boletim esperança 38

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GUILHERME TAYLOR MARCH (21/08/1838 a 21/06/1922) George March veio ao Brasil com aspirações comerciais. Negociou produtos ingleses e obteve grande sucesso, tornan- do-se um dos mais bem sucedidos empresários de sua época. Da união com Ignácia March nasceram dois filhos. Guilherme Taylor March, o caçula, nove anos mais novo, aos seis ficou órfão. Seu irmão tomou posse do que lhe cabia na herança e seguiu seu caminho, deixando-o sob os cuidados de um tutor. Enviado a respeitáveis instituições de ensino, seguiu nos estudos até se formar na Universidade de Medicina da Corte. Por ocasião da formatura, a fortuna que herdara havia acabado. Sem se abater com o revés, atirou-se ao trabalho com fé e coragem. Foi acometido de varíola, e por morar em uma pensão, correu o risco de ser internado em um hospital. Ao invés disso, foi acolhido pela proprietária da habitação coletiva em que morava. Espírita dedicada, ela se ofereceu para hospedá-lo em uma casa nos fundos do terreno. Com auxílio de Nascimento, médium receitista que tratava com a homeopatia, conseguiu curá-lo. A convivência despertou seu interesse pelas obras de Allan Kardec. Tornou-se um médico homeopata e espírita dedicado. Desprendido de todo interesse material, dedicou-se inteiramente à tarefa sublime de suavizar os sofrimentos do próximo. Fez isso por mais de cinquenta anos, descuidando-se da própria saúde, numa afirmação patente de renúncia e de dedicação, tornando-se, por isso mesmo, um homem que realmente viveu os ensinamentos evangélicos, levando a paz e saúde a milhares de sofredores. Casou-se, em 1860, com D. Francisca de Paula Correia March e mudou-se para Niterói. O casal teve nove filhos. Sua clientela era enorme, mas, por sua dedicação extrema à pobreza, vivia com poucos recursos. Essa situação se agravou quando os efeitos da enfermidade que o atacara na mocidade começaram a tolher-lhe os movimen- tos.” Seus amigos se cotizaram para comprar uma casa que foi mobiliada com a generosa ajuda das senhoras da sociedade de Niterói. Tomando posse daquele imóvel, abriu-lhe as portas, e nunca mais as fechou, para que por ela entrassem livremente todos os infortunados e por isso exclamava: "Esta casa não é minha, mas de todos os que não tem teto". Nascido no dia 21 de agosto de 1838, o nosso biografado desencarnou no dia 21 de junho de 1922, com a avançada idade de 84 anos, dos quais 63 dedicados a fazer bem ao próximo. Boletim Esperança Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano IV, N. 38 JUNHO, 2012 OS MÉDICOS DOS POBRES Antes e depois Dele, em todas as épocas da Humanidade, Jesus en- caminhou ao Planeta Espíritos comprome- tidos com o bem. Realizando Seu projeto, três médicos contemporâneos, quais traços de luz cindindo as trevas, reencarnaram na Terra e provaram que o cristão por excelência sempre deixa, para a posteridade, um lastro de fortaleza moral a serviço dos seres carentes de amor. Curiosamente, Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), Guilherme Taylor March (1838- 1922) e Lázaro Luiz Zamenhof (1859-1917) receberam o cognome de “Médico dos Pobres”, visto que se dedicaram integralmente a socorrer os sofredores. Como médicos, eles cumpriram suas missões. A Dr. Bezerra, pelo seu exemplo de bondade e amor aos necessitados, a Dr. March, pelo desapego dos bens materiais em favor dos pobres, e a Dr. Zamenhof, pelo legado de fraternidade, ao criar o Esperanto, língua sem fronteiras, de todas as nações, fica nosso preito de gratidão. NESTE BOLETIM Capa EDITORIAL OS MÉDICOS DOS POBRES GUILHERME TAYLOR MARCH Página 02 RICAS MEMÓRIAS APRENDER A PENSAR EXPEDIENTE COLUNA DO CAMINHO Página 03 MENSAGEM DO MÊS A TRÍPLICE FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS VIII Página 04 RELACIONAMENTOS FAMILIARES SOBRE O SEMINÁRIO DO DR. GAMARRA PROGRAMAÇÃO DA CASA ANIVERSARIANTES DO MÊS DATAS IMPORTANTES DO MÊS Crônicas de família é um programa apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos. [ Bezerra de Menezes Guilherme Taylor March Lázaro Zamenhof ] OS MÉDICOS DOS POBRES EDITORIAL Condenado à morte por ter desobedecido às ordens do imperador romano Claudio II, que proibiu a celebração de casamentos, com o intuito de arregimentar jovens para a guerra, o Bispo Valetim fora decapitado em 14 de fevereiro de 270. Antes disso, ainda na prisão, multidões de jovens que acreditavam no amor