boletim esperança 27

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Boletim Esperança – Página 1 Boletim Esperança Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano III, N. 27 JULHO, 2011 GOTAS DE AMOR DE JOANNA DE ÂNGELIS "A paciência é a virtude que te auxiliará nas conquistas dos bens do corpo, da alma e da sociedade." "Cuida de lutar pelo necessário, repartindo o que te exceda, certamente, fazendo falta a outros." "A prece é o medicamento eficaz para todas as doenças da alma." "Sê tu o amigo gentil, mesmo que, por enquanto, experimentes incompreensão e dificuldades." "O pensamento edificante e bom é também uma oração sem palavras, que se faz sempre ouvida." NESTE BOLETIM Página 01 EDITORIAL GOTAS DE AMOR DE JOANNA DE ÂNGELIS Página 02 PEIXOTINHO EXPEDIENTE COLUNA DO CAMINHO O SURPREENDENTE DIVALDO Página 03 MENSAGEM DO MÊS CORPUS CHRISTI Página 04 OS 21 ANOS DO FEIRÃO Página 05 CRUZADINHA ESPÍRITA ANTONIA E O CANTOR FAMOSO PÉTALAS DE ORVALHO NO FEIRÃO Página 06 FAMÍLIA, CÉLULA DE AMOR ANIVERSARIANTES DO MÊS PROGRAMAÇÃO DA CASA EDITORIAL Não é a vida que nos entusias- ma, nós é que transformamos a nossa vida em um evento entusias- mante. vinte e um anos os espíritas se encontram no Colégio Militar do Rio de Janeiro para se dedicar à atividade do bem, que, nas palavras da Veneranda Joanna de Ângelis, é o “exercício do dever, sem queixa, nem lamentação, sem rebeldia, nem esperança de retributo, é a tarefa desafiadora que a todos aguarda, a fim de modelar heróis, santos e artistas da verdade, do amor e da beleza”. Quando a noite de domingo chegar, nossos corpos estafados serão recompensados pela vibrante palestra de Divaldo Pereira Franco, digníssimo arauto da Boa Nova. Gratos pela oportunidade. Até o próximo, A EQUIPE O programa é apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos. 01 ano sem o nosso amigo. Elisabeth D’Espérance, poderosa médium de efeitos físico, foi uma das mais importantes personali- dades do movimento espírita europeu, do século XIX.

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Page 1: Boletim esperança 27

Boletim Esperança – Página 1

Boletim Esperança Informe de Estudos Espíritas, RJ, Ano III, N. 27 JULHO, 2011

GOTAS DE AMOR DE JOANNA DE ÂNGELIS

"A paciência é a virtude que te auxiliará nas conquistas dos bens do corpo, da alma e da sociedade."

"Cuida de lutar pelo necessário, repartindo o que te exceda, certamente, fazendo falta a outros."

"A prece é o medicamento eficaz para todas as doenças da alma."

"Sê tu o amigo gentil, mesmo que, por enquanto, experimentes incompreensão e dificuldades."

"O pensamento edificante e bom é também uma oração sem palavras, que se faz sempre ouvida."

NESTE BOLETIM Página 01

EDITORIAL

GOTAS DE AMOR DE JOANNA DE ÂNGELIS

Página 02

PEIXOTINHO

EXPEDIENTE

COLUNA DO CAMINHO

O SURPREENDENTE DIVALDO

Página 03

MENSAGEM DO MÊS

CORPUS CHRISTI

Página 04

OS 21 ANOS DO FEIRÃO

Página 05

CRUZADINHA ESPÍRITA

ANTONIA E O CANTOR FAMOSO

PÉTALAS DE ORVALHO NO FEIRÃO

Página 06

FAMÍLIA, CÉLULA DE AMOR

ANIVERSARIANTES DO MÊS

PROGRAMAÇÃO DA CASA

EDITORIAL

Não é a vida que nos entusias-ma, nós é que transformamos a nossa vida em um evento entusias-mante.

