boletim de greve nº 32

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32 [email protected] - www.sindprevs-sc.org.br - (48) 3031-1411- (48) 3031-1417 21 de setembro de 2015 Comando defende que a reposição ocorra com o atendimento das demandas O Comando Nacional de Greve da Fenasps (CNGF) nessa semana desenvolveu e orien- tou muitas atividades de luta. A greve con- tinua firme, chegando ao seu 77° dia nesta segunda-feira, 21 de setembro, num período de embates e tensionamentos. No decorrer do último período, ações importantes foram realizadas em todo País: ocupações nas Su- perintendências Regionais e nas Gerências Executivas e manifestações e atos de ruas deram o tom do movimento. Em todo o país, ainda há trabalhadores en- trando em Greve. Os companheiros do Rio de Janeiro realizaram atos na abertura do Rock in Rio, importante fato político que demonstra a força dos trabalhadores em Gre- ve. Esse engajamento é realidade em todos os Estados da Federação e a categoria segue firme e mobilizada, disposta a lutar até o fim com força e determinação. No sábado, 19 de setembro, o CNGF se- guiu intensamente realizando atividades, fa- zendo contatos com parlamentares que estão ajudando nas negociações e fazendo análi- se do ofício (10827/2015 - MP), referente à resposta do Ministério do Planejamento (MPOG) sobre a pauta de reivindicação, com o objetivo de incluir todos os pontos que foram debatidos durante a negociação da proposta com governo em audiências an- teriores. Reposição de horas é irracional Os membros do CNGF elaboraram docu- mento com objetivo assegurar que, no retor- no ao trabalho, a reposição do período não trabalhado durante a greve seja realizado com o atendimento das demandas represadas durante o movimento paredista. Este docu- mento será utilizado para subsidiar as reuni- ões com os senadores e ministro da Previ- dência Social, Carlos Gabas, que serão feitas no início desta semana. O Comando de Greve deixou bem explica- do ao governo sobre os graves problemas que haverá nos locais de trabalho, se for mantida esta política, irracional e divorciada da reali- dade, de exigir reposição de horas não traba- lhadas ao fim do expediente não atendendo à demanda acumulada. Expusemos exemplos do que foi feito em todas as outras negocia- ções ao fim da Greve, que seria um plano de trabalho em regime de mutirão para atender os milhões de segurados que buscarão aten- dimento nas Agências da Previdência Social. Reafirmamos que a maioria absoluta dos servidores tem compromisso com os servi- ços públicos e a prestação de bons serviços à população. A força da categoria em greve é que tem possibilitado ao Comando lutar pelo aten- dimento das reivindicações, apresentando proposta para termos Acordos mais justos e equilibrados. Ao longo dos últimos séculos, a Greve é a única ferramenta efetiva de luta dos traba- lhadores, sendo que uma das primeiras lu- tas enquanto classe foi em 1805, quando a classe trabalhadora despertou para uma nova realidade: cessando coletivamente suas ati- vidades, demonstrava e reconhecia sua im- portância enquanto classe. Por isso, as ações e palavras de ordem têm sido que somente com força, foco e união de todos venceremos os obstáculos que teremos pela frente. Audiências na diretoria do INSS e Mpog Desde o início da Greve, a principal ação do CNGF foi estabelecer negociações com o governo para termos resposta da pauta e consolidar uma Proposta Formal, porém somente a força da greve impôs ao gover- no responder as reivindicações. Como não está regulamentada a negociação coletiva de trabalho, o nosso patrão não está obrigado a estabelecer efetiva negociação, daí a neces- sidade de deflagrar a greve para abrir nego- ciações. Semana passada, diversas audiências fo- ram realizadas para discutir as demandas dos grevistas. Ações que contaram com o apoio dos senadores Paulo Rocha/PA, Lindbergh Farias/RJ, Delcídio do Amaral/MS, Paulo Paim/RS, Fátima Menezes/RN e Garibaldi Alves/RN, nas quais foram alinhavadas as questões que deveriam constar em documen- to e que serão remetidas às Assembleias Es- taduais para fins de avaliação e deliberação. Ainda que o as propostas apresentadas pelo MPOG e as reuniões realizadas não se tradu- ziram em negociações efetivas, não atenden- do às reivindicações, algumas questões cons- tantes nos documentos recebidos pelo CNGF foram corrigidas e enviadas ao Ministério do Planejamento, para serem atualizadas. Corte do ponto É importante destacar que houve compro- metimento do Ministério do Planejamento em não processar temporariamente o corte de ponto no decorrer dos próximos dias, em que estamos em processo de negociação. Semana em que haverá avaliação dos trabalhadores em todo País para decisão em Plenária Na- cional que será reinstalada no dia 23, ao final da tarde. Conseguimos ainda que o mesmo tratamento fosse dado aos trabalhadores da Seguridade Social. Sobre a devolução dos descontos ocorridos no salário de julho, ainda que o Ministério do Planejamento tenha afirmado sistematica- mente que isto seria feito tão logo termine o movimento paredista, agora alegam que por problemas operacionais deverá ser incluído na folha de pagamento no mês subsequente ao fim da greve. Pauta da Seguridade Social Sobre as negociações da pauta dos traba- lhadores da Seguridade Social, o MPOG disse que até a aquela data não havia reali- zado reuniões com os Ministérios da Saúde, Trabalho e Previdência, informações que foram contestadas pelo Comando Nacional. O CNGF encaminhou documento cobrando imediata resposta à pauta e nesta segunda- -feira encaminhará medidas concretas junto aos parlamentares nesse sentido, para reali- zar audiência para tratar da carreira do PST. Calendário de atividades • 21 até 23 de setembro/2015: Assembleias nos Estados • 23 até 24 de setembro/2015: Plenária Nacional Permanente Fonte: Comando Nacional de Greve da Fenasps

