boletim esperança 31

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Boletim Esperança – Página 1 Amélie Gabrielle Boudet Madame Rivail, primeira Grande Dama da Divulgação do Espiritismo, nasceu em Thiais, na França, em 23 de novembro de 1795. Foi poetisa, artista plástica, professora de Letras e Belas Artes, tendo escrito alguns livros de literatura e arte. Casou-se com Hippolyte-Léon-Denizard Rivail (Allan Kardec) e colaborou permanentemente com seus esforços pela codificação e divulgação do Espiritismo. o Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano III, N. 31 NOVEMBRO, 2011 GOTAS DE AMOR DE EMMANUEL Ante os mortos queridos, Faze o silêncio e ora. Ninguém pode apagar. A chama da saudade. Entretanto se choras, Chora fazendo o bem. A morte para a vida É apenas a mudança A semente no solo Mostra a ressurreição. Todos estamos vivos Na presença de Deus. NESTE BOLETIM Capa EDITORIAL GOTAS DE AMOR DE EMMANUEL Página 02 CULTURA GERAL EXPEDIENTE COLUNA DO CAMINHO VISITA À CASA SÃO LUIZ Página 03 MENSAGEM DO MÊS ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS III Página 04 PROGRAMAÇÃO DA CASA MEDIUNIDADE (anotações sobre a palestra do Ilmo. Pesquisador Clóvis Nunes) ANIVERSARIANTES DO MÊS EDITORIAL Dois mil e onze caminha para o final e, como acontece todo ano, sentimos nossos corações pulsarem mais forte, vibrando pela esperança de renovação. No ano novo, quem sabe, começaremos uma vida nova. Na sessão com Eusápia Paladino, César Lombroso encontrou sua estrada de Damasco e experimentou uma transformação íntima relevante. O médico, professor de antropologia criminal, nascido em novembro, era materialista ao extremo, mas, após esse encontro, converteu-se em importante pesquisador espírita. Em novembro também, as Irmãs Fox, com as primeiras demonstrações públicas de suas faculdades mediúnicas, começaram a abalar convicções construídas em séculos de desinformação. O ano pode até estar acabando, mas nossas esperanças, com muita razão, estão se renovando. Não é possível mudar o passado, mas sempre é tempo de semear um novo futuro. Vale o esforço. A EQUIPE Crônicas de família é um programa apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos.

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Informativo mensal do Grupo Espírita Caminho da Esperança, instituição fundada por Geraldo e Ana Guimarães, pais de Anete Guimarães.

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Page 1: Boletim esperança 31

Boletim Esperança – Página 1

Amélie Gabrielle Boudet Madame Rivail, primeira Grande

Dama da Divulgação do Espiritismo, nasceu em Thiais, na França, em 23 de novembro de 1795.

Foi poetisa, artista plástica, professora de Letras e Belas Artes, tendo escrito alguns livros de literatura e arte. Casou-se com Hippolyte-Léon-Denizard Rivail (Allan Kardec) e colaborou permanentemente com seus esforços pela codificação e divulgação do Espiritismo.

oInforme de Estudos Espíritas, RJ, Ano III, N. 31 NOVEMBRO, 2011

GOTAS DE AMOR DE EMMANUEL

Ante os mortos queridos, Faze o silêncio e ora. Ninguém pode apagar. A chama da saudade. Entretanto se choras, Chora fazendo o bem. A morte para a vida É apenas a mudança A semente no solo Mostra a ressurreição. Todos estamos vivos Na presença de Deus.

NESTE BOLETIM Capa

EDITORIAL

GOTAS DE AMOR DE EMMANUEL

Página 02

CULTURA GERAL

EXPEDIENTE

COLUNA DO CAMINHO

VISITA À CASA SÃO LUIZ

Página 03

MENSAGEM DO MÊS

ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS III

Página 04

PROGRAMAÇÃO DA CASA

MEDIUNIDADE (anotações sobre a palestra do Ilmo. Pesquisador Clóvis Nunes)

ANIVERSARIANTES DO MÊS

EDITORIAL Dois mil e onze caminha para o final e,

como acontece todo ano, sentimos nossos corações pulsarem mais forte, vibrando pela esperança de renovação. No ano novo, quem sabe, começaremos uma vida nova.

