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Informativo Mensal do Conselho Municipal de PortoAlegre AnoI | número01 | Agostode2010 | DistribuiçãoGratuita CMS traz presidente do Conselho Nacional da Saúde para debater a criação de Fundações OConselhoMunicipaldaSaúdedePor- toAlegrepromoveu dia19deJulho,naCâ- mara de Vereadores de Porto Alegre, a mesaredonda“Oriscodasfundaçõesnasaú- depública”. Compuseram a mesa, o Presidente do ConselhoNacionaldeSaúde(CNS),Francis- coBatistaJúnior,oPresidentedaCâmaraMu- nicipaldePortoAlegre,NelcirTessaro,Presi- dente do Conselho Municipal de Saúde de PortoAlegre,MariaLetíciaOliveiraGarcia,Se- cretário Municipal de Saúde de PortoAlegre, CarlosHenriqueCasartelli,SecretáriaMunici- pal de Saúde de Betim/MG, Conceição Rezende,PresidentedoSindicatodosServi- dores Públicos do Rio Grande do Sul (Sindsepe)erepresentantedoConselhoEstadualdeSaúde,Cláu- dioAugustin.Nodecorrerdasdiscussões,compareceutambém, aPromotoradeJustiçaÂngelaSaltonRotunno,doMinistérioPú- blico/RS. Abertoaopúblico,oeventoocorreunomomentoemqueo SistemadeSaúdePúblicadePortoAlegreenfrentaumasériede denúnciasdeirregularidades.Cercade200pessoasocupavam asgaleriase,atentas,ouviramduranteasponderaçõesdoPresi- dentedoCNS. Página 03 . Leia nesta edição: Comissão de Saúde da População Negra reali- zou Seminário Conheça o parecer do CMS sobre Fundação para gerir ESF Página Página Grupo de Trabalho do Conselho Municipal de Saúde debate proposta de Plano de Carreira Apósmaisde6mesesdediscus- sãosobreoselementosquedeveriam comporumPlanodeCarreira,Cargos e Vencimentos para os servidores da saúde municipal, o GT do CMS apre- sentou uma proposta sobre o tema. Sem a pretensão de ser uma pro- postafinal,asentidadesqueintegram o CMS e representam os trabalhado- resnasaúdeestãodiscutindooassun- toemsuasbases. Página 04 .

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Informativo Mensal do Conselho Municipal de Porto Alegre

Ano I | número 01 | Agosto de 2010 | Distribuição Gratuita

CMS traz presidente doConselho Nacional da Saúdepara debater a criação deFundações

O Conselho Municipal da Saúde de Por-to Alegre promoveu dia 19 de Julho, na Câ-mara de Vereadores de Porto Alegre, amesa redonda “O risco das fundações na saú-de pública”.

Compuseram a mesa, o Presidente doConselho Nacional de Saúde (CNS), Francis-co Batista Júnior, o Presidente da Câmara Mu-nicipal de Porto Alegre, Nelcir Tessaro, Presi-dente do Conselho Municipal de Saúde dePorto Alegre, Maria Letícia Oliveira Garcia, Se-cretário Municipal de Saúde de Porto Alegre,Carlos Henrique Casartelli, Secretária Munici-pal de Saúde de Betim/MG, ConceiçãoRezende, Presidente do Sindicato dos Servi-dores Públicos do Rio Grande do Sul

(Sindsepe) e representante do Conselho Estadual de Saúde, Cláu-dio Augustin. No decorrer das discussões, compareceu também,a Promotora de Justiça Ângela Salton Rotunno, do Ministério Pú-blico/RS.

Aberto ao público, o evento ocorreu no momento em que oSistema de Saúde Pública de Porto Alegre enfrenta uma série dedenúncias de irregularidades. Cerca de 200 pessoas ocupavamas galerias e, atentas, ouviram durante as ponderações do Presi-dente do CNS.

Página 03 .

Leia nesta edição:

Comissão de Saúde daPopulação Negra reali-zou Seminário

Conheça o parecer doCMS sobre Fundação

para gerir ESF

Página

Página

Grupo de Trabalho do

Conselho Municipal de

Saúde debate proposta de

Plano de Carreira

Após mais de 6 meses de discus-são sobre os elementos que deveriamcompor um Plano de Carreira, Cargose Vencimentos para os servidores dasaúde municipal, o GT do CMS apre-sentou uma proposta sobre o tema.

Sem a pretensão de ser uma pro-posta final, as entidades que integramo CMS e representam os trabalhado-res na saúde estão discutindo o assun-to em suas bases.

Página 04 .

Página

A “Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde” traz informações para que

você conheça seus direitos na hora de procurar atendimento de saúde.

Ela reúne os seis princípios básicos de cidadania que asseguram ao

brasileiro o ingresso digno nos sistemas de saúde, seja ele público

ou privado. A Carta é uma importante ferramenta para que você

conheça seus direitos e, assim, ajude o Brasil a ter um sistema

de saúde ainda mais efetivo.

