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Boletim Epidemiológico Análise Epidemiológica dos casos de Febre Amarela. Até as Semanas

Epidemiológicas 9 e 10 de 2018.

Introdução A Febre Amarela é uma doença

infecciosa grave causada por um vírus, cuja

transmissão dá-se por mosquitos, sendo assim

classificada como arbovirose. Por ter um

relevante impacto na saúde coletiva está

presente na Lista Nacional de Notificação

Compulsória de Doença, Agravo e Eventos de

Saúde Pública. A importância epidemiológica

está em seu elevado potencial de disseminação

e na sua gravidade clínica, podendo alcançar

uma alta taxa de mortalidade entre os casos

graves. É importante ressaltar que existem

dois ciclos de transmissão observados: um

urbano (febre amarela urbana – FAU) e outro

silvestre (febre amarela silvestre – FAS).

(BRASIL, 2017)

Esse Boletim tem como objetivo

apresentar a situação epidemiológica da febre

amarela nas 26 Unidades Federativas

referentes às Semanas Epidemiológicas 1 a 10

que abrange ao dia 31/12/2017 até 06/03/2018

e do segundo Ciclo de monitoramento, que

abrange o período de julho de 2017 a junho de

2018.

Serão apresentadas a quantidade de

casos registrados, casos confirmados, alertas,

vacinações e óbitos pelo agravo.

É importante informar que esses dados

são provisórios, podendo ser alterados pelas

Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde a

partir do sistema de notificação a cada Semana

Epidemiológica. Isso pode ocasionar diferença

nos números de uma SE para outra.

Vigilância de Epizootias em primatas

não humanos A Vigilância de epizootias em primatas

não humanos (PNH), consiste nos dados sobre

adoecimento e morte de macacos, a fim de

constatar precocemente a circulação do vírus

da febre amarela, podendo assim auxiliar na

tomada de decisão para a redução e controle

da morbimortalidade da doença na população.

No intervalo de tempo entre julho de 2017, até

a semana epidemiológica 9de 2018, tivemos o

total de 4.667 epizootias em PNH no qual 578

foram confirmados, 1.241 permanecem em

investigação, 1.701 foram indeterminados e

873 foram descartados.

Os maiores casos confirmados de

epizootias sucederam na região Sudeste, em

maior concentração na Unidade Federativa de

São Paulo com 482 (83,4% do total) eventos

confirmados; já em outras regiões as

notificações encontradas são em Minas Gerais

73 (12,6% do total), Rio de Janeiro 19 (3,3%

do total), Tocantins 2 (0,3% dos casos) e por

fim Espírito Santo e Mato Grosso igualmente

com 1 caso (0,2% do total).

Prevenção e controle Ações de controle sobre epidemias

estão diretamente ligadas a redução da

incidência e prevalência ou erradicação de

determinadas doenças contagiosas, como a

febre amarela, através de diferentes tipos de

intervenções, solucionando um problema de

saúde pública.

Esses conjuntos de práticas integradas

são direcionas para a população sob o risco,

visando através dessas ações a prevenção e o

diagnóstico precoce por meio da vigilância

continua.

Em vista disso várias ações preventivas

e de controle estão sendo utilizadas sobre a

epidemia de febre amarela enfrentada em

algumas regiões brasileiras, afim de reduzir

seus números.

São Paulo tem sido um grande

exemplo que após um sinal de alerta por meio

da confirmação de uma morte pelo agravo,

foram iniciadas ações de controle contra

criadouros, pulverização de casa em casa,

conscientização da população, além de

mutirão de vacinações na região de campinas

no período de fevereiro.

Além disso, alguns bairros estão

utilizando também esquemas de vacinação,

com horários específicos para imunização nas

residências em área rural, horários estendidos

em unidades de saúde e mutirão aos fins de

semana.

Volume 1

Nº 04

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Alerta no Distrito Federal No dia 27 de fevereiro desse ano, foi

confirmado o primeiro caso de febre amarela

no Distrito Federal, motivo de alerta para a

localidade e entorno que devem tomar mais

precaução contra o agravo.

O enfermo afirmar não ter se ausentado

do local nos últimos quinze dias antecedentes

do início dos sintomas, em que se acredita que

a contaminação se deu na região da Granja do

Torto, em Brasília, tendo sua situação

evoluída para cura.

