boletim estatístico mpa 2010

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BOLETIM ESTATSTICO DA PESCA E AQUICULTURABrasil 2010

Dilma Vana Rousseff Presidenta da Republica Federativa do Brasil Luiz Srgio Nbrega de Oliveira Ministro de Estado da Pesca e Aquicultura Maria Aparecida Perez Secretria-Executiva Sebastio Birino Chefe de Gabinete Amrico Ribeiro Tunes Secretrio de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura Joo Felipe Nogueira Matias Secretrio de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura Eloy de Souza Araujo Secretrio de Planejamento e Ordenamento da Pesca Antnio Carlos Conquista Secretrio de Infraestrutura e Fomento Henrique Csar Pereira Figueiredo Diretor de Monitoramento e Controle Carmlio Dias Moura Assessor Especial de Comunicao Social Bruno Leite Mourato Coordenador-Geral de Monitoramento e Informaes Pesqueiras Felipe Luiz Pereira Coordenador-Geral de Controle da Pesca

Braslia, fevereiro de 2012

Equipe Tcnica MPADepartamento de Monitoramento e Controle DEMOC Henrique Csar Pereira Figueiredo Coordenao Geral de Monitoramento e Informaes Pesqueiras CGMIP Bruno Leite Mourato, Rodrigo SantAna, Fernando de Pol Mayer Coordenao Geral de Controle da Pesca CGCOP Felipe Luiz Pereira, Antonieta Carvalho Regis de Alencastro, Flvio Simas de Andrade Secretaria de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura SEPOA Joo Felipe Nogueira Matias, Mauro Sousa de Moura, Ana Silvia Costa Silvino, Henrique de Moraes Santos Departamento de Fomento DEFO Maria Auxiliadora Alves da Silva, Mariana Pereira de Melo, Ana Carolina Marin, Renato Silva Cardoso Departamento de Registro da Pesca e Aquicultura DRPA Alexandre Marques, Claudio de Sousa Santos

Equipe Tcnica IBGECoordenao de Agropecuria COAGRO Flavio Pinto Boliger, Aristides Pereira Lima-Green, Marcelo de Moraes Duriez, Marcelo Poton Peres Coordenao de Mtodos e Qualidades COMEQ Guilherme Guimares Moreira, Djalma Galvo Carneiro Pessoa, Antonio Jos Ribeiro Dias

SUMRIO1. Panorama Geral da Pesca e Aquicultura Mundial Ano 2008 e 2009....................... 12 2. Produo Nacional de Pescados em 2010.................................................................. 18 3. Pesca Extrativa ............................................................................................................ 22 3.1. Panorama Geral da Pesca Extrativa no Brasil ...................................................... 22 3.2. Produo da Pesca Marinha ................................................................................ 22 3.2.1. Produo da Pesca Marinha por Regio e Unidade da Federao .............. 22 3.2.2. Produo da Pesca Marinha por Espcie ..................................................... 25 3.3. Produo da Pesca Continental ........................................................................... 29 3.3.1. Produo da Pesca Continental por Regio e Unidade da Federao ......... 29 3.3.2. Produo da Pesca Continental por Espcie ................................................ 33 3.4. Perfil dos Pescadores no Brasil ............................................................................ 35 3.5. Dinmica espao-temporal da frota pesqueira industrial ................................... 42 3.5.1. Metodologia ................................................................................................. 44 3.5.2. Mtodo de Linha .......................................................................................... 44 3.5.3. Mtodo de Emalhe ....................................................................................... 48 3.5.4. Mtodo de Arrasto ....................................................................................... 50 3.5.5. Mtodo de Cerco .......................................................................................... 55 3.5.6. Mtodo de Armadilha .................................................................................. 57 4. Aquicultura ................................................................................................................. 60 4.1. Panorama Geral da Aquicultura no Brasil ........................................................... 60 4.2. Produo da Aquicultura Marinha ...................................................................... 60 4.2.1. Produo da Aquicultura Marinha por Regio e Unidade da Federao..... 61 4.2.2. Produo da Aquicultura Marinha por Espcie............................................ 63 4.3. Produo da Aquicultura Continental ................................................................. 64 4.3.1. Produo da Aquicultura Continental por Regio e Unidade da Federao 64 4.3.2. Produo da Aquicultura Continental por Espcie ...................................... 66 5. Balana Comercial ...................................................................................................... 68 5.1. Introduo ........................................................................................................... 68 5.2. Balana Comercial de 2010 ................................................................................. 68 5.3. Exportaes ......................................................................................................... 69 5.3.1. Principais destinos ........................................................................................ 70 5.3.2. Categorias e Preos Mdios das Exportaes .............................................. 73

5.4. Importaes ......................................................................................................... 76 5.4.1. Principais origens.......................................................................................... 77 5.4.2. Principais produtos importados ................................................................... 78 5.4.3. Categorias e Preo Mdio das Importaes................................................. 81 6. Consumo Per Capita Aparente de Pescados no Brasil ............................................... 83 6.1. Introduo ........................................................................................................... 83 6.2. Metodologia ........................................................................................................ 83 6.3. Resultados ........................................................................................................... 85 7. Literatura citada ......................................................................................................... 88 ANEXO I. Listagem de nomes vulgares, sinonmias e nome cientficos de espcies e famlias das categorias de pescado produzidas no Brasil. ............................................. 89 ANEXO II. Metodologia utilizada para as estimativas de produo da pesca extrativa marinha e continental .................................................................................................... 98 ANEXO III. Metodologia utilizada para as estimativas de produo da pescado de origem aqucola ............................................................................................................ 124

LISTA DE TABELASTabela 1. Produo de pescado (t) mundial dos trinta maiores produtores em 2008 e 2009 ................................................................................................................................ 13 Tabela 2. Produo de pescado (t) mundial da pesca extrativa dos trinta maiores produtores em 2008 e 2009 ........................................................................................... 14 Tabela 3. Produo de pescado (t) mundial da aquicultura dos trinta maiores produtores em 2008 e 2009 ........................................................................................... 15 Tabela 4. Produo de pescado (t) nacional por modalidade no perodo de 2009 e 2010, discriminada por regio e unidade da federao................................................. 19 Tabela 5. Produo de pescado (t) nacional e participao relativa do total da pesca extrativa marinha e continental dos anos de 2008, 2009 e 2010 .................................. 22 Tabela 6. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa marinha de 2009 e 2010, discriminada por regio e unidade da federao........................................................... 23 Tabela 7. Produo de pescado (t) da pesca extrativa marinha nos anos de 2008, 2009 e 2010, discriminada por espcie ................................................................................... 26 Tabela 8. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa continental de 2009 e 2010, discriminada por regio e unidade da federao................................................. 31 Tabela 9. Produo de pescado (t) da pesca extrativa continental nos anos de 2008, 2009 e 2010, discriminada por espcie .......................................................................... 33 Tabela 10. Nmero de pescadores registrados no Brasil em 2010, distribudos por Unidade da Federao e gnero. ................................................................................... 36 Tabela 11. Nmero de pescadores registrados por Unidade Federativa em 2010, distribudos por faixa etria............................................................................................ 41 Tabela 12. Produo total, continental e marinha da aquicultura no Brasil entre 2008 e 2010 ................................................................................................................................ 60 Tabela 13. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha entre 2008 e 2010 por Regies e Unidades da Federao .................................................................................. 62 Tabela 14. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha por espcie..................... 63 Tabela 15. Produes da aquicultura continental entre 2008 e 2010 por Regies e Unidades da Federao .................................................................................................. 65 Tabela 16. Produo de pescado (t) da aquicultura continental por espcie................ 67 Tabela 17. Balana Comercial de Pescado 2009-2010 ................................................... 68 Tabela 18. Balana Comercial de Pescados e Derivados em 2010................................. 69 Tabela 19. Principais Produtos Exportados 2009 E 2010 ............................................ 70 Tabela 20. Comparativo dos Principais Destinos do Pescado Nacional - 2009 e 2010 .. 71 Tabela 21. Exportao, Importao e Saldo ms a ms em 2010.................................. 73

Tabela 22 Exportaes por Categorias e Preo Mdio - 2009 e 2010 ........................... 74 Tabela 23. Importaes de Pescados e Derivados - 2009 e 2010 .................................. 76 Tabela 24. Principais Origens das Importaes Brasileiras 2009 E 2010 .................... 77 Tabela 25. Principais Produtos Importados pelo Brasil - 2009 e 2010........................... 80 Tabela 26. Importaes por Categorias e Preo Mdio ................................................. 81 Tabela 27. Categorias e Fatores de Converso .............................................................. 84 Tabela 28. Consumo Per Capita Aparente Anual ........................................................... 85

LISTA DE FIGURASFigura 1. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa (marinha e continental) de 1950 a 2010 ............................................................................................................... 16 Figura 2. Produo de pescado (t) nacional da aquicultura (marinha e continental) de 1980 a 2010 .................................................................................................................... 17 Figura 3. Produo de pescado (t) nacional em 2009 e 2010 discriminada por regio . 20 Figura 4. Produo de pescado (t) nacional em 2009 e 2010 discriminada por Unidade da Federao .................................................................................................................. 21 Figura 5. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa marinha em 2009 e 2010 discriminada por regio .................................................................................................. 24 Figura 6. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa marinha em 2009 e 2010 discriminada por Unidade da Federao........................................................................ 24 Figura 7. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa continental em 2009 e 2010 discriminada por regio ......................................................................................... 32 Figura 8. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa continental em 2009 e 2010 discriminada por Unidade da Federao............................................................... 33 Figura 9. Distribuio regional dos pescadores profissionais registrados no Brasil em 2010, de acordo com o gnero....................................................................................... 37 Figura 10. Distribuio estadual dos pescadores profissionais registrados no Brasil em 2009, de acordo com o gnero....................................................................................... 38 Figura 11. Registro de pescadores profissionais cancelados em 2010 por motivo e gnero ............................................................................................................................. 39 Figura 12. Proporo de pescadores profissionais registrados no Brasil em 2009 e 2010, de acordo com a faixa etria. ......................................................................................... 40 Figura 13. Proporo estadual de pescadores profissionais registrados no Brasil em 2010, de acordo com a faixa etria. ............................................................................... 42 Figura 14. Esquema de funcionamento do PREPS ......................................................... 43 Figura 15. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Espinhel Vertical para captura de Pargo na Regio Norte/Nordeste em 2010.................................................. 45 Figura 16. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho de Espinhel Horizontal de Superfcie para captura de Atuns e Afins em 2010 ........................................................ 46 Figura 17. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho de Vara com Isca-Viva para a captura de Bonito-listrado na Regio Sul/Sudeste em 2010....................................... 48 Figura 18. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Emalhe de Fundo na Regio Norte em 2010 .................................................................................................... 49 Figura 19. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Emalhe de Fundo na Regio Sul/Sudeste em 2010 .......................................................................................... 50

Figura 20. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Duplo para a captura de Camaro-rosa na Regio Norte em 2010 ..................................................... 52 Figura 21. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Duplo para a captura de Camaro-rosa na Regio Sul/Sudeste em 2010 ........................................... 53 Figura 22. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Parelha, para a captura de Piramutaba na Regio Norte, em 2010 ........................................................ 54 Figura 23. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Simples na Regio Sul/Sudeste em 2010 ...................................................................................................... 55 Figura 24. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Rede de Cerco para captura de Sardinha-verdadeira na regio Sul/Sudeste em 2010 ................................. 56 Figura 25. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Potes para captura de Polvo na Regio Sudeste, em 2010 ................................................................................ 58 Figura 26. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Potes para captura de Polvo na Regio Sul em 2010 ......................................................................................... 59 Figura 27. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha entre 2008 e 2010 .......... 61 Figura 28. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha por Unidades da Federao ........................................................................................................................................ 63 Figura 29. Produo de pescado (t) da aquicultura continental entre 2008 e 2010 ..... 64 Figura 30. Produo de pescado (t) da aquicultura continental por Unidade da Federao ....................................................................................................................... 66 Figura 31. Principais Destinos do Pescado Brasileiro em funo do valor 2009 e 2010 ........................................................................................................................................ 71 Figura 32. Principais Destinos do Pescado Brasileiro em funo do peso - 2009 e 2010 ........................................................................................................................................ 72 Figura 33. Balana Comercial de 2010 ........................................................................... 72 Figura 34. Porcentagem em Dlares das Exportaes por Categoria ............................ 75 Figura 35. Porcentagem em Kg das Exportaes por Categoria .................................... 76 Figura 36. Principais Origens das Importaes em Funo do valor 2009 e 2010 ...... 78 Figura 37. Principais Origens das Importaes em Toneladas 2009 e 2010 ............... 78 Figura 38. Consumo per capita aparente nacional para os perodos de 1996 a 2010... 86 Figura 39. Consumo per capita aparente comparado produo de pescado nacional entre 1996 e 2010 .......................................................................................................... 86 Figura 40. Porcentagem indicativa da origem do pescado consumido no Brasil de 2000 a 2010 ............................................................................................................................. 87

APRESENTAODesde a criao da Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca (SEAP-PR), no ano de 2003, e pela evoluo Ministrio da Pesca e Aquicultura (MPA), no ano de 2009, que o Governo Federal vem desenvolvendo diversas polticas pblicas para estimular o incremento da produo aqucola bem como a utilizao sustentvel dos recursos pesqueiros no pas. O desenvolvimento econmico de tais atividades prescinde da elaborao de sistemas de avaliao das cadeias produtivas da pesca e da aquicultura e da gerao contnua de dados e informaes estatsticas que possam balizar novas polticas pblicas para o setor e orientar os investimentos feitos pela a iniciativa privada.

