTA DE APLICAÇÃO DE PENA.É de se decretar a nulidade de audiência preliminar realizada sem a presença de defensor

do acusado e que resultou na aceitação de proposta de aplicação imediata de pena de multa. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 003/97 – Comarca de Ubá – Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Audiência preliminar - Composição de danos - ParentescoAUDIÊNCIA PRELIMINAR - COMPOSIÇÃO DE DANOS - ATUAÇÃO DO

MINISTÉRIO PÚBLICO - ATUAÇÃO DO ADVOGADO DO ACUSADO - PARENTESCO EM 2º GRAU - PROPOSITURA DE COMPOSIÇÃO - NULIDADE.

Estando comprovado que o integrante do Ministério Público que atuou no processo é irmão do advogado do acusado e tendo ambos participado da audiência, é de se decretar a nulidade da referida audiência e dos atos posteriores que devem ser renovados, tudo com fulcro no art. 152, I c/c 258 do CPP. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 008/96 - Comarca de Juiz de Fora - Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Audiência preliminar - Proposta do MP - Competência“Em matéria criminal regulada pela Lei nº 9.099/95, não pode o Juiz em audiência

preliminar e após proposta do Ministério Público, deixar de homologa–la, proferindo decisão do mérito, porque tal procedimento, além de suprimir uma fase processual, elimina ilegalmente competência do Ministério Público e pode prejudicar o processo de defesa. Quando o fato ocorre, a respectiva sentença deve ser cassada, homologando–se a respectiva proposta” (Turma

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Recursal de Cataguases – Rec. nº 020/99 – Rel. Juiz José Maria do Nascimento).Boletim nº32

Audiência preliminar - Proposta do MP - Decisão de mérito“Em matéria criminal regulada pela Lei nº 9.099/95, não pode o Juiz em audiência

preliminar e após a proposta do Ministério Público, deixar de homologá-la, proferindo decisão de mérito, porque tal procedimento, além de suprimir uma fase processual, elimina ilegalmente competência do Ministério Público e pode prejudicar sensivelmente o direito de defesa. Quando o fato ocorre, a respectiva sentença deve ser cassada, homologando-se a respectiva proposta” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 033/99 – Rel. Juiz José Ricardo de Oliveira).Boletim nº31

Ausência de defensor - Inadmissibilidade - NulidadeAUSÊNCIA DE DEFENSOR – OMISSÃO DE FORMALIDADE ESSENCIAL –

INVERSÃO PROCESSUAL – INADMISSIBILIDADE – OFENSA AO CONTRADITÓRIO E À AMPLA DEFESA – NULIDADE DECRETADA.

Mesmo com a adoção do princípio da celeridade nos Juizados especiais, deve adotar o Juiz providências no sentido de que tal critério não possa prejudicar os princípios constitucionais do processo como o contraditório e a ampla defesa. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 002/97 – Comarca de Ubá – Rel. Juiz Márcio Welson Gonçalves de Castro).Boletim nº25

Brigas entre marido e mulher - Incidentes domésticos“A questão de brigas entre marido e mulher implicam em incidentes domésticos que

pertencem ao mundo restrito dos próprios casais que preferem a subsistência da união já que esta, para eles, supera as adversidades existentes no lar, devendo ser julgada com prudência e cautela.

Impõe-se a absolvição do acusado quando a prova existente é tão só das próprias vítimas, não reforçada por outras” (Turma Recursal de Cataguases - Rec. nº 017/98 - Rel. Juiz José Ricardo de Oliveira).Boletim nº26

CNT - Apelação do MP - Perigo de dano - Falta de habilitação“Artigo 309 do Código Nacional de Trânsito. Acusado absolvido com fundamento do

artigo 386, III, do Código de Processo Penal. Apelação do Ministério Público. Ocorrência do perigo de dano quando o réu, fugindo da polícia, salta com a moto em canteiro central e foge em alta velocidade. Desnecessidade do perigo de dano. A simples falta de habilitação basta para a configuração do tipo penal” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 004/99 – Rel. Juiz Guilherme Fraga – Julg. 27/05/1999).Boletim nº31

CNT - Perigo de dano - Apelação“ARTIGO 309 DO CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO – CONDENAÇÃO DE

AGENTE QUE SE ENCONTRAVA ENCOSTADO NA MOTOCICLETA COM O CAPACETE EM SUAS MÃOS – CONDUTA ATÍPICA – PERIGO DE DANO NÃO COMPROVADO – APELAÇÃO PROVIDA – ACUSADA ABSOLVIDA:

Para a incidência da norma penal é necessário que o agente esteja dirigindo, conduzindo, pilotando, guiando, dando direção ao veículo automotor;

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É clara a redação do artigo 309 do Código Nacional de Trânsito que diz ocorrer o crime quando presente o perigo de dano, sendo esta a situação de perigo de dano em fase de consumação do delito” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 017/98 – Rel. Juiz Guilherme Fraga – Julg. 27/05/1999).Boletim nº31

CNT - Perigo de dano - Direção inabilitada1) A violação do art. 32 da LCP consuma–se tão só pelo fato de não possuir o condutor

do veículo a habilitação formalizada em documento expedido pela autoridade competente, presumindo–se inábil, constituindo um perigo abstrato para incolumidade pública. Já o comando do art. 309 da Lei nº 9503/97, pune quem dirige veículo automotor sem estar devidamente habilitado e que ainda esteja gerando perigo concreto de dano. Há que se fazer distinção entre a conduta do infrator através das provas dos autos e de acordo com o prudente arbítrio do magistrado.