Na sessão com Eusápia Paladino, César Lombroso encontrou sua estrada de Damasco e experimentou uma transformação íntima relevante. O médico, professor de antropologia criminal, nascido em novembro, era materialista ao extremo, mas, após esse encontro, converteu-se em importante pesquisador espírita. Em novembro também, as Irmãs Fox, com as primeiras demonstrações públicas de suas faculdades mediúnicas, começaram a abalar convicções construídas em séculos de desinformação.

O ano pode até estar acabando, mas nossas esperanças, com muita razão, estão se renovando.

Não é possível mudar o passado, mas sempre é tempo de semear um novo futuro.

Vale o esforço. A EQUIPE

Crônicas de família é um programa apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos.

Page 2: Boletim esperança 31

Boletim Esperança – Página 2

DIREÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Presidente: Ana Guimarães

Vice-presidente: Jurandyr Paulo

Secretários: André Laucas e Vanessa Bianca

EXPEDIENTE

Direção do Jornal: Rafael Rodrigues

Secretária: Regina Celia Campos

Revisora: Giannina Laucas

Colaboradores:

Ana Guimarães Eugenia Maria

Rita Pontes Marcia Alves

Vanessa Bianca André Laucas

COLUNA DO CAMINHO

“ALLAN KARDEC” E “AMÉLIE BOUDET” VISITAM A ESCOLA ESPERANÇA

“Allan Kardec” (caracterizado por Janio Salles) e sua esposa “Amélie Boudet” (caracterizada por Rita Pontes) marcaram presença na comemoração de aniversário de Kardec, no dia 03 de outubro, na Escola Esperança. Os ilustres personagens visitaram as salas de aula e dirigiram perguntas sobre a Doutrina aos alunos, que, embora surpreendidos, aprovaram a visita e cumpriram a lição. A Escola Esperança promoveu sorteio do livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, com direito a autógrafo do “aniversariante”, usando uma caneta-pena da época. Ao final, foi servido um delicioso bolo, ao som de “parabéns pra você”, inclusive em versão francesa:

“Bonheur pour vous, en cette date chérie Soyez bien heureux en toute votre vie.

Heureux anniversaire!”..

JUVENTUDE EM AÇÃO VISITA À CASA SÃO LUIZ

No sábado, dia 01 de outubro, o grupo de jovens do Caminho visitou a Casa São Luiz para a Velhice, localizada no bairro do Caju. O sol abrilhantou a todos numa tarde de muita alegria e aprendizado. Lá vivem vários velhinhos, alguns de uma classe social bem atendida, com a família dando assistência; outros desprovidos de recursos materiais e de afeto. Houve uma troca de experiências incrível. Senhoras encantadas com os jovens rapazes; senhores indignados com o barulho da festa que lá havia; senhoras emocionadas com os textos espíritas lidos, e muitas concentradas ao som do violão tocado por um dos jovens, o nosso amigo Vinícius. Até o uso da língua inglesa foi necessário para conseguir um belo sorriso de um idoso estrangeiro. A troca de carinho foi, sem dúvida, o melhor presente da tarde. A lição do Evangelho colocada em prática: caridade. Ao final da visita, só restou satisfação e o sentimento do dever cumprido de cada membro do grupo de jovens espíritas. “O forte deve trabalhar para o fraco; não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei da caridade.” (O Livro dos Espíritos, questão 685a.)

Felipe Porto

CULTURA GERAL Como sabem os meus ledores sonolentos, de há

muito que alguém podia dizer-se naturalista como Buffon, Agassiz, Humboldt, entendendo tudo (ou quase tudo, que a onisciência é atributo só do Criador) sobre os minerais, as rochas, os minérios, as plantas e a bicharada desde as esponjas até os macacos. Agora, ou seja, dos anos 1950 para cá, existem especialistas...