Alm dos aspectos de produo de pescado no pas, o Boletim apresenta tambm dinmica das principais frotas pesqueiras atuantes no litoral brasileiro, a distribuio e estrutura etria dos pescadores no pas, a balana comercial do pescado e o consumo aparente de pescado pela populao brasileira.

Esta publicao pretende ser um instrumento seguro e constante da formulao de polticas pblicas que faam do Brasil, um pas sem pobreza e grande produtor de pescado.

LUIZ SRGIO NBREGA DE OLIVEIRAMinistro de Estado da Pesca e Aquicultura

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INTRODUODesde 2007 a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidncia da Republica (SEAP/PR), atualmente o Ministrio da Pesca e Aquicultura (MPA) responsvel pela coleta, armazenamento, processamento e disponibilizao de informaes sobre a produo de pescado no Brasil. Essa atribuio, alm de ser uma das tarefas mais importantes do MPA, compreende uma cooperao tcnica com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), a qual visa coordenar o Sistema Nacional de Informaes da Pesca e Aquicultura (SINPESQ). Historicamente, as informaes utilizadas para a consolidao da estatstica de pesca e aquicultura nacional eram coletadas, em sumo, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (IBAMA), atravs do programa de monitoramento EstatPESCA. Com a insero do MPA na atribuio da consolidao da estatstica pesqueira nacional o Programa EstatPESCA vem sendo gradativamente substitudo por uma nova metodologia de monitoramento baseada no modelo do SINPESQ. O MPA, atravs da celebrao de convnios com instituies pblicas, privadas e de crater misto visa implementao dessa nova metodologia com o objetivo de tornar a coleta de dados de produo de pescado mais robusta, gil e eficaz. Desse modo, a consolidao da estatstica pesqueira nacional para o ano de 2010, de certo modo, repetiu o mtodo utilizado dos dois ltimos anos (i.e. Boletim Estatstico da Pesca e Aquicultura - Ano 2008 e 2009). A metodologia consistiu na utilizao dos modelos de imputao para dados ausentes ou faltantes, com base em informaes oficiais pretritas publicadas pelo Brasil. Adicionalmente, vale destacar que as informaes geradas pelos convnios celebrados pelo MPA tambm foram incorporadas na ntegra na presente anlise e funcionaram como balizadores para as estimativas de produo de pescado. Portanto, atualmente os trabalhos para o desenvolvimento da estatstica pesqueira e aqucola nacional podem ser inseridos numa fase de transio, uma vez que para a consolidao das informaes contidas neste boletim, ainda se fez necessrio a utilizao de dados pretritos (Programa EstatPESCA) para os locais onde no houveram coletas. E, por outro lado, tambm foram utilizadas as informaes geradas atravs dos convnios celebrados pelo MPA, os quais alm de visarem a coleta de informaes pesqueiras, tambm objetivam a implementao da metodologia e plano do SINPESQ. O Boletim Estatstico da Pesca e Aquicultura Ano 2010 o segundo boletim estatstico editado e publicado pelo MPA. Seguindo o modelo da edio anterior, neste boletim so disponibilizadas informaes sobre o panorama geral da pesca e aquicultura mundial do ano de 2009, a produo de pescado nacional de 2010, incluindo a pesca extrativa e continental, produo aqucola marinha e continental de 2010 e informaes sobre a dinmica espao-temporal das frotas pesqueiras controladas pelo Programa Nacional de Rastreamento de Embarcaes Pesqueiras por Satlite (PREPS). Alm disso, tambm so apresentadas informaes sobre a estrutura dos pescadores no Brasil, balana comercial do pescado, bem como o consumo de pescado per capita aparente no Brasil. 11

1. PANORAMA GERAL DA PESCA E AQUICULTURA MUNDIAL ANO 2008 E 2009As informaes apresentadas nesta seo demonstram o panorama da produo mundial de pescado e so provenientes da Organizao das Naes Unidas para Agricultura e Alimentao (FAO), sendo disponibilizadas e acessadas atravs do programa FishStat Plus (Universal Software for Fishery Statistical Time Series). As bases de dados foram consultadas entre fevereiro e outubro de 2011 e trazem informaes da produo pesqueira e aqucola mundial para o perodo de 1950 a 2009. No caso do Brasil, para o ano de 2009, foram utilizados os valores consolidados e apresentados no Boletim Estatstico da Pesca e Aquicultura - Ano 2008 e 2009, restringindo-se a este perodo a anlise desta seo, devido a no publicao dos dados referentes produo mundial de pescado de 2010 pela FAO. A produo mundial de pescado (proveniente tanto da pesca extrativa quanto da aquicultura) atingiu aproximadamente 146 milhes de toneladas em 2009 e 142 milhes de toneladas em 2008. Os maiores produtores em 2009 foram a China com aproximadamente 60,5 milhes de toneladas, a Indonsia com 9.8 milhes de toneladas, a ndia com 7,9 milhes de toneladas e o Peru com cerca de 7 milhes de toneladas. O Brasil, neste contexto, contribuiu com 1.240.813 t em 2009, representando 0,86% da produo mundial de pescado. Em 2008, a produo de pescado nacional contribuiu com 0,81% do total produzido no mundo. Com este aumento no percentual de contribuio da produo total de pescado mundial de 2008 para 2009, o Brasil ganhou quatro posies e passou a ocupar o 18 lugar no ranking geral dos maiores produtores de pescado do mundo (Tabela 1). Considerandose apenas os pases da Amrica do Sul, fica evidente que a produo de pescado dos pases que pescam no oceano Pacfico so bem superiores produo brasileira. O Peru registrou uma produo em torno de 7 milhes de toneladas, seguido pelo Chile, com aproximadamente 4,7 milhes de toneladas. Neste critrio, o Brasil aparece em terceiro lugar, logo frente da Argentina que produziu cerca de 862 mil toneladas de pescado (Tabela 1).

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Tabela 1. Produo de pescado (t) mundial dos trinta maiores produtores em 2008 e 2009 Posio 1 China 2 Indonsia 3 ndia 4 Peru 5 Japo 6 Filipinas 7 Vietn 8 Estados Unidos 9 Chile 10 Rssia 11 Mianmar 12 Noruega 13 Coria do Sul 14 Tailndia 15 Bangladesh 16 Malsia 17 Mxico 18 Brasil 19 Marrocos 20 Espanha 21 Islndia 22 Canad 23 Egito 24 Taiwan 25 Argentina 26 Dinamarca 27 Reino Unido 28 Nigria 29 Coria do Norte 30 Equador Pas 2008 Produo 57.827.108 8.860.745 7.950.287 7.448.994 5.615.779 4.972.358 4.585.620 4.856.867 4.810.216 3.509.646 3.168.562 3.279.730 3.358.475 3.204.293 2.563.296 1.757.348 1.745.757 1.156.423 1.003.823 1.167.323 1.311.691 1.108.049 1.067.631 1.347.371 997.783 725.549 775.194 744.575 713.250 641.824 % 40,64% 6,23% 5,59% 5,23% 3,95% 3,49% 3,22% 3,41% 3,38% 2,47% 2,23% 2,30% 2,36% 2,25% 1,80% 1,23% 1,23% 0,81% 0,71% 0,82% 0,92% 0,78% 0,75% 0,95% 0,70% 0,51% 0,54% 0,52% 0,50% 0,45% Produo 60.474.939 9.815.202 7.845.163 6.964.446 5.195.958 5.083.131 4.832.900 4.710.453 4.702.902 3.949.267 3.545.186 3.486.277 3.199.177 3.137.682 2.885.864 1.871.971 1.773.644 1.240.813 1.173.832 1.171.508 1.169.597 1.107.123 1.079.501 1.060.986 862.543 811.882 770.086 751.006 713.350 696.763 2009 % 41,68% 6,76% 5,41% 4,80% 3,58% 3,50% 3,33% 3,25% 3,24% 2,72% 2,44% 2,40% 2,20% 2,16% 1,99% 1,29% 1,22% 0,86% 0,81% 0,81% 0,81% 0,76% 0,74% 0,73% 0,59% 0,56% 0,53% 0,52% 0,49% 0,48%

Em relao produo de pescado oriundo da pesca extrativa, tanto marinho quanto continental, a China continua sendo o maior produtor do mundo, com pouco mais de 15 milhes de toneladas em 2009. Em seguida, esto o Peru com cerca de 7 milhes de toneladas, a Indonsia com 5,1 milhes de toneladas e os Estados Unidos com 4,2 milhes de toneladas (Tabela 2). Nesse critrio, o Brasil ganhou uma posio em 2009 em relao a 2008, passando a ocupar a 23 colocao no ranking mundial de produo de pescados por pesca extrativa, com 825.164 t (Tabela 2). 13

Tabela 2. Produo de pescado (t) mundial da pesca extrativa dos trinta maiores produtores em 2008 e 2009 Posio 1 China 2 Peru 3 Indonsia 4 Estados Unidos 5 ndia 6 Japo 7 Rssia 8 Chile 9 Mianmar 10 Filipinas 11 Noruega 12 Vietn 13 Coria do Sul 14 Bangladesh 15 Tailndia 16 Mxico 17 Malsia 18 Marrocos 19 Islndia 20 Canad 21 Espanha 22 Argentina 23 Brasil 24 Dinamarca 25 Taiwan 26 Nigria 27 Reino Unido 28 Paquisto 29 frica do Sul 30 Equador Pas 2008 Produo 15.157.263 7.405.875 5.005.801 4.357.014 4.099.228 4.429.441 3.393.966 3.939.371 2.493.750 2.564.660 2.431.371 2.087.500 1.963.657 1.557.754 1.873.432 1.586.448 1.402.969 1.002.424 1.306.593 955.872 918.249 995.083 791.056 690.212 1.016.510 601.368 596.007 451.414 656.426 469.704 % 16,90% 8,26% 5,58% 4,86% 4,57% 4,94% 3,78% 4,39% 2,78% 2,86% 2,71% 2,33% 2,19% 1,74% 2,09% 1,77% 1,56% 1,12% 1,46% 1,07% 1,02% 1,11% 0,88% 0,77% 1,13% 0,67% 0,66% 0,50% 0,73% 0,52% Produo 15.195.766 6.920.129 5.102.355 4.230.380 4.053.241 3.952.622 3.831.957 3.821.818 2.766.940 2.605.739 2.524.437 2.243.100 1.867.458 1.821.579 1.741.662 1.616.687 1.399.669 1.172.355 1.164.432 952.954 905.028 859.933 825.164 777.752 770.130 598.210 590.993 546.362 522.944 478.402 2009 % 16,88% 7,69% 5,67% 4,70% 4,50% 4,39% 4,26% 4,25% 3,07% 2,90% 2,80% 2,49% 2,07% 2,02% 1,94% 1,80% 1,56% 1,30% 1,29% 1,06% 1,01% 0,96% 0,92% 0,86% 0,86% 0,66% 0,66% 0,61% 0,58% 0,53%

