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1 BICPA | 3ª Edição 3ª Edição III Trimestre 2016 BOLETIM INFORMATIVO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA

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1BICPA | 3ª Edição

3ª Edição III Trimestre 2016

BOLETIM INFORMATIVO DA

CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANA

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2 BICPA | 3ª Edição

BOLETIM INFORMATIVO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA ANGOLANABICPA

BICPACP

CRIPDNPE

EGDENAD

EPCGB

INAPEMINEAINSSLCCLCP

MINCONS

MPMENIF

OGEPIB

SIGFESNCP

Boletim Informativo da Contratação Pública AngolanaContratação PúblicaCertificado de Registo de Investimento PrivadoDirecção Nacional do Património do EstadoEmpresas de Grande DimensãoEscola Nacional de Administração Entidade Pública ContratanteGarantia BancáriaInstituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias EmpresasInstituto Nacional de Estradas de AngolaInstituto Nacional de Segurança Social Linha de Crédito da ChinaLei dos Contratos Públicos C Contratação PúblicaMinistério da ConstruçãoMicro, Pequenas e Médias EmpresasNúmero de Identificação FiscalOrçamento Geral do EstadoProduto Interno BrutoSistema Integrado de Gestão Financeira do EstadoServiço Nacional da Contratação Pública

ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

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3BICPA | 3ª Edição

CONTEÚDO04 05

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10EDITORIAL NOTÍCIAS

Nova Lei dos Contratos Públicos Entra em Vigor| 5SNCP realiza Seminários de Divulgação da Lei dos

Contratos Públicos| 6SNCP e INAPEM realizam Palestra para as MPME | 7

Consignação de Obras a nível do MINCONS | 8Instituto Superior Politécnico realiza conferência

sobre “Contratação Pública” | 9

PERSPECTIVAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA

EXPLICADOR DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA LEGISLAÇÃO RELEVANTE SOBRE A CONTRA-TAÇÃO PÚBLICA - 3º TRIMESTRE/2016

AGENDA

BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICAImpactos da Contratação Pública na Relação

dos Fornecedores com a Banca Nacional |10Regulamento sobre o Cadastro e Certificação

dos Fornecedores | 13

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Editorial

Sejam bem-vindos à terceira edição do Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA)! À semelhança das edições anteriores, nesta edição abordar-se--ão alguns aspectos fundamentais concernentes ao sistema de contratação pública, numa tentativa de reforçar a promoção da responsabilização e transparência em matéria de contratação

pública.A missão do Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) é, entre outras, promover políticas que garantam o cumprimento das normas vigentes refe-rentes à matéria de contratação pública. Neste sentido, o SNCP e demais in-tervenientes no sistema de contratação pública têm promovido seminários e palestras sobre os incentivos inerentes à contratação pública, privilegiando a partilha de experiências e conhecimentos com o objectivo de fortalecer e consolidar melhores práticas no sistema de contratação pública.O processo de aquisição, a forma como os gestores públicos devem estar informados sobre o mercado, o posicionamento dos fornecedores do Esta-do, bem como a correlação com a banca nacional têm sido cada vez mais destacados, com particular atenção para o papel das tecnologias de infor-mação, uma vez que dinamizam os processos, tornando-os mais transpa-rentes, eficazes e sustentáveis.A matéria evidenciada nesta edição servirá de mais-valia para maximizar a participação de propostas competitivas e evitar restrições desnecessárias.Boa Leitura!

Caros Leitor,

Rosária Dias dos Santos Rangel Filipe

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Notícias

Nova Lei dos Contratos Públicos Entra em Vigor

O documento defende a raciona-lização, redução e o controlo dos gastos públicos, tendo como grande objectivo moder-nizar e simplificar os procedi-mentos de contratação pública. Este novo instrumento preten-de colmatar lacunas e imple-mentar aperfeiçoamentos que a experiência da aplicação da

Lei da Contratação Pública revelou serem necessários. De entre as principais novidades estão as seguintes: • A nova fixação do regime de Execução de Contra-

tos para além da Formação, referentes à locação e aquisição de bens móveis e à aquisição de serviços, nomeadamente tipificando-se as obrigações das partes, os casos em que pode existir modificação objectiva do contrato, em que pode ocorrer a cessão da posição contratual, a subcontratação e ainda as situações de incumprimento ou extinção do contra-to;

• A eliminação do Procedimento de Negociação e in-trodução de uma fase facultativa de negociação em todos os procedimentos;

• A eliminação do procedimento especial para a con-tratação de consultores, ficando a contratação dos mesmos sujeita ao regime geral;

• Alteração da designação do Concurso Limitado sem Apresentação de Candidaturas para o Concurso Limi-tado por Convite; e

• A introdução de um novo procedimento de forma-ção de contratos: a Contratação Simplificada, que se aproxima do ajuste directo.

De realçar que, à semelhança das novidades supra referidas, a nova lei cria um sistema centralizado de recolha e manutenção de informação sobre empreitei-ros, fornecedores de bens e prestadores de serviços que celebrem contratos com quaisquer Entidades Públicas Contratantes, podendo os mesmos ser alvo de certifica-ção, quando comprovada a sua idoneidade e habilitação profissional.

A Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos (LCP), que revoga a antiga Lei da Contra-tação Pública (Lei n.º 20/10, de 7 de Setembro), entrou em vigor no passado dia 14 de Setembro.

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SNCP realiza Seminários de Divulgação da Lei dos Contratos Públicos

Com a entrada em vigor da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos, urge a necessidade de se transmitir aos ope-radores e gestores públicos as alterações e novidades constantes na mesma.

Desta feita, o Serviço Nacio-nal da Contratação Pública realizou no passado mês de Setembro dois seminários enquadrados no Plano de divulgação da LCP, visando dar a conhecer as inovações contidas na nova lei. A iniciativa do SNCP contou com a colaboração da Escola

Nacional de Administração (ENAD), em Luanda, do Go-verno Provincial da Huíla e das Delegações de Finanças das províncias da Huíla, Namibe e Cunene. A nova Lei surge para tornar o processo de contratação pública inclusivo, gerando assim novas oportunidades para os agentes económicos. A Directora Geral do SNCP sublinhou que esta Lei surge com o objectivo de refor-çar os instrumentos para a racionalização, redução e controlo dos gastos públicos, procurando conferir maior qualidade na execução da despesa pública e obter pou-panças para o Estado. “À semelhança das medidas que

têm sido implementadas, em sede da contínua poten-ciação da receita fiscal, no âmbito da Reforma Tributária em curso no nosso País, a aprovação da Lei dos Con-tratos Públicos, representa uma significativa conquista do nosso Executivo, visando a melhoria da qualidade da despesa pública, apresentando-se também como uma solução para contrapor a actual conjuntura macroeconó-mica”. “A nova Lei permitirá aos operadores públicos e priva-dos disporem de mecanismos que permitam imprimir maior celeridade e uniformidade nos processos de Con-tratação Pública, assegurando a prevalência de princípios que salvaguardem o interesse público”, referiu.A responsável anunciou ainda que, o Ministério das Finanças, por intermédio do SNCP prosseguirá a aposta numa intensa campanha de divulgação da referida lei, com a realização de mais seminários a nível regional, conferências, debates e formações contínuas permitindo assim que os operadores públicos e privados tenham conhecimentos aprofundados sobre esta matéria.

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SNCP e INAPEM realizam Palestra para as MPME

O Serviço Nacional da Contratação Públi-ca (SNCP) em parceria com o Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM), promoveu igualmente, uma palestra sobre a parti-cipação das Micro, Pequenas e Médias

Empresas (MPME) na Contratação Pública, no dia 18 de Agosto do corrente ano, nas instalações do Instituto Nacional de Formação das Finanças Públicas. A realização da palestra resultou da necessidade de se observar o cumprimento do Decreto Executivo Conjunto n.º 157/14, de 4 de Junho, sobre os Apoios Institucionais às MPME, da Lei de Fomento do Empresariado Nacional (Lei n.º 14/03, de 18 de Julho) e da Lei das Micro Peque-nas e Médias Empresas (Lei n.º 30/11, de 13 de Setem-bro), bem como da Lei dos Contratos Públicos (Lei n.º 9/16, 16 de Junho), com vista a dinamizar a participação das MPME nos processos de contratação pública, tendo em conta o fomento do empresariado nacional.Na sessão de abertura da palestra, Nelson Lembe, Direc-tor-Adjunto do SNCP, advogou a necessidade das MPME primarem pela formação dos seus quadros, melhorando os requisitos qualitativos, como a capacidade técnica e financeira, para participarem em determinados procedi-mentos de contratação pública. Segundo Nelson Lembe, as mesmas têm sido consideradas como o elo mais fraco no que toca à participação nos procedimentos

concursais, uma vez que as Empresas de Grande Di-mensão (EGD) acabam por ficar com o maior volume de contratos, quer em valor como em quantidade, daí que o SNCP, chama a atenção para a existência de medidas de políticas e estratégias de fomento ao empresariado nacional, especificamente de fomento às MPME, que estão plasmadas na Lei de Fomento do Empresariado Nacional, na Lei das MPME e na LCP.“Importa ter sempre presente estas leis, porque nelas constam, em termos gerais, os direitos, os incentivos e as garantias às MPME, sendo da responsabilidade do Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) velar pela implementação das me-didas previstas na Lei das MPME e da responsabilidade do Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) velar pela regulação e supervisão do mercado da contratação pública de bens, serviços e empreitadas. Este mercado é muito importante, pois representa, em termos gerais, cerca de 40% do OGE e cerca de 20% do PIB”, recordou.

Por forma a permitir uma maior participação das MPME nos procedimentos concursais, revelou, que a sua insti-tuição tem recomendado às Entidades Públicas Contra-tantes (EPC) que destinem as aquisições de baixo valor preferencialmente às MPME, bem como que optem pela divisão em lotes nas aquisições a efectuar, possibilitan-do a adjudicação a um maior número de empresas, com destaque para as MPME.

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No quadro do Plano Operacional da Linha de Crédito da China “LCC” para o sector da Construção, uma equipa chefiada pelo Ministro da Construção testemunhou Au-tos de Consignação no passado mês de Agosto, que vão permitir recuperar as estradas nacionais n.º 321 e 120 bem como par-te da EN 247 nas províncias do

Cuanza-Norte e do Cuanza-Sul, fixados no valor de USD 360.243.738,06, equivalente em Kz 65.721.426.596,71, correspondentes a 367 Km de estrada. Podendo-se inferir, neste caso, que o custo do Km de estrada em Angola equivale a USD 908.330,15, correspondente a Kz 165.712.119,51.

