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1 Boletim Informativo Aquaviário 1° Trimestre - 2017

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Boletim Informativo Aquaviário

1° Trimestre - 2017

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Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), 2017

SEPN Quadra 514 Conjunto E Edifício ANTAQ

CEP: 70760-745

Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ)

Superintendência de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade (SDS)

Gerência de Estatística e Avaliação de Desempenho (GEA)

Equipe Técnica

Arthur Yamamoto - Superintende de Desempenho, Desenvolvimento e Sustentabilidade

Fernando Antônio Correia Serra - Gerente de Estatística e Avaliação de Desempenho

Leopoldo Heitor C. Kirchner - Especialista em Regulação

Richard Moreira Cortes - Especialista em Regulação

Ricardo de Lima Teixeira – Técnico em Regulação

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Sumário

CENÁRIO ECONÔMICO ........................................................................................................................................................ 4

ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS ..................................................................................................................... 5

PORTOS ORGANIZADOS ................................................................................................................................. 7

TERMINAIS DE USO PRIVADO (TUP) ............................................................................................................... 8

ANÁLISE POR PERFIS DE CARGAS ................................................................................................................................... 10

GRANÉIS SÓLIDOS ......................................................................................................................................... 10

GRANÉIS LÍQUIDOS ....................................................................................................................................... 11

CARGA GERAL ............................................................................................................................................... 11

i) Carga Geral Solta .............................................................................................................................. 12

ii) Movimentação de Contêineres ......................................................................................................... 12

TIPOS DE NAVEGAÇÃO .......................................................................................................................... 13

LONGO CURSO.........................................................................................................................................................................13

CABOTAGEM...............................................................................................................................................15

INTERIOR.....................................................................................................................................................15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................................................................16

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CENÁRIO ECONÔMICO

O Fundo Monetário Internacional prevê que a

economia mundial deve crescer 3,5% em 2017, frente

a projeção anterior que era de 3,4% em janeiro. A

conjuntura global segue marcada por uma expansão

moderada dos países avançados e nações

exportadoras de commodities, que ainda vem sofrendo

dificuldades para ver a elevação dos preços destes

produtos. No relatório, apesar de o fundo ter revisado

um pouco para cima sua projeção de crescimento

global para este ano, a projeção para o ano de 2018 foi

mantida em 3,6%.

Para o FMI, os EUA devem apresentar uma

expansão de 2,3% em 2017 e 2,5% no próximo ano,

previsões iguais às realizadas em janeiro. A China deve

avançar 6,6% neste ano e 6,2% em 2018, projeções

superiores em 0,1 ponto porcentual e 0,2 ponto

porcentual, respectivamente, em relação às informadas

no primeiro mês deste ano.

De acordo com o Fundo, "a perspectiva também

tem melhorado para a Europa e Japão, com uma

recuperação cíclica da produção de manufaturas e

comércio que começou na segunda metade de 2016."

Assim, o FMI projeta expansão da zona do euro de

1,7% em 2017, aumento de 0,1 ponto porcentual em

relação à previsão anterior, e prevê um incremento de

1,6% no próximo ano, projeção que ficou estável ante o

número apresentado em janeiro.

Para o Japão, a estimativa é de expansão de

1,2% em 2017, marca superior à elevação de 0,8%

prevista antes, e de 0,6% em 2018, pouco acima dos

0,5% estimado em janeiro.

No relatório "Perspectivas Econômicas Globais",

divulgado em 18 de abril deste ano, o FMI aponta que

a melhora da situação do Brasil é fruto de uma menor

incerteza política, a distensão da política monetária e o

avanço do programa de reformas.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima

que neste ano o Brasil sairá da recessão ao crescer

0,2%, e que em 2018, a economia do país terá um

desempenho ainda melhor, com elevação de 1,7%,

ante previsão de 1,5% em janeiro. Uma das razões da

volta do crescimento a partir de 2017, após dois anos

de retração, seria o aumento do preço internacional das

commodities, das quais o Brasil é um grande

exportador - entre os itens citados estão o petróleo, o

gás natural e o carvão.

O FMI aponta, ainda, que a inflação no Brasil

está em declínio em grande medida devido ao baixo

nível de atividade e prevê que atingirá 4,4% no final

deste ano e 4,5% no encerramento de 2018.

Para o Fundo, o IPCA no Brasil deve continuar

em queda no horizonte relevante da política monetária

"refletindo uma combinação do hiato do produto

negativo e a dissipação de efeitos de depreciação da

moeda no passado, choques de ofertas e subida de

preços administrados." Segundo o FMI, "a inflação

continua a surpreender para baixo, permitindo uma

perspectiva de redução de juros mais rápida."

Já o Relatório de Mercado Focus, divulgado na

manhã do dia 24 de abril pelo Banco Central, mostra

que a mediana para o IPCA - o índice oficial de inflação

- em 2017, saiu de 4,06% para 4,04%. Há um mês,

estava em 4,12%.

Já a projeção do IPCA para 2018 saiu de 4,39%

para 4,32%, ante 4,50% de quatro semanas atrás. Na

prática, as projeções de mercado divulgadas agora no

Boletim Focus indicam que a expectativa é que a

inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em

2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos

é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).

Ainda de acordo com a pesquisa Focus, a

mediana das expectativas para a expansão do Produto

Interno Bruto (PIB), em 2017, passou de alta de 0,40%

para um avanço de 0,43%. Há um mês, a perspectiva

era de avanço de 0,47%. Para 2018, a estimativa para

o crescimento da economia permaneceu em 2,50%,

pela quarta semana seguida. A expectativa anterior

estava em 2,39%.

