boletim esperança 29

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Boletim Esperança – Página 1 o Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano III, N. 29 SETEMBRO, 2011 GOTA DE AMOR DE AUTA DE SOUZA SUBLIME ENCONTRO Se procuras o Cristo Soberano, Por excelso refúgio às próprias dores, Busca, hoje e amanhã por onde fores, O torturado coração humano. Desce ao vale dos grandes amargores, Onde revelam sofrimento insano A aflição, a miséria e o desengano, Entre flagelos purificadores. Desce à feição do sol na noite fria, Guardando a caridade por teu guia, Ajudando e servindo a cada hora... E, ante a luz da Divina Primavera, Encontrarás o Cristo que te espera, Crucificado em cada ser que chora. NESTE BOLETIM Capa EDITORIAL GOTAS DE AMOR DE AUTA DE SOUZA Página 02 A LEI DA FELICIDADE EXPEDIENTE COLUNA DO CAMINHO Página 03 MENSAGEM DO MÊS SAUDADES DO MARINHO Página 04 HÁ ESPÍRITOS? PROGRAMAÇÃO DA CASA DATAS IMPORTANTES ANIVERSARIANTES DO MÊS EDITORIAL Há dez anos, horrorizado, o mundo pôde constatar a distância em que ainda se encontra de uma das lições mais importantes que Jesus Cristo nos deixou: “se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra”. Personagens da história recente, como Mahatma Gandhi e Martin Luther King, ao escolher o “caminho da verdade” (satyagraha), exemplificaram a grandeza desse aprendizado. Respeito às diferenças e amor ao próximo são as mais eficientes garantias de que a tão desejada paz será alcançada. Em setembro, a “Pátria do Evangelho” comemora sua emancipação e continua dando exemplo de vocação pacífica e democrática. Torçamos para que as duras lembranças convidem à empatia e não à vingança. A luta em que os brasileiros, em particular os espíritas, devem se engajar ambiciona a vitória do amor ao próximo. Sejamos voluntários nas fileiras do bem. A EQUIPE Crônicas de família é um programa apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos. Auta de Souza nasceu em Macaíba, 12 de setembro de 1876 e desencarnou em 7 de fevereiro de 1901. Foi uma poetisa (autora de Horto) que escrevia poemas românticos com alguma influência simbolista, e de alto valor estético.

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Informativo mensal do Grupo Espírita Caminho da Esperança, instituição fundada por Geraldo e Ana Guimarães, pais de Anete Guimarães.

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Page 1: Boletim esperança 29

Boletim Esperança – Página 1

oInforme de Estudos Espíritas, RJ, Ano III, N. 29 SETEMBRO, 2011

GOTA DE AMOR DE AUTA DE SOUZA

SUBLIME ENCONTRO

Se procuras o Cristo Soberano, Por excelso refúgio às próprias dores, Busca, hoje e amanhã por onde fores, O torturado coração humano. Desce ao vale dos grandes amargores, Onde revelam sofrimento insano A aflição, a miséria e o desengano, Entre flagelos purificadores. Desce à feição do sol na noite fria, Guardando a caridade por teu guia, Ajudando e servindo a cada hora... E, ante a luz da Divina Primavera, Encontrarás o Cristo que te espera, Crucificado em cada ser que chora.

NESTE BOLETIM

Capa

EDITORIAL

GOTAS DE AMOR DE AUTA DE SOUZA

Página 02

A LEI DA FELICIDADE

EXPEDIENTE

COLUNA DO CAMINHO

Página 03

MENSAGEM DO MÊS

SAUDADES DO MARINHO

Página 04

HÁ ESPÍRITOS?

PROGRAMAÇÃO DA CASA

DATAS IMPORTANTES

ANIVERSARIANTES DO MÊS

EDITORIAL Há dez anos, horrorizado, o mundo pôde

constatar a distância em que ainda se encontra de uma das lições mais importantes que Jesus Cristo nos deixou: “se alguém vos bater na face direita, apresentai-lhe também a outra”.