jogavam- lhe flores e bilhetes com mensagens de esperança. Fora visitado por uma jovem cega, Astérias, filha do carcereiro, que recuperou a visão pelo contato com Valentim. Ambos se apaixonaram trocando juras de amor. Por isso, poderíamos desejar “Felice Giorno dei Innamorati”, “Feliz Día de San Valentín”, “Happy Valentine’s Day”, “Heureux Jour des Amoureux”, “Happy Valentinstag”, ou apenas “Feliz Dia dos Namorados”, mas, para homenagear a língua da fraternidade universal, Zamenhof diria: “Feliĉa Sankt- Valentena tago”. O amor está no ar. Boa leitura! A EQUIPE SEMINÁRIO COM DR. JAVIER SALVADOR GAMARRA PROGRAMAÇÃO DA CASA 2ª Feira (20:00 às 21:00) PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: O LIVRO DOS ESPÍRITOS 04/06 – Vanessa Laucas Questões 674 e 681 11/06 – Ricardo Drummond Questões 682 e 685 18/06 – Lucia Moysés Nas mãos amigas dos pais 25/06 – Ana Guimarães LIVRE 3ª Feira (14:00 às 14:30) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO 05/06 – Tereza Quitete Cap. XIII, item 20 12/06 – José Carlos Bezerra Cap. XIV, itens 1 a 3 19/06 – Rita Pontes Cap. XIV, item 4 26/06 – Rafael Rodrigues Cap. XIV, item 5 5ª Feira (19:30 às 21:00) “O DESPERTAR DO ESPÍRITO” 07/06 – Camila / Cristiane 21/06 – Amaury S. / Cláudia C. 14/06 – Rafael L. / Jânio 28/06 – Ricardo / Beatriz Sábado (8:30 às 15:00) ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA BOLETIM ESPERANÇA 38 – página 04 BOLETIM ESPERANÇA 38 – página 01 02 anos sem o nosso amigo. DATAS IMPORTANTES DO MÊS 03/06/1925 – Desencarnação de Camille Flammarion, astrônomo famoso em sua época, colaborador de Kardec. 16/06/1966 – Desencarnação de Peixotinho (Francisco Peixoto Lins), médium de efeitos físicos. 21/06/1886 – Desencarnação o médium britânico Daniel Dunglass Home. 24/06/1943 – Desencarnação de Ernesto Bozzano. 27/06/1883 – Nasce em Araçatuba/SP, Benedita Fernandes, a “Dama da Caridade”. RELACIONAMENTOS FAMI LIARES: PONTOS E COMENTÁRIOS “A família é o laboratório de vivências das mais expressivas de que necessita o ser humano, no seu processo de evolução. [...] Aceitos ou repudiados por motivos que procedem de existências pretéritas, o grupo familial faculta o romper dos laços do egoísmo, a fim de que a solidariedade e a lídima fraternidade se desenvolvam efusivamente.” (J.A., “O Despertar do Espírito”) Deus nos permitiu reencarnarmos em uma família na qual precisávamos para nossa evolução. Deu-nos parentes afetuosos com afinidades de vidas passadas, mas nos enviou também inimigos antigos, casos amorosos não resolvidos, para que, nesse bálsamo de pessoas entre as quais temos as nossas vidas entrelaçadas, possamos crescer espiritualmente. Q. 193: – “Um homem, em suas novas existências, pode descer mais baixo que na atual?” R.: – “Como posição social, sim; como Espírito, não.” Q. 208: – “Os Espíritos dos pais não exercem influência sobre o do filho, depois do nascimento?” R.: – “Uma influência muito grande; como dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso uns dos outros. Muito bem! Os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os dos seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” (A.K., “O Livro dos Espíritos”) Partindo da ideia de que não regredimos espiritualmente, só nos resta a certeza de que estamos nesta vida para assumir a realidade da evolução espiri- tual. A família é a forma mais direta que temos para progredir. O primeiro passo começa dentro de casa, onde, diariamente, iremos enfrentar nossas dificuldades. As divergências existem, mas é preciso a base do diálogo, da compreensão para lidar com as dificuldades e, principalmente, da educação. É função dos pais fornecê-la, independentemente da falta de tempo, espaço ou situação financeira. A educação é a base para diminuir as arestas das diferenças nos lares. “Os Espíritos antipáticos entre si, quando se reencontram na família, unidos pela consanguinidade, expressam essa animosidade de muitas formas, o que gera transtornos cuja gravidade tem a dimensão dos problemas vivenciados. Por outro lado, quando existe compreensão e fraternidade, os relacionamentos se fa- zem saudáveis e enriquecedores, ampliando os horizontes do afeto [...]