2) A Lei nº 9.503/97 considerou a condução do veículo automotor sem habilitação, além de regular tal infração de forma administrativa, de natureza gravíssima, gerando multa e apreensão do veículo. Assim , o art. 32 da LCP encontra–se revogado atendendo o disposto no art. 2º, § 1º, da LICC, posto que a lei posterior revoga a anterior, não podendo coexistir dois dispositivos legais regulando a mesma matéria. Além disto, após a reforma penal de 1984, que consagrou a culpabilidade como exigência para a configuração penal, e com o instituto da inocência do acusado até prova em contrário, consagrado pela CF de 1988, não mais se admitiu a presunção do perigo abstrato.(voto vencido)” (Turma Recursal de Cataguases – Apelação Criminal n.º 010/99 – Rel. Juiz José Maria do Nascimento).Boletim nº32

CNT - Recursos MP e acusado - Razões - Deserção - Perigo dano“ARTIGO 309 DO CÓDIGO NACIONAL DE TRÂNSITO. RECURSOS

INTERPOSTOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO E ACUSADO. AMBOS DESACOMPANHADOS DAS RAZÕES. ABSOLVIÇÃO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO PARA A DEFESA NA APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DECRETAÇÃO DA DESERÇÃO. DESNECESSIDADE. PERIGO DE DANO NÃO COMPROVADO. APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROVIDA. PREJUDICADA A DO ACUSADO:

Não acarretará deserção a apelação interposta pelo Ministério Público, desacompanhada das razões, no caso de pedido de absolvição do acusado.

É clara a redação do artigo 309 do Código Nacional de Trânsito que diz ocorrer o crime quando presente o perigo de dano, sendo esta situação de perigo de dano e fase de consumação do delito” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 020/98 – Rel. Juiz Guilherme Fraga – Julg. 27/05/1999).Boletim nº31

Conduta penalmente irrelevante - MP - Habilitação - Infração - CTB1. “Diante de conduta penalmente irrelevante é legitimo ao Judiciário determinar o

arquivamento dos autos de que se trata, ainda que o Ministério Público insista no prosseguimento do feito.

2. Dirigir veiculo automotor em via pública sem possuir Carteira de Habilitação ou permissão para dirigir configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa e apreensão do veiculo, art. 162, inciso I, do CTB.” (Turma Recursal Criminal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.840 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 16/6/99).Boletim nº 30

Condutor do veículo - Habilitação - Perigo

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“Se o fato é anterior à vigência do novo Código Nacional de Trânsito, a lei nova (artigo 309 do CNT) que passou a exigir a coexistência do perigo de dano na conduta de direção inabilitada de veículo (e no caso, além do perigo, houve dano concreto), por cuidar de apenação mais grave, não pode retroagir. A lei posterior aplica-se aos fatos anteriores apenas quando favorecer o agente – e não é a hipótese dos autos – conforme a regra da Lei Penal no tempo (artigo 2º, parágrafo único, do Código Penal)” (1ª Turma Recursal Criminal de Belo Horizonte – Rec. nº 10.843 – Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça – Julg. 16/06/99).Boletim nº32

Contravenção - Arma - PorteCONTRAVENÇÃO PENAL - ART. 19 DA LCP - ARMA ENCONTRADA EM

VEÍCULO - FACILIDADE DE USO - PORTE CONFIGURADO - ELEMENTOS PERFECTIBILIZADOS - ART. 191 DO CÓDIGO PENAL - PERDA DA ARMA EM FAVOR DO ESTADO - APLICAÇÃO ESTENDIDA ÀS CONTRAVENÇÕES PENAIS.

Configurada está a contravenção de porte de arma pelo só fato de inexistir licença da autoridade, não havendo que se distinguir em porte e transporte quando a arma é transportada carregada em condições de fácil uso. Apreendida, o destino da arma será o mesmo que incide em casos de crimes, aplicando-se, pois o artigo 91 do Código Penal, face ao artigo 1º da LCP e artigo 12, também do Código Penal. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 003/96 - Comarca de Visconde do Rio Branco - Rel. Juiz Israel Carone Rachid).Boletim nº25

Contravenção - Arma - PorteCONTRAVENÇÃO PENAL - ART. 19 DA LCP - ARMA ENCONTRADA EM

VEÍCULO - CONDIÇÕES DE USO - PORTE CONFIGURADO.Configura-se a contravenção de porte de arma quando essa é apreendida em poder do

acusado e no interior de veículo em condições de uso. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 017/96 - Comarca de Juiz de Fora - Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Contravenção - Art. 32 - CBT - Art. 309 - Revogação“CONTRAVENÇÃO DO ART. 32 DA LCP – ART. 309 DO CBT – REVOGAÇÃO DO

ART. 32 EM FACE DO QUE DISPÕE O ART. 2º, § 1º, DA LICC”. (Turma Recursal de Divinópolis – Rec. n.º 035/99 – Rel. Juiz Wellington Antônio Ferreira – Julg. 24/05/99).Boletim nº32

Contravenção - Falta de habilitaçãoCONTRAVENÇÃO – FALTA DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO –

INFORMAÇÃO RECEBIDA PELO JUIZ DO FEITO DIRETAMENTE , POR TELEFONE, QUANTO AOS ANTECEDENTES DO ACUSADO – PROCEDIMENTO ESPECIAL PREVISTO NA LEI Nº 9.099/95 – PRINCÍPIO DA ORALIDADE E SIMPLICIDADE NORTEADORES DOS PROCESSOS SUJEITOS À LEI Nº 9.099/95 – AUSÊNCIA DE NULIDADE – INFRAÇÃO DE PERIGO ABSTRATO – DESNECESSIDADE DE PROVA DE OCORRÊNCIA DE PERIGO À COLETIVIDADE.

Tendo-se em vista os princípios da oralidade, informalidade e simplicidade ínsitos à Lei nº 9.099/95, inexiste nulidade no fato do Juiz, por telefone, obter informações referentes aos antecedentes do acusado e, com base neles, receber denúncia ofertada pelo Ministério Público –

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Contravenção penal prevista no art. 32 da LCP – Contravenção de perigo abstrato – Crime de mera conduta. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 013/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Márcio Welson G. de Castro).Boletim nº25

Contravenção - Falta de habilitaçãoCONTRAVENÇÃO PENAL – FALTA DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR

VEÍCULOS – AGENTE ANTERIORMENTE BENEFICIADO – IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE NOVO BENEFÍCIO.

Agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, com aplicação de pena restritiva ou multa, não tem direito a benefício idêntico – aplicação do disposto no art. 76, § 2º, II, da Lei nº 9.099/95 – Agente que esteja sendo processado por outro crime não preenche os requisitos necessários à aplicação da pena restritiva ou multa. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 018/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Contravenção - Fogos de artifício - Lugar habitado -Erro“Comete a contravenção do artigo 28 o indivíduo que queima fogos de artifício em lugar

habitado, mormente em se tratando de um hospital, não cabendo aqui, a excludente de erro de proibição” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 020/98 – Rel. Juiz José Ricardo de Oliveira).Boletim nº31

Contravenção - Inabilitação - CaracterizaçãoCONTRAVENÇÃO PENAL – INABILITAÇÃO PARA CONDUZIR VEÍCULO-

ABORDAGEM DO AGENTE QUANDO SE ENCONTRAVA PARADO- IRRELEVÂNCIA- CARACTERIZAÇÃO.

Incorre nas sanções do artigo 32 da LCP o agente que dirige veículo sem a devida habilitação legal, sendo irrelevante o fato de ter sido abordado por policial no momento em que já se encontrava com o carro parado. Não exige a lei que o agente seja surpreendido na condução do automotor sem que seja habilitado para que se configure a infração. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso n. 019/97 – Comarca de Juiz de Fora - Rel. Juiz Márcio Welson Gonçalves de Castro).Boletim nº25

Contravenção - Inabilitação - FlagranteCONTRAVENÇÃO - INABILITAÇÃO PARA CONDUZIR VEÍCULO -

INEXIGIBILIDADE DE FLAGRANTE - INEQUIVOCABILIDADE QUANTO A AUTORIA E MATERIALIDADE DO FATO - REQUISITOS SUFICIENTES.

Para que a conduta definida no artigo 32 da LCP seja típica não é necessário que se surpreenda o agente no momento da prática, dirigindo, bastando que se forme o convencimento no sentido de que a autoria do fato esteja inequivocadamente ligada ao agente, sendo indispensável, tão somente a prova de que o veículo tenha se movimentado sob a direção do agente. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 006/96 - Comarca de Leopoldina - Rel. Juiz Israel Carone Rachid).Boletim nº25

Contravenção - Porte de arma - FacaCONTRAVENÇÃO PENAL - PORTE DE ARMA – FACA – ARMA IMPRÓPRIA –

CONFIGURAÇÃO.

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Natureza vulnerante e lesiva à integridade corporal e à vida. Agente, ademais, que a portava podendo servir, como instrumento de ataque ou defesa, desvirtuando-lhe a finalidade do uso doméstico – condenação mantida – inteligência do art. 19 da LCP. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 016/97 – Comarca de Visconde do Rio Branco – Rel. Juiz Márcio Welson Gonçalves de Castro).Boletim nº25

Contravenção - Vias de fato - Representação da vítima“CONTRAVENÇÃO DE VIAS DE FATO – NECESSIDADE DE REPRESENTAÇÃO

DA VÍTIMA COMO CONDIÇÃO DE PROCEDIBILIDADE – AUSENTE ESTA, DECRETA–SE A NULIDADE DO FEITO “AB INITIO”. (Turma Recursal de Divinópolis – Rec. n.º 018/99 – Rel. Juiz Wellington Antônio Ferreira – Julg. 24/05/99).Boletim nº32

Contravenção de embriaguez - Prova - Fatos passados“Não comete contravenção de embriaguez quando não se chega a fazer escândalo e tendo

como única prova suposições lastreadas em fatos passados, ensejando na absolvição na forma do artigo 386, VI, do Código de Processo Penal” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 009/99 – Rel. Juiz José Ricardo de Oliveira).Boletim nº31

CTB - Carteira habilitação - Infração administrativo“Dirigir veículo automotor em via pública sem possuir Carteira da Habilitação ou

permissão para dirigir, configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa a apreensão do veículo, artigo 162, I, do CTB” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.813 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

CTB - Carteira habilitação - Infração administrativo - Punibilidade“Dirigir veículo automotor em via pública sem possuir Carteira de Habilitação ou

permissão para dirigir configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa e apreensão do veículo, artigo 162, I, do CTB. Se o fato é anterior à vigência do novo CTB, opera-se a extinção da punibilidade nos termos do artigo 107, III, do Código Penal” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.822 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

CTB - Carteira habilitação - Transação penal - Arquivamento autos“Diante da conduta penalmente irrelevante é legítimo ao Judiciário recusar a

homologação de transação penal e determinar o arquivamento dos autos.Dirigir veículo automotor em via pública sem possuir Carteira de habilitação ou

permissão para dirigir configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa e apreensão do veículo, artigo 162, I, do Código Nacional de Trânsito” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.807 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

CTB - Direção inabilitada - Perigo de dano“A direção inabilitada que não gera perigo de dano, tornou-se ilícito administrativo, por

atipicidade de conduta, consoante o disposto no artigo 309 da Lei nº 9.503/97, Código de Trânsito Brasileiro, com tácita derrogação do artigo 32 da Lei de Contravenções Penais” (Turma

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Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.830 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

CTB - Direção inabilitada - Perigo de dano - Atipicidade“Se o fato é anterior à vigência do novo CTB, a lei nova (artigo 309 do CTB) que passou

a exigir a coexistência do perigo de dano na conduta da direção inabilitada de veículo (e no caso, além do perigo, houve dano concreto), por cuidar de apenação mais grave, não pode retroagir. A lei posterior aplica-se aos fatos anteriores apenas quando favorecer o agente - e não é a hipótese dos autos - conforme a regra da lei penal no tempo (artigo 2º, parágrafo único, do Código Penal)” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.261 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