Há vinte e um anos os espíritas se encontram no Colégio Militar do Rio de Janeiro para se dedicar à atividade do bem, que, nas palavras da Veneranda Joanna de Ângelis, é o “exercício do dever, sem queixa, nem lamentação, sem rebeldia, nem esperança de retributo, é a tarefa desafiadora que a todos aguarda, a fim de modelar heróis, santos e artistas da verdade, do amor e da beleza”.

Quando a noite de domingo chegar, nossos corpos estafados serão recompensados pela vibrante palestra de Divaldo Pereira Franco, digníssimo arauto da Boa Nova. Gratos pela oportunidade.

Até o próximo, A EQUIPE

O programa é apresentado por Ana e Anete Guimarães, sendo recomendado para toda a família, por abordar temas e casos diferenciados, sempre relacionados à convivência familiar, com orientações para a solução de eventuais conflitos.

0 1 a n o s e m o n o s s o a m i g o .

Elisabeth D’Espérance, poderosa médium de efeitos físico, foi uma das mais importantes personali-dades do movimento espírita europeu, do século XIX.

Page 2: Boletim esperança 27

Boletim Esperança – Página 2

PEIXOTINHO

Não há como estudar mediunidade, em particular os fenômenos físicos de materialização, sem mencionar o médium Peixotinho. Esse cearense, órfão desde tenra idade, foi criado pelos tios em Fortaleza, os quais, tão logo puderam, colocaram-no em um seminário. Sua natureza renovadora não permitiu que ele aceitasse os dogmas eclesiásticos como verdades absolutas, o que, pouco tempo depois, motivou sua expulsão da instituição. Com quatorze anos decidiu experimentar os seringais amazonenses. Dois anos depois, quando os primeiros sinais da mediunidade começaram a aparecer, retornou para o Ceará, sofrendo intensas perturbações. Chegou a ficar vinte horas, seguidas, em estado de catalepsia, graças ao grave transtorno obsessivo de que era vítima. No auge desse período, perdeu os movimentos do corpo, ficando preso a uma cama sem uma explicação médica para o seu problema. Nesse momento, sua história começou a mudar, porque um vizinho, espírita, se ofereceu para ajudar com passes, preces e estudos sobre a doutrina codificada no Pentateuco de Kardec.

Reequilibrado e esclarecido sobre as dúvidas transcendentais que tinha, passou a se dedicar ao estudo do espiritismo e controle de sua mediunidade, orientado pela Federação Espírita Cearense. Mais adiante teve a feliz oportunidade de ser instruído, de forma competente e segura, pelo iluminado companheiro Vianna de Carvalho.

Convocado para o serviço militar, seguiu carreira e durante esse período casou-se, teve nove filhos e fundou o Centro Espírita Pedro. Em 1946, às 20:00 horas, do dia 6 de julho, fundou o Grupo Espírita André Luiz, inicialmente na Rua Moncorvo Filho, número 27, no Centro. Nessa respeitável instituição foram realizadas muitas reuniões de materialização, as quais ganharam notoriedade graças ao registro cuidadoso feito pelo Delegado Rafael Ranieri, publicado no livro “Materializações Luminosas”. Esse estudioso espírita se colocava como um vigilante, disposto a evitar fraudes e atestar a lisura dos fenômenos de materializações espíritas.

Além das materializações, que assombravam, levitava e, de quando em vez desdobrava, fazendo aparições em locais diversos daquele em que seu corpo físico estava. Atuava também como médium de cura, escrita direta, voz direta e participava do trabalho nas reuniões de desobsessão.

Em 1948, esteve em Pedro Leopoldo, para o seu primeiro encontro com o médium Francisco Cândido Xavier. No ano seguinte foi transferido definitivamente para Campos onde fundou o Grupo Espírita Araci, em homenagem ao seu guia espiritual.