. Somente há legítimo relacionamento, que poderá ser considerado saudável, quando as pessoas ou os seres que intercambiam as expressões de afetividade ou de interesse comum, mesmo que discordando de ideias e posturas tomadas, agem em clima de agradável compreensão, ensejando o crescimento interior.” (J.A.) A base para esse ensejo virtuoso de harmonia caminhar em bons solos é a partir da tolerância, da paciência, do amor e do diálogo. É imprescindível a comunicação, a troca de ideias. A evolução da ciência e das grandes descobertas só ocorreu devido a teses contrárias às outras teses, mas só foram possíveis quando colocadas à prova, discutidas. Da mesma maneira, ocorre com a família. As diferenças só podem ser entendidas se forem esclarecidos os pontos de vista de cada um. O silêncio entre os familiares é um dos maiores abismos que distancia uns dos outros. Se não houver, entre eles, assuntos interessantes, que conversem amenidades, que contem casos engraçados, que riam do tempo, mas que compartilhem os pensamentos do momento vivido. O tempo em que vivemos agora é tão abençoado que possui esse nome: presente. “Mede-se o desenvolvimento e a maturidade psicológica de uma pessoa, quando o seu relacionamento no lar é positivo, mesmo enfrentando clima de hostilidade ou de indiferença, que o prepara emocionalmente para outros cometimentos na convivência social. [...] Não há crescimento psicológico sem o enfrentamento de problemas, sem o atrito das emoções, particularmente na área da efetividade que é campo novo para o ser, quando treina mais fortes e valiosas expressões de amor.” (Joanna de Ângelis) A tolerância, a fé, o amor, a necessidade de evolução fazem o ser humano, mesmo diante de todas as adversidades de um lar em desequilíbrio, ainda assim, um ser gentil que mantém o diálogo e distribui amor. Não há nada mais forte que o amor. Nunca houve situação na qual este não vencesse. “O ser humano, em qualquer fase do seu desenvolvimento na Escola terrestre, é sempre aprendiz sensível a quem o amor oferece os mais poderosos recursos para a felicidade ou para a desdita, dependendo de como esse seja encaminhado. O lar, desse modo, é oficina de crescimento moral e intelectual, mas, sobretudo,. espiritual, que deve ser aprimorado sempre, abrindo espaço para tornar-se célula eficiente da sociedade.” (Joanna de Ângelis) Oficina: lugar onde trabalham operários, artesãos, onde se conserta, onde se cria, onde se faz o novo. Que nós sejamos sempre operários do bem em nossas famílias, que trabalhemos arduamente, diariamente para uma família melhor. Que sejamos artesãos, artistas plásticos na arte de inovar, de criar, de harmonizar todas as formas, de entender o outro. A nossa principal função na reencarnação é a evolução. Vamos evoluir. Vamos amar. Vamos cuidar. Vamos sorrir. Vamos nos valorizar. E para começar, em família! Felipe Porto M. Cardoso No dia 13 de maio, realizou-se o seminário sobre a temática “Por que adoecemos?” com Dr. Gamarra, que iniciou a sua fala após apresentações de músicas e poemas para saudar o palestrante, a plateia e, especialmente, homenagear especialmente as mães. O expositor iniciou mencionando sua emoção por estar, nesta importante data comemorativa do Dia das Mães, realizando este trabalho de esclarecimento sobre as razões que nos levam às enfermidades e, sobretudo, as formas de evitá-las e enfrentá-las para que possamos compreender e mudar as nossas atitudes em benefício da nossa saúde física e espiritual. Além de toda fundamentação baseada na Doutrina Espírita, apresentou as formas de manifestações de nossas atitudes, indicando suas influências ora como geradoras de enfermidades ora como geradoras de bem-estar. A configuração da correspondência entre condutas e atitudes foi extremamente expressiva para que a plateia percebesse a importância da mudança de comportamentos e hábitos prejudiciais à saúde. Após sua apresentação, houve o momento de perguntas da plateia, sobre as quais foram prestados muitos esclarecimentos e orientações para os problemas que podem ser melhorados com o cuidado alimentar, além dos aspectos anteriormente mencionados durante o seminário. Agradecemos, sensibilizados, ao Dr. Gamarra pelos privilegiados momentos de extrema elucidação e pela oportunidade de podermos mudar, a partir do entendimento das nossas atitudes, alicerçadas em condutas mais coerentes com os ensinamentos de Jesus. Angela Guiomar Nogueira ANIVERSARIANTES DO MÊS Cristiane Drummond 02/06 Vinicius Guimarães 05/06 Laila Laucas Paulo 06/06 Maria José Mattos 06/06 Josué Lemos 11/06 Merita 19/06 Antonia Cardoso 18/06 Valdete Bezerra 19/06 Thiago Laucas 22/06 Felipe Laucas 26/06 André Laucas 26/06