Espantei-me em lendo O Livro dos Espíritos; lá aprendi, na questão 607, item a, estarmos longe de saber a totalidade dos seres vivos. Pois muito bem, dias atrás li, numa revista científica, a descoberta de mais espécies até então desconhecidas. E o mais grave: estamos acabando com a Amazônia, onde estão em risco de extinção plantas com poder curativo contra o câncer. Tal tema deixo à conta do telerrepórter espírita André Trigueiro, que eu e minha saudosa Neli conhecemos, ela no Grupo Espírita Redenção, e eu no Centro Espírita João Baptista, aqui na Cidade do Rio de Janeiro, no começo do III Milênio, pois!...

Feito este longo introito, evidentemente ecológico, peço aos espíritas um mínimo de cultura geral. Entendo que isto pede tempo livre, hábito de leitura e algum dinheiro. Sou filho do povão. Fui professor. Li e leio muito, sobretudo no silêncio da madrugada. Quanto mais estudo mais me vejo insciente em quase tudo, em que pese ao auxílio enorme do Esperanto. Sim, do Esperanto, sim!

Prossigo, e encerrando, lembrando outra vez o nosso saudoso Deolindo Amorim, a quem Neli e eu conhecemos, e com ele escrevi o Ponto de Encontro, e, dele andei publicando, com a devida permissão da saudosa Dona Delta dos Santos Amorim, muitos escritos sempre atualíssimos. Para os mais novos, Deolindo foi o pai carnal do telerrepórter Paulo Henrique Amorim. Deolindo dizia-nos que um crítico severo, creio que o Professor Otelo dos Reis, da cadeira de Matemática do Colégio Pedro II, curiosamente, com o livrinho Breviário dos Verbos (completo), atacava os espíritas, caindo de pauladas no lombo dos médiuns, como sói acontecer. Ontem, era o Padre Álvaro do Negromonte, cujo livro sobre o Espiritismo a mim me ensinou muito acerca da Doutrina Consoladora. Só que ele caía firme em cima de nós. Depois, foi o Frei Boaventura. Por fim, andou aparecendo o Quevedo. Lá um belo dia, o Carlos Imbassahy, cultíssimo, e modesto, enviou uma carta ao nosso adversário. E aí deu-se o episódio hilariante, do qual se destaca a necessidade de a gente ter um pouco de cultura. Responde o crítico: “Não costumo abrir espaço no jornal para quem me escreva. Abro exceção para o Dr. Carlos Imbassahy; ele, pelo menos, sabe escrever num vernáculo correto.”

Por fim mesmo: não prego o elitismo! Não! Jamais! Admiro os humildes servidores da seara. Mas lembro do que diz o Espírito Verdade (Amai-vos e instruí-vos). E o Espírito Verdade é o codinome de – JESUS!

Celso Martins

Page 3: Boletim esperança 31

Boletim Esperança – Página 3

ESTUDANDO O LIVRO DOS MÉDIUNS Do maravilhoso e do sobrenatural (parte II)

No livro em tela, nos itens 15 a 17, Allan Kardec examina:

(i) “os milagres” observados pelo vulgo em diversos fenômenos tidos como tais, por ignorância do observador ou pela falta de compreensão da palavra; (ii) alguns personagens históricos, à luz do Espiritismo, quais sejam: Franklin, Josué, São Cupertino, Home e Salette.

A acepção primitiva da palavra milagre – coisa admirável de se ver – foi subvertida, com o tempo, para: (a) ato do poder divino contrário às leis da natureza; (b) fato sem explicação; e (c) fenômeno insólito, isolado e excepcional. Quaisquer desses significados, se empregados aos fenômenos espíritas, serão refutados pela lógica, respectivamente: Deus, Criador da Natureza, não derrogaria sua própria Lei apenas para maravilhar os olhos dos homens; os fenômenos espíritas apresentam vastíssimo material metodológico que fundamenta as experiências; e tais fatos são recorrentes e apresentam características muito semelhantes entre eles.

Há diversas citações feitas pelo emérito codificador sobre passagens “prodigiosas” de personagens históricos, que foram interpretadas de maneira equivocada:

Éramosfelizes, como felizes eram as oportunidades de

ouvir o nosso mais fluente orador. Sorriso fácil e presença

agradável em qualquer ocasião, ele sempre soube orientar

com o aconselhamento gentil. Houve dia em que desafiado a

• Benjamin Franklin, filósofo iluminista e cientista

descobridor do para-raios, tido como novo Prometeu (Titã que roubou os raios do Olimpo).

