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Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe Época 2017/2018 Semana 01 | 01a 07 jan 2018 Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge Av. Padre Cruz | 1649-016 Lisboa | Portugal Tel.: +351 217 519 200 | Fax: +351 217 526 400 [email protected] www.insa.pt EDITOR: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIODICIDADE: semanal | ACESSO: www.insa.pt COLABORADORES: Direção- Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Institut o Portu- guês do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe, Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos. Departamento de Epidemiologia Unidade de Observação em Saúde e Vigilância Epidemiológica Tel.: +351 217 526 488 Departamento de Doenças Infeciosas Laboratório Nacional de Referência da Gripe e outros Vírus Respiratórios Tel.: +351 217 526 455 1 Vigilância clínica Taxa de incidência de SG A taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 50,4 por 100.000 habitan- tes. 2 Vigilância laboratorial Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios Caraterização do vírus da gripe Foi observado um aumento no número de casos positivos para o vírus da gri- pe desde a semana 49/2017. Foi observada a co-circulação dos vírus da gripe do subtipo A(H3), A(H1)pdm09 e do tipo B. Os vírus do tipo B foram detetados em 83% dos casos de gripe, sendo na sua maioria da linhagem Yamagata. 3 Severidade Internamentos por gripe em UCI Foram reportados 17 casos de gripe pelas 23 Unidades de Cuidados Intensi- vos que enviaram informação. Foi identificado o vírus influenza B em 9 (75%) doentes, o A(H1N1) em 2 (17%) e 1 (8%) tinha simultaneamente A e B. Com- parativamente com a semana anterior, verificou-se que a proporção de casos de gripe admitidos em UCI aumentou para 9,0, isto é, mais do dobro (2,25 vezes). 4 Impacte Mortalidade por todas as causas Mortalidade observada por todas as causas com valores acima do esperado. 5 Monitorização da temperatura ambiente, taxa de incidência de SG e mortalidade O valor médio da temperatura mínima do ar na semana 1 de 2018 foi de 9,86°C, a que correspondeu uma anomalia de +1,05°C relativamente ao valor normal 1971-2000 para o mês de janeiro. 6 Situação internacional Na semana 52 de 2017, a maioria dos países reportou atividade gripal de baixa intensidade, aumentando o número de países que reportaram atividade gripal moderada, indicando tendência crescente da atividade gripal. ISSN: 2183-7392 Data de publicação: 11/01/2018 Atividade gripal epidémica Tendência estável Resumo Sumário PORTUGAL Dados disponíveis à data da publicação passíveis de alterações em edições posteriores. 1 Nota metodológica

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Boletim de Vigilância

Epidemiológica da Gripe

Época 2017/2018 Semana 01 | 01a 07 jan 2018

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge

Av. Padre Cruz | 1649-016 Lisboa | Portugal

Tel.: +351 217 519 200 | Fax: +351 217 526 400

[email protected] www.insa.pt

EDITOR: Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge I.P. | PERIODICIDADE: semanal | ACESSO: www.insa .p t

COLABORADORES: Direção-Geral da Saúde, Instituto dos Registos e Notariado, Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, Institut o Portu-

guês do Mar e da Atmosfera, Rede Médicos-Sentinela, Serviços de Urgência/Obstetrícia, Rede Nacional de Laboratórios para o Diagn óstico da Gripe, Rede

de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos.

Departamento de Epidemiologia Unidade de Observação em Saúde e Vigi lância Epidemiológica Tel.: +351 217 526 488

Departamento de Doenças Infeciosas Laboratório Nacional de Referência da Gripe e outros Vírus Respiratórios Tel.: +351 217 526 455

1 Vigilância clínica

Taxa de incidência de SG

■ A taxa de incidência de síndroma gripal (SG) foi de 50,4 por 100.000 habitan-

tes.

2 Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

Caraterização do vírus da gripe

■ Foi observado um aumento no número de casos positivos para o vírus da gri-pe desde a semana 49/2017. Foi observada a co-circulação dos vírus da gripe do subtipo A(H3), A(H1)pdm09 e do tipo B. Os vírus do tipo B foram detetados em 83% dos casos de gripe, sendo na sua maioria da linhagem Yamagata.

3 Severidade

Internamentos por gripe em UCI

■ Foram reportados 17 casos de gripe pelas 23 Unidades de Cuidados Intensi-

vos que enviaram informação. Foi identificado o vírus influenza B em 9 (75%)

doentes, o A(H1N1) em 2 (17%) e 1 (8%) tinha simultaneamente A e B. Com-

parativamente com a semana anterior, verificou-se que a proporção de casos

de gripe admitidos em UCI aumentou para 9,0, isto é, mais do dobro (2,25

vezes).

4 Impacte

Mortalidade por todas as causas

■ Mortalidade observada por todas as causas com valores acima do esperado.

5 Monitorização da temperatura ambiente, taxa de incidência de SG e mortalidade

■ O valor médio da temperatura mínima do ar na semana 1 de 2018 foi de

9,86°C, a que correspondeu uma anomalia de +1,05°C relativamente ao valor

normal 1971-2000 para o mês de janeiro.

6 Situação internacional ■ Na semana 52 de 2017, a maioria dos países reportou atividade gripal de baixa

intensidade, aumentando o número de países que reportaram atividade gripal

moderada, indicando tendência crescente da atividade gripal.

ISSN: 2183-7392

Data de publicação: 11/01/2018

Atividade gripal epidémica Tendência estável

Resumo

Sumário

P O R T U G A L

Dados disponíveis à data da publicação passíveis de alterações em edições posteriores.

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Nota metodológica

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Área de atividade basal

Taxa de incidência SG (2016/2017)

Taxa de incidência SG (2017/2018)

Época de Gripe Sazonal

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Atividade moderada

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Atividade muito elevada

Ausência de atividade

Atividade moderada

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Semanas

Tabela 1 — Número de casos, taxa de incidência de síndroma gripal e população sob observação semanal.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Vigilância clínica

Na semana 01/2018 estimou-se uma taxa de incidência de síndroma gripal de 50,4 por cada 100.000

habitantes, o que indica atividade epidémica com tendência estável. Salienta-se, no entanto, que o

atraso na receção dos dados, pode ter condicionado esta semana, uma subestimativa da taxa de inci-

dência de síndroma gripal.

Taxa de incidência de síndroma gripal REDE MÉDICOS-SENTINELA

Figura 1 — Evolução da taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG).

Número de casos de síndroma gripal 31

Taxa de incidência semanal provisória 50,4/105

População sob observação 61.575

2 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

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SG positivos para vírus respiratórios

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Negativos 134; 37%

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Vírus Respirat.

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Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Vigilância laboratorial

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA

3 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Figura 2 — Distribuição semanal de casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus respira-tórios detetados na época 2017/2018.

Figura 3 — Número e percentagem dos casos de síndroma gripal (SG) positivos para vírus da gripe e outros vírus res-piratórios detetados na época 2017/2018.

No âmbito do Programa Nacional de Vigilância da Gripe, foram analisados no Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e Outros Vírus Respiratórios, 361 casos de síndroma gripal (SG), dos quais 142 (39%) são positivos para o vírus da gripe. Desde a semana 48/2017, observa-se uma tendên-cia crescente no número de vírus da gripe detetados.

Na semana 01/2018, 24 casos SG foram positivos para o vírus da gripe.

Desde o início da época, foram detetados outros vírus respiratórios em 24% dos casos de SG: rinovírus (43), coronavírus (19), vírus parainfluenza (7), vírus respiratório sincicial (6), metapneumovírus humano (4), adenovírus (1) e infeções mistas (3).

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Vírus da gripe B (Victoria)

Vírus da gripe B (Yamagata)Vírus da gripe B

Vírus da gripe A(H3)

Vírus da gripe A(H1)pdm09% positivos para gripe

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59; 42%

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Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 4 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Figura 4 — Distribuição semanal e percentagem de casos positivos para o vírus da gripe nas épocas 2016/2017 e 2017/2018.

Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe

Figura 5 — Número e percentagem dos casos positivos para vírus da gripe detetados na época 2017/2018, por tipo/subtipo.

Na semana 01/2018 foram analisados laboratorialmente 47 casos SG, sendo 19 positivos para o vírus da gripe do tipo B e 5 positivos para o vírus da gripe A(H1)pdm09.

Até à semana 01/2018 foram analisados 361 casos SG, dos quais 142 são positivos para o vírus da gripe: 118 do tipo B, 16 do subtipo A(H1)pdm09 e 8 do subtipo A(H3). Os vírus da gripe do tipo B, para os quais foi determinada a linhagem, são na sua maioria da linhagem Yamagata.

RSV6; 7%

hRV45; 53%

PIV7; 8%

AdV1; 1%

hMPV4; 5%

hCoV19; 22%

IM;3; 4%

n=85

Figura 7 - Número e percentagem de casos positivos para outros vírus respiratórios detetados na época 2017/2018.

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 5 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Figura 6 — Distribuição semanal de casos positivos para outros vírus respiratórios (VR) detetados na época 2017/2018.

Vigilância laboratorial

Diagnóstico de outros vírus respiratórios

Desde o início da época de vigilância foram detetados outros vírus respiratórios em 85 casos de SG: 45 rinovírus (hRV), 19 coronavírus (hCoV), 7 vírus parainfluenza (PIV), 6 vírus sincicial respiratórios (RSV), 4 metapneumovírus humano (hMPV), 1 adenovírus (AdV) e 3 infeções mistas (IM).

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Nota: AdV—adenovírus; hRV-Rinovirus Humano; hCoV - Coronavírus Humano; RSV-Vírus sincicial respiratório; PIV-Parainfluenza; hMPV-Metapneumovirus Humano;

IM - Infeção mista.

Figura 8 — Distribuição semanal de casos positivos para o vírus da gripe detetados na época 2017/2018.

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Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 6 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Vigilância laboratorial

Diagnóstico do vírus da gripe e outros vírus respiratórios

HOSPITAIS /REDE PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE

Diagnóstico do vírus da gripe

Figura 9 — Distribuição semanal de casos positivos para outros agentes respiratórios (AR) detetados na época 2017/2018.

A Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe conta na época de 2017/2018 com a par-ticipação de 18 laboratórios, localizados em hospitais do continente e regiões autónomas da Madeira e dos Açores, assegura a deteção e caraterização dos vírus da gripe e outros vírus respiratórios que podem estar associados a casos de infeção respiratória grave.

Na época 2017/2018, os laboratórios da Rede notificaram 3091 casos de SG, dos quais 545 positivos para o vírus da gripe: 398 do tipo B, 144 do tipo A [42 do subtipo A(H1)pdm09, 48 do subtipo A(H3) e 54 vírus A não subtipados] e 3 casos de infecção mista.

Na semana 01 foram detetados 204 casos positivos para o vírus da gripe: 148 do tipo B, 22 do subtipo A(H3), 23 do subtipo A(H1)pdm09, 8 vírus do tipo A não subtipados e 3 infecções mistas.

Foram também identificados outros agentes respiratórios em 775 casos de SG. O RSV e os Picornavirus (hRV/hEV/hPeV) foram os detetados com maior frequência até à semana 01/2018. O RSV foi o mais fre-quente na semana 01/2018.

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Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 7 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Vigilância laboratorial

Caraterização do vírus da gripe REDE MÉDICOS-SENTINELA/EuroEVA | REDE DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA/OBSTETRÍCIA E REDE

PORTUGUESA DE LABORATÓRIOS PARA O DIAGNÓSTICO DA GRIPE

Vírus da gripe B:

Foram caracterizados geneticamente 6 vírus do tipo B: 5 vírus do clade 3 da linhagem Yamagata

(semelhantes à antiga estirpe vacinal B/Phuket/3073/2013, contemplada na vacina de 2015/2016) e 1 vírus

do clade 1A da linhagem Victoria (semelhante à estirpe vacinal B/Brisbane/60/2008, contemplada na vacina

da presente época, 2017/2018).

Vírus da gripe A(H3):

Foi caraterizado geneticamente 1 vírus da gripe do subtipo A(H3), do subgrupo genético 3C.2a1 (semelhante

à estirpe A/Singapore/INFIMH-16-0019/2016 que será contemplada na vacina de 2018 para o hemisfério sul).

40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Total

Nº de casos de gripe 0 0 0 2 0 0 1 1 0 0 0 3 8 17 32

Nº de hospitais 16 18 19 20 16 19 18 23 18 19 17 18 19 17

Nº de UCI 21 22 24 24 21 24 23 28 24 24 22 23 24 23

Nº de Admissões na UCI

198 199 236 257 198 256 240 322 241 209 217 216 200 189

Proporção de doentes com gripe em UCI

0,0 0,0 0,0 0,8 0,0 0,0 0,4 0,3 0,0 0,0 0,0 1,4 4,0 9,0

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2016-20172012-2013 2013-2014 2014-2015 2015-2016Semanas

%

2017-2018

Proporção de doentes com gripe em UCI

Tabela 2— Nº de casos de gripe, Hospitais e UCI que reportaram, admissões em UCI por todas as causas e proporção de doentes com gripe em UCI, por semana, na época 2017-2018

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Severidade

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe

Internamentos por gripe em Unidades de Cuidados intensivos REDE DE HOSPITAIS PARA A VIGILÂNCIA CLÍNICA E LABORATORIAL EM UNIDADES DE CUIDADOS INTENSIVOS

Informação da responsabilidade da Direção-Geral da Saúde. [email protected].

8 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Figura 10 - Evolução semanal da proporção de doentes com gripe em Unidades de Cuidados Intensivos desde a época 2012/2013.

Na semana 1 de 2018, foram reportados 17 casos de gripe pelas 23 UCI que enviaram informação. Em rela-ção aos 12 doentes sobre os quais foi possível obter informação adicional, verificou-se que 7 (58%) eram mulheres, 9 (75%) tinham 65 ou mais anos e 8 (67%) tinham doença crónica subjacente. O estado vacinal é conhecido em 5 doentes, dos quais 2 (40%) estavam vacinados contra a gripe sazonal. Foi identificado o vírus Influenza B em 9 (75%) doentes, o A(H1N1) em 2 (17%) e 1 (8%) tinha simultaneamente A e B. Compa-rativamente com a semana anterior, verificou-se que a proporção de casos de gripe admitidos em UCI aumentou para 9,0, isto é, mais do dobro (2,25 vezes).

Desde o início da época foram notificados 32 casos de gripe pelas UCI que colaboram na vigilância da doen-ça. Dos 26 casos em que foi possível recolher informação adicional verificou-se que 15 (58%) eram mulhe-res, 18 (69%) tinham 65 ou mais anos e 23 (89%) doentes tinham doença crónica subjacente. Dos 16 casos em que o estado vacinal era conhecido, 4 (25%) estavam vacinados contra a gripe sazonal. Os vírus Influenza identificados foram do tipo B em 20 (77%) doentes, do tipo A em 5 (19%) e num doente foram simultanea-mente identificados ambos.

Desde a semana 51 de 2017, tem sido verificado um aumento apreciável da proporção de casos de gripe admitidos em UCI. No entanto, esta interpretação dos dados deve ser cautelosa, considerando o reduzido número de casos reportados.

Até ao momento a Reserva Estratégica Nacional de zanamivir e.v. foi ativada para 1 doente.

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Taxa

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abit

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s

Ób

ito

s (n

)

Semana

Óbitos Linha de base

Limite de confiança 95% da linha de base Taxa de incidência

A(H1)pdm09/B

A(H3) A(H1)pdm09A(H3)

B/A(H1)B/A(H1)pdm09

A(H1)pdm09/A(H3)

A(H1)pdm09

B/A(H3)

A(H3)

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Ób

ito

s (n

)

Semana

Linha de base

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe

Figura 12 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, desde a semana 40 de 2016.

Mortalidade observada com valores acima do esperado.

Impacte

Mortalidade por todas as causas SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE | INSTITUTO DOS REGISTOS E NOTARIADO |

INSTITUTO DE GESTÃO FINANCEIRA E EQUIPAMENTOS DA JUSTIÇA

9 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Figura 11 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, taxa de incidência semanal provisória de

síndroma gripal por 105

habitantes e vírus predominante por época gripal, desde a semana 40 de 2007.

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P . Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 10 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), no mês de dezembro, o valor médio

da temperatura mínima do ar, 4,23°C foi inferior ao normal em -1,82°C; valores da temperatura mínima

inferiores aos de dezembro 2017 ocorreram apenas em cerca de 30 % dos anos.

O valor médio da temperatura mínima do ar na semana 1 de 2018 foi de 9,86°C, a que correspondeu uma

anomalia de +1,05°C relativamente ao valor normal 1971-2000 para o mês de janeiro.

Na temperatura média semanal prevêem-se valores abaixo do normal, para todo o território, na semana

de 08/01 a 14/01. Prevêem-se valores acima do normal, para todo o território, na semana de 15/01 a

21/01. Nas semanas de 22/01 a 28/01 e de 29/01 a 04/02 não é possível identificar a existência de sinal

estatisticamente significativo.

Monitorização da temperatura ambiente, taxa de

incidência de síndrome gripal e mortalidade

REDE MÉDICOS-SENTINELA | INSTITUTO PORTUGUÊS DO MAR E DA ATMOSFERA |

SISTEMA DA VIGILÂNCIA DIÁRIA DA MORTALIDADE

Figura 13 — Evolução semanal do número de óbitos por todas as causas, temperatura mínima média (Continente) e taxa de incidência semanal provisória de síndroma gripal (SG) por 105 habitantes na época 2017/2018.

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P . Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 11 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Situação internacional: Europa

Na semana 52 de 2017, a maioria dos países reportou atividade gripal de baixa intensidade, aumentando

o número de países que reportaram atividade gripal moderada, indicando tendência crescente da ativi-

dade gripal.

Na semana 52 de 2017, 594 (43,6%) das 1364 amostras sentinela testadas foram positivas para o vírus

Influenza, 64% dos quais eram do tipo B. Dos 94 casos por vírus do tipo B a que foi possível atribuir uma

linhagem, 98 % pertencia à linhagem B/Yamagata. Dos 154 casos por vírus Influenza do tipo A subtipa-

dos, 71% pertencia ao subtipo A(H1N1)pdm09 e 29% ao subtipo A(H3N2).

De entre as amostras não sentinelas, 6347 (num total de 19231) foram positivas para o vírus Influenza,

50,8% dos quais pertencia ao tipo A.

Nos sistemas de vigilância de base hospitalar foram reportados, na semana 52/2017, 318 casos de gripe

confirmada laboratorialmente em unidades de cuidados intensivos (UCI) e 127 casos em outro tipo de

enfermaria. Desde o início da época, a proporção de casos por vírus do tipo A em UCI é superior à obser-

vada nos casos internados em outras enfermarias (67,5% vs 41%).

Desde o início da época foi reportada a caracterização genética de 218 amostras. Das 105 amostras de

vírus do tipo A(H3N2) 59% pertencia ao grupo genético 3c.2a (componente da vacina) e 40% pertencia

ao subgrupo genético 3c.2a1. Estes grupos são antigenicamente semelhantes.

A suscetibilidade aos inibidores da neuraminidase foi avaliada em 111 vírus. Em um dos casos por vírus A

(H3N2) foi observada redução da suscetibilidade aos inibidores da neuraminidase.

Mortalidade por todas as causas de acordo com o esperado nos 11 países que reportaram dados ao pro-

jeto EuroMOMO.

Informações disponíveis em: http://flunewseurope.org/

Nota: A informação da situação internacional à data da publicação deste boletim é referente à semana anterior.

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Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 12 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Situação internacional: Europa

Fonte: Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).

Figura 14 — Intensidade da atividade gripal na Europa, semana 52/2017.

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Nota metodológica

Em Portugal, o sistema de vigilância da gripe é composto pelas

seguintes redes:

■ Rede Médicos-Sentinela;

■ Serviços de Urgência /Obstetrícia;

■ Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnóstico do

Vírus da Gripe;

■ Unidades de Cuidados Intensivos;

Este programa tem início no princípio de outubro, termina em

maio do ano seguinte e integra componentes clínicas e laboratoriais

Na presente época, o Sistema de Nacional de Vigilância da Gripe foi

ativado em outubro de 2017, na semana 40 e funcionará até à

semana 20, em maio de 2018. A componente clínica deste sistema

manter-se-á ativa durante todo o ano de 2018.

Parte da informação resultante da vigilância é semanalmente

publicada, à quinta-feira, no presente boletim, publicado pelo

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) e basea-

do no conjunto de dados e informações gerados pelos 6 compo-

nentes descritos a seguir, sumariamente.

Fontes de informação e indicadores produzidos

Fontes Indicadores

Rede Médicos-Sentinela

Taxa de incidência de síndroma gripal na população geral, identificação e

caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação (análise

antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)

Serviços de Urgência/Obstetrícia Identificação e caraterização laboratorial dos vírus da gripe em circulação

(análise antigénica, genética e de suscetibilidade aos antivirais)

Rede Nacional de Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe

Vigilância Laboratorial Resistência do vírus da gripe aos antivirais por tipo e subtipo

Rede de Hospitais para a Vigilância Clínica e Laboratorial em Unidades de Cuidados Intensivos

Caraterização epidemiológica e laboratorial dos casos de infeção

respiratória admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos

Vigilância Diária da Mortalidade Evolução do número de óbitos por semana, em Portugal

Rede Médicos-Sentinela

A Rede Médicos-Sentinela (MS) é um sistema de informação em

saúde constituído por cerca de 123 Médicos de Família, distri-

buídos pelo território do Continente e Regiões Autónomas, cuja

atividade profissional é desempenhada em Unidades de Saúde

Familiar (USF) ou Unidades de Cuidados de Saúde Personaliza-

dos (UCSP).

A participação destes médicos é voluntária e consiste na notifi-

cação semanal, para o Departamento de Epidemiologia do INSA,

dos novos casos de síndroma gripal (numerador para o cálculo

da taxa de incidência) que ocorreram nos utentes inscritos das

respetivas listas (componente clínica do sistema de vigilância);

simultaneamente, enviam para o laboratório, exsudados nasofa-

ríngeos de doentes com suspeita de gripe, para identificação e

tipificação dos vírus (componente laboratorial).

As estirpes do vírus da gripe isoladas são caraterizadas antigéni-

ca e geneticamente, permitindo avaliar a sua semelhança com as

estirpes vacinais e ainda monitorizar a ocorrência de mutações.

A população sob vigilância é constituída pelo somatório dos utentes inscritos nas listas dos MS que estiveram “ativos” em determinada semana, i.e., que reportaram, pelo menos, 1 caso de doença ou que informaram explicitamente não terem casos para reportar.

Definição de caso:

Síndroma gripal (usada pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC):

Início súbito,

+ 1 dos seguintes sintomas sistémicos:

■ Febre ou febrícula,

■ Mal-estar, debilidade, prostração,

■ Cefaleia,

■ Mialgias ou dores generalizadas.

+ 1 dos seguintes sintomas respiratórios:

■ Tosse, ■ Dor de garganta ou inflamação da mucosa nasal ou

faríngea sem sinais respiratórios relevantes, ■ Dificuldade respiratória.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 13 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Serviços de Urgência/Obstetrícia

A Rede dos Serviços de Urgência/Obstetrícia é operacionalizada

pelos Serviços de Urgência Hospitalar e Serviços de Atendimento

Permanente ou similares dos Centros de Saúde do Serviço Nacio-

nal de Saúde. Participam na componente laboratorial que consti-

tui um indicador precoce do início de circulação do vírus da gripe

em cada época de vigilância. Enviam para o Laboratório Nacional

de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios

no INSA, exsudados nasofaríngeos de doentes com suspeita de

gripe, para identificação e tipificação dos vírus da gripe e outros

vírus respiratórios. Os casos são selecionados de acordo com a

opinião do médico tendo em conta a definição de caso de síndro-

ma gripal usada pelo ECDC.

Rede Portuguesa de Laboratórios para o Diagnós-tico da Gripe

Rede ativada em 2009 pelo Despacho Ministerial nº 16548/2009,

de 21 de julho (Diário da República, 2ª série, nº 139: 28507), é

atualmente constituída por 16 laboratórios, na sua maioria de

hospitais do Continente e Regiões Autónomas. Assegura a dete-

ção e caraterização dos vírus da gripe que estão na origem de

casos mais graves de infeção respiratória viral. A análise labora-

torial envolve a utilização de métodos de biologia molecular para

a caraterização dos vírus da gripe em circulação na população. Em

colaboração com o laboratório de referência do INSA é efetuado o

isolamento das estirpes do vírus da gripe e a sua caraterização

antigénica e genética. A população sob vigilância é constituída

pelos utentes com infeção respiratória, pertencentes à área de

influência dos hospitais ou laboratórios da Rede Portuguesa de

Laboratórios para o Diagnóstico da Gripe.

Participantes em 2017/2018:

Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P.

(Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e

Outros Vírus Respiratórios), Centro Hospitalar de Lisboa Central,

E.P.E., Hospital de São João, E.P.E., Centro Hospitalar e Universi-

tário de Coimbra, E.P.E., Hospital Central do Funchal, E.P.E.,

Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, E.P.E.R.,

Hospital do Santo Espírito da Ilha Terceira, E.P.E.R., Centro Hos-

pitalar de Lisboa Norte, E.P.E., Centro Hospitalar do Porto,

E.P.E., Instituto Português de Oncologia de Lisboa, Francisco

Gentil, E.P.E., Centro Hospitalar da Cova da Beira, E.P.E., Centro

Hospitalar de Setúbal, E.P.E., Centro Hospitalar do Alto Ave,

Hospital do Espírito Santo (Évora), Laboratório de Saúde Pública

Dra. Laura Ayres (ARS Algarve), Centro Hospitalar de Vila Nova

de Gaia/Espinho, Unidade Local de Saúde da Guarda, Centro

Hospitalar Lisboa Ocidental, E.P.E.

Vigilância Laboratorial

O diagnóstico laboratorial do vírus da gripe e outros vírus respirató-

rios é efetuado em amostras biológicas do trato respiratório supe-

rior (exsudado da nasofaringe) de doentes com SG. São utilizadas

metodologias de diagnóstico molecular, nomeadamente a amplifi-

cação do genoma viral por PCR em multiplex. Estas metodologias

permitem a identificação dos tipos e subtipos do vírus da gripe [A

(H1)pdm09, A(H3), B(Yamagata), B(Victoria)] e a identificação de

outros vírus respiratórios [Rinovirus Humano (hRV), Vírus sincicial

respiratório (RSV), Coronavírus Humano (hCoV), Adenovirus (AdV),

Metapneumovirus Humano (hMPV) e Vírus Parainfluenza (PIV)]. A

caraterização antigénica dos vírus da gripe é efetuada pela metodo-

logia clássica de inibição de hemaglutinação e a caraterização

genética é baseada na sequenciação genómica do gene da hema-

glutinina. Para a monitorização da suscetibilidade dos vírus da gripe

aos antivirais inibidores da neuraminidase (oseltamivir e zanamivir)

é efetuada a pesquisa de marcadores moleculares de resistência e a

caracterização fenotípica (determinação do IC50) em estirpes do

vírus da gripe isoladas em cultura celular no Laboratório Nacional

de Referência para o Vírus da Gripe e outros Vírus Respiratórios.

Unidades de Cuidados Intensivos

Na época 2011/2012 foi realizado um estudo piloto com o objeti-

vo de fazer a vigilância epidemiológica dos casos graves de gripe

admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos de alguns hospi-

tais. Participaram nesse ano 6 hospitais. Nas épocas seguintes,

utilizando a metodologia testada, foi possível estender a vigilância

a mais hospitais.

Hospitais participantes em 2017/2018:

Hospital da Senhora da Oliveira, Guimarães; Hospital do Divino Espírito

Santo de Ponta Delgada; Hospital de Cascais – Dr. José de Almeida;

Hospital Dr. Manoel Constâncio Abrantes; Hospital Beatriz Ângelo;

Hospital de São Teotónio; Hospital Pulido Valente; Centro Hospitalar

Lisboa Central; British Hospital; Hospital Professor Doutor Fernando

Fonseca; Hospital dos Lusíadas; Hospital de Vila Franca de Xira; Hospi-

tal dos Lusíadas; Hospitais da Universidade de Coimbra; Hospital de

São João; Hospital de Santa Maria; Hospital do Litoral Alentejano;

Hospital de Santa Maria; Hospital de Santa Maria; Hospital Amato

Lusitano; Hospital Amato Lusitano; Hospital CUF Descobertas; Hospital

de São Francisco Xavier; Hospital Beatriz Ângelo; Hospital Pêro da

Covilhã.

Definição de caso:

Doentes admitidos nas Unidades de Cuidados Intensivos dos

hospitais participantes, com gripe confirmada laboratorialmente.