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GUILHERME TAYLOR MARCH (21/08/1838 a 21/06/1922)

George March veio ao Brasil com aspirações comerciais. Negociou produtos ingleses e obteve grande sucesso, tornan-

do-se um dos mais bem sucedidos empresários de sua época. Da união com Ignácia March nasceram dois filhos. Guilherme Taylor March, o caçula, nove anos mais novo, aos seis ficou órfão. Seu irmão tomou posse do que lhe cabia na herança e seguiu seu caminho, deixando-o sob os cuidados de um tutor. Enviado a respeitáveis instituições de ensino, seguiu nos estudos até se formar na Universidade de Medicina da Corte. Por ocasião da formatura, a fortuna que herdara havia acabado. Sem se abater com o revés, atirou-se ao trabalho com fé e coragem. Foi acometido de varíola, e por morar em uma pensão, correu o risco de ser internado em um hospital. Ao invés disso, foi acolhido pela proprietária da habitação coletiva em que morava. Espírita dedicada, ela se ofereceu para hospedá-lo em uma casa nos fundos do terreno. Com auxílio de Nascimento, médium receitista que tratava com a homeopatia, conseguiu curá-lo. A convivência despertou seu interesse pelas obras de Allan Kardec. Tornou-se um médico homeopata e espírita dedicado. Desprendido de todo interesse material, dedicou-se inteiramente à tarefa sublime de suavizar os sofrimentos do próximo. Fez isso por mais de cinquenta anos, descuidando-se da própria saúde, numa afirmação patente de renúncia e de dedicação, tornando-se, por isso mesmo, um homem que realmente viveu os ensinamentos evangélicos, levando a paz e saúde a milhares de sofredores. Casou-se, em 1860, com D. Francisca de Paula Correia March e mudou-se para Niterói. O casal teve nove filhos. Sua clientela era enorme, mas, por sua dedicação extrema à pobreza, vivia com poucos recursos. Essa situação se agravou quando os efeitos da enfermidade que o atacara na mocidade começaram a tolher-lhe os movimen-tos.” Seus amigos se cotizaram para comprar uma casa que foi mobiliada com a generosa ajuda das senhoras da sociedade de Niterói. Tomando posse daquele imóvel, abriu-lhe as portas, e nunca mais as fechou, para que por ela entrassem livremente todos os infortunados e por isso exclamava: "Esta casa não é minha, mas de todos os que não tem teto". Nascido no dia 21 de agosto de 1838, o nosso biografado desencarnou no dia 21 de junho de 1922, com a avançada idade de 84 anos, dos quais 63 dedicados a fazer bem ao próximo.

Boletim Esperança Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano IV, N. 38 JUNHO, 2012

OS MÉDICOS DOS POBRES Antes e depois Dele,

em todas as épocas da Humanidade, Jesus en- caminhou ao Planeta Espíritos comprome-tidos com o bem. Realizando Seu projeto, três médicos contemporâneos, quais traços de luz cindindo as trevas, reencarnaram na Terra e provaram que o cristão por excelência sempre deixa, para a posteridade, um lastro de fortaleza moral a serviço dos seres carentes de amor.

Curiosamente, Adolfo Bezerra de Menezes (1831-1900), Guilherme Taylor March (1838-1922) e Lázaro Luiz Zamenhof (1859-1917) receberam o cognome de “Médico dos Pobres”, visto que se dedicaram integralmente a socorrer os sofredores. Como médicos, eles cumpriram suas missões.

A Dr. Bezerra, pelo seu exemplo de bondade e amor aos necessitados, a Dr. March, pelo desapego dos bens materiais em favor dos pobres, e a Dr. Zamenhof, pelo legado de fraternidade, ao criar o Esperanto, língua sem fronteiras, de todas as nações, fica nosso preito de gratidão.

NESTE BOLETIM Capa EDITORIAL OS MÉDICOS DOS POBRES GUILHERME TAYLOR MARCH

Página 02 RICAS MEMÓRIAS APRENDER A PENSAR EXPEDIENTE COLUNA DO CAMINHO

Página 03 MENSAGEM DO MÊS A TRÍPLICE FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS VIII

Página 04 RELACIONAMENTOS FAMILIARES SOBRE O SEMINÁRIO DO DR. GAMARRA PROGRAMAÇÃO DA CASA ANIVERSARIANTES DO MÊS DATAS IMPORTANTES DO MÊS

Crônicas de família é um programa apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos.

[ Bezerra de Menezes Guilherme Taylor March Lázaro Zamenhof ]

OS MÉDICOS DOS POBRES EDITORIAL Condenado à morte por ter desobedecido

às ordens do imperador romano Claudio II, que proibiu a celebração de casamentos, com o intuito de arregimentar jovens para a guerra, o Bispo Valetim fora decapitado em 14 de fevereiro de 270.

Antes disso, ainda na prisão, multidões de jovens que acreditavam no amor jogavam-lhe flores e bilhetes com mensagens de esperança. Fora visitado por uma jovem cega, Astérias, filha do carcereiro, que recuperou a visão pelo contato com Valentim. Ambos se apaixonaram trocando juras de amor.

Por isso, poderíamos desejar “Felice Giorno dei Innamorati”, “Feliz Día de San Valentín”, “Happy Valentine’s Day”, “Heureux Jour des Amoureux”, “Happy Valentinstag”, ou apenas “Feliz Dia dos Namorados”, mas, para homenagear a língua da fraternidade universal, Zamenhof diria: “Feliĉa Sankt-Valentena tago”.

