boletim esperança 42

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CAIRBAR SCHUTEL (22/09/1868 a 30/01/1938) Como no Auto-da-fé, no confronto com a intolerância o vencedor, mais uma vez, foi o Espiritismo, nessa ocasião habilmente representado por Cairbar Schutel. O padre, que tanto o perseguiu, acabou transferido para outra cidade, mas, antes de partir, foi procurá-lo para declarar sua profunda admiração, afirmando que, no fundo, sempre soube que ele era um homem de bem. O “Pai dos Pobres de Matão” fizera-se querido por todos, até pelos adversários, pela generosidade a toda prova e retidão adaman- tina de caráter. Em sua farmácia, quem não tinha dinheiro não pagava. Em sua casa, quem não tinha o que comer era alimentado, e quem só possuía trapos velhos para cobrir o corpo ganhava roupas simples, mas novas, para vestir. A caridade era o seu norte verda- deiro, mas ele não se limitava a sanar as necessidades do corpo, consolava e oferecia assistência espiritual a todos que lhe procura- vam. Sua vida pode muito bem ilustrar o que nos ensina Léon Denis, segundo o qual, não basta crer e saber, é necessário viver a nossa crença, fazendo penetrar na prática cotidiana os princípios superiores que adotamos. Vencendo toda a resistência, fundou “O Clarim, que de uma tiragem de duzentos chegou a quarenta e sete mil exemplares. Com a colaboração de Luiz Carlos de Oliveira Borges, que lhe franqueou os meios materiais, lançou a "Revista Internacional de Espiritismo", distribuída, atualmente, em dezenove países. Eminentes personalidades espíritas ilustraram-lhe as páginas, como Artur Conan Doyle, Charles Richet, Ernesto Bozzano, Gabriel Delanne, e muitos outros. Convenceu Getúlio Vargas a reconsiderar a ordem que havia dado de fechar todos os centros espíritas em funcionamento no país, valendo-se para tanto, de uma carta elogiosa que recebera do cientista de renome interna- cional, Ernesto Bozzano, por quem sabia que o presidente nutria profunda admiração. Esse desbravador da Nova Era, passou a ser conhecido como o Bandeirante do Espiritismo, pois, valendo-se das obras de Kardec, trilhou o rumo do esclarecimento cristão e deixou abertas verdadeiras estradas, pelas quais os companheiros da retaguarda puderam segui-lo. Louvado seja pelo empenho e merecido sucesso. Bole im sp ra ça Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano IV, N. 42 OUTUBRO, 2012 VÁ AO CINEMA PRESTIGIE! EDITORIAL Certo dia, das plêiades universais, desprendeu-se uma virtude. Então, desce à Terra a Esperança. Allan Kardec, emérito pedagogo, humanista e livre-pensador, durante sua existência terrena, qual maestro que empunha a batuta do amor pela Humanidade, rege a harpa sublime de seus atos sob a égide de três virtudes essenciais à urbanidade: Trabalho, Solidariedade, Tolerância. Essa divisa também fora adotada por Rousseau e Pestalozzi. A Filosofia e a Educação se incumbiram de preparar a nação francesa para receber o missionário Hippolyte Léon Denizard Rivail, designado por Camille Flammarion como “o bom senso encarnado”. Bom senso, qualidade fundamental para realizar a gigantesca tarefa de codificação do Espiritismo. Salve 3 de outubro de 1804! Salve Allan Kardec! Boa leitura. A EQUIPE PACTO ÁUREO (05/10/1949) Há 63 anos, o movimento espírita provou compreender a seriedade do compromisso com a divulgação do Espiritismo, colocando de lado o personalismo e valorizando o consenso, sem prejudicar a liberdade de expressão. Com a assinatura Assinatura do Pacto Áureo prevaleceu o entendimento entre as instituições espíritas no País, o que possibilitou uma nova fase de difusão da Doutrina, então unificada sob a segura coordenação da Federação Espírita Brasileira. Da foto em epígrafe destacam-se: Leopoldo Machado, Francisco Spinelli, Luiz Burgos Filhos (substituto de Lins Vasconcellos), Ary Casadio, Carlos Jordão da Silva, Sebastião Avelino de Macedo e Abdias Antônio de Oliveira (Reformador, agosto/1997). SEMINÁRIO COM ARMANDO FALCONI FILHO PROGRAMAÇÃO DA CASA 2ª Feira (20:00 às 21:00) PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: O LIVRO DOS ESPÍRITOS 01/10 Vanessa Bianca Questões 704 e 710 08/10 Ricardo Drummond Questões 711 e 714 15/10 Ana Guimarães LIVRE 22/10 João José Questões 715 e 717 29/10 Amaury Saramago Questões 718 e 721 3ª Feira (14:00 às 14:30) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO 02/10 Rita Pontes Allan Kardec 09/10 Vanessa Bianca Cap. XVI, itens 4 16/10 Giannina Laucas Cap. XVI, itens 5 23/10 Luiz Carlos Bezerra Cap. XVI, item 6 30/10 Rafael Rodrigues Cap. XVI, item 7 5ª Feira (19:30 às 21:00) ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA Sábado (8:30 às 15:00) ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA BOLETIM ESPERANÇA 42 página 04 BOLETIM ESPERANÇA 42 página 01 Há 02 anos o nosso amigo retornou à Pátria Espiritual. DATAS IMPORTANTES DO MÊS 03/10/1804 NASCIMENTO DE ALLAN KARDEC. 05/10/1949 É assinado o Pacto Áureo na FEB. 09/10/1861 É realizado o Auto-de-Fé em Barcelona, quando, por ordem da Igreja Católica, foram queimados os livros enviados por Kardec a um livreiro espanhol. 22/10/1922 Nascimento de Irma Castro Rocha (Meimei). 