• Josué, sucessor de Moisés, que conduziu o povo de Israel à Terra Prometida, operou, segundo a Bíblia, verdadeiro milagre quando, em batalha sangrenta contra Jericó, ordenou a Deus que o Sol e a Lua parassem por longo tempo. Neste caso, ocorre o contrário. O inverossímil é aceito por fanatismo, sem o cuidado da observação da ciência.

• São Cupertino, padre italiano do século XVII, foi dotado de mediunidade de levitação e êxtase espiritual que impressionaram os fiéis e desagradaram a Igreja Católica. Assim como este, Daniel Dunglas Home, contemporâneo de Kardec, foi estudado, in loco, à exaustão e os fenômenos produzidos por ele se assemelharam aos de São Cupertino.

• Notre-Dame de La Salette ou Nossa Senhora da Salete, foi o nome dado a uma visão da Santíssima Virgem Maria, segundo os católicos, na França. O fenômeno de possível materialização foi amplamente observado no ambiente espírita.

Cabe a nós espíritas ter sempre a diligência necessária orientada pelo espírito crítico e investigativo dos fatos antes de nos entregarmos a conclusões precipitadas.

André Laucas

I – O amor acabou; não dá para continuar; é uma verdadeira tortura. Não é justo atrelarem-se, no carro da vida, duas criaturas que não

se toleram; não é isso o que Deus deseja para nós, os seus filhos – desabafou ele, num momento de conflito. II

É tão fácil ao ser humano apresentar justificativas para suas atitudes! Não importa se, em meio aos seus arrazoados, existem outras vidas em jogo, não importa se essas mesmas pessoas concordam ou não, o egoísmo é a mola mestra a impulsionar sonhos e esperanças de uma felicidade cada vez mais distante.

Já dizia Thales, o filósofo da cidade de Mileto, que a coisa mais fácil do mundo é dar conselhos, porém não é esse nosso objetivo. Desde muito cedo, por circunstâncias que não vêm ao caso, nos acostumamos a ouvir os dramas humanos: os grandes que demandavam buscar o socorro dos amigos espirituais, para esclarecimentos seguros; e os mesquinhos frutos da incoerência da criatura voltada para si. Isso nos fez perceber que o maior desafio da atualidade é tentar decifrar o ser humano, com toda a sua gama de interesses, lógicas descabidas, frustrações e sonhos impossíveis. Quando se deseja alguma coisa, encontram-se todas as razões imagináveis, mormente se os desejos são ilícitos.

Entendemos que o homem queira ser feliz. Todavia, se busca opinião de terceiros, demonstra que está conflitado. Tem dúvidas a respeito do passo a ser dado e, se há dúvida, melhor optar pela paciência e reflexão sobre o assunto. E no caso do espírita, fazer uma análise demorada do próprio comportamento, para descobrir o momento em que a vida se tornou insuportável.

Se o processo evolutivo começa a partir do autoconhecimento, a convivência feliz começa a partir do esforço que se faça para domar as más tendências e, geralmente, quando alguém sincero inicia essa conduta, influencia as demais pessoas de forma positiva.

Não desejamos afirmar que seja coisa simples, apesar de “O Livro dos Espíritos”, na resposta à pergunta no 909, informar o contrário. Estamos trabalhando para o futuro e, no dizer de Joanna de Ângelis: ”Quando o futuro sorri promessas, o presente se cobre de testemunhos.”

III Pensamos no bem, e sentimos o coração tocado, quando vemos o sofrimento em nossos irmãos de romagem. Se existe essa

sensibilidade em nós, por que não ser aplicado aos que estão mais próximos? Certa ocasião, nós estávamos visitando uma “Casa Abrigo” – local onde as crianças são recolhidas, quando abandonadas

pelos pais ou quando estes não têm condições de educá-las; regra geral, com algumas sublimes exceções, são depósitos de crianças sem dono. O companheiro ao lado chorava emocionado, tocado pela situação dos pequenos. Incoerência ou maluquice, pois a mesma criatura que chorava pela situação daqueles meninos houvera abandonado cinco filhos com a esposa incapaz e se negava a pagar ínfima pensão para o sustento deles.