Personagens da história recente, como Mahatma Gandhi e Martin Luther King, ao escolher o “caminho da verdade” (satyagraha), exemplificaram a grandeza desse aprendizado. Respeito às diferenças e amor ao próximo são as mais eficientes garantias de que a tão desejada paz será alcançada.

Em setembro, a “Pátria do Evangelho” comemora sua emancipação e continua dando exemplo de vocação pacífica e democrática. Torçamos para que as duras lembranças convidem à empatia e não à vingança. A luta em que os brasileiros, em particular os espíritas, devem se engajar ambiciona a vitória do amor ao próximo. Sejamos voluntários nas fileiras do bem.

A EQUIPE

Crônicas de família é um programa apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos.

Auta de Souza nasceu em Macaíba, 12 de setembro de 1876 e desencarnou em 7 de fevereiro de 1901. Foi uma poetisa (autora de Horto) que escrevia poemas românticos com alguma influência simbolista, e de alto valor estético.

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Boletim Esperança – Página 2

DIREÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Presidente: Ana Guimarães

Vice-presidente: Jurandyr Paulo

Secretários: André Laucas e Vanessa Bianca

EXPEDIENTE

Direção do Jornal: Rafael Rodrigues

Secretária: Regina Celia Campos

Revisora: Giannina Laucas

Colaboradores:

Ana Guimarães “Geraldo Guimarães”(IM)

Rita Pontes Marcia Alves

Vanessa Bianca Eugenia Maria

COLUNA DO CAMINHO INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE PARTO

NORMAL MARIETA DE SOUZA PEREIRA

No dia 26 de agosto, às 9h30 min, com apoio dos governos federal e estadual, foi inaugurado, na Mansão do Caminho, o Centro de Parto Normal Marieta de Souza Pereira, um velho sonho dos administradores dessa grande Obra Social. Composto por seis conjuntos de leitos para partos, estruturados para atender às gestantes com segurança e conforto, tem capacidade para realizar entre 120 e 150 partos por mês. Cada gestante acolhida no Centro terá suas condições físicas avaliadas e contará com o acompanhamen-to, desde a gravidez até o pós-parto, com avaliação e atendimento ao recém-nascido por uma equipe profissional qualificada. Parabéns aos companheiros Divaldo Pereira Franco e Nilson de Souza Pereira por mais esse grande feito.

SEMINÁRIO SOBRE ECOLOGIA O Caminho da Esperança

promoveu, no dia 14 de agosto, Seminário com André Trigueiro, espírita militante, autor do livro Espiritismo e Ecologia. Com sua postura ecologicamente correta, André alertou sobre os fantasmas da sustentabilidade do Planeta, que ainda se baseiam na lamentável cultura egoísta da “farinha pouca, meu pirão primeiro”, em detrimento da sabedoria popular “sabendo usar não vai faltar”. O orador afirma que a humanidade, espécie que se encontra no topo da cadeia evolutiva, causa perplexidade pela forma como tem contribuído de forma irresponsável para o aquecimento global, comprome-tendo o ecossistema.

Após consistente conscientização, lança o desafio com o pertinente questionamento: “enquanto espíritas , o que estamos fazendo em prol da transição para o mundo de regeneração” ?

Finalmente, André Trigueiro enfatiza que o planeta ascende para um mundo ético e moralmente correto e que precisamos da compatibilidade vibratória para darmos a nossa contribuição, pois , segundo ele, Deus terceiriza!

O evento contou com a presença de colaboradores da Casa, bem como de outras Instituições, obtendo ótima avaliação com unanimidade. Deus salve o Planeta!

A LEI DA FELICIDADE

Ultimamente, tem se falado muito no direito à felicidade, como se isso não fosse uma questão pessoal, mas simplesmente um problema que pode ser resolvido com dinheiro, para se conquistar bens materiais e qualidade de vida. Nada contra a proposta de se criar uma lei decre-

tando o direito de todos à felicidade, só que a questão é outra: o que é felicidade?

Conviver com carências e frustrações, num mundo de consumo e de comparações absurdas e desnecessárias, realmente é muito difícil para quem ainda não tem consciência acerca da finalidade de cada existência. E mesmo para estes, não é fácil.