Manteve sua família com o que o soldo de capitão da reserva lhe permitia. Enfrentou, com dignidade, os sofrimentos causados pela broncopneumonia e pelos ataques à sua honra, sem jamais descuidar dos princípios cristãos que desposara.

Regina Celia Campos

DIREÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Presidente: Ana Guimarães

Vice-presidente: Jurandyr Paulo

Secretários: André Laucas e Vanessa Bianca

EXPEDIENTE

Direção do Jornal: Rafael Rodrigues Secretária: Regina Celia Campos

Revisora: Giannina Laucas

Colaboradores:

Ana Guimarães “Geraldo Guimarães”(IM)

Rita Pontes Marcia Alves

Vanessa Bianca Eugenia Maria

COLUNA DO CAMINHO ANIVERSÁRIO DE DONA ANTONIA

D. Antonia Cardoso, mãe de Ana Guimarães, completou, dia 18 de junho, 98 anos bem vividos com sabedoria, disciplina e qualidade de vida. A nova idade foi comemorada com alegria junto aos filhos, genro, nora, netos e até bisnetos, que, segundo ela, somam 42 netos, 60 bisnetos e 20 tetranetos residentes em diferentes estados e alguns até na Bolívia. D. Antonia foi discorrendo, com coerência e uma ponta de nostalgia, os felizes momentos que passou ao lado do seu esposo, que desencarnou ainda muito jovem, levando-a a contrair núpcias pela segunda vez. Declarou que o seu nome deve-se à homenagem que seu pai, professor e pianista, devotou a Sto. Antonio. D. Antonia afirmou que sempre trabalhou muito e nunca deixou de ser pobre, dizendo que “as pessoas ricas às vezes inspiram pena, pois, nem todos têm espírito de escol, autoridade moral”. Ao final de nossa conversa, fez questão de declamar a poesia “Ismael”, comovendo-nos. Parabéns, que Jesus lhe conserve a lucidez!

“Cristo é o chefe desta casa. Hóspede invisível em cada refeição. Ouvinte silencioso em cada conversação”.

Dona Benedita (Baby) Vieira – esposa do médium

O SURPREENDENTE DIVALDO

Olá queridos amigos, aqui estou ditando uma pequena parte sobre a visita à Europa de nosso amigo, Divaldo Franco.

No que me consta Divaldo este ano parecia ter renovado. Não em suas mensagens de amor e esperança, mas na sua aura. Algo surpreendente estava acontecendo.

Este homem depois de comemorar seus oitenta e quatro anos, parecia irradiar a juventude de seus dezoito.

Em comum, entre França, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Holanda, Suíça, Áustria, República Tcheca, a alegria e euforia daqueles que preparavam a recepção para acolher «Tio» Nilson, brilhante na sua tranquila e pacífica presença e Divaldo.

Este ano, foi um marco para mim. Tive a impressão que sua forma de falar estava mais espontânea, como também seu modo de locomover e rir, caindo francamente em risadas gostosas que contagiaram o público.

Em Luxemburgo como a cada ano o almoço entre amigos de um mesmo ideal, foi um momento muito rico para todos.

Na Alemanha, em Frankfurt, o Cônsul brasileiro e outros funcionários da embaixada estiveram presentes.

Divaldo falou não só para espíritas, mas também a um público não espírita, na Suíça, e tocou as consciências que já estavam sendo preparadas por Deus, respondendo claramente e se posicionando contra o suicídio e a eutanásia.

O tema Transição Planetária atraiu um grande número de espíritas e não espíritas e foi de grande auxílio às almas hesitantes.

Não posso deixar de citar o trabalho hercúleo da tradutora, Edith Bukhard, suíça, educada no Rio de Janeiro, uma senhora muito distinta, que ultrapassa, seus cinquenta anos, e que traduziu as palestras de nosso convidado, do português para o alemão, chegando a ultrapassar os limites humanos de tradução simultânea.