26/10/1943 Desencarna no Rio de Janeiro, Luís Olimpio Guillon Ribeiro, escritor e tradutor de Kardec e Roustaing. No dia 16 de setembro, realizou-se o seminário com o palestrante espírita Armando Falconi Filho, sobre o tema: “Perda de pessoas amadas”. Sua fala foi precedida pela declamação de poema, que, pela delicadeza da apresentação e beleza do texto, saudaram, de maneira elegante, o palestrante e a plateia. Falconi inicia sua exposição contando, de forma sucinta, a história de como iniciou o trabalho da FEAK (Fundação Espírita Allan Kardec Juiz de Fora MG) e, em seguida, recomenda os livros espíritas que considera essenciais para aprofundamento do tema em questão. Desenvolve o conceito de morte do ponto de vista semântico e o da Doutrina Espírita; demonstra a grande contradição do entendimento vulgar do termo, contrapondo-o ao sentido da vida; parte da comparação entre a compreensão materialista e a compreensão espiritualista da morte; elucida o uso da palavra perda e a ressignifica a partir dos pressupostos doutrinários; explicita os tipos de morte e sugere as maneiras de encará-la com base na convicção de que ela se restringe ao corpo físico. A exposição é extremamente enriquecida pelas experiências pessoais de Falconi, ao narrar a desencarnação de seus entes amados e o consolo recebido de amigos espirituais, o que, mais uma vez, confirma a imortalidade da alma. Além de inspiradora, essa certeza traz um otimismo e uma lição importante a ser observada quanto à maneira de encarar os fatos, para que possamos aproveitar o tempo da melhor forma possível, ensejando a tarefa no bem. “A vida é um instante...” Para encerramento do seminário, desfrutamos de mais um momento de ternura, proporcionado por Saulo Laucas, com a apresentação da música Ave-Maria que emocionou a todos os presentes. Agradecemos ao nosso querido palestrante os momentos de compreensão, alegria e fé por nós vividos com a sua presença inspiradora. Ângela Guiomar Nogueira CARTA DE NILSON PEREIRA Salvador, 28 de agosto de 2012. Estimados Irmãos do Ideal Espírita: Jesus conosco agora e sempre. Não há como traduzir fielmente, com palavras, a gratidão de todos os que laboramos na Mansão do Caminho pela grandiosa ajuda que nos proporcionaram com o “Feirão” deste ano, vivido com o mesmo entusiasmo dos anos anteriores. Os recursos pecuniários, auferidos em função do esforço e dedicação dos amigos, lançaremos ao chão como se- mentes, a fim de que, fecundando, produzam frutos de consolação e de esperança, para alimentar os irmãos de caminhada transitoriamente necessitados dos serviços da Caridade. Gestos, abnegação silenciosa e o trabalho com alegria, essas dádivas recolheremos para nós mesmos, qual legado de fé de que nos utilizaremos como energia incentivadora para prosseguirmos intimoratos no fiel cumprimento do compromisso assumido, em atitude de gratidão e reconhecimento a Deus pela oportunidade redentora. Com o preito de nossa amizade, rogamos a Jesus, o Senhor da Vida, conceder-lhes bênçãos de alegria e paz. NILSON PEREIRA DOS SANTOS ( Presidente ) NESTE BOLETIM CAPA EDITORIAL PACTO ÁUREO CAIRBAR SCHUTEL PÁGINA 02 FILOSOFIA E CONHECIMENTO A MENTE E A MÚSICA COLUNA DO CAMINHO PÁGINA 03 MENSAGEM DO MÊS ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS XII EXPEDIENTE PÁGINA 04 HOMEOPATIA E ESPIRITISMO SEMINÁRIO COM ARMANDO FALCONI PROGRAMAÇÃO DA CASA ANIVERSARIANTES DO MÊS DATAS IMPORTANTES DO MÊS ANIVERSARIANTES DO MÊS 02/10 Romildo J. Greco 03/10 Rayana Costa 07/10 Maria das Graças Milagres 08/10 Amauri B. Machado 13/10 Rosemary Laucas 13/10 Paulo Reichel HOMEOPATIA E ESPIRITISMO A nossa moderna civilização criou hecatombes. É uma civilização agressiva, belicosa, que conquista gradualmente o espaço, estabelece processos tecnológicos admiráveis e diminui as distâncias geográficas. Mas as lutas fratricidas continuam: vidas são arrancadas com violência, em todas as latitudes; a arrogância ainda impera; decisões desrespeitosas à lei e à ordem em diversos países recrudescem; a injustiça, de mãos dadas com a pobreza das condições de vida e da alma dos seres, ainda longe de estar reunida sob a bandeira branca e neutra da paz. É a influência do materialismo na cultura que ainda impera, causando sofrimento e nos leva aos abismos do suicídio. As nações continuam mantendo exércitos que defendem os símbolos nacionais. São dizimadas, nessa conceituação, milhões de vidas humanas, através da invenção e manutenção de armas de elevado poder destrutivo; assim é a moderna agressividade. O medo grassa em nós e, na nossa ignorância, nos armamos, continuando ela, a ignorância, persistindo a fome, as enfermidades, a exploração do homem por outro homem e ainda o trabalho escravo. Em todas as nações, em todas as partes, nossos filhos e filhas são roubados, desaparecem e, à noite, instala-se esse percalço na família; centenas de criaturas desaparecem todos os dias nas grandes cidades. Subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, nosso padrão de sofrimento, deste ponto de vista, é o mesmo. Existem conjunturas íntimas e coletivas que podem tornar-se terríveis e que causam desespero, conforme o ambiente que se processa no mundo entre as nações tecnologicamente mais avan- çadas; pode dar-se o medo ao extermínio, em função de uma inva- são e/ou ocupação de guerra, que atinge a Humanidade como um todo, seja qual for o lugar onde o acontecimento se tenha dado. JAVIER SALVADOR GAMARRA