Se, por um lado, temos hoje uma geração de frustrados, por outro, nos deparamos cada vez mais com espíritos conscientes das suas funções no crescimento do mundo. Sofrem, mas são felizes porque sabem o que querem e isso os faz superar todas as diferenças e necessidades. Muitos são considerados diferentes exatamente por pensarem e agirem de forma mais coerente, dando lições de vida e exemplos de conduta livre e de luta, para conquistar seu espaço. Ao mesmo tempo, parecem totalmente distantes do mundo “normal”, marcado pela destreza e competição.

A luta por status, poder e fortuna, deixando o mundo se lixar, concentrando renda e demonstrando aberrações consumistas de milhões de dólares, não pode mais conviver com um planeta a caminho da igualdade, tolerância e liberdade. Essa busca exibicionista está com os dias contados, pois logo não haverá mais espaço para tanta loucura desenvolvida ao longo da Humanidade.

A partir de agora, os valores passam a ser outros. E enquanto essa transformação vai se processando, a distância entre conquistas materiais e felicidade também aumenta. Isso porque não há fortuna ou poder capazes de explicar o sentido da vida, pois a verdadeira riqueza está no conhecimento. O mundo está mudando, mas poucos se dão conta dessa transformação radical que os objetivos materiais e mundanos vão desaparecendo a cada dia.

Não se decreta a felicidade, conquista-se. A verdadeira lei da felicidade é aquela que cria condições para uma educação edificante, calcada nos valores plenos da busca pela elevação espiritual, através de muito estudo, trabalho e reflexão para as mudanças íntimas, a caminho do verdadeiro eu.

É preciso muita coragem e despojamento nessa caminhada. Praticar e ensinar isso para os nossos filhos parece ser a forma mais adequada de promovermos a felicidade através desse encontro pessoal. Quando isso acontece, o crescimento espiritual torna-se mera consequência nessa nova caminhada, onde o sofrimento provocado pelas frustrações, fracassos e perseguições passa a ser verdadeiras lição de vida e superação.

.Eugenia Maria Pinheiro Ramires

DIVALDO PARTICIPARÁ DA XV BIENAL Prestigie o estande da FEB na XV Bienal do Livro do Rio

(do dia 1º ao dia 11 de setembro) e aproveite para assistir à palestra de Divaldo Pereira Franco, no dia 07 de setembro, às 17h:30. Ler é o caminho para crescer, pois amplia os horizon-tes da compreensão, permitindo-nos, inclusive, evitar o mal sem o experimentar.

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Boletim Esperança – Página 3

RIGADO GERALDO

de ouvir o nosso mais fluente orador. Sorriso fácil e

presença agradável em qualquer ocasião, ele sempre soube

orientar com o aconselhamento gentil. Houve dia em que

desafiado a fazer um discurso sobre uma cadeira não se fez

de rogado, e, em

preciosa lição aos candidatos à oratória, demonstrou

como é possível tornar interessante uma palestra, mesmo

sobre o mais improvável dos temas. Geraldo Guimarães,

mais ilustre colaborador do nosso Boletim, partiu no dia 11

de janeiro, deixando-nos, a todos, um pouco mais tristes e

órfãos de sua companhia. Ainda há uma esperança nesse

Caminho, pois o reencontro é certo. Sentidos com o

ocorrido, desejamos externar nossa profunda gratidão e

amizade eterna. Que Deus o acompanhe e o ampare nessa

nova etapa de sua existência. Muito obrigado por tudo!

Equipe do Boletim Esperança

Houve um tempo em que a experiência dos velhos possuía algum valor. Hoje, é um tanto complicado passar-se os conhecimentos adquiridos com a vivência para os jovens e até mesmo para as crianças.

Ocorre, com isso, a evasão de um acervo muito grande de observações a respeito de “n” acontecimentos corriqueiros da vida, que poderiam enriquecer os mais moços, obstaculando, subsequentemente, arrependimentos, lágrimas e sofrimentos evitáveis.

