boletim informativo gecei 14ª edição

4
1 ou ainda, em outros países; e o Grubel-Lloyd, que evidencia se nas transações comerciais entre países predomina o perfil intrasetorial ou o intersetorial. O Grau de Abertura Comercial do Brasil, que é a pro- porção que as exportações somadas às importações representam no total do PIB, apresentou uma queda em 2008 em decorrência da crise mundial, mantendo tendência de crescimento positiva na sequência até apresentar uma nova queda em 2013, quando retor- na a um nível similar ao observado no início da série. No compara- tivo entre 2015 e 2014, houve um aumento de quase dois pontos percentuais no coeficiente de abertura da economia brasileira, a qual atingiu 27% em 2015, que se deve antes à redução estimada de 3,71% na atividade econômica do que ao aumento da receita transacionada com o exterior. O ano de 2015 foi marcado por diversos desafios em dife- rentes âmbitos da economia brasileira, como a deterioração das contas públicas, a taxa de inflação distanciando-se da meta, a redu- ção nos investimentos públicos e privados, a retração do nível do consumo, dentre outros. No setor externo, o aumento de aproxi- madamente 40% no déficit em conta corrente adicionou inquieta- ção quanto à magnitude da desvalorização do real frente ao dólar e ao afluxo futuro de capitais. Em meio a essa conjuntura, enfatizou-se a importância do comércio internacional como elemento estratégico para promover a retomada do crescimento econômico. Discute-se, assim, a neces- sidade de o país prospectar novos mercados, de agregar mais valor e intensidade tecnológica à sua pauta de exportação, assim como diversificá-la, com a finalidade de aumentar a competitividade dos bens e serviços exportados e sua inserção internacional. Em 2015, o Brasil exportou cerca de US$ 191,1 bilhões e importou US$ 171,5 bilhões, resultando em uma balança comercial próxima de US$ 20 bilhões. Comparando os doze meses de 2015 com o mesmo período de 2014, observa-se uma redução de, apro- ximadamente, 15,1% nas exportações e 25,2% nas importações. Alguns dos fatores que contribuíram para o saldo comercial positi- vo foram o aumento no volume exportado das commodities, especi- almente as agrícolas, a depreciação acumulada ao longo de 2015 de 47% do real frente ao dólar e a redução das importações. A seguir, será apresentada uma breve análise do desem- penho do comércio exterior brasileiro, por meio do cálculo de índices de competitividade acompanhados pelo Gecei, usualmente utilizados na literatura de economia internacional. Dentre eles estão o Grau de Abertura Comercial, que busca mensurar a rele- vância do comércio exterior no PIB do país; o Export Share e Im- port Share, índices que revelam o nível de participação de um país nos fluxos comerciais mundiais de determinados setores, produtos, Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados do IBGE. * O Grau de Abertura Comercial de 2015 foi calculado com base em da- dos da Secretaria do Comércio Exterior e na estimativa do PIB disponível nas Contas Nacionais Trimestrais (IBGE, 2015). Por: Jade G. Ribeiro do N. Santos, Luana Bede Fricks e Marcello Luiz de Souza Junior Com a colaboração de: Carolina C. Rosa de Souza, Danilo Andretta, João Vitor T. Ahmad e Thierry F. R. Couto. Figura 1 - Grau de Abertura Comercial da Economia Brasileira (%) entre 2007 e 2015*. Retrospectiva 2015 Boletim Especial Ano IV 14ª Edição Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a reversão do déficit da balança co- mercial para superávit em 2015 resultou da acentuada queda das importações, apesar do registro também de diminuição nas expor- tações. Ao comparar os fluxos comercias nesse mesmo período,

Upload: geceiesalq

Post on 02-Aug-2016

217 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

GECEI/ESALQ Retrospectiva 2015

TRANSCRIPT

Page 1: Boletim Informativo GECEI 14ª Edição

1

ou ainda, em outros países; e o Grubel-Lloyd, que evidencia se nas

transações comerciais entre países predomina o perfil intrasetorial

ou o intersetorial.