Em relao produo aqucola mundial de 2009, a China continua sendo o maior produtor, com aproximadamente 45,3 milhes de toneladas. A Indonsia e a ndia so o segundo e terceiro maiores produtores, com cerca de 4,7 milhes e 3,8 milhes de toneladas, respectivamente (Tabela 3). Neste critrio, o Brasil ocupa a 17 posio no ranking mundial, com a produo de 415.649 t em 2009, caindo uma posio em relao a 2008. Na Amrica do Sul, apenas o Chile produziu mais que o Brasil, com 881.084 toneladas (1 produtor na Amrica do Sul), enquanto que o Equador aparece como o 21produtor no ranking mundial (ou 3 considerando-se apenas a Amrica do Sul) com 218.361 t em 2009 (Tabela 3). 14

Tabela 3. Produo de pescado (t) mundial da aquicultura dos trinta maiores produtores em 2008 e 2009 Posio 1 China 2 Indonsia 3 ndia 4 Vietn 5 Filipinas 6 Tailndia 7 Coria do Sul 8 Japo 9 Bangladesh 10 Noruega 11 Chile 12 Mianmar 13 Egito 14 Coria do Norte 15 Estados Unidos 16 Malsia 17 Brasil 18 Taiwan 19 Espanha 20 Frana 21 Equador 22 Ir 23 Reino Unido 24 Itlia 25 Turquia 26 Mxico 27 Canad 28 Nigria 29 Paquisto 30 Grcia Pas 2008 Produo 42.669.845 3.854.944 3.851.059 2.498.120 2.407.698 1.330.861 1.394.818 1.186.338 1.005.542 848.359 870.845 674.812 693.815 508.250 499.853 354.379 365.367 330.861 249.074 238.512 172.120 154.731 179.187 148.977 152.260 159.309 152.177 143.207 135.098 114.888 % 81,28% 7,34% 7,34% 4,76% 4,59% 2,53% 2,66% 2,26% 1,92% 1,62% 1,66% 1,29% 1,32% 0,97% 0,95% 0,68% 0,70% 0,63% 0,47% 0,45% 0,33% 0,29% 0,34% 0,28% 0,29% 0,30% 0,29% 0,27% 0,26% 0,22% Produo 45.279.173 4.712.847 3.791.922 2.589.800 2.477.392 1.396.020 1.331.719 1.243.336 1.064.285 961.840 881.084 778.246 705.500 508.350 480.073 472.302 415.649 290.856 266.479 234.008 218.361 179.573 179.093 162.315 158.762 156.957 154.169 152.796 138.099 121.971 2009 % 82,18% 8,55% 6,88% 4,70% 4,50% 2,53% 2,42% 2,26% 1,93% 1,75% 1,60% 1,41% 1,28% 0,92% 0,87% 0,86% 0,75% 0,53% 0,48% 0,42% 0,40% 0,33% 0,33% 0,29% 0,29% 0,28% 0,28% 0,28% 0,25% 0,22%

Analisando-se a srie histrica (1950-2010) dos dados de produo pesqueira do Brasil, observa-se um crescimento acentuado da captura de 1950 at 1985, quando foi registrada a maior produo, atingindo 956.684 t. Neste perodo os eventos mais importantes foram o programa de industrializao da pesca implantado pelo Governo Juscelino Kubitschek no final da dcada de 50, a criao da Superintendncia de Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE) em 1962 e a promulgao do novo Cdigo de Pesca atravs do Decreto-Lei 221, de 28/02/1967. Esses episdios impulsionaram o 15

crescimento da atividade pesqueira entre 1950 e 1985. Entre 1986 e 1990 houve um declnio gradativo das capturas, quando a produo pesqueira diminuiu de 946.560 t para 619.805 t, evidenciado pelo inicio do processo de sobrepesca de alguns estoques, tais como, o da sardinha-verdadeira, dos camares e dos peixes demersais da regio Sul. Alm disso, em meados da dcada de 80 houve a desativao dos incentivos fiscais, o que tambm contribuiu para o declnio da produo pesqueira entre 1985 e 1990. De 1990 at o ano 2000, a produo pesqueira ficou caracterizada por um perodo de estabilidade. A partir do ano 2000, a produo voltou a crescer, passando de 666.846 t para 825.164 t em 2009. Esta recuperao deveu-se principalmente pela recuperao, ainda que tmida, de alguns estoques, tais como o da sardinhaverdadeira. Alm disso, vale destacar que em 2003, com a criao da SEAP, hoje MPA, em conjunto com o Ministrio do Meio ambiente (MMA) em um processo de gesto compartilhada, houve a promoo de polticas pblicas que alm de ter reforado o setor pesqueiro nacional, alavancaram a produo pesqueira no pas. Ainda que tenha sido observado um declnio da captura entre 2009 e 2010, quando foi registrada uma produo de 785.366 t, o perodo entre 2000 e 2010 caracterizou-se por um perodo de recuperao da produo pesqueira nacional em relao dcada precedente (Figura 1).1.000.000 900.000 800.000 700.000

Produo (t)

600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0

Figura 1. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa (marinha e continental) de 1950 a 2010

De acordo com a FAO, a produo aqucola brasileira teve incio em 1968, quando foram reportadas menos de 0,5 t. Desde ento, a aquicultura nacional tem mostrado um crescimento gradual, atingindo o pico de produo em 2003, com 273.268 t. Aps uma pequena queda nos anos de 2004 e 2005, a produo retomou o 16

1950 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010

crescimento, registrando os maiores valores em 2008, 2009 e 2010, com 365.367 t, 415.649 t e 479.398 t, respectivamente (Figura 2).500.000 450.000 400.000 350.000

Produo (t)

300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0

Figura 2. Produo de pescado (t) nacional da aquicultura (marinha e continental) de 1980 a 2010

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

17

2. PRODUO NACIONAL DE PESCADOS EM 2010A produo de pescado do Brasil, para o ano de 2010, foi de 1.264.765 t, registrando-se um incremento de 2% em relao a 2009, quando foram produzidas 1.240.813 t de pescado. A pesca extrativa marinha continuou sendo a principal fonte de produo de pescado nacional, sendo responsvel por 536.455 t (42,4% do total de pescado), seguida, sucessivamente, pela aquicultura continental (394.340 t; 31,2%), pesca extrativa continental (248.911 t; 19,7%) e aquicultura marinha (85.057 t; 6,7%) (Tabela 4). Em 2010 foi registrada uma reduo de 8,4% na produo de pescado oriunda da pesca extrativa marinha em relao a 2009, resultado de um decrscimo de 49.217 t. Por outro lado, a produo da pesca extrativa continental e a aquicultura continental e marinha fecharam em alta em relao a 2009, com um acrscimo de 3,9%, 16,9% e 9%, respectivamente.

18

Tabela 4. Produo de pescado (t) nacional por modalidade no perodo de 2009 e 2010, discriminada por regio e unidade da federao2009 Regies e Unidades da Federao Marinha BRASIL NORTE Acre Amap Amazonas Par Rondnia Roraima Tocantins NORDESTE Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe SUDESTE Espirito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo SUL Paran Rio Grande do Sul Santa Catarina CENTRO-OESTE Distrito Federal Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul Pesca Extrativa Continental Sub-total pesca (t) 825.164,1 229.746,6 1.568,3 17.399,7 71.109,9 134.130,3 3.603,4 396,6 1.538,4 285.220,7 9.410,2 101.224,5 35.365,8 69.532,8 10.800,6 18.368,8 4.802,4 29.124,7 6.590,9 119.018,8 13.933,9 8.874,8 58.154,2 38.055,9 179.152,6 7.916,3 21.790,8 149.445,5 12.025,3 282,2 1.332,2 5.560,0 4.850,9 Marinha Aquicultura Continental Sub-total aquicultura (t) 415.649,4 36.028,4 3.536,2 652,7 10.234,7 3.920,0 8.178,1 3.502,5 6.004,1 130.502,4 8.068,4 20.030,7 53.328,1 1.649,6 2.572,4 5.405,6 5.148,0 27.563,8 6.735,8 59.619,2 6.241,2 9.934,3 4.797,6 38.646,0 129.494,6 31.980,2 47.554,0 49.960,4 60.004,9 1.025,9 15.964,3 30.510,8 12.504,0 Total (t) Marinha 1.240.813,4 265.775,0 5.104,5 18.052,4 81.344,6 138.050,3 11.781,5 3.899,1 7.542,5 415.723,1 17.478,6 121.255,2 88.693,9 71.182,4 13.373,0 23.774,4 9.950,4 56.688,5 13.326,7 178.638,0 20.175,2 18.809,1 62.951,8 76.702,0 308.647,2 39.896,5 69.344,8 199.406,0 72.030,2 1.308,1 17.296,4 36.070,8 17.354,9 Pesca Extrativa Continental Sub-total pesca (t) 785.366,3 232.176,6 1.904,2 15.719,7 70.896,0 138.534,0 2.889,0 396,9 1.836,9 264.625,6 9.949,7 91.712,9 32.889,8 69.724,5 10.264,9 14.650,0 5.125,2 24.374,5 5.934,0 113.865,2 14.904,9 9.573,1 55.363,2 34.024,0 161.657,5 4.852,7 31.218,9 125.586,0 13.041,3 338,9 1.440,7 6.184,6 5.077,0 Marinha 85.058,6 257,9 0,0 0,0 0,0 257,9 0,0 0,0 0,0 67.327,9 174,7 6.560,8 21.219,8 302,5 1.898,8 3.966,1 1.978,3 28.649,7 2.577,2 855,5 675,1 0,0 26,5 153,9 16.617,4 961,8 19,3 15.636,2 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 2010 Aquicultura Sub-total Continenaquicultura tal (t) 394.340,0 479.398,6 41.581,1 41.839,0 4.108,7 4.108,7 757,8 757,8 11.892,2 11.892,2 4.286,4 4.544,2 9.490,6 9.490,6 4.067,9 4.067,9 6.977,5 6.977,5 78.578,5 145.906,4 9.115,8 9.290,6 16.256,6 22.817,4 38.090,9 59.310,8 1.620,8 1.923,2 1.292,5 3.191,3 2.266,0 6.232,1 4.070,8 6.049,1 1.264,3 29.914,0 4.600,8 7.178,0 70.915,2 71.770,7 6.955,6 7.630,7 11.618,1 11.618,1 7.257,1 7.283,6 45.084,4 45.238,3 133.425,1 150.042,5 35.811,1 36.773,0 55.066,4 55.085,8 42.547,5 58.183,7 69.840,1 69.840,1 1.233,1 1.233,1 18.750,1 18.750,1 35.333,0 35.333,0 14.523,8 14.523,8 Total (t)

585.671,5 239.492,6 99.055,6 130.691,0 0,0 1.568,3 7.007,7 10.391,9 0,0 71.109,9 92.047,8 42.082,5 0,0 3.603,4 0,0 396,6 0,0 1.538,4 215.225,9 69.994,8 8.993,8 416,4 83.537,5 17.687,0 23.816,4 11.549,4 41.380,4 28.152,4 8.987,1 1.813,5 15.019,9 3.348,9 3.019,4 1.783,0 24.888,2 4.236,6 5.583,2 1.007,7 97.753,5 21.265,3 13.102,4 831,6 0,0 8.874,8 57.090,1 1.064,1 27.561,1 10.494,9 173.636,5 5.516,2 6.093,7 1.822,6 18.636,3 3.154,5 148.906,5 539,0 0,0 12.025,3 0,0 282,2 0,0 1.332,2 0,0 5.560,0 0,0 4.850,9

78.296,4 337.353,0 246,1 35.782,3 0,0 3.536,2 0,0 652,7 0,0 10.234,7 246,1 3.673,9 0,0 8.178,1 0,0 3.502,5 0,0 6.004,1 62.859,1 67.643,3 192,4 7.876,0 6.023,1 14.007,7 20.515,8 32.812,3 251,8 1.397,8 1.461,4 1.111,0 3.518,0 1.887,6 1.639,8 3.508,1 26.478,1 1.085,7 2.778,7 3.957,1 780,1 58.839,0 611,0 5.630,2 0,0 9.934,3 26,2 4.771,4 142,9 38.503,1 14.411,0 115.083,5 1.101,4 30.878,8 21,3 47.532,7 13.288,3 36.672,1 0,0 60.004,9 0,0 1.025,9 0,0 15.964,3 0,0 30.510,8 0,0 12.504,0

536.454,9 248.911,4 93.450,2 138.726,4 0,0 1.904,2 5.865,2 9.854,6 0,0 70.896,0 87.585,0 50.949,0 0,0 2.889,0 0,0 396,9 0,0 1.836,9 195.842,1 68.783,5 9.511,0 438,7 74.043,0 17.669,9 21.254,7 11.635,1 43.780,1 25.944,5 8.337,3 1.927,6 10.918,3 3.731,7 2.994,1 2.131,1 19.962,5 4.412,1 5.041,1 892,8 90.588,7 23.276,5 14.035,7 869,1 0,0 9.573,1 54.113,0 1.250,2 22.440,0 11.584,0 156.573,9 5.083,7 3.141,0 1.711,7 28.455,9 2.763,0 124.977,0 609,0 0,0 13.041,3 0,0 338,9 0,0 1.440,7 0,0 6.184,6 0,0 5.077,0

1.264.764,9 274.015,6 6.012,8 16.477,6 82.788,2 143.078,2 12.379,6 4.464,8 8.814,4 410.532,1 19.240,3 114.530,3 92.200,6 71.647,8 13.456,2 20.882,1 11.174,3 54.288,5 13.111,9 185.635,9 22.535,6 21.191,2 62.646,8 79.262,3 311.700,0 41.625,6 86.304,6 183.769,7 82.881,4 1.572,1 20.190,8 41.517,6 19.600,8

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Em 2010, a Regio Nordeste foi novamente a que assinalou a maior produo de pescado do pas, com 410.532 t, respondendo por 32,5% da produo nacional. As regies sul, norte, sudeste e centro-oeste, vieram logo em seguida nesta mesma ordem, registrando-se 311.700 t (24,6%), 274.015 t (21,7%), 185.636 t (14,7%) e 82.881 t (6,6%), respectivamente (Tabela 4 e Figura 3).