Recordo-me do velho professor de Latim (disciplina, aliás, que poderia colaborar grandemente com a cultura juvenil), ao repetir o refrão: “A experiência me tem deixado sábio”. Na época, eu não entendia muito o porquê da questão; hoje, porém, quando as pugnas travadas no cotidiano me vão aumentando a lúcida visão da vida, agradeço muito ao querido professor que tanto colaborou para que tal ocorresse.

Hoje, nos defrontamos com acontecimentos que nos deixam perplexos pela frieza e aparente demonstração de insensibilidade das criaturas que os praticam. Dizemos aparente, e acreditamos nisso, por termos a seguinte certeza: por trás da dureza demonstrada, mães que jogam filhos no lixo, jovens que atacam e matam com requintes de violência, ou se drogam até a destruição do próprio corpo não estão em seu estado de real lucidez.

As mentes em desalinho, os pensamentos doentios lançados na psicosfera do planeta geram ideoplastias embriagadoras, animalizando e enfermando as criaturas frágeis que as assimilam. E os lares, cada vez mais desestruturados, não colaboram com a defesa de sua prole, que se torna refém da loucura. Falta-nos a convivência carinhosa com aqueles que já ultrapassaram o deslumbramento do mundo e se vestiram de valiosas e lúcidas experiências, enriquecedoras e ternas.

Parafraseando a música cantada por Nelson Ned, escapa-nos do coração a súplica: “... Eu precisava tanto conversar com Deus...”; quem de nós não tem essa necessidade de, em meio ao dilúvio e à diversidade de problemas, falar com Deus, ouvir a voz de Deus e assimilar os conselhos de Deus como prioridade insofismável?

Apesar da necessidade, quedamo-nos diante do desafio – achar o endereço de Deus. Há tanto tempo o perdemos no cipoal da incoerência que o desejamos agora e não sabemos onde está.

Nessa hora, que tal procurar, na resposta à pergunta 919 de “O Livro dos Espíritos”, a direção almejada? Então, no silêncio das reflexões, empreende-se o caminho de volta às concepções dos poetas, dizendo: o melhor lugar para se encontrar Deus é no sacrário do próprio coração.

No livro “Há dois mil anos”, encontramos o senador Públio diante de Jesus, a quem o primeiro procurara para solicitar a cura da filhinha. A cena é das mais tocantes e, a certa altura, percebendo o pensamento do homem do mundo, o Senhor Jesus assinala: “Todos os poderes do teu império são bem fracos e todas as tuas riquezas, bem miseráveis.” Essa visão ainda não tocou a retina humana e perde-se a chance de aprender com a vivência do outro.

E o homem, ainda em lutas pelas escolhas certas, sente dificuldade para separar os valores do mundo e os de Deus. Por isso a dicotomia comportamental será superada pela correta aplicação da fé espírita a se expandir, cada vez, com mais intensidade pelo mundo.

O Espiritismo, esse lídimo Consolador, que retorna consoante a promessa de Jesus, O traz de volta, a fim de encaminhar Seu rebanho para o despertar feliz.

Ana Guimarães *Experiência s. f. ato ou efeito de experimentar(-se) 1 conhecimento adquirido graças aos dados fornecidos pela própria vida 2 conhecimento das coisas pela prática ou observação.

Confidenciou-me ter cooperado com prof. Carlos

Juliano Torres Pastorino (1910 – 1980), seu professor de Esperanto no Colégio Militar do Rio de Janeiro, na elaboração do Método de Esperanto, especialmente para o rádio.

A convite de Celso Pinheiro, em 1990 palestrei no C.E. Discípulos de Jesus, à rua Amaral Costa em Campo Grande (RJ), e Marinho se fez presente, honrando-me com sua simpática visita. Além dele, estava o Jair Salles, dentre outros.

Em 2010, Marinho, morando na Barra da Tijuca, conversou longamente com a Neli ao telefone. E comigo, prometendo comprar livros meus duma lista que lhe enviei.... Agora, aos 77 anos de idade (2011) ele regressa ao Grande Além, com problemas cardíacos, deixando-nos a todos saudosos.

