boletim do cress nº78

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Boletim do CRESS Nº 278 Conselho Regional de Serviço Social Recife, 12 de Janeiro de 2012 Plebiscito “10% do PIB para Educação pública” divulga relatório Quase 100% dos/as votantes são favoráveis ao investimento reivindicado para a área de Educação Uma das atividades da Campanha "10% do PIB para a Educação Pública, já!", apoiada pelo CFESS, foi o Plebis- cito Popular com a pergunta "Você concorda com o in- vestimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação Pública já?". Encerrado em dezembro de 2011, o plebiscito agora teve seu resultado divulgado por meio de um relatório elaborado pelo Comitê Nacio- nal da Campanha. A reunião ocorreu em São Paulo (SP) e contou com a presença de entidades nacionais como o ANDES-SN, a CSP – Conlutas e o MTST. No relatório divulgado, o ple- biscito registrou aproximadamente 360 mil votos, dos quais cerca de 352 mil favoráveis ao investimento de 10% do PIB do Brasil em educação pública. Um dos encaminhamentos agora será o de enviar uma carta do Comitê Nacional aos/às parlamentares, regis- trando as reivindicações da Campanha e os resul- tados do plebiscito. Além disso, o Comitê está or- ganizando uma delegação para comparecer à vota- ção do Plano Nacional de Educação (PNE) na Câ- mara dos Deputados no dia 8 de fevereiro, para pressionar mais uma vez a Casa nesta luta. Segundo a coordenadora da Comissão de Formação Profissional do CFESS, Juliana Melim, o resultado do plebiscito expressa a luta de sujeitos individuais e coletivos na defesa da educação enquanto direito funda- mental de todas as pessoas. "O Plebiscito foi um impulso para a Campanha, que deve continuar e ganhar força em 2012, quando o novo PNE deve ser votado pelo Congresso Nacional. Os pro- blemas que atingem a educação brasileira são bem conhecidos e estão cotidianamente nas manchetes dos jornais. Temos, por exemplo, o não cumprimento, por 17 estados, do Piso Nacional do Professor e 13 milhões de analfabetos e 50 milhões de analfabetos funcionais no país. Sem verbas não se viabiliza a educação pública e de qualidade que defendemos, aquela capaz de am- pliar a consciência social, comprometida com as trans- formações sociais em prol de uma sociedade justa e igualitária", definiu a conselheira. Mas por que 10%? Segundo o ANDES-SN, esta não é uma discussão de agora. Há mais de dez anos, os setores organizados ligados à educação formularam o Plano Nacional de Educação (PNE), no qual professores, entidades acadê- micas, sindicatos, movimentos sociais e estudantes elaboraram um cuidadoso diagnóstico da situação da educação brasileira, indicando metas concretas para a real universalização do direito de todos à educação. Segundo o estudo, é necessário um mínimo de investi- mento público da ordem de 10% do PIB nacional. En- tretanto, hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB na- cional em Educação. "Desde então já se passaram 14 anos e a proposta de Plano Nacional de Educação em debate no Congresso Nacional define a meta de atingir 7% do PIB na Educação em ... 2020!!!", alerta o docu- mento. Leia a matéria completa no site do CFESS: www.cfess.org.br Contas de água, luz e tevê a cabo passam a ser cobradas. É o fim do gato, meio-termo entre con- quista de serviços sem conquista de direitos. Como parte da popu- lação não tem condições de pagar por esses serviços, com a legali- zação trazida pela transformação da favela “em bairro”, eles aca- bam baixando o nível de vida. Ou deixam a favela. Ocorre assim uma remoção camuflada, já que as pessoas migram para locais afastados dos gran- des cen- tros. Leia a matéria completa no site: Www.cartacapital.com.br Por dez anos a manicure- Débora Silva Ramos, de 23 anos, subiu e desceu as ladeiras da Rocinha atrás de uma vida melhor. E aos poucos viu chegar o asfalto, a iluminação pública, arreme- dos de saneamento. Mas a melhora lhe saiu caro. Do casebre de um quarto, banheiro e cozinha americana voltada para um claustrofóbico corredor, ela e o marido, o pizzaiolo Fábio de Jesus, de 33 anos, viram o custo de vida na favela mais famosa do Rio de Janeiro disparar. Em agosto, partiram dali para viver em São João de Meriti, na Baixa- da Fluminense, em uma casa com sala ampla, cozinha “de verdade” e uma aprazível varanda. Têm agora mais espaço pelo mesmo aluguel de 300 reais. Com 50 reais de compras, pas- sam a semana. “Nas biroscas da Roci- nha ou nos supermercados da zona sul, o dinheiro não rendia”, diz Débora. Mas tudo era perto, admite saudosa. Hoje o marido precisa de duas ho- ras, dois ônibus e um metrô para chegar ao serviço, quando antes levava meia hora. A casa está 40 quilômetros mais longe. “O que não dá é morar na zona sul e ter um padrão de vida incompatível.” Isso porque o casal saiu antes da ocupação da favela pelas chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em novembro. A ação, que já ocorreu em outros morros da zona sul, tem selado o processo de transformação das favelas cariocas, que traz, com a mudança da quali- dade de vida, o aumento também do custo de vida. Com a urbaniza- ção, fruto de ações nas três esferas de governo, e a presença das UPPs, o que vem junto da infraestrutura e da segurança é uma tributação ex- tra e inédita sobre os moradores. Os retirantes das favelas O encarecimento do custo de vida obriga famílias pobres a migrar para bairros cada vez mais distantes