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CAIRBAR SCHUTEL (22/09/1868 a 30/01/1938)

Como no Auto-da-fé, no confronto com a intolerância o vencedor, mais uma vez, foi o Espiritismo, nessa ocasião habilmente representado por Cairbar Schutel. O padre, que tanto o perseguiu, acabou transferido para outra cidade, mas, antes de partir, foi procurá-lo para declarar sua profunda admiração, afirmando que, no fundo, sempre soube que ele era um homem de bem.

O “Pai dos Pobres de Matão” fizera-se querido por todos, até pelos adversários, pela generosidade a toda prova e retidão adaman-tina de caráter. Em sua farmácia, quem não tinha dinheiro não pagava. Em sua casa, quem não tinha o que comer era alimentado, e quem só possuía trapos velhos para cobrir o corpo ganhava roupas simples, mas novas, para vestir. A caridade era o seu norte verda-deiro, mas ele não se limitava a sanar as necessidades do corpo, consolava e oferecia assistência espiritual a todos que lhe procura-vam. Sua vida pode muito bem ilustrar o que nos ensina Léon Denis, segundo o qual, não basta crer e saber, é necessário viver a nossa crença, fazendo penetrar na prática cotidiana os princípios superiores que adotamos.

Vencendo toda a resistência, fundou “O Clarim”, que de uma tiragem de duzentos chegou a quarenta e sete mil exemplares.

Com a colaboração de Luiz Carlos de Oliveira Borges, que lhe franqueou os meios materiais, lançou a "Revista Internacional de Espiritismo", distribuída, atualmente, em dezenove países. Eminentes personalidades espíritas ilustraram-lhe as páginas, como Artur Conan Doyle, Charles Richet, Ernesto Bozzano, Gabriel Delanne, e muitos outros.

Convenceu Getúlio Vargas a reconsiderar a ordem que havia dado de fechar todos os centros espíritas em funcionamento no país, valendo-se para tanto, de uma carta elogiosa que recebera do cientista de renome interna-cional, Ernesto Bozzano, por quem sabia que o presidente nutria profunda admiração.