Com exportações no valor de US$ 50,5 bilhões e importações de US$ 36 bilhões, a balança comercial brasileira registrou um superávit recorde para o primeiro trimestre do ano, no valor de US$ 14,4 bilhões. É o melhor resultado para o período desde o início da série histórica em 1989. Nos três primeiros meses do ano, as exportações registraram crescimento de 20,4%, quando comparado a 2016. Houve aumento das remessas de produtos básicos (+34,7%), semimanufaturados (+11,2%) e manufaturados (+8,1%), com destaque para as vendas de óleos combustíveis (+265,5%), petróleo bruto (+171,7%), semimanufaturados de ferro e aço (+92,1%), veículos de carga (+62,7%), carne suína (+43,2%) e carne de frango (+20,1%). As importações cresceram 8,4% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016, quando foram registradas compras de US$ 36 bilhões. Aumentaram os gastos com combustíveis e lubrificantes (+20,9%) e bens intermediários (+16,2%). Por outro lado, também é possível evidenciar que houve queda nas compras de bens de capital (-22,6%) e bens de consumo (-0,6%).

Os preços de exportação subiram com força no primeiro trimestre, registrando alta de 22,4% em relação ao mesmo período de 2016, segundo a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior

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(Funcex). O movimento reflete especialmente o aumento das cotações de commodities, e explica quase todo o salto de 24,4% no valor das vendas externas de janeiro a março, para o valor de US$ 50,5 bilhões. O superávit comercial ficou em US$ 14,4 bilhões no período. De janeiro a março, os preços de exportação do setor de extração de petróleo e gás natural cresceram 80,5%, enquanto os de extração de minerais metálicos, onde se encontram o minério de ferro, subiram 114% em relação ao mesmo período do ano passado. As perspectivas mais favoráveis para o crescimento global, com aceleração sincronizada das economias avançadas e emergentes, têm impulsionado os preços desses produtos. Uma das reações mais fortes das quantidades exportadas aparece nos bens duráveis, cujas vendas aumentaram 36% no período. Um dos destaques é o setor de veículos, especialmente na América Latina. O volume exportado no setor de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 30% no primeiro trimestre. Já no setor de petróleo e gás natural, os volumes vendidos para o exterior também tiveram alta expressiva, 56%. As quantidades exportadas de bens intermediários (insumos e matérias-primas), porém, caíram 4,1%. O superávit comercial da China, por exemplo, no

primeiro trimestre, foi de US$ 65,61 bilhões. As

exportações no primeiro trimestre do ano subiram 8,2%

em relação ao mesmo período do ano passado,

enquanto as importações subiram 24%.

Além da balança comercial, a produção industrial

também é um bom indicador de como se comportarão

as estatísticas de movimentação portuária. No relatório

Focus, em abril, as projeções para a produção industrial

indicaram um cenário de recuperação neste e no

próximo ano. O avanço projetado para 2017 passou de

1,26% para 1,36%. Há um mês, estava em 1,22%. No

caso de 2018, a estimativa de crescimento da produção

industrial foi de 2,28% para 2,50%, ante 2,10% de

quatro semanas antes.

Pela 6ª vez consecutiva, o Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE) aumentou a estimativa

de colheita da safra de grãos para 2017. A previsão é

de uma Supersafra de 230,3 milhões de toneladas, o

que representa um aumento de 25,1% em relação ao

ano passado.

Para o IBGE, o aumento na produtividade

nacional de grãos é devido principalmente às condições

climáticas, com chuvas nos estados produtores desde

a época do plantio, em outubro de 2016. Outro fator que

deve ser levado em conta é o investimento em

tecnologia por parte dos produtores.

A maior parte da produção nacional no setor, neste ano,

deverá ser de soja, arroz e milho - que somados

deverão corresponder a 93,5% do total produzido. Mato

Grosso deverá continuar sendo o maior produtor do

país, responsável por 25,3% do total. Em segundo e

terceiro lugar vêm o Paraná, com 18,3%, e o Rio

Grande do Sul (14,8%).

Em relação à soja, a expectativa de safra recorde

no Brasil está confirmada, com produção estimada em

110,9 milhões de toneladas e ainda em crescimento. A

previsão atualizada da produção de milho no Brasil é

de 92,3 milhões de toneladas para este ano, 4,4%

acima do que havia sido previsto no último mês de

fevereiro.

A previsão da CONAB é de que a produção

recorde de grãos chegue a quase 228 milhões de

toneladas, um aumento de pouco mais de 22% em

relação à safra passada, e de 2,2% na comparação

com o levantamento de março.

A soja continua sendo o principal produto, com

crescimento esperado de 15,4% na produção. Já o

milho foi o que teve maior crescimento: mais de 37%.

Nesta safra, o feijão também deve apresentar um bom

desempenho, acima de 33%.

Um dos motivos para este recorde na safra total

de grãos é o aumento de 3% na área plantada,

alcançando mais de 60 milhões de hectares. Mas,

segundo a Conab, as condições climáticas foram

decisivas para esta safra histórica. Choveu no

momento certo do plantio e isso ajudou no

desenvolvimento dos grãos, aumentando a

produtividade na maior parte do país.

ANÁLISE DAS INSTALAÇÕES PORTUÁRIAS

O cenário nacional demonstrou sinais de melhora quanto a expectativa de inflação e a atividade econômica nesses três meses iniciais de 2017. O desempenho do setor portuário brasileiro, nesse primeiro trimestre, foi afetado principalmente quanto a movimentação de commodities, com crescimento de 9,0% no grupo de Minérios e 31,8% em Sementes e Frutos Oleaginosos.

As estatísticas de movimentação portuária

mostram que os Portos Organizados e os Terminais Privados (TUPs) movimentaram 245,5 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 5% em relação ao mesmo período de 2016, totalizando um acréscimo de 11,8 milhões de toneladas. (Figura 1).