O Grau de Abertura Comercial do Brasil, que é a pro-

porção que as exportações somadas às importações representam

no total do PIB, apresentou uma queda em 2008 em decorrência

da crise mundial, mantendo tendência de crescimento positiva na

sequência até apresentar uma nova queda em 2013, quando retor-

na a um nível similar ao observado no início da série. No compara-

tivo entre 2015 e 2014, houve um aumento de quase dois pontos

percentuais no coeficiente de abertura da economia brasileira, a

qual atingiu 27% em 2015, que se deve antes à redução estimada

de 3,71% na atividade econômica do que ao aumento da receita

transacionada com o exterior.

O ano de 2015 foi marcado por diversos desafios em dife-

rentes âmbitos da economia brasileira, como a deterioração das

contas públicas, a taxa de inflação distanciando-se da meta, a redu-

ção nos investimentos públicos e privados, a retração do nível do

consumo, dentre outros. No setor externo, o aumento de aproxi-

madamente 40% no déficit em conta corrente adicionou inquieta-

ção quanto à magnitude da desvalorização do real frente ao dólar e

ao afluxo futuro de capitais.

Em meio a essa conjuntura, enfatizou-se a importância do

comércio internacional como elemento estratégico para promover

a retomada do crescimento econômico. Discute-se, assim, a neces-

sidade de o país prospectar novos mercados, de agregar mais valor

e intensidade tecnológica à sua pauta de exportação, assim como

diversificá-la, com a finalidade de aumentar a competitividade dos

bens e serviços exportados e sua inserção internacional.

Em 2015, o Brasil exportou cerca de US$ 191,1 bilhões e

importou US$ 171,5 bilhões, resultando em uma balança comercial

próxima de US$ 20 bilhões. Comparando os doze meses de 2015

com o mesmo período de 2014, observa-se uma redução de, apro-

ximadamente, 15,1% nas exportações e 25,2% nas importações.

Alguns dos fatores que contribuíram para o saldo comercial positi-

vo foram o aumento no volume exportado das commodities, especi-

almente as agrícolas, a depreciação acumulada ao longo de 2015 de

47% do real frente ao dólar e a redução das importações.

A seguir, será apresentada uma breve análise do desem-

penho do comércio exterior brasileiro, por meio do cálculo de

índices de competitividade acompanhados pelo Gecei, usualmente

utilizados na literatura de economia internacional. Dentre eles

estão o Grau de Abertura Comercial, que busca mensurar a rele-

vância do comércio exterior no PIB do país; o Export Share e Im-

port Share, índices que revelam o nível de participação de um país

nos fluxos comerciais mundiais de determinados setores, produtos,

Fonte: Elaborado pelos autores com base nos dados do IBGE.

* O Grau de Abertura Comercial de 2015 foi calculado com base em da-

dos da Secretaria do Comércio Exterior e na estimativa do PIB disponível

nas Contas Nacionais Trimestrais (IBGE, 2015).

Por: Jade G. Ribeiro do N. Santos, Luana Bede Fricks e Marcello Luiz de Souza Junior

Com a colaboração de: Carolina C. Rosa de Souza, Danilo Andretta, João Vitor T. Ahmad e Thierry F. R. Couto.

Figura 1 - Grau de Abertura Comercial da Economia Brasileira

(%) entre 2007 e 2015*.

Retrospectiva 2015

Boletim Especial Ano IV 14ª Edição

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e

Comércio Exterior (MDIC), a reversão do déficit da balança co-

mercial para superávit em 2015 resultou da acentuada queda das

importações, apesar do registro também de diminuição nas expor-

tações. Ao comparar os fluxos comercias nesse mesmo período,

Page 2: Boletim Informativo GECEI 14ª Edição

2

observa-se uma retração de 20% na corrente comercial, a qual

atingiu a menor cifra desde 2009, de U$362,5 bilhões.

A redução das receitas pode ser atribuída ao fato de a

pauta brasileira ter sido composta em 45,6% por produtos classi-

ficados como básicos (destaque para soja, minério de ferro e

petróleo), que apresentaram deterioração nos índices de preços.

Os bens exportados classificados como manufaturados apresenta-

ram uma participação de quase 39% do total da pauta, e os semi-

manufaturados, corresponderam a 13,9%.