Campanha De Vacinação A campanha de vacinação contra febre

amarela (FA) que conta com a participação da

Organização Pan-Americana da Saúde

(OPAS) e da Organização Mundial da Saúde

(OMS) terminou dia 9 de março, mas alguns

estados como Bahia e São Paulo continuam

oferecendo as doses da vacina.

Em Salvador conforme a Secretaria

Municipal de Saúde (SMS) o objetivo da

campanha era vacinar 95% da população alvo,

mas até o momento 57% foram imunizadas,

faltando cerca de 1.110 mil pessoas

aproximadamente. Apesar de não haver

registros do agravo em humanos na capital, a

circulação do vírus no território nacional faz

com que a vacinação seja a forma de

prevenção mais eficaz contra a Febre Amarela.

(G1 BA, 2018)

Em São Paulo a campanha de

vacinação foi prorrogada para o dia 16 de

março, após uma queda significativa da busca

pela vacina nos postos, mesmo sem redução

do contágio pela FA. Uma estratégia adotada

para imunizar o maior número de pessoas é o

“posto de vacinação volante” onde

profissionais da saúde atendem uma

determinada comunidade dentro de suas

residências, facilitando o contato com a

população. (OPAS/OMS, 2018)

No Rio de Janeiro durante a campanha

foram aplicadas 1.668.476 doses em todo o

estado e desde de 2007 cerca de 10.028.199

doses foram aplicadas, cobrindo cerca de 72%

da população. (RIO DE JANEIRO, 2018)

Imunização

Desde do dia 16 de janeiro a OMS

começou a recomendar a vacinação para todos

os viajantes internacionais que pretendem ir a

qualquer área de risco no Brasil, pelo menos

dez dias antes da viagem.

Até o momento 135 países exigem

comprovação de vacinação contra a febre

amarela, apresentando o Certificado

Internacional de Vacinação ou profilaxia

(CIVP). Para viagens internacionais a vacina

fracionada não é válida sendo necessário

tomar a dose única integral. (Imagem 1)

Imagem 1 – Países que exigem CIVP, 2018.

Casos de Febre Amarela Até a semana epidemiológica 09 de

2018 no período de monitoramento julho de

2017/junho de 2018 foram notificados 3.234

casos suspeitos de Febre Amarela, sendo que,

destes 1.560 foram descartados, 828 estão em

investigação e 846 foram confirmados, dos

quais 260 evoluíram para o óbito. A maior

porcentagem de casos notificados ocorreu no

estado de São Paulo (47,7) e a maior

porcentagem de casos confirmados (45,3) e

óbitos (42,8%) foi no estado de Minas Gerais.

(Tabela 2)

Óbitos

Dados atualizados disponibilizados

pelas secretarias de saúde dos estados de

Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro

demonstram no período entre julho de 2017 ao

dia 6 de março de 2018 (Semana

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Epidemiológica 10), um crescente número de

óbitos confirmados.

No estado de Minas Gerais foram

confirmados 108 óbitos em decorrência de

febre amarela entre o período. Os municípios

de Nova Lima (7,4%) e Mariana (6,4%)

apresentaram maior números de óbitos

noestado. (MINAS GERAIS, 2018) (Imagem

2).

Informações da Secretaria Estadual de

Saúde de São Paulo demonstraram 102 óbitos

desde julho de 2017. O município de

Mairiporã (38,2%) apresentou maior número

de óbitos, seguido do município de Atibaia

(13,7%) (SÃO PAULO, 2018) (Imagem 3).

No Rio de Janeiro no mesmo período

foram confirmados 59 óbitos distribuídos por

21 municípios. O município de Angras dos

Reis (22%) apresentou um maior número de

óbitos em relação aos outros municípios do

estado. (RIO DE JANEIRO, 2018) (Imagem

4).

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TABELA 1- Distribuição dos casos suspeitos de Febre Amarela notificados à SVS/MS por UF de

provável infecção e classificação, Brasil, monitoramento 2017/2018, SE 09, (jul/17 a jun/18).