O amor está no ar. Boa leitura! A EQUIPE

SEMINÁRIO COM DR. JAVIER SALVADOR GAMARRA

PROGRAMAÇÃO DA CASA

2ª Feira (20:00 às 21:00) PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: O LIVRO DOS ESPÍRITOS

04/06 – Vanessa Laucas Questões 674 e 681 11/06 – Ricardo Drummond Questões 682 e 685

18/06 – Lucia Moysés Nas mãos amigas dos pais

25/06 – Ana Guimarães LIVRE

3ª Feira (14:00 às 14:30) O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

05/06 – Tereza Quitete Cap. XIII, item 20

12/06 – José Carlos Bezerra Cap. XIV, itens 1 a 3

19/06 – Rita Pontes Cap. XIV, item 4

26/06 – Rafael Rodrigues Cap. XIV, item 5

5ª Feira (19:30 às 21:00) “O DESPERTAR DO ESPÍRITO”

07/06 – Camila / Cristiane 21/06 – Amaury S. / Cláudia C. 14/06 – Rafael L. / Jânio 28/06 – Ricardo / Beatriz

Sábado (8:30 às 15:00) ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA

BOLETIM ESPERANÇA 38 – página 04 BOLETIM ESPERANÇA 38 – página 01

0 2 a n o s s e m o n o s s o a m i g o .

DATAS IMPORTANTES DO MÊS

03/06/1925 – Desencarnação de Camille Flammarion, astrônomo famoso em sua época, colaborador de Kardec.

16/06/1966 – Desencarnação de Peixotinho (Francisco Peixoto Lins), médium de efeitos físicos.

21/06/1886 – Desencarnação o médium britânico Daniel Dunglass Home. 24/06/1943 – Desencarnação de Ernesto Bozzano. 27/06/1883 – Nasce em Araçatuba/SP, Benedita Fernandes, a “Dama da

Caridade”.

RELACIONAMENTOS FAMILIARES: PONTOS E COMENTÁRIOS “A família é o laboratório de vivências das mais expressivas de que

necessita o ser humano, no seu processo de evolução. [...] Aceitos ou repudiados por motivos que procedem de existências pretéritas, o grupo familial faculta o romper dos laços do egoísmo, a fim de que a solidariedade e a lídima fraternidade se desenvolvam efusivamente.” (J.A., “O Despertar do Espírito”)

Deus nos permitiu reencarnarmos em uma família na qual precisávamos para nossa evolução. Deu-nos parentes afetuosos com afinidades de vidas passadas, mas nos enviou também inimigos antigos, casos amorosos não resolvidos, para que, nesse bálsamo de pessoas entre as quais temos as nossas vidas entrelaçadas, possamos crescer espiritualmente. Q. 193: – “Um homem, em suas novas existências, pode descer mais baixo que

na atual?” R.: – “Como posição social, sim; como Espírito, não.” Q. 208: – “Os Espíritos dos pais não exercem influência sobre o do filho, depois

do nascimento?” R.: – “Uma influência muito grande; como dissemos, os Espíritos devem concorrer para o progresso uns dos outros. Muito bem! Os Espíritos dos pais têm por missão desenvolver os dos seus filhos pela educação. Constitui-lhes isso uma tarefa. Tornar-se-ão culpados, se vierem a falir no seu desempenho.” (A.K., “O Livro dos Espíritos”)

Partindo da ideia de que não regredimos espiritualmente, só nos resta a certeza de que estamos nesta vida para assumir a realidade da evolução espiri-tual. A família é a forma mais direta que temos para progredir. O primeiro passo começa dentro de casa, onde, diariamente, iremos enfrentar nossas dificuldades. As divergências existem, mas é preciso a base do diálogo, da compreensão para lidar com as dificuldades e, principalmente, da educação. É função dos pais fornecê-la, independentemente da falta de tempo, espaço ou situação financeira. A educação é a base para diminuir as arestas das diferenças nos lares.

“Os Espíritos antipáticos entre si, quando se reencontram na família, unidos pela consanguinidade, expressam essa animosidade de muitas formas, o que gera transtornos cuja gravidade tem a dimensão dos problemas vivenciados. Por outro lado, quando existe compreensão e fraternidade, os relacionamentos se fa-zem saudáveis e enriquecedores, ampliando os horizontes do afeto [...]. Somente há legítimo relacionamento, que poderá ser considerado saudável, quando as pessoas ou os seres que intercambiam as expressões de afetividade ou de interesse comum, mesmo que discordando de ideias e posturas tomadas, agem em clima de agradável compreensão, ensejando o crescimento interior.” (J.A.)

A base para esse ensejo virtuoso de harmonia caminhar em bons solos é a partir da tolerância, da paciência, do amor e do diálogo. É imprescindível a comunicação, a troca de ideias. A evolução da ciência e das grandes descobertas só ocorreu devido a teses contrárias às outras teses, mas só foram possíveis quando colocadas à prova, discutidas. Da mesma maneira, ocorre com a família. As diferenças só podem ser entendidas se forem esclarecidos os pontos de vista de cada um. O silêncio entre os familiares é um dos maiores abismos que distancia uns dos outros. Se não houver, entre eles, assuntos interessantes, que conversem amenidades, que contem casos engraçados, que riam do tempo, mas que compartilhem os pensamentos do momento vivido. O tempo em que vivemos agora é tão abençoado que possui esse nome: presente.