Esse desbravador da Nova Era, passou a ser conhecido como o Bandeirante do Espiritismo, pois, valendo-se das obras de Kardec, trilhou o rumo do esclarecimento cristão e deixou abertas verdadeiras estradas, pelas quais os companheiros da retaguarda puderam segui-lo. Louvado seja pelo empenho e merecido sucesso.

Bole im sp ra ça Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano IV, N. 42 OUTUBRO, 2012

VÁ AO CINEMA

PRESTIGIE!

EDITORIAL

Certo dia, das plêiades universais, desprendeu-se uma virtude. Então, desce à Terra a Esperança.

Allan Kardec, emérito pedagogo, humanista e livre-pensador, durante sua existência terrena, qual maestro que empunha a batuta do amor pela Humanidade, rege a harpa sublime de seus atos sob a égide de três virtudes essenciais à urbanidade: Trabalho, Solidariedade, Tolerância. Essa divisa também fora adotada por Rousseau e Pestalozzi.

A Filosofia e a Educação se incumbiram de preparar a nação francesa para receber o missionário Hippolyte Léon Denizard Rivail, designado por Camille Flammarion como “o bom senso encarnado”. Bom senso, qualidade fundamental para realizar a gigantesca tarefa de codificação do Espiritismo.

Salve 3 de outubro de 1804! Salve Allan Kardec!

Boa leitura.

A EQUIPE

PACTO ÁUREO (05/10/1949)

Há 63 anos, o movimento espírita provou compreender a seriedade do compromisso com a divulgação do Espiritismo, colocando de lado o personalismo e valorizando o consenso, sem prejudicar a liberdade de expressão. Com a assinatura Assinatura do Pacto Áureo prevaleceu o entendimento entre as instituições espíritas no País, o que possibilitou uma nova fase de difusão da Doutrina, então unificada sob a segura coordenação da Federação Espírita Brasileira. Da foto em epígrafe destacam-se: Leopoldo Machado, Francisco Spinelli, Luiz Burgos Filhos (substituto de Lins Vasconcellos), Ary Casadio, Carlos Jordão da Silva, Sebastião Avelino de Macedo e Abdias Antônio de Oliveira (Reformador, agosto/1997).

SEMINÁRIO COM ARMANDO FALCONI FILHO

PROGRAMAÇÃO DA CASA

2ª Feira (20:00 às 21:00)

PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: O LIVRO DOS ESPÍRITOS

01/10 – Vanessa Bianca Questões 704 e 710 08/10 – Ricardo Drummond Questões 711 e 714

15/10 – Ana Guimarães LIVRE

22/10 – João José Questões 715 e 717 29/10 – Amaury Saramago Questões 718 e 721

3ª Feira (14:00 às 14:30)

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

02/10 – Rita Pontes Allan Kardec

09/10 – Vanessa Bianca Cap. XVI, itens 4

16/10 – Giannina Laucas Cap. XVI, itens 5

23/10 – Luiz Carlos Bezerra Cap. XVI, item 6

30/10 – Rafael Rodrigues Cap. XVI, item 7

5ª Feira (19:30 às 21:00)

ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA

Sábado (8:30 às 15:00)

ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA

BOLETIM ESPERANÇA 42 – página 04 BOLETIM ESPERANÇA 42 – página 01

Há 02 anos o nosso amigo retornou à Pátria Espiritual.

DATAS IMPORTANTES DO MÊS 03/10/1804 – NASCIMENTO DE ALLAN KARDEC. 05/10/1949 – É assinado o Pacto Áureo na FEB. 09/10/1861 – É realizado o Auto-de-Fé em Barcelona,

quando, por ordem da Igreja Católica, foram queimados os livros enviados por Kardec a um livreiro espanhol.

22/10/1922 – Nascimento de Irma Castro Rocha (Meimei). 26/10/1943 – Desencarna no Rio de Janeiro, Luís Olimpio

Guillon Ribeiro, escritor e tradutor de Kardec e Roustaing.

No dia 16 de setembro, realizou-se o seminário com o palestrante espírita Armando Falconi Filho, sobre o tema: “Perda de pessoas amadas”.

Sua fala foi precedida pela declamação de poema, que, pela delicadeza da apresentação e beleza do texto, saudaram, de maneira elegante, o palestrante e a plateia.

Falconi inicia sua exposição contando, de forma sucinta, a história de como iniciou o trabalho da FEAK (Fundação Espírita Allan Kardec – Juiz de Fora – MG) e, em seguida, recomenda os livros espíritas que considera essenciais para aprofundamento do tema em questão.

