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1 GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE ESTADO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICA, ARTICULAÇÃO E COORDENAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DE INFORMAÇÃO, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO Recife, Setembro de 2015 BOLETIM DE INDICADORES EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO RECURSOS HUMANOS GRUPOS DE PESQUISA

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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO

SECRETARIA DE ESTADO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICA, ARTICULAÇÃO E COORDENAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE INFORMAÇÃO, PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

Recife, Setembro de 2015

BOLETIM DE INDICADORESEM CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

RECURSOS HUMANOSGRUPOS DE PESQUISA

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APRESENTAÇÃOA Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco (SECTI) apresenta mais uma edição eletrônica do Boletim de Indicadores em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

Os indicadores de Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia RHCT apresentados nesta edição do Boletim dizem respeito aos Grupos de Pesquisa credenciados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Especificamente nesta edição, os indicadores apresentados referem-se aos pesquisadores, constituintes dos grupos, aos programas de pós-graduação formadores de pesquisadores, às instituições nas quais os grupos estão localizados, às áreas de conhecimento, objeto de investigação, e às parcerias estabelecidas entre Grupos de Pesquisa e empresas. Assim, neste Boletim os indicadores expressam a situação do Brasil e do Estado de Pernambuco em relação à pesquisa científica e tecnológica desenvolvida:

Grupos de Pesquisa no Brasil, Nordeste e Pernambuco• Evolução da quantidade por:

• Grande Área de Conhecimento• Instituições• Relacionamentos com Empresas

• Distribuição absoluta e relativa, por:• Grande Área do Conhecimento• Instituições • Relacionamentos com Empresas

Bolsas de Produtividade em Pesquisa (Produtividade em Pesquisa, Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, Produtividade Sênior) no Brasil, Nordeste e Pernambuco

• Distribuição absoluta e relativa das bolsas, por: • Grande Área do Conhecimento• Instituições

Programas de Pós-Graduação • Evolução do número de Programas na região Nordeste• Distribuição dos Programas por Grande Área de Conhecimento em

Pernambuco• Avaliação dos Programas de Pós-Graduação em Pernambuco

Pesquisadores vinculados aos Grupos de Pesquisa no Brasil, Nordeste e Pernambuco• Evolução do número de pesquisadores• Distribuição da titulação máxima dos pesquisadores • Distribuição dos pesquisadores por Unidades da Federação.

Lúcia C. P. de Melo Secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação

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SUMÁRIOAPRESENTAÇÃO .................................................................................................................................................... 2

1 A FONTE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS ............................................................................................... 4

2 OS GRUPOS DE PESQUISA NO BRASIL ....................................................................................................... 5

2.1 GRUPOS DE PESQUISA NA REGIÃO NORDESTE ................................................................................... 7

2.2 GRUPOS DE PESQUISA EM PERNAMBUCO ............................................................................................ 9

3 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS ............................................................... 12

3.1 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS NO BRASIL ...................................... 13

3.2 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS NA REGIÃO NORDESTE ............. 18

3.3 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS NO ESTADO DE PERNAMBUCO ... 20

4 BOLSAS DE PESQUISA .................................................................................................................................. 22

5 CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO ................................................................................................................... 29

6 PESQUISADORES ............................................................................................................................................ 32

6.1 PESQUISADORES NO BRASIL.................................................................................................................... 32

6.2 PESQUISADORES NA REGIÃO NORDESTE .......................................................................................... 35

6.3 PESQUISADORES EM PERNAMBUCO .................................................................................................... 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................................................. 42

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................... 43

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1. A FONTE DAS INFORMAÇÕES COLETADAS

Com base em Viotti (2012), os Recursos Humanos em Ciência e Tecnologia (RHCT) dizem respeito às pessoas que são efetivas ou potencialmente empregadas na geração, avanço, difusão e aplicação de conhecimentos científicos e tecnológicos.

Os RHCT que constituem os Grupos de Pesquisa (GPs) realizam investigações visando entender a realidade, resolver problemas apresentados pelo contexto e criar conhecimento. Desvendar a estrutura e as especificidades desses grupos pode auxiliar a compreender como se caracteriza o ambiente de investigação e criação de conhecimento em um contexto nacional, regional ou local.

As informações acerca dos Grupos de Pesquisa no Brasil são registradas e mensuradas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), por intermédio da plataforma Diretório de Grupos de Pesquisa (DGP), na qual são realizados Censos que congregam sínteses das informações registradas.

Essas informações são disponibilizadas na ferramenta Painel DGP1, permitindo visualizar quantitativamente o perfil da pesquisa no Brasil. Os Grupos de Pesquisa inventariados estão localizados, principalmente, em universidades, instituições isoladas de ensino superior com cursos de pós-graduação stricto sensu, institutos de pesquisa científica e institutos tecnológicos.

As informações relativas aos Grupos de Pesquisa foram coletadas do DGP, referente ao Censo 2014, no qual são retratadas as atividades de pesquisa das instituições até o período de 2014.

As informações sobre as Bolsas de Produtividade em Pesquisa foram extraídas da base de dados do CNPq, referentes as bolsas e auxílios vigentes até 15 de agosto de 2015, data da coleta.

As informações sobre os Programas de Pós-Graduação foram coletadas do GeoCapes 2014, ano-base 2013.

1 Painel DGP: acessível no endereço eletrônico http://lattes.cnpq.br/web/dgp/painel-dgp/.

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2. OS GRUPOS DE PESQUISA NO BRASIL

Desde 2000 até 2014 (período

coberto pelas informações

no Painel DGP), o

Brasil passou de 11.760 a

35.424 Grupos de Pesquisa no território

nacional, conforme mostra o Gráfico 1.

Gráfico 1 — Evolução da quantidade de Grupos de Pesquisa

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Gráfico 2 — Distibuição relativa a Grupos de Pesquisa por região

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Esses 35.424 Grupos de Pesquisa registrados no DGP estão distribuídos nas cinco regiões do país. O Gráfico 2

mostra como se apresenta tal distribuição.

Como se lê no Gráfico 2, a região Sudeste possui o maior número de Grupos de Pesquisas, consideravelmente superior às demais regiões isoladamente, sendo quase o dobro do segundo colocado (região Sul), e mais que o dobro do terceiro colocado (região Nordeste).

Uma análise mais específica (ver Gráfico 3), mostra a distribuição dos Grupos de Pesquisa em cada uma das Unidades Federativas das respectivas regiões. No Sudeste, a concentração maior está na cidade de São Paulo; no Sul, destaca-se o Estado do Rio Grande do Sul; no Nordeste, o Estado da Bahia agrega o maior número de Grupos de Pesquisa; no Centro-Oeste, o Distrito Federal lidera na quantidade de grupos; e no Norte, destaca-se o Estado do Pará.

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Gráfico 3 — Distribuição absoluta dos Grupos de Pesquisa por região e por UF

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Na relação dos Grupos de Pesquisa

com as Gran-des Áreas do Conhecimen-to do CNPq, observa-se,

no Gráfico 4, que o maior

número de GPs cobre a

Grande Área das Ciências

Humanas.

Gráfico 4 — Distibuição dos Grupos de Pesquisa por Grande Área do Conhecimento

Fonte: Censo de 2014 do DGP

No Gráfico 5, é possível ver como ocorreu a evolução das Grandes Áreas do Conhecimento até conformar esse quadro.

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Gráfico 5 — Evolução da quantidade dos Grupos de Pesquisa por Grande Área do Conhecimento

Fonte: Censo de 2014 do DGP

2.1 GRUPOS DE PESQUISA NA REGIÃO NORDESTEQuando o foco da análise se volta para a região Nordeste, detentora de 20% dos Grupos de Pesquisa registrados no DGP, apresenta-se um cenário, como se lê nos Gráfico 6, com o Estado da Bahia posicionado com maior quantidade de Grupos de Pesquisa, enquanto Pernambuco é o segundo no ranking.

Gráfico 6 — Distribuição relativa a Grupos de Pesquisa nos Estados do Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Ao analisar a evolução dessa situação no período de 2000-2014 (Gráfico 7), percebe-se que, inicialmente, em 2000, Pernambuco liderava em quantidade de Grupos de Pesquisa. Contudo, com o decorrer do tempo, o Estado da Bahia demonstrou uma evolução mais acentuada no número de Grupos de Pesquisa, ficando à frente de Pernambuco.

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Gráfico 7 — Evolução da quantidade dos Grupos de Pesquisa registrados no DGP por Estado do Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Quanto às Grandes Áreas do Conhecimento que são abarcadas pelos GPs no Nordeste, o Gráfico 8 mostra indicadores que expressam a evolução dos Grupos de Pesquisa por área de conhecimento, sua distribuição em relação aos grupos de cada Estado da região. No Estado de Pernambuco, o foco das pesquisas centraliza-se e contribui para o avanço da ciência e para o desenvolvimento social nas Grandes Áreas das Ciências da Saúde, Ciências Humanas e Engenharia e Computação.

Gráfico 8 – Distribuição por Grande Área dos Grupos de Pesquisa por Estado do Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

É válido ressaltar que, juntamente com a evolução dos Grupos de Pesquisa na região Nordeste, também houve evolução quanto ao número de pesquisadores (Gráfico 9).

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Gráfico 9 — Comparativo da evolução do número de pesquisadores nos Estados da região Nordeste do Brasil cobrindo os anos de 2000, 2006 e 2014

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Nota: Em geral, há dupla contagem no número de pesquisadores, estudantes e técnicos, tendo em vista que o indivíduo que participa de mais de um grupo de pesquisa é computado mais de uma vez.

Analisando-se o Gráfico 9, é possível observar que o crescimento no número de pesquisadores na região Nordeste apresenta uma relação de proporcionalidade próxima ao crescimento apresentado pelos Grupos de Pesquisa no Brasil, indicado no Gráfico 1.

2.2 GRUPOS DE PESQUISA EM PERNAMBUCOEm 2014, ano do último Censo do DGP, Pernambuco contava com 1.251 Grupos de Pesquisa. Quando se compara o número atual com aquele registrado nos anos 2000, de 509 GPs, observa-se que houve um aumento considerável. A seguir, é possível ver a evolução de 2000 a 2014 no Gráfico 10.

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Gráfico 10 — Evolução da quantidade dos Grupos de Pesquisa em Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Atualmente, a quantidade de Grupos de Pesquisa em Pernambuco representa 3,5% do quantitativo nacional e 17,6% do Nordeste.

Em relação às Grandes Áreas, os Gráficos 11 e 12 mostram que, assim como no cenário nacional, no Estado de Pernambuco, há prevalência de Grupos de Pesquisa na grande área das Ciências Humanas.

Gráfico 11— Distribuição relativa por Grande Área dos Grupos de Pesquisa em Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Gráfico 12 — Distribuição absoluta dos Grupos de Pesquisa por Grande Área do Conhecimento em Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Note-se também uma considerável ênfase nas Grandes Áreas de Ciências da Saúde, Engenharias e Computação, ambas classificadas como áreas estratégicas para o CNPq.

No que tange às instituições que abrigam Grupos de Pesquisa em Pernambuco, o Gráfico 13 mostra o destaque que a Universidade Federal de Pernambuco assume perante as demais.

Gráfico 13 — Distribuição dos Grupos de Pesquisa registrados no DGP em Pernambuco por Instituição

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Nota: O gráfico apresenta destaque para as sete instituições que abrangem o maior número de Grupos de Pesquisa

atreladas a si

Ao realizar análise, é possível perceber que o ambiente mais favorável ao surgimento de Grupos de Pesquisa encontra-se acentuado em maior grau nas Instituições de Ensino Superior, mais intensamente subsidiadas pelo poder público. Essa assimetria, especificamente

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considerando a diferença notabilizada no que se refere à UFPE, sinaliza a necessidade das demais instituições de empreender esforços em pesquisa e desenvolvimento.

Gráfico 14 — Distribuição relativa dos Grupos de Pesquisa registrados no DGP em Pernambuco por titulação dos integrantes

Fonte: Censo de 2014 no DGP

Além desse aspecto relativo aos GPs pernambucanos, pode-

se analisar a titulação dos participantes. Como se lê no

Gráfico 14, há uma prevalência de doutores nos grupos. Isso

pode indicar que a atividade de pesquisa envolve principalmente

pesquisadores profissionais, os quais atuam nos programas de

pós-graduação, um ambiente mais favorável à pesquisa, mas

de menor alcance aos outros níveis de titulação (mestrado,

graduação, especialização, técnico e outros).

Contudo, também é possível que esse panorama não seja indicativo de um problema, mas sim da natureza da atividade de pesquisa e dos Grupos de Pesquisa. Visto que a atividade de pesquisa é notavelmente mais intensa para aqueles com formação em nível de doutorado, seria apenas normal que estes componham em maior número o quadro de GPs.

Assim, observando o Gráfico 13, no que diz respeito aos Grupos de Pesquisa em atividade no Estado de Pernambuco, nota-se que as instituições de ensino superior públicas têm vantagem nas atividades de pesquisa. Isso pode ocorrer devido a diversos fatores, como, por exemplo, questões político-culturais locais, recebimento de subsídios e mais facilidades para criação de programas de pós-graduação. Não obstante, a elucidação dessa situação está diretamente ligada a um estudo focado no cenário pernambucano.

3 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS

Viotti (2013) observa que ao longo dos últimos anos, o Brasil está buscando substituir políticas e programas baseados na percepção das empresas como meras consumidoras de conhecimentos, por ações fundadas na compreensão do papel central desempenhado pelas empresas no processo de inovação. Entretanto, como mostram os indicadores relativos à interação dos Grupos de Pesquisa com as empresas apresentados neste Boletim, a força das práticas tradicionais ainda é muito grande.

A intensificação das relações universidade - empresa não é apenas um resultado dos projetos que envolvem ambas as partes, mas também é uma estratégia dos governos a promover essas relações e, num sentido, visando à comercialização dos resultados das pesquisas empreendidas nas Universidades (MACULAN, 2010).

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A relação universidade - empresa - governo constitui o que é conhecido como modelo Triple Helix, que é chave para a geração de inovações, ou seja, as constantes mudanças nos sistemas de produção induzem a uma maior cooperação universidade – empresa, que se desenvolve por meio de incubadoras tecnológicas, parques tecnológicos, centros de inovação, entre outros (ETZKOWITZ; LEYDESDORFF, 2000; ETZKOWITZ; VIALE, 2010; LEYDESDORFF, 2012).

Na realidade, essa interação pode estimular ainda mais os processos de aprendizado tecnológico nas empresas e fornecer soluções para problemas ligados à produção e à inovação no setor produtivo (FAPESP, 2011), assim como elevar a capacidade inovativa da base produtiva regional, por meio das interações nos dois sentidos, as quais criam feedbacks positivos para as duas partes (FERNANDES; SOUZA; SILVA, 2009).

Nesta seção, analisa-se a interação universidade-empresa, com base nos dados do DGP do CNPq. Porém, os dados coletados no DGP apresentam uma limitação importante: a coleta de dados é realizada pela declaração pessoal do líder de cada grupo de pesquisa e não é possível verificar a consistência das informações prestadas. Cada respondente (líder do grupo) pode interpretar de um modo diferente as perguntas postas pelo DGP (segundo sua percepção e compreensão). Além disso, o preenchimento do formulário de respostas não é obrigatório; sendo assim, às vezes, o líder do grupo não oferece a informação de que se precisa.

3.1 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS NO BRASIL A base de dados do Censo de 2014 contém 35.424 Grupos de Pesquisa registrados no Brasil, dos quais 9.348 relataram relacionamentos com empresas (26,39%). Como é possível constatar no Gráfico 15, desde 2002 o Brasil vem crescendo, em relação aos Grupos de Pesquisa que têm relacionamentos com empresas.

Gráfico 15 – Evolução dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com empresas no Brasil

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Do total dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com empresas (9.348) em 2014, a maior parte corresponde à região Sudeste do Brasil (4.203), seguida pelas regiões Sul (2.111), Nordeste (1.792), Centro-Oeste (739) e Norte (503). O Gráfico 16 apresenta a contribuição percentual de cada uma dessas regiões para o total do país.

Gráfico 16 – Distribuição absoluta e relativa dos Grupos de Pesquisa de cada região do Brasil

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Com relação às Unidades da Federação, a maior quantidade de Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com empresas (500 ou mais) está localizada, principalmente, nas regiões Sudeste e Sul, especificamente em São Paulo (1.922), Rio de Janeiro (1.216), Rio Grande do Sul (936), Minas Gerais (920), Paraná (686); e a região Nordeste representada pelo Estado da Bahia (500). Do conjunto, esses seis estados concentram 66,11% do total. Por sua vez, nove estados das regiões Norte e Nordeste concentram 100 ou menos Grupos de Pesquisa com relacionamentos com Empresas: Sergipe (85), Maranhão (85), Alagoas (77), Piauí (59), Tocantins (50), Rondônia (25), Amapá (25), Roraima (22) e Acre (17). Do conjunto, esses Estados representam apenas 4,76% do total (Gráfico 17). Pernambuco, numa posição intermediária, apresenta 375 situações de relacionamento entre Grupos de Pesquisa e empresa.

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Gráfico 17 – Distribuição absoluta dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com empresas, por região e Unidades da Federação

Fonte: Censo de 2014 do DGP

No entanto, somente 10 Estados mostram um percentual de Grupos de Pesquisa envolvidos em relacionamentos com empresas superior aos 26,39% do Brasil: (Goiás (32,78%), Santa Catarina (30,33%), Pernambuco (29,98%), Rio de Janeiro (29,32%), Pará (29,00%), Bahia (28,36%), Rio Grande do Sul (28,24%), Distrito Federal (27,23%), Mato Grosso (26,77%), Minas Gerais (26,42%) e São Paulo (26,41%) (Gráfico 18).

Gráfico 18 – Distribuição absoluta e relativa dos Grupos de Pesquisa que relataram e os que não relataram relacionamentos com empresas, por Unidades da Federação

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Quanto ao relacionamento desses Grupos de Pesquisa por Grande Área do Conhecimento, destacam-se, com 1.000 ou mais grupos, as Engenharias (1.747), as Ciências da Saúde (1.461), as Ciências Biológicas (1.350), as Ciências Humanas (1251) e as Ciências Agrárias (1.241), as quais aportam 75,41% do total (Gráfico 19).

Gráfico 19 – Distribuição absoluta dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com empresas por Grande Área do Conhecimento no Brasil

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Entretanto, em se analisando o grau de relacionamento por Grande Área do Conhecimento como apresentado na Tabela 1 é possível observar que as Ciências Agrárias apresentam o melhor resultado (37,70%). Também se destacam, acima do 25%: Engenharias (37,36%), Ciências Biológicas (36,99), Ciências Exatas e da Terra (28,33%) e Ciências da Saúde (26,05%).

Tabela 1 — Grau de relacionamento dos Grupos de Pesquisa por Grande Área do Conhecimento no Brasil

Grande Área de ConhecimentoNº de grupos que relataram

relacionamentos (A)

Total de grupos na

grande área (B)

Grau de relacionamento

(A/B) (%)

Ciências Agrárias 1.241 3.292 37,70Engenharias 1.747 4.676 37,36Ciências Biológicas 1.350 3.650 36,99Ciências Exatas e da Terra 990 3.494 28,33Ciências da Saúde 1.461 5.609 26,05Ciências Sociais Aplicadas 943 4.841 19,48Ciências Humanas 1.251 7.408 16,89Linguística, Letras e Artes 365 2.454 14,87Total 9.348 35.424 26,39

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Quando as Grandes Áreas são desagregadas por áreas de conhecimento é possível observar um total de 77 áreas com Grupos de Pesquisa com relacionamentos com Empresas. Destas 77 áreas, as primeiras 20 respondem por 50,61% do total de grupos (17.927), correspondendo a 56,13% dos Grupos de Pesquisa com relacionamentos (5.247). (Tabela 2).

Tabela 2 — Grupos de Pesquisa com relacionamentos com Empresas e grau de relacionamento, por Grande Área do Conhecimento no Brasil

Ordem Área predominante do grupoNº de grupos que relataram relacionamentos (A)

Total de grupos na área (B)

Grau de relacionamento (A / B) (%)

1 Educação 531 3.219 16,50%2 Agronomia 459 1.232 37,26%3 Medicina 453 1.625 27,88%4 Química 404 1.260 32,06%5 Ciência da Computação 322 1.084 29,70%6 Saúde Coletiva 278 975 28,51%7 Engenharia Elétrica 276 722 38,23%8 Administração 254 1.161 21,88%9 Geociências 249 673 37,00%10 Ecologia 228 602 37,87%11 Medicina Veterinária 216 569 37,96%12 Física 196 819 23,93%13 Engenharia Mecânica 192 456 42,11%

14Engenharia de Materiais e Metalúrgica

186 372 50,00%

15 Engenharia Civil 185 478 38,70%16 Genética 171 417 41,01%17 Bioquímica 168 475 35,37%18 Zootecnia 163 454 35,90%19 Psicologia 158 844 18,72%

20 Ciência e Tecnologia de Alimentos 158 490 32,24%

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Em relação à natureza das interações dos Grupos de Pesquisa com as empresas se distinguem 14 tipos de relacionamentos. Como é possível observar no Quadro 1, a maior parte dos Grupos de Pesquisa declara relacionamentos com empresas para fins de pesquisa científica sem considerações e com considerações de uso imediato dos resultados. Também é notável a transferência de tecnologia desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa para o parceiro e o treinamento de pessoal do parceiro pelo grupo. Há uma quantidade importante de relacionamentos (3.123) que não se enquadra com os tipos explicitados no Censo 2014.

Quadro 1 — Tipos predominantes de relacionamento entre Grupos de Pesquisa e empresas, Brasil

Tipo de relacionamento

No. de Grupos de Pesquisa

No. de Empresas mencionadas

Pesquisa científica sem considerações de uso imediato dos resultados 7.489 3.708

Pesquisa científica com considerações de uso imediato dos resultados 6.715 3.749

Outros tipos predominantes de relacionamento que não se enquadrem em nenhum dos anteriores. 3.123 1.301

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Transferência de tecnologia desenvolvida pelo grupo para o parceiro 1.900 1.414

Treinamento de pessoal do parceiro pelo grupo, incluindo cursos e treinamento “em serviço” 1.761 717

Atividades de consultoria técnica não englobadas em qualquer das categorias anteriores 1.678 943

Fornecimento, pelo parceiro, de insumos materiais para as atividades de pesquisa do grupo sem vinculação a um projeto específico de interesse mútuo

1.456 932

Transferência de tecnologia desenvolvida pelo parceiro para o grupo 1.417 435

Treinamento de pessoal do grupo pelo parceiro, incluindo cursos e treinamento “em serviço” 1.075 428

Desenvolvimento de software para o parceiro pelo grupo 406 198

Atividades de engenharia não-rotineira inclusive o desenvolvimento de protótipo, cabeça de série ou planta-piloto para o parceiro 388 284

Fornecimento, pelo grupo, de insumos materiais para as atividades do parceiro sem vinculação a um projeto específico de interesse mútuo 323 136

Atividades de engenharia não-rotineira inclusive o desenvolvimento/fabricação de equipamentos para o grupo 284 137

Desenvolvimento de software não-rotineiro para o grupo pelo parceiro 231 117

Fonte: Censo de 2014 no DGP

3.2 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS NA REGIÃO NORDESTEA região Nordeste conta com 7.215 Grupos de Pesquisa registrados na base de dados do Censo de 2014, dos quais 1.792 relatam relacionamentos com empresas em 2014, o que representa um grau de interação de 24,84%. O Gráfico 20 apresenta a evolução desses grupos, mostrando que o Nordeste, como o Brasil, também tem crescido de forma continua no período de 2002 – 2014, e, particularmente, entre os anos 2010 e 2014, quando a taxa de crescimento alcançou 193,29%.

Gráfico 20 – Evolução dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com Empresas na região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Entre os estados do Nordeste com mais de 200 Grupos de Pesquisa que relatam, no mínimo, um relacionamento com empresas, destacam-se Bahia (500), Pernambuco (375), Ceará (244) e Paraíba (206), os quais, em conjunto, contribuem com 73,96% do total.

Por outro lado, os Estados de Sergipe, Maranhão, Alagoas e Piauí reúnem, no conjunto, 17,08% do total do Nordeste, revelando, em todos os casos, menos de 90 Grupos de Pesquisa com relacionamentos com empresas (Gráfico 21).

Gráfico 21 – Distribuição absoluta e relativa dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamento com empresas por Unidades da Federação da região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

No entanto, é expressiva a evolução da quantidade de Grupos de Pesquisa que mencionaram relacionamentos com empresas em cada um dos estados do Nordeste (Gráfico 22), particularmente entre 2010-2014, período em que os mesmos mostraram taxas de crescimento superiores a 140%. Destacam-se:

• Maranhão, de 18, em 2010, para 85, em 2014 (372,22% de crescimento); • Alagoas, de 22, em 2010, para 77, em 2014 (250,00%);• Piauí, de 18, em 2010, para 59, em 2014 (227,78%);• Bahia, de 161, em 2010, para 500, em 2014 (210,56%); • Ceará de 79, em 2010, para 244, em 2014 (208,86%).

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Gráfico 22 – Evolução dos Grupos de Pesquisa que manifestaram relacionamentos com empresas por Unidades da Federação na região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

3.3 INTERAÇÃO DOS GRUPOS DE PESQUISA COM EMPRESAS NO ESTADO DE PERNAMBUCOA base de dados do Censo de 2014 apresenta 1.251 Grupos de Pesquisa no Estado de Pernambuco, dos quais 375 relataram relacionamentos com empresas (29,98%). Sendo assim, quando se refere à evolução, o Estado de Pernambuco ocupa o terceiro lugar no Brasil, superado só por Goiás e Santa Catarina, Estados que concentram 32,78% e 30,33%, respectivamente, do total dos Grupos de Pesquisa envolvidos em relacionamentos com empresas (Gráfico 18).

No Gráfico 23, é possível apreciar a evolução dos Grupos de Pesquisa vinculados com empresas no Estado de Pernambuco, no período de 2002-2014. Expressivo incremento no período de 2010-2014, quando Pernambuco ampliou de 155 para 375 (141,94%) a quantidade de grupos envolvidos com empresas.

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Gráfico 23 – Evolução dos Grupos de Pesquisa que relataram relacionamentos com empresas no Estado de Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Gráfico 24– Distribuição dos Grupos de Pesquisa que mencionaram relacionamentos com empresas, primeiras 10 instituições do Estado de Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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As instituições mais destacadas (acima de 30 relacionamentos) são a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Universidade Federal do Vale de São Francisco (UNIVASF) e a Universidade Estadual de Pernambuco (UPE) (Gráfico 24). Destaque para as 10 primeiras instituições do Estado de Pernambuco com a maior quantidade de Grupos de Pesquisa envolvidos em relacionamentos.

Em relação ao grau de interação dos Grupos de Pesquisa das instituições com empresas, como se lê na Tabela 3, a maior parte apresenta resultados superiores a 25%, com destaque ao ITEP (100%), IMIP (40%), UFRPE (33,33%), UFPE (30,99%), os quais estão acima do 29,98% do Estado.

Tabela 3 — Grau de interação das principais Instituições com as Empresas no Estado de Pernambuco

InstituiçãoTotal De Grupos De

Pesquisa (A)

Grupos de Pesquisa que Relataram

Relacionamentos (B)Grau de Interação (B/A)

ITEP 2 2 100,00%

IMIP 5 2 40,00%

UFRPE 171 57 33,33%

UFPE 655 203 30,99%

UNIVASF 122 35 28,69%

IPA 14 4 28,57%

UPE 132 33 25,00%

IFPE 92 17 18,48%

UNICAP 34 6 17,65%

IF-Sertão PE 31 3 9,68%

Fonte: Censo de 2014 do DGP

4 BOLSAS DE PESQUISA O CNPq concede Bolsas de Produtividade para pesquisadores de todas as áreas do conhecimento com o objetivo de distinguir seu trabalho e valorizar sua produção. Essas bolsas são classificadas em três modalidades, como se lê no Quadro 2.

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Quadro 2 – Bolsas de Produtividade em Pesquisa vigentes no Brasil em 2015

Modalidades Categorias e níveis Critérios

Produtividade em Pesquisa (PQ)

Categoria: 1Níveis: A, B, C, DA diferenciação entre esses níveis é baseada em critérios relacionados ao pesquisador, tais como: mérito científico, relevância, originalidade e repercussão da sua produção, sua participação na formação de recursos humanos em nível de pós-graduação, sua contribuição científica, tecnológica e de inovação (incluindo patentes), sua participação e coordenação de projetos e redes de pesquisa, sua inserção internacional, sua participação como editor científico, e sua participação em atividades de gestão científica e acadêmica, entre outros aspectos.

Pesquisadores com oito anos no mínimo com formação em nível de doutorado.

Categoria 2Níveis: Essa categoria não especifica níveis. Avalia-se a produtividade do pesquisador, principalmente sua produção (trabalhos publicados e orientações), nos últimos cinco anos.

Pesquisadores com três anos no mínimo com formação em nível de doutorado.

Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT)

Categoria: 1Níveis: A, B, C e DA diferenciação em níveis é baseada no envolvimento do pesquisador em diferentes atividades de transferência de tecnologia ou na formação de recursos humanos.

Pesquisadores com oito anos no mínimo com formação em nível de doutorado, ou, pelo menos, 10 anos de experiência em atividades de desenvolvimento tecnológico, assim como em atividades de extensão inovadora e transferência de tecnologia.

Categoria 2 Níveis: Não se aplica Avalia-se a produção técnica comprovada do pesquisador por meio de pedidos de patentes, registros de software e processos, publicações de natureza tecnológica e acordos de transferência de tecnologia, entre outros aspectos.

Pesquisadores com três anos no mínimo com formação em nível de doutorado, ou pelo menos, cinco anos de experiência em atividades de desenvolvimento tecnológico, de extensão inovadora e transferência de tecnologia.

Produtividade Sênior (PQ-Sr)

Categoria: Não se aplicaNíveis: Não se aplica Destinadas para aqueles pesquisadores que se destacam entre seus pares como líderes em suas respectivas áreas de atuação, valorizando assim sua produção científica e/ou tecnológica.

Pesquisadores devem ter quinze anos (podem ser consecutivos ou não), no mínimo, de bolsa PQ, ou DT, na categoria 1, nível A ou B.

Fonte: Elaborado com base no CNPq

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A Tabela 4 apresenta a distribuição das bolsas vigentes no Brasil em 2015. Do conjunto (PQ, DT e PQ-Sr), o CNPq tem outorgado 15.275 bolsas, das quais a maior quantidade corresponde a bolsas de PQ (14.400 – 94,27%), seguida pelas bolsas DT (754 – 4,94%) e, finalmente, as bolsas PQ-Sr (121 – 0,79%). Tanto no caso das bolsas PQ, como no das bolsas DT, a Categoria 2 agrupa a maior quantidade de pesquisadores. Por sua vez, quando se analisam os níveis da Categoria 1 nas bolsas PQ e DT, o nível D atinge o maior número de pesquisadores.

Tabela 4 – Distribuição de bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ), Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora (DT) e Produtividade Sênior (PQ-Sr) vigentes no Brasil em 2015

Modalidade Categoria NívelBrasil(A)

NE(B)

% (B/A)PE (C)

% (C/A) % (C/B)

PQCategoria 1

A 1.249 95 7,61 34 2,72 35,79B 1.310 109 8,32 38 2,90 34,86

C 1.381 136 9,85 37 2,68 27,21

D 2.370 303 12,78 79 3,33 26,07

Categoria 2 - 8.090 1.106 13,67 262 3,24 23,69

SUBTOTAL PQ 14.400 1.749 12,15 450 3,13 25,73

DTCategoria 1

A 1 1 100,00 0 0,00 0,00

B 3 0 0,00 0 0,00 -

C 5 0 0,00 0 0,00 -

D 64 5 7,81 1 1,56 20,00

Categoria 2 - 681 126 18,50 31 4,55 24,60

SUBTOTAL DT 754 132 17,51 32 4,24 24,24

PQ-Sr 121 10 8,26 2 1,65 20,00

TOTAL GERAL 15.275 1.891 12,38 484 3,17 25,59

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

Ao analisar a distribuição das bolsas de Pesquisa por Grande Área de Conhecimento, especificamente no que diz respeito às bolsas PQ, as áreas mais beneficiadas, com mais de 1.900 bolsas, são as Ciências Exatas e da Terra (3.105), Ciências Biológicas (2.206), Agricultura (1.932) e Engenharias (1.928) (Gráfico 25). Especificamente sobre as bolsas PQ-Sr, repetem-se as áreas das Ciências Exatas e da Terra (30) e Ciências Biológicas (28), mas também se adicionam as Ciências Humanas (23) (Gráfico 26).

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Gráfico 25 – Distribuição absoluta das bolsas de Produtividade em Pesquisa (PQ) vigentes por Grande Área de Conhecimento no Brasil em 2015

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

Gráfico 26 – Distribuição absoluta das bolsas de Produtividade Sênior (PQ-Sr) vigentes por Grande Área de Conhecimento no Brasil em 2015

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

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À primeira vista, pode parecer contraditório que uma área de conhecimento tão importante como a Tecnologia não disponha de nenhuma bolsa PQ ou PQ-Sr. No entanto, essa dúvida é dissipada quando se analisa o número de bolsas DT, as quais, como explicado anteriormente, estão especificamente focadas em desenvolvimento tecnológico. Neste caso, a Grande Área de Tecnologia tem recebido 747 bolsas DT das 754 outorgadas pelo CNPq (99,07%).

Por sua parte, a região Nordeste reúne 1.891 bolsas, o que representa 12,38% das bolsas outorgadas no país, assim distribuídas: 1.749 bolsas PQ, 12,15% do Brasil; 132 bolsas DT, 17,51% do Brasil; 10 bolsas PQ-Sr, 8,26% do Brasil (Tabela 5).

A distribuição absoluta dessas bolsas pelas diferentes Unidades da Federação da região Nordeste é apresentada no Gráfico 27 e na Tabela 5, enquanto que a sua distribuição relativa consta no Gráfico 28. Como se vê, entre os Estados da região Nordeste, destacam-se, com um resultado acima de 300 bolsas PQ, DT e PQ-Sr: Pernambuco, com 484 bolsas, correspondendo a 26% das bolsas do Nordeste; Bahia, com 358 bolsas, correspondendo a 19%; e Ceará, com 332 bolsas, correspondendo a 18%. No conjunto, os três Estados atingem 62,08% das bolsas de produtividade da região Nordeste.

Tabela 5 – Distribuição absoluta das bolsas vigentes, por tipo, Unidades da Federação na região Nordeste em 2015

Bolsa Categoria Nível Total PE AL BA CE MA PB PI RN SE

PQ1

A 95 34 0 24 14 1 11 2 8 1B 109 38 6 17 16 1 14 1 11 5C 136 37 1 35 26 3 22 2 5 5D 303 79 7 45 66 7 49 6 38 6

2 - 1.106 262 40 199 189 25 165 34 125 67SUBTOTAL PQ 1.478 450 54 320 311 37 261 45 187 84

DT1

A 1 0 0 1 0 0 0 0 0 0B 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0C 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0D 5 1 0 2 0 0 2 0 0 0

2 - 126 31 6 31 17 2 10 2 12 15SUBTOTAL DT 132 32 6 34 17 2 12 2 12 15PQ-Sr 10 2 0 3 4 0 0 0 0 1TOTAL GERAL 1.891 484 60 357 332 39 273 47 199 100

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

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Gráfico 27 – Distribuição absoluta das bolsas vigentes, por tipo e por Unidades da Federação na região Nordeste em 2015

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

Gráfico 28 – Distribuição relativa das bolsas vigentes, por Unidades da Federação na região Nordeste em 2015

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

Assim, como apontado nas Tabelas 4 e 5, o Estado de Pernambuco agrega 484 bolsas, das quais 450 correspondem às bolsas PQ (92,98%), 32 às bolsas DT (6,61%) e duas bolsas PQ-Sr (0,41%).

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A distribuição dessas bolsas por Grande Área de Conhecimento é apresentada no Gráfico 29. Note-se que a distribuição das bolsas no Estado de Pernambuco segue um padrão muito similar ao Brasil, ou seja, entre as áreas de conhecimento que têm recebido a maior quantidade de bolsas, estão as Ciências Exatas e da Terra, com 110 bolsas (22,72%), Agricultura, com 70 bolsas (14,46%), Ciências Biológicas, com 55 bolsas (11,36%) e Ciências da Saúde, com 51 bolsas (10,54%).

Gráfico 29 – Distribuição absoluta das bolsas vigentes no Estado de Pernambuco em 2015

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

No Gráfico 30, apresenta-se a distribuição absoluta e relativa das bolsas no período de 2015, por tipo (PQ, DT e PQ-Sr) e por instituições do Estado de Pernambuco. Como se vê, destacam-se, em particular, a UFPE com 349 bolsas (72,11%) e a UFRPE com 82 bolsas (16,94%). As demais 53 bolsas (10,95%) distribuem-se entre outras 10 instituições do Estado.

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Gráfico 30 – Distribuição absoluta e relativa das bolsas (PQ, DT e PQ-Sr) vigentes por instituição no Estado de Pernambuco em 2015

Fonte: Síntese de informações extraídas da base de dados de bolsas e auxílios vigentes do CNPq

5 CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃOOs pesquisadores brasileiros são formados no interior dos Programas de Pós-Graduação (PPGs), por meio dos cursos de mestrado e doutorado, os quais formam o Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG). Os programas são distribuídos nas diversas instituições brasileiras, por áreas do conhecimento. No Gráfico 31, verifica-se a evolução da distribuição desses programas na região Nordeste.

Percebe-se que, no último ano da contabilização exibida (2013), Pernambuco ocupou a segunda posição entre os Estados do Nordeste do Brasil. Entretanto, essa situação era diferente antes de 2010, quando o Estado ocupava o primeiro lugar.

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Gráfico 31 – Evolução do número de Programas Pós-Graduação na região Nordeste (1998-2013)

Fonte: GeoCapes 2014

O Gráfico 32 mostra a distribuição até o ano de 2013, segundo Grande Área do Conhecimento e conforme conceitos alcançados pelos programas.

Gráfico 32 – Distribuição absoluta dos Programas de Pós-Graduação por Grande Área do Conhecimento no Estado de Pernambuco

Fonte: GeoCapes 2014

Atualmente, todos os cursos que integram os Programas de Pós-Graduação em atividade no Brasil são avaliados. A avaliação é realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal (CAPES), juntamente com os coordenadores de área. O processo de avaliação compreende um acompanhamento anual e uma avaliação trienal do desempenho de todos os programas que integram o SNPG.

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Os resultados da avaliação retratam a excelência do PPG, mediante a atribuição de uma nota aos cursos avaliados, na escala de sete níveis. Esses resultados fundamentam a deliberação do Conselho Nacional de Educação (CNE) do Ministério de Educação e Cultura (MEC), sobre quais cursos obterão a renovação de reconhecimento a vigorar no triênio subsequente, consolidando, assim, os padrões de excelência definidos pela área e imprescindíveis para a manutenção dos programas.

Portanto, a qualidade será alcançada quando um determinado resultado atesta a conformidade de um programa a um padrão previamente estabelecido e convencionado dentro de uma área. O Gráfico 33 mostra os conceitos alcançados pelos PPGs no período de 2013. Esses resultados indicam que muitos cursos de mestrado e doutorado ainda não se constituem como centros de excelência, evidenciando que os PPGs não correspondem aos níveis de qualidade estabelecidos pela instância reguladora, nesse caso, a CAPES.

Gráfico 33 – Distribuição absoluta e relativa da avaliação dos Programas de Pós-Graduação no Estado de Pernambuco

Fonte: GeoCapes 2014

A CAPES, juntamente com os representantes das áreas do conhecimento, estabelece os padrões e os referenciais de qualidade dos cursos de pós-graduação, e de seus veículos de comunicação, assim como reconhece e recomenda aqueles que atendem aos padrões em relação ao corpo docente, à organização didático-pedagógica, à produção intelectual, à infraestrutura, entre outras dimensões.

Os resultados obtidos por esse processo de avaliação são tornados públicos na forma de perfis de qualidade do ensino, pesquisa e extensão de uma instituição ou departamento universitário, ou ainda de determinada área, e também como forma de prestação de contas à sociedade.

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6 PESQUISADORES Silva e Werlang (2014) propuseram a formação do neologismo professorpesquisador para designar o profissional que faz da profissão docente razão para pesquisa, e, de suas pesquisas, objeto de docência. Não se trata de uma pessoa fazendo dois papéis, mas somente um indivíduo que faz aquilo que lhe cabe: pesquisar e ensinar. Segundo os autores, quem apenas ensina não consegue ir além da reprodução daquilo que já está posto, e quem somente pesquisa corre o risco de se tornar um burocrata.

6.1 PESQUISADORES NO BRASILA base de dados do Censo de 2014 registra um total de 206.110 pesquisadores no Brasil vinculados a Grupos de Pesquisa. Como é possível apreciar no Gráfico 34, a evolução do número de pesquisadores no país inseridos em algum Grupo de Pesquisa tem sido constante desde 2000, quando o País contava com 50.690 pesquisadores. Todavia, em 2014, esse número apresenta um incremento de mais de quatro vezes.

Gráfico 34 – Evolução do número de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa no Brasil (2002-2014)

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Nota: O total de pesquisadores no Brasil relatados na base de dados do Censo de 2014, apresenta dupla contagem, tendo em vista que aqueles que participam de grupos localizados em diferentes Unidades da Federação são computados tantas vezes quanto os cursos em que atuam.

A distribuição desses pesquisadores, de acordo com a sua titulação máxima e a sua distribuição percentual, é mostrada no Gráfico 35. Como é possível observar, os pesquisadores com formação em nível de doutorado constituem 69% do total, e, portanto, superam em 2,93 vezes a quantidade de pesquisadores com formação em nível de mestrado.

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Gráfico 35– Distribuição absoluta e relativa dos pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por titulação no Brasil

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Quando se analisa a distribuição dos pesquisadores vinculados aos Grupos de Pesquisa por regiões geográficas (Gráfico 36), destaca-se a região Sudeste com 88.509 pesquisadores, correspondendo a 42,94% do total do Brasil. Note-se novamente uma grande assimetria, pois a referida região dispõe de mais do dobro de pesquisadores que as regiões Sul (43.364 – 21,04%) e Nordeste (43.069 – 20,90%), os segundo e terceiro no ranking. Essas sutis características mencionadas são condicionadas pelas assimetrias regionais e pelo contexto social no qual os cursos estão inseridos.

Gráfico 36 – Distribuição absoluta e relativa dos pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por região geográfica, Brasil (2014)

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Por sua vez, na distribuição de pesquisadores por Unidades da Federação (Gráfico 37), destacam-se, com 15.000 ou mais pesquisadores: São Paulo (42.196), Rio de Janeiro (22.802), Minas Gerais (20.431), Rio Grande do Sul (17.712) e Paraná (16.111). No conjunto, os referidos cinco estados concentram 57,85% do total de pesquisadores do Brasil. Ao mesmo tempo, existem 13 Estados brasileiros com menos de 4.000 pesquisadores e, portanto, do conjunto reúnem apenas 13,75% do total de pesquisadores no país: Amazona (3.986), Mato Grosso do Sul (3.715), Mato Grosso (3.254), Espírito Santo (3.080), Alagoas (2.291), Sergipe (2.688), Maranhão (2.240), Piauí (2.115), Tocantins (1.426), Rondônia (1.240), Acre (860), Amapá (762) e Roraima (685). Nesse caso, há de se considerar a diversidade e a complexidade estrutural dessas regiões.

A base de dados do Censo 2014 registra 140.272 pesquisadores doutores, dos quais 66.702 (47,55%) concentram-se na região Sudeste do Brasil. Essa cifra supera em mais de duas vezes a quantidade de pesquisadores doutores nas regiões Sul (28.612 – 20,40%), e Nordeste (26.467 – 18.87%).

No que se refere à distribuição de pesquisadores doutores por Unidades da Federação, o destaque é para São Paulo (33.124), Rio de Janeiro (17.242), Minas Gerais (14.393), Rio Grande do Sul (12.196) e Paraíba (10.780), Estados que contam com mais de 10.000 pesquisadores doutores vinculados a Grupos de Pesquisa. Por outro lado, as regiões Centro-Oeste (11.628) e Norte (6.863) dispõem da menor quantidade de pesquisadores doutores no Brasil, concentrando 8,29% e 4,89%, respectivamente, para o total do Brasil. O Gráfico 38 apresenta a distribuição dos pesquisadores doutores por regiões geográficas e Unidades da Federação.

Gráfico 37 – Distribuição absoluta de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por região geográfica e Unidades da Federação no Brasil

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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Gráfico 38 – Distribuição absoluta de pesquisadores doutores vinculados a Grupos de Pesquisa por região geográfica e Unidades da Federação no Brasil

Fonte: Censo de 2014 do DGP

6.2 PESQUISADORES NA REGIÃO NORDESTESegundo os dados do Censo de 2014 do DGP, a região Nordeste do Brasil conta com 43.069 pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa, cifra que coloca o Nordeste atrás das regiões Sudeste e Sul (Gráfico 36). No entanto, o Nordeste vem mostrando uma evolução ascendente em relação a esse indicador desde 2000 e, particularmente, no período de 2010-2014, época em que logrou um crescimento de 61,21%, como se lê no Gráfico 39.

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Gráfico 39 – Evolução do número de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa na região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Nota: O total de pesquisadores no Nordeste, bem como a quantidade total de doutores, mestres e pesquisadores com formação em nível de especialização e graduação, relatados na base de dados do Censo de 2014, apresenta dupla contagem, tendo em vista que aqueles pesquisadores que participam de grupos localizados em diferentes Unidades da Federação são computados tantas vezes quanto aos grupos e aos cursos em que atuam.

Em uma análise da evolução da quantidade de pesquisadores inseridos em Grupos de Pesquisa nos diferentes Estados da região Nordeste no período de 2002-2014 (Gráfico 40), observa-se que os Estados da Bahia, Pernambuco, Ceará e Paraíba têm mostrado as evoluções mais satisfatórias no que se refere a esse indicador. No entanto, e particularmente no caso do Estado de Pernambuco, no período de 2000-2002, o mesmo superava os demais Estados da região (28,10% do total de pesquisadores). Todavia, a partir de 2002, essa liderança foi assumida pelo Estado de Bahia. Assim, em 2014, o Estado da Bahia contava com 25,04% dos pesquisadores da região e Pernambuco com 17,37% (Tabela 6).

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Gráfico 40 – Evolução do número de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por Unidades da Federação, região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Tabela 6 – Distribuição do número de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por Unidades da Federação na região Nordeste

Estados do Nordeste 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2014Bahia 1.628 2.210 3.465 4.743 5.973 7.532 10.783Pernambuco 2.224 2.336 2.730 3.341 4.018 5.197 7.479Ceará 1.091 1.386 1.970 2.096 2.569 3.646 5.644Paraíba 1.074 1.364 1.586 1.799 2.625 3.565 5.599Rio Grande do Norte 559 988 1.208 1.607 1.907 2.860 4.230Sergipe 324 429 504 626 899 1.510 2.688Alagoas 233 348 505 792 1.058 1.454 2.291Maranhão 489 496 531 680 836 1.246 2.240Piauí 285 261 440 567 737 1.263 2.115NORDESTE 7.907 9.818 12.939 16.251 20.622 28.273 43.069

PERCENTUAL (cada Estado com relação ao Nordeste)

Bahia/NE 20,59% 22,51% 26,78% 29,19% 28,96% 26,64% 25,04%Pernambuco/NE 28,13% 23,79% 21,10% 20,56% 19,48% 18,38% 17,37%Ceará/NE 13,80% 14,12% 15,23% 12,90% 12,46% 12,90% 13,10%Paraíba/NE 13,58% 13,89% 12,26% 11,07% 12,73% 12,61% 13,00%Rio Grande do Norte/NE 7,07% 10,06% 9,34% 9,89% 9,25% 10,12% 9,82%Sergipe/NE 4,10% 4,37% 3,90% 3,85% 4,36% 5,34% 6,24%Alagoas/NE 2,95% 3,54% 3,90% 4,87% 5,13% 5,14% 5,32%Maranhão/NE 6,18% 5,05% 4,10% 4,18% 4,05% 4,41% 5,20%Piauí/NE 3,60% 2,66% 3,40% 3,49% 3,57% 4,47% 4,91%

Fonte: Censo de 2014 no DGP

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Por sua vez, o Nordeste dispõe de 26.467 pesquisadores com titulação de Doutor, quantidade mais de duas vezes superior aos pesquisadores com titulação de Mestre (12.078). O Gráfico 41 apresenta a distribuição dos pesquisadores do Nordeste vinculados a Grupos de Pesquisa de acordo com a sua titulação máxima.

Gráfico 41 – Distribuição absoluta de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa segundo a sua titulação máxima na região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Relativamente à distribuição de pesquisadores por Estados da região Nordeste, destacam-se (com 5.000 ou mais) os Estados da Bahia (10.783), Pernambuco (7.479), Ceará (5.644) e Paraíba (5.599), os quais, no conjunto, reúnem 29.505 pesquisadores, correspondendo a 68,50% do total. A quantidade de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por Estados, assim como a distribuição percentual de cada Estado para o total do Nordeste, é apresentada no Gráfico 42.

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Gráfico 42 – Distribuição absoluta e relativa de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por Unidades da Federação na região Nordeste

Fonte: Censo de 2014 do DGP

6.3 PESQUISADORES EM PERNAMBUCODo acordo com os dados do Censo 2014 do DGP, o Estado de Pernambuco conta com 7.479 pesquisadores inseridos em Grupos de Pesquisa. Pernambuco tem mostrado uma evolução significativa no que se refere a esse indicador no período de 2000-2014, pois incrementou a quantidade de pesquisadores em 236,28% (Gráfico 43).

Do total de 7.479 pesquisadores inseridos em Grupos de Pesquisa, Pernambuco conta com 5.134 pesquisadores doutores (69%) e 1.745 mestres (23%). Os demais 8% distribuem-se entre os pesquisadores com nível de formação em especialização (4%) e graduação (3%), assim como uma pequena parcelada (1%) de dados não foram informados (Gráfico 44).

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Gráfico 43 – Evolução do número de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa, Estado de Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Gráfico 44 – Distribuição absoluta e relativa do número de pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa por titulação no, Estado de Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

O Censo 2014 do DGP disponibiliza a quantidade de pesquisadores por instituição vinculados a Grupos de Pesquisa, sempre e quando a quantidade de pesquisadores doutores seja significativa (aproximadamente 200). Assim, o Gráfico 45 apresenta o total de pesquisadores das principais instituições do Estado e sua distribuição percentual. Como é possível constatar, destacam-se a UFPE (4.030), a UFRPE (1.214), UPE (998), UNIVASF (515) e o IFPE (480).

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Gráfico 45 – Distribuição da quantidade e o percentual dos pesquisadores vinculados a Grupos de Pesquisa das principais instituições, Estado de Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

Ao analisar o percentual de doutores em relação ao total de pesquisadores vinculados aos Grupos de Pesquisa nas principais instituições do Estado de Pernambuco, destacam-se particularmente (60% ou mais) a UFRPE (79,34%), a UFPE (78,24%) e a UNIVASF (63,88%) (Gráfico 46). No Brasil, assim como no Estado de Pernambuco, a maior parte dos pesquisadores formados em nível de doutorado concentra-se no âmbito das universidades públicas e, nestas, sobretudo, nos programas de pós-graduação.

Gráfico 46 – Distribuição dos pesquisadores doutores vinculados a Grupos de Pesquisa nas instituições no Estado de Pernambuco

Fonte: Censo de 2014 do DGP

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CONSIDERAÇÕES FINAISOs indicadores apresentados neste Boletim revelam várias assimetrias entre Regiões, entre Instituições, entre as Unidades da Federação e entre as Grandes Áreas do Conhecimento. Essas assimetrias são homólogas às desigualdades socioeconômicas entranhadas na nação brasileira. Diante de tantas assimetrias, não é tarefa fácil conseguir uma homogeneidade nos resultados dos indicadores.

Em relação aos Grupos de Pesquisa, à distribuição de bolsas, à quantidade de pesquisadores e aos PPGs instalados, verifica-se que a região Sudeste concentra a excelência da pós-graduação nacional.

Como consequência, a criação de centros de excelência em determinadas regiões brasileiras faz com que, naturalmente, a massa crítica de doutores seja deslocada para essas regiões. Notadamente, em virtude da reputação de melhor qualidade dessas instituições e de seus respectivos PPGs, uma maior quantidade de novos pesquisadores, docentes e estudantes será atraída em seus territórios, uma vez que, possivelmente, terão mais oportunidades de carreira, como de contato com pesquisadores renomados.

Além disso, há maior probabilidade de ter acesso a uma melhor infraestrutura de pesquisa, ensino e aprendizagem, e a consequente valorização de seus currículos em relação às exigências do mercado quanto à formação dos profissionais.

Por outro lado, os indicadores analisados agregam informações ao diagnóstico, permitindo orientar políticas estratégicas de desenvolvimento científico e tecnológico de acordo com as vocações de cada região, instituição ou área do conhecimento.

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FERNANDES, A. C.; SOUZA, B. C. de & SILVA, A. S. Demanda e oferta de tecnologia e conhecimento em região periférica: a interação universidade – empresa no Nordeste brasileiro. Em: Interações de universidades e institutos de pesquisa com Empresas no Brasil. Organizadores: Suzigan, W., Albuquerque, E. da M.; Cario, S. A. F.; Belo Horizonte, Dezembro 2009.

LEYDESDORFF, L. The Triple Helix of University-Industry-Government Relations. February 2012. Disponível em: <http://www.leydesdorff.net/th12/th12.pdf>.

MACULAN, A. M. A importância das interações para a inovação e a busca por indicadores. Em Bases conceituais em pesquisa, desenvolvimento e inovação: implicações para políticas no Brasil. Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), 2010. Disponível em: <http://www.cgee.org.br/atividades/redirect.php?idProduto=6403>.

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