“Mede-se o desenvolvimento e a maturidade psicológica de uma pessoa, quando o seu relacionamento no lar é positivo, mesmo enfrentando clima de hostilidade ou de indiferença, que o prepara emocionalmente para outros cometimentos na convivência social. [...] Não há crescimento psicológico sem o enfrentamento de problemas, sem o atrito das emoções, particularmente na área da efetividade que é campo novo para o ser, quando treina mais fortes e valiosas expressões de amor.” (Joanna de Ângelis)

A tolerância, a fé, o amor, a necessidade de evolução fazem o ser humano, mesmo diante de todas as adversidades de um lar em desequilíbrio, ainda assim, um ser gentil que mantém o diálogo e distribui amor. Não há nada mais forte que o amor. Nunca houve situação na qual este não vencesse.

“O ser humano, em qualquer fase do seu desenvolvimento na Escola terrestre, é sempre aprendiz sensível a quem o amor oferece os mais poderosos recursos para a felicidade ou para a desdita, dependendo de como esse seja encaminhado. O lar, desse modo, é oficina de crescimento moral e intelectual, mas, sobretudo,. espiritual, que deve ser aprimorado sempre, abrindo espaço para tornar-se célula eficiente da sociedade.” (Joanna de Ângelis)

Oficina: lugar onde trabalham operários, artesãos, onde se conserta, onde se cria, onde se faz o novo. Que nós sejamos sempre operários do bem em nossas famílias, que trabalhemos arduamente, diariamente para uma família melhor. Que sejamos artesãos, artistas plásticos na arte de inovar, de criar, de harmonizar todas as formas, de entender o outro. A nossa principal função na reencarnação é a evolução. Vamos evoluir. Vamos amar. Vamos cuidar. Vamos sorrir. Vamos nos valorizar. E para começar, em família!

Felipe Porto M. Cardoso

No dia 13 de maio, realizou-se o seminário sobre a temática “Por que adoecemos?” com Dr. Gamarra, que iniciou a sua fala após apresentações de músicas e poemas para saudar o palestrante, a plateia e, especialmente, homenagear especialmente as mães.

O expositor iniciou mencionando sua emoção por estar, nesta importante data comemorativa do Dia das Mães, realizando este trabalho de esclarecimento sobre as razões que nos levam às enfermidades e, sobretudo, as formas de evitá-las e enfrentá-las para que possamos compreender e mudar as nossas atitudes em benefício da nossa saúde física e espiritual.

Além de toda fundamentação baseada na Doutrina Espírita, apresentou as formas de manifestações de nossas atitudes, indicando suas influências ora como geradoras de enfermidades ora como geradoras de bem-estar. A configuração da correspondência entre condutas e atitudes foi extremamente expressiva para que a plateia percebesse a importância da mudança de comportamentos e hábitos prejudiciais à saúde.

Após sua apresentação, houve o momento de perguntas da plateia, sobre as quais foram prestados muitos esclarecimentos e orientações para os problemas que podem ser melhorados com o cuidado alimentar, além dos aspectos anteriormente mencionados durante o seminário.

Agradecemos, sensibilizados, ao Dr. Gamarra pelos privilegiados momentos de extrema elucidação e pela oportunidade de podermos mudar, a partir do entendimento das nossas atitudes, alicerçadas em condutas mais coerentes com os ensinamentos de Jesus.

Angela Guiomar Nogueira

ANIVERSARIANTES DO MÊS Cristiane Drummond 02/06

Vinicius Guimarães 05/06

Laila Laucas Paulo 06/06

Maria José Mattos 06/06

Josué Lemos 11/06

Merita 19/06

Antonia Cardoso 18/06

Valdete Bezerra 19/06

Thiago Laucas 22/06

Felipe Laucas 26/06

André Laucas 26/06

APRENDER A PENSAR O ensino deve favorecer a arte de agir. (Edgar Morin)

Dizer que a educação deve ser um trabalho envolvente, todos sabem, mas nem todos praticam. Quando afirma que pensar é um processo lento e cansativo, o professor de Psicologia Daniel Willingham, da Universidade de Virgínia, emenda dizendo que a aprendizagem precisa de significados para ser memorizada, sem que o aprendiz fique o tempo todo tendo que pensar. Por isso mesmo, o aluno precisa saber por que a matéria que está sendo estudada é importante, pois o que não interessa, ele não aprende e não memoriza. Além disso, é mais fácil memorizar uma palavra que já conhece do que um código.

Muitos educadores sabem que, há mais de 50 anos, Paulo Freire dizia a mesma coisa quando destacava a importância da contextualização, de trazer o universo do aluno para a sala de aula usando ilustrações, palavras-chaves e outros recursos, hoje muito mais disponíveis com os meios eletrônicos. Assim, fica claro que a questão não é tanto a dificuldade de pensar, mas a facilidade de refletir a partir do que se conhece ou é mais interessante para quem está aprendendo.

Uma grande barreira sobre essa questão sempre se formou, tendo como agentes os professores, acomodados ou com posturas conservadoras, se achando na obrigação de impor regras, sem dar explicações ou, o que é pior: sem respeitar o aluno que, na sua visão curta, só precisa ficar em silêncio, ouvindo e aprendendo, se quiser ser aprovado.

Até dá para compreender, mas jamais concordar com comportamentos comodistas como estes, mesmo porque sabemos muito bem das consequências desastrosas da obediência cega e da simples decoração de regras e fórmulas, para o desenvolvimento da aprendizagem e, consequentemente, da própria humanidade, diante de tanta ignorância, fatalmente levando a atitudes totalitárias, distorcidas e violentas.