Caros leitores, este ano estamos todos plenos, já que nos encontraremos, em breve, no Feirão, em nossa barraquinha belgo-brasileira.

Um grande abraço e muita paz! Marcia Alves

Page 3: Boletim esperança 27

Boletim Esperança – Página 3

RIGADO GERALDO

Éramosfelizes, como felizes eram as oportunidades

de ouvir o nosso mais fluente orador. Sorriso fácil e

presença agradável em qualquer ocasião, ele sempre soube

orientar com o aconselhamento gentil. Houve dia em que

desafiado a fazer um discurso sobre uma cadeira não se fez

de rogado, e, em

preciosa lição aos candidatos à oratória, demonstrou

como é possível tornar interessante uma palestra, mesmo

sobre o mais improvável dos temas. Geraldo Guimarães ,

mais ilustre colaborador do nosso Boletim, partiu no dia 11

de janeiro, deixando-nos, a todos, um pouco mais tristes e

órfãos de sua companhia. Ainda há uma esperança nesse

Caminho, pois o reencontro é certo. Sentidos com o

ocorrido, desejamos externar nossa profunda gratidão e

amizade eterna. Que Deus o acompanhe e o ampare nessa

nova etapa de sua existência. Muito obrigado por tudo!

Equipe do Boletim Esperança

MENSAGEM DO MÊS

Conversando sobre Jesus A figura extraordinária de Jesus tem suscitado, ao longo do tempo, as

mais diversificadas elaborações de temas. Perto de 65.000 livros já foram escritos sobre Ele, sem se falar de reportagens feitas a Seu respeito, bem como de inúmeros poemas, artigos, pesquisas. E percebemos que o assunto é inesgotável.

A época em que Ele escolheu para vir à Terra era realmente difícil. Os povos se digladiavam em guerras aparentemente intermináveis. E o próprio povo de Israel, que iria recebê-Lo, se encontrava sob a dominação romana. As notícias a respeito da chegada dEle não são tão conhecidas pelas pessoas como deveriam ser. Muitos acreditam que somente o Velho Testamento traz em si as profecias em referência à Sua chegada.

Mas, em verdade, à medida que velhos povos vão sendo retirados do ostracismo do passado, descobre-se que já se falava de um ser especial que viria à Terra. E os velhos templos de sociedades já desaparecidas do Planeta traziam referenciais do extraordinário advento do Cristo. Todos O reconheceram. E quando dizemos todos, não falamos apenas dos homens, em geral, porque estes não O reconheceram. Falamos a respeito dos que tiveram oportunidade de encontrá-Lo, e eram pessoas pertencentes a várias camadas sociais, que, inspiradas ou pelo mundo espiritual ou pela personalidade notável de Jesus, O reconheceram imediatamente. Em especial, os atormentados e sofridos, estes não tinham dúvida nenhuma sobre o Filho de Deus. As profecias eram muito claras e a Sua vida foi uma revelação constante.

Jesus deixou um código de respeito a Deus e às criaturas de uma forma geral. Se nós ficássemos apenas com as bem-aventuranças, que foram ditas por Ele, na região bucólica de Cafarnaum, no aclive da montanha ou no declive, não importa, possivelmente sua mensagem morreria às margens do mar da Galileia. Mas, nesse local encantador, até hoje, os ensinos profundos são ainda quase inatingíveis pela maioria das pessoas. Talvez porque sejam poucos os que param para analisá-los. Se nós analisássemos, agora, a assertiva de que os mansos possuiriam a Terra, pareceria uma coisa inadmissível, quando vemos a violência se multiplicar e os violentos parecerem vitoriosos. Todavia isso não é a expressão da verdade. As palavras de Jesus ressoam com força e vigor na alma de muitos. E são esses que demonstram para a sociedade que os mansos podem realmente possuir a Terra.