Os princípios da Carta são:

1. Todo cidadão tem direito ao acesso ordenado e orga-

nizado aos sistemas de saúde

2. Todo cidadão tem direito a tratamento adequado e efe-

tivo para seu problema

3. Todo cidadão tem direito ao atendimento humanizado,

acolhedor e livre de qualquer discriminação

4. Todo cidadão tem direito a atendimento que respeite a

sua pessoa, seus valores e seus direitos

5. Todo cidadão também tem responsabilidades para que

seu tratamento aconteça da forma adequada

6. Todo cidadão tem direito ao comprometimento dos

gestores da saúde para que os princípios anteriores se-

jam cumpridos.

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Debate sobre Fundações

CMS traz presidente do Conselho Nacional da Saúde paradebater a criação de fundações

Na Câmara de Vereadores, Francisco Batista Júnioralertou que o “problema do Sistema Único de Saúde (SUS)não é apenas financiamento, tampouco só gestão”, massim em todos os seus eixos estruturantes, produto do sis-temático e deliberado descumprimento da sua legislação,garante. Para o Presidente do CNS, “a falta de autonomiafinanceira e administrativa é parte do processo dedesconstrução total do Sistema Único de Saúde”. E o curi-oso, na opinião do Presidente, é que “estão tentando darcabo ao que há de mais moderno e concreto neste País,que é a legislação do SUS, sem lhe dar uma única chancede ser implantada e testada”.

O dirigente da CNS disse que na Bahia, Sergipe, Riode Janeiro, Pernambuco e no Acre já existem leis estadu-ais que tentam regulamentar a questão. E que, nos doisprimeiros, onde existem fundações em funcionamento, jásurgiram denúncias de ingerência do poder público.

“O governo federal recuou na sua proposta de cria-ção de lei federal pela pressão que sofreu por parte dasentidades e por entender que existem problemas legais nasua efetivação. Na contramão, o ministro Gomes Temporãonada tem feito para impedir que estados e municípios - queutilizam verbas federais – criem legislação própria sem re-gulamentação federal”.

Cláudio Augustin também criticou o projeto que pre-tende transferir para uma fundação a gestão da saúde emPorto Alegre. Para ele, uma fundação pública de direito pri-vado não pode gerir um serviço público. Augustin observouque a Constituição Federal de 1988 estabelece que “saúdeé direito de todos e obrigação do Estado” e destacou que afalta de regulamentação, por Lei Complementar, como pre-vê o art. 37, inciso XIX, da CF/88, impede que Fundaçõessejam criadas no ordenamento jurídico brasileiro.

O representante do CES/RS questionou ao Secretá-rio Municipal de Saúde de Porto Alegre, Carlos HenriqueCasartelli, qual seria a base legal para criar a fundação pro-posta pela Prefeitura. Para ele, a criação de fundação sóestá prevista no Código Civil Brasileiro, exceto para servi-ços prestados em saúde, pois atenção básica em saúde éum dever do Estado, e não pode ser delegado a ninguém.

Conceição Rezende também seposicionou de forma totalmente contrária ao pro-jeto. De acordo com a Secretária, “defendemosque os servidores sejam concursados, sob oregime estatutário e com possibilidade de ascen-são progressiva”.

O Secretário Municipal de Saúde de PortoAlegre, Carlos Henrique Casartelli, contestou to-dos os argumentos apresentados e destacou asnecessidades e as deficiências encontradas nogerenciamento do SUS pelos municípios. “O SUSé um sistema que tem problemas de financia-mento e em primeiro lugar é preciso mudar a for-ma de gestão na saúde. Temos que criar umacultura de um novo modelo de gestão”, defen-deu. O secretário ressaltou que as fundações nasaúde poderão representar uma saída para umsistema que enfrenta problemas de gestão. “Asfundações talvez sejam a saída para trazer umanova forma de contratação, diminuindo aterceirização nos serviços”, completou.

Após as apresentações, foram feitos vári-os questionamentos aos debatedores. E a mai-oria defendeu mais discussões para sanar dúvi-das, analisar e discutir melhor o projeto e, even-tualmente, aprimorar a proposta. O tema deverávoltar à Câmara Municipal de Porto Alegre, deacordo com o Presidente Nelcir Tessaro, aindano mês de agosto para um amplo debate comtoda sociedade riograndense.

Ministério Público - Na oportunidade, o Con-selho Municipal de Saúde de Porto Alegre entre-gou à Promotora de Justiça Ângela SaltonRotunno, do Ministério Público, uma denúnciasobre a tentativa da Prefeitura de Porto Alegre decriar uma fundação para gerir a saúde da cida-de, sem que tenha havido qualquer tipo de Con-sulta Pública ou discussão sobre o tema.

Crédito: Equipe CMS

Crédito: Equipe CMSCrédito: Equipe CMS

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