CTB - Dirigir veículo automotor - Habilitação“Dirigir veículo automotor em via pública sem possuir carteira de habilitação ou

permissão para dirigir configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa e apreensão do veículo, artigo 162, I, do CTB. Se o fato é anterior à vigência do novo CTB, opera-se a extinção da punibilidade nos termos do artigo 107, III, do Código Penal” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.252 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

CTB - Perigo de dano - Direção inabilitada“A direção inabilitada que não gerar perigo de dano, tornou-se ilícito administrativo, por

atipicidade de conduta, consoante o disposto no artigo 309 da Lei nº 9.503/97, Código de Trânsito Brasileiro, com tácita derrogação do artigo 32 da Lei de Contravenções Penais” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.224 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

CTB - Perigo de dano - Direção inabilitada“Se o fato é anterior à vigência do novo CTB, a Lei nova (art. 309 do CTB) que passou a

exigir a coexistência do perigo de dano na conduta de direção inabilitada de veiculo (e no caso, além do perigo, houve dano concreto), por cuidar de apenação mais grave, não pode retroagir. A lei posterior aplica-se aos fatos anteriores apenas quando favorecer o agente - e não é a hipótese dos autos - conforme a regra da lei penal no tempo (art.2º, parágrafo único, do Cód. Penal).” (Turma Recursal Criminal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.843 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 16/6/99).Boletim nº 30

Dano moral - Prova - Indenização“DANO MORAL - PROVA - INDENIZAÇÃO - OBJETIVO DA INDENIZAÇÃO -

CRITÉRIO DE QUANTIFICAÇÃO:Em sede de danos morais, cuja reação está no âmbito do sentimento, da emoção, basta a

prova do ilícito para que redunde em dano moral, incumbindo ao réu, fazer a prova em contrário, como, v.g., de que o autor é useiro e vezeiro na inadimplência e que o ato praticado não constitui ilícito de qualquer natureza.

Quando se trata de indenizar por dano de direito extra físico, na sede do sentimento que reflete a individualidade, a personalidade, como a dor moral, provocada pela vergonha da humilhação, pela injúria sofrida, que conduz o indivíduo a se subestimar, - por maior que seja o

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preço em pecúnia, por mais abrangente que for a indenização, ainda assim, a tentativa de recompensa nunca se revelaria completa. O que se tenta fazer é amenizar o sofrimento da vítima, auxiliá-la a reconquistar o seu ânimo, a sua auto estima, tentando assim, substituir um patrimônio lesado por outro.

A indenização deve ter para a vítima, um efeito de terapia, quando não para cessar em definitivo, pelo menos para amenizar ou auxiliar na diminuição da dor moral.

Em relação ao infrator, especialmente quando se trata de pessoa jurídica, empresa que especula com lucro, a indenização funciona como medida pedagógica, lição, que recomenda se observe o direito do cidadão, o respeito à dignidade humana, - sob pena de se ver desfalcado no lucro que persegue. É necessário, que a condenação, tenha repercussão, nas tomadas de decisões comportamentais da empresa.

O critério de valor indenizatório levará em conta, tanto a qualidade do atingido, como a capacidade financeira do ofensor, de molde a inibi-lo a futuras reincidências, ensejando-lhe expressivo, mas suportável, gravame patrimonial”. (Turma Recursal de Belo Horizonte - Recurso nº 1056 - Rel. Sebastião Pereira de Souza - Jug.26/6/98).Boletim nº 29

Defesa do acusado - Denúncia - Sentença - Contraditório“Após a defesa do acusado, deve-se receber a denúncia, instruir regularmente o processo

com inquirição das testemunhas arroladas e interrogatório do acusado, para só então, após debates orais, proferir sentença, na qual aprecia-se matéria atinente à tipicidade do fato. Atropelando-se o procedimento, cerceia-se por antecipação o estabelecimento do contraditório” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 011/99 – Rel. Juiz Jorge Druda Gomes).Boletim nº31

Delito de trânsito - Motorista alcoolizado - CulpaDELITO DE TRÂNSITO - MOTORISTA ALCOOLIZADO - ULTRAPASSAGEM -

CULPA CARACTERIZADA.Age culposamente o motorista que, sem nenhuma justificativa comprovada nos autos,

perde o controle de seu veículo, que se desgoverna, especialmente quando o fato se deu numa ultrapassagem e o motorista havia ingerido bebida alcóolica. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 011/96 - Comarca de Viçosa - Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Denúncia - Extinção punibilidade - Atipicidade“Oferecida a denúncia, cabe ao Juiz recebê-la ou rejeitá-la, ao seu juízo, sendo impróprio

nesta fase decretar a extinção da punibilidade a pretexto de atipicidade do fato” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.303 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

Direção de veículo - inabilitado - CNT“A direção de veículo automotor por inabilitado é matéria totalmente regulada pelo

Código Nacional de Trânsito e só pode ser punida criminalmente. No mais, a punição do infrator só pode ocorrer pela forma administrativa, não havendo possibilidade de aplicação do artigo 32 da LCP. (por maioria de votos)” (Turma Recursal de Cataguases – Apelação Criminal n.º 005/99 – Rel. Juiz José Maria do Nascimento).Boletim nº32

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Direção inabilitada - Perigo de dano“A direção inabilitada sem gerar comprovado e concreto perigo de dano, limita-se a mera

conduta atípica, sujeita as sanções administrativas, consoante o disposto no artigo 309 da Lei nº 9.503/97, com tácita derrogação do artigo 32 da Lei de Contravenções Penais.” (Turma Recursal Criminal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.836 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 16/06/99).Boletim nº 30

Direção inabilitada - Perigo de dano“A direção inabilitada sem gerar comprovado e concreto perigo de dano, limita-se a mera

conduta atípica, sujeita às sanções administrativas, consoante o disposto no artigo 309, da Lei nº 9.503/97, com tácita derrogação do artigo 32 da Lei de Contravenções Penais” (2ª Turma Recursal Criminal de Belo Horizonte – Rec. nº 10.836 – Rel. Juiz Francisco Kupidlowski – Julg. 16/06/99).Boletim nº32

Embargos declaratórios - Interposição - Seródia e extemporânea (TRec. BH)“EMBARGOS DECLARATÓRIOS NÃO CONHECIDOS E REJEITADOS DE PLANO

- INTERPOSIÇÃO SERÓDIA E EXTEMPORÂNEA - RECURSO NÃO CONHECIDO:A comprovada e documentada presença do Ministério Público na Sessão de Julgamento,

implica na intimação ministerial e no termo ab initio do prazo recursal para a interposição de qualquer recurso do Ministério Público, contra a decisão proferida naquela sessão” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.122 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 15/04/99).Boletim nº27

Embriaguez - Contravenção - Testemunhas - Perigo“A embriaguez, como contravenção penal, pode até mesmo ser comprovada por

testemunhas, mas necessário se torna a evidência de perigo para a segurança, escândalo e, sobretudo, que o fato ocorra em local público, ou seja, aberto ao público. Se ocorre dentro do interior do imóvel, não se caracteriza contravenção da embriaguez, ensejando na absolvição do réu”. (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 002/99 – Rel. Juiz José Maria do Nascimento).Boletim nº32

Falta de habilitação - Conduta atípica - Perigo de dano“FALTA DE HABILITAÇÃO - CONDUTA ATÍPICA:A Lei 9.503/97 revogou o artigo 32 do Decreto-Lei 3.688/41. A Lei 9.503 exige para a

caracterização do tipo do artigo 309, não só a falta de habilitação, mas também o perigo de dano” (Turma Recursal de Ituiutaba - Rec. nº 036 - Rel. Juíza Eleusa Maria Gomes - Julg. 23/12/98).Boletim nº26

Habilitação - Infração administrativo - CTB“Dirigir veiculo automotor em via pública sem possuir Carteira de Habilitação ou

permissão para dirigir configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa e apreensão do veiculo, art. 162, inciso I, do CTB.” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.846 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 16/6/99).Boletim nº 30

Homicídio culposo - Pena máxima abstrata

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HOMICÍDIO CULPOSO - ARTIGO 121, § 3º, do CP - PENA MÁXIMA ABSTRATA SUPERIOR A UM ANO - JUIZADO ESPECIAL E TURMA RECURSAL - INCOMPETÊNCIA.

O Juizado Especial Criminal tem competência para conciliação, julgamento e execução de infrações penais de menor potencial ofensivo, como tal considerando-se, em face do artigo 61 da Lei nº 9.099/95, as contravenções penais e os crimes a que a Lei comine pena máxima não superior a um ano. O que define a competência é a pena em abstrato e não a concretamente imposta. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso n. 005/96 - Comarca de Ubá - Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Homologação de proposta - Apelação - Interesse de agirHOMOLOGAÇÃO DE PROPOSTA APRESENTADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO

COM REDUÇÃO REQUERIDA PELO AUTOR E ACEITA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO - INCABÍVEL APELAÇÃO POR ABSOLUTA FALTA DE INTERESSE DE AGIR

Impossível o agente alegar arrependimento em relação ao acordo efetuado , eis que, inclusive, assistido por procurador que, acompanhando o mesmo, também manifestou-se pela homologação do acordo proposto - In casu, há que se negar provimento ao apelo. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 015/96 - Comarca de Teixeiras - Rel. Juíza Sônia de Castro Alvim - voto vencido. 2º vogal Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Honorários - Contrato verbal - Ônus“HONORÁRIOS ACIMA DE 20% EM CONTRATO VERBAL DE PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO ADVOCATÍCIO - PROVA A ÔNUS DO PRESTADOR - RELAÇÃO DE CONSUMO EVIDENCIADA:

Incumbe ao Advogado prestador de serviço a prova do contrato verbal de remuneração dos seus serviços em percentagem superior a 20%, não só pelo vínculo da relação de consumo - artigo 3º c/c artigo 6º, VIII, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1.990 (Código de Defesa do Consumidor), mas também por força do artigo 333, II, do Código de Processo Civil” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 1.032 - Rel. Juiz Sebastião Pereira de Souza - Julg. 26/06/98).Boletim nº 29

Jogo do bicho - Autoria - Recurso - Substituição da pena“Jogo do Bicho – Apreensão de materiais utilizados na prática da infração penal –

Autoria comprovada – Condenação – Recurso parcialmente provido – Concessão do benefício contido na Lei nº 9.714/98 – Substituição da pena privativa de liberdade pela pecuniária” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 017/99 – Rel. Juiz Marcos Francisco Pereira – Julg. 15/06/1999).Boletim nº31

Jogo do bicho - Laudo pericial - Recurso“Jogo do bicho – Apreensão de farto material utilizado na prática da contravenção em um

barracão nos fundos da residência do acusado. Constatação através de laudo pericial. Condenação. Recurso improvido” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 013/99 – Rel. Juiz Guilherme Fraga – Julg. 15/06/1999).Boletim nº31

Laudo pericial - Local do evento - Perito - Prova

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LAUDO PERICIAL - PRECARIEDADE DO LOCAL DO EVENTO - ASSINATURA DE UM SÓ PERITO - VALIDADE - INEXISTÊNCIA DE PROVA QUE VIABILIZE A CONDENAÇÃO - INSUFICIÊNCIA DO DEPOIMENTO DA VÍTIMA - PROVA TESTEMUNHAL FRÁGIL.

Não é nulo o laudo pericial assinado por um só perito considerando-se as condições precárias das localidades onde se deu o evento. Sem prova concreta, não há como condenar o réu com base somente na palavra da vítima, face a fragilidade da prova testemunhal. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 009/96 - Comarca de Pirapetinga - Rel. Juíza Sônia de Castro Alvim).Boletim nº25

Legítima defesa - Caracterização - Meios“LEGÍTIMA DEFESA - CARACTERIZAÇÃO DA EXCLUDENTE -

DESNECESSIDADE DE IDENTIDADE DE MEIOS NA AGRESSÃO E NA REPULSA:O agente que efetiva o segundo disparo de arma de fogo, necessário para conter agressão

iminente à própria integridade física (notadamente tendo errado o primeiro) não ofende ao quesito da moderação” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.222 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

Lei posterior - Benéfica para o agente“A lei posterior só se aplica a fatos anteriores, se for benéfica para o agente e favorecer o

mesmo, caso contrário não podendo retroagir” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.248 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

Lei posterior - Fatos anteriores - Benéfica para o agente“A Lei posterior só se aplica a fatos anteriores, se for benéfica para o agente e favorecer o

mesmo, caso contrário não podendo retroagir” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.833 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

Lesão corporal - Testemunhas - Boletim médicoLESÃO CORPORAL – AUSÊNCIA DE TESTEMUNHAS – IMPRESTABILIDADE

DE SIMPLES BOLETIM MÉDICO.Necessária a realização do auto de corpo de delito, mesmo que indireto, mormente

quando o réu, como matéria de defesa, alega auto-lesão por parte da vítima.(Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 004/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Lesões corporais - Culpa - Prova - LaudoLESÕES CORPORAIS - SEGURANÇA EM OBRA CONTRATADA - CUIDADOS

NECESSÁRIOS - PRESUNÇÃO DE CULPA - PROVA DÚBIA - IMPRESTABILIDADE DO LAUDO.

O termo de inspeção elaborado tempo depois do acidente e calcado em informações prestadas pela própria vítima é incapaz de espancar as dúvidas existentes. Não é plausível que a responsabilidade criminal baseie-se em prova que não conduza à certeza, pois esta deve fundar-se em dados objetivos indiscutíveis, sob pena de conduzir tão somente à íntima convicção insuficiente. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 016/96 - Comarca de Juiz de Fora - Rel. Juiz Márcio Welson Gonçalves de Castro).Boletim nº25

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Lesões leves - Medicação - Legítima defesaLESÕES LEVES – DESNECESSIDADE DE MEDICAÇÃO – LEGÍTIMA DEFESA –

NECESSÁRIA COMPROVAÇÃO NOS AUTOS.Basta ofensa ao objeto jurídico tutelado e ofensa à integridade física da vítima – Fato

devidamente comprovado nos autos – Legítima defesa - Não basta meras alegações – Necessária a devida comprovação nos autos. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 008/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Pena de multa - Aplicação - Pena - Política criminalPENA DE MULTA – APLICAÇÃO ADEQUADA NOS DELITOS DE MENOR

POTENCIAL OFENSIVO – PENA AJUSTADA À ATUAL POLITICA CRIMINAL.Afigura-se adequada a imposição de pena de multa ao réu condenado como incurso no

artigo 19 da Lei de Contravenções Penais, ainda que reincidente. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso n. 020/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Pena de multa - Condição financeira do réuPENA DE MULTA – CIRCUNSTÂNCIA PREPONDERANTE – CONDIÇÃO

FINANCEIRA DO RÉUA condição financeira do réu é circunstância preponderante a ser considerada na fixação

da pena de multa. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 011/97 – Comarca de Visconde do Rio Branco – Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Pena não privativa - Aceitação - IrretratabilidadeACEITAÇÃO DE PENA NÃO PRIVATIVA DE LIBERDADE –

IRRETRATABILIDADE.É irretratável a aceitação de pena não privativa de liberdade. (Turma Recursal de Juiz

de Fora - Recurso nº 014/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Pena privativa de liberdade - ConversãoPENA PRIVATIVA DE LIBERDADE – INOCORRÊNCIA DE CONVERSÃO NOS

TERMOS DO ART. 44 DO C. PENAL – POSSIBILIDADE.O magistrado não está obrigado a converter a pena privativa de liberdade quando as

circunstâncias não recomendarem tal substituição, mesmo o réu sendo tecnicamente primário. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 026/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Pena restritiva direitos - Antecedentes - ImpossibilidadeAPLICAÇÃO IMEDIATA DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS - RÉU

PORTADOR DE MAUS ANTECEDENTES - CONCESSÃO HÁ MENOS DE CINCO ANOS - IMPOSSIBILIDADE DE NOVO BENEFÍCIO.

Agente beneficiado anteriormente no prazo de cinco anos pela aplicação de pena restritiva ou multa, perde direito a novo benefício dentro do referido prazo. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 010/96 - Comarca de Juiz de Fora - Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

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Prazo - Alegações preliminares - Rol testemunhalJUIZADO ESPECIAL CRIMINAL - AUSÊNCIA DE PRAZO PARA

APRESENTAÇÃO DE ALEGAÇÕES PRELIMINARES E ROL TESTEMUNHAL CONFORME RITO ORDINÁRIO PREVISTO NO CPP – CERCEAMENTO DE DEFESA – INOCORRÊNCIA.

Inexiste o cerceamento de defesa diante da ausência de concessão de prazo para apresentação de defesa prévia e rol testemunhal, conforme previsto no rito ordinário do CPP, uma vez que trata-se de delitos da competência do Juizado Especial, devendo ser observado o procedimento sumaríssimo contido na Lei nº 9.099/95, em consonância com seu art. 77 e seguintes. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 024/97 – Comarca de Visconde do Rio Branco – Rel. Juiz Márcio Welson Gonçalves de Castro).Boletim nº25

Prazo decadencial - Lesões leves e culposasJUIZADO ESPECIAL – PRAZO DECADENCIAL – APLICABILIDADE DO ART. 88

SOMENTE NOS CASOS DE LESÕES LEVES E CULPOSAS – NULIDADE DECRETADA.O prazo decadencial do art. 88 da Lei nº 9.099/95 só é aplicável nos casos de lesões leves

e culposas. Aos demais casos elencados no Código Penal e legislação especial aplicam-se as normas pertinentes neles dispostas. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 015/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Procedimento especial - Injúria - NulidadePROCEDIMENTO ESPECIAL – CRIME DE INJÚRIA - INCOMPETÊNCIA DO

JUIZADO ESPECIAL – ART. 61 DA LEI Nº 9.099/95 – CAUSA DE NULIDADE.Em havendo procedimento especial, ao teor do contido expressamente no art. 61 da Lei nº

9.099/95, incompetente o Juizado Especial Criminal para apreciar a matéria. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 006/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Processo-crime - Instrução - RetroatividadePROCESSO-CRIME - INSTRUÇÃO INICIADA ANTERIORMENTE À LEI Nº

9.099/95 - RETROATIVIDADE NÃO BENÉFICA AO RÉU - IMPOSSIBILIDADE - VIOLAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL - INTELIGÊNCIA DO ART. 61 DA LEI Nº 9.099/95.

Pena máxima de um ano de detenção, em abstrato - Prática de mais de um crime - Soma das penas em abstrato de cada crime para enquadramento no art. 61 - Soma superior a 01 ano de detenção - Inaplicabilidade da Lei nº 9.099/95 - Incompetência do Juizado Especial Criminal - Anulação do Processo com remessa ao Juízo comum para cumprimento do rito normal estabelecido pelo Código de Processo Penal. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 018/96 - Comarca de Juiz de Fora - Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Proposta de conciliação - Direito subjetivo do infratorPROPOSTA DE CONCILIAÇÃO – DIREITO SUBJETIVO DO INFRATOR – NÃO

FORMULAÇÃO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO – DEVE O JUIZ FAZÊ-LA SOB PENA DE PREJUÍZO DO INFRATOR.

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Discordando o Ministério Público, o momento exato para a sua manifestação é aquele em que a proposta conciliatória é formulada – anuindo à proposta, não pode argüir qualquer nulidade.

Havendo transação com fixação de multa e não sendo a mesma paga no prazo assinado cabe, apenas, inscrição da mesma em dívida ativa – Posterior cobrança via execução fiscal – Inadmissível conversão de multa em pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos – via de conseqüência, anula-se o processo a partir do recebimento da denúncia, mantida a multa fixada via transação, devendo a mesma ser inscrita em dívida ativa – aplicação do artigo 85 da Lei nº 9.099/95 com a redação que lhe foi dada pela Lei nº 9.268/96. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 001/97 – Comarca de Ubá – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Recurso - Preparo“JUIZADO ESPECIAL - NECESSIDADE DE PREPARO DE RECURSO - RECURSO

SEM PREPARO NÃO É DE SER CONHECIDO:Segundo o disposto no art. 42, § 1º, da Lei nº 9.099, de setembro de 1995, é condição de

procedibilidade do recurso o seu preparo em quarenta e oito horas, sob pena de deserção.Deserto é o recurso sem o preparo”.(Turma Recursal de Belo Horizonte - Recurso nº

1039 - Rel. Juiz Francisco Batista de Abreu - Jug. 26/6/98).Boletim nº 29

Recurso - Preparo - Deserção“JUIZADO ESPECIAL CÍVEL - RECURSO - FALTA DE PREPARO - DESERÇÃO -

NÃO CONHECIMENTO:É deserto o recurso não preparado, nos termos do artigo 54, parágrafo único, c/c artigo

42, § 1º, da Lei nº 9.099/95”. (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 1094 - Rel. Juiz Antônio Sérvulo - Jug. 26/6/98).Boletim nº 29

Recurso - Pressupostos objetivos e subjetivos - Admissibilidade“No juízo de admissibilidade do recurso há de verificar - se a concorrência dos

pressupostos objetivos (previsão legal, adequação e tempestividade) e subjetivos (legitimidade e interesse). À ausência de pressuposto objetivo ou subjetivo, o recurso não pode ser conhecido e, portanto, julgado.

Proferida a decisão na sessão de julgamento a que esteve representado, o Ministério Público fica desde então intimado, cuja data é o marco inicial do curso do prazo recursal” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.120 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 15/04/99).Boletim nº27

Recurso - Receptação - Culpa“Evidenciadas as circunstâncias caracterizadoras da culpa, tipificado se encontra o delito

de receptação culposa, impondo-se a condenação do agente por tal prática delituosa. Recurso negado com sentença condenatória confirmada” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.221 - Rel. Juiz Francisco Kupidlowski - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

Recurso - Tempestividade

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“Não se conhece de recurso a que falta o pressuposto da tempestividade” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.810 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 15/06/99).Boletim nº28

Representação - Oportunidade - Irretratabilidade - DenúnciaREPRESENTAÇÃO - OPORTUNIDADE - IRRETRATABILIDADE APÓS A

DENÚNCIA - ART. 25 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL EM VIGOR.A representação devidamente formalizada, após a denúncia torna-se irretratável.

Retratação assim formalizada não produz qualquer efeito, face não revogação do artigo 25 do Código de Processo Penal. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 013/96 - Comarca de Rio Novo - Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Sentença - Além do mínimo - FundamentaçãoSENTENÇA FIXADA ALÉM DO MÍNIMO – POSSIBILIDADE – NECESSIDADE DE

FUNDAMENTAÇÃO.Não há nulidade na sentença que, devidamente fundamentada fixa a pena além do

mínimo legal. A pena de multa sujeita o condenado a ter o seu nome lançado no rol dos culpados. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 017/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Jorge Franklin Alves Felipe).Boletim nº25

Sentença homologatória - Transação penal - Incidentes execução“A sentença homologatória de transação penal não se rescinde em face de eventual

inadimplemento de obrigação assumida. A suspensão ou a conversão da pena transacionada serão verdadeiros incidentes da execução. Como tal, a matéria há de ser questionada no âmbito do Juízo da execução” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.288 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

Sentença homologatória - Transação penal - Sucumbência“Sentença homologatória de transação penal. Inexistência de interesse recursal ante a

ausência de sucumbência posto que a decisão que homologa a transação apenas disciplina a vontade das partes” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 10.246 - Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça - Julg. 20/04/99).Boletim nº27

Suspensão competência do processo - Homicídio culposoHOMICÍDIO CULPOSO - INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL -

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO - LEI Nº 9.099/95 - NÃO MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA.