A participação no valor total exportado de produtos

considerados básicos decresceu praticamente 6,3%, ao passo que

as contribuições dos bens manufaturados e semimanufaturados

aumentaram 7,4% e 7,2%, respectivamente. No entanto, os fluxos

comerciais desses produtos ainda não responderam efetivamente

aos estímulos decorrentes do câmbio depreciado, o que evidencia

as dificuldades à sua inserção nos mercados estrangeiros, como a

alta competitividade que enfrentam com os demais países expor-

tadores, a desaceleração econômica de importantes parceiros

comerciais do Brasil, dentre outros. Quanto à redução nos gastos

com as importações, pode-se atribuí-la à involução da atividade

industrial, ao receio do empresariado nacional em realizar novos

investimentos e ao atual patamar do câmbio.

No que tange à pauta de exportação brasileira, a evolu-

ção da Participação nas Exportações mundiais (Figura 2) revela

uma redução de 26,4% na participação do total exportado dos

produtos provenientes da Indústria Mineradora, um crescimento

de 5,9% do Complexo Agroindustrial e tímidos aumentos nos

demais grupos de bens. A retração das vendas do minério brasi-

leiro ao exterior pode ser atribuída a menor demanda chinesa

por essa commodity proveniente do Brasil, que se refletiu em um

decréscimo de 31,9%, no comparativo de 2015 e 2014. Já o resul-

tado positivo na exportação de produtos agrícolas foi influenciado

pelo aumento de cerca de 29% nas vendas de cereais. A Participa-

ção do Brasil nas Importações (Figura 3) permite inferir que as

indústrias de máquinas, indústria química e indústria minerado-

ra são os principais setores demandantes de produtos estran-

geiros, com participação de respectivamente 26,4%, 18,7% e

15,7% no total importado do Brasil. Ao comparar os resultados

de 2015 com 2014, Observa-se um queda de quase 37,1% na

participação dos produtos básicos sobre o total importado, de

12,30% para os bens semimanufaturados e de 23,73% para os

artigos manufaturados de um ano para o outro.

Figura 2 – Evolução do índice Export Share do comércio brasileiro

em relação ao mundial, entre 2006 e 2015.

Fonte: Elaborado pelos autores com dados do Sistema AliceWeb (MDIC) e

do UN COMTRADE.

Fonte: Elaborado pelos autores com dados do Sistema AliceWeb

(MDIC) e do UN COMTRADE.

Figura 3 – Evolução anual do Import Share dos principais gru-

pos de produtos importados do Brasil pelo mundo entre 2006

e 2015.

Quanto aos parceiros comerciais do Brasil (Figura 4),

os dados indicam que os destinos das exportações brasileiras

foram principalmente a China, responsável por 18,6% do total,

seguida pelos Estados Unidos, com participação de 12,6% e a

Argentina, com 6,7%. Ao comparar as exportações de 2015

com as de 2014, observa-se que as compras desses parceiros

comerciais apresentaram queda de, respectivamente, 12,3%,

10,9% e 10,4% em valor.

Já os principais países de origem das importações

brasileiras em 2015 (Figura 5) foram a China, responsável por

17,9% do total, os Estados Unidos, respondendo por 15,4%, a

Fonte: Dados obtidos no AliceWeb (MDIC).

Figura 4 – Principais destinos das exportações brasileiras em parti-

cipação percentual (%) do total exportado pelo Brasil em 2015.

Page 3: Boletim Informativo GECEI 14ª Edição

3

Alemanha (6,05%) e a Argentina (6,00%). Nota-se também uma con-

centração nos países de origem das importações brasileiras, assim

como se observa no destino das exportações brasileiras (Figura 4).

A relação comercial com a China é caracterizada pela ex-

portação de produtos primários e a importação de bens de alto valor

agregado. Com efeito, ao agregar os dados disponibilizados de acor-

Segundo Moreira e Paula (2010) o comércio intra indus-

trial, aqui denominado intrasetorial, poderia atuar, inclusive, como

mecanismo para o progresso técnico, podendo promover no

Brasil a consolidação de uma base cumulativa de conhecimentos

mais complexos e a aquisição de competências tecnológicas pró-

prias por parte da indústria nacional.