450.000 400.000 350.000Produo (t)

2009

2010

300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0Nordeste Sul Norte Sudeste Centro-Oeste

Figura 3. Produo de pescado (t) nacional em 2009 e 2010 discriminada por regio

A anlise da produo nacional de pescado por Unidade da Federao para o ano de 2010 demonstrou que o Estado de Santa Catarina continua sendo o maior plo produtor de pescado do Brasil, com 183.770 t, seguido pelos estados, do Par com 143.078 t e Bahia com 114.530 t (Figura 4 e Tabela 4). Embora tenha permanecido como maior produtor do Brasil, o Estado de Santa Catarina, em relao ao total produzido em 2009, apresentou uma queda de 7,8% em 2010. Os estados de Pernambuco, Amap e Rio Grande do Norte tambm apresentaram uma reduo em relao ao produzido em 2009, com 12,2%, 8,7% e 4,2%, respectivamente. No entanto, para os estados do Rio Grande do Sul, Acre e Piau foi observado um incremento na produo de pescado em relao ao ano de 2009 (Figura 4 e Tabela 4), com um crescimento de 24,5%, 17,8% e 12,3%, respectivamente.

20

200.000 180.000 160.000 140.000Produo (t)

2009

2010

120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000SC PA BA CE RS AM SP MA RJ RN PR MT ES MG PE GO MS AL AP PB SE RO PI TO AC RO DF

0

Figura 4. Produo de pescado (t) nacional em 2009 e 2010 discriminada por Unidade da Federao

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3. PESCA EXTRATIVA 3.1. PANORAMA GERAL DA PESCA EXTRATIVA NO BRASILA produo total da pesca extrativa no Brasil foi de 785.366 t em 2010, caracterizando um decrscimo de 0,7% em relao a 2008 e 4,8% em relao a 2009. A pesca marinha foi responsvel por 68,3 % da produo total nacional oriunda da pesca extrativa em 2010 (536.455 t), o que representou uma reduo de 8,4% em relao a 2009 (585.671 t). Para a pesca continental, o cenrio foi oposto, uma vez que se registrou um aumento de 4% na produo entre 2009 e 2010, com 239.493 t e 248.911 t, respectivamente. Como consequncia, a contribuio da pesca continental para o total da pesca extrativa aumentou de 29% em 2009 para aproximadamente 31,7% em 2010 (Tabela 5).Tabela 5. Produo de pescado (t) nacional e participao relativa do total da pesca extrativa marinha e continental dos anos de 2008, 2009 e 2010 2008 Produo PESCA Continental Marinha 791.056 261.283 529.774 2009 Produo 825.164 239.493 585.671 2010 Produo 785.366 248.911 536.455

% 33,0 67,0

% 29,0 71,0

% 31,7 68,3

3.2. PRODUO DA PESCA MARINHA3.2.1. PRODUO DA PESCA MARINHA POR REGIO E UNIDADE DA FEDERAOEm 2010, a Regio Nordeste foi responsvel pela maior parcela da produo nacional, com 195.842 t, representando 36,5% do total capturado. A Regio Sul ficou em segundo lugar, com 156.574 t (29,2% do total), embora este valor tenha sido menor do que nos dois anos anteriores (173.636 t em 2009 e 159.015 t em 2008). Para a Regio Norte foi registrado 93.450 t em 2010 (17,4% do total capturado), caracterizando uma queda de 5,7% em relao a 2009 (99.056 t). A produo pesqueira da Regio Sudeste caiu aproximadamente 7,3% de 2009 para 2010, passando de 97.754 t para 90.589 t (Tabela 6 e Figura 5).

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Tabela 6. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa marinha de 2009 e 2010, discriminada por regio e unidade da federao Regies e Unidades da Federao BRASIL NORTE Amap Par NORDESTE Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe SUDESTE Esprito Santo Rio de Janeiro So Paulo SUL Paran Rio Grande do Sul Santa Catarina 2009 585.671,5 99.055,6 7.007,7 92.047,8 215.225,9 8.993,8 83.537,5 23.816,4 41.380,4 8.987,1 15.019,9 3.019,4 24.888,2 5.583,2 97.753,5 13.102,4 57.090,1 27.561,1 173.636,5 6.093,7 18.636,3 148.906,5 2010 536.454,9 93.450,2 5.865,2 87.585,0 195.842,1 9.511,0 74.043,0 21.254,7 43.780,1 8.337,3 10.918,3 2.994,1 19.962,5 5.041,1 90.588,7 14.035,7 54.113,0 22.440,0 156.573,9 3.141,0 28.455,9 124.977,0

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Figura 5. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa marinha em 2009 e 2010 discriminada por regio

O Estado de Santa Catarina foi o maior produtor de pescado oriundo da pesca extrativa marinha do Brasil em 2010, contribuindo com 23% da produo nacional desta modalidade. Contudo, a produo de 124.977 t em 2010 foi 16% menor do que em 2009, quando foram produzidas 148.907 t. O principal fator pelo declnio da produo de pescado da pesca extrativa em Santa Catarina em 2010 foi o decrscimo de aproximadamente 50% da captura de sardinha-verdadeira em relao a 2009. Em 2010, o segundo maior produtor de pescado do pas foi o Par, com uma produo de 87.585 t, embora tenha apresentado uma queda de 4,8% em relao a 2009, quando foram produzidas 92.048 t. A Bahia manteve a terceira posio de maior produtor nacional em 2010, com 74.043 t (13,8% do total) e um decrscimo de 11,4% em relao a 2009 (Figura 5 e Figura 6). No Rio de Janeiro, a produo passou de 57.090 t em 2009 para 54.113 t em 2010 (queda de 5,2%). Vale destacar que a produo pesqueira do Rio de Janeiro em 2010 pode ter sido subestimada, desde que existem informaes de desembarques de parte da frota de cerco de Santa Catarina em Angra dos Reis RJ. Este fato, alm de explicar parcialmente a queda da produo pesqueira em Santa Catarina, refletiu principalmente na reduo acentuada da captura da sardinha-verdadeira no estado. No Maranho, a produo aumentou de 41.380 t em 2009 para 43.780 t em 2010 (incremento de 5,8%). Em 2010, o Estado do Rio Grande do Sul passou a ocupar a posio de sexto maior produtor nacional, com 28.456 t (incremento de 52,7% em relao a 2009), posio anteriormente ocupada pelo Estado de So Paulo, que apresentou uma queda de 18,6% na produo entre 2009 (27.561 t) e 2010 (22.440 t). O Estado do Cear apresentou uma produo de 21.255 t em 2010, representando um decrscimo de 10,8% em relao a 2009 (Tabela 6 e Figura 6). Os oito estados mencionados acima contriburam juntos contriburam com cerca de 85% da produo pesqueira marinha no Brasil em 2010.

Figura 6. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa marinha em 2009 e 2010 discriminada por Unidade da Federao

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3.2.2. PRODUO DA PESCA MARINHA POR ESPCIENa anlise da produo pesqueira marinha por espcie, observou-se que o grupo dos peixes representou 86,8% da produo total, seguidos pelos crustceos com 10,6%, e moluscos com 2,6%. Em 2010, a produo pesqueira marinha de peixes foi de 465.455 t, representando uma reduo de 8,8% em relao a 2009, quando foram pescadas 510.524 t de peixes. A produo pesqueira marinha do grupo dos crustceos foi de 57.142 t em 2010, o que caracterizou uma queda de 5,5% em relao a 2009 (60.475 t), e um aumento de 4,2% se comparada a 2008 (54.830 t). A produo de moluscos tambm apresentou uma pequena queda de cerca de 5% entre 2009 e 2010, quando foram produzidas 13.858 t (Tabela 7). Entre as espcies de peixes mais capturadas, a sardinha-verdadeira foi a que apresentou o maior volume de captura, com 62.134 t em 2010, o que resultou em um decrscimo de 25,4% em relao a 2009, quando foram produzidas 83.286 t. Este declnio foi responsvel por aproximadamente 50% da reduo total observada na produo pesqueira marinha nacional em 2010. Vale ressaltar que as variaes anuais da captura da sardinha-verdadeira so decorrentes de alteraes da abundncia que so relacionadas ao sucesso do recrutamento do estoque, o qual pode ser fortemente afetado por oscilaes na estrutura oceanogrfica da costa sudeste-sul do Brasil. A segunda espcie mais capturada em 2010 foi a corvina, com 43.191 t, seguida pela pescada-amarela, com 20.879 t, sendo que ambas as espcies sofreram uma reduo de aproximadamente 5% na produo em relao a 2009. Em 2009, o bonito-listrado ocupava a terceira posio, com 23.307 t, contudo, em 2010, a produo desta espcie diminuiu para 20.640 t, caracterizando uma reduo de 11,5%, passando a ser a quarta espcie com maior desembarque no Brasil. Juntas, as quatro espcies com maior volume de desembarque representaram 31,5% de todos os peixes marinhos capturados no pas em 2010. interessante notar que a soma das onze espcies mais capturadas no Brasil em 2010 (sardinha-verdadeira, corvina, pescada-amarela, bonitolistrado, tainha, sardinha, castanha, cao, pescadinha-real, serra, e bagre) representaram mais da metade (50,7%) do total de peixes marinhos capturados pelo pas (Tabela 7). Em relao produo de crustceos, o camaro-sete-barbas e o camarorosa foram as espcies mais capturadas no pas em 2010, com 15.276 t e 10.237 t, respectivamente. Estes valores representaram 26,7% e 17,9% da composio total da produo de crustceos marinhos no Brasil. A lagosta, um dos principais itens na pauta de exportao de pescados do Brasil, representou 12% do total capturado do grupo dos crustceos, com 6.866 t. A captura de camaro-branco, outra espcie com elevado valor comercial, foi de 4.077 t em 2010 (Tabela 7). Entre os moluscos, o mexilho foi a espcie de maior volume de desembarque em 2010, com 3.730 t, o que representou cerca de 27% do total desta categoria. Em relao captura de polvo, observou-se um padro de estabilidade em relao aos anos anteriores, sendo que em 2010 foi capturado 2.069 t (14,9% do total de moluscos). A captura de lulas foi de 1.608 t em 2010, o que representou 11,6% do total de moluscos (Tabela 7).