Há mais de 200 anos, Pestalozzi, mestre de Allan Kardec, já dizia que não basta educar o aluno para atender as suas necessidades materiais ou sociais, ou para ser cidadão, lutando por seus direitos. Falava o grande educador da necessidade de atender também o lado ético e espiritual.

Como diz Edgar Morin, na frase de abertura deste artigo, o ensino deve ensinar a agir, e não o contrário.

Eugenia Maria

Os fenômenos ditos espíritas não foram “patenteados” pelo Espiritismo e muito menos lhes são objeto de exclusividade. Kardec, neste trecho da obra, cita Tertuliano, como exemplo de atemporalidade dos fenômenos que estamos estudando. Vejamos, então, quem foi e o que observou este personagem da história cristã.

Tertuliano (160-220 d.C.) foi um jurista cartaginês que se converteu ao cristianismo no segundo século da Era Cristã. Seus relatos revelam evidente apologia aos efeitos de ordem mediúnica e espirituais, testemunhados por ele, sob os quais se verificou a utilização de mesas e objetos com o alfabeto da época, a fim de obter comunicações com o mundo invisível.

Desta forma, nosso Codificador, que sempre teve o cuidado de estudar a historicidade fenomênica, reforça o caráter multicultural e multifacetado das manifestações em seus diversos aspectos idiossincráticos.

André Laucas

COLUNA DO CAMINHO FEIRÃO PRÓ-MANSÃO DO CAMINHO A 22ª versão do Feirão, que se realizará em 05 de agosto

de 2012, no Colégio Militar, vem com nova formatação a partir de agora, no que tange a sua organização. Contrariando a afirmação popular “ time que está ganhando não se mexe”, o nosso grande desafio é mudar a forma sem mudar o time, pois, a equipe continua a mesma , só que o trabalho está descentralizado de forma setorizada. Tendo à frente a mentora Ana Guimarães, a equipe vem se desdobrando para alcançar maior produtividade, planejando cada etapa com estratégias de ação, à partir dos

Objetivos estabelecidos à curto e médio prazos. Tudo isso se justifica quando se trata de angariar recursos que são destinados à Mansão do Caminho em Salvador, cuja arrecadação será entregue integralmente e de forma solene ao seu

representante legal – Divaldo Pereira Franco, ao término dos trabalhos, no Grupo Espírita Caminho da Esperança e com a presença de representantes de outros grupos espíritas. Outra inovação é que Ana Guimarães pretende compartilhar do novo projeto com as Instituições que colaboram com o Feirão, expondo e vendendo seus produtos em barracas prèviamente montadas pela equipe operacional do Caminho da Esperança. É um grande exemplo de mobilização e integração que funciona! Sucesso!

RICAS MEMÓRIAS Por que as pessoas se buscam ou se repelem? A história da vida

está repleta de notícias acerca da afinidade. A Doutrina Espírita, desde abril de 1857 revelou que a simpatia tem suas raízes no passado distante ou próximo, quando os seres interagem. As marcas dos encontros trazem as vibrações no ar e, como um perfume, preenche as lacunas e envolve os seres no novo encontro.

Já se vão quase 50 anos. Quando ela debruçava na janela do segundo andar, enchia a nós pequenos petizes de curiosidade. Era bonita, vistosa, sempre bem maquiada. Usava turbantes exóticos, o que lhe dava aparência misteriosa. Olhávamos aquela dama, com respeito, na certeza de que era muito rica, afinal só saía de casa quando algum carro elegante a esperava. Dela só sabíamos o nome – D. Madalena. Na minha lembrança, esta senhora não era casada, morava sozinha. Algo mais nos agradava profundamente: eram as balas que jogava para nós, os meninos, que frequentávamos a calçada abaixo da sua janela. No máximo da amizade que nos prezava, sorria lá de cima e me pedia para chamar minha irmã: “hoje é dia de bombom.” Era realmente rica!

O tempo correu. Mudamos de casa e mais tarde viemos viver na Ci-dade Maravilhosa. Bons tempos da infância; doces recordações. D. Ma-dalena ficou no passado, misteriosa, afinal nunca descobrimos nada a respeito de sua vida, a não ser a gentileza e o carinho dedicados às crianças.

Caminho da Esperança, reunião de almas afins solidificando o amor. Há uma semana, descobri, quase sem querer, que D. Madalena não é do passado, mas está no presente através dos familiares. Seria possível que esta senhora fosse tia do nosso editor Rafael Pinho? E que todos sabiam desta faceta da nossa meninice?