Desenvolve o conceito de morte do ponto de vista semântico e o da Doutrina Espírita; demonstra a grande contradição do entendimento vulgar do termo, contrapondo-o ao sentido da vida; parte da comparação entre a compreensão materialista e a compreensão espiritualista da morte; elucida o uso da palavra perda e a ressignifica a partir dos pressupostos doutrinários; explicita os tipos de morte e sugere as maneiras de encará-la com base na convicção de que ela se restringe ao corpo físico.

A exposição é extremamente enriquecida pelas experiências pessoais de Falconi, ao narrar a desencarnação de seus entes amados e o consolo recebido de amigos espirituais, o que, mais uma vez, confirma a imortalidade da alma. Além de inspiradora, essa certeza traz um otimismo e uma lição importante a ser observada quanto à maneira de encarar os fatos, para que possamos aproveitar o tempo da melhor forma possível, ensejando a tarefa no bem. “A vida é um instante...”

Para encerramento do seminário, desfrutamos de mais um momento de ternura, proporcionado por Saulo Laucas, com a apresentação da música Ave-Maria que emocionou a todos os presentes.

Agradecemos ao nosso querido palestrante os momentos de compreensão, alegria e fé por nós vividos com a sua presença inspiradora.

Ângela Guiomar Nogueira

CARTA DE NILSON PEREIRA

Salvador, 28 de agosto de 2012.

Estimados Irmãos do Ideal Espírita:

Jesus conosco agora e sempre.

Não há como traduzir fielmente, com palavras, a gratidão de todos os que laboramos na Mansão do Caminho pela grandiosa ajuda que nos proporcionaram com o “Feirão” deste ano, vivido com o mesmo entusiasmo dos anos anteriores.

Os recursos pecuniários, auferidos em função do esforço e dedicação dos amigos, lançaremos ao chão como se- mentes, a fim de que, fecundando, produzam frutos de consolação e de esperança, para alimentar os irmãos de caminhada transitoriamente necessitados dos serviços da Caridade.

Gestos, abnegação silenciosa e o trabalho com alegria, essas dádivas recolheremos para nós mesmos, qual legado de fé de que nos utilizaremos como energia incentivadora para prosseguirmos intimoratos no fiel cumprimento do compromisso assumido, em atitude de gratidão e reconhecimento a Deus pela oportunidade redentora.

Com o preito de nossa amizade, rogamos a Jesus, o Senhor da Vida, conceder-lhes bênçãos de alegria e paz.

NILSON PEREIRA DOS SANTOS ( Presidente )

NESTE BOLETIM CAPA

EDITORIAL

PACTO ÁUREO

CAIRBAR SCHUTEL

PÁGINA 02

FILOSOFIA E CONHECIMENTO

A MENTE E A MÚSICA

COLUNA DO CAMINHO

PÁGINA 03

MENSAGEM DO MÊS

ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS XII

EXPEDIENTE

PÁGINA 04

HOMEOPATIA E ESPIRITISMO

SEMINÁRIO COM ARMANDO FALCONI

PROGRAMAÇÃO DA CASA

ANIVERSARIANTES DO MÊS

DATAS IMPORTANTES DO MÊS

ANIVERSARIANTES DO MÊS

02/10 – Romildo J. Greco

03/10 – Rayana Costa

07/10 – Maria das Graças Milagres

08/10 – Amauri B. Machado

13/10 – Rosemary Laucas

13/10 – Paulo Reichel

HOMEOPATIA E ESPIRITISMO

A nossa moderna civilização criou hecatombes. É uma civilização agressiva, belicosa, que conquista gradualmente o espaço, estabelece processos tecnológicos admiráveis e diminui as distâncias geográficas. Mas as lutas fratricidas continuam: vidas são arrancadas com violência, em todas as latitudes; a arrogância ainda impera; decisões desrespeitosas à lei e à ordem em diversos países recrudescem; a injustiça, de mãos dadas com a pobreza das condições de vida e da alma dos seres, ainda longe de estar reunida sob a bandeira branca e neutra da paz.

É a influência do materialismo na cultura que ainda impera, causando sofrimento e nos leva aos abismos do suicídio.

As nações continuam mantendo exércitos que defendem os símbolos nacionais. São dizimadas, nessa conceituação, milhões de vidas humanas, através da invenção e manutenção de armas de elevado poder destrutivo; assim é a moderna agressividade.

O medo grassa em nós e, na nossa ignorância, nos armamos, continuando ela, a ignorância, persistindo a fome, as enfermidades, a exploração do homem por outro homem e ainda o trabalho escravo.

Em todas as nações, em todas as partes, nossos filhos e filhas são roubados, desaparecem e, à noite, instala-se esse percalço na família; centenas de criaturas desaparecem todos os dias nas grandes cidades.

Subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, nosso padrão de sofrimento, deste ponto de vista, é o mesmo.

Existem conjunturas íntimas e coletivas que podem tornar-se terríveis e que causam desespero, conforme o ambiente que se processa no mundo entre as nações tecnologicamente mais avan-çadas; pode dar-se o medo ao extermínio, em função de uma inva-são e/ou ocupação de guerra, que atinge a Humanidade como um todo, seja qual for o lugar onde o acontecimento se tenha dado.

JAVIER SALVADOR GAMARRA

Nos primórdios das comunicações com o mundo invisível, as perguntas que os pesquisadores faziam eram modestas e sem profundidade, vis-à-vis à possibilidade de resposta lacônica dos Espíritos: sim e não, representadas por um número estipulado de batidas para cada uma. Podemos até inferir que os saltos de qualidade impressos nesses diálogos decorreram da adoção do alfabeto completo, de modo que pudessem os Espíritos expor, com a profundidade necessária, a filosofia do Cristianismo Redivivo.

Neste trecho do livro, Allan Kardec também apresenta um caso relatado por uma testemunha ocular de um navio da marinha imperial francesa, estacionado nos mares da China, no qual todos os tripulantes se ocupavam em se comunicar com as mesas “inteligentes”. Num dos diálogos com a tripulação, foi evocado o Espírito de um tenente pertencente à mesma guarni-ção. O falecido se desculpou ao capitão por não ter pagado uma quantia em dinheiro de que ninguém tinha conhecimento. Nem mesmo o próprio capitão se lembrava desta soma. Após verificar em suas antigas anotações, constatou que o valor era exatamente o mesmo relatado pelo Espírito.

Esta é uma das incontáveis histórias, à época de Kardec, de manifestações que tiveram o propósito de levar à Humanidade a comprovação da vida futura. Como reforço ao tentame do mundo espiritual, tivemos a bênção, nós brasileiros, de ter ao nosso lado o querido Francisco Cândido Xavier, esse eminente trabalhador da Doutrina Espírita, instrumento de inúmeros casos de comunicações entre os dois planos.

André Laucas

COLUNA DO CAMINHO

A MANSÃO DO CAMINHO COMPLETA 60 ANOS No dia 13 de agosto do corrente ano, partiu do Rio de

Janeiro rumo a Salvador (BA) uma equipe representante do Grupo Espírita Caminho da Esperança, com a missão de transladar uma preciosa carga que custodiava uma maquete da Mansão do Caminho, para ser exibida por ocasião da festa comemorativa dos 60 anos de sua fundação. A equipe, que também participou das festividades, era composta por Helena Alves, Claudia Passarelli, Rafael Laucas e Márcia Alves (Bélgica). O Boletim Esperança elegeu Rafael e Helena para breve entrevista à cerca da experiência: Boletim Esperança: – Como se sentiram ao conduzir a maquete da Mansão do Caminho sob sua responsabilidade? Rafael: – A princípio, receosos quanto ao transporte de uma carga de aproximadamente 180Kg., mas, após as inerentes dificuldades operacionais, conseguimos despachá-las despachá-la para Salvador. A nossa expectativa maior, ao chegarmos, era a preocu- pação quanto à integridade daquela preciosa maquete que simbolizava a história de uma Instituição com 60 anos de fundação e de numerosos serviços no bem. Foi um desafio que compensou. B.E. : – Descreva suas impressões

sobre a Mansão. Rafael: – Ao transpor os portões, já observamos a simplicidade das construções dispostas harmoniosamente na distribuição dos prédios-escola, dos edifícios-ambulatório, das casas e demais edificações, todas na mais perfeita sintonia, com jardins impecáveis, ruas limpíssimas e sinalizadas, escolas repletas de crianças e jovens organizados e disciplinados, tudo irrepreensivelmente correto.

B.E.: – Como foi a relação com os trabalhadores e demais integrantes da Mansão? Rafael: – Naqueles 3 dias na Mansão, em contato com os companheiros, difícil não sentir a psicosfera que envolvia as conversas amistosas, com informações, elucidações e descontra-ção, desde o café da manhã, e durante as rotinas de trabalho, tudo é feito nome do amor ao próximo. Sem dúvida, trata-se de um recanto onde a Divindade canaliza os recursos para o bem.