Quando nós observamos homens poderosos do passado – como Átila, Alarico, o próprio Alexandre, o Grande, Júlio César, ainda que este último seja mais conhecido–, que dominaram vastas extensões territoriais, subjugaram povos e escravizaram muitos, constatamos que se perderam nas páginas da história. Agora, pensemos num Francisco de Assis –imortal na sua mansuetude, pureza, bondade, reconhecido em todos os quadrantes de nosso planeta – e nas palavras de Jesus: "Os mansos possuirão a Terra". Além do Pobrezinho de Assis, figuras extraordinárias no campo do bem tiveram, como únicas posses, um coração gentil e um cérebro voltado para a construção do amor na Terra.

Podemos observar, então, que as palavras de Jesus continuam atuais. E se colocarmos em confronto duas figuras que se despediram da Terra, quase que simultaneamente: Lady Diana e Madre Teresa de Calcutá, verificaremos que a primeira o tempo levará, como levou tantos outros, mas a segunda ficará, porque a sua história não está escrita somente no papel, porém, no coração daqueles que foram beneficiados pela sua presença, pelo seu amor. Isso é imorredor, representa os verdadeiros bens a que se refere o Evangelho.

Ana Guimarães

CORPUS CHRISTI Da leveza deste verso Saltam rimas transbordantes, Evolando pelo espaço, Como espumas flutuantes, Libertando a Vulcano Do volume do Oceano. Pois Eurínome e Tétis Recolheram-no das águas, Mas coberto pelos mares E guardando muitas mágoas, O artesão criou belezas Com ouro das profundezas

Espumas, águas e ouro, Joias da Leira Divina, Formam o lindo tesouro Que o buril apura e anima. Nas celestes partituras, O som ressalta em gravuras. Das procelas ancestrais, Mitos, musas, medalhões Erguem muros de ilusões. E em prisões fenomenais, O ser se arrepende e chora E a Humanidade estertora.

Idos tempos memoráveis, Do lençol das ilusões, Concedendo gratidões, Fendem-se leiras afáveis Pra acolher o Corpo São Que vem pregar o perdão.

Ser Estelar gracioso, Gentil, amoroso e bom, Navegador generoso Semeia na Terra o dom, Abre o livro da esperança E com fé traz a bonança. Salve Cristo Redentor! Da cruz, fundiu-se em amor, Diluiu-se em primaveras. Ao derrotar as quimeras, Implanta a lição deveras Do Cristo Consolador.

Giannina Laucas

Page 4: Boletim esperança 27

Boletim Esperança – Página 4

OS 21 ANOS DO FEIRÃO Entrevista com Ana Jaicy Guimarães

“É contando histórias que se constrói uma Aldeia” (Han Pâté Bá).

O Feirão, realizado anualmente no Colégio Militar em

prol da Mansão do Caminho (Salvador-Ba), promovido pelo Grupo Espírita Caminho da Esperança, completa 21 anos em 2011. Fomos resgatar, no livro das memórias, a sua preciosa história, que até hoje vem dando certo. O Boletim Esperança entrevistou Ana Guimarães, nossa presidente e idealizadora do importante projeto.

B.E.: Na realização do 1º Feirão, que serviu de modelo

para os demais, quem formatou e operacionalizou o projeto? Houve destaques?

A.G.: Todos colaboraram, porém foi de extrema importância, contarmos com a efetiva experiência do Dr. Ewbank (primeiro à direita na foto ao lado), que possuía “know how” em organização, enquanto administrador de clínica de fisioterapia. Considero que a participação e o engajamento de todos contribuíram para o sucesso, portanto não há destaques, cada um é importante na sua função.

B.E: Como conseguiu a adesão de tantas instituições que até hoje colaboram de forma efetiva?

A.G.: A princípio foram os amigos espíritas, que abraçaram a causa, e que foi aumentando na proporção da divulgação e melhor estruturação.

B.E.: Após 21 anos de realização de tão bem-sucedido empreendimento, que lembranças e sentimentos lhe ocorrem? Como surgiu a feliz ideia?