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Tabela 7. Produo de pescado (t) da pesca extrativa marinha nos anos de 2008, 2009 e 2010, discriminada por espcie Espcie/Grupo Zoolgico TOTAL PEIXES Abrtea Agulha Agulho Agulho-branco Agulho-negro Agulho-vela Albacora Albacora-bandolim Albacora-branca Albacora-lage Albacorinha Arabaiana Arenque Ariac Arraia Atum Badejo Bagre Baiacu Bandeirado Batata Beijupir Bicuda Biquara Boca-torta Bonito Bonito-cachorro Bonito-listrado Bonito-pintado Budio Cabeudo Cabra Cao Cao-azul Cambeua Cambuba Camurupim 2008 529.774 461.641 5.312 1.093 76 47 160 222 566 958 487 2.749 316 670 42 1.855 6.784 85 1.856 9.165 596 3.939 766 885 373 1.168 0 1.835 149 20.846 444 254 307 5.273 10.050 1.986 1.222 51 785 2009 585.671 510.524 5.859 1.205 2 52 149 432 624 1.175 202 3.313 348 740 47 2.046 7.482 240 2.047 10.109 657 4.344 845 976 412 1.288 0 2.023 313 23.307 490 280 338 5.816 12.001 1.274 1.348 56 865 2010 536.455 465.455 5.532 1.136 11 35 130 71 590 1.151 271 3.669 329 698 44 1.933 7.073 725 1.935 9.555 621 4.103 798 923 389 1.216 0 1.911 204 20.640 463 264 320 5.493 11.909 1.500 1.271 53 818

26

Cangat Caranha Carapeba Carapitanga Castanha Cavala Cavalinha Cherne Cioba Congro Congro-rosa Corcoroca Cor Corvina Dento Dourado Enchova Enguia Peixe-espada Espadarte Galo-de-profundidade Garajuba Garapau Garoupa Goete Golosa Guaiba Guaivira Gurijuba Jurupiranga Linguado Manjuba Merluza Mero Moror Namorado Olhte Olho-de-boi Olho-de-co Oveva Pacamo Palombeta Pampo Papa-terra

2.722 161 1.918 236 11.570 4.309 4.862 425 2.866 83 583 214 49 41.480 906 7.786 3.585 34 2.424 3.407 46 1.568 618 1.062 2.946 1 4.745 1.781 5.912 256 2.550 4.403 1.826 297 41 610 333 136 190 221 312 2.694 1.047 1.934

3.002 177 2.115 260 12.761 4.752 5.363 468 3.161 91 643 236 54 45.750 999 8.588 3.954 37 2.673 3.386 51 1.730 682 1.171 3.249 1 5.233 1.964 6.521 282 2.813 4.856 2.014 327 46 673 367 150 210 244 344 2.971 1.155 2.134

2.833 167 1.997 245 12.052 4.492 5.059 442 2.987 86 608 222 51 43.191 943 7.999 3.731 35 2.523 2.926 48 1.634 646 1.107 3.068 1 4.945 1.856 6.160 266 2.658 4.583 1.901 309 43 635 347 141 198 231 325 2.806 1.094 2.015

27

Pargo Pargo-rosa Par Peixe-galo Peixe-pedra Peixe-rei Peixe-sapo Peixe-voador Pero Pescada Pescada-amarela Pescada-branca Pescada-cambuu Pescada-olhuda Pescadinha-real Pirajica Prejereba Robalo Roncador Sapuruna Saramonete Sarda Sardinha Sardinha-cascuda Sardinha-lage Sardinha-verdadeira Savelha Serra Sororoca Tainha Tira-vira Tortinha Trilha Uricica Uritinga Vermelho Xaru Xarelete Xir Xixaro Outros CRUSTCEOS Aratu Camaro

5.943 2.139 245 1.965 1.487 1 2.488 1.014 5.026 6.185 20.039 910 743 5.747 10.099 51 18 3.499 98 294 429 333 16.780 268 8.375 74.631 823 9.187 407 17.153 741 83 953 1.084 5.774 2.692 2.355 3.361 3 1.502 38.196 54.830 89 4.488

6.555 2.360 271 2.168 1.641 1 2.744 1.119 5.543 6.822 22.102 1.003 820 6.339 11.138 56 20 3.859 108 324 473 367 18.508 296 9.237 83.286 908 10.133 449 18.919 818 91 1.051 1.196 6.368 2.969 2.597 3.707 4 1.656 42.129 60.475 99 4.950

6.199 2.229 256 2.046 1.548 1 2.592 1.056 5.240 6.435 20.879 948 778 6.002 10.507 53 19 3.645 102 306 447 347 17.477 280 8.710 62.134 857 9.573 424 17.866 772 86 993 1.130 6.014 2.803 2.454 3.499 4 1.563 39.796 57.142 93 4.680

28

Camaro-barba-rua Camaro-branco Camaro-rosa Camaro-santana Camaro-sete-barbas Caranguejo-u Guaiamum Lagosta Lagostim Siri Outros MOLUSCOS Berbigo Calamar-argentino Lula Maunim Mexilho Ostra Polvo Sarnambi Sururu Vieira Outros

3.024 3.913 9.829 917 14.659 8.185 85 6.589 154 2.181 716 13.303 54 356 1.543 1.590 3.587 1.174 1.987 129 2.029 1 852

3.335 4.316 10.841 1.011 16.168 9.027 94 7.268 170 2.405 790 14.672 60 393 1.702 1.754 3.956 1.295 2.192 142 2.238 1 940

3.149 4.077 10.237 954 15.276 8.535 89 6.866 161 2.274 749 13.858 57 372 1.608 1.652 3.730 1.223 2.069 135 2.116 1 895

3.3. PRODUO DA PESCA CONTINENTAL3.3.1. PRODUO DA PESCA CONTINENTAL POR REGIO E UNIDADE DA FEDERAOA produo de pesca extrativa continental nacional em 2010 foi de 248.911 t, assinalando um acrscimo em relao produo de 2009 de aproximadamente 3,9%. Este cenrio denota uma suave recuperao da produo aps a queda observada em 2009 (239.493 t) em relao a 2008 quando foram capturados 261.283 t de pescado de origem continental (Tabela 8). A Regio Norte, novamente, liderou o cenrio da pesca extrativa continental, sendo responsvel por 55,7% da produo pesqueira de gua doce brasileira, a qual foi fortemente impulsionada pelos estados do Amazonas (70.896 t) e do Par (50.949 t), que somados foram responsveis por, praticamente, a metade da produo pesqueira continental do Brasil (49% do total capturado) (Tabela 8 e Figura 7). A segunda regio com maior participao na produo pesqueira continental foi o nordeste, que manteve um padro estvel em relao a 2009, produzindo aproximadamente 70 mil toneladas, tendo os estados do Maranho (25.944 t), Bahia (17.670 t) e Cear (11.635 t) como os principais protagonistas. Assim como nos anos anteriores, as regies sudeste, centro-oeste e sul apresentaram 29

produes pouco expressivas em comparao com as demais, sendo responsveis por 23.276 t, 13.041 e 5.084 t, respectivamente. Agrupadas, estas trs regies representaram apenas 16,6% da pesca continental do pas (Tabela 8 e Figura 7).

30

Tabela 8. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa continental de 2009 e 2010, discriminada por regio e unidade da federao Regies e Unidades da Federao BRASIL NORTE Acre Amap Amazonas Par Rondnia Roraima Tocantins NORDESTE Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe SUDESTE Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo SUL Paran Rio Grande do Sul Santa Catarina CENTRO-OESTE Distrito Federal Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul 2009 239.492,6 130.691,0 1.568,3 10.391,9 71.109,9 42.082,5 3.603,4 396,6 1.538,4 69.994,8 416,4 17.687,0 11.549,4 28.152,4 1.813,5 3.348,9 1.783,0 4.236,6 1.007,7 21.265,3 831,6 8.874,8 1.064,1 10.494,9 5.516,2 1.822,6 3.154,5 539,0 12.025,3 282,3 1.332,2 5.560,0 4.850,9 2010 248.911,4 138.726,4 1.904,2 9.854,6 70.896,0 50.949,0 2.889,0 396,9 1.836,9 68.783,5 438,7 17.669,9 11.635,1 25.944,5 1.927,6 3.731,7 2.131,1 4.412,1 892,8 23.276,5 869,1 9.573,1 1.250,2 11.584,0 5.083,7 1.711,7 2.763,0 609,0 13.041,3 338,9 1.440,7 6.184,6 5.077,0

31

160.000 140.000 120.000Produo (t)

2009

2010

100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0NORTE NORDESTE SUDESTE CENTRO-OESTE SUL

Figura 7. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa continental em 2009 e 2010 discriminada por regio

O Estado do Amazonas, em 2010, assim como nos anos de 2008 e 2009, foi o maior produtor de pescado de gua doce do Brasil com 70.896 t (28,5% do total capturado), seguido pelos estados do Par (50.949 t) e do Maranho (22.944 t). Em 2010 foi observado um crescimento na produo da pesca continental dos estados do Acre, Par, Distrito Federal, Piau e Tocantins, registrando-se aproximadamente 20% de incremento para cada um. Por outro lado, os estados que registraram as maiores redues em suas produes foram Rondnia (19,8%), Rio Grande do Sul (12,4%), Sergipe (11,4%) e o Maranho (7,8%) (Tabela 8 e Figura 8).

32

80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0AM PA MA BA CE SP AP MG MT MS RN PE RO RS PI PB AC TO PR GO RJ SE ES SC AL RR DF

2009

2010

Figura 8. Produo de pescado (t) nacional da pesca extrativa continental em 2009 e 2010 discriminada por Unidade da Federao

3.3.2. PRODUO DA PESCA CONTINENTAL POR ESPCIECom relao produo continental por espcie, os recursos que apresentaram os maiores volumes de desembarque em 2010 foram: o Curimat (28.432 t), a Piramutaba (24.607 t), o Jaraqui (16.435 t), a Pescada (14.967 t), a Dourada (14.379 t) e o Pacu (11.042 t). Essas seis espcies juntas representaram 44,1% da produo pesqueira continental do pas (Tabela 9). A preponderncia dessas seis espcies na pesca extrativa continental tambm foi observada para o perodo entre 2007 e 2009. No balano produtivo 2009-2010, as espcies que assinalaram os maiores incrementos foram: a Pescada (acrscimo de 2.930 t), o Curimat (acrscimo de 1.076 t), a Piramutaba (acrscimo de 931 t) e o Jaraqui (acrscimo de 622 t). J a Pescada-do-Piau e o Mandub foram as espcies que apresentaram as maiores redues na produo assinalada para 2010, registrando quedas de 2.192 t e 250 t respectivamente (Tabela 9).Tabela 9. Produo de pescado (t) da pesca extrativa continental nos anos de 2008, 2009 e 2010, discriminada por espcie Espcie/ Grupo Zoolgico TOTAL PEIXES Acar 2008 261.282,8 255.260,9 3.865,2 2009 239.492,6 233.972,9 3.542,9 2010 248.911,4 243.174,7 3.682,2

Produo (t)

33

Acaratinga Acari-bod Apaiari Apap Aracu Arenque Armado Arraia Aruan Bacu Bagre-amarelo Bagre (mandi) Barbado Bico-de-pato Boca Branquinha Cachara Cachorra Car Carpa Cascudo Charuto Cubiu Cui-cui Curimat Dourada Dourado Filhote Jaraqui Jatuarama Ja Jeju Jundi Jurupoca Lambari Linguado Mandub Mapar Matrinch Mistura Muum Pacamo Pacu Pati

805,3 1.605,0 2.039,6 73,5 5.430,2 0,5 326,0 827,3 1.813,3 229,8 31,7 6.751,9 1.211,9 242,1 21,3 5.468,4 1.089,7 159,3 7,5 469,8 618,3 1.418,4 0,7 479,1 29.845,4 15.094,2 3.318,8 3.449,4 17.251,7 308,6 877,2 329,6 369,6 13,1 1.152,5 3,4 2.355,0 10.049,0 5.347,5 420,0 36,1 598,9 11.590,8 0,5

738,2 1.471,1 1.869,5 67,3 4.977,3 0,5 298,9 758,3 1.662,1 210,6 29,1 6.188,8 1.110,9 221,9 19,5 5.012,4 998,9 146,0 6,8 430,6 566,7 1.300,2 0,7 439,2 27.356,3 13.835,3 3.042,0 3.161,8 15.813,0 282,9 804,0 302,1 338,8 12,0 1.056,4 3,1 2.158,6 9.211,0 4.901,5 385,0 33,1 548,9 10.624,2 0,5