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Em relação aos TUPs, houve um aumento

nesse primeiro trimestre, em relação ao mesmo período

do ano passado, com incremento de 9,1%, encerrando

uma sequência de três quedas seguidas, no

comparativo trimestral, em sua movimentação. No

último trimestre de 2016, o recuo havia sido da ordem

de 1,1% frente ao mesmo período de 2015.

Já os portos organizados apresentaram queda

de 2,4% no primeiro trimestre de 2017, quando

comparado com o mesmo trimestre de 2016.

A figura 1 nos mostra a evolução da

movimentação de cargas nas instalações portuárias

brasileiras, onde podemos observar um crescimento de

9,35% desde o primeiro trimestre de 2015 até o atual.

Figura 1. Total Geral de Cargas – Evolução trimestral da

Movimentação (em milhões de toneladas): 2015-2017.

Fonte: SDP.

No primeiro trimestre de 2017, os destaques

entre os grupos de mercadorias de maiores movimentações no período foram: o grupo de Minérios (102,7 milhões de toneladas, acréscimo de 9,0%) e Combustíveis Minerais (54,8 milhões de toneladas, acréscimo de 0,8%).

Por outro lado, surgiram também destaques

negativos: a movimentação de Cereais (4,5 milhões de toneladas, decréscimo de 56,7%) e o grupo de Açucares (4,0 milhões de toneladas, queda de 2,7%).

O granel sólido continua com sua participação significativa na movimentação total de cargas do país, da ordem de 63,6%, conforme se pode observar na Figura 2. Ao se analisar os dez principais grupos de mercadorias movimentados nas instalações portuárias do país, vemos que os mesmos responderam por 93,8% da tonelagem de cargas no trimestre, sendo que o minério de ferro, sozinho, correspondeu a 41,8% do total.

Figura 2. Participação por perfil de carga (%) – 1º trimestre

de 2017. Fonte: SDP.

Conforme citado inicialmente, observou-se um recuo por parte dos portos organizados, em termos de tonelagem movimentada, no comparativo trimestral, de 2 milhões de toneladas.

No caminho contrário, houve um acréscimo de

13,8 milhões de toneladas nos terminais de uso privado, responsáveis pela maior parte da movimentação de cargas no Brasil. Dada a movimentação do trimestre, 67,1% se concentrou nessas instalações, enquanto que 32,9% se deu nos portos organizados (Figura 3).

Figura 3. Distribuição da carga por tipo de instalação – 1°

Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

224,5

256,8

267,9259,3

233,7

258,6261,7

244,6

245,5

78,689,7 93,7 89,6 82,7

93,6 89,876,8 80,7

145,9

167,1174,2

169,7151 165

171,9167,8

164,8

0,0

50,0

100,0

150,0

200,0

250,0

300,0

Total Portos Organizados

Terminais Privados

21,5%

63,6%

5,3% 9,6%

Granel Líquido Granel Sólido

Carga Geral Contêiner

32,9%

67,1%

Portos Organizados Terminais Privados

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PORTOS ORGANIZADOS

No primeiro trimestre de 2017, os portos

organizados movimentaram aproximadamente 80,7

milhões de toneladas de carga bruta, recuo de 2,4% em

relação ao mesmo período do ano de 2016. O bom

desempenho do grupo de Sementes e Frutos

oleaginosos (+18,5%) e Fertilizantes (+30,9%), não

foram suficientes para equilibrar as perdas de

movimentação nos grupos de Minérios (-9,3%);

Combustíveis Minerais (-4%) e Cereais (-55,2%).

Os dez principais portos organizados, em

movimentação, conforme listados na Tabela 1,

movimentaram aproximadamente 69 milhões de

toneladas, o que corresponde a 85,3% da

movimentação total dos 30 portos organizados que

registraram operação nesse primeiro trimestre.

Podemos destacar, desta forma, o crescimento

da movimentação nos portos organizados de Rio

Grande, com crescimento de 11%; Suape, que

registrou um avanço da ordem de 12,1% e Vitória, que

obteve uma alta de 23,9% na comparação entre os

primeiros trimestres de 2016 e 2017.

O Porto de Rio Grande movimentou 5,6

milhões de toneladas. O destaque fica com a

movimentação de Sementes e Frutos oleaginosos, que

somou 1,8 milhões de toneladas, representando 31,2%

da movimentação total do porto.

Desde a implantação da Refinaria Abreu e Lima

(Rnest) em Pernambuco, no final de 2014, o Complexo

de Suape vem se consolidando como um porto

movimentador de granéis líquidos. O primeiro trimestre

de 2017, para esse perfil de carga, apresentou um

crescimento de 12,1% em relação ao mesmo período

de 2016.

O petróleo processado pela Rnest, em Suape,

chega por navegação de cabotagem, oriundo dos

campos do Espírito Santo, Rio Grande do Norte e

Santos. A movimentação de Combustíveis registrou

aproximadamente 3,6 milhões de toneladas nesse 1°

trimestre, aumento de 6,6%. Outro destaque fica para a

elevação na movimentação de Contêineres, da ordem

de 25,5%.

O Porto de Vitória, nesse primeiro trimestre,

registrou a 9ª colocação no ranking de movimentação

dos portos organizados, atingindo a marca de 1,6

milhões de toneladas, devido especialmente ao

desempenho positivo de alguns grupos de

mercadorias, tais como combustíveis Minerais (+31%),

Ferro fundido (+122,8%) e Fertilizantes (+217,6%),

conforme pode ser observado na tabela 1.

Já o destaque negativo ficou para Itaqui, que na

comparação com o mesmo trimestre de 2016 registrou

queda de 21,5%, movimentando cerca de 918 mil

toneladas a menos. Essa redução pode ser explicada

pela queda acentuada em Combustíveis Minerais (-

45,9%), principal mercadoria que passa por esse porto.