Uma crônica de Celso Martins

SAUDADES DO MARINHO Na verdade, o meu primeiro professor de Esperanto foi o

sargento da Polícia Militar do antigo Distrito Federal Adal Cardoso Barbosa, um iguaçuano (1911 – 1957), autodidata, poeta, contista e teatrólogo, cuja neta Silvinha se casou com o professor, psicólogo e escritor, orador espírita Cezar Braga Said (pronúncia Sáide).

Deu-se isto na rua N. Sª. da Gloria, no C.E. Amor e Justiça, em Engenho Pequeno, perto da Andrade Araújo, Nova Iguaçu (RJ), em 1956, quando andava às voltas com a 3ª declinação do Latim, na 3ª série do então Ginásio Iguaçuano, cuja turma instalou o querido professor (1954 – 1957).

Porém compromissos de professor e aluno e pai só me deram permissão de avançar no Idioma Neutro em 1979, com o apoio da querida (hoje saudosa) esposa Neli Tavares Martins (1941 – 2011). E então, entre março e junho fui aluno do Coronel do Exército (ainda na ativa, pouco depois transferido para Brasília) Fernando José Galvão Marinho, das 16 às 17h, no velho sobrado da Praça da república, 54, sede da Liga Brasileira de Esperanto, no Rio de Janeiro.

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Boletim Esperança – Página 4

Estudando o Livro dos Médiuns – HÁ ESPÍRITOS Essa pergunta pode parecer despropositada para um

verdadeiro espírita, certo? Não para o Codificador da Doutrina que a postou como o ponto de partida do livro em tela.

Será que nós teríamos condições de respondê-la de forma contundente, baseada na razão, ou será que responderíamos por crença? Será que responderíamos: “acredito, claro!” ou utilizaria-mos argumentos convincentes para nós mesmos? Por que a maioria de nós teme a morte? Por que medramos diante da visão de um Espírito, mesmo sendo de um parente amado? Será que conhecemos, de fato, a sua natureza? Até que ponto confiamos na narrativa de um médium ao expor uma experiência? Talvez ainda sejamos reticentes em relação a esta questão, ou por ignorância ou por ainda carregarmos os atavismos dogmáticos.

Kardec, por outro lado, dissecou a pergunta em epígrafe utilizando seus predicados intelectuais em nosso auxílio. O Codificador elabora seu raciocínio por indução, a partir de algumas premissas (princípio que serve de base para se chegar a uma conclusão). Nesta direção, vamos tentar reconstruir a lógica empregada por ele. 1. Deus existe. A base argumentativa está fundada no teísmo.

A negação absoluta de qualquer inteligência fora da matéria impossibilita a continuação do raciocínio. Portanto, a argumentação para a existência de Deus precede a discussão acerca da existência dos Espíritos; no axioma de nossa ciência, não há efeito sem causa, tudo que não for obra do homem, certamente, não foi do acaso. 2. O homem tem uma alma.

Se pensamos, logo existimos. Se existimos, logo fomos criados por uma “inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” Esta afirmativa encerra que Deus criou a matéria e os princípios inteligentes (espíritos) que se desenvolveram por várias fases (reinos) até a que nos encontramos hoje, a hominal. Em verdade, somos Espíritos individualizados e, quando encarnamos, passamos a ter uma alma, que é a manifestação inteligente, fruto do binômio Espírito-matéria (ver “O Livro dos Espíritos”, questão 76). 3. A natureza do Espírito difere da do corpo.

O Espírito se utiliza da mente para manipular as propriedades da matéria inerentes de nosso orbe, a fim de moldar a forma com que se manifesta nos dois planos. A máxima “dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço ao mesmo tempo” poderia invalidar o nosso raciocínio, pois o perispírito “habita” a matéria mais densa do corpo, concomitantemente. Porém vale ressaltar que ainda não há, na ciência, tecnologia que detecte o corpo semimaterial. 4. A alma sobrevive após a morte do corpo. Somos almas hoje encarnadas e continuamos existindo após a extinção do corpo.

De que valeria, para o Criador, seres “provisórios” e imprestáveis na perspectiva da eternidade? Necessariamente, mantemos nossa individualidade espiritual e damos continuidade a ela em nossa jornada evolutiva. 5. O Espírito destituído do corpo carnal goza de consciência de si mesmo.