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Boletim de Greve nº 32 - Proposta não materializou o que o governo negociou com o Comando Nacional – 21 de setembro/2015

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Page 1: Boletim de Greve nº 32

[email protected] - www.sindprevs-sc.org.br - (48) 3031-1411- (48) 3031-141721 de setembro de 2015

Comando defende que a reposição ocorra com o atendimento das demandas

O Comando Nacional de Greve da Fenasps (CNGF) nessa semana desenvolveu e orien-tou muitas atividades de luta. A greve con-tinua firme, chegando ao seu 77° dia nesta segunda-feira, 21 de setembro, num período de embates e tensionamentos. No decorrer do último período, ações importantes foram realizadas em todo País: ocupações nas Su-perintendências Regionais e nas Gerências Executivas e manifestações e atos de ruas deram o tom do movimento.

Em todo o país, ainda há trabalhadores en-trando em Greve. Os companheiros do Rio de Janeiro realizaram atos na abertura do Rock in Rio, importante fato político que demonstra a força dos trabalhadores em Gre-ve. Esse engajamento é realidade em todos os Estados da Federação e a categoria segue firme e mobilizada, disposta a lutar até o fim com força e determinação.

No sábado, 19 de setembro, o CNGF se-guiu intensamente realizando atividades, fa-zendo contatos com parlamentares que estão ajudando nas negociações e fazendo análi-se do ofício (10827/2015 - MP), referente à resposta do Ministério do Planejamento (MPOG) sobre a pauta de reivindicação, com o objetivo de incluir todos os pontos que foram debatidos durante a negociação da proposta com governo em audiências an-teriores.

Reposição de horas é irracionalOs membros do CNGF elaboraram docu-

mento com objetivo assegurar que, no retor-no ao trabalho, a reposição do período não trabalhado durante a greve seja realizado com o atendimento das demandas represadas durante o movimento paredista. Este docu-mento será utilizado para subsidiar as reuni-ões com os senadores e ministro da Previ-dência Social, Carlos Gabas, que serão feitas no início desta semana.

O Comando de Greve deixou bem explica-do ao governo sobre os graves problemas que haverá nos locais de trabalho, se for mantida esta política, irracional e divorciada da reali-dade, de exigir reposição de horas não traba-lhadas ao fim do expediente não atendendo à demanda acumulada. Expusemos exemplos

do que foi feito em todas as outras negocia-ções ao fim da Greve, que seria um plano de trabalho em regime de mutirão para atender os milhões de segurados que buscarão aten-dimento nas Agências da Previdência Social. Reafirmamos que a maioria absoluta dos servidores tem compromisso com os servi-ços públicos e a prestação de bons serviços à população.

A força da categoria em greve é que tem possibilitado ao Comando lutar pelo aten-dimento das reivindicações, apresentando proposta para termos Acordos mais justos e equilibrados.

Ao longo dos últimos séculos, a Greve é a única ferramenta efetiva de luta dos traba-lhadores, sendo que uma das primeiras lu-tas enquanto classe foi em 1805, quando a classe trabalhadora despertou para uma nova realidade: cessando coletivamente suas ati-vidades, demonstrava e reconhecia sua im-portância enquanto classe. Por isso, as ações e palavras de ordem têm sido que somente com força, foco e união de todos venceremos os obstáculos que teremos pela frente.