O comércio entre Brasil e Argentina teve sua dinâmica

marcada pelo intercâmbio de bens de alto valor agregado, o que

gerou impactos em setores estratégicos de ambas as economias,

sobretudo na indústria. Os principais produtos que figuraram

nessas trocas comerciais, em 2015, são veículos e autopeças, em

ambos os fluxos, conferindo a eles uma característica predomi-

nantemente intrasetorial.

Considerando o conteúdo exposto, percebe-se que, em

meio ao atual cenário de crise política e econômica, o comércio

internacional brasileiro apresenta-se como um instrumento dinâ-

mico que pode contribuir para a recuperação da estabilidade

econômica e auxiliar na retomada da trajetória de desenvolvimen-

to do país. Contudo, esta análise demonstra que ainda há muito a

ser explorado, especialmente quanto ao aumento do volume

transacionado com o exterior, à maior agregação de valor e di-

versificação da pauta de exportação e à prospecção de novos

mercados.

É nessa perspectiva que o MDIC divulgou, em julho de

2015, o Plano Nacional de Exportações (PNE), o qual objetiva

estimular a retomada do crescimento econômico por meio do

comércio exterior e da consequente atração de capitais estrangei-

ros. Especificamente, o PNE discorre sobre a importância de

prospectar novos mercados, consolidar parcerias existentes, re-

duzir a burocracia existente e otimizar a inserção brasileira em

cadeias globais de valor.

Medidas como essas são pertinentes, dadas as perspecti-

vas desafiadoras para os próximos anos. Dentre as projeções

negativas, destacam-se os impactos decorrentes da desaceleração

econômica da China, principal parceiro comercial do Brasil e

grande comprador de produtos primários. Estima-se que o baixo

crescimento chinês impactará negativamente no índice de preços

mundiais das commodities, e certamente nas vendas brasileiras de

produtos minerais e agrícolas. Quanto às expectativas positivas,

as recentes reformas conduzidas pelo novo governo argentino

podem significar, em um futuro próximo, um aumento dos fluxos

comerciais entre os dois países.

Figura 5 – Principais países de origem das importações brasileiras

em participação percentual (%) do total importado pelo Brasil em

2015.

Fonte: Dados obtidos pelos autores através da plataforma AliceWeb (MDIC).

do com a intensidade tecnológica, observa-se que as vendas brasi-

leiras para a China estiveram constituídas, em sua maioria, por

artigos não industriais (aproximadamente 77% do total exportado),

ao passo que as vendas chinesas ao Brasil foram compostas por

produtos de média e alta tecnologia, correspondendo a 44,66% da

pauta, em 2015. Ademais, o resultado do Índice Grubel-Lloyd (0,1)

atesta o caráter intersetorial da relação comercial sino-brasileira.

No que tange à parceria com os Estados Unidos, a pauta

de exportação foi bastante diversificada, evidenciando a relevância

da economia americana como importadora dos produtos brasilei-

ros, inclusive de maior valor agregado. Os principais produtos des-

tinados para esse país foram óleos brutos de petróleo, produtos

semimanufaturados de ferro e aço, aviões, motores e turbinas para

aviões e suas partes, além de café em grãos. Já os principais produ-

tos demandados pelo Brasil foram óleos combustíveis, motores e

turbinas para aviões e suas partes, corroborando a relação intrase-

torial entre os países.

Nessa perspectiva, o índice Grubel-Lloyd revela que o

comércio intra industrial entre Brasil e Estados Unidos ocorre,

principalmente, em torno de produtos da indústria de transforma-

ção, sendo o nível desse comércio mais intenso em insumos utiliza-

dos à elaboração de outros bens, o que demonstra a possibilidade

de existência desse tipo de comércio ainda que os países se encon-

trem em diferentes estágios de desenvolvimento e de disparidades

no PIB per capita.

Page 4: Boletim Informativo GECEI 14ª Edição

4

Entrevistado: Profª. Drª.Sílvia Helena G. de Miranda.

Graduada em Engenharia Agronômica pela Universidade

de São Paulo, com mestrado e doutorado em Ciências pela mesma

universidade e pós-doutorado na Pennsylvania State University,

Estados Unidos. Atualmente, é professora associada da ESALQ -

Universidade de São Paulo e coordenadora do Gecei. Tem experi-

ência na área de Economia, com ênfase em Agronegócio e Econo-

mia Internacional.