Abaixo, as reabilitações discriminando as características, empresas e respectivos montantes individuais:

• Reabilitação da EN 321 - Troço: Maria Teresa / Don-do, com extensão de 61 Km na província do Cuanza Norte, da responsabilidade da empresa China Tiesiju Civil Engineering Group CO CTCE, LDA, valor USD 71.000.000,00;

• Reabilitação da Estrada Alto Dondo/Capanda - Troço: São Pedro da Quilemba/Alto Dondo, numa extensão de 48 Km na província do Cuanza Norte, empresa Sinohydro Group, LDA, valor USD 35.392.738,06;

• Reabilitação da EN 120 - Troço: Alto Dondo / Waco Kungo / Ponte do Rio Keve, Lote 01 - Alto Dondo / Desvio da Munenga, 46 Km de extensão no Cuanza Norte e Cuanza Sul, Empresa China Road and Bridge Corporation CRBC, valor USD 50.600.000,00;

• Reabilitação da EN 120 - Troço: Alto Dondo / Waco Kungo / Ponte do Rio Keve, Lote 02 - Desvio da Munenga / Pontão do Rio Quimone, com 64 Km província do Cuanza Sul, empresa PAN China Cons-truction Group, valor USD 48.000.000,00;

• Reabilitação da EN 120 - Troço: Alto Dondo / Waco Kungo / Ponte do Rio Keve, Lote 03 - Pontão sobre o Rio Quimone / São Mamede, com 52 Km província do Cuanza Sul, Empresa China Railway Construction Corporation Limited, valor Usd 44.200.000,00;

• Reabilitação da EN 120 - Troço: Alto Dondo / Waco Kungo / Ponte do Rio Keve, Lote 04 - São Mamede / Waco Kungo, 57,5 Km de extensão na província

Consignação de Obras a nível do MINCONS

Fonte: http://www.mincons.gov.ao/vernoticia.aspx?id=30878

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Instituto Superior Politécnico realiza conferência sobre “Contratação Pública”

do Cuanza Sul, empresa China National Machi-nery Industry Corporation Group SINOMACH, valor 56.350.000,00;

• Reabilitação da EN 120 - Troço: Alto Dondo / Waco Kungo / Ponte do Rio Keve, Lote 05 - Waco Kungo / Ponte do Rio Keve, cerca de 31,1 Km na província do Cuanza Sul, empresa China National Machinery Industry Corporation Group SINOMACH, valor Usd 23.325.000,00; e

• Reabilitação da EC 247 - Troço: cruzamento com a EN 120 / Cassongue, 37 Km de extensão província do Cuanza Sul, Empresa Qingjian Group Co, Ltd, valor Usd 31.376.000,00.

O Ministério da Construção tem agendado para os pró-ximos dias outros autos de consignação nas províncias de Benguela, Huambo, Bié, Malanje, Cabinda, Uíge e Luanda. De referir que os trabalhos serão consignados pelo Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA) às empresas Qingian Group Co, Ltd, China Harbour Enginee-ring Company Ltd Chec, China Railway 20 Bureau Group Corporation CR20, Sinohydro Group, Ltd, China National Machinery Industry Corporation Group Sinomach, entre outras.Nesta senda, o Ministro da Construção apelou à res-ponsabilidade e celeridade na execução das referidas empreitadas aos envolvidos, tendo deixado claro que o Governo não medirá esforço para que a qualidade das obras seja uma realidade de forma que as populações beneficiem dos investimentos.

No passado mês de Julho do ano em cur-so, teve lugar no anfiteatro da Mediateca de Saurimo “José Eduardo dos Santos”, província da Lunda-Sul, uma conferência subordinada ao tema “Contratação Públi-ca”, que visou elucidar os responsáveis de

empresas públicas e privadas sobre os critérios a se ter em conta para firmar contratos. A actividade promovida pelo Instituto Superior Politécnico afecta à Universidade Lusíada de Angola, foi dirigida aos directores provin-ciais, delegados, responsáveis de instituições privadas, gerentes de agências bancárias, bem como estudantes universitários.“A crise económica e financeira vem afectando gran-demente o desempenho económico-financeiro e social da acção governativa do Executivo e consequentemen-te condicionando a realização de múltiplas acções de impacto socioeconómico na província, o que exige de todos os gestores público assumirem uma nova men-talidade e maior engajamento individual, com vista a melhoria das despesas públicas”, alertou a governadora Cândida Narciso durante o evento. De acordo com a governante, a Lei da Contratação Pú-blica completa e reforça as premissas da Lei da Probi-dade Pública, uma vez que ambas obrigam que todos gestores públicos adoptem uma conduta de rectidão, transparência, responsabilidade, lealdade, respeito pela gestão e administração de todas as actividades.“O valor estimado entende-se como parâmetro de que dispõe a administração para efectuar essa contratação, desde que reflita o preço do mercado no que tange ao serviço a prestar, e deve somente ser efectivado após

estimativa prévia que vai obrigatoriamente constar do procedimento pré-contratual”, defendeu Lara Craveiro, docente universitária, prelectora do evento.A mesma referiu ainda que, o valor estimado do con-trato, tem por base um estudo económico que assenta numa óptica de mercado adequando o valor a estimar e os critérios de razoabilidade e economicidade e, após o referido estudo, a entidade contratante deve indicar o preço base calculado em função do valor económico das prestações a realizar, que vão determinar o proce-dimento a adoptar.A escolha do preço base a indicar pela entidade con-tratante deve potenciar a concorrência e consequente-mente eleger a melhor proposta que se coadune com o binómio preço/qualidade realizando-se de forma mais célere e com menos custos.