Nas voltas e mais voltas da vida, as almas se atraem e se descobrem. Os elos se estreitam e o amor de Deus nos faz lembrar que sempre estivemos juntos. Vanessa Bianca

DIREÇÃO DA INSTITUIÇÃO Presidente: Luiz Carlos Bezerra Vice-presidente: Ricardo Drummond Secretários: Vanessa Bianca e Rafael Laucas EXPEDIENTE Direção do Jornal: Rafael Rodrigues Secretária: Regina Celia Campos Revisora: Giannina Laucas Colaboradores: Ana Guimarães Eugenia Maria Rita Pontes Marcia Alves Vanessa Bianca André Laucas

BOLETIM ESPERANÇA 38 – página 02 BOLETIM ESPERANÇA 38 – página 03

ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS VIII PARTE II – CAPÍTULO II

MANIFESTAÇÕES FÍSICAS – DAS MESAS GIRANTES (SEGUNDA PARTE)

A TRÍPLICE FUNÇÃO DA CONSCIÊNCIA

Se me perguntassem qual a coluna de sustentação do processo individual de depuração moral, eu responderia, sem hesitar, que esse papel é da consciência. Penso assim porque ela cumpre três decisivas funções, às quais podemos atribuir gigantesca importância, quando consideramos nosso processo evolutivo.

Ela fiscaliza, filtrando os nossos pensamentos, palavras e ações, antes que os externemos, realizando, em tempo real, uma avaliação de conformidade com os princípios cristãos, os quais já estão gravados em nosso inconsciente. Nesse estágio, sua atuação é preventiva, isto é, ela age para evitar que nos comportemos em contrariedade com os ensinamentos de Cristo.

Quando cedemos aos mecanismos infelizes, que nós mesmos criamos para permanecer no erro, e ignoramos seu aconselhamento, ela assume outra função. Agora, como juíza, fará minuciosa avaliação para decidir se somos responsáveis, ou não, pelos resultados negativos, ou seja, checa se nossa escolha foi infeliz. Se houvermos atuado sob o manto da boa-fé, ótimo, senão, a partir desse momento, nossa consciência desempenhará sua terceira função: a de cobradora.

Nessa última função, tal qual um capataz que, para cobrar empenho, estala seu chicote no ar, por intermédio da culpa, ela nos fará sentir o peso do nosso erro, avivando em nós o desejo de reparar as faltas cometidas. Enquanto não nos acertarmos com os imperativos da Lei de Justiça, por meio da necessária reparação realizada no processo expiatório, o peso nos ombros aumentará e as noites de sono tranquilo se perderão no passado.

É a nossa consciência, portanto, que nos conduz pela trilha do amadurecimento moral.

Rafael Rodrigues

MENSAGEM DO MÊS

Ana Jaicy Guimarães nasceu na Chapada dos Guimarães, em Mato

Grosso. Tornou-se espírita desde muito jovem. Durante a sua adolescência, frequentou as reuniões do Centro

Espírita Paz, Amor e Caridade, em Campo Grande /MS. Passando a residir em Araçatuba /SP, participou de vários eventos espíritas naquele Estado, inclusive das famosas reuniões de “Mocidades Espíritas do Brasil Central e Estado de São Paulo”.

A mediunidade descerrou-lhe os painéis da imortalidade e a palavra espírita permitiu-lhe o uso da tribuna para divulgação do pensamento espírita.

Conheceu nessa época as personalidades abençoadas de Chico Xavier e Divaldo Franco. Em 1964, conheceu, em Anápolis /GO, aquele que seria o seu esposo, Geraldo Guimarães. Casou-se em

1966 e teve quatro filhos: Anete, Marcelo, Wallace e Paulo, que lhe deram sete netos. Professora e Técnica em Contabilidade, dedicou-se com maior afinco à vida familiar e ao estudo de

idiomas, em especial o inglês e o espanhol. Não obstante sua dedicação aos deveres do lar, Ana Jaicy ou Ana Guimarães, como se tornou mais

conhecida, empenhou-se na divulgação do Espiritismo. Juntamente com seu esposo fundou o Grupo Espírita Caminho da Esperança, no Rio de Janeiro /RJ, cidade onde passou a residir.

Os convites para conferências se sucederam e Ana Guimarães percorreu todo o Brasil. Foi além das fronteiras nacionais, estendendo sua atuação aos Estados Unidos da América do Norte e Canadá, países nos quais, por trezes anos, vem realizando um consistente trabalho de divulgação da Doutrina Espírita, proferindo conferências e participando de seminários temáticos.

Já esteve em Portugal, onde também proferiu palestras, e visitou a França, Itália, Israel, Egito, Inglaterra, Espanha e Grécia. Por duas vezes esteve na Índia, onde conviveu com a notável personalidade de projeção mundial, Swami Sri Sathya Sai Baba.

De 1961 a 2005, por quarenta e quatro anos, Ana Guimarães proferiu aproximadamente 2 mil conferência, em mais de 100 cidades.

Quando lhe indagam sobre títulos, cursos, diplomas, ela sempre responde: eu sou mesmo esposa, dona de casa, mãe e, graças a Deus, avó de sete netos maravilhosos.

Até os dias presentes, trabalha no Grupo Espírita Caminho da Esperança, no Rio de Janeiro, base de sua militância espíritas.

Geraldo Guimarães

*RODRIGUES, Geraldo Guimarães. Prefácio do livro “Tempo para Marcelo- crônicas de família”. 1ª ed . Rio de Janeiro. Lar Fabiano de Cristo . 2006.