767,2 1.529,0 1.943,0 70,0 5.173,1 0,5 310,6 788,1 1.727,4 218,9 30,2 6.432,2 1.154,6 230,6 20,3 5.209,5 1.038,1 151,7 7,1 447,5 589,0 1.351,3 0,7 456,5 28.432,6 14.379,4 3.161,7 3.286,1 16.434,8 294,0 835,7 314,0 352,1 12,5 1.097,9 3,2 1.908,3 9.573,2 5.027,7 400,1 34,4 570,5 11.042,0 0,5

34

Peixe-voador Peixe-cachorro Peixe-rei Pescada Pescada-do-Piau Piau Piava Pintado Pir Piracanjuba Piramutaba Piranha Pirapitinga Pirarara Pirarucu Sardinha Surubim Tambaqui Tambicu Tamoata Tilpia Trara Truta Tubarana Tucunar Ubarana Viola Outros CRUSTCEOS Camaro

113,4 32,4 69,1 13.132,0 7.319,3 5.777,1 39,9 2.145,0 1.483,2 8,9 25.830,5 3.826,9 2.279,0 758,4 1.315,4 3.533,4 9.120,3 4.412,7 21,6 594,9 10.087,9 10.309,4 0,5 15,8 9.695,2 30,5 160,2 5.750,8 6.021,9 6.021,9

103,9 29,7 63,3 12.036,8 6.708,9 5.295,3 36,6 1.966,1 1.359,5 8,1 23.676,3 3.507,8 2.089,0 695,2 1.205,7 3.238,8 8.359,7 4.044,7 19,8 545,3 9.246,6 9.449,6 0,5 14,4 8.886,6 27,9 146,9 5.271,2 5.519,7 5.519,7

108,0 30,9 65,8 14.966,8 4.516,0 5.503,6 38,0 2.043,4 1.413,0 8,4 24.607,4 3.645,7 2.237,6 722,5 1.253,1 3.366,1 8.688,5 4.203,7 20,6 566,7 9.610,3 9.821,3 0,5 15,0 9.236,1 29,0 152,6 5.813,7 5.736,7 5.736,7

3.4. PERFIL DOS PESCADORES NO BRASILSegundo dados do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) do MPA, at 31/12/2010 estavam registrados e ativos 853.231 pescadores profissionais, distribudos nas 27 Unidades da Federao. Conforme mostra a Tabela 10, a Regio Nordeste concentra o maior nmero de pescadores, com 372.787 registros, que representa 43,7% do total do pas, seguida pela Regio Norte, com 330.749 registros (38,8%), juntas, essas regies, respondem por 72,4% do universo de pescadores profissionais do Brasil.

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Tabela 10. Nmero de pescadores registrados no Brasil em 2010, distribudos por Unidade da Federao e gnero.

UF BRASIL NORTE Acre Amap Amazonas Par Rondnia Roraima Tocantins NORDESTE Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe CENTRO-OESTE Distrito Federal Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul SUDESTE Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo SUL Paran Rio Grande do Sul Santa Catarina

Masculino 504.678 198.386 4.708 7.522 44.792 128.320 4.181 4.729 4.134 200.460 13.566 54.991 21.957 56.303 16.141 4.532 14.419 9.510 9.041 11.340 175 1.690 6.022 3.453 55.816 9.226 16.346 9.821 20.423 38.676 6.850 12.177 19.649

% 59,15 59,98 62,47 55,23 69,00 57,41 58,44 60,93 66,01 53,77 46,83 50,27 79,29 48,32 73,03 52,72 61,48 59,50 45,01 69,35 93,09 62,34 74,53 64,27 74,50 56,07 73,73 89,18 80,76 66,21 66,22 72,72 62,72

Feminino 348.553 132.363 2.829 6.097 20.121 95.181 2.973 3.033 2.129 172.327 15.403 54.405 5.736 60.208 5.960 4.064 9.034 6.472 11.045 5.012 13 1.021 2.058 1.920 19.109 7.229 5.824 1.191 4.865 19.742 3.495 4.568 11.679

% 40,85 40,02 37,53 44,77 31,00 42,59 41,56 39,07 33,99 46,23 53,17 49,73 20,71 51,68 26,97 47,28 38,52 40,50 54,99 30,65 6,91 37,66 25,47 35,73 25,50 43,93 26,27 10,82 19,24 33,79 33,78 27,28 37,28

TOTAL 853.231 330.749 7.537 13.619 64.913 223.501 7.154 7.762 6.263 372.787 28.969 109.396 27.693 116.511 22.101 8.596 23.453 15.982 20.086 16.352 188 2.711 8.080 5.373 74.925 16.455 22.170 11.012 25.288 58.418 10.345 16.745 31.328

Analisando-se a distribuio dos registros por estado, os quatro mais expressivos so: Par (223.501), Maranho (116.511), Bahia (109.396) e Amazonas (64.913), representando respectivamente, 26,2%, 13,7%, 12,8% e 7,6% do total de pescadores registrados no pas (Tabela 10). Quando somados, os pescadores desses estados respondem por 60,27% do total nacional.

36

Considerando-se a questo de gnero, 59,15% (504.678) dos pescadores registrados no RGP so do sexo masculino, e 40,85% (348.553) do sexo feminino (Tabela 10). Em termos regionais, o Nordeste apresenta a proporo mais igualitria entre os gneros, com 172.327 mulheres, representando 46,3% do total, contra 200.460 homens, referente a 53,7%. A proporo mais desigual entre os gneros est na Regio Sudeste, com 74.925 registros de pescadores profissionais, sendo que 74,5% so homens, e apenas 25,5% so mulheres (Figura 9).

Figura 9. Distribuio regional dos pescadores profissionais registrados no Brasil em 2010, de acordo com o gnero.

O Estado do Par apresentou o maior nmero de pescadoras do pas, num total de 95.181 mulheres. Embora o estado no apresentasse uma proporo igualitria entre os gneros em 2009, com 61,2% e 38,8%, respectivamente, em 2010 este ndice representou 57,4% e 43,6%. Considerando-se as propores de homens e mulheres do RGP, observa-se que os estados da Regio Nordeste apresentam, em mdia, as relaes mais igualitrias: Sergipe, com 54,9% de mulheres e 45,1% de homens; Maranho, com 51,8% de mulheres e 48,2% de homens; Alagoas, com 53,1% de mulheres e 46,9% de homens; Bahia, com 49,7% de mulheres e 50,3% de homens. Nos demais estados, a grande maioria dos pescadores do sexo masculino, com destaque para o Distrito Federal, onde 93,1% dos registros so de homens, num total de 175, e apenas 6,9% de mulheres, com apenas 13 (Figura 10).

37

Figura 10. Distribuio estadual dos pescadores profissionais registrados no Brasil em 2009, de acordo com o gnero.

O crescimento de registros de pescadores de 2009 para 2010 foi de apenas 2,40%, ou seja, 20.026 registros. Ressalta-se, no ano de 2010, a aplicao das polticas de intercambio de informao entre os RGP e os Ministrios da Previdncia e Trabalho, que resultaram no cancelamento de 78.440 registros de pescadores. Os principais motivos de cancelamentos foram: por receber benefcios continuados, com 23,64%; e por possuir vnculo empregatcio em atividades no relacionada a pesca, com 63,57% (Figura 11). Avaliando esta informao, visvel a mobilidade social no Brasil nos ltimos anos, que permitiu que os trabalhadores do sexo masculino obtivessem novas oportunidades em outras reas e por consequncia as mulheres passaram a ocupar uma maior parcela na categoria de pescadores profissionais.

38

Figura 11. Registro de pescadores profissionais cancelados em 2010 por motivo e gnero

No que tange distribuio etria dos pescadores profissionais, nota-se que a faixa de 30 a 39 anos foi a que apresentou o maior nmero de registros, com 242.683 pescadores, correspondendo a 28,44% do total do pas (Figura 12). A segunda faixa etria com maior nmero de pescadores foi a de 40 a 49 anos de idade, com 220.443, referente a 25,84% do total nacional. Alm disso, observa-se tambm uma expressiva quantidade de pescadores nas faixas de idade entre 50 e 59 anos, com 158.201, e entre 20 e 29 anos, com 187.984, respondendo por 18,54% e 22,03%, respectivamente, do total desses profissionais do pas.

39

Figura 12. Proporo de pescadores profissionais registrados no Brasil em 2009 e 2010, de acordo com a faixa etria.

Em 2010, as propores das faixas-etrias mantiveram-se estveis, exceto na classe de entrada de novos trabalhadores. O nmero de pescadores profissionais com menos de 20 anos, ou seja, com 18 e 19 anos, apresentou uma queda de 0,56% de representatividade, passando de 9.152 para 4.635 registros (Figura 12). Como observado para o ano de 2009, verifica-se em 2010 que tanto na Regio Norte quanto na Regio Nordeste, predominaram os trabalhadores com menos de 40 anos, apresentando 57,4% (189.873) e 52,4% (195.293), respectivamente. J nas Regies Centro-Oeste, Sudeste, e Sul, as propores so inversas, uma vez que a predominncia foi de profissionais com 40 anos ou mais: 67,1% (10.969), 66,9% (50.125) e 65,8% (38.465), respectivamente. (Tabela 11).

40

Tabela 11. Nmero de pescadores registrados por Unidade Federativa em 2010, distribudos por faixa etriaUF BRASIL NORTE Acre Amap Amazonas Par Rondnia Roraima Tocantins NORDESTE Alagoas Bahia Cear Maranho Paraba Pernambuco Piau Rio Grande do Norte Sergipe CENTRO-OESTE Distrito Federal Gois Mato Grosso Mato Grosso do Sul SUDESTE Esprito Santo Minas Gerais Rio de Janeiro So Paulo SUL Paran Rio Grande do Sul Santa Catarina TOTAL 853.231 330.749 7.537 13.619 64.913 223.501 7.154 7.762 6.263 372.787 28.969 109.396 27.693 116.511 22.101 8.596 23.453 15.982 20.086 16.352 188 2.711 8.080 5.373 74.925 16.455 22.170 11.012 25.288 58.418 10.345 16.745 31.328 < 20 anos 4.635 2.367 29 75 351 1.821 55 21 15 1.722 136 500 72 626 123 23 85 66 91 49 4 32 13 260 83 36 31 110 237 29 91 117 20-29 anos 187.984 88.751 1.625 3.448 12.275 67.695 1.126 1.511 1.071 82.800 5.963 23.981 3.976 29.452 4.553 1.275 5.118 4.284 4.198 1.522 8 244 780 490 7.956 2.343 1.971 1.228 2.414 6.955 1.345 2.045 3.565 30-39 anos 242.683 98.755 2.471 4.164 19.450 67.051 1.788 2.092 1.739 110.771 8.628 31.802 7.649 35.243 6.582 2.450 7.768 4.505 6.144 3.812 41 600 1.885 1.286 16.584 4.002 5.000 2.518 5.064 12.761 2.423 3.389 6.949 40-49 anos 220.443 76.635 1.954 3.227 17.465 48.245 1.896 2.064 1.784 99.617 7.477 29.150 8.255 29.822 6.043 2.458 6.921 4.066 5.425 5.188 60 868 2.579 1.681 21.780 4.557 6.934 3.235 7.054 17.223 3.077 4.850 9.296 50-59 anos 158.201 52.207 1.246 2.158 12.256 31.845 1.752 1.636 1.314 65.186 5.496 19.586 6.459 18.480 3.985 1.912 3.150 2.627 3.491 4.355 52 713 2.181 1.409 20.557 4.070 6.147 3.020 7.320 15.896 2.646 4.683 8.567 60-69 anos 36.359 11.405 196 523 2.979 6.496 483 408 320 12.150 1.200 4.175 1.248 2.786 762 450 401 412 716 1.300 22 258 572 448 6.809 1.312 1.855 932 2.710 4.695 750 1.442 2.503 70 anos 2.926 629 16 24 137 348 54 30 20 541 69 202 34 102 53 28 10 22 21 126 5 24 51 46 979 88 227 48 616 651 75 245 331

O Par o estado que possui a maior proporo de pescadores com idade menor de 40 anos, com 136.567, representando 61,1% do total de profissionais do estado. Em segundo lugar est o Amap, com 56,4% de pescadores com menos de 40 anos, seguido pelos Estados do Maranho e Rio Grande do Norte (56,1% e 55,4% respectivamente). No lado oposto, com a menor proporo de pescadores com idade menor ou igual 40 anos, est o Distrito Federal, com 49 pescadores, o equivalente a 26,1% do total de profissionais. Em seguida aparecem o Estado de So Paulo, com 30,0% (7.588) e Gois, com 31,3% (848) nessa faixa etria (Tabela 11 e Figura 13).