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Boletim do CRESS nº78

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Page 1: Boletim do CRESS nº78

Boletim do CRESS

Nº 278

Conselho Regional de Serviço Social

Recife, 12 de Janeiro de 2012

Plebiscito “10% do PIB para Educação pública” divulga relatório Quase 100% dos/as votantes são favoráveis ao investimento reivindicado para a área de Educação Uma das atividades da Campanha "10% do PIB para a Educação Pública, já!", apoiada pelo CFESS, foi o Plebis-cito Popular com a pergunta "Você concorda com o in-vestimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação Pública já?". Encerrado em dezembro de 2011, o plebiscito agora teve seu resultado divulgado por meio de um relatório elaborado pelo Comitê Nacio-nal da Campanha. A reunião ocorreu em São Paulo (SP) e contou com a presença de entidades nacionais como o ANDES-SN, a CSP – Conlutas e o MTST. No relatório divulgado, o ple-biscito registrou aproximadamente 360 mil votos, dos quais cerca de 352 mil favoráveis ao investimento de 10% do PIB do Brasil em educação pública. Um dos encaminhamentos agora será o de enviar uma carta do Comitê Nacional aos/às parlamentares, regis-

trando as reivindicações da Campanha e os resul-tados do plebiscito. Além disso, o Comitê está or-ganizando uma delegação para comparecer à vota-ção do Plano Nacional de Educação (PNE) na Câ-mara dos Deputados no dia 8 de fevereiro, para pressionar mais uma vez a Casa nesta luta. Segundo a coordenadora da Comissão de Formação Profissional do CFESS, Juliana Melim, o resultado

do plebiscito expressa a luta de sujeitos individuais e coletivos na defesa da educação enquanto direito funda-mental de todas as pessoas.

"O Plebiscito foi um impulso para a Campanha, que deve continuar e ganhar força em 2012, quando o novo PNE deve ser votado pelo Congresso Nacional. Os pro-blemas que atingem a educação brasileira são bem conhecidos e estão cotidianamente nas manchetes dos jornais. Temos, por exemplo, o não cumprimento, por 17 estados, do Piso Nacional do Professor e 13 milhões de analfabetos e 50 milhões de analfabetos funcionais no país. Sem verbas não se viabiliza a educação pública e de qualidade que defendemos, aquela capaz de am-pliar a consciência social, comprometida com as trans-formações sociais em prol de uma sociedade justa e igualitária", definiu a conselheira. Mas por que 10%? Segundo o ANDES-SN, esta não é uma discussão de agora. Há mais de dez anos, os setores organizados ligados à educação formularam o Plano Nacional de Educação (PNE), no qual professores, entidades acadê-micas, sindicatos, movimentos sociais e estudantes elaboraram um cuidadoso diagnóstico da situação da educação brasileira, indicando metas concretas para a real universalização do direito de todos à educação. Segundo o estudo, é necessário um mínimo de investi-mento público da ordem de 10% do PIB nacional. En-tretanto, hoje o Brasil aplica menos de 5% do PIB na-cional em Educação. "Desde então já se passaram 14 anos e a proposta de Plano Nacional de Educação em debate no Congresso Nacional define a meta de atingir 7% do PIB na Educação em ... 2020!!!", alerta o docu-mento. Leia a matéria completa no site do CFESS: www.cfess.org.br

Contas de água, luz e tevê a cabo passam a ser cobradas. É o fim do gato, meio-termo entre con-quista de serviços sem conquista de direitos. Como parte da popu-lação não tem condições de pagar por esses serviços, com a legali-zação trazida pela transformação da favela “em bairro”, eles aca-bam baixando o nível de vida. Ou deixam a favela. Ocorre assim uma remoção camuflada, já que as pessoas migram para locais afastados dos gran-des cen-tros. Leia a matéria completa no site: Www.cartacapital.com.br

Por dez anos a manicure- Débora Silva Ramos, de 23 anos, subiu e desceu as ladeiras da Rocinha atrás de uma vida melhor. E aos poucos viu chegar o asfalto, a iluminação pública, arreme-dos de saneamento. Mas a melhora lhe saiu caro. Do casebre de um quarto, banheiro e cozinha americana voltada para um claustrofóbico corredor, ela e o marido, o pizzaiolo Fábio de Jesus, de 33 anos, viram o custo de vida na favela mais famosa do Rio de Janeiro disparar. Em agosto, partiram dali para viver em São João de Meriti, na Baixa-da Fluminense, em uma casa com sala ampla, cozinha “de verdade” e uma aprazível varanda. Têm agora mais espaço pelo mesmo aluguel de 300 reais. Com 50 reais de compras, pas-sam a semana. “Nas biroscas da Roci-nha ou nos supermercados da zona sul, o dinheiro não rendia”, diz Débora. Mas tudo era perto, admite saudosa.