Audiências na diretoriado INSS e MpogDesde o início da Greve, a principal ação

do CNGF foi estabelecer negociações com o governo para termos resposta da pauta e consolidar uma Proposta Formal, porém somente a força da greve impôs ao gover-no responder as reivindicações. Como não está regulamentada a negociação coletiva de trabalho, o nosso patrão não está obrigado a estabelecer efetiva negociação, daí a neces-sidade de deflagrar a greve para abrir nego-ciações.

Semana passada, diversas audiências fo-ram realizadas para discutir as demandas dos grevistas. Ações que contaram com o apoio dos senadores Paulo Rocha/PA, Lindbergh Farias/RJ, Delcídio do Amaral/MS, Paulo Paim/RS, Fátima Menezes/RN e Garibaldi Alves/RN, nas quais foram alinhavadas as questões que deveriam constar em documen-to e que serão remetidas às Assembleias Es-taduais para fins de avaliação e deliberação.

Ainda que o as propostas apresentadas pelo

MPOG e as reuniões realizadas não se tradu-ziram em negociações efetivas, não atenden-do às reivindicações, algumas questões cons-tantes nos documentos recebidos pelo CNGF foram corrigidas e enviadas ao Ministério do Planejamento, para serem atualizadas.

Corte do pontoÉ importante destacar que houve compro-

metimento do Ministério do Planejamento em não processar temporariamente o corte de ponto no decorrer dos próximos dias, em que estamos em processo de negociação. Semana em que haverá avaliação dos trabalhadores em todo País para decisão em Plenária Na-cional que será reinstalada no dia 23, ao final da tarde. Conseguimos ainda que o mesmo tratamento fosse dado aos trabalhadores da Seguridade Social.

Sobre a devolução dos descontos ocorridos no salário de julho, ainda que o Ministério do Planejamento tenha afirmado sistematica-mente que isto seria feito tão logo termine o movimento paredista, agora alegam que por problemas operacionais deverá ser incluído na folha de pagamento no mês subsequente ao fim da greve.

Pauta da Seguridade SocialSobre as negociações da pauta dos traba-

lhadores da Seguridade Social, o MPOG disse que até a aquela data não havia reali-zado reuniões com os Ministérios da Saúde, Trabalho e Previdência, informações que foram contestadas pelo Comando Nacional. O CNGF encaminhou documento cobrando imediata resposta à pauta e nesta segunda--feira encaminhará medidas concretas junto aos parlamentares nesse sentido, para reali-zar audiência para tratar da carreira do PST.

Calendário de atividades

• 21 até 23 de setembro/2015:Assembleias nos Estados• 23 até 24 de setembro/2015:Plenária Nacional Permanente

Fonte: Comando Nacionalde Greve da Fenasps

Page 2: Boletim de Greve nº 32

O Comando Nacional de Greve da Fe-nasps (CNGF) recebeu dia 18 de setembro, a proposta do Ministério do Planejamento referente à pauta de reivindicações e a re-posição dos dias parados. Mais uma vez, lamentamos que os documentos apresenta-dos não correspondam ao que foi efetiva-mente discutido com o Governo.

O CNGF retornará mais uma vez os con-tatos no Senado e na Câmara dos Deputa-dos e junto ao Ministério da Previdência Social com o objetivo de submeter às as-sembleias estaduais o documento que ma-terialize o que efetivamente foi discutido. Para isso, o CNGF se manterá em Brasília e orienta aos comandos estaduais à bus-carem contato com os parlamentares para que estes nos ajudem nesta tarefa e à ma-nutenção das atividades da greve.

Os documentos expressam os limites da negociação impostos pelo governo. O go-verno Dilma apoia-se na sua debilidade política, na crise econômica e do alto da sua arrogância para não atender as reivin-dicações que lhe apresentamos.

A realidade é que o governo Dilma ope-ra para isolar a greve do INSS e dos demais setores do Serviço Público Federal, como dos companheiros do Ministério da Saúde, e Ministério do Trabalho e Previdência.

Devemos estar orgulhosos por sus-tentarmos uma greve de 75 dias em meio à luta pelo impeachment, às me-didas do ajuste fiscal, ao envio de um orçamento deficitário para 2016, ao anúncio do corte de gastos envolven-do a supressão e fusão de ministérios, à perda do grau de investimento, ao pacote anunciado nesta semana pelos ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa.