41

Figura 13. Proporo estadual de pescadores profissionais registrados no Brasil em 2010, de acordo com a faixa etria.

3.5. DINMICA ESPAO-TEMPORAL DA FROTA PESQUEIRA INDUSTRIALO Programa Nacional de Rastreamento de Embarcaes Pesqueiras por Satlite (PREPS), institudo em 2006, uma iniciativa conjunta entre o Ministrio da Pesca e Aquicultura, o Ministrio do Meio Ambiente e o Comando da Marinha e tem por finalidade melhorar o monitoramento, a gesto pesqueira e o controle das operaes das frotas pesqueiras permissionadas pelo MPA, alm do potencial em melhorar a segurana dos pescadores embarcados. Atualmente o PREPS contempla: (i) Embarcaes de pesca autorizadas com comprimento igual ou superior a 15 metros ou com Arqueao Bruta (AB) igual ou maior que 50; (ii) Embarcaes, independente das dimenses, autorizadas para captura: a. b. c. d. Pargo (Lutjanus purpureus); Caranguejo-vermelho (Chaceon notialis); Caranguejo-real (Chaceon ramosae); Peixe-sapo (Lophius gastrophysus); e 42

e. (iii)

Polvo (Octopus spp.).

Embarcaes, independente das dimenses, que operam em arrasto de talude superior, direcionada as espcies-alvo: abrtea-de-profundidade (Urophycis mystacea), galo-de-profundidade (Zenopsis conchiffera), merluza (Merluccius hubbsi) e calamar-argentino (Illex argentinus).

A sistemtica de recebimento dos posicionamentos das embarcaes, que participam do PREPS, consiste, a cada hora, em: (i) Equipamento de rastreamento, dotado de GPS (sigla do ingls Global Positioning System, sistema de posicionamento global), emite a localizao e encaminha por satlite a uma empresa prestadora de servio de rastreamento; (ii) Empresa Prestadora de Servio de Rastreamento encaminha, em padro especfico do PREPS, via internet em conexo segura SSL (sigla do ingls Secure Sockets Layer, canal de comunicao seguro) Central de Rastreamento do PREPS.

Figura 14. Esquema de funcionamento do PREPS Fonte: CABRAL; et.al. 2003 com alteraes

43

3.5.1. METODOLOGIAA densidade de posicionamentos relacionados atividade de operao foi utilizada como medida de intensidade de uso da rea para cada grupo de embarcaes. Somente foram includas na contagem as 905 embarcaes que enviaram dados de rastreamento no ano de 2010 e que estavam autorizadas a operar em somente uma modalidade de pesca. Para realizar a minerao dos dados considerados em operao de pesca, foram removidos do conjunto de todos os dados de rastreamento: a) b) Posicionamentos em rea porturia ou rea de descarga; e Posicionamentos que indicassem velocidade de cruzeiro, ou seja, velocidades altas, que variam de acordo com a modalidade e caractersticas da embarcao, desempenhadas durante o deslocamento das reas descritas no item a at o pesqueiro. Depois de minerados os dados, a densidade de atuao foi determinada utilizando o estimador de Kernel, com tamanho de pixel de 0,016 dcimos de grau e raio de procura de 0,032 dcimos de grau. A seguir sero apresentadas as densidades de atuao, separadas em sees, que representam o grupo de embarcaes autorizadas nas Modalidades de Pesca estabelecidas pela Instruo Normativa Interministerial MPA/MMA n 10/2011. Esta diviso representada pelo petrecho de pesca, espcie-alvo e rea de atuao e, assim como no regulamento mencionado, so agrupadas pelo mtodo de pesca.

3.5.2. MTODO DE LINHARealiza-se com o emprego de linha simples, com ou sem o auxlio de canios ou varas, ou mltipla com anzis ou garatias encastoados, do tipo espinhel, cuja operao requeira o auxlio de Embarcao de Pesca (INI MPA/MMA n10/2011). A operao de pesca desta modalidade consiste em deslocar-se at o pesqueiro com velocidade de cruzeiro, operacionalizar o lanamento e recolhimento da linha em velocidade prxima a zero e, retornar ao porto com velocidade de cruzeiro.

3.5.2.1. PETRECHO ESPINHEL VERTICAL PARA CAPTURA DE PARGO NA REGIO NORTE/NORDESTE Foram analisados dados de rastreamento de 93 embarcaes que atuam nas regies Norte e Nordeste, com o petrecho Espinhel Vertical, direcionadas captura da espcie-alvo Pargo (Lutjanus purpureus). Esta pesca realizada com linha pargueira, com auxlio de bicicleta (i.e., um tipo de guincho acoplado na borda do barco para 44

auxiliar o recolhimento da linha) e ocasionalmente tambm utiliza-se armadilhas/covos do tipo manzu. A temporada de pesca ocorre entre 1 de maio e 14 de dezembro (INI MPA/MMA n 01/2009) e a rea de operao destas embarcaes se estende do extremo norte da costa do Cear at o extremo norte da costa do Amap (Figura 15). Durante o perodo do defeso da espcie-alvo, em 2010, as embarcaes desta frota permaneceram fora de operao.

Figura 15. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Espinhel Vertical para captura de Pargo na Regio Norte/Nordeste em 2010

3.5.2.3. PETRECHO ESPINHEL HORIZONTAL DE SUPERFCIE PARA CAPTURA DE ATUNS E AFINS Foram analisados os dados de rastreamento de 55 embarcaes que atuam na ZEE Brasileira e em guas Internacionais, com o petrecho de Espinhel Horizontal de Superfcie, direcionadas captura de recursos ocenicos de grande porte, tais como: espadarte (Xiphias gladius), albacora-laje (Thunnus albacares), albacora-branca 45

(Thunnus alalunga) e albacora-bandolim (Thunnus obesus) e dourado (Coryphaena hippurus). A frota atua em uma extensa rea, entre as longitudes 40W e 17W e as latitudes 10N e 37S, concentrando-se em reas mais afastadas da costa, em torno do Atol das Rocas e dos arquiplagos de Fernando de Noronha, Trindade e Martin Vaz, So Pedro e So Paulo, e Elevao de Rio Grande (Figura 16).

Figura 16. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho de Espinhel Horizontal de Superfcie para captura de Atuns e Afins em 2010

3.5.2.4. PETRECHO VARA COM ISCA-VIVA PARA A CAPTURA DE BONITOLISTRADO NA REGIO SUL/SUDESTE Particularidade do Petrecho Embora agrupado no Mtodo de Linha (INI MPA/MMA n 10/2011) a utilizao deste petrecho de pesca possui uma particularidade, pois ocorrem duas pescarias distintas: (i) a captura de isca-viva junto costa e (ii) a captura da espciealvo em mar aberto. A embarcao, vulgarmente conhecida como atuneira, leva consigo uma segunda embarcao denominada panga que equipada com uma rede de cerco similar quela utilizada pela frota de cerco, com menores dimenses, destinada captura de isca-viva. 46

A operao de pesca desta modalidade consiste em se deslocar com velocidade de cruzeiro at uma rea de captura de isca-viva, permanecer parada ou com velocidade de deslocamento lenta na rea costeira (eventualmente realizado mais de um lance de pesca), novamente em velocidade de cruzeiro desloca-se para alto-mar. Ao abordar um cardume e iniciar a captura da espcie-alvo, a embarcao desenvolve velocidades lentas, prximas a zero, e, trmino da viagem, retorna ao porto com velocidade de cruzeiro. Anlise da Frota Foram analisados dados de rastreamento de 47 embarcaes que atuam nas regies Sul e Sudeste, com o petrecho Vara e Isca-viva, direcionada captura do bonito-listrado (Katsuwonus pelamis). As principais reas de concentrao de captura de isca-viva esto localizadas no litoral de Santa Catarina e, entre o Norte de So Paulo e Leste do Rio de Janeiro, em reas costeiras especficas, tais como: Cabo Frio (RJ), Baa de Guanabara (RJ), Baa de Sepetiba (RJ), Baa de Ilha Grande (RJ), no entorno de Ilha Bela (SP) e Cabo de Santa Marta (SC). As operaes de pesca da frota estiveram distribudas do litoral norte do estado do Esprito Santo at o sul do Rio Grande do Sul. A atividade de pesca encontra-se concentrada entre as profundidades de 100 a 1000 (Figura 17).

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Figura 17. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho de Vara com Isca-Viva para a captura de Bonito-listrado na Regio Sul/Sudeste em 2010

3.5.3. MTODO DE EMALHERealiza-se com o emprego de rede-de-espera no tracionada, deriva ou fundeada, cujas operaes de lanamento e recolhimento requeiram o auxlio de Embarcao de Pesca (INI MPA/MMA n10/2011). A operao de pesca desta modalidade consiste em deslocar-se at o pesqueiro com velocidade de cruzeiro e iniciar o lanamento da rede, com velocidade de deslocamento ligeiramente inferior de cruzeiro. A rede permanece imersa e recolhida horas depois, com a embarcao desenvolvendo velocidades tambm reduzidas. Ao final do cruzeiro de pesca a embarcao retorna ao porto com velocidade de cruzeiro.

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3.5.3.1. PETRECHO EMALHE DE FUNDO NA REGIO NORTE Foram analisados dados de rastreamento de 37 embarcaes que atuam na Regio Norte, com o petrecho Emalhe de Fundo, direcionada a captura das espcies: pescada-amarela (Cynoscion acoupa), pescada-g (Macrodon ancylodon), robalo (Centropomus spp.), dourada (Brachyplatystoma rousseauxii), corvina (Micropogonias furnieri) e gurijuba (Arius parkeri). As operaes se concentraram na costa do Amap e na Foz do Rio Amazonas em profundidades inferiores a 50 metros (Figura 18).

Figura 18. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Emalhe de Fundo na Regio Norte em 2010

3.5.3.2. PETRECHO EMALHE DE FUNDO NA REGIO SUL/SUDESTE Foram analisados os dados de rastreamento de 131 embarcaes que atuam nas regies Sul e Sudeste, com o petrecho de Emalhe de Fundo, direcionada captura de corvina (Micropogonias furnieri) nas reas costeiras at cerca de 75 metros de profundidade e, abrtea-de-fundo (Urophycis mystacea) e peixe-sapo (Lophius

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gastrophysus) em uma segunda rea de explorao compreendida entre 300 e 1000 metros de profundidade (Figura 19).

Figura 19. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Emalhe de Fundo na Regio Sul/Sudeste em 2010

3.5.4. MTODO DE ARRASTORealiza-se com o emprego de rede-de-arrasto tracionada, com recolhimento manual ou mecnico, cuja operao de pesca requeira o auxlio de Embarcao de Pesca (INI MPA/MMA n10/2011). A operao de pesca desta modalidade consiste em deslocar-se at o pesqueiro com velocidade de cruzeiro, lanar e rebocar uma rede em velocidade baixa (velocidade varia de acordo com a regio, profundidade da rede, etc.), recolhimento da rede e retorno ao porto em velocidade de cruzeiro.

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3.5.4.1. PETRECHO ARRASTO DUPLO PARA A CAPTURA DE CAMARO-ROSA NA REGIO NORTE Foram analisados dados de rastreamento de 72 embarcaes que atuam na regio Norte, com o petrecho Redes de Arrasto Duplo, direcionadas a captura da espcie-alvo camaro-rosa (Farfantepenaeus brasiliensis e Farfantepenaeus subtilis). A temporada de pesca ocorre entre 16 de fevereiro a 14 de outubro (INI MPA/MMA n 02/2010) e a rea de operao destas embarcaes localiza-se, prioritariamente, em dois setores: (i) entre a Foz do Rio Par e o extremo norte do Amap, e (ii) na rea localizada na plataforma continental em direo a Ilha de Maraj (Figura 20). Durante o perodo do defeso da espcie-alvo, entre 15 de outubro e 15 de fevereiro, as embarcaes desta frota receberam Autorizao Provisria para operar na captura de pescada-g (Macrodon ancylodon), corvina (Cynoscion spp.), sardinha (Anchoviella spp.) e outros peixes no-controlados, em guas mais rasas do que as exploradas durante a pesca do camaro-rosa.