Vigilância Diária da Mortalidade

O VDM é um sistema de vigilância epidemiológica que preten-

de detetar e estimar de forma rápida os impactes de eventos

ambientais ou epidémicos relacionados com excessos de

mortalidade. Este sistema funciona com base num protocolo

de cooperação entre o INSA e Instituto de Gestão Financeira e

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 14 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018

Ins ti tu to Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I .P .

Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ) do Ministério da Justiça.

Para isso, diariamente o IGFEJ envia de forma automática o

número de óbitos registados no dia anterior em todo o país.

Esta componente pretende avaliar o impacto da epidemia de

gripe em termos de severidade.

Definição de caso: Óbito, por qualquer causa, de individuo residente em Portugal.

Definições utilizadas

Época de Gripe

Definida como o período de tempo de aproximadamente 33

semanas que decorre entre a semana 40 de um determinado ano

(início de outubro) e a semana 20 do ano seguinte (meados de

maio).

Área de atividade basal

Designada também por área de atividade basal, constitui o intervalo

de valores da taxa de incidência correspondente a uma circulação

esporádica de vírus da gripe. Permite definir períodos epidémicos,

comparar as epidemias anuais em função da sua intensidade e

duração e determinar o impacto dessas epidemias na comunidade.

Foi estimada utilizando o método Moving Epidemic Method (MEM).

Atividade gripal

Definida pelo grau de intensidade da ocorrência da doença,

medido pela estimativa semanal da taxa de incidência de SG e do

seu posicionamento relativo à área de atividade basal, e pelo

número de vírus circulantes detetados.

Indicadores de dispersão geográfica da atividade gripal

Ausência de atividade gripal

Pode haver notificação de casos de SG mas a taxa de incidência

permanece abaixo ou na área de atividade basal, não havendo a

confirmação laboratorial da presença do vírus da gripe.

Atividade gripal esporádica

Casos isolados, confirmados laboratorialmente, de infeção por

vírus da gripe, associados a uma taxa de incidência de SG que

permanece abaixo ou na área de atividade basal.

Surtos locais

Casos agregados, no espaço e no tempo, de infeção por vírus da

gripe confirmados laboratorialmente. Atividade gripal localizada em

áreas delimitadas e/ou instituições (escolas, lares, etc.),

permanecendo a taxa de incidência de SG abaixo ou na área de

atividade basal.

Atividade gripal epidémica

Taxa de incidência de SG acima da área de atividade basal, associada

a uma confirmação laboratorial da presença de vírus da gripe.

Atividade gripal epidémica disseminada

Taxa de incidência de SG, por mais de duas semanas consecutivas,

acima da área de atividade basal e com uma tendência crescente,

associada à confirmação da presença de vírus da gripe.

Indicadores da intensidade da atividade gripal

A intensidade da atividade gripal é definida com base em toda a

informação de vigilância recolhida através das várias fontes de

dados e é avaliada, tendo em consideração a informação histórica

nacional sobre a gripe, segundo o método MEM.

Ausência

Nível de atividade gripal caraterizado por uma taxa de incidência

de SG abaixo ou na área de atividade basal.

Baixa

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior à área de atividade basal e inferior ou igual a 76,9/105.

Moderada

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior a 76,9/105 e inferior ou igual a 131,7/105.

Elevada

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior 131,7/105 e inferior ou igual a 167,0/105.

Muito Elevada

Nível de atividade gripal associado à presença de vírus da gripe e

correspondendo a uma taxa de incidência provisória de SG

superior 167,0/105.

Indicadores da tendência da atividade gripal

Estável

Os últimos três valores da taxa de incidência não se encontram

em tendência crescente nem decrescente.

Crescente

Os últimos três valores encontram-se em tendência crescente.

Decrescente

Os últimos três valores encontram-se em tendência decrescente.

Percentagem de doentes com gripe admitidos em Unidades de Cuidados Intensivos

Percentagem de doentes com gripe admitidos, em

Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), em determinada

semana = número de admissões por gripe confirmada, em UCI,

na referida semana/número de admissões por qualquer causa, em

UCI, na mesma semana x 100 utentes.

Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe 15 Época 2017/2018 Semana 01 | 01 a 07 jan 2018