A.G.: Quando o Caminho da Esperança completou 10 anos, convidamos Divaldo Franco para a comemoração e então Geraldo e eu, conversando com ele, lançamos a sugestão de realizarmos uma feirinha em prol da Mansão do Caminho, criada e dirigida por ele. Divaldo aprovou e lançou o desafio: “ Quem faz uma feirinha, faz um feirão”. A ideia fluiu naturalmente e, em seguida, partimos para a ação, com a colaboração dos amigos. O sentimento é de gratidão por todos que aderiram ao movimento.

B.E: Cite as dificuldades iniciais de implementação,

que foram se superando ao longo dos anos. A.G.: Por incrível que pareça, nunca houve dificuldade

do ponto de vista material, porém ocorrem eventualmente, por razões óbvias , ataques oriundos do plano espiritual.

B.E.: Quais países ou estados com maior representatividade no evento?

A.G.: Como diz recente comercial, do Oiapoque ao Canadá, dos EE.UU. ao Chuí, todos comparecem, trazendo valiosas contribuições e, o mais importante, arcando com o ônus do deslocamento.

B.E.: Fale um pouco dos resultados e da destinação dos recursos.

A.G.: Os resultados são extraordinários e a cada ano se superam. Para nós, do Caminho da Esperança, é gratificante fazer a entrega do substancioso total arrecadado a Divaldo Franco e Tio Nilson, destinado às obras assistenciais da Mansão do Caminho.

Page 5: Boletim esperança 27

Boletim Esperança – Página 5

ANTONIA* E O CANTOR FAMOSO Enquanto aguardava no banco para pagar

as contas que trazia consigo, Antônia refletiu, um tantinho irritada: “quando estou curtindo a vida, o tempo parece voar, mas basta entrar em uma fila que os ponteiros do relógio cismam em parar”.

Quando, finalmente, se livrou do compromisso, saiu da agência apressada e tomou o rumo do trabalho. Entretanto, ao se aproximar da esquina, seus olhos se encheram de lágrimas ao reconhecer um famoso cantor, cujas músicas ouvira em vários momentos de sua vida. Não se contendo, foi até ele, se apresentou e pediu um abraço. Com lágrimas nos olhos agradeceu por tudo o ele que fizera por ela. O moço, entre chocado e confuso, perguntou: “Mas o que eu fiz por você?” – e Antônia respondeu: “Durante as perdas que enfrentei na minha vida, tantas e tão duras, só pude contar com Deus, nas minhas orações, e com a sua música, nos meus fones. Quando tinha impressão de que ia cair em profunda melancolia, colocava-os no ouvido e continuava a levar a minha vida, mas o coração ia ficando cada vez mais leve, porque suas canções me deixavam feliz. Elas me acalmaram quando quis explodir e me deram forças quando pensei em desistir”.

Surpreso com a declaração, o artista famoso viveu seu momento de tiete e, com os olhos marejados, pediu: “Antônia, eu não posso deixar você partir sem tirar uma foto nossa. Eu quero levar esse momento comigo, porque tem horas que eu também fico sem rumo na vida. Essa nossa conversa me ajudou a lembrar o que me fez decidir cantar. Eu desejava dividir com todo mundo a felicidade que eu sentia quando escrevia as minhas músicas. Muito obrigado!”

*ANTONIA É UMA PERSONAGEM FICTÍCIA, POR MEIO DA QUAL PRETENDEMOS TRANSMITIR AS LIÇÕES ENSINADAS POR ANA GUIMARÃES NO G.E.C.E., ÀS QUARTAS.

Rafael Rodrigues

PÉTALAS DE ORVALHO NO FEIRÃO

O movimento que envolve o Feirão é delineado meses antes. Os inúmeros grupos que se deslocam dos mais variados lugares concentram energias espirituais, abastecendo os nobres sentimentos de todos.

Os episódios vividos durante o dia dão chance a pequenas e comoventes histórias.