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Figura 20. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Duplo para a captura de Camarorosa na Regio Norte em 2010

3.5.4.2. PETRECHO ARRASTO DUPLO PARA A CAPTURA DE CAMARO-ROSA NA REGIO SUL/SUDESTE Foram analisados dados de rastreamento de 214 embarcaes que atuam nas regies Sul e Sudeste, com o petrecho Redes de Arrasto Duplo, direcionadas captura de camaro-rosa (Farfantepenaeus brasiliensis).

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Figura 21. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Duplo para a captura de Camarorosa na Regio Sul/Sudeste em 2010

3.5.4.4. PETRECHO ARRASTO PARELHA PARA A CAPTURA DE PIRAMUTABA NA REGIO NORTE Foram analisados dados de rastreamento de 42 embarcaes que atuam na regio Norte, com petrecho Rede de Arrasto de Parelha, direcionada captura da espcie-alvo Piramutaba (Brachyplatystoma vaillantii), nica espcie de gua doce pescada em escala industrial. Diferentemente dos demais petrechos utilizados na modalidade de Arrasto, este petrecho tracionado por duas embarcaes simultaneamente. Esta frota opera exclusivamente na foz do Rio Amazonas, entre os estados do Par e Amap, em profundidades mais rasas que 25 metros (Figura 22). Cabe salientar que no ano de 2010 no houve regulamentao do defeso, que havia ocorrido entre 15 de setembro e 30 de novembro de 2009 (INI MPA/MMA n 06/2009).

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Figura 22. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Parelha, para a captura de Piramutaba na Regio Norte, em 2010

3.5.4.5. PETRECHO ARRASTO SIMPLES NA REGIO SUL/SUDESTE Foram analisados dados de rastreamento de 108 embarcaes que atuam nas regies Sul e Sudeste, com o petrecho Rede de Arrasto Simples, direcionadas captura de recursos no-controlados. Esta frota opera com grande intensidade nas profundidades de at 50 metros e entre 200 e 400 metros. A explorao, em 2010, concentrou-se em trs reas principais: (a) do sul do Rio de Janeiro at o extremo norte de So Paulo, (b) do Sul de So Paulo ao Norte de Santa Catarina e (c) em toda a costa do Rio Grande do Sul (Figura 23). Na costa de So Paulo, observa-se que no ocorreu atuao em profundidades entre 50 e 75 metros, rea que amplamente utilizada pela frota que utiliza covos para a captura para o Polvo.

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Figura 23. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Arrasto Simples na Regio Sul/Sudeste em 2010

3.5.5. MTODO DE CERCORealiza-se com o emprego de rede-de-cerco, com recolhimento manual ou mecnico, cuja operao de pesca requeira o auxlio de Embarcao de Pesca (INI MPA/MMA n10/2011). A operao de pesca desta modalidade consiste em deslocar-se at o pesqueiro conhecidos com velocidade de cruzeiro, durante o percurso mantm-se em constante procura por cardumes da espcie-alvo. Ao encontrar um cardume, inicia a operao de pesca em velocidade compatvel, ou superior, a velocidade de cruzeiro. Aps o cercamento do cardume inicia-se o transbordo da captura (i.e., recolhimento do petrecho de pesca e armazenamento da captura) em velocidade reduzida ou fundeada.

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3.5.5.1. PETRECHO REDE DE CERCO PARA CAPTURA DE SARDINHAVERDADEIRA NA REGIO SUL/SUDESTE Foram analisados os dados de rastreamento de 82 embarcaes que atuam nas regies Sul e Sudeste, com o petrecho de Rede de Cerco, direcionadas captura de Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis). Estas embarcaes receberam tambm Autorizao Provisria, como alternativa ao perodo de defeso da espcie-alvo, para a captura de tainha (Mugil platanus e Mugil liza) durante o perodo de 21 de maio a 31 de julho (INI MPA/MMA n 07/2010) e para a captura de outras espcies, tais como albacora-laje (Thunnus albacares), bonito-listrado (Katsuwonus pelamis), dourado (Coryphaena hippurus), espada (Trichiurus lepturus), sardinha-lage (Opisthonema oglinum) e sardinha-boca-torta (Centegraulis edentulus) no perodo de 21 de janeiro a 15 de fevereiro (INI MPA/MMA n 03/2010).

Figura 24. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Rede de Cerco para captura de Sardinhaverdadeira na regio Sul/Sudeste em 2010

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3.5.6. MTODO DE ARMADILHARealiza-se com o emprego de petrechos dos tipos covos ou potes, cujas operaes de lanamento e recolhimento requeiram o auxlio de Embarcao de Pesca (INI MPA/MMA n10/2011). A operao de pesca desta modalidade consiste em deslocar-se at o pesqueiro, com velocidade de cruzeiro e iniciar o lanamento/recolhimento do espinhel de potes ou covos. As embarcaes possuem uma srie de espinheis de potes dispostos nas reas de pesca. No momento do transbordo da captura (i.e., recolhimento do petrecho de pesca e armazenamento da captura), o espinhel de potes recolhido e retorna gua. E este procedimento denominado de repasse e executado em velocidades baixas. 3.5.6.1. PETRECHO POTES PARA CAPTURA DE POLVO NA REGIO SUDESTE Foram analisados dados de rastreamento de 16 embarcaes que atuam na regio Sudeste, com o Petrecho de Potes Abertos, direcionadas captura de Polvo (Octopus vulgaris e Octopus insularis). A rea de operao desta frota na costa dos estados do Rio de Janeiro e de So Paulo, em profundidades entre 25 a 150 metros. A maior concentrao do esforo em 2010 deu-se na costa do estado de So Paulo, entre 25 e 100 metros de profundidade (Figura 25).

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Figura 25. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Potes para captura de Polvo na Regio Sudeste, em 2010

3.5.6.2. PETRECHO POTES PARA CAPTURA DE POLVO NA REGIO SUL Foram analisados dados de rastreamento de oito embarcaes que atuam na regio Sul, com o petrecho de Potes Abertos, direcionadas captura de Polvo (Octopus vulgaris e Octopus insularis). A rea de operao desta frota na costa dos estados do Paran ao Rio Grande do Sul, em profundidades entre 25 a 150 metros. A maior concentrao do esforo em 2010 ocorreu na costa dos estados do Paran e Santa Catarina, entre 25 e 125 metros de profundidade e no sul da costa do Rio Grande do Sul, entre 25 e 200 metros de profundidade (Figura 26).

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Figura 26. Densidade de pesca da frota que utiliza Petrecho Potes para captura de Polvo na Regio Sul em 2010

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4. AQUICULTURA 4.1. PANORAMA GERAL DA AQUICULTURA NO BRASILEm 2010, a produo aqucola nacional foi de 479.399 t (Tabela 12), representando um incremento de 15,3% em relao produo de 2009. Comparando-se a produo atual com o montante produzido em 2008 (365.366 t), fica evidente o crescimento do setor no pas, com um incremento de 31,2% na produo durante o trinio 2008-2010. Seguindo o padro observado nos anos anteriores, a maior parcela da produo aqucola oriunda da aquicultura continental, na qual se destaca a piscicultura continental que representou 82,3% da produo total nacional. A produo aqucola de origem marinha, por sua vez, apesar de ter sofrido uma reduo de sua participao na produo aqucola total nacional em relao aos anos anteriores (22,8% em 2008 contra 17,7% em 2010), vem se recuperando aps uma queda da produo verificada de 2008 para 2009.

Tabela 12. Produo total, continental e marinha da aquicultura no Brasil entre 2008 e 2010 2008 Produo Total Continental Marinha t 365.366,4 282.008,1 83.358,3 % 77,2 22,8 t 415.649,4 337.352,2 78.296,4 2009 % 81,2 18,8 t 479.398,6 394.340,0 85.058,6 2010 % 82,3 17,7

4.2. PRODUO DA AQUICULTURA MARINHAEntre 2008 e 2010, a aquicultura marinha apresentou um decrscimo de 5,1% relativa sua participao na produo aqucola total nacional, contudo, no mesmo perodo a produo aumentou em 1.700,3 toneladas (Figura 27). Em 2010, a produo aqucola marinha nacional foi de 85.058 t, sendo o maior valor registrado nos ltimos seis anos (Tabela 12 e Figura 27), indicando uma recuperao da produo aps as perdas ocorridas em 2009 devido s oscilaes de fatores climticos que influenciaram a produtividade das reas de carcinocultura da Regio Nordeste.

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90.000,0 80.000,0 70.000,0

83.358,6 78.296,4

85.058,6

Produo (t)

60.000,0 50.000,0 40.000,0 30.000,0 20.000,0 10.000,0 0,0 2008 2009 2010

Figura 27. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha entre 2008 e 2010

4.2.1. PRODUO DA AQUICULTURA MARINHA POR REGIO E UNIDADE DA FEDERAOComparando-se a produo aqucola marinha por regio, o Nordeste continua sendo o maior produtor de pescado desta categoria (79,2% do total produzido) em 2010, assim como foi observado nos dois anos anteriores. Em seguida, concentram-se as regies Sul, Sudeste e Norte, as quais somadas representam 20,8% do total produzido pela aquicultura marinha (Tabela 13).

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Tabela 13. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha entre 2008 e 2010 por Regies e Unidades da Federao Regies e Unidades da Federao BRASIL NORTE Par NORDESTE Maranho Piau Cear Rio Grande do Norte Paraba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia SUDESTE Esprito Santo Rio de Janeiro So Paulo SUL Paran Santa Catarina Rio Grande do Sul Produo (t) 2008 83.358,6 265,2 265,2 67.740,4 271,4 1.767,2 22.109,0 28.534,2 1.574,9 3.791,2 207,4 2.994,4 6.490,8 800,8 631,7 26,2 142,9 14.552,2 1.140,5 13.388,7 22,9 2009 78.296,4 246,1 246,1 62.859,1 251,8 1.639,8 20.515,8 26.478,1 1.461,4 3.518,0 192,4 2.778,7 6.023,1 780,1 611,0 26,2 142,9 14.411,0 1.101,4 13.288,3 21,3 2010 85.058,6 257,9 257,9 67.327,9 302,5 1.978,3 21.219,8 28.649,7 1.898,8 3.966,1 174,7 2.577,2 6.560,8 855,5 675,1 26,5 153,9 16.617,4 961,8 15.636,2 19,3

A anlise da produo por Unidade da Federao para o ano de 2010 demonstrou que o Rio Grande do Norte continua sendo o maior plo produtor do Brasil, com 28.649,7 t, seguido pelos estados, do Cear com 21.219,8 t e Santa Catarina com 15.636,2 t (Tabela 13 e Figura 28). Entre os 16 estados produtores de pescado de origem aqucola marinha, apenas Sergipe, Paran, Alagoas e o Rio Grande do Sul apresentaram baixas na produo em 2010 em relao a 2009. Por outro lado, os 12 estados remanescentes apresentaram incrementos em sua produo em relao ao ano anterior, destacando-se os estados da Paraba, Piau, Maranho e Santa Catarina, com 29,9%, 20,6%, 20,1% e 17,7% de acrscimo, respectivamente (Tabela 13 e Figura 28).

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30.000 25.000 20.000 15.000 10.000 5.000 0 RN CE SC BA PE SE PI PB PR ES MA PA AL SP RJ RSFigura 28. Produo de pescado (t) da aquicultura marinha por Unidades da Federao

2008

2009

2010

4.2.2. PRODUO DA AQUICULTURA MARINHA POR ESPCIEAtualmente a produo aqucola marinha brasileira pode ser dividida basicamente em dois tipos: a malacocultura, que se refere produo de moluscos e; a carcinicultura, que se refere produo de camares marinhos. Desses, a carcinicultura, que concentra a maior parte da produo nos estados do Rio Grande do Norte e Cear, foi responsvel por cerca de 80% do total produzido da aquicultura marinha entre 2008 e 2010. A malacocultura, que possui a maior parte da produo oriunda do Estado de Santa Catarina, baseada no cultivo de trs espcies: o mexilho, a ostra e a vieira. Em 2010, apenas a produo oriunda da mitilicultura apresentou um incremento, passando de 11.067 t em 2009 para 13.723 t em 2010, o que representou um acrscimo 24% na produo neste perodo. Em contrapartida, a produo de ostras e vieir