Percebe-se que é simples analisar os quadros da vida, quando não estamos inseridos no contexto. Despertemos, este é o nosso santo momento de estabelecer providencial modificação no comportamento, aspirando a melhores condições amanhã.

IV Voltando ao diálogo inicial: – Diga-me, filho, a partir de que momento você começou a sentir que o amor havia acabado e que a melhor opção seria o divórcio,

apesar de não ser solução e sim mais um problema? – Olha, tia, melhor não falar mais no assunto, acho que vou pensar mais um pouco. – Isso teria alguma coisa a ver com aquela jovem que o acompanhava no domingo? – Quando eu deveria estar na Quinta com os meus filhos... Vai passar, tia, isso foi um sonho mau ou um pesadelo. Depois que ela

entrou na minha vida, não tive um momento de paz. – Tudo bem, menino, ore mais, converse com Deus. Isso nos dá enorme bem-estar.

Ana Guimarães

Page 4: Boletim esperança 31

Boletim Esperança – Página 4

MEDIUNIDADE:

MECANISMOS E FUNCIONALIDADE Seminário realizado no Caminho da Esperança

Celebrando os 150 anos de “O Livro dos Médiuns”, o expositor espírita Clóvis Nunes tratou do tema em pauta advertindo sobre o risco do apostilamento das obras básicas do Espiritismo. Em decorrência disso, a prática espírita, hoje no Brasil, se tem distanciado das informações originais. Daí a necessidade do estudo sistematizado da Doutrina direto na fonte.

Afirmando que o fenômeno mediúnico é de todos os povos, épocas e lugares, Clóvis comentou que Allan Kardec dessacralizou, desburocratizou e democratizou a mediunidade.

Ao discorrer sobre o panorama histórico da mediunidade, repassou pelos troncos religiosos da Humanidade e demonstrou a origem mediúnica de alguns livros “sagrados”: o Mahabharata, a Bíblia, O Livro Tibetano dos Mortos, o Alcorão e o Livro de Mórmon. Da descrição inumerável de fenômenos, com registro histórico, ele destacou o Pentecostes – maior sessão de desenvolvimento mediúnico, segundo o resultado da pesquisa de Albert Schweitzer (1875-1965) sobre “Jesus histórico”. Dentre os grandes médiuns, ressaltou a figura de Joana D’Arc, atribuindo-lhe a inscrição de “maior fenômeno mediúnico do Ocidente, depois do Pentecostes”.

Declarou que Allan Kardec viveu em um momento de ebulição das ideias de Comte, Marx, Mendel, Darwin e Descartes, entre outros, deixando-nos um método para o intercâmbio entre as duas dimensões: a espiritual e a material.

Alertou para as disparidades existentes entre muitas reuniões mediúnicas da atualidade e as orientações estabelecidas por Kardec, na obra “Instruções Práticas” (1858, 1a ed.), ampliada em “O Livro dos Médiuns” (1868, 2a ed.).

Disse que, em “O Livro dos Médiuns”, há cinquenta e seis (56) tipos de mediunidade e oitenta (80) tipos e variedades de médiuns que se submetem à produção de fenômenos físicos (mesas, pranchetas, cestas) e intelectuais (por ex.: a psicografia direta de Chico Xavier) e que essa obra é o desdobramento da parte II de “O Livro dos Espíritos”.

Descreveu a natureza dos fenômenos paranormais, classificando-os em anímicos ou psíquicos, mediúnicos ou espirituais, e medianímicos (ver sonambulismo, no item 45 de “O Livro dos Médiuns”). Elucidou que os fenômenos normais já estudados pela Ciência Oficial se distinguem da percepção extrassensorial, e que a expressão “homem elétrico” equivale a sensitivo (vocábulo criado por Charles Richet, descobridor do ectoplasma em 1870).

Sobre a psicocinesia, fenômeno paranormal, citou Uri Geller, Masuaki Kyota (que atuam por ação e movimento da mente sobre a matéria) e Sai Baba (que não materializava o vibhuti [cinza perfumada e curativa], mas o transportava de rochas vulcânicas, conforme informação de Chico Xavier, antes mesmo de ser confirmada por análises laboratoriais).