Tabela 1. Principais Portos Organizados em Movimentação -

1°T 2017. Fonte: SDP.

PORTOS Milhões de toneladas

Var % 2016-I / 2017-I

SANTOS 23,0 -3,5%

ITAGUAÍ (SEPETIBA) 12,4 -7,6%

PARANAGUÁ 10,3 -3,6%

RIO GRANDE 5,6 11,0%

SUAPE 5,4 12,1%

ITAQUI 3,4 -21,5%

VILA DO CONDE 3,3 -11,5%

SÃO FRANCISCO DO SUL 2,4 -13,1%

VITÓRIA 1,6 23,9%

SANTARÉM 1,6 -0,8%

TODOS OS PORTOS 80,7 -2,4%

Em relação ao porto de Santos, conforme pode

ser observado na Figura 4, a movimentação total

alcançou 23 milhões de toneladas de cargas brutas

movimentadas. Destaque para o grupo de

Combustíveis (+14,6%) e Adubos (+69,2%). Já o grupo

de Açucares, apresentou, no primeiro trimestre, queda

de 9,8% em sua movimentação.

O outro destaque negativo fica para o grupo de

Cereais (-74%), redução de aproximadamente 1,8

milhões de toneladas para o primeiro trimestre de 2017.

No agregado, o porto de Santos teve queda de 3,5% na

movimentação total de cargas brutas, mas continua

seguindo com larga vantagem na liderança do ranking

de movimentação dos portos organizados.

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Figura 4. Evolução trimestral das principais mercadorias

movimentadas no porto de Santos (em milhões de toneladas).

Fonte: SDP.

As 10 principais mercadorias movimentadas,

apresentadas na figura 5, representam 85,6% do total

da movimentação nos Portos Organizados. O maior

destaque vai para o grupo de Adubos, o qual teve

crescimento de 30,9% na comparação com o mesmo

período de 2016.

Figura 5. Principais mercadorias movimentadas nos Portos

Organizados (em milhões de toneladas) - Comparação

Trimestral: 2016/2017. Fonte: SDP.

No primeiro trimestre de 2017, a movimentação

de contêineres, por parte dos portos organizados,

registrou aproximadamente 16,5 milhões de toneladas,

avanço de 0,9% em relação ao mesmo período do ano

passado. Quando a medida se dá em TEUs (unidade

equivalente a 20’), ocorre uma queda de 0,5%.

Dentre os principais portos que movimentaram

contêineres no período, destacam-se 3 que obtiveram

desempenho negativo: Paranaguá (-12,3%), Vitória (-

2,9%) e Itaguaí (-28,1%). Cabe destacar que, juntos, os

dez principais portos representam 95,9% de toda a

movimentação de contêineres em portos organizados,

em termos de tonelagem de carga bruta (Figura 6).

Figura 6. Movimentação de Contêineres (em milhões de

toneladas) e Participação dos Portos Organizados (%) – 1°

Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

TERMINAIS DE USO PRIVADO (TUP)

A movimentação de cargas nos Terminais de Uso Privado registrou um aumento no primeiro trimestre de 2017, puxado pela elevação na movimentação de Minérios (+12%) e Sementes e grãos (63,2%). O trimestre registrou, nos TUPs, 164,8 milhões de toneladas brutas, como pode ser visto na tabela 2; valor 9,1% maior do que o registrado em 2016.

O maior destaque entre os Terminais Privados

é o Terminal Portuário do Pecém, que na comparação com o 1º trimestre de 2016 teve alta de 99,8%, um incremento de 2,1 milhões de toneladas. O início da operação da Companhia Siderúrgica do Pecém promoveu um crescimento recorde na exportação de placas de aço (763 mil toneladas movimentadas), impactando positivamente o grupo de Ferro fundido Ferro e Aço, que registrou aumento de 723,3% nesse primeiro trimestre.

C O N T Ê I N E R E S

S E M E N T E S E G R Ã O S

A Ç Ú C A R E S

C O M B U S T Í V E I S

R E S Í D U O S

D E M A I S G R U P O S

7,8

3,5

3,4

1,7

0,5

4,9

6,9

4,5

3,3

1,5

0,7

4,1

8,1

3,8

3,3

2,2

1,0

3,7

7,1

5,4

3,1

1,9

1,0

5,3

7,6

5,9

2,8

2,1

0,9

3,7

2013 - I 2014 - I 2015 - I 2016-I 2017-I

0 3 6 9 12 15 18

Resíduos

Prod. Quí. Inorgânicos

Sal

Cereais

Açucares

Adubos (fertilizantes)

Combustíveis

Minérios

Semestes e grãos

Contêineres

2016 - I 2017 - I

46%

10,9%

10,6%7,9%

5,7%5,1%

3,5%3,1%

3,1%1,7%

2,3%

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

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Na comparação entre 1° trimestres de 2016/2017, destaque também para o crescimento do Terminal de Tubarão (+19%), que é um terminal de Minérios, além do Terminal Aquaviário de São Sebastião (+24,2%), que movimenta combustíveis minerais, predominantemente.

Mantendo a alta concentração dos trimestres

anteriores, percebe-se que a participação dos 10 principais TUPs ficou em 70,3% da movimentação total dos terminais privados, o equivalente a 112 milhões de toneladas. Essa quantidade expressiva pode ser explicada, principalmente, pelo peso do minério de ferro, principal produto movimentado por 7 dos 10 TUPs apresentados na tabela 2. Tabela 2. Principais Terminais Privados em movimentação

de cargas – 1°T 2017. Fonte: SDP.