/

Região/ Unidade da

Federação

Casos

Notificados

Casos

Descartados

Casos em

Investigação

Casos

Confirmados

Óbitos

Norte 65 49 16 - -

Acre 1 1 0 - -

Amapá 3 2 1

Amazonas 7 4 3 - -

Pará 27 21 6 - -

Rondônia 9 8 1 - -

Roraima 2 2 0 - -

Tocantins 16

11 5 - -

Nordeste 67 40 27 - -

Alagoas 8 2 6 - -

Bahia 35 25 10 - -

Ceará 3 2 1 - -

Maranhão 5 2 3 - -

Paraíba 3 0 3

Pernambuco 4 2 2 - -

Piauí 6 4 2 - -

Rio Grande do Norte 1 1 0

Sergipe 2 2 0 - -

Sudeste 2861 1320 696 845 251

Espírito Santo 91 68 17 6 -

Minas Gerais 1064 363 317 384 108

Rio de Janeiro 164 19 39 106 44

São Paulo 1542 870 323 349 100

Sul 145 95 50 - -

Paraná 76 67 9 - -

Rio Grande do Sul 35 16 19 - -

Santa Catarina 34 12 22 - -

Centro- Oeste 96 56 39 1 1

Distrito Federal 40 19 20 1 1

Goiás 47 31 16 - -

Mato Grosso 2 1 1 - -

Mato Grosso do Sul 7 5 2 - -

Brasil 3234 1560 828 846 252

Fonte: Sinan; CGDT/DEVIT/SVS/MS.

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Imagem 2- Distribuição óbitos por Febre Amarela, por município, Minas Gerais, julho2017/ 06 mar 2018.

Imagem 3- Distribuição óbitos por Febre Amarela, por município, São Paulo, julho 2017/ 06 mar 2018.

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Imagem 4- Distribuição óbitos por Febre Amarela, por município, Rio de Janeiro, julho 2017/ 06 mar 2018.

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Referências

BRASIL. Monitoramento do Período Sazonal de Febre Amarela Brasil 2017/2018. Brasil: Ministério

da Saúde,Secretaria de Vigilância em Saúde. N°16, 2018.

Disponívelem:<http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/marco/07/Informe-FA-16-

7mar18.pdf>. Acesso em: 14/03/2018

G1 BA. Após fim da campanha de vacinação contra febre amarela, 41 postos de Salvador ainda

oferecem imunização. em:<https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/apos-fim-da-campanha-de-

vacinacao-contra-a-febre-amarela-41-postos-de-salvador-ainda-oferecem-imunizacao-lista.ghtml >

acesso em 14/03/2018

MINAS GERAIS. Febre Amarela Silvestre em Minas Gerais. Secretaria de Estado de Saúde de

Minas Gerais: Boletim epidemiológico 20 de fevereiro de 2018.

Disponívelem:<http://www.saude.mg.gov.br/images/documentos/Boletim%20-

%20Febre%20Amarela%2006%20de%20MAR%C3%87O%20de%202018%20(1).pdf>. Acesso

em: 14/03/2018.

OPAS/OMS Município de São Paulo monta estratégia diversificada para vacinar população contra

febre amarela. Disponívelem:

<https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5593:municipio-de-

sao-paulo-monta-estrategia-diversificada-para-vacinar-populacao-contra-febre-amarela&Itemid=820 >

acesso em 14/03/2018.

RIO DE JANEIRO. Monitoramento das Emergências em Saúde Pública: Febre Amarela. Secretaria do

Estadão deSaúde do Rio de Janeiro: Informe Epidemiológico 008/2018.

Disponívelem:<http://www.riocomsaude.com.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=d6bZi3YId9Y%3d

>. Acesso em: 14/03/2018.

SÃO PAULO. Boletim Epidemiológico Febre Amarela. Governo do Estado de São Paulo: 19 de

fevereiro de 2018.Disponível em: <http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-

epidemiologica/areas-de-vigilancia/doencas-de-transmissao-por-vetores-e-

zoonoses/doc/famarela/fa18_boletim_epid_0603.pdf>. Acesso em:14/03 /2018.

Elaboração

Maria Verônica Galeno Dias, Marina Pissurno do Nascimento, Beatriz Amaral

Ferreira da Silva.

Equipe Editorial

Joaquim Bastos

Sala de Situação- Faculdade de Ciências da Saúde (UnB)

Revisão

Patrícia Paiva Pereira, Marcela Lopes Santos.

Coordenação

Janaina Sallas, Jonas Brant

Contato

[email protected]