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O tema contratação pública está intrinsecamente relacionado com a circulação de fluxos fi-nanceiros, e por conseguinte, na interacção entre as Entida-des Públicas Contratantes e os fornecedores, estará envolvida o sector financeiro e mais espe-cificamente a banca.Neste circuito tripartido, por ve-

zes surgem alguns constrangimentos que poderão atra-sar ou mesmo inviabilizar a realização do negócio. Neste artigo, trazemos três situações exemplificativas onde po-demos identificar algumas dificuldades no processo de formação e execução de contratos, e apresentar possí-veis soluções para as mesmas. i. Garantias BancáriasDe acordo com o previsto na Lei dos Contratos Públicos (Lei 9/16, de 16 de Junho), as Garantias Bancárias (GB) são uma das cinco formas previstas de prestação de cau-ção1 na participação num procedimento concursal ou na fase de execução de contrato.Os constrangimentos no que concerne as GB poderão estar relacionados com a emissão das mesmas, ou seja o prazo de apresentação estabelecido no Programa de Concurso ou no Convite à apresentação das Propostas, poderá não ser compatível com o normalmente pratica-

do pelas instituições bancárias. De acordo com pesquisa efectuada aos principais bancos da praça, a emissão de uma GB poderá levar até 15 dias2 . Se o prazo estipulado para apresentação da caução provisória for inferior aos 15 dias, poderá implicar ao potencial fornecedor a não participar do procedimento concursal; ou no caso da não prestação atempada da caução definitiva3 , de a adju-dicação caducar, e a Entidade Pública Contratante (EPC) ver-se forçada a adjudicar a proposta ordenada em lugar subsequente.

Em acréscimo, como todas as despesas relativas à pres-tação das cauções são da responsabilidade do respecti-vo concorrente/fornecedor, uma vez cumpridas todas as obrigações contratuais, a EPC deverá promover, dentro dos prazos estipulados pela LCP, a devolução de todas as cauções que foram apresentadas pelo concorrente/fornecedor. Tal acção, deverá ser de cumprimento escru-puloso sob pena não só do fornecedor incorrer em encar-gos financeiros desnecessários, bem como a EPC ter de suportar pagamento de juros de mora (2% a.a.4 ) sobre o montante de caução retido, que poderão ser exigidos

BOAS PRÁTICAS EM CONTRATAÇÃO PÚBLICAImpactos da Contratação Pública na Relação dos Fornecedores com a Banca NacionalPor Lígia Vunge - Técnica SNCP

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pelo fornecedor.A devolução atempada da GB ao fornecedor, ou a sua reavaliação é igualmente importante, quando se tratar de uma caução de adiantamento (habitualmente deno-minadas de garantias de down payment), uma vez que o

seu valor reduz-se ao longo do tempo, de acordo com a execução do contrato, possibilitando o pagamento de comissões ao banco, cada vez mais baixas (vide quadro abaixo com exemplo de cálculo de comissão cobrada pela emissão de GB).

1A LCP prevê cinco formas de prestação de caução: depósito em dinheiro, cheque visado, títulos emitidos ou garantidos pelo Estado, garantia bancária ou seguro-caução (Art.º 63.º e 103.º)2A emissão de uma GB depende de vários factores, nomeadamente disponibilidade de elementos para a análise da proposta, como p.e. a carteira de obras, documentação legal actualizada da empresas, Demonstrações Financeiras actualizadas, relacionamento comercial com o banco etc.3A LCP prevê a prestação da caução definitiva no prazo de dez dias (N.º 1 do Art.º 98.º)4Conforme previsto no Art.º 107.º da LCP5São documentos em que uma entidade, que mantém uma relação jurídica com outra, susceptível de influenciar o seu comportamento, declara perante um actual ou potencial credor desta última, pelo menos, a existência daquela relação, o conhecimento da relação de que emerge ou irá emergir o débito e, por fim, o compromisso de que a sua relação com a devedora se revestirá de um mínimo de estabilidade. Estas declarações são prestadas de modo a facilitar a constituição, a manutenção ou a prorrogação da relação jurídica obrigacional entre credor e devedor http://repositorio.ucp.pt/bitstream/10400.14/15712/1/A%20juridicidade%20das%20cartas%20de%20conforto%20-%20Jo%C3%A3o%20Vasconcelos%20Barros%20Rodrigues.pdf 6Vide Art.º 6.º da Lei 28/15, de 31 de Dezembro (Lei que aprova o OGE para o exercício económico de 2016).