B.E.: – O que mais lhe chamou a atenção? Helena: _ Chamou-nos a atenção a organização e disciplina em todos os setores da Instituição, sobretudo na sala de costuras, a turma alegre da faxina e outros. Aconteceram momentos de grande emoção, especialmente, com Divaldo... e Solange; na cozinha, com Lady e Damiana sempre amáveis e risonhas; na convivência com Tio Nilson e tantos outros. Eram momentos de reunião com a oportunidade de ouvirmos as histórias e observações de Divaldo e Tio Nilson. B.E.: – Que senti-mento restou após a nobre missão? Helena:_ Foi gratifi-cante estar presente às comemorações de 60 anos da Mansão no dia 15 de agosto, restando uma agra-dável sensação do dever cumprido.

FILOSOFIA E CONHECIMENTO

Filosofia, amor ao saber. Mas o que é saber? Segundo o dicionarista, é conhecer, ser ou estar informado de. Implica dizer que todo homem deve ser, sem exceção, um filósofo; afinal, todos buscam sua capacitação em torno de algum objetivo. Conhecer é a maior arte humana, é a alavanca da vida, pois leva o indivíduo a mudar estruturas já firmadas através da força do raciocínio.

Elaborações mentais são responsáveis por mudanças em qualquer área, seja material, emocional ou espiritual.

Uma pergunta: leva-se para o mundo espiritual todo o aprendizado clássico, formal, intelectual? Será valorizado no presente tudo que se fez no passado? Se as experiências e o conhecimento encontram, na memória, o depósito sublime do que se aprendeu, vale dizer que o homem reencarnado, tendo sido professor na existência anterior, volta com a aptidão de educador. Certo? Errado.

A ciência neurológica comprova que o que se faz sem emoção, sem entrega, sem amor, perde-se com o corpo. A verdadeira vida do Espírito é a mental, dizem os instrutores espirituais; desta forma, só ficará armazenado na memória espiritual o que foi registrado vibracionalmente, com sentimento, satisfação e mobilização.

Será que terei que aprender as noções das ciências básicas na próxima encarnação porque não vivi a satisfação do saber? Serei filósofo ou estarei “passando pela vida em brancas nuvens”, como nos diz Francisco Otaviano?

Jesus afirmou: “conhecereis a verdade a verdade vos libertará”.

Liberdade de pensar – amor ao que se faz: eis a chave da felicidade.

Vanessa Bianca

DIREÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Presidente: Luiz Carlos Bezerra

Vice-presidente: Ricardo Drummond

Secretários: Vanessa Bianca e Rafael Laucas

EXPEDIENTE

Direção do Jornal: Rafael Rodrigues

Secretária: Regina Celia Campos

Revisora: Giannina Laucas

Colaboradores:

Ana Guimarães Eugenia Maria

Rita Pontes Marcia Alves

Vanessa Bianca André Laucas

BOLETIM ESPERANÇA 42 – página 02 BOLETIM ESPERANÇA 42 – página 03

ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS XII

CAPÍTULO III – Das manifestações inteligentes (Itens 68 a 70)

MENSAGEM DO MÊS

I – O amor acabou; não dá para continuar; é uma verdadeira tortura. Não é justo atrelarem-se, no carro da vida, duas criaturas

que não se toleram; não é isso o que Deus deseja para nós, os Seus filhos – desabafou ele, num momento de conflito. II

É tão fácil ao ser humano apresentar justificativas para suas atitudes! Não importa se, em meio aos seus arrazoados, existem outras vidas em jogo, não importa se essas mesmas pessoas concordam ou não, o egoísmo é a mola mestra a impulsionar sonhos e esperanças de uma felicidade cada vez mais distante.

Já dizia Thales, o filósofo da cidade de Mileto, que a coisa mais fácil do mundo é dar conselhos, porém não é esse nosso objetivo. Desde muito cedo, por circunstâncias que não vêm ao caso, nos acostumamos a ouvir os dramas humanos: os grandes que demandavam buscar o socorro dos amigos espirituais, para esclarecimentos seguros; e os mesquinhos frutos da incoerência da criatura voltada para si. Isso nos fez perceber que o maior desafio da atualidade é tentar decifrar o ser humano, com toda a sua gama de interesses, lógicas descabidas, frustrações e sonhos impossíveis. Quando se deseja alguma coisa, encontram-se todas as razões imagináveis, mormente se os desejos são ilícitos.

Entendemos que o homem queira ser feliz. Todavia, se busca opinião de terceiros, demonstra que está conflitado. Tem dúvidas a respeito do passo a ser dado e, se há dúvida, melhor optar pela paciência e reflexão sobre o assunto. E, no caso do espírita, fazer uma análise demorada do próprio comportamento, para descobrir o momento em que a vida se tornou insuportável.

Se o processo evolutivo começa a partir do autoconhecimento, a convivência feliz começa a partir do esforço que se faça para domar as más tendências e, geralmente, quando alguém sincero inicia essa conduta, influencia as demais pessoas de forma posit iva.