Esclareceu algumas falhas de tradução do original francês de “O Livro dos Espíritos”, questão 459: “de ordinário” é diferente de “muito frequentemente”; “influência” é diferente de “sentir a influência dos Espíritos”; isto é, há certa confusão entre mediunidade e influência (ver questão 232 de O LE e Revista Espírita de 1859).

Explicou que há cinco tipos de obsessão: obsessão simples, fascinação, subjugação, obsessão física (= poltergeist: polter [barulho] + geist [espírito]; cap. 23, item 238 de OLM) e possessão (Revista Espírita de 1863 e 1864; A Gênese, cap. 14, item 45).

Quanto às curas, citou Rubens Faria, João Abadiânia e Dom Inácio.

Incluiu o fenômeno da magia, comentando inúmeros casos de goércia e antigoércia.

Afirmou que o fenômeno de transporte de objetos se dá de fora para dentro e o aporte, de dentro para fora. E como isso acontece? Os Espíritos envolvem o objeto com fluidos e o transportam do tridimensional ao polidimensional. Já a

materialização só existe com o uso do ectoplasma (humano), do fitoplasma (vegetal) ou do zooplasma (animal).

Sugeriu a leitura de “Seara dos Médiuns” e aduziu que o objetivo de “O Livro dos Médiuns” é ser um roteiro tanto para os estudiosos como para os médiuns.

Palavras finais: “Nem todo mundo é médium.” “O médium deve estar sempre no grupo, não deve se isolar, para não cair em fascinação.” “No Brasil, não há criticidade a médium nenhum; não se questionam nem se avaliam as comunicações, pois os médiuns são passíveis de fraude (charlatanismo e embuste; mistificações) cotidianamente (ver item 236 de OLM).” “Há muito por fazer a favor do Espiritismo.” “Quanto tem de Espiritismo nas atividades espíritas?” “O centro espírita deveria ser escola de pensamento.” “É preciso encontrar espírita que fale de Espiritismo para quem não é espírita.” “A gestão da casa espírita está inadequada.” “Os espíritas estão fora do tempo; é preciso melhorar toda a pedagogia, administração e o funcionamento da casa espírita.” “A Revista Espírita obteve assinantes de 46 países; Kardec exemplificou a divulgação do Espiritismo.” “Deve-se acabar com as pregações e produzir professores, expositores espíritas.” “O espírito do Espiritismo precisa estar na casa espírita – não há grupos de estudo e de pesquisa.” “No Brasil, não se produz espiritismo, se mantém: ele é reprodutivo.” “É preciso acender em nós a necessidade de estudar.”

Giannina Laucas

PROGRAMAÇÃO DA CASA

2ª Feira (20:00 às 21:00)

PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: LIVRO DOS ESPÍRITOS

01/11 – Ana Guimarães LIVRE

08/11 – Jair Cesario Questões 425 a 428

15/11 – Giannina Laucas Questões 429 a 432

22/11 – Vanessa Laucas Pereira Questões 433 a 438

29/11 – Ricardo Drummond Questões 439 a 445

3ª Feira (14:50 às 15:25)

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

01/11 – Rafael Rodrigues Cap. XII, item 4

08/11 – Maria José Silva Cap. XII, item 5

15/11 – Luís Carlos Bezerra Cap. XII, item 6

22/11 – Giannina Laucas Cap. XII, itens 7 e 8

29/11 – Vanessa Bianca Cap. XII, item 9

5ª Feira (19:30 às 21:00)

ESTUDO DO LIVRO

“ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA”

03/11 – Claudia Passarelli 17/11 – Túlio Laucas

10/11 – Túlio Laucas 24/11 – Jânio Salles

Sábado (8:30 às 15:00)

ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA

ANIVERSARIANTES DO MÊS

Rosa / Allan Laucas 01/11 Marilene Paulo 21/11

Léa Laucas 18/11 Karla Oliveira 25/11

Claudia Costa 18/11 Jurandyr Jr. 29/11

Marcelo Guimarães 20/11