Encargos previstos com a emissão de uma GB:

As comissões de GB, normalmente são cobradas ao trimestre ou fracção. Para um contrato no valor de KZ 182.000.000,00 e caução definitiva de 20% (sobre o valor do contrato), tem-se:• GB = KZ 36.400.000,00, Comissão = 4,5% a.a. No acto de emissão da GB serão cobrados KZ 409.500,00 =

[(36.400.000,00x4,5%x90)/360];• Sobre a comissão incide imposto de selo (varia de acordo com o prazo da GB “0,3% se≤1 ano”; “0,2% se>

1 ano“; 0,1% se ≥ 5 anos), mais 0,1% de Contribuição Especial para as Operações Bancárias;• Para o caso da GB de 18 meses, serão 6 cobranças trimestrais de AKZ 409.500,00

ii. Apoio financeiro ao fornecedorEstes apoios poderão surgir na modalidade de apoio à tesouraria ou adiantamento de facturas. O apoio à tesouraria poderá surgir em projectos de gran-de envergadura, em que não obstante o down payment (que servirá para a montagem do estaleiro e outras des-pesas iniciais), poderá haver necessidade extra de fun-do de maneio. Nesta operação de crédito, que será su-portada por um contrato celebrado entre o fornecedor e a EPC, deve estar acautelado a Nota de Cabimentação Orçamental, Confirmação do Contrato pelo Ministro das Finanças (caso aplicável) e Visto pelo Tribunal de Con-tas (caso aplicável). Este financiamento poderá revestir o formato bilateral (EPC e Banco) ou ter a intervenção do Estado por meio de uma “garantia”. Esta poderá ser uma exigência do banco para a concessão do crédito, e poderá ser feita através, por exemplo, de uma Carta Conforto5.

Convém aqui ressaltar que a emissão de uma Carta Con-forto não gera dívida pública indirecta para o Estado. Con-tudo, em termos da legislação em vigor, existe a pos-sibilidade de o Estado conceder garantias a operadores económicos nacionais, para projectos de média ou gran-de dimensão, no âmbito do Programa de Diversificação da Economia Nacional6 .

O adiantamento de facturas, enquanto outra facilidade de

crédito, poderá surgir quando o fornecedor não pretende aguardar pelo prazo de 90 dias para o pagamento por parte do Estado e solicita o adiamento dos valores ao banco. Aqui poderá haver a abertura de um empréstimo em que a factura serve de colateral ao crédito; ou poderá haver o “endosso” da factura ao Banco, passando o ban-co a ser detentor do crédito perante a EPC. Nestes casos de adiamento de factura, habitualmente o banco solicita a emissão de um documento por parte da EPC – Declaração de confirmação de dívida – onde aquela atesta tomar conhecimento da operação e assume o pa-gamento da dívida em conta do fornecedor domiciliada no Banco credor ou em uma conta titulada pelo Banco (no caso de endosso da factura ao Banco).O impasse nas operações acima descritas, sucede quan-do a EPC/Estado não emite a carta conforto ou a declara-ção de confirmação de dívida, o que poderá colocar em causa a boa execução do projecto.Em caso de o apoio financeiro avançar, deverá o forne-cedor garantir que a soma do valor do empréstimo mais juros a pagar ao Banco sejam iguais ou inferiores a verba inscrita no OGE, para o projecto em causa.

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12 BICPA | 3ª Edição

Exemplo de um contrato no valor de 182 milhões de kwanzas, com um financiamento (tesouraria ou adian-tamento de facturas), no valor de 91 milhões de Kwanzas (50% do valor do contrato), para o prazo de 12 meses, taxa de 17,5% a.a:

Financiamento bullet (capital e juros pagos numa única prestação no final do período):• Juros líquidos calculados: KZ 15.925.000,00;• Imposto de selo s/juros (0,2%): KZ 31.850,00

Total da operação: KZ 106.956.850,00.

Financiamento (Base anual, com prestações mensais de capital e juros):• Amortização mensal: 7.583.333,30;• Juros líquidos calculados (anuais): KZ 8.624.224,00;• Imposto de selo s/juros (0,2%): KZ 17.248,44

Total da operação: KZ 99.641.472,44

iii. Aprovisionamento de divisasNuma situação em que o fornecedor tenha necessidade de adquisição de divisas para a execução de um deter-minado contrato e, por razões de desfasamento entre o momento da requisição e a data de disponibilização das divisas pelo banco, se os montantes reservados não forem suficientes para liquidação da referida operação, poder-se-á estar perante um caso de revisão do preço do contrato.

Apesar de os contratos no país serem celebrados com uma taxa de câmbio implícita do dólar ou euro, em pe-ríodos de escassez de divisas combinados com alguma instabilidade cambial, poderão surgir diferenças de câm-bio desfavoráveis ao fornecedor, que dependendo da magnitude das mesmas, implicarão a revisão do valor do contrato, de maneira ao fornecedor não entrar em in-cumprimento para com a EPC.

O constrangimento adensa-se quando não há uma cláu-sula de revisão de preços no contrato, e se porventura o

fornecedor não se acautelou com uma possível desva-lorização cambial junto do banco, através da celebração de contratos forward7 , por exemplo. A solução passará por uma revisão de preços, necessitando para tal de uma plausível fundamentação junto da EPC, ou o incumpri-mento…Dada a relevância da contratação pública na economia nacional [nos últimos três anos, o peso da CP no PIB, foi em média de 20%, equivalente a cerca de 14 mil milhões de USD (medido pelo PIB 2015)], e sendo a contratação pública ainda uma das formas de dinamização do sec-tor empresarial privado, se neste mercado puder haver uma melhor parceria banca comercial/Estado, poder-se--á atingir resultados económico-financeiros ainda mais elevados, para todos os intervenientes.Não apenas se leva em conta a dinamização da econo-mia, como também, e cada vez de forma mais aprimo-rada, pretende-se mitigar alguns impactos negativos que poderão ocorrer para o Estado, na interacção com os for-necedores, e destes com a banca.