Quanto a desempenhos negativos para o

trimestre, o Terminal Da Ilha Guaíba – TIG – registrou queda de 8,3% na movimentação do trimestre. O Terminal de Trombetas recuou 13,4% quando comparado ao primeiro trimestre de 2016, sendo que houve uma queda de 8,2% na navegação de cabotagem e queda de 25,3% na navegação de longo curso.

Em relação as mercadorias mais

movimentadas nos TUPs, durante o primeiro trimestre de 2017, o grupo de Minérios representou 55% do total movimentado, o equivalente a 90,7 milhões de toneladas. As dez principais mercadorias representaram 96,6% da movimentação dos TUPs, destacando a natureza mais especializada dessas instalações. A relação das cargas mais movimentadas pode ser vista na Figura 7.

Figura 7. Distribuição da Tonelagem Movimentada por Carga

– Terminais Privados – Comparação entre 1º trimestres: 2016/2017. Fonte: SDP.

Quanto ao perfil de carga, é possível verificar que, na comparação entre trimestres 2016/2017, o granel sólido ganhou participação entre os Terminais de uso Privado, ficando com uma fatia de 66% da movimentação. Seguindo uma tendência de crescimento, o primeiro trimestre de 2017 registrou, para os granéis sólidos, 108,9 milhões de toneladas, maior valor para os últimos cinco períodos analisados.

Figura 8. Evolução da movimentação por perfil de carga (em

milhões de toneladas) – TUPs – comparativo de 1º trimestres: 2013-2017. Fonte: SDP.

+30,2%

-15,5%

-22,2%

-4,1%

+0,7%

+10%

+5,7%

+63,2%

+2,2%

+12%

0 15 30 45 60 75 90 105

Adubos (Fertilizantes)

Prod. Quím. Orgânicos

Madeira e carvão vegetal

Prod. Quím. Inorgânicos

Pastas de madeira

Ferro fundido, ferro e aço

Contêineres

Sementes e grãos

Combustíveis minerais

Minérios

2016 - I 2017 - I

80,7 83,2 90,8 96,2108,9

41,3 42,241,1 40,0

40,17,5

6,9 7,7 8,2

8,8

4,25,9 6,3

6,7

7,1

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

140,0

160,0

180,0

Carga Conteinerizada Carga Geral

Granel Líquido e Gasoso Granel Sólido

Terminais de Uso Privado Milhões de toneladas

Var % 2016-I / 2017-I

Terminal Marítimo De Ponta Da Madeira 37,2 9,4%

Terminal De Tubarão 26,7 19,4%

Terminal Aquaviário De São Sebastião 13,1 24,2%

Terminal Da Ilha Guaíba - Tig 10,4 -8,3%

Terminal Aquaviário De Angra Dos Reis 9,4 8,6%

Porto Do Açu - Terminal De Minério 4,3 26,6%

Terminal Portuário do Pecém 4,2 99,8%

Terminal Trombetas 3,6 -13,4%

Terminal Portuário Privativo Da Alumar 3,6 -2,4%

Terminal De Praia Mole 3,5 40,3%

Total Movimentado 164,8 9,1%

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10

ANÁLISE POR PERFIL DE CARGAS

Uma outra visão na análise da movimentação

portuária, relaciona-se com o perfil de carga nos

embarques e desembarques feitos nas instalações

portuárias. Isso permite melhor conhecer as

características que tipificam portos organizados e

demais instalações portuárias.

GRANÉIS SÓLIDOS

No primeiro trimestre deste ano, foram

movimentados nos portos organizados e terminais

privados 156,1 milhões de toneladas brutas de granéis

sólidos (Figura 9), avanço de 7,2% quando comparado

ao mesmo período do ano anterior. Cabe destacar que

os granéis sólidos foram responsáveis por 63,6% da

tonelagem de cargas movimentadas no Brasil nesse

trimestre, fato relacionado à pauta de exportações

brasileira, concentrada principalmente nas

commodities agrícolas e minerais.

Figura 9. Granel Sólido - Evolução da Movimentação

Trimestral: 2015-2017 (milhões de toneladas). Fonte: SDP.

Dentre os segmentos de carga, os minérios,

escórias e cinzas continuam sendo o grupo de maior

relevância, com participação de 65,7% de toda a

movimentação dos granéis sólidos, seguido por

Sementes e Frutos Oleaginosos (14,8%) e

Combustíveis Minerais (4,6%), que nesse caso é

composto principalmente por carvão mineral, conforme

pode ser observado na Figura 10.

Figura 10. Granel Sólido - Principais Mercadorias

Movimentadas (em milhões de toneladas) – 1° Trimestre de

2017. Fonte: SDP.

A elevação de 7,2% na movimentação de

granéis sólidos, nesse primeiro trimestre, pode ser

explicada pelo avanço dos dois principais grupos de

commodities: Sementes e Frutos Oleaginosos

(+31,7%) e Minérios (+9,5%).

A queda observada na movimentação do grupo

de Cereais (-56,5%), nesse primeiro trimestre de 2017,

é explicada pelo decréscimo de 75,3% na

movimentação da sua principal mercadoria, o milho. Tal

queda pode estar atrelada: primeiro, à baixa

disponibilidade interna neste início de colheita da safra

de verão 2016/2017, além das quedas do dólar em

relação ao real, no primeiro trimestre, o que diminui a

competitividade do milho brasileiro no mercado

internacional.

A movimentação de fertilizantes (Adubos) nas

instalações portuárias brasileiras continua em alta, com

sucessivos avanços na movimentação desde o primeiro

trimestre de 2016. No primeiro trimestre de 2017, o

grupo apresentou crescimento de 30,6%, 1,3 milhões

de toneladas a mais, quando comparado com o mesmo

trimestre do ano passado.