Hoje o marido precisa de duas ho-ras, dois ônibus e um metrô para chegar ao serviço, quando antes levava meia hora. A casa está 40 quilômetros mais longe. “O que não dá é morar na zona sul e ter um padrão de vida incompatível.” Isso porque o casal saiu antes da ocupação da favela pelas chamadas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em novembro. A ação, que já ocorreu em outros morros da zona sul, tem selado o processo de transformação das favelas cariocas, que traz, com a mudança da quali-dade de vida, o aumento também do custo de vida. Com a urbaniza-ção, fruto de ações nas três esferas de governo, e a presença das UPPs, o que vem junto da infraestrutura e da segurança é uma tributação ex-tra e inédita sobre os moradores.

Os retirantes das favelas

O encarecimento do custo de vida obriga famílias pobres a migrar para bairros cada vez mais distantes

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Página 2 BOLETIM DO CRESS

Esta é uma publicação do Conselho Regional de Serviço Social 4ª Região Gestão 2011-2014 “Amarra o teu arado a uma estrela”l Rua 19 de Novembro, 154. CEP : 50610-240 Madalena - Recife /PE . Fone : (81 ) 3227 .73 89 / www.cresspe.org.br |

[email protected] | Comissão de Comunicação Assessora de Comunicação e Jornalista Responsável : Alana Moreira - DRT-PE 3616

Últimos dias para São Vicente Férrer A Prefeitura de São Vicente Férrer, em Pernambuco está com inscrições abertas até o próximo dia 19 para o preenchi-mento de vagas voltadas a profissionais de níveis técnico e superior. Há duas oportunidades para assistentes sociais, sendo uma vaga destinada a portadores de deficiência. O salário é de R$ 1.200,00 com carga horária de 20 horas semanais. Todas as informações refe-rentes ao certame estão disponíveis no site www.idhtec.org.br. Fonte: PCI Concursos

Educação continuada

UFPE inscreve até dia 27 para concurso público A Universidade Federal de Pernambuco está com inscrições abertas para o concurso público que visa preencher 40 vagas, sendo seis para professor assistente e 34 para professor ad-junto. Os salários variam de R$ 2.518,30 (adjunto – regime de 20 horas), R$ 4.661,59 (assistente – dedicação exclusiva - DE) a R$ 7.333,67 (adjunto – dedicação exclusiva). As inscrições estão abertas até o dia 27 de janeiro e o edital está disponível no site da Pró-Reitoria para Assuntos Acadêmi-cos (Proacad): http://migre.me/71zYe. Entre as vagas oferta-das pelo Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), três são oriundas do Departamento de Serviço Social para o cargo de professor adjunto com dedicação exclusiva, sendo duas delas para a área de Fundamentos Teórico Metodológicos do Serviço Social e uma para Política Social. Fonte: Com informações da Asscom UFPE

Seminário Nacional na UFPE: Dialogando Sobre os Rumos da Antropologia Brasileira O seminário propõe dialogar sobre os rumos de investigação e interpretação de diversos temas correntes na antro-pologia contemporânea que estão se formando hoje em dia. Apreciações de diferentes campos temáticos serão apresentadas por antropólogos de diversos locais do Brasil que têm reconhecida produção de destaque e liderança no tratamento dos assuntos relacionados com os campos. O evento acontecerá de 12 à 14 de março no auditório de Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH-UFPE).

Em três dias de apresentações, espera-se haver a oportunidade para trocas de idéias que possam ajudar a dimensio-nar alguns dos alcances da antropologia brasileira contemporânea. Cada assunto será abordado por dois ou três antropólogos como expositores, com espaço amplo para debate posterior às apresentações. Informações: Programa de Pós Graduação em Antropologia - PPGA / UFPE : 2126.8286 / www.ufpe.br/ppga/

Oportunidades

Onze vagas para assistentes sociais em Itaquitinga O Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga, em Pernambuco, está com seleção aberta para profissionais de áreas diveras. Há 11 vagas disponíveis para assistentes sociais, com carga horária de 30 hora semanais e salário de R$ 2.086,00, além de alimentação, transporte e assis-tência médica. Os interessados devem enviar o currículo para o email [email protected] .

O Boletim do CRESS deixará de ser enviado nos próximos 15 dias, voltando a circular na primeira semana de fevereiro. As informações mais recentes sobre o Serviço Social serão atualizadas no site do CRESS www.cresspe.org.br e pelo nosso perfil no Facebook: Cress Pe (http://migre.me/7vxie).