O dia transcorria em clima de paz e alegria. As pessoas caminhando pelo pátio do Colégio Militar, entre reencontros afetivos, traziam uma nota de fraternidade.

Quase num estacato, aquela jovem com olhos perdidos, apesar de bela, perguntou indecisa:

Que lugar é esse? O que está acontecendo aqui? A resposta com as informações sobre o evento deixou-

a entre constrangida e surpresa: Não sei como cheguei aqui; andava sem rumo, depois

de grave desentendimento no lar. Pensava em dar fim à

vida calou-se. Foi convidada a sentar-se no banco

de jardim. As palavras foram recebidas pela jovem como pétalas orvalhadas de conforto. Seus olhos, aos poucos, retornaram à vivacidade natural. O tempo passou...

Vou buscar minha mãe. Que lugar bom! Obrigada! Volto logo.

Assim trabalham os Espíritos bons, recolhendo os sofredores para tratamentos psíquicos e emocionais. Enquanto os tarefeiros sorriem e expõem suas ofertas, as equipes do bem sorriem e abraçam os aflitos.

“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” – assim disse Jesus.

Vanessa Bianca

Page 6: Boletim esperança 27

Boletim Esperança – Página 6

PROGRAMAÇÃO DA CASA 2ª Feira (20:00 às 21:00)

PALESTRAS DOUTRINÁRIAS: LIVRO DOS ESPÍRITOS

04/07 – Anete Guimarães LIVRE

11/07 – João José Questões 536 a 540

18/07 – Josué Bezerra Questões 541 a 548

25/07 – Ana Guimarães LIVRE

3ª Feira (14:50 às 15:25)

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

05/07 – Cláudia Costa Cap. X, item 21

12/07 – Rita Pontes Cap. XI, item 1 a 3

19/07 – Tereza Quitete Cap. XI, item 4

26/07 – Rafael Pinho Cap. XI, itens 5 a 7

5ª Feira (19:30 às 21:00)

REUNIÃO MEDIÚNICA e ESTUDO DO LIVRO

“ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITA”

07/07 – Giannina Laucas 21/07 – Jair Cesario

14/07 – Luiz Bezerra 28/07 – Claudia Passarelli

Sábado ( 8:30 às 15:00)

ESCOLA DE ESTUDOS ESPÍRITAS ESPERANÇA

Certa noite, meu pai ouviu: “miau, miau”... Abriu o capô do carro, verificou o motor e... Surpresa! Surpresa? Era um gatinho.

Mas o gatinho, quando viu papai, ficou assustado e se escondeu lá no fundo do motor, e papai não conseguiu pegá-lo.

Fomos todos dormir, papai, mamãe, meu irmão e eu. No dia seguinte, encontramos o gatinho escondido de baixo

da máquina de lavar e ele miava muito, morrendo de fome. Preparamos leite e ração de filhote. O gatinho bebeu e

comeu tudo. Hoje ele vive conosco e é uma gracinha.

PEDRO JAÑA LAUCAS DE CAMPOS (10 ANOS)

FAMÍLIA, CÉLULA DE AMOR O crepúsculo coloria o firmamento em

tonalidades desbotadas, asserenando a altivez fulgurante do Astro Rei a prenunciar que, em breve, lhe daria as costas, adentrando nas incertezas da escuridão daquela noite natalina.

Solitário, diante de suntuosa janela, fitava, demoradamente, seu reflexo desfocando a paisagem bucólica de quem ele olvidara o convite para uma prosa. Encastelado em sua batalha púnica, sorvia o fel das vicissitudes pretéritas denunciando postura autopiedosa do senhor Eu que vincava, no amor próprio, o leme de suas atitudes, de onde fora tragado pelo vórtice do ensimesmamento egocêntrico. Em contraste com as conquistas monetárias, sofria o torvelinho saudoso da família abandonada por injustificável razão.