Atributo da individualidade, o sentido de existência faculta ao Espírito o desejo de alcançar seus objetivos, cada qual no seu nível evolutivo. Destituídos desta consciência, seríamos seres sem utilidade para a vida maior. 6. A alma vai para alguma parte. Quanto à circunspeção da alma no espaço, também é forçoso aduzir que, de alguma sorte, por ser constituída de matéria sutil e possuir vontade própria, habitará locais que lhe forem particularmente associados, por sintonia, às suas conquistas morais. 7 O Espírito pode comunicar-se com os encarnados.

Por fim, com o fito de apresentar a existência dos Espíritos como sentença verdadeira, ainda temos todas as provas milenares, que perduram até os dias de hoje, de manifestações que, para muitos, são originadas por seres demoníacos ou por fraude. O fato é que, apesar da distância vibracional da constituição dos corpos, a mente é o elo que faculta a ligação entre os seres nos dois mundos. A dialética que Allan Kardec empregou em seus estudos filosóficos substituiu os dogmas milenares das doutrinas impostas pelos cleros por meio do raciocínio. Procura, com isso, desmistificar uma série de preconceitos, que vigem ainda hoje, acerca dos Espíritos e de suas manifestações, mas que, com o tempo, o homem amadurecerá e as religiões unificar-se-ão nos ensinamentos morais de Jesus à luz do bom senso e da razão.

André Laucas

PROGRAMAÇÃO DA CASA

2ª Feira (20:00 às 21:00)

PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: LIVRO DOS ESPÍRITOS

05/09 – Ana/Anete Guimarães LIVRE

12/09 – Ricardo Drummond Questões 551 a 557

19/09 – Neandertal Alves LIVRE

26/09 – Giannina Laucas Questões 558 a 563

3ª Feira (14:50 às 15:25)

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

06/09 – Rita Pontes Cap. XI, item 12

13/09 – Giannina Laucas Cap. XI, item 13

20/09 – Cláudia Costa Cap. XI, item 14

27/09 – Rafael Rodrigues Cap. XI, item 15

5ª Feira (19:30 às 21:00)

ESTUDO DO LIVRO

“ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA”

01/09 – Jair Cesario 22/09 – Amaury Saramago

08/09 – Cláudia Costa 29/09 – Giannina Laucas

15/09 – Anete Guimarães

Sábado (8:30 às 15:00)

ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA

DATAS IMPORTANTES DO MÊS

02/09/1914 – Desencarna em Saint-Firmin, Alpes, na França, Eugéne Auguste Albert de Rochas, magnetizador e pesquisador dos fenômenos mediúnicos.

03/09/2007 – Desencarna Martins Peralva, em Belo Horizonte, MG, aos 89 anos, após longa enfermidade

05/09/1890 – Desencarna Léa Fox, uma das médiuns envolvidas nos fenômenos de Hydesville, na América do Norte.

06/09/1853 – Na Ilha Jersey, França, por sugestão de Delphine de Girardin, Victor Hugo assiste, pela primeira vez, a sessões de mesas girantes.

12/09/1876 – Nasce em Macaíba, Rio Grande do Norte, Auta de Souza.

22/09/1868 – Nasce no Rio de Janeiro, Cairbar de Souza Schutel, jornalista, escritor e médium espírita, fundador de “O Clarim” e da “Revista Internacional de Espiritismo”.

25/09/1914 – Nasce José Herculano Pires, em Avaré, SP.

25/09/1926 – Tem início o I Congresso Brasileiro de Homeopatia, sob a presidência do Dr. Dias da Cruz.

26/09/1943 – Desencarna o Dr. Guillon Ribeiro, ex-presidente da Federação Espírita Brasileira, tradutor das obras de Kardec.

30/09/1897 – Desencarna em Lisieux, na França, a religiosa e mística Teresa de Jesus, nascida em 2 de janeiro de 1873, em Alençon, França.

ANIVERSARIANTES DO MÊS

04/09 – Giannina Laucas 22/09 – Marcos Oliveira

22/09 – Claudia Passarelli 29/09 – Rafael Laucas