boletim do embaixador - julho de 2015

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Embaixador da Esperança Edição 94. Julho 2015 ���.�.�.Colocar-se a serviço dos que mais precisam é uma missão grandiosa família Oferecer uma

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Acolher crianças que se encontram em risco por questões de conflitos familiares. Esta é a mais nova missão assumida pela Família da Esperança.

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Page 1: Boletim do Embaixador - Julho de 2015

Embaixador da EsperançaEdição 94. Julho 2015

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Colocar-se a serviço dos que mais precisam é

uma missão grandiosa

famíliaOferecer uma

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experiência voluntária na Fazenda da Esperança. Ita-mar e Márcia, por sua vez, não têm fi lhos biológicos, mas aceitaram o desafi o e agora carregam consigo o cuidado de vários.

“Cada um tem uma história difí cil e diferente, então ti vemos que aprender a lidar com o bebezinho, de um ano, e com aquele de 12 anos. A gente sabe a difi cul-dade deles e o quanto é difí cil o amor para eles, porque já foi prometi do muito. Diante disso tudo compreende-mos que não é necessário ter muita experiência, pre-cisa ter amor, porque ele sempre constrói”, comenta Márcia Cristi na Ferreira Volpini.

Itamar Volpini conta que os responsáveis tentam oferecer o ambiente de uma família comum para que as crianças sintam de verdade que estão em sua casa. “Eles gostam muito de sugerir a comida e isso os preen-che muito. Já fi z uma experiência de fazer as compras e ver o que eles propõem. Com esses detalhes eles percebem que têm valor. A gente tenta olhá-los como nossos fi lhos”.

No dia a dia, as crianças vão à escola, fazem refeição juntos, brincam, ouvem estorinhas e aprendem as pri-meiras responsabilidades.

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Em 1999, Arthur Alexandre dos Santos se recuperou na Fazenda da Es-perança de Casca/RS. Voltou para sua cidade, Tapejara/RS, e passou a traba-lhar com adolescentes num projeto da prefeitura local. Sempre que ti nha opor-tunidade, nos fi nais de semana, levava os jovens para uma espécie de formação conti nuada na Fazenda.

Recentemente Arthur veio para São Paulo por con-ta de um tratamento médico e foi convidado para ser um dos monitores da Casa da Criança. “Quando Iraci me chamou ela pediu para que ajudasse as crianças

Acolher crianças que se encontram em risco por questões de confl itos familiares. Esta é a mais nova missão assumida pela Família da Esperança, em Guarati nguetá/SP, há dois

meses. A Casa da Criança é um local onde elas podem crescer com segurança, ter seus direitos preservados e aprender os primeiros passos do amor ao próximo.

Frei Hans Stapel, ofm, fundador, lembra que ao cui-dar delas hoje estamos preparando o futuro. “Aqui, temos um amor muito grande com nossas crianças e aqueles que cuidam também são pessoas que preci-sam ter um grande amor. Não deve trabalhar só pelo salário, precisa ter vocação. Graças a Deus, todos es-ses que estão conosco têm a vocação, e, o carinho e as crianças recebem o que precisam: amor; para no futu-ro também poderem amar”.

Até aqui são sete crianças acolhidas (a Casa tem ca-pacidade para 20). De acordo com a assistente social da Casa, Ana Cristi na Saksida, cada acolhido é trazido pelo Conselho Tutelar. A Casa recebe a criança até a decisão fi nal do juiz – se poderá ser adotada ou retor-nará para familiares ou responsáveis, caso estes de-monstrem o interesse com comportamento positi vo. No entanto, poder ajudar para que elas tenham um futuro melhor é a grande sati sfação de Ana Cristi na. “É um desafi o grande, com muitas responsabilidades, mas muito grati fi cante também. Poder colaborar no dia a dia, no desenvolvimento integral, nos aspectos, emocional, afeti vo, intelectual e no processo de ado-ção de uma criança e, com isso, poder vislumbrar um futuro promissor é muito bom”.

S�� ������� Lucilene Rosendo,

fundadora, conta que ainda antes de a Casa da Criança ser aberta, o casal Márcia e Itamar desejava fazer uma

Nas diferentes histórias das crianças, a mão amiga dos responsáveis e voluntários gera o espírito de felicidade

tunidade, nos fi nais de semana, levava os jovens para uma espécie de formação

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Aconteceu comigo

Eu tive uma infância um pouco conturbada.

Minha mãe não tinha estrutura para cuidar dos

fi lhos e quando eu tinha 11 anos descobrimos que ela estava muito doente. Por

causa desse problema meu irmão e eu tivemos que vir

para a Casa da Criança. Foi assim que conhecemos a Fazenda da Esperança.

Minha mãe foi então para uma clínica de apoio e por fazer parte da mesma obra que a Fazenda

conseguíamos nos ver quando possível. No início eu não gostava de morar com as outras crianças, mas era o único jeito de estar próxima de minha mãe. Aos poucos comecei a conhecer o carisma da Esperança, me lembro que fazíamos teatro para o frei Hans quando era seu aniversá-rio e com esses pequenos gestos que fui gostando

cada vez mais de estar na Fazenda.Aos 18 anos fui para a Alemanha como voluntária

da Fazenda. A primeira difi culdade foi a convivên-cia e depois o idioma, era totalmente novo pra

mim. Percebi que com dedicação e unidade supe-rei isso com as outras pessoas que viviam comigo.

Esperava ajudar as pessoas com esse trabalho, porém eu é que recebi ajuda. Após ter completado sete meses na Fazenda recebi a notícia que minha mãe havia falecido, isso foi uma dor muito grande. Estava longe e foi nesse momento que recebi uma ajuda de todas as meninas, porque eu não conse-gui voltar para o Brasil. Com tudo isso acontecen-do meus planos mudaram; antes era para ser uma experiência de apenas um ano e no fi m durou três.