Trata-se de um contrato a termo ou “forward”, em que um Banco e o Fornecedor fixam hoje a taxa de câmbio da moeda estrangeira, que deverá ser liquidado em um prazo determinado ou data de exercício.

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Regulamento sobre o Cadastro e Certificação dos Fornecedores

Na sequência da entrada em vigor da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos (LCP) aos 14 de Setembro, e com vista a assegurar a sua eficaz aplicação, foi criado um regulamento relati-vo ao Cadastro e Certificação de Fornecedores do Estado, que con-siste na implementação de um sistema que forneça informação

completa, rigorosa e actualizada sobre os empreiteiros, fornecedores de bens e os prestadores de serviços com as quais as Entidades Públicas Contratantes (EPC) cele-bram contratos. Tal feito visa simplificar o processo de contratação e garantir que um maior número de emprei-teiros, fornecedores e prestadores de serviços possam participar nos procedimentos contratuais. Tendo em conta os termos da LCP, a implementação de um sistema de Cadastro e Certificação dos Fornecedo-res do Estado melhorará o processo de selecção de for-necedores do Estado, permitindo a verificação prévia da sua situação jurídica e, consequentemente, a dispensa de apresentação de documentos de habilitação nos pro-cedimentos de contratação pública, contribuindo para a redução de custos e da burocracia na fase de formação dos contratos.Importa realçar que, o Cadastro consiste num registo electrónico, onde é efectuada recolha e manutenção de informação relativamente aos operadores económicos que já tenham celebrado ou pretendam celebrar contra-tos com o Estado, e a Certificação é o acto de confirmação das habilitações dos fornecedores em procedimentos de contratação pública pela Entidade Competente (Direcção Nacional do Património do Estado – DNPE). O processo de cadastro deverá interagir com o Siste-ma Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE) e demais sistemas complementares para compatibilizar e cruzar informações. Para o cadastro os requerentes deverão inscrever-se no Portal da Contratação Pública e terem os documentos actualizados referentes à Inscrição no Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), a titularidade do Número de Identificação Fiscal (NIF), o Comprovativo dos Dados Ban-cários, o Comprovativo do Domicílio, a Certidão de Regis-to Comercial, o Bilhete de Identidade (para as pessoas singulares), o Certificado de Registo de Investimento Pri-vado (CRIP) nos casos aplicáveis e não constar da lista de empresas incumpridoras, nos termos da LCP.

Por [Carla Gomes - Técnica SNCP]

De referir que, antes do cadastro existe uma fase de ve-rificação das declarações prestadas e uma vez efectu-adas de forma fiel e integral da informação, o cadastro é notificado ao fornecedor com sucesso. Entretanto, a actualização do cadastro é anual, sendo que o mesmo é passível de actualização sempre que algum dos requisi-tos seja alterado.Após o cadastro os fornecedores deverão solicitar o Cer-tificado de Fornecedor do Estado, através do preenchi-mento de um formulário também disponível no Portal da Contratação Pública, devendo este remeter a infor-mação via electrónica. A apresentação do Certificado de Fornecedor dispensa os interessados/candidatos de apresentarem os documentos de habilitação aquando dos procedimentos concursais durante um ano, podendo ser renovado mediante a solicitação do seu titular, até ao último dia da sua data de validade.Todavia, existem alguns requisitos a ter em conta para à obtenção da Certificação de Fornecedor, nomeadamente, a regularização das contribuições para a segurança social, a regularização da situação tributária, o comprovativo da declaração fiscal mais recente, Certificado de Registo Es-tatístico actualizado e a Licenças, patentes e alvarás ine-rentes à sua actividade.A implementação do sistema de Cadastro e Certificação de Fornecedores é faseada e por classificação de activi-dade económica ou código classificador de bens e servi-ços, ficando à gestão do Portal dos Fornecedores à cargo da DNPE e o controlo e fiscalização à cargo do Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP).Contudo, a certificação de Fornecedor traz várias vanta-gens para a contratação, com destaque para a isenção de apresentação de documentos de habilitações técnicas e financeiras para quem recorre aos procedimentos não concorrenciais ou fechados, uma vez que durante um ano uma EPC poderá contratualizar com qualquer operador económico que disponha de tal Certificação, beneficiando de um maior custo/benefício através da melhor escolha (fazendo com que a EPC não incorra em situações de adjudicação à empresas incumpridoras).