Cabe destacar que esse é o melhor resultado

obtido na movimentação de adubos para um primeiro

trimestre desde 2010. São apontados como motivos

para esse bom desempenho a desvalorização do dólar

que ocorreu nos últimos meses, na qual resultou em

queda nos preços dos fertilizantes no mercado interno,

e a forte valorização nos preços dos grãos, resultando

em uma maior demanda na compra de insumos para a

produção.

134,3

162,8

171,0

165,2

145,6

167,2 166,5

149,6

156,1

100,0

110,0

120,0

130,0

140,0

150,0

160,0

170,0

180,0

0 15 30 45 60 75 90 105

Minérios

Sementes

Combustíveis Minerais

Adubos

Cereais

Açucares

Sal

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Os terminais privados movimentaram 69,7%

da fatia dos granéis sólidos, enquanto os portos

organizados tiveram participação de 30,3% (Figura 11).

A alta concentração na movimentação dos granéis

sólidos, pelos terminais privados, se justifica pela

verticalização das grandes empresas, que operam com

as principais commodities minerais.

Figura 11. Granel Sólido – Distribuição da Carga por Tipo de

Instalação portuária (%) – 1° Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

GRANÉIS LÍQUIDOS

No primeiro trimestre de 2017, foram

movimentadas 52,7 milhões de toneladas de granéis

líquidos, valor 0,8% inferior ao montante movimentado

no mesmo período do ano passado (Figura 12).

Figura 12. Granel Líquido – Evolução da Movimentação

Trimestral: 2015-2017 (milhões de toneladas). Fonte: SDP.

A Petrobrás aumentou sua produção total de

petróleo e gás natural em 7% no primeiro trimestre

deste ano em comparação com o mesmo período do

ano passado. Apesar do avanço na produção de

petróleo, a movimentação de combustíveis minerais

registrou recuo de 0,7%. Esse recuo pode ser explicado

pela diminuição nas exportações (-1,9%), no primeiro

trimestre deste ano, dos combustíveis minerais, uma

vez que os embarques representam 73,7% de toda a

movimentação desse grupo de mercadorias.

Nos granéis líquidos, há predominância de

movimentação por parte dos terminais privados. Como

pode ser visto na Figura 13, aproximadamente 76% do

total movimentado no trimestre ocorreu através dos

TUPs (principalmente os terminais privados explorados

pela Transpetro S.A., tais como o Terminal Aquaviário

de São Sebastião (Almirante Barroso), Terminal

Aquaviário de Angra dos Reis, Madre de Deus,

Terminal Aquaviário da Ilha D'Água e Terminal

Aquaviário de Osório – responsáveis por 60,3% do total

movimentado no perfil de cargas dos granéis líquidos.

Figura 13. Granel Líquido – Distribuição da Carga por Tipo

de Instalação portuária (%) – 1º Trimestre 2017. Fonte: SDP.

CARGA GERAL

A Carga Geral (Solta + Conteinerizada), no

primeiro trimestre, alcançou a marca de 36,7 milhões

de toneladas, o que representou um acréscimo de 4,9%

frente ao trimestre equivalente de 2016. (Figura 14).

Figura 14. Carga Geral – Evolução da Movimentação

Trimestral: 2015-2017 (milhões de toneladas). Fonte: SDP.

30,3%

69,7%

PORTOS ORGANIZADOS TERMINAIS PRIVADOS

54,9

57,858,3

55,7

53,254,1

56,355,6

52,7

40,0

45,0

50,0

55,0

60,0

24,0%

76,0%

PORTOS ORGANIZADOS TERMINAIS PRIVADOS

35,3

36,2

38,638,4

34,9

37,3

38,9 39,4

36,7

30,0

32,0

34,0

36,0

38,0

40,0

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i) Carga Geral Solta

A movimentação de carga geral solta no

primeiro trimestre alcançou 13,1 milhões de toneladas

(Figura 15), nível 10,2% acima do mesmo período do

ano anterior. Esse crescimento é devido ao bom

desempenho do grupo de Ferro Fundido (+10,9%);

Veículos Automotores (+41,2%); além do grupo de

reatores Nucleares, que apresentou alta de 482,5%.

Juntas, essas mercadorias representam cerca de

44,8% do peso bruto das cargas soltas nesse primeiro

trimestre do ano.

Figura 15. Carga Geral Solta – Evolução da Movimentação

Trimestral: 2015-2017 (milhões de toneladas). Fonte: SDP.

ii) Movimentação de Contêineres

No período de janeiro a março de 2017, foram

movimentados cerca de 2,1 milhões de TEU’s,

representando um acréscimo de 0,7% em relação ao

mesmo período de 2016.

Já em termos de peso bruto, a movimentação

de contêineres atingiu a marca de 23,6 milhões de

toneladas, alta de 2,3% em relação ao primeiro

trimestre de 2016. Houve crescimento tanto nas

importações (+4,5%) quanto nas exportações (+0,7%)

de cargas conteinerizadas pelas instalações portuárias

brasileiras.

Figura 16. Evolução trimestral dos Contêineres

Movimentados (TEUs): 2015-2017. Fonte: SDP.

No primeiro trimestre, aproximadamente 69,8%

dos contêineres embarcados e desembarcados, em

milhões de toneladas, esteve sob responsabilidade dos

portos organizados brasileiros (Figura 17).

Figura 17. Distribuição dos Contêineres por tipo de instalação

(%) – Em milhões de toneladas – 1° Trimestre de 2017. Fonte:

SDP.

Importante observar que, com o passar do

tempo, cada vez mais os terminais privados têm

aumentado sua fatia de participação na movimentação

de contêineres (Figura 18). Esse é um reflexo direto do

investimento desses terminais e consequência da

mudança de legislação, que passou a não fazer

distinção entre carga própria e carga de terceiros.