Alimentando-se nesta condição, criou seu inimigo mais poderoso: o devorador de células. Ao surpreender-se com o alvitre repentino de que não lhe restaria muito tempo no frágil vaso de carne, inicia sua corrida contra o relógio, exumando praticamente todos os seus recursos na nova empresa. Apesar de despender hercúleo esforço, os resultados negativos talhavam, com maiores detalhes, a sua lápide, não tardando para se entregar à desdita, de conformidade com o destino inexorável.

Empedernido por seu orgulho, cogitara apenas, em última instância, a intervenção da fiel esposa e dos filhinhos de outrora, todavia se julgava imerecedor de albergar seus instantes finais junto aos antigos amores. Impúbere diante do aguilhão, ignorava, em sua mente atônita, a existência de um Poder Maior capaz de realizar qualquer mister. Suspende sua conjectura, ao ringar do aparelho telefônico, surpreso pela invitação de ser abrigado no seio de sua antiga família.

A criatura, que outrora lhe obstaculizava os ignominiosos tentames, tornara-se o ágape em seus derradeiros momentos. Figura singular, a ex-senhora indulgente não vacilou em perdoar todas as faltas do ex-senhor; estriba sua fé inabalável no Criador, dedicando-se diariamente, em oração, ao enfermo que se tornara, novamente, o protagonista da família. A alegria das crianças contagiava-o como brisa suave das novas sensações que colaboraram para a ressignificação de seu modelo mental, a renascer em batismo espiritual: o senhor Nós.

A profilaxia do amor, empreendida pela família, lhe balsamizava o coração que, ato contínuo, diminuía o apetite do seu inimigo: o câncer. No arrependimento, encontrara o fundamento para sua transformação; na oração, energia inefável em apoio ao novo cometimento; e, na mudança de conduta, consolida os ensinamentos que as circunstâncias lhe impuseram. O devorador sucumbe às forças luminosas do bem, mas, antes de seu último suspiro, admoesta-o: “não sou teu inimigo, sou tua parte espúria, criatura desventurada, destinada a morrer aniquilando-te ou sendo aniquilado, não me faças nascer novamente, não nos faça sofrer!”.

Um sábio da antiguidade estabeleceu na afirmativa “Conhece-te a ti mesmo” o meio mais eficaz para se melhorar nesta vida e Santo Agostinho completa nos elucidando maneira prática de alcançá-la: “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: no fim de cada dia interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e me perguntava a mim mesmo se não tinha faltado ao cumprimento de algum dever, se ninguém teria tido motivo para se queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e ver o que em mim necessitava de reforma.” (O Livro dos Espíritos – pergunta 919 e 919a)

André Laucas

ANIVERSARIANTES DO MÊS

01 de julho - Rafael Rodrigues 15 de julho - Jo ana

04 de julho – Amanda Salles 25 de julho - In ês

12 de julho – Giuseppe Laucas 22 de julho - Aniz e Campos

27 de julho – Helena Passarelli

A EQUIPE DO BOLETIM ESPERANÇA AGRADECE Vencida a barreira dos três mil e quinhentos arquivos

baixados (downloads), em apenas uma das páginas na qual oferecemos os arquivos digitalizados dos números do nosso Boletim, a Equipe, honrada com o interesse dos companheiros espíritas, decidiu formalizar o agradecimento a todos os que se dispuseram a nos acolher entre seus hábitos de leitura. Desejamos, ardentemente, cumprir nossa missão, que é divulgar a doutrina espírita e dar suporte às atividades do Grupo Espírita Caminho da Esperança. Emocionamo-nos ao saber que brasileiros, em locais distantes como, Alaska, Havaí e outros Estados americanos, além de países do velho continente, como Bélgica e Luxemburgo, se interessaram pelo fruto do nosso trabalho. Que o Senhor nos ilumine e proteja, abençoando esse esforço e proporcionando inspiração e humildade aos colaboradores. Muito obrigado a todos.