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PERSPECTIVAS DA CONTRATAÇÃO PÚBLICADiante do actual contexto de abrandamento económi-co e à necessidade de reformas estruturais nos variados sectores, torna-se cada vez mais importante melhorar a gestão dos recursos públicos.Assim, destacam-se abaixo algumas iniciativas constan-tes na agenda do SNCP a desenvolver no 4º trimestre de 2016, com o objectivo de melhorar o funcionamento do sistema da contratação pública, nomeadamente:

• Divulgação da Lei dos Contratos públicos

Com a aprovação e publicação da Lei dos Contratos Pú-blicos (nova denominação da Lei), estão em carteira a realização do II Congresso Internacional de Compras Públi-cas e acções de formação (seminários, palestras, e outras acções) de divulgação da Lei dos Contratos Públicos. • Portal da Contratação Pública

Está em curso a 2ª fase de implementação do Portal da Contratação Pública, com novas funcionalidades, cuja conclusão está prevista para o final 2º Semestre de 2016. Entretanto, tem havido um reforço contínuo dos conte-

údos publicados, com objectivo de fomentar a consulta por parte das EPC e outras entidades interessadas, como meio preferencial de ajuda para a condução dos procedi-mentos de contratação pública (PCP).

• Plano Anual de Contratação

No âmbito da adopção de práticas internacionalmente acolhidas em termos de planificação, formação e exe-cução dos contratos públicos, o SNCP continuará com a disseminação do Plano Anual de Contratação (PAC) en-quanto modelo padrão de planeamento das aquisições a todas as EPC, com vista a garantir maior controlo na gestão e acompanhamento dos procedimentos de con-tratação pública.

Cada Entidade Pública Contratante deve elaborar o seu Plano Anual de Contratação, para as contratações sujeitas à Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos, para o ano económico posterior, até ao último trimestre de cada ano, de acordo com as necessidades identificadas.Neste contexto, o SNCP, apela a todas EPC o envio do Plano Anual de Contratação para efeitos de publicação no Portal da Contratação Pública.

AGENDA

ACTIVIDADE DATA LOCAL

Apresentar-se-á uma discrição cronológica dos factos proeminentes a realizar no 4º trimestre do corrente ano.

II Congresso Internacional de Compras Públicas

Apresentação da LCP na AGT

Formação – SONANGOL DISTRIBUIDORA

Formação Instituto de Fomento Habitacional

16-18/Novembro

Outubro

Novembro

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CCTA

Sede da AGT

Sede da Distribuidora

Luanda

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EXPLICADOR DE CONTRATAÇÃO PÚBLICAPergunta: Em que consiste o cadastramento de Fornecedores? Resposta: O cadastramento dos fornecedores consiste no registo electrónico, categorizado e actualizado dos poten-ciais operadores económicos, interessados em contratualizar com o Estado Angolano. É um sistema centralizado de recolha e manutenção de informação sobre empreiteiros, fornecedores de bens e prestadores de serviços que ce-lebrem contratos com quaisquer entidades públicas contratantes. Por conseguinte, consiste numa acção imperativa para a Administração Pública actualizar a sua base de dados, com informações precisas e completas por forma a op-timizar o relacionamento com os fornecedores, além de permitir maior controlo e fluidez nos pagamentos do Estado.

Pergunta: O que é o Portal de Cadastramento de Fornecedores do Estado? Resposta: Trata-se de uma página electrónica para inscrição/registo e actualização de dados do fornecedor, através de um formulário online. O fornecedor poderá aceder o Portal da Contratação Pública para preenchimento do formu-lário concernente à sua actividade económica, denominado: “Formulário de Fornecedor”. Esta ferramenta permite que as informações sobre empreiteiros, fornecedores e prestadores de bens e/ou serviços cadastrados armazenadas fiquem disponíveis à nível nacional.

Pergunta: . Quais as vantagens do cadastramento de fornecedores? Estreitamento das relações com o Estado, permitindo garantir os trâmites contratuais acordados; Visibilidade a nível nacional para todas as EPC; Equidade no processo de selecção de potenciais fornecedores nos processos de aquisições públicas, de acor do com as características do fornecedor e o tipo de fornecimento; Maior agilidade no processo de contratação, pois as empresas já se encontrarão identificadas.

Pergunta: . Quem pode ser cadastrado? Resposta: Todo fornecedor, nacional ou estrangeiro, pessoa singular ou colectiva, conforme os termos da Lei n.º 9/16, de 16 de Junho – Lei dos Contratos Públicos. De realçar que, o facto de um fornecedor estar cadastrado não lhe assegura por si só o direito de contratualizar com o Estado. O desempenho técnico e comercial serão avaliados e será avaliada também a aptidão do fornecedor em prestar serviço ou fornecer bens, que deverá ser sempre mantida ao longo da oferta e realização do contrato. Assim sendo, importa frisar que para além do cadastro, pode-se também proceder à certificação dos fornecedores de bens e prestadores de serviços, através da confirmação da sua idoneidade, bem como habilitações profissionais (art.º 13.º e n.º 7 do art.º 58.º da LCP).

Pergunta: Onde deve ser remetida a documentação obrigatória? Província de Luanda: Ministério das Finanças - Direcção Nacional do Património do Estado, edifício Dipanda, Largo da Independência, Luanda, Angola. Outras províncias: Respectivas Delegações Provinciais das Finanças. O envelope com os documentos deve: • Indicar no exterior o (i) Nome do Fornecedor e (ii) Nº do Protocolo gerado durante o cadastro online; • Ser remetido aos cuidados de “DNPE - Cadastro de Fornecedores”. O cadastramento de fornecedores pode ser interpretado como o registo de novos fornecedores ou de cadastros já existentes, um recadastramento. O mesmo é indispensável para actualização da base de dados do Estado, com informações precisas e completas, tendo em vista a optimização do relacionamento com os fornecedores, o que na verdade é de interesse comum. O Ministério das Finanças reitera a necessidade da participação de todos os fornecedores que têm contratualizado ou já contratualizaram com o Estado e oferece a oportunidade para que novos fornecedores tenham acesso de forma equitativa, nessa importante etapa de melhoria e modernização da Administração Pública.