Após retornar ao Brasil recebi o convite de tra-balhar na Casa da Criança. Quando isso aconteceu pensei: será que eu vou lembrar do meu tempo? Eu passava por um momento de muita tristeza,

mas percebi que era como uma recuperação que acontecia comigo. Hoje eu sinto uma grande ale-

gria de poder oferecer a essas crianças todas essas coisas boas que a Fazenda nos ensina. É como se cada uma delas fi zesse parte da minha família.

A Fazenda da Esperança para mim, além de ser família e amor, é sinal de perseverança na vida de cada um. No carisma da Esperança existe a característica de ter misericórdia com o outro. Essa espiritualidade do carisma, que me ajudou a reencontrar o sentido da minha vida, quero trans-

mitir a todos.

Paloma Teodoro Marcelina, 23 anos

Minha mãe não tinha

a viverem a Palavra. Numa sexta-feira a Pa-lavra do Dia (trecho da Bíblia meditado e vi-vido diariamente pelos jovens nas Fazendas) era ‘Ter gestos de misericórdia’. Eu corrigi um menino por conta de uma situação, mas ele não aceitou. Logo me veio a vontade de res-ponder de forma ríspida, mas quando lembrei da Palavra me recoloquei e o tratei com toda tranquilidade”.

Num outro dia estavam todos se diverti ndo no Centro Esporti vo da Fazenda da Esperan-ça. Num momento de raiva Arthur soltou um palavrão e logo uma das crianças lhe chamou a atenção. “Ele disse: ‘Tio, você sempre pede para a gente não falar palavrão!?’. Essa troca de experiências me mantém bem. Eles nem sabem, mas me ajudam cada dia a viver em sobriedade, a buscar boas experiências, de lutar contra os vícios e outras coisas ruins”.

D�� ������������� Márcia lembra que o futuro está nas crian-

ças, por isso para elas deve ser dado todo cari-nho e atenção. “Elas precisam aprender o que é viver em família. Porque se não cuidarmos delas agora, ensinando a parti lhar e a amar, quando forem adultas não adianta colocá-las em uma cadeia e pensar que resolve. As ca-deias fi carão cheias e não vai resolver. Ou cui-damos das crianças e ensinamos para eles ago-ra o valor da família, ou nunca teremos uma sociedade bacana, porque começa aqui”.

Assim como Márcia, Itamar e Arthur, todos somos convidados a doar um espaço de nosso tempo aos que precisam. A disposição acon-tece quando compreendemos essa necessi-dade, e, mesmo se nos senti mos incapazes, damos o passo de ajudar.

Essa colaboração pode ser uma visita a uma casa que acolhe crianças, ou idosos; a uma insti tuição que cuida de doentes; a um abrigo para pessoas que moram nas ruas. Desperte em si a vontade de colocar – em algum mo-mento – suas mãos, suas palavras, seus ouvi-dos, seu olhar... a quem deles precisam.

Casa da criança

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Comunhão vividaComunhão vividaA-notável

OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - FAZENDA DA ESPERANÇADepartamento Retorno à Vida - Caixa Postal 529 - CEP 12511-970 Guarati nguetá-SP Tel.: (12) 3128 8900 E-mail: [email protected]

www.fazenda.org.brwww.facebook.com/fazendadaesperanca

www.youtube.com/user/fazendaesperanca

twitter.com/retornoavida

A festa de Corpus Christi que aconteceu no dia 4 de junho, é a celebração da instituição do sacramento da Eucaristia, Corpo e Sangue de Cristo. Acontece sempre numa quinta feira, em referência à quinta-feira Santa.

No espírito de comunhão, em diversas unida-des da Fazenda da Esperança os recuperandos puderam compartilhar com as comunidades de momentos de profunda união.

Na quinta feira, as comunidades paroquiais se reúnem para enfeitar as ruas e nessas oportu-nidades a Fazenda também abre as portas para colocar em comum seus diversos dons e o caris-ma da Esperança.

Seguindo o exemplo da celebração da Santa Eucaristia, este é mais um momento de comu-nhão, não só de refl exão sobre ela, mas de colo-cá-la em prática. E uma ocasião para aprofundar a unidade, até mesmo como num simples gesto de desejar um bom dia, exercício este que é pro-posto diariamente na Fazenda, com a leitura e refl exão da Palavra de Vida.

Nas ocasiões de festividades e feriados santos, é comum também a Fazenda receber encontros

ou retiros, criando a oportunidade de partilha com outros carismas da Igreja. Essas são opor-tunidades de transmitir os valores e signifi cados de cada festividade para os jovens, além de ex-perimentar o Evangelho na prática e levar isso para toda vida.

Os jovens da Fazenda de Três Marias vivencia-ram junto da comunidade a preparação de um dia de encontro e o fruto foi deixado nas im-pressões. Vejamos algumas: “Um belo encontro com a presença de Deus. Volto para minha casa com o espírito renovado com as experiências de vocês”; “Foi um momento de refl exão e harmo-nia, onde se percebeu a presença de Cristo nos irmãos. Uma Santa paz”.

Alguns destaques ao longo dos dias de feriado nas Fazendas foram o encontro entre os caris-mas, da Unidade e de São Francisco de Assis.

A exemplo de Três Marias/MG, foram mui-tas visitas e realizações em todo país, como em Guapimirim/RJ, Mariápolis em Guaratinguetá/SP, Garanhuns/PE, Festa da Juventude em La-jeado/TO. Todos esses eventos aproximam jovens em recuperação e comunidade local.