11,211,4

12,812,5

11,812,2

12,8

13,613,1

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

13,0

14,0

24,224,8

25,8 25,9

23,1

25,1

26,1

25,8

23,6

20,0

21,0

22,0

23,0

24,0

25,0

26,0

27,0

28,0

69,8%

30,2%

PORTOS ORGANIZADOS TUPS

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Figura 18. Evolução trimestral da participação na

movimentação de contêineres (em TEUs) nas Instalações

Portuárias: 2014-2017. Fonte: SDP.

Os terminais privados de Itapoá e Portonave

são exemplos claros da situação descrita. O TUP de

Itapoá movimentou 1,5 milhões de toneladas em

mercadorias conteinerizadas nesse primeiro trimestre,

o que representou um acréscimo de 13,3%, ante o

mesmo período de 2016. Já o terminal da Portonave

movimentou 2,3 milhões de toneladas em contêineres,

alta de 5,2% em relação ao mesmo trimestre de 2016,

tornando-se o segundo maior movimentador de

contêineres do Brasil. O Terminal de Portonave

ultrapassou o porto organizado de Paranaguá, que até

recentemente era responsável pela segunda maior

movimentação de contêineres do Brasil. (Tabela 3).

Tabela 3. Ranking dos maiores movimentadores de

contêineres: 1° trimestre de 2017 (em toneladas).

Instalação Portuária Movimentação de

Contêiner

Santos 7.589.781

Portonave 2.333.820

Paranaguá 1.789.880

Rio Grande 1.755.309

Embraport 1.554.911

Porto De Itapoá 1.510.298

Suape 1.304.896

Salvador 943.340

Rio de Janeiro 832.675

Porto Chibatão 676.171

TIPOS DE NAVEGAÇÃO

Como visto anteriormente, a movimentação de

cargas nas instalações portuárias brasileiras avançou

5,1% no primeiro trimestre de 2017, alcançando 245,5

milhões de toneladas.

LONGO CURSO

A Figura 19 mostra que a navegação de longo

curso é a mais representativa dos tipos de navegação,

com 73,5% do total de cargas movimentadas no

primeiro trimestre de 2017. Em seguida, tem-se a

cabotagem (21,1%), navegação interior (5%) e apoio

marítimo e portuário (0,4%).

Figura 19. Tipo de Navegação – Participação na

Movimentação (%) – 1° Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

Pela análise da Figura 20, a navegação de cargas ligadas ao longo curso, na comparação com o primeiro trimestre de 2016, teve aumento de 5,4%, movimentando 180,3 milhões de toneladas.

Figura 20. Evolução Trimestral da Movimentação de Longo

Curso (milhões de toneladas): 2015-2017. Fonte: SDP.

74

,6%

73

,8%

75

,4%

74

,3%

73

,7%

75

,2%

73

,9%

71

,1%

70

,8%

70

,9%

68

,9%

69

,5%

69

,8%

25

,4%

26

,2%

24

,6%

25

,7%

26

,3%

24

,8%

26

,1%

28

,9%

29

,2%

29

,1%

31

,1%

30

,5%

30

,2%

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

20

14

- I

20

14

- II

20

14

- II

I

20

14

- IV

20

15

- I

20

15

- II

20

15

-III

20

15

- IV

20

16

- I

20

16

-II

20

16

-III

20

16

- IV

20

17

- I

PORTOS ORGANIZADOS TUPS

73,5%

21,1%

5,0% 0,4%

Longo Curso Cabotagem

Interior Apoio

162,8

192,9

202,5

195,9

171,2

193,2

195,8

180,8 180,3

126,5

155,1166,4

162,7

140,4

160,9 159,3

145,1146,8

36,3 37,8 36,0 33,2 30,8 32,3 36,5 35,8 33,5

2015-I

2015-II

2015-III

2015-IV

2016-I

2016-II

2016-III

2016-IV

2017-I

0,0

30,0

60,0

90,0

120,0

150,0

180,0

210,0

240,0

Total de Longo Curso Exportação Importação

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A principal explicação para o acréscimo no primeiro trimestre se deve ao bom desempenho registrado na tonelagem exportada de Sementes e Frutos oleaginosos (+23,6%), bem como na importação de Fertilizantes (+30,3%). Vale destacar que as exportações corresponderam a 81,4% da movimentação de longo curso nesse primeiro trimestre.

A movimentação do grupo de Minérios foi responsável por 62,8% do volume total de exportações, tendo, comparativamente ao primeiro trimestre de 2016, crescido 7,4%. Houve também um aumento na participação de Combustíveis Minerais, com um incremento de 43,8%.

Figura 21. Comparativo das Principais Mercadorias

Movimentadas na Exportação (em milhões de toneladas) – Comparativo entre 1° Trimestres: 2016/2017. Fonte: SDP.

Já as importações, diferente do trimestre anterior, apresentou uma alta na movimentação de 8,7% em relação ao mesmo período de 2016. Com exceção dos Produtos Químicos inorgânicos (-3,7%), os principais grupos de mercadorias registraram alta no volume movimentado nesse primeiro trimestre de 2017, quando comparado ao mesmo período do ano passado (Figura 22).

Figura 22. Principais Mercadorias Movimentadas na

Importação (em milhões de toneladas) – Comparativo entre 1° Trimestres: 2016/2017. Fonte: SDP.

As Tabelas 4 e 5 mostram os principais parceiros comerciais, em termos de volume de carga, na navegação de longo curso, nesse primeiro trimestre. A China é o principal destino das mercadorias brasileiras, representando 47,8% das nossas exportações. O Brasil exporta primordialmente produtos básicos, como minério de ferro, soja e petróleo. Já quanto as importações, o principal parceiro comercial são os EUA, responsáveis por 23,5% da movimentação que chega aos portos brasileiros, sendo os combustíveis minerais a principal carga importada.

Tabela 4. Principais Parceiros Comerciais – Movimentação

na exportação - 1° Trimestre de 2017. Fonte: SDP. PAÍS DE DESTINO Toneladas %

1º China

70.255.249 47,8%

2º Japão

8.046.548 5,5%

3º Malásia

7.639.082 5,2%

4º Holanda

7.407.686 5,0%

5º Estados Unidos

5.917.501 4,0%

6º Coréia Do Sul

3.179.320 2,2%

7º Espanha

2.908.478 2,0%

8º Itália

2.481.986 1,7%

9º Omã

2.442.081 1,7%

10º França

2.282.108 1,6%

OUTROS PAÍSES

34.301.674 23,4% Tabela 5. Principais Parceiros Comerciais – Movimentação

na importação - 1° Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

PAÍS DE ORIGEM Toneladas %

1º Estados Unidos 7.889.896 23,5%

2º Argentina

2.998.478 8,9%

3º Austrália

2.263.955 6,8%

4º China

2.186.958 6,5%

5º Colômbia

1.986.793 5,9%

6º Argélia

1.353.155 4,0%

7º Arábia Saudita

1.017.536 3,0%

8º Holanda 992.581 3,0%

9º Rússia 969.322 2,9%

10º Espanha 890.333 2,7%

OUTROS PAÍSES

10.955.322 32,7%

0 15 30 45 60 75 90 105

Minérios

Sementes e grãos

Contêineres

Combustíveis Minerais

Açúcares

1º T 2016 1º T 2017

0 3 6 9 12 15

Combustíveis Minerais

Contêineres

Adubos

Cereais

Prod. QuímicosInorgânicos

1º T 2016 1º T 2017

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15

CABOTAGEM

Em relação à cabotagem, houve uma alta de

2,3% na movimentação do primeiro trimestre de 2017, tendo sido da grandeza dos 51,9 milhões de toneladas. Se tratando do transporte de cargas, efetuado via navegação de cabotagem, ocorreu um ligeiro avanço da ordem de 3% em relação ao mesmo período de 2016. As principais mercadorias movimentadas na cabotagem, em participação, no primeiro trimestre de 2017, foram Combustíveis e óleos minerais (62,1%), Minérios, escórias e cinzas (16,8%) e Contêineres (10,7%). Importante destacar que das três principais mercadorias, que representam aproximadamente 90% de toda a movimentação na cabotagem, apenas o grupo de Combustíveis Minerais registrou decréscimo, nesse tipo de navegação, da ordem de 5,4% no primeiro trimestre. (Figura 23).

Figura 23. Principais Mercadorias movimentadas na

Cabotagem (em milhões de toneladas) – Comparativo entre 1° Trimestres: 2016/2017. Fonte: SDP.

No gráfico abaixo (figura 24) também é possível ver a distribuição percentual por perfil de carga na cabotagem, no primeiro trimestre desse ano. Nesse tipo de navegação, o Granel líquido é o mais representativo, com uma fatia de 65%.

Figura 24. Participação por Perfil de carga na navegação de

cabotagem (%) - 1° Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

A movimentação de contêineres na cabotagem registrou alta de 11,4% no primeiro trimestre desse ano, quando comparado com o mesmo período de 2016. Das principais instalações portuárias que movimentaram esse perfil de carga, na cabotagem, apresentaram alta, no primeiro trimestre, o porto de Santos (+60,3%) e Suape (+23,9%), conforme figura 25. Além disso, houve alta de 19,5% nos portos organizados e uma queda de 1,9% nos terminais privados.

Figura 25. Principais Instalações portuárias na

movimentação de Contêineres na Cabotagem (em milhões de toneladas) - Comparativo entre 1° Trimestres: 2016/2017. Fonte: SDP. INTERIOR

Já a movimentação portuária, via navegação interior, apresentou 12,2 milhões de toneladas, aumento de mais de 12%. Esse bom desempenho se deve ao crescimento de 58,4% no grupo de Sementes e grãos, bem como a boa performance do grupo de Minérios, que registrou aumento de 54,8% no primeiro trimestre desse ano, quando comparado ao mesmo período de 2016. A tabela 6 mostra a quantidade de toneladas movimentadas, além da participação de cada grupo de mercadoria na navegação interior.

Tabela 6. Principais Mercadorias movimentadas na

navegação interior (em milhões de toneladas) - 1° Trimestre de 2017. Fonte: SDP.

Mercadorias Toneladas %

1º Sementes e grãos 5.733.977 47,1%

2º Combustíveis Minerais 1.779.308 14,6%

3º Minérios 1.432.187 11,8%

4º Prod. Químicos Orgânicos 700.500 5,8%

5º Semirreboque Baú 566.165 4,7%

6º Pastas de Madeira 519.564 4,3%

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Combustíveis Minérios Contêineres

1º T 2016 1º T 2017

65%19%

11%5%

Granel Líquido e Gasoso Granel Sólido

Carga Conteinerizada Carga Geral

0,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

Santos Suape PortoChibatão

Embraport Rio Grande

1º T 2016 1º T 2017

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Referências Bibliográficas

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<http://web.antaq.gov.br/Anuario/>. Acesso em 20 de maio. 2017.

¹A partir de 2016 o Anuário Estatístico Aquaviário (EAQ) deixou de ser um instrumento estático e passou a ser atualizado no sítio da ANTAQ

mensalmente. Assim, na construção do Boletim Informativo Aquaviário foram utilizados dados atualizados até setembro desse ano. Dessa forma,

dado a dinâmica do Anuário (EAQ), poderão surgir pequenas alterações constantes nos números do Boletim.

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