A esta conjuntura somam os ataques ile-gais ao direito de greve materializados no corte de ponto e a efetivação do desconto referente a julho, as ações na Justiça, as perseguições aos ativistas.

A categoria respondeu com força e deter-minação, coragem e humildade, realizando centenas de manifestações, transformando a doação de cada um numa causa de todos.

Todos os militantes que se doaram a esta causa se emocionaram com a corrente de solidariedade entre trabalhadores, arreca-dando fundos para ajudar as necessidades mais básicas dos que sofreram com o des-conto do salário. E deixa esperança de dias

melhores, porque centenas de servidores com funções de confiança, não as coloca-ram acima da sua condição de servidor, de colega, de trabalhador, e as entregaram.

Mas provocam repulsa as atitudes dos indiferentes que ficaram omissos diante dos ataques daqueles que utilizam o micro poder contra os trabalhadores, e para esses dedicamos os versos de Chico Buarque: “ Apesar de você, amanhã há de ser outro dia. Quando chegar o momento o meu so-frimento vou cobrar com juros”.

Uma greve históricaPor todos estes fatos, esta greve históri-

ca, está inscrita nos anais de luta da classe trabalhadora, e todos nós devemos celebrar esta luta como uma vitória irrefutável. Ain-da que não tenhamos conquistado o con-junto das reivindicações, o movimento já trouxe vitórias importantes.

Os membros do CNGF, nos 75 dias de greve, foram determinados e persisten-tes na busca da incorporação da GAE e GDASS para todos os servidores ativos e aposentados do INSS.

Lutamos sem tréguas para implantar as 30 horas para todos os servidores ativos do INSS. Buscando com todas as forças a conquista de um plus (R$ 1.200,00) por servidor para todos os integrantes da car-reira do Seguro Social. O CNGF batalhou por todas as reivindicações da pauta que construímos em nossos fóruns.

Até os últimos momentos foi o que fize-mos, mas diante da intransigência do go-verno e do quadro político–econômico e da situação da greve ameaçada pela judiciali-zação e pelo desconto de salários se tornou imperioso consolidar numa proposta o que o governo foi obrigado a ceder.

E todos devemos valorizar cada uma das conquistas consolidadas. É importante que nossos colegas possam se aposentar

com a média obtida nos últimos 5 anos da GDASS e demais gratificações de produti-vidade como a GPST.

Caberá aos trabalhadores discutirem nas assembleias estaduais de greve qual o ca-minho a seguir. O CNGF vai cobrar do governo que as discussões das reivindica-ções travadas com o Ministério do Planeja-mento, Ministério da Previdência Social e INSS, sejam incorporadas no acordo.

A proposta reenviada ao CNG da Fenasps não incorpora os pontos que foram discu-tidos a exemplo da devolução dos salários descontados na greve de 2009 e o reposi-cionamento em 2016. Além dos problemas constantes na proposta do governo sobre a reposição dos dias parados na atual greve.

Reposição dos serviços e não das horasEm relação aos dias parados, o CNGF

não tem como aceitar o acordo de greve sob as condições propostas pelo governo para reposição dos dias parados. Pois so-mos servidores públicos, temos compro-missos com a população com a reposição do trabalho com a normalização das con-

cessões e manutenção de benefícios. A direção do INSS tem os levanta-mentos que aproximadamente 25 mi-lhões de brasileiros irão superlotar as APSs procurando seus direitos previ-denciários, e não podem ser vítimas deste equívoco do governo em optar por exigir dos servidores fazerem re-posição de horas e não dos serviços acumulados.

É uma situação absurda e inaceitá-vel que esta greve, tendo como um

dos pontos mais importantes a luta por 30 horas de trabalho, tenha como resultado um plano de reposição de horas, aumen-tando a jornada superior a 40 horas sema-nais.

Plenária Nacional dia 23/09Também não se pode aceitar uma propos-

ta que não mencionou a suspensão da ava-liação do IMA-GDASS, tanto institucional quanto individual. O CNGF reafirma a convocação das assembleias entre 21 a 23 de setembro e a Plenária Nacional perma-nente na mesma quarta-feira, dia 23.

Vamos pressionar o governo e parlamen-tares para corrigir os erros contidos no do-cumento apresentado.

Fonte: Comando Nac. de Greve da Fenasps

Proposta não materializou o que o governo negociou com o Comando Nacional