Não desejamos afirmar que seja coisa simples, apesar de “O Livro dos Espíritos”, na resposta à pergunta no 909, informar o contrário. Estamos trabalhando para o futuro e, no dizer de Joanna de Ângelis: ”Quando o futuro sorri promessas, o presente se cobre de testemunhos.”

III Pensamos no bem, e sentimos o coração tocado, quando vemos o sofrimento em nossos irmãos de romagem. Se existe essa

sensibilidade em nós, por que não ser aplicado aos que estão mais próximos? Certa ocasião, nós estávamos visitando uma “Casa Abrigo” – local onde as crianças são recolhidas, quando abandonadas

pelos pais ou quando estes não têm condições de educá-las; regra geral, com algumas sublimes exceções, são depósitos de crianças sem dono. O companheiro ao lado chorava emocionado, tocado pela situação dos pequenos. Incoerência ou maluquice, pois a mesma criatura que chorava pela situação daqueles meninos houvera abandonado cinco filhos com a esposa incapaz e se negava a pagar ínfima pensão para o sustento deles.

Percebe-se que é simples analisar os quadros da vida, quando não estamos inseridos no contexto. Despertemos, este é o nosso santo momento de estabelecer providencial modificação no comportamento, aspirando a melhores condições amanhã.

IV Voltando ao diálogo inicial: – Diga-me, filho, a partir de que momento você começou a sentir que o amor havia acabado e que a melhor opção seria o

divórcio, apesar de não ser solução e sim mais um problema? – Olha, tia, melhor não falar mais no assunto, acho que vou pensar mais um pouco. – Isso teria alguma coisa a ver com aquela jovem que o acompanhava no domingo? – Quando eu deveria estar na Quinta com os meus filhos... Vai passar, tia, isso foi um sonho mau ou um pesadelo. Depois que

ela entrou na minha vida, não tive um momento de paz. – Tudo bem, menino, ore mais, converse com Deus. Isso nos dá enorme bem-estar.

Ana Guimarães *GUIMARÃES, Ana Jaicy. Revista Cultura Espírita, ICEB, Rio de Janeiro, ano 3, n.31, out. 2011.

Geraldo Guimarães

A MENTE E A MÚSICA

Na Terra, é através do pensamento, escrito ou oral, que se comunica a fé e que se instruem os homens. No espaço, porém, dizem-nos nossos guias, a música é a expressão sublime do pensamento divino. (Léon Denis)

A música é um poderosíssimo meio para alcançarmos a harmonia, abrindo nossos canais para a sintonia com bons Espíritos ou simplesmente para nos sentirmos melhor e em condições de desenvolvermos atividades com alegria e tranquilidade. Isso todos sabemos. O que não sabíamos era o poder que a música tem para o desenvolvimento do nosso aprendizado. Podemos até dizer que, intuitivamente, já tínhamos uma ideia de que isso era possível, mas, embora um tanto evidente, faltava algo que comprovasse essa percepção.

Não se trata de lembrar alguma música que nos envolveu harmoniosamente ou em função de uma letra sensível. Também não é o caso de se colocar um som adequado, para harmonizar o ambiente ou a mente. É claro que tudo isso ajuda, mas a educação musical parece ser o caso, quando se trata de aprendizagem. Pelo menos é o que podemos perceber, de acordo com algumas pesquisas realizadas recentemente, em escolas, com crianças na fase de alfabetização e dos primeiros exercícios de cálculos. Uma dessas pesquisas, realizada no Canadá, mostra que o ensino de música atua, de várias formas, no desenvolvimento do cérebro infantil.

De um modo geral, as pessoas já na fase adulta buscam a paz, procuram manter o pensamento organizado, correm atrás das facilidades para conservar o cérebro em equilíbrio. Os objetivos podem ser muitos, como tranquilidade, sucesso e saúde, mas, para serem atingidos, é preciso, quase sempre, um esforço pessoal que não depende só da vontade. É preciso saber fazer, agir e buscar. E isso só é possível com conhecimento.

Precisamos aprender sempre, para poder movimentar os pensamentos em função dos desejos ou necessidades. Nesse sentido, é bom refletirmos como essas pesquisas podem ser úteis, tanto para nossas atividades, como pais e educadores, quanto para o uso pessoal. Os cientistas canadenses também perceberam isso. Tanto que a próxima pesquisa musical deverá ser com adultos.

E para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a interferência musical no cérebro humano, o neurologista Oliver Sacks escreveu o livro “Alucinações Musicais”, com casos muito interessantes, procurando mostrar como isso acontece.

Eugenia Maria

O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem.