boletim informativo - março 2019 contigo nº...

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1 De perto Conheça Beatriz Galdona, Diretora Técnica do Complexo Acamán, das Irmãs Hospitaleiras de Tenerife (Espanha) Notícias Informe-se sobre as notícias mais relevantes das nossas Províncias nos últimos meses #Comprometidos Apresentamos-lhe Fernanda González, membro do grupo da pastoral juvenil da Clínica Nossa Sra. de Guadalupe, das Irmãs Hospitaleiras de Quito (Equador) A fundo Descubra o Projeto Kintambo, que consiste em construir e equipar um Centro de Saúde Mental para crianças e adultos em Kinshasa (RDC) CONTIGO Nº 31 Boletim informativo - Março 2019

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De pertoConheça Beatriz Galdona, Diretora Técnica do Complexo Acamán, das Irmãs Hospitaleiras de Tenerife (Espanha)

NotíciasInforme-se sobre as notícias mais relevantes das nossas Províncias nos últimos meses

#ComprometidosApresentamos-lhe Fernanda González, membro do grupo da pastoral juvenil da Clínica Nossa Sra. de Guadalupe, das Irmãs Hospitaleiras de Quito (Equador)

A fundo Descubra o Projeto Kintambo, que consiste em construir e equipar um Centro de Saúde Mental para crianças e adultos em Kinshasa (RDC)

CONTIGO Nº

31

Boletim informativo - Março 2019

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O centro Telema Kintambo, um sonho cada vez mais próximoO Projeto Kintambo implica a construção de um novo centro das Irmãs

Hospitaleiras para prestar assistência em saúde mental a crianças, jovens e adultos em Kinshasa, República Democrática do Congo

O Projeto Kintambo continua em curso e cada vez mais próxi-

mo de atingir a sua meta. O que inicialmente começou como uma “antena” (pe-queno dispositivo local) para dar apoio ao serviço assistencial do centro de saúde mental “Telema”, das Irmãs Hospitaleiras em Kinshasa, é hoje, e pelo segundo ano consecutivo, o principal projeto anual de cooperação da nossa Insti-tuição.

Num país em que 88% da população vive abaixo do li-

miar de pobreza e 30% dos seus habitantes são afe-tados, todos os anos, por doenças mentais, o centro “Telema Kintambo” dará res-posta às carências assisten-ciais da população situada na parte ocidental de Kinshasa. Deste modo, o nosso pro-jeto pretende facilitar o acesso a um atendimento completo àquelas pessoas com algum problema psi-quiátrico ou psicológico.

Um novo Centro no município de KintamboO edifício que acolherá o novo centro contará com

dois pavilhões especializa-dos, para além de workshops terapêuticos e um posto de assistência para poder aten-der os doentes da rua. As instalações, divididas num espaço de 1.073 metros, também darão acesso a ou-tros serviços, como consul-tas, análises clínicas, farmá-cia e atendimento de saúde primária.

Com a construção e o equi-pamento deste centro de saúde mental, será oferecida uma assistência personaliza-da e integral especializada em todo o tipo de doenças

A fundo

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Saiba mais sobre Kinshasa

mentais. Na maioria dos países do continente africano, a doença mental, para além de ser um tabu, provoca discriminação e estigmatiza as pessoas que dela sofrem, face ao resto da população. Muitas vezes, os doentes são víti-mas de abandono e marginalização.

Como tal, o Projeto Kintambo conta com objetivos específicos na área da psiquiatria social, que são os seguintes: • Impulsionar o acesso à assistência em saúde mental, para todas aquelas pessoas que ne-cessitem, na zona ocidental de Kinshasa. • Colocar à disposição da população um serviço, tanto de emergência como de cui-dados contínuos, que ofereça a oportunida-de de beneficiar de atendimento de saúde e da compra de medicamentos a baixo custo. • Fomentar a procura de equilíbrio psíquico e uma melhor adaptação social através da escuta, do diálogo e da comunicação. • Criar e divulgar campanhas de sensibilização em matéria de saúde mental para as famílias,

instituições, paróquias... e para a população em geral, com a finalidade de desestigmati-zar as pessoas com este tipo de doença.

Graças à construção deste centro, uma equi-pa multidisciplinar de profissionais, entre os quais se encontra um diretor e um educador especializado, poderão oferecer ajuda tanto a crianças como a adultos, independente-mente do ambiente social do qual são pro-venientes. Além disso, para consciencializar e facultar informação sobre saúde mental, está prevista a realização de atividades de for-mação e educação em saúde com a popu-lação mais próxima.

Convidamo-lo(a) a colaborar na construção de um futuro melhor para as pessoas com doença mental de Kinshasa (RDC). Todos, com um pequeno gesto, podemos mudar o mundo! Se desejar, pode fazer um donativo através deste link: www.hospitalarias.org/pt/index.php/donativos

O custo de uma consulta de ambulatório, numa instituição pública,

é de 20 dólares

Com 11.855.000 habitantes, é a terceira cidade mais povoada de África, depois de Lagos e do Cairo

O rendimento anual por pessoa é de cerca de

190 dólares

A fundo

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Em que ano e com que objetivo foi criado o centro ACAMÁN?As Irmãs Hospitaleiras chegaram à ilha de Tenerife em 1969, com o objetivo de abrir um centro de ensino especial para meninas com diversidade funcional. Este caminho foi iniciado com um pequeno colégio e uma residência escolar para 35 meninas; estas estruturas rapidamente ficaram pequenas, pelo que, em 1974, foram transferidas para a localização atual. O novo colégio foi inaugurado em 1975 com a denominação: Centro de Ensino Especial “Acamán”.

Atualmente, o Complexo Acamán é uma referência no atendimento a pessoas com diversidade funcional. Quais são as principais áreas de atividade do centro e como se estrutu-ram e/ou organizam? O Acamán conta com três principais áreas dedica-das, todas elas, a pessoas com diversidade funcio-nal: • Educativa: dispomos de um Colégio de Ensino Especial, onde são atendidos alunos entre os 5 e os 21 anos.• Laboral: contamos com um programa de Empre-go com Apoio e um Centro Especial de Emprego (CEE).• Sócio sanitária: para maiores de 18 anos, ofere-cemos atendimento diurno e residencial a pessoas com graves transtornos comportamentais.

Além disso, temos uma Unidade de Dia para pes-soas com Dano Cerebral Adquirido (DCA) que, atualmente, dispõe de 20 lugares, embora termina-remos este ano, 2019, com a sua máxima ocupação:

35 lugares.

Na sua opinião, qual é o principal valor diferencial do centro ao nível assistencial?Destacar um único aspeto que marque a diferença é difícil; podemos falar de uma carteira de serviços aberta, inovadora e em constante evolução, capaz de adaptar-se à procura e às necessidades dos nossos alunos e utilizadores. Também sublinharia a inovação na intervenção diária, o que nos permite trabalhar a partir das últimas investigações. Por ou-tro lado, poderíamos falar da nossa capacidade de adaptação à procura que surge no nosso contexto mais próximo, que nos incita à busca constante de alternativas de assistência para dar resposta a to-das as pessoas que atendemos.

Contudo, o nosso principal valor diferencial é, sem dúvida, o nosso Modelo Assistencial e Educati-vo que indica à equipa humana a forma de agir, centrada nas pessoas que atendemos, o que dá sentido e significado a cada ação que realizamos. Este Modelo possibilita a criação de uma equipa de colaboradores forte e unida, orientada para dar resposta aos desafios atuais da sociedade, sempre em consonância com os valores hospitaleiros. Uma equipa que conjuga na perfeição ciência e carida-de, qualidade e calidez.

Pode explicar-nos como trabalham a integração laboral das pessoas com diversidade funcional?O direito ao trabalho é um direito humano funda-mental que implica ter a oportunidade de ganhar a vida livremente. Para tal, o atendimento integral de pessoas com diversidade funcional deve intervir

De perto

Beatriz Galdona Alonso

“O principal valor diferencial do ACAMÁN é o nosso modelo assistencial e educativo, que indica à equipa humana a forma de agir, centrada nas pessoas que atendemos”

Diretora Técnica, desde 2013, do Complexo Acamán das Irmãs Hospitaleiras em Tenerife (Espanha)

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“O nosso programa de emprego aproxima

os utilizadores da realidade do mundo laboral e ajuda-os

a ganhar autonomia”

De perto

neste aspeto de forma direta.

No Acamán, contamos com um Programa de Emprego com Apoio que tem como objeti-vo, através da realização de períodos de estágio, propiciar uma aproximação à realidade do mundo laboral aos nossos alunos e utilizadores, para que possam conhecer na primeira pessoa o que representa rea-lizar uma atividade profissio-nal. Isto também os ajudará a desenvolver as competências instrumentais e sociais requeri-das na maioria dos empregos, bem como atingir um ótimo nível de autonomia. Em última instância, tentamos que surja alguma oportunidade de con-tratação laboral fruto destes es-tágios.

Recentemente foram evidencia-dos os resultados da inserção la-boral, com duas contratações de alunos de jardinagem, depois do seu período de estágio.

Hoje em dia, qual é a dimensão da Comunidade Hospitalei-

ra do complexo: número de utilizadores atendidos, irmãs, colaboradores, voluntários…?Atualmente, o Acamán conta com um total de 296 pessoas atendidas. Destes, há 101 alu-nos; 28 recebem atendimen-to de caráter residencial, 20 são utilizadores da Unidade de Dia de DCA e 10 do CEE. Os restantes fazem parte dos Cen-tros de Atendimento Diur-no. Por outro lado, 30 pessoas assistem ao Serviço de Pro-moção de Autonomia Pessoal.

A Comunidade Hospitaleira de Acamán é composta por qua-tro Irmãs, 110 colaboradores e 25 voluntários. Além disso, é re-forçada com três associações de famílias, cuja colaboração é fun-damental para o atendimento integral das pessoas que

assistimos e para os alunos que realizam os seus estágios nas instalações do nosso Cen-tro, o que nos permite estar em atualização contínua.

Sabemos que os vossos volun-tários têm um elevado grau de compromisso. Poderia expli-car que tipo de atividades rea-lizam e como se organizam? Como já referi, atualmente te-mos a grande sorte de con-tar com 25 voluntários que desempenham diversas funções como o apoio em sala ou em aula, acompanhamento nas di-ferentes atividades que reali-zamos, tanto dentro como fora do Complexo, participação em workshops de hidroterapia, etc.

Este ano cumpre-se o 50º aniversário de fundação do complexo. Um desejo para o futuro seria...Por motivo da celebração do 50º aniversário, é inevitável olhar para trás e rever a nossa história. Do caminho percorrido até ao momento, identificamos como desafio afiançar o conseguido e trabalhar em diferentes projetos que deem resposta a novas ne-cessidades em termos de sofri-mento psíquico.

O nosso desejo para o futuro é continuar a contribuir para ofe-recer uma melhor qualidade de vida às pessoas com diversidade funcional e suas famílias.

“Identificamos como desafio assegurar o conseguido e trabalhar em diferentes projetos que deem resposta a novas necessidades em termos de sofrimento psíquico”

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A alimentação, um pilar fundamentalProvíncia de Inglaterra

Aniversário dos Laicos HospitaleirosProvíncia de Portugal

Notícias

A nutrição é um dos pilares fundamentais para conseguir um cuidado completo e sa-tisfatório. Para tal, John Liddle, Diretor de Social Care Catering Solutions, encarrega-se há mais de 20 anos de gerir a alimentação recebida pelos utilizadores e colaboradores dos centros das Irmãs Hospitaleiras em In-glaterra. Segundo John, a chave para conse-guir um ótimo trabalho é “tratar os residentes como se fossem meus pais”.

Atención segura, eficaz, y de alta calidadPor outro lado, para assegurar que o serviço é adequado em cada um dos centros, o orga-nismo “Care Quality Commission” (regulador independente de saúde e assistência social em Inglaterra) realiza relatórios periódicos em que analisa o atendimento médico e so-cial, para garantir que se proporciona aos uti-

lizadores um atendimento seguro, eficaz e de alta qualidade.

Neste sentido, John assinala que “a alimen-tação é um dos fatores mais importantes para que os nossos residentes vivam bem”, “o meu objetivo é oferecer uma dieta variada e equili-brada aos utentes, propondo diferentes opções de menu que podem ser tomadas tanto no re-feitório, como nos quartos”.

Em 21 de janeiro, celebrou-se, no Centro de Reabilitação Psicopedagógica Sagrada Famí-lia, das Irmãs Hospitaleiras do Funchal, o 14º aniversário do grupo de Laicos Hospitaleiros do centro.

O dia começou com a conferência do P. Paulo Sérgio Cunha Silva, intitulada: Ir em Missão: um desafio do Laico Hospitaleiro, onde se su-blinhou que “a missão de proclamar a graça de Jesus continua a ser a grande tarefa dos cristãos de hoje; somos chamados a intervir como missionários, a ser discípulos sem fron-teiras”.

O Laico Hospitaleiro, no seu lema e missão, assume esta característica peculiar, pois, en-quanto cristão, todos os dias é chamado a ser mais consciente da sua vocação e missão como batizado. Deve aprofundar o seu ca-minho espiritual, crescer na fé, desenvolver uma sensibilidade especial para as necessida-des dos outros e encarnar a atitude samarita-na de Jesus de Nazaré que passou pela Terra fazendo o bem, como comentou o P. Paulo Sérgio.

Depois da conferência, foi celebrada uma Eu-caristia de ação de graças, em que os Laicos renovaram o seu compromisso. A jornada terminou com um almoço, em que estiveram presentes a Irmã Sílvia Moreira, Superiora Provincial, e a Irmã Anália Oliveira, Terceira Conselheira e responsável pelo acompanha-mento dos grupos de Laicos Hospitaleiros da Província de Portugal.

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Estudo a partir da perspetiva de género Província de Espanha

Jornadas terapêuticas de VerãoProvíncia da América Latina

Notícias

Desde o passado mês de janeiro, com a che-gada do bom tempo, os utilizadores da Rede de Saúde Mental S. Bento Menni, das Irmãs Hospitaleiras de Santiago do Chile, têm mud-ado algumas das atividades que realizam ha-bitualmente, nos centros, para desfrutar do ar livre e dos inúmeros espaços verdes que oferece a capital do país.

Graças a esta iniciativa, os utilizadores da rede usufruem de passeios inesquecíveis, tar-des na piscina… aliviando assim o calor in-tenso, próprio desta época do ano no hemis-fério sul.

Praticar atividades ao ar livre oferece múlti-plos benefícios para a saúde e o bem-estar, especialmente para as pessoas com doença mental e/ou diversidade funcional. Estar em contacto com a natureza ajuda-os a melhorar o seu estado de espírito, a sentirem-se felizes num contexto diferente e a reforçar os seus laços com a comunidade hospitaleira e o seu ambiente social.

A Província de Espanha das Irmãs Hospita-leiras realizou um estudo onde analisa o nú-mero de pessoas atendidas, de acordo com a variável de género, em alguns dos centros que a nossa Instituição tem neste país, con-cretamente nos recursos de reabilitação psi-cossocial (hospitaleiros e comunitários).

No estudo, que considera dados assistenciais e sociodemográficos recolhidos de 2011 até 2018, observa-se como influem diversas va-riáveis, como o emprego, a habitação ou a educação, em pessoas com doença mental e/ou diversidade funcional.

Igualdade de género; assinatura pendenteUma das principais conclusões extraídas des-te relatório é que a igualdade de género con-tinua a ser uma assinatura pendente no âmbi-to da saúde mental, já que a percentagem de homens atendidos supera significativamente a de mulheres. Concretamente, a maior di-ferença a favor dos homens é observada em Unidades de meia estadia ou de Reabilitação e Tratamento Psiquiátrico (37% vs 63%), nos Centros de Dia de Suporte Social (37% vs

63%), nos Centros de Reabilitação Laboral (31% vs 69%) e nas Pensões Supervisionadas (34% vs 66%).

Alguns dos motivos que explicam esta si-tuação são o escasso nível de empoderamen-to das mulheres com doença mental, o que as impede de se perceberem como sujeito de direitos, e o facto de os recursos de re-abilitação psicossocial estarem definidos de acordo com um padrão de necessidades mas-culino.

Embora os dados expostos neste estudo se-jam meramente descritivos, servirão para realizar estudos de maior envergadura e para colocar em marcha estratégias destinadas a visibilizar o direito das mulheres a aceder à assistência em saúde mental.

Mais informações e [email protected]

www.hospitalarias.org

Há um ano e meio que per-tenço ao grupo da Pas-toral Juvenil da Clínica

Nossa Sra. de Guadalupe, das Irmãs Hospitaleiras de Quito (Equador). Adorei a experiência desde o primeiro momento, tem sido muito gratificante, e tem-me ajudado a desenvolver valores essenciais, como a hospitalidade, a solidariedade e o amor em re-lação às pessoais mais vulneráveis.

Idade: 15 anos.

Uma cor: preto e branco, porque, juntos representam força e pureza.

Um adjetivo que te define: alegre, estou sempre feliz.

Um momento: o sorriso da Beatriz, doente do centro das Irmãs Hospitaleiras de Quito que, com a sua ternura e calor, despertou em mim o desejo de servir os mais necessitados.

Fernanda González

Calendário de eventos de interesse: março-abril 2019

24 de abrilFesta de S. Bento Menni, fundador da Congregação

28 de abril125º aniversário da fundação da Maison S. Germaine, da Irmãs Hospitaleiras em Paris (França)

A minha ligação à clínica surgiu a partir do meu pai que trabalha aqui e me falou sobre a existên-cia deste grupo juvenil. O que ele me contava parecia-me muito in-teressante e quis conhecer mais a fundo do que se tratava. Assis-ti ao primeiro encontro e fiquei muito satisfeita, adorei todas as atividades, e partilhar momentos com os utentes do centro des-pertou em mim a esperança de tentar encher de alegria os seus corações.

A partir de então, participo de forma periódica em cada ativi-dade organizada pelo grupo da Pastoral Juvenil; isto enriquece a minha vida e ajuda-me a apren-der coisas novas e interessantes. Desejo fazer parte da Comunida-de Hospitaleira para sempre!

De 24 a 31 de marçoConselho Plenário: terá lugar em Roma (Itália)

“A minha experiência com as Irmãs Hospitalei-ras ajudou-me a desenvolver valores essenciais em relação às pessoas mais vulneráveis”

#Comprometidos