Pergunta 1. Considerando que a pauta de exporta-

ção do Brasil é majoritariamente composta por produtos

agropecuários, quais são as políticas que o governo poderá

promover no sentido de diversificá-la e de agregar mais

valor aos bens exportados? Qual é o papel que a agroin-

dústria poderá desempenhar nessa discussão?

Acredito que é necessário desenhar uma política industri-

al que seja exposta ao setor privado, de forma clara e transparente,

sinalizando quais os objetivos de longo prazo para a indústria

(inclusive a de base agropecuária). Isto implica em um planejamento

e execução, nos próximos anos, de uma política de educação bási-

ca, técnica e superior, voltada à formação de capital humano, à

pesquisa e desenvolvimento científico em setores pré-identificados

como potenciais para promover a competitividade e a sustentabili-

dade no mercado mundial. Somente a redução de custos e o inves-

timento na diferenciação e na qualidade poderão contribuir para

uma posição sustentável do Brasil no mercado internacional de

bens de maior valor agregado, e que, independentemente dos avan-

ços no combate às barreiras comerciais, viabilize ganhar market-

share. Esta política certamente deverá passar por um diagnóstico de

setores com potencial ou não, dos gargalos e das oportunidades de

mercado.

Pergunta 2. Qual é a sua opinião sobre o papel do

comércio internacional como indutor do crescimento e

desenvolvimento econômico? Quais são as dificuldades que

o Brasil apresenta para se tornar uma economia com

maior abertura comercial?

Vejo o comércio internacional como um dos compo-

nentes na equação do crescimento e do desenvolvimento econô-

mico, inclusive como um indutor da promoção de setores regio-

nalmente, aproveitando vantagens comparativas e competitivas

regionais. Contudo, acho que um país como o Brasil deve contar,

além do comércio exterior, com o fortalecimento dos investi-

mentos privados e da promoção do mercado interno.

Pergunta 3. Quais serão os possíveis impactos

decorrentes da atual conjuntura econômica do Brasil

para a economia de Piracicaba, tendo em vista que sua

pauta de exportação é composta por produtos de alto

valor agregado? Quais são as políticas que o governo

municipal poderia implementar no sentido de estimular

o comércio internacional do município?

Na verdade, os impactos negativos já são evidentes. Em

2015, a redução das exportações acarretou em uma contração

no nível de produção de algumas das empresas exportadoras,

que, no momento atual, com a depreciação cambial, espera-se

conseguirão começar a recuperar parte dos prejuízos. Por outro

lado, essa mesma depreciação cambial encarece os insumos im-

portados, e, portanto, haverá impactos também para a indústria

piracicabana que depende de bens de capital e intermediários

para sua produção. Acredito que o governo municipal, assim

como o federal e estadual, precisam trabalhar na melhoria da

infraestrutura tecnológica e logística, a fim de reduzir os custos

de serviços de suporte e dos insumos que abastecem a indústria

importadora e exportadora, e, sobretudo, capacitar a mão-de-

obra disponível nas qualificações que serão requeridas pela indús-

tria. É dar a base necessária para que o setor privado possa se

fortalecer e tornar-se menos susceptível aos altos e baixos da

economia doméstica e externa.□

Referências Bibliográficas.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Disponível

em: <http://www.mdic.gov.br/sitio/sala-imprensa/busca-noticias.php>. Acesso em

29/01/16.

Base de Dados UM COMTRADE. Disponível em: <http://comtrade.un.org>. Acesso

em 10/01/16.

Sistema AliceWeb, MDIC. Disponível em: <http://aliceweb.mdic.gov.br/>. Acesso

em 10/01/16.

Contas Nacionais Trimestrais. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/pib/pib-vol-

val_201503_8.shtm >. Acesso em 08/01/16.

Carolina Curasser Rosa de

Souza

Danilo Andretta

Gabriela Manfrin

Guilherme A. Eugenio Sampaio

Isabela Silva dos Santos

Jade G. Ribeiro do N. Santos

João Vitor Tosi Ahmad

Luana Bede Fricks

Marcello Luiz de Souza Jr.

Paulo Henrique T. Rosa

ThierryFurger R. Couto