Muito embora a norma esteja prevista no artigo 89 da Lei nº 9.099/95, a sua eventual aplicação, ou possibilidade de aplicação, não é causa modificativa de competência. Incide, presentes os requisitos legais, sobre todos os delitos, sejam da competência do Juizado Especial ou do Juízo Comum. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso no 001/96 - Comarca de Ubá - Rel. Juiz Armando Senna de Carvalho).Boletim nº25

Suspensão do processo - Rejeição de denúncia

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REJEIÇÃO DE DENÚNCIA – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO - AUTOR JÁ CONTEMPLADO – IMPOSSIBILIDADE ANTES DO DECURSO DO PRAZO DE CINCO ANOS.

Autor da infração contemplado anteriormente com o benefício – Não decurso do prazo de cinco anos – Violação da norma legal inserida no art. 76, par. 2º, III da Lei nº 9.099/95. Apelação provida (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 012/97 – Comarca de Juiz de Fora – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Transação - Aceitação - Homologação - ApelaçãoTRANSAÇÃO – PROPOSTA FORMULADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO –

ACEITAÇÃO PELAS PARTES E DEFENSORES – HOMOLOGAÇÃO PELO JUIZ – APELAÇÃO – IMPOSSIBILIDADE.

A proposta de transação formulada pelo Ministério Público e aceita pelos indiciados, secundados pelo Defensor Público, após homologação feita pelo Juiz, impossibilita o recurso de apelação, devendo-se negar provimento ao recurso para que não haja comprometimento ao princípio da celeridade processual e, ainda, descaracterização da transação. (Turma Recursal de Juiz de Fora - Recurso nº 021/97 – Comarca de Lima Duarte – Rel. Juiz Flávio André Gonçalves Dovizo).Boletim nº25

Transação penal - Arquivamento dos autos - Carteira de habilitação“Diante da conduta penalmente irrelevante é legítimo ao Judiciário recusar a

homologação de transação penal e determinar o arquivamento dos autos.Dirigir veículo automotor em via pública sem possuir carteira de habilitação ou permissão

para dirigir configura apenas infração de caráter administrativo, sancionada com multa e apreensão do veículo, artigo 162, I, do Código Nacional de Trânsito” (Turma Recursal de Belo Horizonte – Rec. nº 11.005 – Rel. Juiz Eli Lucas de Mendonça – Julg. 17/08/1999).Boletim nº31

Transporte de carvão - Desmatamento ilegal - Autorização“Transporte de carvão proveniente de desmatamento ilegal e sem a devida autorização –

Condenação do proprietário dos caminhões – Pena de multa – Transcurso de prazo superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e sentença – Prescrição da pretensão punitiva do Estado declarada de ofício” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 024/98 – Rel. Juiz Marcos Francisco Pereira – Julg. 15/06/1999).Boletim nº31

Valor da causa - Obrigação - Consumidor“VALOR DA CAUSA - AÇÃO EM QUE DISCUTE APENAS A VALIDADE DE

DETERMINADA OBRIGAÇÃO - CRITÉRIO DE FIXAÇÃO.CONSUMIDOR - CLÁUSULA PENAL SUPERIOR A 10% DO PREÇO PAGO -

NULIDADE DE PLENO DIREITO:Na ação em que não se discute a existência, validade, cumprimento, modificação ou

rescisão do contrato, mas apenas a validade de determinada obrigação, o valor da causa deve corresponder ao valor dessa obrigação, e não ao do contrato. Inteligência dos artigos 258, V, e 260 do Código de Processo Civil.

É nula de pleno direito, à luz do Código de Defesa do Consumidor, a cláusula contratual relativa ao fornecimento de produtos ou serviços que estabeleça pena superior a 10% do preço

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pago pelo consumidor, em caso de rescisão do contrato” (Turma Recursal de Belo Horizonte - Rec. nº 887 - Rel. Juiz Maurício Barros - Julg. 26/06/98).Boletim nº 29

Vias de fato - Representação - Laudo pericial“Somente se impõe o laudo pericial quando a infração deixa vestígios. Se não houve

qualquer tipo de lesão no corpo da vítima, como é o caso da contravenção de vias de fato, a perícia torna-se desnecessária.

A lei especial não estendeu a exigência de representação em se tratando de contravenção de vias de fato, não prevalecendo a regra do ponto de vista lógico, de que se a lei exige representação para o mais – lesão corporal – também se faz necessária para o menos – vias de fato, obedecendo o disposto no artigo 100, § 1º, do Código Penal” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 007/99 – Rel. Juiz Jorge Druda Gomes).Boletim nº31

Vias de fato - Vítima - Rixa anterior - Lesão corporal“Quando houver somente afirmação feita pela vítima, existindo rixa anterior, e não

houver testemunhas oculares e nem lesão corporal, deve o acusado ser absolvido, pois não se pode condenar alguém pela contravenção de vias de fato com base em presunção, ilação ou dedução” (Turma Recursal de Cataguases – Rec. nº 019/98 – Rel. Juiz Jorge Druda Gomes).Boletim nº31

Violação de domicílio - Substituição da pena - Apelação“Violação de domicílio – Período noturno – Conduta comprovada – Condenação –

Substituição da pena privativa de liberdade pela pecuniária – Dia-multa fixado acima do mínimo legal com a devida justificação – Apelação improvida – Sentença mantida” (Turma Recursal de Passos – Rec. nº 007/99 – Rel. Juiz Marcos Francisco Pereira – Julg. 15/06/1999).Boletim nº31

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