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LEGISLAÇÃO RELEVANTE SOBRE A CONTRATAÇÃO PÚBLICA – 3º Trimestre/2016

- D.P. n.º 31/10, de 12/4- Lei n.º 15/10, de 14/7- Lei n.º 20/10, de 7/9

- Lei n.º30/11, 13/9

- D.E. N.º 1/13, de 4/1- Lei n.º 3/13, de 17/4- D.P. 169/13, DE 28/10- D.P. n.º193/13, de 28/10

- D.E. n.º 155/14, de 27/5- Lei n.º 157/14, de 27/5- D.P. n.º 299/14, de 4/11

- D.P. n.º 1/15, de 2/1- Lei n.º 3/15, 9/4- D.P. n.º 56/15, de 5/3- D.E. n.º 114/15, 13/3- Lei nº 11/15, 17/06- D.E. n.º 471/15, 20/07- D.P. n.º 162/15, 19/08- D.P. n.º 167/15, 25/08- D.P. n.º 167/15, 16/09- Lei nº 28/15, 30 /12

- D.E. n.º 62/16, de 15/2- D.E. n.º 63/16, 15/2- D.E. n.º 77/16, de 25/2- D.E. n.º 111/16, de 1/3- D.P. n.º 61/16, de 22/3- D.P. n.º 62/16, de 22/3

- Lei n.º 9/16, de 16/6- D.P. n.º 132/16, 17/6- D.E. n.º 259/16, de 17/6

- D.P. n.º 196/16, de 23/9

- D.P. n.º 198/16, de 26/9- D.P. n.º 199/16, de 26/9- D.P. n.º 201/16, de 27/9

- Regulamento do PIP- Lei do Orçamento Geral do Estado- Lei da Contratação Pública

- Lei das Micro, Pequenas e Médias Empresas

- Actualização e adequação dos procedimentos de emissão da cabimentação;- Lei da Alteração da LCP- Regime Jurídico da UTN- Secretaria para os Assuntos da Contratação Pública do Presidente da República

- Procedimentos e Critérios de Confirmação de Contratos pelo Ministro das Finanças- Procedimentos de Implementação e Monitorização de Apoios Institucionais às MPME- Estatuto Orgânico do Ministério das Finanças

- Regras Anuais de Execução do OGE- OGE revisto para o exercício económico de 2015- Medidas para fazer face à situação económica do país- Regras para melhoria da articulação entre as várias direcções do MinFin- Simplificação do processo de constituição de sociedades comerciais- Aprova o Manual de preparação e realização de visitas aos PIP- Aprova o Estatuto Orgânico do Serviço Nacional da Contratação Pública- Autoriza a inserção de novos projectos no PIP do OGE 2015- Aprova o perfil dos responsáveis pela execução do OGE- Aprova o OGE para o exercício de 2016

- Determina os bens e serviços do regime de preços fixados e vigiados- Aprova o Regulamento de Funcionamento do Conselho Nacional de Preços- Define as regras e procedimentos para a fixação e alteração dos preços- Cria o Instituto Angolano de acreditação (IAAC)- Cria o Instituto Nacional de Inovação e Tecnologias Industriais (INITI)- Aprova os modelos de pactos sociais aplicáveis no procedimento de cons-tituição de sociedades comerciais- Lei dos Contratos Públicos- Aprova as Instruções para a Elaboração do OGE 2017- Cria a Taxa de Mediação, Conciliação, Arbitragem e Consulta Jurídica da CREL- Cria a taxa a cobrar pela disponibilização das peças do procedimento de contratação pública, definindo que tal cobrança é opcional e fixando um tec-to de 0,05% do valor estimado do contrato, com o máximo de Kz 250.000- Cadastro e a Certificação de Fornecedores do Estado Angolano- Disciplina a Formação e Execução de Acordos-Quadro- Fixa os Cadernos de Encargos Tipo para Empreitadas de Obras Públicas, Aquisição de Bens, e Aquisição de Serviços.

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Boletim Informativo da Contratação Pública Angolana (BICPA) –3º Trimestre de 2016Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP) Gabinete de Comunicação Institucional (GCI)Rosária Dias dos Santos Filipe, Directora Geral do SNCPValentina Filipe, Secretária de Estado das FinançasArcher Mangueira, Ministro das Finanças

Rua Kwamne N´krumah, 217 – 221, Edifício Metrópolis, 3º Andar, Maianga-Luanda, Caixa Postal n.º 6869(+) 244 917 269 025 / 942 642 [email protected]

Título:Edição:Paginação e Concepção Gráfica:Coordenação:Supervisão/SNCP:Direcção Institucional:

Morada:

Telefone:Email:Site:

Serviço Nacional da Contratação Pública (SNCP)

MINISTÉRIO DAS FINANÇAS (MINFIN)

FICHA TÉCNICA